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Psicologia do Desenvolvimento
1.O desenvolvimento
Para Mazel e Houzel (1975) o desenvolvimento é um processo que faz passar a criança ao
estado adulto. O desenvolvimento é um processo que não é contínuo.
Touchpoint: Ponto do acontecimento que rompeu o normal dos nossos dias.
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Inês Pimenta
Até ao 2º mês:
» Sensibilidade tátil vem antes dos sistemas proximais (olfativo e gustativo) e do sistema
vestibular (conjunto de orgãos do ouvido interno) e sistema visual.
» A pele tem o primado estrutural sobre os outros sentidos
- é a única a cobrir toda a pele
- contém vários sentidos distintos (toque, pressão, dor e calor)
- o tocar é o único dos 5 sentidos a possuir uma estrutura reflexiva
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Inês Pimenta
7 semanas
» Começa a dar os primeiros movimentos de braços e pernas (impercetíveis para a mãe)
origem de agressão.
Ao 2º mês
» Presença: olhos, orelhas, nariz, língua, braços com mãos, dedos e polegar.
» Funcionamento: do estômago (suco digestivo, do fígado, dos rins e do coração)
» O cérebro já possui os mesmos elementos que o cérebro adulto, mas as células nervosas
estão longe de atingir a sua maturidade.
» Os órgãos sexuais são ainda indiferenciados mas existe um rebordo genital que se
transforma no 3º mês em sexo masculino ou feminino.
Os meses seguintes
(Período fetal)
“O feto aperfeiçoa o que possui e prepara-se para poder suportar a separação do
nascimento”. » O frio: constitui e desenvolve uma camada de gordura
» A fome: treina-se com o chuchar no polegar
» As doenças: é imunizado pela sua mãe
» A asfixia: aperfeiçoando e desenvolvendo tecidos pulmonares para poder respirar.
Das 28 às 40 semanas:
» Todas as funções fisiológicas podem estar suficientemente estabelecidas para permitir a
sobrevivência do nascimento (Gesell, 1946/1996, p .47)
» A maturação e o desenvolvimento comportamental são ambos graduais, não há
mudanças abruptas.
Gessel, defende que o desenvolvimento é contínuo com períodos sensiveis e pode ser
concebido por:
- Períodos sensíveis, nos quais a aprendizagem se faz mais facilmente (ex: a aprendizagem
de línguas ou de regras).
- Períodos críticos, único tempo onde a aprendizagem se faz (ex: as crianças selvagens).
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Inês Pimenta
FASE vs ESTÁDIO
- A fase era defendida por Freud e era permitido retornos e estádios anteriores em
situações critícas.
- O estádio é a integração e é impossível voltar atrás.
Para Freud, a diferença entre estádio e fase é que o estádio tem marcha
irredutível, não se volta a um estádio passado quando já se passou para um
estádio superior, enquanto na fase pode haver regressão. Há progresso e
integração do estádio anterior para o seguinte. A regressão e/ou fixação
acontecem quando existe um desvio ao desenvolvimento.
Paradigma psicanalítico
Da pulsão à relação
Freu define pulsão como:
» Um conceito limite entre o psíquico e o somático
» Um lugar de articulação do corpo e da psiché
1. Freud e a sua criação…
» À descoberta do inconsciente
» Desenvolvimento de uma teoria ( psicossexual infantil )
Freud propõe um modelo onde os processos mentais teriam a sua génese no
inconsciente, dando importância maior aos aspetos pulsionais.
Os processos mentais são inconscientes e que em toda a vida mental “apenas
determinados atos e partes isoladas são conscientes”.
2. Pulsões sexuais:
- São necessidades sexuais no homem e nos animais movidos pela “libido” como a
pulsão de nutrição é movida pela “ fome”
- Desempenham-se por causa das doenças nervosas e mentais – papel extra
importante.
3. Metapsicologia de Freud
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Inês Pimenta
» Primeira tópica
» Segunda tópica
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Inês Pimenta
O SUPER EGO
- Código de conduta
- Estrutura externa
- Resíduo das primitivas escolhas objetais do id
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Inês Pimenta
A identificação
» É a “mais remota expressão de um laço emocional com outra pessoa”;
» Permite tomar a pessoas a quem se identifica como modelo;
» Pode surgir com qualquer nova perceção de uma qualidade comum partilhada
com alguma outra pessoa que não é objeto de instinto sexual.
O Superego aparece:
- Elemento internalizável na relação significativa com os objetos investidos na
relação primária
- A internalização do superego decorre na resolução do complexo de Édipo através
da assunção da conduta moral-SUBLIMAÇÃO (defesa mais evoluída do ser humano
– sentir prazer em coisas simples da vida)
sublimação: quando aprendem a verdadeira conduta.
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Inês Pimenta
4. As 3 teorias da Pulsão
Freud define pulsão como:
» Um conceito limite entre o psíquico e o somático;
» Um lugar de articulação do corpo e da psiché;
» Uma fonte somática que deve ser representada na psiché;
» Pulsões sexuais são necessidades sexuais no homem e nos animais movidas pela “libido”
como a pulsão de nutrição é movida pela “fome”.
É um processo dinâmico que se define através de 4 elementos principais:
1. A fonte (sexual ou agressivo)
2. O objeto
3. Uma carga energética (poussé-força) ou fator de motricidade ou impulso
4. Um fim
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Inês Pimenta
5. Teoria da Sexualidade
(Da pulsão à intersubjetividade)
Segundo Pinto a sexualidade infantil é sobretudo autoerótica e satisfaz-se no próprio
corpo, não se orientando para um objeto seja ele qual for.
A sexualidade infantil
» A sexualidade infantil manifesta-se parcialmente através das zonas erógenas:
- Fase oral
- Fase anal
- Fase fálica
- Latência
- Fase genital/instrumental
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Inês Pimenta
2. Dinâmica pulsão/objeto
Segundo Freud, a pulsão sexual está associada com a nutrição e satisfação
O ato de alimentar transforma-se de um ato de sobrevivência para um ato de
prazer, de encontro e significado.
A pulsão na sexualidade infantil é autoerótica, não se orienta para um objeto,
sendo orientada e mediada pela construção de uma relação com significado
orientada para os cuidadores
Satisfaz-se sobre o corpo próprio; Não se orienta para um objeto seja ele qual
for.
Freud diz que quando mais se fortalece a libido objetal (investimento no outro)
menos relevante é a libido do eu. A satisfação da libido passa pela dinâmica
relacional estabelecida entre a criança, os cuidadores e o mundo que a rodeia
orgãos produtores de libido: lábios, pele, mucosa anal, clitoris, boca, pénis,musculos
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Inês Pimenta
quando há um conflito maternal entre o bebé real e o bebé ideal pode haver
uma relação de não desejo – um olhar vazio maternal pode provocar danos ao bebé
» Fase estruturante no desenvolvimento sexual adulto; a mãe deve mostrar prazer ao
bebé com ternura, mas nunca abusando na sexualização pois o bebé pode ter uma
sobrecarga de excitações, podendo provocar traumas.
» O fim da pulsão sexual consiste no prazer autoerótico e desejo de incorporação.
O autoerotismo e a incorporação assumem um papel determinante no
desenvolvimentodo bebé pois é através deste processo que ele vai dando sentido ao
mundo e aos desconfortos, ou seja, é através deste processo que vai tornando mais
suportável os estímulos internos e externos que lhe perturbam os sentidos.
Abraham:
- Considera existirem 2 subrepostos na fase: a oral “incorporação” e o
sárdico “gosto de mordiscar”.
Pinto:
- Considera que é uma fase de fruição (atribuição positiva ou negativa ao vivido) e
significação (atribuição de sentidos dos objetos e do mundo interno).
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Inês Pimenta
Brun e Chouvier: Além do prazer na mucosa oral, interligado com o controlo e afirmação
de autonomia crescente da criança, consider que o fim da pulsão é dupla: o prazer
autocrótico e procura de controlo sobre o objeto.
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Inês Pimenta
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Freud e Abraham
- Primardia genital
- Interação das zonas
- Erógenas parciais
- Finalidade genital
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Do desejo de um
bebé à realidade:
Implica a
recapitulação
individual dos
progenitores
Desperta tensões
arcaicas na mãe e no
pai relativas ao bebé
desconhecido e ao
mundo fantasmático
de infância.
Significa uma
perda de infância
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Não existe diferenciação entre o soma e o psíquico, nem entre ego e id.
Também não há diferenciação entre os estímulos recebidos e o comportamento é
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O bebé começa a ter como objeto intermediário a face, onde a perceção por
contacto dá lugar à perceção à distância (visualiza ações e objetos). O sorriso é o
primeiro organizador e é caraterizado pela compreensão de estímulos
provenientes do exterior, que ajuda a interagir com a realidade.
Com o facto do bebé ver o outro como um objeto distindo de si, deixa-o
vulnerável, pois adquiriu uma capacidade de distinção e tudo o que é estranho aos
seus olhos, assusta-o deixando de sorrir indistintamente a qualquer figura humana
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Inês Pimenta
O bebê, que até então havia sorrido muitas vezes com evidente prazer quando
da aproximação de qualquer pessoa, subitamente passa a expressar graus
variados de desagrado à aproximação de uma pessoa que lhe é pouco familiar. A
conclusão é que o bebê tornou-se capaz de diferenciar as pessoas conhecidas das
estranhas
Aos 8 meses (+/-) o choro é de angústia propriamente dita (sem psiquismo não
há angústia – não existem traumas psiquicos ao nascer só podem haver traumas
fisiológicos.)
Não há espaço para a “mentira” (ou equívoco), pois a relação flui através da
vivência imediata apreendida no toque, no tom da voz... Não há espaço para a
mentira – a não ser que as palavras que acompanhem esta vivência mintam sobre
o sentimento em jogo.
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Inês Pimenta
FINALIDADE
1º Organizador
Assim, o primeiro dos organizadores da psique estrutura a percepção e
estabelece os rudimentos do ego.
Para que exista psiquismo é preciso que o vazio do bebé surja
2º Organizador
O segundo integra as relações de objeto com os impulsos e estabelece o ego
como uma estrutura psíquica organizada com uma variedade de sistemas,
mecanismos e funções.
Para o sujeito existir na sua individualidade é preciso que se distancie da
dependência da mãe
3ºOrganizador
O terceiro organizador e abre caminho para o desenvolvimento de relações
objetais segundo o padrão humano da comunicação semântica.
Para o sujeito existir na sua individualidade é preciso que se distancie da
dependência da mãe
Para o sujeito se identificar com o seu nome próprio
Isso torna possível tanto o surgimento do "eu" quanto o início de relações sociais
humanas!
ANEXO 1
Da simbiose à constância objetal – (MARGARETH MAHLER)
3 fases de desenvolvimento:
Fase autística normal
Fase simbiótica norma
Fase de separação individuação
o Diferenciação
o Afastamento
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Inês Pimenta
o Reaproximação
o Aquisição da constância objetal
Autismo normal
A atenção do bébe:
* Durante a fase de simbiose era em grande parte dirigida para dentro ou focado de um
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Sub-fases (4):
1º. Diferenciação
2º. Afastamento
3º. Reaproximação
4º. Constância objetal
• 1º Diferenciação (6/7meses)
“ Fase simbiota”
Por volta dos 6/7 meses
O bebé apresenta uma intensa “exploração manual, tátil e visual do rosto da
mãe, assim como das partes cobertas (vestidas) e descobertas do corpo desta (…)”
O bebé descobre fascinado, um broche, um par de óculos ou um pingente
usado pela mãe” que o leva a organizar e distinguir o familiar e o não-familiar.
Os bebés esboçam a libertação do colo
A partir dos 7/8meses:
Observa-se um padrão visual da confrontação com a mãe
Instala-se ansiedade relativa ao estranho (distingui familia de não familia)
• 3º Reaproximação à mãe
O andar permite:
Grandes progressos na afirmação da individualidade
Mostrar um caso de amor com o mundo
Alcança o primeiro nível de identidade, o de ser uma entidade individual
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A criança manifesta
Busca deliberada ou contacto intimo
Introdução linguagem simbólica
Dupla tarefa
Atingir uma individualidade definida
Obter um certo grau de constância do objeto emocional
A constância objetal é:
o último estágio no desenvolvimento de uma relação de objeto madura
o objeto de amor não será rejeitado (trocado por outro caso não possa
proporcionar satisfações).
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Inês Pimenta
O Paradigma Construtivista
(Aspetos essenciais do pensamento de Jean Piaget)
* Documentos analisados: José Pinto
Psicologia Genética
tem como propósito estudar o desenvolvimento mental, isto é, as «funções mentais
pelo seu método de formação e, portanto, pelo seu desenvolvimento na criança».
Estuda, como a Psicologia Geral, a génese e o desenvolvimento das funções. E para
além da inteligência, estuda também a perceção, a afetividade, a memória, a
representação, a emoção ou mesmo a moral.
Psicologia da criança
Propõe estudar o crescimento mental, ou seja, o desenvolvimento das condutas onde
se incluem os comportamentos e a consciência, como resultado final, considerando o
comportamento como algo completo em padrões ou esquemas apresentados e não como
um processo de construção gradual e progressivo.
Tem a sua origem no estudo pré-natal, na embriologia dos reflexos e da motricidade
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apresentada pelo feto, embora o seu estudo radique sobre o comportamento final
manifesto e não tenha em conta cada processo, a sua génese e a sua evolução.
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PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO
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O autor considera que, no início, é legítimo considerar não haver imitação, mas simples
reflexo e que a sua repetição pode conduzir efetivamente a uma imitação. No final, a
criança torna-se cada vez mais capaz de imitar e de, usando a representação, poder
aplicar essas aprendizagens a outros contextos num ato de clara inteligência.
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Inês Pimenta
2) a imitação esporádica;
os esquemas reflexos começam a dar lugar à assimilação de certos elementos
exteriores
o processo de imitação evolui nesta fase «como uma atividade assimiladora suscetível
de exercício ou de repetição e, por isso mesmo, de reconhecimento e de generalização
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6) a imitação diferida:
A imitação, a par da inteligência começa a interiorizar-se. No fim do período
sensóriomotor, a criança inicia a imitação diferida, que deixa de ser uma cópia percetiva.
O ato, desligado do contexto, torna-se significante, uma representação em pensamento.
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O desenvolvimento mental: não é mais que «uma construção contínua (…) cujas fases de gradual
ajustamento levariam a uma elasticidade e mobilidade tanto maiores quanto maior o seu equilíbrio. Consiste
essencialmente numa marcha para o equilibrio, é um verdadeiro processo de descentração e de flexibilização
funcional.
Por exemplo: Nos primeiros meses de vida existe «um universo sem objetos, formado por
quadros percetivos que aparecem e desaparecem por reabsorção, não sendo um objeto
procurado uma vez encoberto pro um resguardo (por exemplo, o bebé retira a mão
quando prestes a agarrá-lo se o objeto é tapado com um lenço). Quando a criança começa
a procura-lo em A, onde o objeto acaba de ser tapado, e se desloca para B (por exemplo, à
sua direita, enquanto A era à esquerda do sujeito), a criança, embora vendo o objeto ser
colocado em B, quando do seu novo desaparecimento, procura-o frequentemente em A,
ou seja, no sítio em que a ação resultou uma primeira vez e sem ligar as sucessivas
deslocações do objeto que todavia observou, seguindo-as com atenção» (Piaget, 1972,
p.26).
Por exemplo: É assim que, ao puxar os cordões que pendem da cobertura do seu berço, o
bebé descobre a oscilação de todos os brinquedos dele suspensos e ligará assim
casualmente a ação de puxar os cordões e o efeito geral desta oscilação. Ora ele vai
imediatamente servir-se desse esquema para agir à distância sobre o que quer que seja:
puxará o cordão para fazer continuar o balanceamento que observa a dois metros do
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Inês Pimenta
berço, para prolongar um assobio ouvido do fundo do quarto, etc. Esta espécie de
causalidade mágica ou “magico-fenomenista” manifesta bem o egocentrismo causal
primitivo».
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ANEXO 2
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Inês Pimenta
neonatais como o riso, o balbuciar, o choro para atrair potenciais cuidadores, estes
comportamentos são direcionados a qualquer pessoa por perto, uma vez que não
consegue distinguir adultos. Promovem proximidade, induzindo que outras pessoas se
aproximem e peguem nele. O riso de bebé provoca na mãe o riso, quanto mais a mãe dá
um feedback mais o bebé responde interagindo. O nível de resposta da mãe é
fundamental na qualidade da vinculação ao longo do desenvolvimento do bebé
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Inês Pimenta
Na fase de vinculação evidente (6 meses até 1 ano) o bebé é mais ativo na procura de
proximidade e contacto às suas figuras discriminadas do que anteriormente, muito devido
ao desenvolvimento da locomoção. Este novo comportamento, permite que o bebé use o
cuidador como uma “base segura” para explorar o ambiente que o rodeia.
Em linhas gerais, se o cuidador está presente, o sistema de vinculação do bebé está
relaxado e assim, está livre para explorar. Por outro lado, se o cuidador não está presente
ou não responde, o sistema de vinculação é ativado, e o Comportamento de Vinculação é
exibido. Estranhos começam a ser tratados com precaução, e são potenciais causas de
alarme e ansiedade.Para além da locomoção, o bebé mostra outros comportamentos que
são desenhados para manter a proximidade do cuidador , tais como o protesto causado
pela ausência da mãe, a saudação quando a mãe volta, o agarrar , entre outros.
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ANEXO 3
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Mary Main Solomon juntamente com o seu grupo, fez um estudo porque achavam que
no plano anterior muitas pessoas não tinham o mesmo tipo de respostas.
ANEXO 4
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3. Adolescência
A partir do 6ºano, a criança fica completamente focada no grupo de iguais (do mesmo
sexo). Este processo é baseado no comportamento dos pais e é considerado tranquilo.
Denomina-se de período de transações rígidas com movimentos rígidos.
O que é a adolescencia?
A adolescência é uma fase muito importante na vida do ser humano, pois é nesta que
se dão as maiores mudanças tanto a nível físico como intelectual. É nesta altura que existe
uma maior individualização do sujeito, devido a um desapego do adolescente para com as
figuras parentais.
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Este fenómeno acontece desde a infância e prolonga-se até à idade adulta ou seja a
partir do momento em que começa a produzir-se a maturidade sexual até que o indivíduo
alcança a condição social de adulto e independente.
Inico dos grupos, grupos estes que nesta fase não tem uma função especifica.
* À parte destas mudanças corporais, inicia-se os grupos, grupos estes que não
servem para nada, não têm funções específicas para além do “estar junto”. Os
rapazes tendem a fazer grupos homogéneos grandes, enquanto as raparigas fazem
grupos heterogéneos, sendo os rapazes mais velhos que elas. Mais tarde, quando
as raparigas entram nos grupos masculinos, tornam-nos mais dinâmicos.
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Identidade
Identidade é assim:
- Noção de singularidade como pessoa
- Noção de que é um ser único com identidade própria
- Consciência de que tem vários papéis a desempenhar
- Integração de diversas autoimagens numa imagem única
- Saber o que é e o que se quer da vida
- Noção de segurança e independência
- Capacidade de aprender
- Sexualidade integrada
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Inês Pimenta
O papel dos grupos e dos pais apresentam-se como suporte básico do desenvolvimento
adolescente. Estes envolvem-se nos seus grupos e procuram neles suporte para o seu
corpo com limites difusos e para os seus vividos de enlace.
Torna-se claro que a idade assume um papel fundamental na reorganização dos vividos
adolescentes. Um adolescente de 14 anos tem propósitos, desejos e anseios diferentes de
um com 18 anos.
De igual forma é importante a relação com a família e grupos pois quanto mais a
relação é frutuosa e tolerante mais os riscos desenvolvimentais decrescem e os fatores
facilitadores do desenvolvimento se tornam mais eficazes.
GRUPOS
Construção de Grupos
3ªfase:
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Inês Pimenta
ESTUDO (J.Pinto)
- Para conhecer melhor as vivências dos adolescentes e perceber como é que os grupos e
a família participam no processo de adolescente estudou-se a realidade grupal de
adolescentes entre os 12 e 18 anos.
Hipóteses:
1. A abertura ao grupo e o suporte do grupo de pares diminui com a idade;
2. Os adolescentes de 12-14 anos e de 15-16 anos apresentam mais comportamentos de
risco (aventura e risco, predominância narcísica, rejeição de regras) que os de 17-18 anos;
3. Os adolescentes de 12-14 anos e de 15-16 anos apresentam mais comportamentos de
proteção desenvolvimental (suporte do grupo familiar e relação do grupo familiar/grupo
de pares) que os de 17-18 anos.
Resultados:
Os resultados do teste ANOVA não indicam qualquer diferença entre a idade dos
adolescentes e a abertura ao grupo e o suporte do grupo de pares que se mantêm ao
longo do curso temporal em estudo, infirmando a nossa primeira hipótese. No entanto,
os resultados da hipótese 2 indicam que existe uma diferença significativa entre a
idade/aventura e risco.
O teste de Tukey indica-nos que os adolescentes iniciais (12-14 anos) e os adolescentes
intermédios (15-16 anos) apresentam significativamente mais comportamentos de
rejeição de regras que os adolescentes de 17-18 anos. Indica-nos também que os
adolescentes iniciais (12-14 anos) apresentam significativamente mais comportamentos
de suporte do grupo familiar que os adolescentes de 17-18 anos.
Não existe diferença significativa entre o grupo dos 15-16 anos e o de 17-18 anos
relativamente ao suporte do grupo familiar.
Conclusão
A aventura e risco e a rejeição de regras indicam-nos como a fase inicial e intermédia
adolescente contêm uma área de risco e rejeição, estas devem ser temperadas com
suporte e abertura familiar ao grupo de pares, nomeadamente na fase inicial da
adolescência.
O isolamento do adolescente nos seus grupos - longe do suporte familiar – pode revelar
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Inês Pimenta
Na perspetiva psicodinâmica os processos elaborativos das perdas e dos lutos face aos
processos de separação possibilitam uma elaboração crescente de individuação e de
identidade.Por outro lado, os processos de separação onde a mudança é sentida pode
fazer emergir dúvidas, receios e desamparos, tornando o jovem instável, angustiado e/ou
desamparado, com prejuízo para a construção da sua identidade social. Esta dificuldade
coloca o adolescente tardio face a uma angústia de separação.
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Resultados
Os resultados permitem-nos compreender que existem quatro grandes categorias:
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Inês Pimenta
Conclusão
A entrada no ensino superior implica, então, uma alteração do padrão de relação com o
grupo adolescente, instalando um período de exploração, de mudanças sociais e das
relações de proximidade e intimidade. Esta mudança testa a separação-individuação
adolescente.
Assim, os adolescentes com padrões mais inseguros de vinculação tecem um processo de
separação e luto mais tortuoso onde os níveis de sofrimento e de angústia parecem
tornar-se exacerbados, provocando danos, quer no processo de integração social quer no
modo como o jovem se redefine no seu Eu.
ANEXO 5
FAMÍLIA
Importância do jogo entre pais e crianças:
O jogo tem uma importância na infância e no processo adolescente pois pode
proporcionar uma ponte essencial entre pais e crianças, permitindo que cada um trabalhe
as suas ansiedades e reações apaixonadas de amor e ódio
No entanto, um adolescente privado de brincar na infância, ou alguém que se ressente
por ver cerceado o seu tempo de jogo pelas figuras parentais pode sentir-se invadido ou
controlado, criando confusão
O jogo assume-se, pois, como objeto intermediário para a simbolização e como alicerce da
relação com as figuras parentais que apela a uma mutualidade significante que possibilite
um entendimento crescente do que se passa no próprio e no outro. Esta tarefa permite-
nos perceber como o jogo se assume como guardião e transformador de sentidos.
ANEXO 6
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Inês Pimenta
Existem duas linhas de pensamento que nos conduzem aos conceitos de saúde e de
doença, a saber: a relação e a rutura do sentimento de continuidade do existir.
A doença tem uma raiz relacional que interage com a própria bioquímica de
forma mais ou menos duradoira e que apela a uma integração progressiva do
desencontro e a criação de novas significações que permitam a construção duma
identidade capaz de se autogovernar sem se consumir na destruição do outro em
si mesmo.
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Inês Pimenta
Velhice Sabedoria
(após os 65 anos)
Idade Adulta Cuidado
(35-65 anos)
Idade Adulta Jovem Amor
(18/20-35 anos)
Adolescência Fidelidade Se uma falhar as subsequentes são
(12-18/20 anos)
afetadas!
Idade Escolar Competência
(6-12 anos) Existe uma construção ao longo do
Idade de Brincar Propósito ciclo vital
(3-6 anos)
Infância Inicial Vontade
(18 meses-3anos)
Período de bebé Esperança
(0-18 meses)
ANEXO 7
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Inês Pimenta
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Teoria de Erikson:
Princípio epigenético
- Erikson defende que o desenvolvimento ocorre em estádios sequenciais e claramente
definidos. Cada um desses estádios deve ser satisfatoriamente resolvido para que ocorra
um desenvolvimento estável e sem problemas. De acordo com este principio caso não
ocorra a resolução eficaz de um determinado estádio, todos os estádios subsequentes
refletirão esta falha: desajusto físico, cognitivo, social ou emocional.
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O PAPEL DO JOGO
Erikson considera o jogo fundamental porque:
1. desenvolve o domínio sobre os objetos
2. facilita a dramatização dos elementos da cultura da criança
3. a ansiedade no jogo acontece quando a criança se identifica ao objeto danificado
2. A microesfera
-um abrigo para refletir o seu ego
- sempre que é irrefletido, desperta ansiedade que desagrega subitamente o jogo
- quando a microesfera a assusta ou decepciona, a criança pode regredir à autoesfera, à
fantasia, à sucção do polegar
3. A macroesfera
-o mundo passa a ser compartilhado com os outros, mais social e de convivência
- existência de regras no jogo, à semelhança de Piaget, aceitando o facto de perder
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James Marcia
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Levinson
As teorias da mudança
Levinson defende a vida adulta como a passagem por sucessivas estações que não
representam necessariamente uma progressão no desenvolvimento.
A vida adulta como passagem por sucessivas estações que não representam
necessariamente uma progressão no desenvolvimento.
A teoria das estações (conceito desta teoria é a estrutura da vida)
O autor fez um estudo com adultos de idades compreendidas entre os 35 anos e os 45
anos. Partiu de “entrevistas biográficas” a indivíduos do sexo masculino pertencentes a
diversos grupos profissionais. Os sujeitos foram entrevistados 5 a 10 vezes, num período
de 2 /3 meses.
Levinson conclui que…
O desenvolvimento se processa ao longo de 4 estações ou eras:
1. Preadulthood
-Faz-se a transição da adolescência para a vida adulta e o conceito chave é a separação –
externa (novos papeis, independência financeira) e interna (mais diferenciação do EU face
à figuras parentais).
2. Early adulthood
- Início da vida adulta
Composta por 3 fases:
2.1. Entrada no mundo adulto
- Exploração das possibilidades da vida
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Inês Pimenta
2.3. O estabelecimento
- Os indivíduos desenvolvem a segunda estrutura de vida, podendo fazer profundas
escolhas novas ou reafirmar antigas
- Duas tarefas a realizar: a consolidação de uma posição na sociedade o que pressupõe
uma ligação sólida à família e o desenvolvimento da estrutura resultante da prossecução
da primeira tarefa
3. Middle adulthood
- A vida adulta ou meia-idade
- É antecedida por um período de transição que pode conter uma crise moderada ou
profunda (altura dos divórcios, ruturas nas amizades, ...)
- A tarefa fundamental é o desenvolvimento de 1 nova etapa de individualização
Na entrada para a meia-idade desenvolve-se uma nova estrutura de vida que pode
manter grandes níveis de satisfação
A tarefa maior consiste em fazer escolhas fundamentais que podem levar a ruturas no
casal, com os amigos ou com o trabalho
Para os sujeitos que não conseguem estabelecer uma estrutura de vida adequada,
representa constrição ou declínio; para quem é bem-sucedido, pode representar a fase
mais criativa do ciclo de vida
4. Late adulthood
- A vida adulta tardia (adaptação ao declínio físico e à perda da juventude)
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ANEXO 8
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Inês Pimenta
Envelhecimento
*existe ganhos e perdas no percurso vivencial mas estudos posteriores indicam que os
idosos tendem a descartar os ganhos de forma mais acentuada do que as perdas
• O envelhecimento
Etimologicamente, a palavra envelhecimento provém do latim “veclus,
vetulusm” – velho; o sufixo “mento”, designa ação, logo, a ação de envelhecer
Fontaine considera o envelhecimento como «um processo diferencial de
degradação», ou seja.. «é um processo de deterioração endógena e irreversível
das capacidades funcionais do organismo (…) equivalente à fase final de um
programa de desenvolvimento e diferenciação
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✓ A IDADE E O ENVELHECIMENTO
Idade cronológica:
- Tempo decorrido desde o nascimento até ao presente (é a idade oficial do
individuo).
- A organização mundial de saúde convencionou que idoso é todo o individuo 65+
anos, independentemente do sexo e estado da saúde.
- A organização das nações unidas considera 60+/65+ consoante seja de país
subdesenvolvidos ou desenvolvido, respetivamente.
Idade biológica
- Relaciona-se com a conservação ou perda de capacidades do organismo humano
- Pode coincidir ou não com a idade cronológica
- Relaciona-se com o envelhecimento orgânico, o aspeto fisico , capacidade
intelectual e estado de saúde do individuo.
Idade sociológica
- Caraterizada pelos desempenhos dos papeis
- Regras sociais
- Estatuto individual * A retirada do mundo do trabalho implica também uma série de
- Papeis esperados perdas ou lutos relativos aos papeis profissionais. Certo dia um
- Estereótipos senhor que fora engenheiro na vida ativa teve um desabafo muito
clarificador: “ antes diziam. Lá vai o Sr. Engenheiro com o filho e
agora dizem lá vai o senhor Dr. com o pai”. A inversão dos papéis
no idoso tem nele um impacto muito grande e pode, como na
presente passagem, encerrar em si um processo de perda e luto
que obrigue a um reinvestimento diferenciado do idoso noutras
tarefas que o façam sentir uteis.*
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Idade psicológica
- Relaciona-se com o comportamento e a adpatação individual
- São as capacidades psiquicas (inteligencia, perceção, aprendizagem, memoria,
autoestima, nivel de autonomia e autoregulação do idoso)
Primário:
- Mudanças intrinsecas ao processo de envelhecimento que são de todo
irreversiveis”
Secundário
- “Refere-se às mudanças causadas pela doença que estão correlacionadas com a
idade mas podem ser revertidos ou prevenidos”
- Doença e envelhecimento confluem como processo
Terciário
- “Refere-se à mudanças que sucedem de forma precipitada na velhice”
3º Idade
- Potencial de manutenção de forma fisica
- Reservas cognitivas- emocionais
- Niveis elevados de bem estar
- Boa gestão de ganhos e perdas do envelhecimento
4º Idade
- Perdas de potencial cognitivo e de aprendizagem
- Aumento de sintomas e stress crónico
- Considerável prevalência de demências (50% aos 90 anos)
- Elevados niveis de fragilidade, disfuncionalidade e multimorbilidade.
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Genes do envelhecimento:
Moficam o ritmo individual do envelhecimento e a suscetibilidade por patologias tardias
Genes da longevidade:
Com uma associação positiva com o tempo devido cujo fenótipo:
- Diminuiu a incidência de doenças da idade
- Repara eficazmente o DNA
- Modela a resposta ao stress
- Regula a resposta inflamatória (idosos respondem quatro vezes mais com a inflamação
do que os mais jovens)
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A DERMOGRAFIA
- A população tem vindo a envelhecer. Europeus com mais de 65 anos passaram de 13.7%
para 17.4% de 1990 para 2011 e podem vir a ser mais de 30% da população europeia em
2060.
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Assim, Envelhecer com a família implica sempre um longo trabalho que envolve
como pressuposto a aceitação/confirmação das histórias pessoais de cada membro
e isto, por seu lado, apela a um funcionamento plástico das famílias, ao sarar das
feridas prévias e ao edificar dum contexto onde o envelhecer do mais adulto e da
família sejam uma nova oportunidade de partilha e crescimento mútuo. 78
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Isto leva a concluir que a presença de alguém junto do idoso é essencial para o seu bem
estar. De igual forma a redução dos fatores de risco necessita de um cuidados de longo
termo.
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4º ESTUDO (modo que os fatores relatados da idade afetam o bem estar na pop italiana)
139 adultos (20-99 anos) foram recrutados no norte de itália (contexto individualista) e
na Sardanha (contexto coletivista)
Seguiram-se os diferentes grupos:
- Jovens adultos ( 20/30 anos)
- Idosos (65/74 anos)
- Muito idosos (75+ anos)
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