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Curso de Nivelamento de Língua Portuguesa 

Parabéns! A partir de agora você é um universitário! 

Você faz parte de um grupo selecionado de brasileiros: os que cursam o ensino superior!  

Realizar um curso superior vai lhe propiciar novas oportunidades profissionais!  

Mas, para que possa realizar o seu curso com mais tranquilidade, lhe oferecemos a oportunidade de
realizar o curso de nivelamento!  

O Curso de Nivelamento será ofertado na modalidade de Ensino que mais cresce no País, a
modalidade de Educação a Distância.   

Para você aluno, a principal vantagem de cursar um curso como esse, ofertado na modalidade


Web, é a maiorflexibilidade em administrar seu tempo, podendo conciliar suas atividades pessoais,
profissionais e acadêmicas.

 Bons estudos!  

O que é o curso de nivelamento?

Muitas vezes, passamos pela escola e não aprendemos do modo que queríamos ou deveríamos
conteúdos explorados em sala de aula, principalmente, os relacionados às áreas de língua
portuguesa.

Como o personagem da tira abaixo, alguns alunos, simplesmente, pensam que nunca serão capazes
de ler, escrever ou calcular direito.

Observe a tira abaixo: 


 

 Disponível em: http://acaointerdisciplinar.blogspot.com.br/2008/06/ol-turma-desculpe-demora-na- postagem.html.

Acesso em 07/08/2013. 

Assim, o aluno chega ao Ensino Superior, entretanto, pode trazer consigo algumas dificuldades que
não foram sanadas na sua vida escolar, como por exemplo, ao escrever uma palavra fica com dúvida
de que letra deve usar (x ou ch?; S ou z? u ou l?); ao ler um texto.  

 Por isso, para melhorar o seu desempenho no uso da língua portuguesa, vamos desenvolver

atividades que o ajudarão a ler e escrever melhor. 

  No nivelamento, você vai verificar o que já sabe em relação à utilização da língua portuguesa, e
também melhorar o seu desempenho nessas áreas, que como você já sabe, são essenciais para que
realize um excelente curso de graduação e esteja bem preparado para o mercado de trabalho.  

Como é o curso de nivelamento?  

No curso de nivelamento vai desenvolver atividades relacionadas ao uso efetivo da Língua


Portuguesa.

O curso de nivelamento tem uma fase inicial em que você vai verificar o que já sabe de português.  

 
Lembre-se: Você pode optar por realizar o curso de nivelamento nas duas áreas, português e
matemática, ou escolher apenas uma das duas áreas.  

O seu caminho pelo curso de Nivelamento está dividido em etapas, com a duração máxima de 40
dias. Cada etapa terá a duração de 01 semana (não deixe de acessar sua agenda! Nela constam
todas as datas para realização das atividades), caso você realize seu estudo em um número menor
de dias, deverá aguardar a próxima semana para avançar para as etapas seguintes!  

Na primeira semana, você deverá iniciar suas atividades realizando a leitura da apresentação do
Curso, realizando uma avaliação Diagnóstica que contém 10 questões objetivas (essa avaliação tem
como objetivo, verificar como estão seus conhecimentos) e já iniciar seus estudos na etapa 1.  

Cada Etapa é composta de Web Aula, que possuem videoaulas (com resoluções de exercícios) e
Fórum. Além disso, ao final de cada etapa, você deverá realizar avaliações virtuais, referentes aos
assuntos estudados.   

Em cada etapa, a avaliação virtual compõe-se de 05 (cinco) questões objetivas.  

Ao final das etapas (1, 2, 3 e 4) você deverá realizar a Avaliação Final, que será composta também
por 10 questões objetivas que corresponde a todos os conteúdos das etapas anteriores estudadas.

 Etapas das atividades de Língua Portuguesa:

  
Etapa inicial: Nesta etapa você vai verificar o que já sabe de português. Para isso, você realizará
um pequeno teste, com questões objetivas, relacionadas ao uso do português.   

- Etapa 1 – O emprego dos verbos – nesta etapa, você vai conhecer, de forma clara, como
utilizamos os verbos, bem como, algumas orientações na sua utilização.  

- Etapa 2 – Nesta etapa você vai observar questões relacionadas às ortografia, tonicidade da


sílaba, acentuação e ao uso da crase. Aspectos que causam muitas dificuldades quando vamos
produzir textos, tais como redações, trabalhos acadêmicos, participação em fóruns ou ainda nas
redes sociais, produção de currículo etc.  

- Etapa 3  – Pontuação e parágrafo – nesta etapa vamos observar, de modo simples e claro,
como e quando devemos usar os sinais de pontuação mais utilizados e também o uso do
parágrafo.   

- Etapa 4  – Estudo do texto – Aqui,  você compreenderá as regras para escrever um texto, bem
como o uso da coesão e da coerência; concordância e regência verbal e nominal. Desse modo, vai
desenvolver habilidades ideais para ler e escrever com competência.  

- Avaliações Finais

IMPORTANTE!

As avaliações virtuais nas etapas (1, 2, 3 e 4), durante a realização do curso não terão nota, pois o
objetivo é levar você, aluno, a apreender os conteúdos explorados.    

Após a finalização da Etapa 4, haverá uma avaliação final, contendo 10 questões objetivas de todo o
conteúdo estudado durante o curso para a aprovação e computo de nota. Portanto, estude!

Para a certificação, você, aluno, deverá realizar a Avaliação Final e será considerado o Aprovado o
aluno que obtiver a média igual ou superior a 7,0.   

Atenção! Caso você não obtenha a aprovação na Avaliação Final (média igual ou superior a 7,0),
você poderá realizar o curso novamente em outra oferta!   

 Agora que você já sabe como seu curso de nivelamento funciona, lhe desejamos um Excelente
curso!   
Mais uma dica: durante a realização, procure esclarecer as dúvidas que surgirem com o seu tutor
Eletrônico no fórum de discussão de cada Etapa.   

 ETAPA 1 – VERBOS: PALAVRAS QUE DIZEM MUITO 

 APRESENTAÇÃO DO CURSO 

 Apresentamos a você o Curso de Nivelamento em Língua Portuguesa. Pronto para mais este
desafio? 

O objetivo deste curso é aprimorar alguns conceitos sobre o uso das regras básicas da Língua
Portuguesa através de um estudo simplificado, e fixar o conteúdo através de atividades interativas.  

Pensando em facilitar a compreensão e o estudo da Língua Portuguesa, o curso foi dividido em


quatro etapas. Vamos conhecer cada uma delas para que você possa estar por dentro do que
aprenderá durante esse curso? 

A primeira etapa, intitulada “Verbos: palavras que dizem muito” inicia com o uso dos verbos em si,
explicando de forma clara e simplificada os seus principais usos e dicas de como utilizá-los de forma
prática. 

Ortografia, tonicidade da sílaba, acentuação e uso da crase é o assunto que será abordado na
segunda etapa. Você verá, de forma prática, como trabalhar com estes temas, que muitas vezes
causam dificuldades. 

Pontuação e parágrafo serão apresentados na terceira etapa. Algumas dicas importantes sobre estes
temas serão abordados de forma simplificada.  

O estudo do texto é o tema abordado na quarta etapa. Você conhecerá as regras para escrever bem
um texto. Coesão e coerência, concordância e regência são temas que serão discutidos e praticados
nesta etapa, para que você, acadêmico(a), possa praticar melhor a sua habilidade em desenvolver
textos.    

VERBOS: PALAVRAS QUE DIZEM MUITO. 

Caro (a)  leitor(a)! 

Estamos prestes a iniciar os estudos que abordarão o uso dos verbos. Você já se perguntou qual a
origem da palavra verbo?
 Verbo deriva do latim verbum, que tem origem indo-europeia werdHom. Possui a
mesma raiz wer (falar), do germânico wordam (palavra).

 Afinal, para que usamos o verbo? Verbo é toda palavra que exprime um processo que se passa no
tempo. Pode significar ação, estado, fenômeno da natureza. Muitas informações importantes estão
contidas no verbo, tais como tempo, modo, pessoa, voz e número, que estudaremos com detalhes
adiante. Também são classificadas como palavras que podem ser conjugadas.

 De acordo com Cunha (2001), o verbo é uma palavra variável que exprime o que se passa, isto é,
um acontecimento representado no tempo. O verbo, segundo Cunha, não tem uma função que lhe
seja privativa, pois também o substantivo e o adjetivo podem ser núcleos do predicado. Porém,
individualiza-se pela função obrigatória de predicado. Observe o exemplo: Paula convidouos
amigos. Também podem estabelecer ligação entre um nome e uma característica, como emAna está
feliz. 

 Agora que já sabemos qual a função dos verbos, vamos conhecer um pouco mais sobre eles.  

Para descontrair...  

Na aula de português, a professora pergunta para Joãozinho:


- Joãozinho, qual é o futuro do verbo roubar? 

Ele, sem pestanejar, responde: 

- Ir preso, professora. 

A professora mandou Joãozinho recitar uma poesia. Ele, todo cheio de compostura, começou a
declamar: 

- Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam.  

A professora, intrigada, pede ao Joãozinho:  

- Joãozinho, mas o que há de poético nestes verbos?  

Joãozinho, com muita convicção, responde: 


- Professora, isso pode não ser poético, mas é bastante profundo.  

 FONTE: Adaptado de: . Acesso em: 18 jan. 2011.  

Conjugações verbais

Conjugar um verbo significa dizê-lo em todos os seus modos, pessoas, tempos, vozes e números.
Quando agrupamos todas essas flexões, de acordo com uma ordem, temos uma conjugação. Os
verbos da Língua Portuguesa são classificados em três diferentes grupos, caracterizados pela vogal
temática. 

NOTA   

Vogal temática é a parte que indica a conjugação à qual os verbos pertencem. É formada pela vogal
que vem depois do radical. EX: Cant - a - r. (a - vogal temática); Sofr - e - r (e - vogal temática);
Part - i - r (i - vogal temática).  

 Veja quais são os três grupos de conjugações da Língua Portuguesa:  

1ª conjugação Verbos terminados em AR EX: cantar, sonhar, falar.


2ª conjugação Verbos terminados em ER EX: comer, sofrer, mexer.
3ª conjugação Verbos terminados em IR EX: partir, sentir, emitir.

 E os verbos terminados em OR, como em compor, supor, dispor? Por que foram classificados na

segunda conjugação, terminados em ER? Vamos à explicação: esses verbos, por terem origem no
antigo verbo poer, são encaixados na segunda conjugação.  

 Muito bem. Agora que já conhecemos as conjugações verbais, vamos praticar?  

Classifique os verbos abaixo em 1ª, 2ª ou 3ª conjugação:

a.    Explicar: ____________________ d. Rever:________________________  

b.    Dividir: ______________________ e. Bater: ________________________  

c.    Mentir: ______________________ f. Caprichar: _______________________  


(Gabarito: a - 1ª, b – 3ª, c – 3ª, d – 2ª, e – 2ª, f – 1ª)  

  

Vamos seguir em frente, pois ainda há muito o que aprender.

Flexão verbal

O verbo é uma palavra variável, ou seja, ele se flexiona em número: singular e plural, pessoa: 1ª, 2ª
e 3ª; modo: indicativo, subjuntivo e imperativo; tempo: presente, passado e futuro; e voz: ativa,
passiva e reflexiva. Quanto a estas flexões, estudaremos uma a uma de forma detalhada para
facilitar a sua compreensão.  

  Mas afinal, o que é flexionar um verbo? Flexionar quer dizer adaptar o verbo ao número, ao modo,
ao tempo e à voz, fazendo com que ele concorde com o pronome anterior a ele.  

  Vejamos:

Número e pessoa: a flexão de número é quando a forma indica se o verbo está no singular ou no
plural. Singular quando se refere a apenas uma pessoa (eu ando, tu andas, ele anda). Plural quando
se refere a mais de uma pessoa (nós andamos, vós andais, eles andam).

Assim, os verbos se flexionam em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª).  

 Veja a tabela:  

Número Pessoa Pronome que o representa Exemplo


utilizando o
verbo
cantar
1ª Eu Eu canto.

Singular 2ª Tu Tu cantas.

3ª Ele/Ela Ele canta.


1ª Nós Nós
cantamos.
Plural 2ª Vós
Vós cantais.
3ª Eles/Elas
Eles cantam.

  

Agora que já estudamos o número e a pessoa dos verbos, vamos conhecer o modo e o tempo verbal.
  

- Modo verbal: é a flexão que nos mostra qual é a intenção do falante ao expor suas ideias. Através desta
flexão, podemos perceber se o que é expresso por ele indica uma dúvida ou possibilidade, uma certeza ou uma
ordem. Os verbos são classificados em três modos: Veja abaixo: 

a. Modo indicativo: indica um fato que ocorre, ocorreu ou ocorrerá com certeza. Um fato real. Por exemplo:Carlos
partiu ontem. Nesta oração, temos certeza de que Carlos realmente partiu. O fato está concretizado.

b. Modo subjuntivo: indica um fato hipotético, ou seja, não é certo que acontecerá. Pode exprimir dúvida,
probabilidade ou suposição. Por exemplo: Quem sabe eu vá ao baile se não chover. Nesta oração, não se sabe ao
certo se a ação ocorrerá. O fato não está concretizado.  

c. Modo imperativo: indica ordem, pedido, súplica, sugestão, convite. Observando o exemplo Feche a porta, por
favor, percebemos que a oração exprime uma ordem ao seu receptor. 

  

- Tempo verbal: o estudo do tempo verbal é um pouco mais complexo do que os demais, mas muito
interessante, pois, a partir da observação deste, podemos saber quando a ação ou o fato foram realizados. Desta
forma, observe a tabela a seguir e perceba que o tempo verbal divide-se em três grandes grupos: presente,
pretérito (que é o mesmo que passado) e futuro. O passado, por sua vez, subdivide-se em pretérito perfeito,
pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito e o futuro subdivide-se em futuro do presente e futuro do pretérito.  

Tempo verbal Conceito Tempo verbal Conceito Exemplo


Indica ações ou
fatos que
ocorrem no
momento no
momento em
que o emissor
Presente Ele dança.
fala.

Indica fatos que


foram observados
após terem sido
completamente
Pretérito Ele dançou.
terminados.
perfeito

Indica ações ou Indica fatos que


fatos que já foram observados
aconteceram. antes de terem
Divide-se em: sido terminados.
Pretérito Ele dançava.
imperfeito
Pretérito

Indica fatos que já


foram terminados,
mas que
aconteceram antes
de outro fato que
também já foi
Pretérito mais-
terminado.
que-perfeito
Ele dançara.
Indica ações ou Indica fatos que
fatos que irão acontecerão depois
acontecer. do momento em
Divide-se em: que se fala.
Futuro Futuro do Ele dançará.
presente
Indica um fato
futuro, mas que se
Futuro do relaciona a um fato
pretérito já ocorrido.
Ele dançaria.

  

  Distinções entre o pretérito perfeito e imperfeito  

 Para compreender melhor o uso dos pretéritos, convém saber algumas distinções entre eles. Veja:

• O pretérito imperfeito exprime fatos que acontecem habitualmente (Quando eu o encontrava,


conversava com ele). Já o pretérito perfeito exprime fatos que não acontecem habitualmente
(Quando eu o encontrei, conversei com ele).  
• O pretérito imperfeito exprime uma ação duradoura, sem limite de tempo. (A garota dançava
durante o show). Já o pretérito perfeito indica uma ação que aconteceu num determinado momento,
limitando-o no tempo. (A garota dançou durante o show). 

Observações: A forma sintética do pretérito mais-que-perfeito, ou seja, esta que estamos


acostumados a ver conjugado, está sendo cada vez menos utilizada nos textos escritos e
praticamente extinta da língua falada. Na língua portuguesa predomina o uso da forma analítica ou
composta, ou seja, usamos o verbo TER ou HAVER + o verbo no particípio, que estudaremos mais
adiante. Vale salientar que uma forma não é mais importante que a outra. Cada uma é utilizada de
acordo com o tipo de texto que se está escrevendo. Para compreender melhor, observe os
exemplos: 

Forma sintética: O médico internara o paciente às pressas.

Forma analítica ou composta: O médico tinha internado o paciente às pressas.   

Forma sintética: Quando você me acordou, o ônibus já passara.

Forma analítica ou composta: Quando você me acordou, o ônibus já tinha passado. 

Agora, vamos adiante. Para descontrair, vamos exercitar o que aprendemos até agora? Classifique o
verbo destacado nas sentenças a seguir em modo, tempo, pessoa e número, conforme o exemplo
dado: 

EXEMPLO: A menina caiu do cavalo.   

Resposta: Modo: indicativo; tempo pretérito perfeito; pessoa e número: terceira pessoa do
singular.  

   

 
a.    Eu viajaria se tivesse dinheiro. 

Resposta: _____________________________________________________  

 
b.    Carla estudara muito para a prova. 

Resposta: _____________________________________________________  
c.    As coisas acontecerão dentro do tempo proposto. 

Resposta: _____________________________________________________  

  (Gabarito: a. modo: indicativo; tempo: futuro do pretérito; pessoa e número: primeira pessoa do
singular. / b. modo: indicativo; tempo: pretérito mais-queperfeito; pessoa e número: terceira pessoa
do singular. / c. modo: indicativo; tempo: futuro do presente; pessoa e número: terceira pessoa do
plural.)

 Vozes verbais: as vozes verbais indicam se o sujeito da oração pratica, recebe, ou pratica e recebe
a ação que é expressa pelo verbo. As vozes verbais classificam-se em ativa, passiva e reflexiva.
Vejamos alguns exemplos:   

Voz ativa: ocorre quando o sujeito é quem pratica a ação, ou seja, é ele que faz a ação expressa
pelo verbo. Vamos analisar o seguinte exemplo:    

O público aplaudiu a cantora.   

O público: sujeito que pratica a ação.   

Aplaudiu: ação praticada pelo sujeito.   

A cantora: recebe a ação.   

    

Voz passiva: ocorre quando o sujeito é quem recebe a ação praticada. A pessoa que pratica a ação,
nestes casos, é o agente da passiva. A voz passiva é dividida em: voz passiva analítica e voz passiva
sintética. Vamos aos exemplos:   

   

- Voz passiva analítica: apresenta em sua estrutura um verbo auxiliar mais o verbo indicador da ação
no particípio.   

A cantora foi aplaudida pelo público.   

A cantora: sujeito paciente, ou seja, ele recebe a ação.   

Foi: verbo auxiliar.   

Aplaudida: verbo principal (ação) no particípio.   


Pelo público: agente da passiva, ou seja, aquele que pratica a ação.   

  

- Voz passiva sintética: apresenta em sua estrutura o verbo que indica a ação que foi praticada mais
o pronome apassivador se.

Compram-se carros usados.   

Compram: verbo que indica a ação.   

Se: pronome apassivador.   

Carros usados: sujeito paciente, ou seja, aquele que recebe a ação.   

    

Voz reflexiva: acontece quando o sujeito da oração pratica e recebe ao mesmo tempo a ação
expressa pelo verbo. Observe o exemplo:    

A atriz machucou-se durante o espetáculo.   

A atriz: Sujeito que pratica e recebe a ação.   

Machucou-se: ação expressa pelo verbo.

Podemos transformar a voz ativa em voz passiva analítica. Essa transformação não alterará o
significado da frase, mas algumas mudanças estruturais serão necessárias. Observe:  

 A mulher fez um bolo    >    Um bolo foi feito pela mulher.    

 Voz ativa                      Voz passiva analítica   

 No exemplo, “a mulher”, que é o sujeito que pratica a ação, passa a ser, no exemplo II, o agente da
passiva, ou seja, ele pratica a ação sobre o sujeito, que, no caso, é “o bolo”.

 - Formas nominais: os verbos, além de todas estas flexões que já foram estudadas,
podem ser ainda apresentados de três modos: infinitivo, gerúndio e particípio. Vamos
aprender um pouco mais? Vejamos cada um deles:

- Infinitivo: exprime a própria ação verbal, porém sem nenhuma localização de tempo. É marcado
pela terminação - r. Observe o exemplo: Estudar é preciso. Esta forma nominal indica a ação:
estudar. O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal, como veremos mais adiante. Caso apresente um
sujeito, será pessoal, caso não apresente, ou seja, não se refira a ninguém, será impessoal. Veja
mais alguns exemplos:

  

É proibido fumar neste local.  

Comer muita doçura faz mal à saúde.  

  - Gerúndio: exprime um fato que ainda está em desenvolvimento, ou seja, que ainda não chegou
ao fim. É marcado pela terminação - ndo. O exemplo “Carlos está viajando” mostra que a ação ainda
está em andamento. Veja alguns exemplos:   

  

Ele está estudando.  

Mariana ficou na escola treinando para a apresentação.  

 - Particípio: ao contrário do gerúndio, indica um fato já terminado. O verbo é usado, em


geral, com as terminações -ado e -ido. No exemplo “Marcos foi multado”, a ação já foi concluída.
Exemplos:    

 O carro está estragado.  

A casa foi vendida.  

Agora que terminamos uma fase importante dos nossos estudos sobre verbos, que foram as flexões
verbais, vamos entrar em uma nova etapa, que é o estudo da CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS. Mas
por que classificar os verbos?   

A conjugação dos verbos segue um determinado padrão, um paradigma. No caso dos verbos
regulares, dependendo da sua terminação, ele terá uma forma a ser conjugada. Também há casos
em que este paradigma não é seguido, que é o que chamamos de verbo irregular. Há verbos que são
utilizados em apenas algumas pessoas, tempos ou modos. O motivo pelo qual isto acontece é
bastante variável, sendo que, em muitos dos casos, a própria ideia que o verbo quer transmitir não
se aplica a todas as pessoas. E há também os verbos que possuem duas formas equivalentes, para
tanto, precisamos conhecê-las para saber onde aplicá-las.   

Então, agora que já sabemos o porquê de precisarmos classificá-los, vamos conhecer estas
classificações?  

   
 Verbo regular: classificamos como verbos regulares aqueles que são conjugados sem que sejam
feitas alterações em seu radical. Utilizaremos, como exemplo, o verbo sofrer. Este verbo é formado
pelo radical sofr-, e, quando o conjugamos, ele permanece. Observe: Eu sofro com esta situação.  

NOTA   

Mas afinal, o que é um radical? Radical é o elemento irredutível da palavra, ou seja, a parte mínima.
É a parte invariável do vocábulo. Todos os sufixos e prefixos adicionados ao radical geram novas
palavras.  

   Confira o exemplo: 

Pedr – a  

Pedr – eira  

Pedr – aria  

Pedr – egulho  

 Neste caso, PEDR é o radical da palavra. Lembrando: sufixos e prefixos são elementos afixados
(colocados) no final e início, respectivamente, do radical.  

   Agora que já sabemos o que é um radical, vamos adiante.  

  

 Verbo irregular: classificamos como verbos irregulares aqueles que, quando conjugados, têm seu
radical modificado. Para este exemplo, utilizaremos o verbo pedir. Este verbo é formado pelo
radical ped-, e quando o conjugamos, o radical é modificado. Observe: Eu peço um presente de
natal.  

  

 Verbo anômalo: classificamos como verbos anômalos aqueles que, quando conjugados, apresentam
no seu radical mudanças mais evidentes e profundas do que os verbos irregulares. Podemos citar
como exemplos de verbos anômalos os verbos ser e ir. Observe: sou, és, é, somos, sois, são. Vou
vais, vai, vamos, ides, vão.  

 Verbo defectivo: classificamos como verbos defectivos aqueles que não possuem todas as suas
formas. Por exemplo, o verbo abolir. Não podemos dizer “eu abolo”, mas usamos a expressão “eu
vou abolir” ou “eu estou abolindo”. Da mesma forma “eu coloro”. Quando precisamos nos expressar
utilizando este verbo, utilizamos a expressão “eu vou colorir” ou “eu estou colorindo”.   
Verbo abundante: classificamos como abundantes aqueles verbos que possuem duas formas
aceitáveis de particípio, uma regular e uma irregular. Segundo Cunha (2001), a forma regular
emprega-se na constituição dos tempos 

VERBO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR

Aceitar O pai tinha aceitado a proposta. O membro foi aceito no grupo.


Acender O menino tinha acendido a fogueira. O fósforo foi aceso.

Eleger O povo tinha elegido o deputado. O deputado foi eleito ontem.


Entregar O carteiro havia entregado a carta. O presente foi entregue a ela.

Enxugar A mulher havia enxugado o chão. O rosto foi enxuto.


Expulsar Ele havia expulsado o aluno. Ele foi expulso do clube.

Imprimir A secretária tinha imprimido o pedido. O documento foi impresso.


Limpar A funcionária tinha limpado o local. O local foi limpo.

Morrer Ela havia morrido há tempo. Ela foi morta há tempo.


Suspender O prefeito tinha suspendido a reunião. O congresso foi suspenso.

Fonte: adaptado de FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar gramática. São Paulo: FTD, 2008.

  

  

 Verbo principal: O verbo principal da frase mantém seu sentido, sem modificá-lo. Observe o
exemplo: 

O rato correu para baixo do balcão.   

Correu: verbo principal.  

 Verbo auxiliar: O verbo auxiliar sempre acompanha o verbo principal, que é, nestes casos,
apresentado em uma de suas formas nominais (particípio, gerúndio ou infinitivo), que já estudamos
antes, você lembra? Assim, eles constituem os tempos compostos e as locuções verbais. Os tempos
compostos podem ser constituídos da seguinte forma:  

  

a. Verbo auxiliar ter ou haver + verbo principal no particípio.  

Ex: Os meninos haviam terminado a tarefa.  

Haviam: verbo auxiliar.  

Terminado: verbo principal no seu particípio.  


  

b. Verbo auxiliar ter ou haver + verbo auxiliar ser + verbo principal no particípio.  

Ex: O carro havia sido comprado na concessionária.  

Havia e sido: verbos auxiliares.  

Comprado: verbo principal no seu particípio.  

   

Já as locuções verbais podem ser formadas por verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou particípio do
verbo principal.   

   

Ex: As pessoas estavam voltando da missa.   

Estavam: verbo auxiliar.  

Voltando: verbo principal no seu gerúndio. 

Infinitivo impessoal 

Considera-se que o verbo está no infinitivo impessoal quando ele não se refere a nenhuma pessoa,
ou seja, apresenta sentido genérico. Podemos utilizar como exemplo a seguinte frase: “Viver é uma
aventura.” Nela, o verbo viver não se refere a nenhuma pessoa. Diferente por exemplo, da frase
“Ele vive uma aventura.” Nesta, o verbo viver se refere ao pronome ele.  

- Principais usos do infinitivo impessoal:   

a. Quando, na frase, o verbo estiver no imperativo. Ex: Crianças, deitar agora. 

 b. Quando o verbo não se refere a um sujeito determinado, e este apresentar uma ideia vaga. Ex:
Proibido estacionar.  

 c. Quando o verbo é usado em locuções verbais. Ex: Vamos estudar bastante. 

d. Quando o verbo tiver, antes dele, uma preposição e complementar um adjetivo, verbo ou
substantivo da oração que vier antes dele. Ex: Você não tem o direito de falar assim comigo. 
 e. Quando o sujeito do verbo que está no infinitivo é o mesmo do verbo que está na oração anterior.
Ex: O acusado foi condenado a pagar pena de três anos. 

f. Quando acompanhar os verbos causativos (que exprimem causa) deixar, mandar e fazer e seus
sinônimos, e estes não formarem locução verbal com o infinitivo que os segue. Ex: Mande-o fazer o
serviço direito./ Faça-o estudar mais./ Deixe-o ir embora. 

 g. Quando acompanhar os verbos sensitivos: sentir, ver, ouvir e seus sinônimos, também não se
deve flexionar o verbo. Ex: Ouvi-os sussurrar sobre o que aconteceu ontem./ Vi-
os chegar atrasados./ Senti-as respirar perto de mim.  

Que tal praticarmos um pouco? Agora que você já sabe o que é o infinitivo impessoal, veja o vídeo a
seguir, acompanhado da letra e destaque todos os verbos que aparecerem no infinitivo impessoal.
Vamos lá? 

O vídeo está disponível em: 

<http://www.youtube.com/watch?v=LbfXvvc3oe0&feature=related>. 

Acompanhe a letra: 

 Errar é útil 

Sofrer é chato 

Chorar é triste 

Sorrir é rápido 

Não ver é fácil 

Trair é tátil 

Olhar é móvel 

Falar é mágico 

Calar é tático 

Desfazer é árduo 

Esperar é sábio 
Refazer é ótimo 

Amar é profundo 

E nele sempre cabem de vez 

Todos os verbos do mundo 

Abraçar é quente 

Beijar é chama 

Pensar é ser humano 

Fantasiar também 

Nascer é dar partida 

Viver é ser alguém 

Saudade é despedida 

Morrer um dia vem 

Mas amar é profundo 

E nele sempre cabem de vez 

Todos os verbos do mundo. 

Infinitivo pessoal

O verbo no infinitivo pessoal é o contrário do infinitivo impessoal, ou seja, quando ele se refere a
uma pessoa dentro da oração. Portanto, ele deve ser flexionado. Observe o exemplo:
Mariana estudou para a prova.  

- Principais usos do infinitivo pessoal:   

a. Quando o sujeito estiver explícito na oração. Ex: Se tu não perceberes isto../


Convém vocês irem primeiro.
 b. Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal. Ex: O hotel preparou tudo para os

turistas ficarem à vontade./ O guarda fez sinal para os motoristas pararem.  

 c. Para tornar o sujeito indeterminado. Ex: Faço isso para não me acharem inútil.  

  d. Quando o verbo expressar uma ação recíproca. Ex: Vi os alunos abraçarem-se alegremente./


Mandei as meninasolharem-se no espelho.  

FONTE: SÓ PORTUGUÊS. Infinitivo pessoal. Adaptado de:

<http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf69.php>. Acesso em: 19 jan.2011.  

Tempos primitivos e derivados

Na língua portuguesa, os tempos verbais são divididos em primitivos e derivados. Dos tempos
considerados primitivos, que são o presente do indicativo, o pretérito perfeito do indicativoe
o infinitivo impessoal, derivam todos os demais tempos verbais existentes na língua portuguesa.
Estudaremos as derivações dos verbos individualmente. Vejamos:     

  

- Tempos derivados do presente 

  

a. Presente do subjuntivo:  

O presente do subjuntivo expressa ações incertas, hipotéticas ou desejadas no presente. Ex.:


Espero que eletrabalhe. 
 

  

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


Sonhe Venda Sinta

Sonhes Vendas Sintas

Presente do Sonhe Venda Sinta


subjuntivo
Sonhemos Vendamos Sintamos

Sonheis Vendais Sintais

Sonhem Vendam Sintam


  

b. Pretérito imperfeito do indicativo:  

Designa um fato passado, porém não concluído. É utilizado principalmente quando nos
transportamos ao passado e descrevemos o que, na época, era presente (ex.: Em 1993 eu
fumava); para indicar algo que estava acontecendo e sobreveio outra (ex.: Gritava muito, e as
crianças acordaram); para expressar uma ação que se repetia (ex.: Ela cantava e os outros
ouviam). Há também outros usos do pretérito imperfeito, mas estes são os principais.  
  

  

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


Sonhava Vendia Sentia

Sonhavas Vendias Sentias

Pretérito imperfeito do Sonhava Vendia Sentia


indicativo
Sonhávamos Vendíamos Sentíamos

Sonháveis Vendíeis Sentíeis

Sonhavam Vendiam Sentiam

  

c. Imperativo:  

O imperativo, no português, pode ser afirmativo ou negativo. Ele é usado para os seguintes
casos: dar uma ordem (ex.: Cala-te agora!); dar um conselho (ex.: Não olhe para trás, siga
adiante); fazer um convite (ex.: Venha à minha festa de aniversário); fazer uma súplica (ex.:
Não me abandone!). Observe: 

  

Presente do indicativo Presente do subjuntivo Imperativo afirmativo

Sonho Sonhe

Sonha s Sonhes Sonha (tu)


Sonha Sonhe Sonhe (você)

Sonhamos Sonhemos Sonhemos (nós)

Sonhai s Sonheis Sonhai (vós)

Sonham Sonhem Sonhem (eles)

- Tempos derivados do pretérito perfeito

  

a. Pretérito imperfeito do subjuntivo:  

O pretérito imperfeito do subjuntivo indica: 

  I - uma hipótese ou uma condição numa ação passada, mas posterior e dependente de outra ação
passada. 

 • “Talvez a lágrima subisse do coração à pupila…” (Coelho Neto, Sertão) 

 • “Como fizesse bom tempo, as senhoras combinaram em tomar o café na chácara.” (Aluísio


Azevedo, Casa de Pensão) 

• “Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje vencido, como se estivesse para
morrer.” (Fernando Pessoa, Tabacaria - Álvaro de Campos)  

   II - uma condição contrafactual, ou seja, que não se verifica na realidade, que teria uma certa
consequência; pode se referir ao passado, ao presente ou ao futuro.  

 • Se ele estivesse aqui ontem, poderia ter ajudado.  

• Se ele estivesse aqui agora, poderia ajudar.  

• Se ele viesse amanhã, poderia ajudar. 

 
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Modo_e_tempo_verbal>. Acesso em: 20 jan. 2011.  

  

Pretérito Imperfeito do subjuntivo

Sonha - sse

Sonha - sses

Sonha - sse

Sonhá - ssemos

Sonhá - sseis

Sonha - ssem

  

b. Futuro do subjuntivo:  

Emprega-se o futuro do subjuntivo para assinalar uma possibilidade a ser concluída em relação a um
fato no futuro, uma ação vindoura, mas condicional a outra ação também futura.  

 • Quando eu voltar, saberei o que fazer.  

• Quando os sinos badalarem nove horas, voltarei para casa.  

  Também pode indicar uma condição incerta, presente ou futura.  

• Se ele estiver lá amanhã, certamente ela também estará.  

FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Modo_e_tempo_verbal>. Acesso em: 20 jan. 2011.  

  
Futuro do subjuntivo
Sonha - r

Sonha - res

Sonha - r

Sonha - rmos

Sonha - rdes

Sonha - rem

  

c. Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: 

Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito para assinalar um fato passado em relação a outro


também no passado (o passado do passado, algo que aconteceu antes de outro fato também
passado). O pretérito mais-que-perfeito aparece nas formas ‘simples’ e ‘composta’, sendo que a
primeira costuma aparecer em discursos mais formais e a segunda, na fala coloquial.  
 
 Exemplos de usos do pretérito mais-que-perfeito simples: 
 

• Ele comprou o apartamento com o dinheiro do carro que vendera. 

 • “Levava comigo um retrato de Maria Cora; alcançara-o dela mesma… com uma pequena
dedicatória cerimoniosa.” (Machado de Assis, Relíquias de Casa)  

• Morava... no arraial de São Gonçalo da Ponte, cuja ponte o rio levara, deixando dela somente os
pilares de alvenaria.” (Gustavo Barroso, O Sertão e  

o Mundo) 

 • Te dou meu coração, quisera dar o mundo. 

Exemplos de usos do pretérito mais-que-perfeito composto: 

• Quando eu cheguei, ela já tinha saído. 


 • Tinha chovido muito naquela noite. 

  FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Modo_e_tempo_verbal>. Acesso em: 20 jan. 2011. 

Pretérito mais 
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Sonha - ra

Sonha - ras

Sonha - ra

Sonhá - ramos

Sonhá - reis

Sonha - ram

- Tempos derivados do infinitivo impessoal 

  

a. Futuro do presente do indicativo:  

O futuro emprega-se para indicar algo certo, que acontecerá após o momento da fala (ex.: O
baile começará às 22 horas); para exprimir uma dúvida com relação a fatos atuais (ex.: Não sei
onde será a festa); para expressar um desejo ou uma ordem (ex.: Respeitarás teus
professores). 

  

Futuro do presente do indicativo


Sonhar - ei

Sonhar - ás

Sonhar - á

Sonhar - emos

Sonhar - eis

Sonhar - ão

  

Futuro do pretérito do indicativo: usamos para indicar ações posteriores à época que falamos (ex.:
Após terminar a reforma, a casa se transformaria em um lar); para expressar dúvidas sobre fatos no
passado (ex.: Seria aquele o bandido que assaltou a loja?); usamos também em frases
interrogativas, para demonstrar indignação (ex.: O casal separou-se. Quem diria?). Veja a tabela:  

  

Futuro do pretérito do indicativo

Sonhar - ia

Sonhar - ias

Sonhar - ia

Sonhar - íamos

Sonhar - íeis

Sonhar - iam

  

a. Infinitivo pessoal:  
O infinitivo pessoal é formado a partir do infinitivo impessoal, adicionando-se as desinências iguais
às do futuro do subjuntivo: -, -es, -, -mos, -des, -em. Por isso, nos verbos regulares esses dois
tempos se confundem.  

  

FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Infinitivo>. Acesso em: 20 jan. 2011.  

  

Infinitivo pessoal

Sonhar - es

  Sonhar - mos

 Sonhar - des

Sonhar - em

 
Dicas

Quando escrevemos o infinitivo de um verbo com "j", esse "j" estará presente em todas as outras
formas. 

   Exemplo:

Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão, enferrujassem, etc. (Não se esqueça


que o substantivo ferrugem é escrito com "g".)

Viajar: viajou, viajaria, viajem, viajarão, viajasses, etc. (Não se esqueça que o substantivo viagem é
escrito com “g”). 

Quando escrevemos um verbo com "g", por exemplo, "dirigir" e "agir" o "g" deverá ser substituído
por um "j" somente na primeira pessoa do presente do indicativo. Observe. Eu dirijo. Eu ajo.  
 

  

 
 

Sites 

Uma boa dica de site que aborda a questão dos verbos com muita clareza é o site Só Português. Lá
você encontra tudo sobre verbos, além de atividades muito interessantes. Basta fazer o cadastro
com login e senha e pronto. É só entrar e se divertir.  

Acesse: www.soportugues.com.br 

Atualidades 

A Moderna Gramática Portuguesa, atualizada pelo novo acordo ortográfico, de Evanildo Bechara, é
uma boa pedida para o estudo dos verbos, pois traz exemplos práticos, dinâmicos e contextualizados
sobre os principais usos dos verbos. 

Vídeos 

SLIDESHARE. Mundo divertido. Disponível em: <http://www.slideshare.net/guest7174ad/o-


mundo-divertido-presentation>. Acesso em: 7 jan. 2011. 
 

PIXELS. Vamos estudar os verbos. Disponível em:


<http://www.pixels.com.br/pixels_quadrinhos_tirinhas_carrega.php?conteudo=tirinhas_011>.
Acesso em: 7 jan. 2011. 

Autoatividades  

Vamos praticar um pouco o que aprendemos? Leia o poema a seguir de Carlos Drummond de
Andrade e responda às questões: 

O Amor Bate na Aorta 

  

Cantiga de amor sem eira 

nem beira, 

vira o mundo de cabeça 

para baixo, 

suspende a saia das mulheres, 

tira os óculos dos homens, 

o amor, seja como for, 

é o amor. 

  

Meu bem, não chores, 

hoje tem filme de Carlito. 


O amor bate na porta 

o amor bate na aorta, 

fui abrir e me constipei. 

Cardíaco e melancólico, 

o amor ronca na horta 

entre pés de laranjeira 

entre uvas meio verdes 

e desejos já maduros. 

  

Entre uvas meio verdes, 

meu amor, não te atormentes. 

Certos ácidos adoçam 

a boca murcha dos velhos 

e quando os dentes não mordem 

e quando os braços não prendem 

o amor faz uma cócega 

o amor desenha uma curva 

propõe uma geometria. 

Amor é bicho instruído. 

  

Olha: o amor pulou o muro 


o amor subiu na árvore 

em tempo de se estrepar. 

Pronto, o amor se estrepou. 

Daqui estou vendo o sangue 

que corre do corpo andrógino. 

Essa ferida, meu bem, 

às vezes não sara nunca 

às vezes sara amanhã. 

  

Daqui estou vendo o amor 

irritado, desapontado, 

mas também vejo outras coisas: 

vejo beijos que se beijam 

ouço mãos que se conversam 

e que viajam sem mapa. 

Vejo muitas outras coisas 

que não ouso compreender... 

  

1. Destaque, no texto: 

a. dois verbos no imperativo: 

b. um verbo que indique ação: 


c. um verbo que indique estado: 

d. uma forma verbal na primeira pessoa: 

e. uma forma verbal na segunda pessoa: 

f. uma forma verbal na terceira pessoa: 

g. um verbo no infinitivo: 

h. um verbo no gerúndio: 

i. um verbo no particípio: 

  

2. A que conjugação pertence cada um dos verbos destacados:  

a. “O amor bate na aorta” ________________________ 

b. “vira o mundo de cabeça para baixo” _____________ 

c. “o amor subiu na árvore”_______________________ 
d. “o amor faz uma cócega”_______________________

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

Só Português. Disponível em: . Acesso em: 28 nov. 2010.  

FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar gramática. São Paulo: FTD, 1992.  

AMARAL, Emília F; FERREIRA, Mauro; LEITE, Ricardo; ANTÔNIO, Severino. Português. São Paulo:
FTD, 2000.  

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro:


Nova Fronteira, 2001.  

MAIA, João D. Português. São Paulo: Ática, 1999.  

NICOLA, José de. Gramática Essencial. São Paulo: Scipione, 1997. 


  GABARITO das AUTOATIVIDADES 

1. a. Olha (modo indicativo), chores, atormentes (modo imperativo).

 b. Vira, suspende, tira, batem constipei, ronca, adoçam, mordem, prendem, faz,  

desenha, propõe, pulou, estrepou, corre, sara, beijam, conversam, viajam, ouso,  

subiu, murcha.

 c. É.

 d. Estou, fui, vejo, ouço, ouso.

e. Chores, atormentes (modo subjuntivo).

 f. Vira, suspende, tira, bate, ronca, adoçam, mordem, prendem, faz, desenha,  

propõe, é subiu, pulou, sara, corre, beijam, conversam, viajam.

 g. Abrir, estrepar, compreender.

 h. Vendo.

 i. Irritado, desapontado. 

  2. a. segunda conjugação. 

b. primeira conjugação. 

c. terceira conjugação. 

d. segunda conjugação.

ORTOGRAFIA, TONICIDADE DA SÍLABA, ACENTUAÇÃO E USO DA CRASE

 
Preparado para mais uma etapa? Você já ouviu a palavra TO-NI-CI-DA-DE? Se sim,
ótimo. Vamos aprofundar algo que você já conhece. Se não, esta é uma ótima
oportunidade para conhecê-la. Embarque nessa aventura rumo ao conhecimento.
Seremos parceiros nessa jornada.

Antes de iniciarmos o estudo da acentuação gráfica, devemos conhecer a sílaba tônica


das palavras. Todas as palavras da Língua Portuguesa apresentam uma sílaba tônica.
Sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade, mais força que as demais. As
outras são chamadas átonas. Só existe uma sílaba tônica em cada palavra. Por exemplo:
na palavra cadeira,a sílaba tônica é a penúltima (dei); as outras (ca) e (ra) são átonas.

           

Na língua portuguesa, a sílaba tônica só pode ocorrer nas três últimas sílabas (sempre
contadas de trás para frente): a última é chamada de oxítona; a penúltima, de paroxítona;
e a antepenúltima, de proparoxítona.

NOTA - ATENÇÃO: Nem todas as palavras da nossa língua são acentuadas. Apesar de
existirem palavras que não levam acento, elas possuem sílaba tônica. Veremos adiante
em que ocasiões devemos acentuar as palavras, conforme algumas regras, mas lembre-
se de que, quando uma palavra recebe acento, este deve ser colocada necessariamente
na sílaba tônica.

Exemplos:

Ja-ca-RÉ (última) - oxítona

Ca-RÁ-ter (penúltima) - paroxítona

MÁ-qui-na (antepenúltima) - proparoxítona

 
Portanto, de acordo com a posição da sílaba tônica, as palavras podem ser classificadas
em:

Oxítonas – café, Peru.

Paroxítonas – cadeira, lápis.

Proparoxítonas – médico, lâmpada.

Em todos os exemplos mencionados tínhamos palavras com mais de uma sílaba.


Existem, todavia, na nossa língua, as palavras com uma única sílaba, são os chamados
monossílabos, que podem ser tônicos ou átonos.

Tônicos: são independentes e possuem a mesma força das sílabas tônicas. Ex.: ré, tua,
cá etc.

Átonos: precisam de outras palavras que lhe deem suporte, pois não são independentes
e se parecem com sílabas átonas. Não têm sentido quando usadas de forma isolada.
Fazem parte desse grupo os artigos, pronomes oblíquos, preposições, junções de
preposições e artigos, conjunções, pronome relativo que. Ex.: a, lhe, com etc.

Agora que já sabemos o que é tonicidade e que, conforme a posição da sílaba tônica, as
palavras podem ter classificações diferentes, veremos em que situações devemos
acentuar ou não as palavras. Preparados? Então, vamos em frente!

Regras Fundamentais:

Oxítonas – acentuam-se todas as palavras oxítonas (sílaba tônica – última) terminadas


em: a(s), e(s), o(s) ,em e ens.
Ex.: Pará, café, jilós, também, parabéns.

NOTA - ATENÇÃO: Atenção para as oxítonas sem acento: a maioria das pessoas


costuma acentuar palavras oxítonas terminadas em “U”. Lembrem-se: oxítonas
terminadas em “U” não são acentuadas. Portanto, as palavras: angu, anu, Aracaju,
babaçu, belzebu, bambu, iglu, Iguaçu, inhambu, Itaipu, Itu, jaburu, jacu, peru, pirarucu,
surucucu, tatu e tantas outras não recebem acento.

 A regra das oxítonas é usada também nos seguintes casos:

 Monossílabos tônicos terminados em a, e, o, seguidos ou não de “s”. Ex.: pá, pé, pó.
 Formas verbais terminadas em a, e, o tônicos seguidas de lo, la, los, las.

          Ex.: amá-lo, vendê-lo, pô-lo.

NOTA - ATENÇÃO - O acordo ortográfico permitiu o uso tanto do acento agudo quanto
do circunflexo nos casos de vogais finais e e o de palavras oxítonas. No Brasil usa-se o
circunflexo e em Portugal, agudo. Ex.: Bebê / bebé. Cocô / Cocó.

Paroxítonas – acentuam-se todas as palavras paroxítonas terminadas em:

 -i – is: júri, tênis;


 -us – um – uns: bônus, álbum, álbuns;
 -l – n – r – x – ps: fácil, hífen, caráter, tórax, bíceps;
 -ã – ãs – ão – aos: órfã – órfãs – órgão – órgãos;
 Ditongo crescente: sério, ânsia, mágoa.

               

NOTA - ATENÇÃO: De acordo com a nova regra, os ditongos abertos ei, oi, que eram
acentuados nas palavras paroxítonas, perderam o acento.

Ex.:

Antes                                       Agora
Assembléia                            Assembleia

Idéia                                        Ideia 

Jibóia                                     Jiboia 

 Importante – O acento dos ditongos abertos éi, éu e ói de palavras oxítonas ainda


permanece. Ex.: anéis, chapéu, herói.

 Proparoxítonas – todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.

Ex.: médico, úmido, lâmpada.

NOTA - ATENÇÃO: O acordo ortográfico permitiu o uso tanto do acento agudo ou


circunflexo nas vogais e e o tônicas, em final de sílaba, seguidas de m ou n. Neste caso,
acadêmicos, no Brasil usa-se o circunflexo e em Portugal, agudo. Ex.: Acadêmico /
académico. Higiênico / higiénico.

 NOTA - ATENÇÃO: Os prefixos semi, super, inter, anti etc, apesar da terminação, não


são acentuados.

 Acento nas vogais I e U.


 Acentuam-se as vogais i e u tônicas dos hiatos, acompanhadas ou não de s.

Ex.: saúde, país, juíza, caíste.

 Relembrando: Hiato é o encontro de dois sons vocálicos pronunciados em sílabas


separadas. Ex.: escoar (es-co-ar), traído (tra-í-do).

NOTA- Atenção: Não haverá mais acento no i e u tônicos dos hiatos quando vierem
depois de ditongo. Relembrando: Ditongo é o encontro de dois sons vocálicos na
mesma sílaba.

Ex.:

Antes                   Agora
Bocaiúva              Bocaiuva

Feiúra                   Feiura

E tem mais! O acento que se usava sobre a primeira vogal dos hiatos ee e oo não existe
mais, portanto, agora o nossoVOO é sem acento, só com poltrona. E cadê aquele
sombreiro gostoso na hora da leitura?

O LEEM ficou sem sombreiro...

Antes, escrevíamos assim: vôo, abençôo, lêem, crêem...

Agora, escrevemos assim: voo, abençoo, leem, creem...

 Não se acentuam o i e u tônicos dos hiatos quando seguidos, na mesma sílaba,


de l, m, n, r ou z.

Ex.: Ru-im, ju-iz, com-tri-bu-in-te.

 Não se acentuam as letras i e u dos hiatos quando seguidos de nh.

Ex.: Ra-i-nha, ba-i-nha.

 Não se acentuam as letras i e u dos hiatos se vierem antepostas vogais idênticas.

Ex.: Xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba.

NOTA – No entanto, atenção! Em se tratando de palavras proparoxítonas, haverá acento,


pois prevalece a regra das proparoxítonas sobre a dos hiatos.

Ex.:Fri-ís-si-mo.
 

 As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com u tônico precedido


de g ou q e seguido de e ou i não são mais acentuadas.

Ex.:

Antes

apazigúe (apaziguar)

averigúe (averiguar)

argúi (arguir)

Depois

apazigue

averigue

argui

Acentos Diferenciais

 
 Acentua-se a terceira pessoa do plural dos ter e vir, para diferenciar da terceira pessoa
do singular.

Ex.: Ele tem – eles têm

       Ele vem – eles vêm

 
Atenção ! A mesma regra vale também para os
verbos conter, obter, reter, deter, abster.

Ex.: Ele contém – eles contêm

       Ele obtém – eles obtêm

       Ele retém – eles retêm

       Ele convém – eles convêm

 
 As palavras homógrafas (palavras diferentes no significado e na pronúncia, mas que se
escreve de modo idêntico), que antes eram acentuadas para diferenciar de outras
semelhantes, não recebem mais acento. Muita atenção agora, nesta regra temos
exceções:

EXCEÇÕES:

 - A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo


indicativo) ainda continua sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa
do singular do presente do indicativo).

- O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da preposição por.

Palavras homógrafas

Pola (ô) substantivo – pola (ó) substantivo

Polo (s) (substantivo) - polo(s) (contração de por + o)

Pera (substantivo) - pera (preposição antiga)

Para (verbo) - para (preposição)

Pelo(s) (substantivo) - pelo (contração)


Pelo (do verbo pelar) - pelo (contração)

Pela, pelas (substantivo e verbo) - pela (contração)

NOTA - ATENÇÃO - Antes de encerrarmos nosso estudo sobre acentuação,


ufaaaaaaaa...está quase no fim, vale uma observação importante sobre o que na Língua
Portuguesa chamamos de Ortoepia e Prosódia.

Para que nossa comunicação seja perfeita, é essencial que pronunciemos corretamente
as palavras. As partes que estudam tais aspectos são a ortoepia e a prosódia. A
ortoepia ou ortoépia (do gr. orthós, “reto”, “direito” + épos, “palavra”) trata da pronúncia e
articulação correta das palavras. Os desvios de ortoepia são características da linguagem
coloquial. Ex.: “róba” em vez de rouba, “alejar” em vez de aleijar.

A prosódia trata da correta acentuação tônica das palavras. Ex.: sabia (do verbo saber),
sabiá (pássaro) e sábia (mulher que sabe muito). Transformar uma palavra paroxítona
em proparoxítona é, por exemplo, um desvio de prosódia.

Veja: 

Tonicidade correta                       Desvio de Prosódia

ruBRIca                                          rúbrica

aVAro                                             ávaro

ruIM                                                rúim

filanTROpo                                     filântropo
Material Complementar

 Para um melhor aproveitamento deste conteúdo, é aconselhável a revisão de separação


silábica e encontros vocálicos.

 Muitas vezes, o problema de acentuação não está no desconhecimento da regra, e sim


na fala viciosa de algumas palavras. Ex.: ru-BRI-ca, ÍN-te-rim. Os tópicos que tratam
deste assunto são intitulados ortoepia e prosódia.

 As formas verbais terminadas em -I, acrescidas da variante do pronome oblíquo (-LO, -


LA, -LOS, -LAS), só serão acentuadas se este -I estiver em hiato e for tônico. Ex. atribuí-
lo x parti-lo.

 As paroxítonas terminadas em -n, quando pluralizadas, não recebem mais acento. Pólen
x polens, hífen x hifens.

 Tanto as palavras monossílabas quanto as oxítonas terminadas em -A(S), -E(S), -O(S)


são acentuadas, entretanto, são princípios diferentes que justificam o acento.

 As paroxítonas terminadas em -R, -X, -N, -L são acentuadas.

 As paroxítonas terminadas em ditongo crescente (chamados falsos ditongos), atualmente


também estão sendo consideradas como proparoxítonas. Para se optar por uma
justificativa ou outra, dá-se prioridade à primeira. Ex.: his-tó-ria ou his-tó-ri-a.

 As palavras terminadas pelo sufixo -MENTE, -ZINHO(S) ou -ZINHA(S) não recebem


acento grave.

ADAPTADO DE: PORTUGUÊS ON LINE. Dicas - Acentuação gráfica. Disponível em: . Acesso


em: 10 dez. 2010.

 
Dicas – Tonicidade

Prosódia

São oxítonas:

Cateter, Cister, condor, masseter, mister (= necessário), negus (soberano etíope),


Nobel, obus(peça de artilharia), novel (novato), ruim (hiato), sutil, ureter, Xerox.

São paroxítonas:

Alanos (povo bárbaro), alcácer (fortaleza), ambrosia (manjar delicioso), avaro, avito,
aziago, barbaria, batavo (holandês), caracteres, celtiberos, cartomancia, ciclope,
decano, diatribe (crítica), edito (lei, decreto), efebo (rapaz que chegou à puberdade),
estrupido (grande estrondo), êxul (exilado), filantropo, fortuito (ditongo), gratuito
(ditongo), homizio (refúgio), hosana, ibero, imbele (não belicoso), inaudito, látex, libido,
luzidio, Madagáscar, maquinaria, matula (súcia; farnel), mercancia (mercadoria),
misantropo, necropsia, nenúfar (planta), Normandia, onagro (jumento), ônix, opimo
(excelente, abundante), penedia (rochedo), policromo, poliglota, pudico, quiromancia,
recorde, refrega (peleja), rócio (orgulho), rubrica, ubíquo.

São proparoxítonas:

Ádvena (forasteiro), aeródromo, aerólito, ágape (refeição dos antigos), álacre, álcali,


alcíone, amálgama, anátema, andrógino, anêmona, antífona, antífrase, antístrofe,
areópago, aríete, arquétipo, azáfama, bátega, bávaro, bímano,bólido
(e), brâmane, cérbero, crisântemo, édito (ordem judicial), égide, elétrodo, etíope (hiato),
fagócito, férula, gárrulo,hégira (j), idólatra, ímprobo, ínclito, ínterim,
leucócito, lêvedo, ômega, périplo, plêiade, prófugo, protótipo, quadrúmano,
revérbero, sátrapa, trânsfuga, vermífugo, zéfiro, zênite.

Admitem dupla prosódia:


Acróbata ou acrobata, anídrido ou anidrido, Bálcãs ou Balcãs, hieróglifo ou hieroglifo,
homília ou homilia, Oceânia ou Oceania, ortoépia ou ortoepia, projétil ou projetil, réptil ou
reptil, sáfari ou safari, sóror ou soror, zângão ou zangão.

FONTE: Português on Line. Disponível em: . Acesso em: 7 jan. 2011.

Seguem algumas sugestões de sites, com exercícios online para vocês mostrarem que


estão feras em acentuação gráfica. Acessem!

Português on Line. Disponível em:


<http://www.graudez.com.br/portugues/acentuacao1.htm>. Acesso em: 7 jan. 2011.

CPDEC. Disponível em: <http://www.escreverbem.com.br/index.php?lingua=1&pagina


=reform_orto_tes>. Acesso em: 7 jan. 2011.

Para descontrair:

Quanto ao nome da Alfaiataria Aguia de Ouro, cresci ouvindo meu pai contar que alguém
de passagem por uma cidade do interior (nada contra as cidades do interior) e
precisando de um alfaiate pediu informações e lhe foi recomendado um logo ali, muito
bom. Ao ver a placa da alfaiataria, disse ao proprietário lamentar muito que, embora lhe
tivessem dito se tratar de um alfaiate de mão cheia, não confiava em alguém que
escrevia errado o nome do próprio negócio.

- O acento, o senhor não colocou o acento de águia, Alfaiataria Águia de Ouro.

O alfaiate olha o visitante com estranheza e explica:

- Não, senhor, Aguia [agúia] de Ouro.

FONTE: Extraído de: . Acesso em: 7 jan. 2011.

 
As palavras e suas grafias

A palavra ortografia é formada por dois elementos de composição do grego: othós (reto,
direito, correto) + gráphein (escrever, descrever, desenhar). Tais elementos aparecem
em outras palavras, como: ortoépia (pronúncia correta), caligrafia (escrita bonita),
cacografia(escrita feia, errada) etc.

Vale lembrar que a grafia de uma palavra pode estar ligada à sua etimologia (não é
nenhum palavrão, não). Etimologia é a parte da gramática que estuda a origem das
palavras.

Segundo Monteiro Lobato (1998), “Dona Etimologia é uma velha coroca, de nariz recurvo
e uma papeira – a papeira da sabedoria. Essa velha senhora conhece a vida de todas as
palavras, uma por uma, nos menores detalhes. Sabe onde nasceram, de quem são
filhas, de que modo foram se transformando através dos séculos. Dona Etimologia é
muito visitada por filólogos, gramáticos e fazedores de dicionários”.

Além da etimologia, a grafia de uma palavra também pode estar ligada à sua tonicidade.
A melhor forma de saber se uma palavra se escreve com x ou com ch, com s ou com z, é
consultando um bom dicionário, memorizar e praticar muito. Contudo, podemos agrupar
casos e criar regras práticas.

            Preparados? Vamos em frente.

Primeiramente vamos relembrar palavras Homônimas e Parônimas. Calma, o monstro


não é tão assustador assim. É feio, grande, mas não mete medo.

 
Homo (do grego) significa “igual”. São palavras iguais. Até aí tudo bem, mas o problema
são as palavras homônimas homófonas (som igual, escrita diferente e significados
diferentes). É o caso de acento e assento. Quando falamos, não se percebe a diferença,
pois a pronúncia é a mesma. A dúvida surge na hora de escrever: é com “ss” ou “c”? Aí
depende do sentido.

Assento (banco, cadeira...) se escreve com “ss”. E acento (sinal gráfico) é com “c”. É bom
tomar cuidado.

Atenção para a história que segue:

FONTE: Disponível em:http://www.gartic.com.br/imgs/mural/en/enrico_francesco/1222969550.png .


Acesso em: 19 jan. 2011.

            Certo comerciante (não importa a nacionalidade) escreveu um cartaz e afixou na


porta do seu estabelecimento:

“Aos meus empregados. A partir de hoje, quero as nossas portas serradas às 18h.”

Foi atendido. Ao voltar à loja, no dia seguinte, encontrou todas as portas pela metade. Se
a ficha não caiu, anote: CERRAR significa “fechar”; SERRAR significa “cortar”.

FONTE: PORTAL AZ. Disponível em: . Acesso em: 12 dez. 2010.

Atenção para os pares de palavras a seguir:


 

            E as palavras Parônimas? O que são?

            São aquelas de sentido diferente que apresentam semelhança na escrita e na


pronúncia.

Atente para a diferença:

A tarefa foi cumprida com facilidade.

Puxa! A fila está comprida!

As palavras cumprida e comprida são parônimas.

Dicas:

1. ACENDER ou ASCENDER

Acender = pôr fogo, ligar: ele foi acender a vela.

Ascender = subir, elevar-se: ele quer ascender de posto.


 

2. ACENTO ou ASSENTO

Acento = intensidade, sinal gráfico: coloque o acento na sílaba tônica.

Assento = lugar onde se senta: saiu, e eu ocupei seu assento.

3. ACIDENTE ou INCIDENTE

Acidente = desastre, acontecimento com consequências mais graves: houve um acidente


na Via Dutra.

Incidente = desentendimento, ocorrência com consequências menores: perdoe-me pelo


incidente de ontem.

4. ACONDICIONAR ou CONDICIONAR

Acondicionar = preservar, guardar: é necessário acondicionar melhor estes aparelhos.

Condicionar = regular, tornar dependente de condição: vai condicionar sua permanência


ao seu esforço.

5. AFERIR ou AUFERIR

Aferir = conferir pesos, medidas: é preciso aferir constantemente os taxímetros.

Auferir = obter, colher: só vai auferir algum lucro no final do ano.

FONTE: PORTAL AZ. Disponível em: http://www.portalaz.com.br/noticia/cidades/93959%3c. Acesso


em: 12 dez. 2010.

Alguns usos ortográficos especiais.

Na nossa língua, algumas palavras apresentam usos especiais. Vamos estudá-las?


 

- Onde/aonde:

Aonde = ideia de movimento ou aproximação. Ex.:Não sei aonde parar. Aonde você vai?

Onde = indica o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Ex.: Onde você
está? Não sei onde vou achá-la.

- Cessão / sessão / secção / seção:

Cessão = ato de ceder. Ex.: Cedi todos os meus brinquedos aos pobres.

Sessão = significa “intervalo de tempo”. Ex.: Assisti a uma sessão de cinema.

Secção ou seção = significa parte de um todo, segmento. Ex.: Li a notícia na secção (ou
seção) policial.

- Mas / mais:

Mas = conjunção adversativa que indica contrariedade. Pode ser substituída por: porém,
contudo, todavia, entretanto etc. Ex.: Eles viajam muito, mas não têm carro.

Mais = é o contrário de menos. Ex.: Eu trabalhei mais que você.

- Mau / mal

Mau = sempre adjetivo, antônimo de bom. Ex.: Era um mau filho.

Mal =   - Advérbio de modo: Ela se comportou muito mal.

- Conjunção temporal (equivale a assim que): Mal entrou, caiu.

- Substantivo (quando vier precedido de artigo ou outro determinante): O mal é inevitável.

 
FONTE: Disponível em: http://www.alunosonline.com.br/portugues/porques/. Acesso em: 7 jan.
2011.

- Por que / por quê / porque / porquê:

Por que (separado e sem acento) = frases interrogativas – podem ser diretas ou indiretas.
Ex.: Por que ela saiu? (direta) / Diga-me por que ela saiu. (indireta)

Porque (junto e sem acento) = nas respostas e em frases afirmativas. Ex.: Não fui ao
colégio hoje porque estava doente.

Por quê (separado e com acento) = final de frases. Ex.: As meninas estão cansadas por
quê?

Porquê (junto e com acento) = tem valor de substantivo. Equivale à


palavra motivo/razão. Ex.: Os meninos sabiam o porquê de tudo. (Os meninos sabiam o
motivo/a razão de tudo.)

Orientações Ortográficas

 
- Usos de   e  : 

 Nos sufixos que indicam nacionalidade, origem ou procedência, usa-se S (-ês, -esa) :


francês – camponesa.
 No sufixo que indica gênero feminino, usa-se S (-isa): poetisa – sacerdotisa.
 Nos sufixos que se juntam a adjetivos para formar substantivos abstratos, usa-se Z  (-ez,
-eza): rapidez (rápido) – leveza (leve).
 Nos verbos derivados de palavras que têm S na última sílaba, usa-se S (-isar): aviso >
avisar – análise > analisar.
 Nos verbos formados de palavras que não têm S na última sílaba, usa-se Z (-izar): canal
> canalizar – padrão > padronizar.
 Após um ditongo, usa-se sempre S, nunca Z: faisão – ausência.

Atenção!Parada para relembrar o que é ditongo:

Ditongo é o encontro de dois sons vocálicos na mesma sílaba. Por exemplo, na


palavra FAISÃOtemos o encontro do A + I, portanto, temos um ditongo.

 Usa-se sempre o S, nunca o Z, nas muitas formas dos verbos querer e pôr: quiseram –
pusemos.

Usos de J e G: 

 Palavras em que a última sílaba é -já, originam palavras derivadas com J: canja > canjica
– loja > lojista.

 São escritas com J e não com G, todas as formas verbais dos verbos terminados em –
jar: viajar > viajei, viajem.

 Nas palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio, usa-se G: vestígio –
privilégio.

 
 Nas palavras terminadas em –agem, -igem e –ugem, usa-se G: coragem –
fuligem. Exceções: pajem e lambujem.

 Usos do  : 

 Usa-se X e não CH, depois de ditongo: faixa – deixar.

 Usa-se X e não CH, após sílaba inicial en- :enxoval – enxuto.

OBS.: Em palavras com sílaba inicial en-, essa regra não se aplica: encher, enchente,
encharcar.

 Me inicial, usa-se X: mexerica – mexicano. EXCEÇÃO: mecha.

 Em palavras de origem indígena e africana usa-se X: xangó – xavante.

 Palavras aportuguesadas do inglês, geralmente trocam o sh por X: xampu (de shampoo)


– xerife (de sheriff).

OBS.: A forma aportuguesada de shoot é chute.

Uso do dígrafo  : 

Usa-se o dígrafo SS nas seguintes analogias:

 Ced > cess: ceder – cessão.


 Gred > gress: agredir – agressão.
 Prim > press: imprimir – impressão.
 Tir > ssão: demitir – demissão.

Cê-cedilha: 

Cê-cedilha é a letra C em que se pôs cedilha. Indica que o C passa a ter som de /s/:
exceção – justiça.

 São escritas com Ç as palavras de origem árabe, africana e indígena: açúcar (árabe) –
paçoca (indígena) – caçula (africana).
 Emprega-se Ç na correlação ter > tenção: obter – obtenção.
 Os sufixos –ação e –ção, que formam substantivos a partir de verbos, são escritos
com Ç: formar > formação – trair > traição.
 Os sufixos –aça(o), -iça(o), -uça(o), açal também são escritos com Ç: barcaça –
carniça – lamaçal.

Lembrando: quando seguidos de “e” e “i” não usamos cedilha.

Uso do H: 

A letra H se mantém em algumas palavras devido à sua etimologia (Lembrem-se de que


já vimos o que significa etimologia), ou pela tradição escrita do nosso idioma. 

 Usa-se o H quando a etimologia ou a tradição assim determina: homem – higiene


– honra .
 Usa-se o H no final de algumas interjeições: Oh! Ah!.
 Não se usa H no interior das palavras, exceto:

- nas palavras compostas em que o segundo elemento iniciado com H se junta por hífen
ao primeiro: super-homem – pré-história.

- quando o H fizer parte dos dígrafos ch, lh, nh: passarinho – palha – chuva.

Observação importante: Há ainda palavras que podem ser escritas de duas formas,
ambas aceitas pela norma culta:

 
Cota = quota

Catorze = quatorze

Cociente = quociente

Óptica = ótica

OBS.: A palavra cinquenta não possui forma variante.

E então,  preparados para estudar o uso da crase?

Veremos, a partir de agora, a CRASE sem crise.

        A palavra CRASE tem origem no grego e significa fusão. Basicamente, a crase é a


fusão do a preposição + a artigo = à.

No caso de ir a algum lugar e voltar de algum lugar, atente para a seguinte dica: “Quando
volto da, crase há; quando volto de, crase pra quê?” Portanto, devemos escrever assim:
Vou à Bahia. (Volto da Bahia) / Vou a Paris. (Volto de Paris)

Não se usa crase antes de palavras que não admitem o artigo feminino a (como os
verbos, grande parte dos pronomes e palavras masculinas).

Principais casos em que a crase deve (ou não) ser utilizada.

 
Uso obrigatório: 

 Antes de palavras masculinas quando estiver subentendido o termo à moda de: móveis à
Luís XV.
 Quando estiver subentendido termo feminino: Vou à [praça] João Mendes.
 Antes de nomes de cidades, estados, países: Foi à Itália (voltou da Itália). / Chegou à
Paris dos poetas (voltou da Paris dos poetas). Lembrem: quando volto “da”, crase há;
quando volto “de”, crase pra quê?
 Locuções adverbiais, conjuntivas ou prepositivas de base feminina: Às vezes, às pressas,
à primeira vista, à medida que, à noite, à custa de, à procura de, à beira de, à tarde etc.
 Aquele, aqueles, aquilo, aquela, aquelas: Foi àquele restaurante - Dedicou-se àquela
tarefa.

Uso proibido: 

 Antes de palavras masculinas. Viajar a convite, traje a rigor, passeio a pé, sal a gosto etc.
 Antes de verbos. Disposto a colaborar.
 Antes da maior parte dos pronomes. Disse a ela que não virá.
 Quando o "a" vem antes de palavras no plural. A pesquisa não se refere a mulheres
casadas.
 Em expressões formadas por palavras repetidas. Cara a cara, frente a frente etc.
 Depois das preposições "para", "até", "perante", "com", "contra" etc. O jogo está marcado
para as 16h. Foi até a esquina.
 Antes de cidades, estados, países: Foi a Roma (voltou de Roma).

Uso facultativo: 

 Antes de pronomes possessivos: Enviou a carta a sua filha. Enviou a carta à sua filha.


 Locuções femininas de meio ou instrumento, prefira a crase quando for preciso evitar
ambiguidade. Ex.: Receber à bala. Receber a bala. à vela/a vela; à mão/a mão; à vista/a
vista etc.

FONTE: Adaptado de: UOL EDUCAÇÃO. Crase: regras de uso e emprego. Disponível em: <
http://educacao.uol.com.br/portugues/crase-regras-de-uso-e-emprego.jhtm>. Acesso em: 13 dez.
2010.

 
 

AUTOATIVIDADE

Vamos exercitar?

1. Acentue, se necessário, as palavras que seguem e justifique o acento:

a) Igarape = ?

b) Fluor = ?

c) Facil = ?

d) Sutil = ?

e) Enjoo = ?

f) Tipico = ?

2. Indique a alternativa que completa corretamente as lacunas da oração a seguir:

Comunique ___ diretora que a reunião terá início ___ nove horas. Peça-lhe que chegue
___ tempo.

a) à – às – à.

b) à – às – a.

c) a – as – a.

d) a – às – a.

3. Complete as palavras a seguir com S ou Z, G ou J, CH ou X.

a) Qui_er

b) Va_ar
c) Ma_estade

d) Via_em (substantivo)

e) Fle_a

f) Engra_ar

Gabarito:

1)

a) Igarape – igarapé (oxítona terminada em e).

b) Fluor – flúor (paroxítona terminada em r).

c) Facil – fácil (paroxítona terminada em l).

d) Sutil – sutil (oxítona não acentuada. Oxítonas terminadas em “l” não são acentuadas).

e) Enjoo – segundo o novo acordo ortográfico, não se acentuam mais os grupos OO.

f) Tipico – típico (todas as proparoxítonas são acentuadas).

2)

b) à – às – a.

3)

a) Qui_er (s)
b) Va_ar (z)

c) Ma_estade (j)

d) Via_em (substantivo) (g)

e) Fle_a (ch)

f) Engra_ar (x)

SINAIS DE PONTUAÇÃO

  Na linguagem escrita utilizamos sinais para marcar pausas, ritmo, divisões das ideias,
relacionamento das palavras e grupos de palavras entre si, como também os sinais que
indicam a entonação na voz e melodia do texto.

 Esses são chamados de sinais de pontuação e permitem à escrita maior clareza e


simplicidade. Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação
reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios.

 Nesta caminhada apresentaremos algumas das regras básicas para o uso correto da
pontuação. Este material será seu guia durante sua caminhada acadêmica, aprimorando
sua escrita e auxiliando-o na elaboração de papers, TCC, provas dissertativas, relatórios
de estágio, interpretação de textos e melhor entendimento dos Cadernos de Estudos,
entre outros textos escritos. Vamos começar?

PONTO FINAL (.)

 É empregado para sinalizar uma pausa total.

Exemplos:
Vamos animar a festa.

“A música toca uma valsa lenta. O desânimo aumenta. Os minutos passam. A orquestra
se cala. O vento está mais forte.” (E. Veríssimo)

 O ponto final também é utilizado em abreviaturas.

Exemplos:

Sr. (senhor), sra. (senhora), srta. (senhorita), p. (página), cia. (companhia).

PONTO DE INTERROGAÇÃO (?)

 É utilizado no final de uma palavra, oração ou frase, indicando uma pergunta direta.

Exemplos:

Quem é você?

Veja como ele fica na história em quadrinhos que segue!


FONTE: Disponível em:http://miriamsalles.info/wp/wp-content/uploads/2007/04/tira200.gif . Acesso
em: 10 jan. 2011.

 Não deve ser usado nas perguntas indiretas.

Exemplo:

Perguntei a você quem estava no quarto.

Atenção! Compare: - Quem chegou? [= interrogação direta]

- Diga-me quem chegou. [= interrogação indireta]

ONTO DE EXCLAMAÇÃO (!)

 
 É usado no final de frases exclamativas, depois de interjeições ou do imperativo.

Exemplos:

Ah! Não se esqueça de trazer o material amanhã! (FRASE EXCLAMATIVA)

Nossa! Que lindo seu trabalho! (INTERJEIÇÃO)


Coração, para! Ou refreia, ou morre! (A. de Oliveira) (IMPERATIVO)

 NOTA - ATENÇÃO! INTERJEIÇÕES são palavras que expressam estados


emocionais do falante. Através das interjeições traduzimos de modo vivo as nossas
emoções.

Para descontrair, confira o uso deste sinal, na tirinha da Mafalda que segue:

FONTE: Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2011.

VÍRGULA (,)

 
 A vírgula é usada nos seguintes casos:
 Para separar o nome de localidades das datas.

Exemplo: Indaial, 30 de junho de 2010.

 
 Para separar vocativo.

Exemplo: Minha filha, venha tomar seus remédios.  

 NOTA - ATENÇÃO! VOCATIVO é um termo que não possui relação sintática


com outro termo da oração. Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É
o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético.  Por
seu caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do discurso.

 
 Para separar aposto.

Exemplo: Brasil, país do futebol, é um grande centro de formação de jogadores.

 NOTA - ATENÇÃO! APOSTO é um termo que se junta a outro de valor


substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo melhor.

 Para separar expressões explicativas ou retificativas, tais como: isto é, aliás, além, por
exemplo, além disso, então.

Exemplos:

O sistema precisa de proteção, isto é, de um bom antivírus.

Além disso, precisamos de alunos conscientes.

 Para separar orações coordenadas assindéticas.


Exemplo: Os anos vieram, / o menino crescia, / as esperanças maternas de d. Carmo iam
morrendo. (Machado de Assis)

 NOTA - ATENÇÃO! Oração coordenada assindética é aquela colocada


justaposta, ou seja, uma ao lado da outra, sem qualquer conectivo que as enlace.

 Para separar orações coordenadas sindéticas, desde que não sejam iniciadas
por e, ou e nem.

Exemplo: Nas horas nobres deitava no chão, cruzava as mãos debaixo da cabeça e
ficava olhando as nuvens... (Lygia Fagundes Telles)

 NOTA - ATENÇÃO! Oração coordenada sindética é aquela ligada por uma


conjunção coordenativa.

 Para separar orações adjetivas explicativas.

Exemplos:

O motorista, que fumava nervosamente, ficou quieto.

As crianças, que gostam de pular, divertiram-se muito.

 
 NOTA - ATENÇÃO! Oração adjetiva explicativa é aquela que acrescenta ao
antecedente uma qualidade acessória, isto é, esclarece melhor a sua significação.

 Para separar o adjunto adverbial.

Exemplo:

Com a pá, retirou a sujeira.

NOTA - ATENÇÃO! Adjunto Adverbial é o termo da oração que indica uma


circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade etc.). O adjunto
adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um
advérbio.

 Para separar termos da mesma função sintática.

Exemplo: Gostava dos amigos, da cidade, das coisas.

Quando não empregar a vírgula

            Não se emprega a vírgula entre o sujeito e o predicado e entre o verbo e seus
complementos.

 
Leia o trecho do texto que segue, o qual fala sobre a importância da vírgula nos textos
escritos. Você perceberá que a falta dela ou o uso inadequado podem gerar informações
distintas!

A vírgula pode ser uma pausa ou não. Não, espere. Não espere. Ela pode sumir com o
seu dinheiro. Pode ser autoritária. Aceito, obrigado. Aceito obrigado. Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve. Isso só ele resolve. A vírgula muda uma opinião. Não queremos
saber. Não, queremos saber...

FONTE: Disponível em: <http://www.terminologia.com.br/2010/01/24/a-importancia-da-


virgula/>. Acesso em: 10 dez. 2010.

            Agora que já entendemos o importante papel que este sinal de pontuação


assume em textos escritos, vamos adiante?

PONTO E VÍRGULA (;)

O ponto e vírgula indicam uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que o
ponto final. Como o próprio nome indica, este sinal serve de intermediário entre o ponto e
a vírgula, podendo aproximar-se ora mais daquele, ora mais desta, segundo os valores
pausais e melódicos que representa no texto.

Emprega-se o ponto e vírgula nos seguintes casos:

 
 Para itens de uma enumeração.

Exemplo:

As vozes verbais são:


a. voz ativa;

b. voz passiva;

c. voz reflexiva.

 
 Para aumentar a pausa antes das conjunções adversativas – mas, porém, contudo,
todavia – e substituir a vírgula.

Exemplo:

Deveria entregar o documento hoje; porém só o entregarei amanhã à noite.

DOIS PONTOS (:)

Os dois pontos são empregados, na escrita, para marcar uma sensível suspensão da voz
na melodia de uma frase não concluída.  São empregados nos seguintes casos:

 Para iniciar uma enumeração.

 Exemplo:

O computador tem a seguinte configuração:

- memória RAM 256 MB;

- HD 40 GB;

- fax-modem;

- placa de rede;
- som.

 Antes de uma citação.

 Exemplos:

Eu lhe responderia: a vida é uma ilusão... (A. PEIXOTO) 

Como já diz a música: o poeta não morreu.

 Para iniciar a fala de uma pessoa, personagem.

  

Exemplo:

 O repórter disse: - Nossa reportagem volta à cena do crime.

 Para indicar esclarecimento, um resultado ou resumo do que já foi dito.

Exemplos:

O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde.

Nota de esclarecimento:

Nossa empresa não envia e-mail a seus clientes. Quaisquer informações devem ser
tratadas em nosso escritório.

RETICÊNCIAS (...)
 

Indicam uma interrupção ou suspensão na sequência normal da frase. São usadas nos
seguintes casos:

 Para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.

Exemplos:

Estava digitando quando...

Guiava tranquilamente quando passei pela cidade e...

 Para marcar suspensões provocadas por hesitações, surpresa, dúvida, timidez, comuns
na língua falada.

Exemplos:

Fiador... para o senhor?! Ora!... (G. AMADO)

Falaram todos. Quis falar... Não pude...

Baixei os olhos... e empalideci... (A.TAVARES)

 Para indicar movimento ou continuação de um fato.

Exemplo:

E a bola foi entrando...

ASPAS (“)

São usadas nos seguintes casos:


 

 Citações ou transcrições literárias.

Exemplo:

“São Crisóstomo, dai-me paciência para olhar sem nojo a grosseria dos trocadores de
ônibus, a arrogância dos automóveis de chapa branca, a antipatia dos “chauffers” à hora
do “rush”, e outras calamidades”. (Manuel Bandeira)

                                                                                             

  Na representação de nomes de livros e legendas.

Exemplos:

Já li “O Ateneu”, de Raul Pompéia.

“Os Lusíadas”, de Camões, tem grande importância literária.

NOTA - ATENÇÃO! Lembre-se de que o uso do itálico serve para denotar


títulos, citar títulos de obras, como; livros, filmes ou composições musicais, também está
correto.

  

 Para destacar palavras que representem estrangeirismo, vulgarismo, ironia.

Exemplos:
O “slogan” anunciava... (Nestor de Holanda. Gente engraçada)

O espetáculo de música “pop” estava uma “curtição”.

João, com seus 90 quilos, está “fraquinho”...

PARÊNTESES ()

São usados nos seguintes casos:

  Na separação de indicação de ordem explicativa.

Exemplo:

Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: o verbo (núcleo verbal) e o
predicativo (núcleo nominal).

  Na separação de um comentário ou reflexão.

Exemplo:

Os escândalos estão se proliferando (a imagem política do Brasil está manchada) por


todo o país.

  Para separar indicações bibliográficas.

Exemplo:
Leia a poesia que segue, ela será nosso exemplo:

Pra que partiu?

Estou sentado sobre a minha mala

No velho bergantim desmantelado...

Quanto tempo, meu Deus, malbaratado

Em tanta inútil, misteriosa escala!

 (Mario Quintana, A Rua dos Cata-Ventos, Porto Alegre, 1972).

TRAVESSÃO (–)

           É utilizado:

 Para indicar a mudança de interlocutor nos diálogos.

“– Por que você não toca? – perguntei.

– Eu queria, mas tenho medo.

– Medo de quê?...” (José J. Veiga. Os cavalinhos de Platiplanto)

Neste exemplo, você pode perceber que a mudança de interlocutor é indicada através do
uso do travessão, certo? Em outro gênero literário (histórias em quadrinhos), a mudança
de interlocutor é marcada através da mudança de balões, veja:

           
 

FONTE: Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2011.

 
  Para isolar a fala da personagem da fala do narrador:

Exemplo:

“– Que deseja agora? – gritou-lhe afinal, a voz transtornada. – Já não lhe disse que não
tenho nada a ver com suas histórias?” (Fernando Sabino)

                                                                                             
 Para destacar ou isolar palavras ou expressões no interior das frases:

Exemplo:

Grande futuro? Talvez naturalista, literato, arqueólogo, banqueiro, político, ou até bispo –
bispo que fosse –, uma vez que fosse um cargo...

COLCHETES ([ ])

Os colchetes têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso fica restrito
aos escritos de cunho didático, filológico, científico. Pode ser empregado:

 
  Em definições do dicionário, para fazer referência à etimologia da palavra.

Exemplo:

amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de
outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua
terra. (Novo Dicionário Aurélio)

 
  Para intercalar palavras ou símbolos não pertencentes ao texto.

Exemplo:

Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holandês e o papiamento. Aqui estão algumas


palavras de papiamento que você, com certeza, vai usar:

1- Bo ta bon? [Você está bem?]

2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]

 
  Para inserir comentários e observações em textos já publicados.

Exemplo:

Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de


Taunay, autor de"Inocência"]

 
  Para indicar omissões de partes na transcrição de um texto.

Por Exemplo:

"É homem de sessenta anos feitos [...] corpo antes cheio que magro, ameno e risonho."
(Machado de Assis)
ASTERISCO (*)

O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, costuma ser empregado:

 Nas remissões a notas ou explicações contidas em pé de páginas ou ao  final de


capítulos.

Exemplo:

Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que


contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que este
afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos, pode indicar
atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria etc.

* É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras
palavras.

  Nas substituições de nomes próprios não mencionados.

Exemplo:

O Dr. conversou durante toda a palestra.

Agora que já sabemos para que servem e como são usados os sinais de pontuação,
vamos praticar?

Justifique a pontuação usada nos trechos a seguir:

1)            – Você já reparou, Miloca, “na ganja” da Sinhazinha? (Monteiro Lobato)


- _______________________________________________________________

,  _______________________________________________________________

“ ” _______________________________________________________________

? _______________________________________________________________

GABARITO: - Introdução da fala

                    , Separar o vocativo

                    “” Usada para realçar uma palavra

                    ? Indica frase interrogativa

2)            – Pois Seu Mestre – foi falando Vitorino – as cabras não podem com o velho.
(José Lins do Rego)

– _______________________________________________________________

GABARITO: - Introdução da fala

3) A cantar, a rodar, a palmas bater, Gabriela menina. (Jorge Amado)

   , _______________________________________________________________

GABARITO: , separar termos da mesma função sintática.

Coloque as reticências no local adequado:


4) “– Por que não o tiramos fora desses dessas caixas?” (Érico Verríssimo)

GABARITO: “– Por que não o tiramos fora desses... dessas caixas?” (Érico Verríssimo)

5) “Eu acho que Apague a luz que está incomodando”. (Alcântara Machado)

GABARITO: “Eu acho que... Apague a luz que está incomodando”. (Alcântara Machado)

                                 

Complete usando parênteses onde achar conveniente.

6) “Sem predadores à sua espreita além do homem, o leão tem uma rotina sossegada.
Por isso, pode se dar ao luxo de dormir até 18 horas”. (Superinteressante)

GABARITO: “Sem predadores à sua espreita (além do homem), o leão tem uma rotina sossegada.
Por isso, pode se dar ao luxo de dormir até 18 horas”. (Superinteressante)

Empregue os dois pontos onde julgar necessário.

7) Para iniciar o trabalho, a costureira pegou seus apetrechos agulha, linha, alfinetes,
dedal.

GABARITO: Para iniciar o trabalho, a costureira pegou seus apetrechos: agulha, linha, alfinetes,
dedal.

Utilize, nas frases a seguir, o ponto e vírgula onde convier.


8) De vez em quando eu seria irônico, mas também não demais às vezes um pouco
paradoxal, mas também sem abuso. (Rubem Braga)

GABARITO: De vez em quando eu seria irônico, mas também não demais; às vezes um pouco
paradoxal, mas também sem abuso. (Rubem Braga)

9) Cláudio é ótimo filho Paulo, ao contrário, incomoda os pais.

GABARITO: Cláudio é ótimo filho; Paulo, ao contrário, incomoda os pais.

PARÁGRAFO ( § )

O parágrafo é uma unidade redacional, ou seja, uma parte da redação. Serve para dividir
o texto (que é um todo) em partes menores, tendo em vista os diversos enfoques.
Quando se muda o parágrafo, não se muda o assunto. O assunto deve ser o mesmo, do
princípio ao fim da redação. A abordagem, porém, pode mudar. E é aqui que o parágrafo
entra em ação. A cada novo enfoque, a cada nova abordagem, haverá um novo
parágrafo.

Muito bem! Agora que já sabemos para que serve um parágrafo, vamos estudar como
ocorre o uso do mesmo:

 O parágrafo é indicado através de mudança de linha e de um afastamento da margem


esquerda.

 A compreensão da estrutura do parágrafo é o melhor caminho para a segura


compreensão do texto.

 
 O parágrafo pode ser dividido em partes bem distintas:

 Tópico frasal: é a ideia-núcleo extraída do interior do parágrafo.

 Desenvolvimento: onde se agregam ideias secundárias ao tópico frasal.

 Conclusão: nem sempre presente; serve para resumir o conteúdo do parágrafo e localiza-
se no final do mesmo.

 Elemento relacionador: não obrigatório, mas geralmente está presente a partir do


segundo parágrafo estabelecendo um encadeamento lógico entre as ideias. Serve de
“ponte” entre o parágrafo em si e o tópico que o antecede.

Treinar o aluno a redigir parágrafos é treiná-lo, também, a produzir bons textos em


relação à organização das ideias e ao encadeamento lógico das mesmas.

Para saber mais... 

O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois ésses (S) entrelaçados,
iniciais das palavras latinas "Signum sectionis", que significam sinal de secção, de corte.
Num ditado, quando queremos dizer que o período seguinte deve começar em outra
linha, falamos parágrafo ou alínea. A palavra alínea (vem do latim a + lines) significa
distanciado da linha, isto é, fora da margem em que começam as linhas do texto.

 
NOTA - ATENÇÃO!

O uso de parágrafos é muito comum nos códigos de leis, por indicar os parágrafos
únicos.

Exemplo:

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do


disposto no § 4º (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 19, de 1998).

 Estamos na reta final de nossos estudos. Para descontrair, vamos exercitar o que
aprendemos sobre parágrafos até agora?

 10) Complete as lacunas com as palavras que melhor conceituam Parágrafo.

 Quando se muda o _____________, não se muda o _____________.  (assunto –


parágrafo)

A cada novo _____________, a cada nova abordagem, haverá novo _____________. 


(enfoque – parágrafo)

GABARITO: Quando se muda o parágrafo, não se muda o assunto.

         A cada novo enfoque, a cada nova abordagem, haverá novo parágrafo.

AUTOATIVIDADE

Depois de conhecermos os sinais de pontuação e suas funções, observe o texto que


segue. Os sinais de pontuação foram suprimidos. Para você, qual a pontuação correta?
De que forma você pontuaria o fragmento que segue?
 

“Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e pena escreveu assim:

deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do
alfaiate nada dou aos pobres

Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele a fortuna? Eram quatro os
possíveis contemplados. (autor desconhecido)

GABARITO

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:

deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do
alfaiate. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do
alfaiate. Nada dou aos pobres.

3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:

deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do
alfaiate. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do
alfaiate? Nada! Dou aos pobres.

 
 

REFERÊNCIAS

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática reflexiva. 2. Ed. –


São Paulo, 2005

CUNHA, Celso. Gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: L&PM,


2008.

FARACO & MOURA. Gramática. São Paulo: Editora Ática, 2005.

GUIA DO ENSINO> Pontuação. Disponível em: . Acesso em: 28 nov. 2010. 

MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. São


Paulo: Editora Atlas, 2004.

SÓ PORTUGUÊS. Disponível em: . Acesso em: 28 nov. 2010.

O ESTUDO DO TEXTO

Nesta unidade conheceremos um pouco mais sobre a construção textual. Por ser um
aprendizado demorado, muitos apresentam dificuldades para redigir um bom texto.
Alguns escrevem com facilidade, porém têm dificuldade de atingir seus objetivos ou não
conseguem ser claros.
 Além disso, a língua falada é a mais utilizada no nosso dia a dia, portanto, poucos são os
que efetivamente praticam a escrita. Pensando nas dificuldades apresentadas pela
maioria das pessoas, sejam escritores ou não, elaboramos este material de forma clara
para que você conheça e compreenda os principais métodos para redigir um bom texto.

O texto escrito, quanto mais claro e coeso for, mais fácil será de compreendê-lo, sem
deixarmos o leitor confuso com o que realmente queremos dizer. O ato de escrever é
mais complexo do que a fala, pois quando falamos, podemos fazer inferências, como os
gestos, podemos ratificar a fala, especificar melhor caso o interlocutor não compreenda o
que queremos dizer, há a entonação e diversos outros fatores que facilitam a
intermediação.

Para que, então, devemos escrever bem? A escrita tem funções sociais muito
importantes. Transferir e preservar informações, por exemplo, é uma das principais
funções da escrita. O que seria de nós se Camões não tivesse escrito seu poema “Os
Lusíadas”? E se Pero Vaz de Caminha não tivesse escrito sua carta ao rei D. Manuel?
Nós nem saberíamos que estas obras algum dia existiram.

Sabemos que hoje em dia há os computadores, as gravações e diversas outras formas


de se registrar este tipo de informação, mas a escrita ainda continua sendo a principal
delas.

Bem, agora que sabemos por que a escrita é importante, vamos adiante. Falamos de
texto o tempo todo, mas afinal, caro leitor, o que é um texto? Vejamos:

De acordo com Maia (2009, p. 35), texto é

 
“uma mensagem: uma passagem falada ou escrita que forma um todo significativo
independentemente de sua extensão. Os textos variam de acordo conforme as intenções
do autor, podendo ser narrativos, descritivos, informativos, argumentativos, apelativos ou
poéticos. Raramente um texto é construído com as características de um só tipo. O mais
comum é encontrarmos os vários tipos em um só texto, por isso devemos observar qual a
característica predominante. Um texto predominantemente narrativo pode ter passagens
descritivas, informativas, argumentativas etc.”

NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO

Muito bem, companheiro de estudos, agora que já sabemos o que é um texto, vamos
conhecer os três principais tipos. Começaremos pela descrição.

 A descrição nada mais é do que apresentar características de algo ou de alguém. Estas


características podem ser, no caso de pessoas, físicas (alto, magro, baixo, gordo, loiro,
moreno) ou psicológicas (feliz, triste, angustiado, estressado etc.). Pode-se também
descrever o tipo de vestimenta que a pessoa se encontra, enfim, tudo o que apresenta
características é descrição. Veja o exemplo, retirado da obra O Primo Basílio, de Eça de
Queiroz:

 Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço entalado num colarinho direito. O
rosto aguçado no queixo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um  pouco amolgado
no alto; tingia os cabelos que de uma orelha à outra lhe faziam colar por trás da nuca - e
aquele preto lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não tingia o bigode;
tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as
lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito despegadas
do crânio. (Disponível em: <http://lportuguesa.malha.net/content/view/30/1/>. Acesso em:
10 jan. 2011)

 Já a narração é o ato de contar histórias com personagens e acontecimentos.


Constantemente em nossa vida narramos fatos, sejam eles fictícios ou reais. O simples
fato de contarmos ao nosso amigo como foi nosso dia é um exemplo de narração.
 Para que haja narração, é necessário que haja um narrador. Em uma narração, o
narrador pode ou não fazer parte da história. Ele pode contar a história como se fosse
uma terceira pessoa, ou seja, como se ele apenas observasse o que acontece, ou fazer
parte dela, contando fatos que o incluem e tendo falas. Veja um exemplo de narração
retirada do livro Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll (2002). Neste caso, o
narrador não participa da história, apenas conta o que se passa:

Alice estava começando a ficar muito cansada de estar sentada ao lado de sua irmã e
não ter nada para fazer: uma vez ou duas ela dava uma olhadinha no livro que a irmã lia,
mas não havia figuras ou diálogos nele e “para que serve um livro”, pensou Alice, “sem
figuras nem diálogos?” Então, ela pensava consigo mesma (tão bem quanto era possível
naquele dia quente que a deixava sonolenta e estúpida) se o prazer de fazer um colar de
margaridas era mais forte do que o esforço de ter de levantar e colher as margaridas,
quando subitamente um Coelho Branco com olhos cor-de-rosa passou correndo perto
dela. [...]

 Já sabemos o que é uma narração e uma descrição. Vamos à dissertação. Dissertar,
segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa, é o ato de “expor um assunto de
modo sistemático, abrangente e profundo, oralmente ou por escrito” (HOUAISS, 2004).
Em uma dissertação, você deve escrever suas ideias sobre um assunto argumentando
sobre elas, ou seja, defendendo seu ponto de vista acerca do tema. Geralmente a
dissertação é o gênero textual solicitado em concursos e vestibulares.

 Encerramos mais uma pequena etapa da nossa jornada.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

A partir daqui falaremos um pouco sobre concordância. O nome concordância já nos


remete ao ato de concordar, certo? Então, a concordância nominal é o ato de fazer com
que toda palavra variável se adapte ao substantivo ao qual se refere. Parece difícil, não?
Na realidade é bem simples. Observe:

 
As meninas compraram dois pirulitos.

As – artigo feminino plural

Meninas – substantivo feminino plural

(Neste caso, o artigo concorda com seu substantivo).

Dois – numeral masculino plural

Pirulitos: substantivo masculino plural.

(Neste caso, o artigo concorda com seu substantivo também).

Os carro foram roubados.

Os – artigo masculino plural.

Carro – substantivo masculino singular.

(Neste caso, o artigo deve concordar com seu substantivo também).

Observe a forma correta: Os carros foram roubados.

No entanto, você deve estar se perguntando: “e quando o adjetivo deve concordar com
mais de um substantivo?” Quando isso ocorre, há várias formas de concordar.

Quando o adjetivo aparece depois de substantivos do mesmo gênero:


 

Pode-se fazer da seguinte forma:

Ele comprou um carro e um caminhão novo. (concorda com o último)

Ou

Ele comprou um carro e um caminhão novos. (concorda com os dois, formando, assim,
plural)

Quando o adjetivo aparece depois de substantivos de gêneros diferentes:

Pode-se fazer da seguinte forma:

Ele comprou um caminhão e moto nova. (concorda com o último, no feminino)

Ou

Ele comprou um caminhão e moto novos. (concorda com os dois, no plural masculino).

Muitas palavras ou expressões podem causar certa dúvida na hora de concordá-las


dentro de um texto. É o caso das palavras que apresentaremos, uma a uma, a você, para
tentar auxiliá-lo a resolver essas dúvidas que normalmente nos assolam na hora de
escrever.
 

Vamos lá?

a.Bastante, meio e mesmo.

Antes de iniciar a explicação, você deve prestar atenção à função que a palavra exerce
dentro da frase. Quando elas estão se referindo ao substantivo, concordam com ele.

EXEMPLOS:

Ela tem bastantes bonecas.

Bebi meia xícara de café.

As meninas mesmas compraram os sorvetes para a festa.

(Bonecas, xícara e meninas = substantivos)

Já quando estão se referindo ao adjetivo ou ao verbo, tomam função de advérbio, Por


este motivo não variam.

EXEMPLOS:

O salão estava bastante vazio.

A mulher anda meio preocupada com o marido.

Ele chorou mesmo.

(Vazio e preocupada = adjetivos; chorou = verbo)

 
b. Anexo, obrigado e só.

As palavras anexo e obrigado concordam sempre com o pronome ou substantivo no


qual se referem.

EXEMPLO:

A menina disse obrigada. (menina – obrigada)

O menino disse obrigado. (menino – obrigado)

O extrato segue anexo. (extrato – anexo)

A cópia segue anexa. (cópia – anexa)

A palavra só, quando quer dizer sozinhos, flexiona para o plural.

Ex.: Eles querem ficar sós na sala, pois brigaram esta tarde.

Já quando quer dizer somente, fica no singular.

Ex.: Eles querem ficar só na sala, não na cozinha.

c. Expressões: é proibido, é bom, é necessário.

Se antes do substantivo vier um artigo ou pronome, o adjetivo concordará com o


substantivo.

 
EXEMPLOS:

É proibida a entrada de animais.

A água é boa para a saúde.

É necessária muita força para abrir este portão.

 Se não houver artigo nem pronome antes do substantivo, o adjetivo não varia.

EXEMPLOS:

É proibido entrada de animais.

Água é bom para a saúde.

É necessário força para abrir este portão.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Agora que você já sabe o que é a concordância nominal, não fica difícil saber o que é a
concordância verbal. Apenas observe estas frases:

                         

Um gato caiu do telhado.

Neste caso, o verbo está no singular, concordando com seu sujeito, no caso, gato.

Dois gatos caíram do telhado.

Neste caso, o verbo está no plural, concordando com seu sujeito, no caso, gatos.
Assim, podemos concluir que a concordância verbal é o ato de fazer com que o verbo se
flexione de acordo com o sujeito.

Há, no entanto, algumas regras de concordância que você deve saber. Vamos mais uma
vez juntos a esta caminhada?

 Principais regras para a concordância verbal com sujeito simples, ou seja, aquele
que apresenta somente um núcleo.

 Regra geral: O verbo deve concordar em número e pessoa com seu sujeito.

Exemplo: Eles sempre viajam no Natal.

 Verbo + se: se conseguimos transformar a frase em locução verbal, ou seja, usá-la com
dois verbos, devemos fazer com que o verbo concorde com o sujeito.

Exemplo: Atiraram-se as pedras. = As pedras foram atiradas.

 Quando usamos grande número de, uma porção de, a maior parte de + um nome no
plural, podemos usar o verbo tanto no singular quanto no plural, e ele estará correto.

Exemplo: Uma porção de cães fugiram do canil OU Uma porção de cães fugiu do canil.
(ambas estão corretas).

 Quando usamos perto de, cerca de, mais de, menos de + numeral, o verbo deve


concordar sempre com o numeral que aparece.

Exemplo: Mais de uma pessoa desistiu. / Mais de dez pessoas desistiram.

 
 Quando aparece, em uma frase, um nome próprio que somente apresenta forma no
plural, como é o caso de Estados Unidos, por exemplo, e este estiver acompanhado de
artigo, o verbo acompanha o artigo. Caso não apareça artigo na frase, o verbo
permanece no singular.

Exemplo: Os Estados Unidos são uma grande potência. / O Amazonas é um grande


estado.

Estados Unidos é um país. Amazonas é um estado.

 Principais regras para a concordância verbal com sujeito composto, ou seja,


aquele que apresenta mais de um núcleo.

 Quando o sujeito composto aparece antes do verbo, devemos sempre colocar o verbo
no plural.

Exemplo: O pai e a mãe brigaram com os filhos.

 Quando o sujeito composto aparece depois do verbo, podemos colocar o verbo no


plural ou concordá-lo apenas com o primeiro verbo que estiver no sujeito.

Exemplo: Brigou com os filhos o pai e a mãe OU Brigaram com os filhos o pai e a mãe.

 Quando os núcleos do sujeito, ou seja, os componentes principais forem ligados


pela palavra OU indicando exclusão, o verbo fica no singular. Se a palavra OU não
indicar exclusão, o verbo vai para o plural.

Exemplo: Eu ou meu pai buscará minha irmã no colégio. (nesta frase, OU indica
exclusão) / Flores ou chocolate sempre agradam. (nesta frase, OU não indica exclusão).

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Acadêmico, agora que já estudamos a concordância, que é imprescindível na hora de


redigir um texto, vamos a mais um passo importante na nossa caminhada: a regência. A
regência é o estabelecimento de relação entre o termo principal da oração e seu
complemento.
 

A regência nominal é quando um nome faz papel de termo regente.

EXEMPLO: A menina era parecida com a mãe. Neste caso, parecida vem a ser o nome
(termo regente) e com a mãeé o complemento (termo regido).

Já a regência verbal, é quando quem faz papel de termo regente é um verbo.

EXEMPLO: Muitas pessoas gostam de teatro. Neste caso, gostam é o verbo (termo


regente) e de teatro é o complemento (termo regido).

A regência verbal estuda também qual a relação sintática que se estabelece dependendo
da transitividade do verbo. Para tal, é necessário que você relembre o que são os verbos
transitivo direto e indireto.

NOTA: Os verbos transitivos diretos não possuem sentido completo, necessitando de um


complemento, que chamamos de objeto direto.

EXEMPLO: A menina comprou um doce. Comprou o quê? Um doce. A palavra doce é o


complemento (objeto direto) do verbo.

O verbo transitivo indireto da mesma forma precisa de um complemento, mas desta vez
este complemento recebe, antes dele, uma preposição. Estes complementos, neste caso,
são os objetos indiretos.

EXEMPLO: Ele obedece ao pai. Obedece a quem? Ao pai. As palavras ao pai, neste caso,
são o complemento (objeto indireto) do verbo.
Muito bem. Agora que já relembramos o que é um verbo transitivo direto e indireto,
vamos ver uma lista de verbos usados no nosso dia a dia com seus sentidos e a regência
correta:

 Agradar:

 Quando tem sentido de satisfazer, é transitivo indireto.

Exemplo: Os alunos agradaram ao professor.

 Quando tem sentido de fazer carinho, é transitivo direto.

Exemplo: Meu filho agradou o cachorro.

 Agradecer:

 Quando se agradece por alguma coisa, usamos como transitivo direto.

Exemplo: Eu agradeci o bolo.

 Quando se agradece alguém, usamos como transitivo indireto.

Exemplo: Eu agradeço aos meus amigos.

 Aspirar:

 Quando tem sentido de inalar ou respirar, usamos como transitivo direto.


Exemplo: Eu aspirei água quando caí na piscina.

 Quando tem sentido de almejar, desejar, usamos como transitivo indireto.

Exemplo: Eu aspirei ao cargo de supervisor.

 Assistir

 Quando usado no sentido de prestar assistência, usamos como transitivo direto.

Exemplo: O médico assiste o paciente com paciência.

 Quando usado no sentido de ver, presenciar, usamos como transitivo indireto.

Exemplo: O médico assistiu ao jogo de futebol no fim de semana.

 Lembrar e esquecer:

 Quando não são acompanhados de pronome, usamos como transitivo direto.

Exemplo: Esqueci o nome do rapaz. / Lembrei o seu endereço.

 Quando são acompanhados de pronome, usamos como transitivo indireto.

Exemplo: Esqueci-me do nome do rapaz. / Lembrei-me do seu endereço.

 Obedecer e desobedecer.
 

 Sempre serão transitivos indiretos.

Exemplo: Ele obedeceu às ordens./ A criança desobedeceu ao professor.

 Precisar:

 Quando usado no sentido de informar com precisão, usamos como transitivo direto.

Exemplo: Ele precisou a hora e o local do crime.

 Quando usado no sentido de necessitar, usamos como transitivo indireto.

Exemplo: Ela precisou de uma explicação mais clara.

COESÃO E COERÊNCIA

A partir de agora entraremos em mais uma fase importante para a compreensão textual.
Coesão e coerência são fatores importantes para uma melhor compreensão durante a
leitura e escrita do texto.

 Sabemos que, para distinguir um texto de um amontoado de palavras ou frases é


necessário que haja harmonia entre os elementos, certo? Você certamente já leu algo do
qual não tenha entendido ao certo o que queria dizer. Certamente a este texto faltavam
elementos de coesão e coerência.

São os elementos de coesão que determinam a relação das palavras a fim de formar
uma frase. Note o exemplo a seguir:

 Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do


país, porque consideram injusta a atual distribuição de terras. Porém, o ministro da
Agricultura considerou a manifestação um ato de rebeldia,uma vez que o projeto de
Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem-terra”. (JORDÃO, R; BELLEZI, C.
Linguagens. São Paulo: Escala Educacional, 2007, p. 566).

 Podemos dizer que as palavras destacadas são responsáveis pela coesão do texto, pois
são elas que garantem uma boa sequência de eventos.

 A coerência textual, por sua vez, é a relação entre as ideias, sendo que essas devem
complementar-se. Em outras palavras, é o resultado da não contradição entre as partes
do texto.

 Um texto tornar-se-á incoerente para determinada situação quando o autor não
conseguir inferir um sentido a ele. Para garantir a coerência de um texto, o conhecimento
que o produtor e o receptor têm do assunto abordado é muito importante, como o
conhecimento de mundo, a intertextualidade, o conhecimento que esses têm da língua
que usam.

 Pode-se dizer que o conceito de coerência está ligado ao conteúdo, ou seja, está no
sentido constituído pelo leitor.

DISCURSO DIRETO E INDIRETO

Vimos anteriormente alguns tipos de texto, não é mesmo? Agora conheceremos os tipos
de discurso dos quais se vale o narrador para relatar a fala das personagens. São eles
o discurso direto e discurso indireto.

Formalmente, um enunciado em discurso direto é marcado, geralmente, pela presença


de verbos do tipo dizer, afirmar, ponderar, sugerir, perguntar, indagar ou responder.

 Na falta de um desses verbos declarativos, cabe ao contexto e a recursos gráficos a


função de indicar a fala da personagem.

 Em outras palavras, podemos dizer que o discurso direto caracteriza-se pela


reprodução fiel da fala da personagem. Para clarear as ideias sobre o tema, reafirmamos
o exposto através do exemplo a seguir:
 

“O amigo abraçou-o. E logo recuou com certo espanto:

- O seu chapéu, Zé Maria?

- Ah, não uso mais.

- Felizardo!

(A. M. Machado)

Podemos chamar de discurso indireto, segundo Celso Cunha (2008), o processo de


reproduzir enunciados. Note um exemplo na seguinte frase de Machado de Assis:

“José Dias deixou-se estar calado, suspirou e acabou confessando que não era médico.”

Nela, o narrador incorpora ao seu falar uma informação da personagem (José Dias),
transmitindo ao leitor apenas o conteúdo sem preocupação com a forma linguística
realmente empregada. Em outras palavras, podemos dizer que no discurso indireto não
há diálogo, o narrador faz-se intérprete das personagens, transmitindo ao leitor o que
disseram ou pensaram.

Para analisar, na prática, as diferenças entre os tipos de discurso, observe o quadro a


seguir:

Discurso Direto Discurso Indireto

 O aluno disse-lhe: 1. O aluno disse-lhe que o conhecia.

 Eu o conheço.
 Apontou para o prédio e falou: 2. Apontou para o prédio e falou que
aquilo ali era uma construção forte.
 Isto que é uma construção forte.

 Clarice olhou-o severamente 3. Clarice olhou-o severamente


pedindo:
pedindo que parasse com aquelas
 Pare com estas brincadeiras. brincadeiras.

AMBIGUIDADE

Este é certamente, um dos maiores problemas na hora de redigir um texto. A transmissão


errada do que se quer dizer pode causar sérias consequências, portanto, é bom tomar
alguns cuidados para não cometê-los. Observe os seguintes casos:

“O médico falou com o enfermeiro nervoso.”

Esta frase pode ser interpretada de duas maneiras: quem estava nervoso, o médico ou o
enfermeiro? Para consertá-la, bastaria reescrevê-la da seguinte forma:

“O médico, nervoso, falou com o enfermeiro.” (se quem estava nervoso era o médico).
Ou “O médico falou com o enfermeiro, que estava nervoso.” (se quem estava nervoso era
o enfermeiro).

“Pessoas que fumam com frequência apresentam dificuldade respiratória e


fadiga.”

 
Neste caso, a má colocação da palavra frequência nos confunde. Pessoas que fumam
com frequência ou com frequência apresentam dificuldade respiratória e fadiga? Para
consertá-la, bastaria reescrevê-la da seguinte forma:

“Pessoas que fumam apresentam dificuldade respiratória e fadiga com frequência.” Ou


“Pessoas que com frequência fumam apresentam dificuldade respiratória e fadiga.”

Em alguns casos, a ambiguidade é utilizada propositalmente. Isto ocorre em piadas e


textos humorísticos. Veja:

- Qual o seu maior sonho de consumo?

- Quero morar um dia na praia.

- Mas só um?

- Doutor, já quebrei o braço em vários lugares.

- Se eu fosse o senhor, não voltava mais para esses lugares.

- Não deixe sua cadela entrar na minha casa de novo. Ela está cheia de pulgas.

- Diana, não entre nessa casa de novo. Ela está cheia de pulgas.

O bêbado está no consultório e o médico diz:

- Eu não atendo bêbado.

- Quando o senhor estiver bom eu volto. - disse o bêbado.


 

FONTE: Disponível em: .  Acesso em: 5 dez. 2010.

DICAS

Encontramos uma lista de dicas divertidas e úteis para que você possa construir seu
texto evitando cometer alguns erros muito comuns. Veja:

1. Vc. deve evitar abrev. etc.

 2. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado,


segundo deve ser do conhecimento inexorável dos copidesques. Tal prática advém de
esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.

 3. Anule aliterações altamente abusivas. [aliteração: repetição sequenciada dos mesmos
sons, neste caso a letra “a” inicial]

4. “não esqueça das maiúsculas”, como já dizia dona loreta, minha professora lá no
colégio alexandre de gusmão, no ipiranga.

 5. Evite lugares-comuns assim como o diabo foge da cruz.

 6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.

 7. Chute o balde no emprego de gíria, mesmo que sejam maneiras, tá ligado?

 8. Nunca generalize: generalizar, em todas as situações, sempre é um erro.


 9. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A
repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a
palavra se encontra repetida.

 10. Não abuse das citações. Como costuma dizer meu amigo: “Quem cita os outros não
tem ideias próprias”.

 11. Frases incompletas podem causar

 12. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é,
basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a
mesma ideia.

 13. Seja mais ou menos específico.

 14. Frases com apenas uma palavra? Jamais!

 15. A voz passiva deve ser evitada.

 16. Use a pontuação corretamente o ponto e a vírgula especialmente será que ninguém
sabe mais usar o sinal de interrogação

 17. Quem precisa de perguntas retóricas?

 18. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.

 19. Exagerar é cem bilhões de vezes pior do que a moderação.

 20. Evite mesóclises. Repita comigo: “mesóclises: evita-las-ei!” [mesóclise: quando


utilizamos o pronome no meio do verbo no futuro do presente ou futuro do pretérito].

 21. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha. [Analogia: é uma
relação de equivalência entre duas ou mais relações].

 22. Não abuse das exclamações! Nunca! Seu texto fica horrível!

 23. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da ideia
contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma ideia central, o que nem
sempre torna o seu conteúdo acessível, forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la
em seus componentes diversos, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria
ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através
do uso de frases mais curtas.

 24. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língüa portuguêza.

 25. Seja incisivo e coerente, ou não.”

SITES, ATUALIDADES, FILMES

Neste site você encontra 10 dicas muito interessantes de redação.


Acesse:http://falabonito.wordpress.com/2006/12/04/dez-dicas-rapidas-para-fazer-uma-
boa-redacao/ .

 AUTOATIVIDADE

Agora chegou a sua vez! Baseando-se no que já aprendeu até aqui, relacione o conceito
ao seu exemplo:

I- Ambiguidade.

II- Discurso direto.

III- Internetês.

IV- Discurso indireto.

a. (    ) A menina disse que tinha fome. 

b. (    ) A mãe falou com a filha assustada. 

c. (    ) Ele disse: - Vamos em cinco minutos.

d. (    ) Vc tem q me ver hj.


 

Gabarito: a – IV; b - I; c - II; d – III.

REFERÊNCIAS

AMARAL, Emília F; FERREIRA, Mauro; LEITE, Ricardo; ANTÔNIO,


Severino. Português. São Paulo: FTD, 2000.

BATTISTI, Julio. Regência. Disponível em: . Acesso em: 8 dez. 2010.

CARROLL, Lewis. Alice no País das Maravilhas. Disponível em: . Acesso em: 5 dez.
2010.

CUNHA, Celso. Gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: L&PM,


2008.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio


de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

GUIMARÃES, Nilma. Ambiguidade. Disponível em: . Acesso em: 5 dez. 2010.

HOUAISS, Antônio. Mini Houaiss – Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:


Objetiva, 2004.
 

MAIA, João Domingues. Português. São Paulo: Ática, 2009.

MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. São


Paulo: Editora Atlas, 2004.

NERY, Alfredina. Texto. Disponível em: . Acesso em: 5 dez. 2010.

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