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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

Departamento de Filosofia e Ciências Humanas


Bacharelado em Psicologia
Disciplina: Teoria Psicanalítica
Docente: Pedro Roberto Ivo das Neves
Discente: Yasmin da Silva Rosário

Resumo dos Conceitos Aprendidos na Disciplina

A partir das leituras dos capítulos disponibilizados, leituras externas e dos conteúdos
apresentados em aula, pude conhecer e compreender diversos conceitos cunhados pela psicanálise
e o processo de constituição da mesma. A seguir, estão todos os tópicos assimilados até então:

● Marcas traumáticas fazem o sujeito enxergar a realidade com outra perspectiva, ele
enxerga a partir do seu fantasma. Ademais, essas marcas quando ocorridas de forma
sequencial, podem possuir efeito acumulativo no indivíduo.;
● Não existe generalidade na psicanálise. O processo de cura é pela tomada do saber a
posição de si dentro um contexto maior, dentro do trauma, dentro de uma realidade;
● A psicanálise trabalha com as marcas da memória. Diante disso, o sujeito evita olhar
para as memórias desagradáveis, pois dói encarar que a realidade dele não é perfeita;
● O Recalque é o processo de manutenção do impulso reprimido no inconsciente. O
recalque não extingue o representante pulsional, ele apenas intervém na relação do
impulso para com a consciência. Raros pedidos de desculpa não são recalque, como por
exemplo pais que batem nos filhos, pedem desculpa, mas não param de bater;
● Eu tenho um corpo ou eu sou um corpo? Eu tenho um corpo e uso o corpo. Ou seja,
quem usa o corpo? O sujeito. Logo, eu sou um corpo, visto que o corpo e a mente são
um só, não existe corpo funcional sem a mente e não existe a mente sem o corpo;
● Qual é a diferença entre o Psicólogo, o Psiquiatra e o Psicanalista? O Psicólogo trabalha
sobre o pensamento, mediante a um fenômeno relato do seu interior ele traz uma resposta,
uma solução para o indivíduo. O Psiquiatra trabalha sobre um corpo doente, a partir de
um fenômeno relato de um sintoma ele consulta o DSM e vê qual remédio se associa a
isso. Já o Psicanalista, puxa as palavras de um relato para entender seus efeitos e
significados sobre o sujeito;
● Para a psicanálise, o sujeito traz a palavra do inconsciente e a palavra entra no corpo
quando existe uma transferência. A transferência é quando um indivíduo projeta
sentimentos, pensamentos e comportamentos associado a figuras do passado para pessoas
do convívio presente, como para o psicanalista no contexto da análise;
● Significante é o termo material do símbolo e o significado é o conceito atribuído ao
símbolo. Quando situações traumáticas da infância são analisadas, o que marca é a falta
de significado que se apresenta na criança, ou seja, os significantes sem significação são
traumáticos. Por isso, as palavras possuem mais poder sobre as crianças. Diante disso, o
psicanalista trabalha puxando o significado de diferentes significantes ao longo da
análise;
● As palavras tocam a consciência em diferentes pontos e intensidades;
● O inconsciente é a parte da mente que contém pensamentos, desejos e memórias
reprimidas ou esquecidas. Esses conteúdos podem influenciar o comportamento, tomada
de decisões e contextos de vida sem que a pessoa tenha consciência disso;
● A fantasia é a atribuição imaginária de um significado, por isso muitos sofrem no corpo e
no pensamento;
● A pulsão é uma energia que leva ao movimento, ela não é domesticada, apenas quer se
satisfazer. O desejo é a representação material da pulsão. O gozo é o processo do usufruto
do prazer de uma pulsão sanada com sucesso. Por fim, o amor é a relação do eu para com
o outro/objeto em busca de algo além da relação de puro prazer;
● A pulsão de vida é a tendência natural do corpo de se movimentar para a preservação e
manutenção do prazer. A pulsão de morte é a tendência natural do corpo de se
movimentar para a destruição, a pulsão de morte não tem representação;
● A pulsão de morte domina o sujeito quando ele para de procurar pela felicidade. Por
exemplo, o indivíduo só vê o lado negativo das coisas, acredita que o mundo está contra
ele, somente o outro é valioso… Ou seja, o sujeito goza desse estado de tristeza, de
queixas. A pulsão de morte impede o sujeito de viver qualquer tensão de vida, ela o
paralisa em um ciclo confortável e inerte;
● O real, no contexto da psicanálise, refere-se à dimensão da existência que não pode ser
totalmente compreendida ou simbolizada. É aquilo que escapa às representações mentais
e está além da linguagem e do simbólico. O real está associado a experiências de trauma,
angústia e situações que desafiam a compreensão. O real é o não sabido, é o incompleto;
● O imaginário é uma das três ordens simbólicas propostas por Jacques Lacan. Refere-se à
dimensão da fantasia, das imagens e das representações mentais. É o espaço onde se
desenvolvem as identificações primárias e a construção do eu;
● O simbólico é outra ordem simbólica proposta por Lacan. É a dimensão da linguagem,
das normas sociais e dos sistemas de significado compartilhados pela cultura. O
simbólico estrutura a experiência humana e possibilita a comunicação e a construção do
sentido;
● O Id é a parte primária do sujeito, é onde as pulsões se encontram. O Ego é desenvolvido
mediante as vivências e funciona como um mediador entre as pulsões (Id), a censura
(Superego) e o outro. Por fim, o superego é o juiz perante as tomadas de decisão
direcionadas pelo Id e pelo Ego;
● A perversão polimorfa explica a noção de satisfação sexual em objetos e
comportamentos para além dos considerados sexuais. Isso se apresenta na infância de
modo que a sexualidade infantil é amoral, ela se satisfaz com qualquer coisa, dado que a
criança não apresenta o Id, Ego e Superego constituído;
● O princípio do prazer é determinado pela busca e concretude do prazer, de forma
ilimitada, imediata e sem dor. Já o princípio da realidade, se refere ao adiamento ou
interrupção desse prazer, do sentimento de satisfação;
● Estágios do desenvolvimento psicossexual: Freud propôs que o desenvolvimento
humano passa por diferentes estágios, cada um associado à satisfação de pulsões em uma
área específica do corpo. Os estágios incluem oral, anal, fálico, latência e genital;
● Proposto por Freud, o complexo de Édipo é uma etapa do desenvolvimento infantil em
que a criança experimenta sentimentos amorosos e hostis em relação ao genitor do sexo
oposto, enquanto se identifica com o genitor do mesmo sexo;
● A ressignificação é um processo em que uma pessoa atribui um novo significado a
eventos passados, emoções ou experiências. Isso pode ajudar a reinterpretar eventos
traumáticos e promover a cura;
● A neurose é um termo que descreve uma condição mental caracterizada por angústia,
ansiedade e dificuldades de adaptação. Freud acreditava que as neuroses surgiam de
conflitos não resolvidos entre impulsos internos e demandas sociais;
● A perversão é um termo usado na psicanálise para descrever padrões de comportamento
sexual que envolvem desvios ou distorções dos impulsos sexuais considerados
socialmente aceitáveis. A psicanálise considera que as perversões estão enraizadas em
conflitos e fantasias inconscientes;
● A psicose é um estado mental caracterizado por uma perda significativa de contato com a
realidade. Indivíduos psicóticos podem experimentar alucinações, delírios,
desorganização do pensamento e comportamento incomum. A psicose pode estar
relacionada a um enfraquecimento ou ruptura dos mecanismos de defesa e estruturas
psíquicas;
● O luto é visto como um trabalho psíquico necessário para elaborar a perda, lidar com a
dor e reorganizar a vida emocional após a separação. É o processo de recomposição da
realidade, é a luta contra o desprazer para restaurar o prazer;
● A melancolia é uma forma particular de luto permanente, na qual a pessoa internaliza e
se identifica com o objeto perdido, resultando em uma autocensura e uma sensação de
vazio;
● Durante o processo de análise, o diagnóstico funciona como uma definição do real, é a
concretude do sintoma que o analisando traz. Por isso essa ideia é desconsiderada, de
modo a entender que o sintoma está no inconsciente, ele deixa de ser um sintoma
corpóreo e passa a ser um sintoma psicanalítico;
● O livro “Freud e o inconsciente” explora que Freud dispensou a hipnose, pois essa
metodologia gerava uma resistência no processo de análise. Contudo, no contexto
hodierno, vários psicanalistas adotam o uso da hipnose no processo terapêutico. De fato
existe ou não validade no uso da hipnose?

Referências Bibliográficas:

GARCIA-ROZA, L. A. Freud e o inconsciente. Zahar, 1987.

FREUD, S. As pulsões e seus destinos (Edição Bilingue). Obras Incompletas de Sigmund


Freud, 2013.

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