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Para interpretar bem
Todos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal,
inevitável. Importante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás,
progredir muito. Leia com atenção os itens abaixo.
1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos
publicitários, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu alcance. Mas
leia com atenção, tentando, pacientemente, aprender o sentido. O mal “é ler por ler”,
para se livrar;
3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na realidade,
eles nos oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande prazer interior.
Abra sua mente e seu coração para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo
silencioso;
4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes
de tentar responder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem,
entendê-lo como um todo, e isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa
forma, leia-
-o algumas vezes. A cada leitura, novas ideias serão assimiladas. Tenha a paciência
necessária para agir assim. Só depois tente resolver as questões propostas;
6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a
uma determinada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do
aluno ou candidato o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é
importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi dito acima. Procure estar
atualizado, lendo jornais e revistas especializadas;
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Para escrever corretamente:
Podemos abraçar um conceito amplo, lato, de texto. Neste caso, incluiremos como texto,
produções nas mais diversas linguagens. Seriam tratadas como textos as produções feitas
com as linguagens das artes plásticas, da música, da arquitetura, do cinema, do teatro,
entre outras.
Nesse sentido, podemos entender a “leitura do mundo” de que fala Paulo Freire. É preciso
ler o mundo, compreender as diversas manifestações das muitas linguagens com as quais
temos contato o tempo todo.
Esse conceito lato de texto, apesar de aceito por muitos teóricos e de ser interessante por
se tratar de uma abordagem geral da compreensão (uma vez que essa depende da
conjugação de várias linguagens) é adequado a algumas situações, e ineficiente em outros
casos.
É a coerência que faz com que uma sequência linguística qualquer seja vista como um
texto, porque é a coerência, através de vários fatores, que permite estabelecer relações
(sintático-gramaticais, semânticas e pragmáticas) entre os elementos da sequência
(morfemas, palavras, expressões, frases, parágrafos, capítulos, etc.), permitindo
construí-la e percebê-la, na recepção, como constituindo uma unidade significativa
global. Portanto, é a coerência que dá textura e textualidade à sequência linguística,
entendendo-se por textura ou textualidade aquilo que converte uma sequência
linguística em texto. Assim sendo, podemos dizer que a coerência dá início à
textualidade.” (KOCH, I.V. & TRAVAGLIA L. C. A coerência textual. São Paulo,
Contexto, 1995. p.45)
Em sentido amplo, a palavra texto designa um enunciado qualquer, oral ou escrito, longo
ou breve, antigo ou moderno. Caracteriza-se, pois, numa cadeia sintagmática de
extensão muito variável, podendo circunscrever tanto a um enunciado único ou uma lexia
quanto a um segmento de grandes proporções. (GUIMARÃES, Elisa. A articulação do
texto. Série Princípios. Editora Ática. São Paulo. 1985).
Num conceito stricto, ler é ler textos verbais e escrever é produzir textos verbais (quando
falamos de alfabetização e letramento, estamos focalizando a aquisição e o domínio da
linguagem verbal).
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O estudo de propagandas e de outros textos publicitários da TV, revistas e jornais, inclui
necessariamente a análise de imagens. Podemos dizer que considerar o texto como sendo
verbal não implica excluir desse conceito a presença de outras linguagens. Nesse sentido
stricto, são textos aquelas produções que se utilizam da linguagem verbal associada ou
não a outras linguagens. Produções em outras linguagens sem o verbal não devem ser,
nessa abordagem, entendidos como textos. Sendo assim, dada a dificuldade de lidar com
um conceito que, pode ser tão amplo, mesmo considerando uma concepção restrita desse
termo, talvez o melhor (ou mais prático), seja lidar com a noção de gênero.
Cada um deles tem uma determinada estrutura, mais ou menos flexível dependendo do
caso, mas, na maioria das vezes, reconhecível. Essa estrutura é um protótipo, um modelo,
fruto da função desse texto.
Os gêneros costumam ter uma estrutura ou organização muito regular. Alguns são mais
presos a essa estrutura (superestrutura) e outros aceitam maiores variações. Por isso, é
estranha a definição de Platão e Fiorin de que “um texto é um aglomerado de frases”. Eles
dizem mesmo isso? Texto não pode ser isso. Muitos aspectos diferem um texto de um
aglomerado de frases, ter estrutura, organização, propósito, coesão, caráter sócio
comunicativo, etc. Como diz Ingedore Koch: “Um texto não é simplesmente uma
sequência de frases isoladas, mas uma unidade linguística com propriedades estruturais
específicas”. (KOCH, 1989:11).
Mas é preciso ter cuidado, pois uma definição baseada na forma: ter começo, meio e fim,
seguir uma sequência cronológica ou lógica, ter frases completas e bem estruturadas,
seguir determinada organização ou padrão, também não se aplica ao conceito de texto,
apesar de, em alguns casos, poder ser um critério para se falar de gêneros textuais.
O texto não seria, então, aquilo que os gêneros têm em comum? Sim. Mas o que eles têm
em comum? A linguagem verbal. Ter função, propósito ou finalidade, ser dialógico e
hipertextual não são características definitórias de texto uma vez que são características
da linguagem.
É comum o sentido ser apontado como característica do texto. Em muitas definições de
texto que já vi e ouvi o sentido é critério que define o texto:
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“Texto é aquilo que faz sentido”
“é uma unidade de sentido”
“é qualquer coisa que a gente entende”
“é necessário que tenha interpretações variadas”
“é aquilo que cria sentido.”
“Texto é dotado de unidade de sentido” Qual a noção de sentido aqui? Como essa frase
está sendo entendida? Ter unidade de sentido é ter sentido? O sentido está no texto? Ter
unidade de sentido é girar em torno de um tema principal (recuperável pelo leitor), e não,
ser dotado de sentido intrínseco. Será que é isso que está sendo entendido?
O que é sentido e “onde” ele está? Ele poderia “estar” em pelo menos três “lugares”: no
autor, no texto ou no leitor.
Se está, por que um mesmo texto é entendido de formas diferentes por diferentes leitores?
Porque alguém entende um texto e outra pessoa pode não entender esse mesmo texto? Se
o sentido estivesse lá, não seria de se esperar que todos ou entendessem ou não
entendessem um determinado texto e, se entendessem, entendessem da mesma forma?
Passei a noite martelando essa ideia na cabeça. / Passei a noite com essa ideia martelando
na cabeça.
Infere-se que foi com um martelo?
Quando dizemos que o sentido está no texto, na verdade, queremos dizer que há
elementos linguísticos que sinalizam um caminho para o leitor. Isso é feito pelas escolhas
lexicais e dos mecanismos gramaticais feitas pelo autor.
Por hora, basta dizer que a coesão são mecanismos que ajudam o leitor a construir a
coerência do texto. O que significa isso? Significa que o texto traz vários elementos
linguísticos que devem ser inter-relacionados pelo leitor para construir a coerência ou
significado(s) para aquele texto, naquela determinada situação. Disso pode-se concluir
que:
- a coerência não está no texto, mas é construída pelo leitor;
- não há texto sem coesão;
- a coesão tem pelo menos duas faces:
- instruções que aparecem no texto;
- a realização dessas instruções pelo leitor.
Ex.: Paulo é um menino levado. Aquele pestinha quase afogou o gato da minha vizinha.
Para compreender essa frase, o leitor tem de realizar algumas operações de coesão
indicadas no texto. Uma delas é ligar “Aquele pestinha” a “Paulo”, uma vez que esse é o
antecedente provável. Outra é ligar “minha vizinha” como sendo a vizinha do narrador e
não de Paulo. Essas operações é que são, no final das contas, a coesão.
Vocês estão vendo de onde vem a confusão entre texto e sentido? Há uma confusão entre
texto (produto/físico) e leitura (processo/mental). Para muita gente, texto só é texto
quando faz sentido, no entanto, uma coisa é o objeto físico e outra coisa é o processamento
mental. Como diz o Prof. Milton do Nascimento: “texto é risco no papel e som no ar”. O
sentido não está no texto, ele precisa ser construído pelo leitor.
Tudo indica que quem constrói o(s) sentido(s) para o texto no momento da leitura é o
leitor, mas isso não significa que ele pode ler como bem quiser. Há, no texto, indicações
que ele não pode ignorar. Acreditar que qualquer leitura vale porque devemos respeitar a
interpretação feita pelo leitor, é jogar por terra dois processos ao mesmo tempo: a leitura
e a escrita. Se eu posso ler o que eu quero em qualquer texto, como autor, eu não preciso
me preocupar com os elementos que vão compor meu texto, porque o leitor vai entender
o que ele quer mesmo. Essa é uma visão extremamente perigosa.
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Isso nos leva à conclusão de que, para entender qualquer passagem de um texto, é
necessário confrontá-la com as demais partes que o compõem sob pena de dar-lhe um
significado oposto ao que ela de fato tem.
Em outros termos, é necessário considerar que, para fazer uma boa leitura, deve-se sempre
levar em conta o contexto em que está inserida a passagem a ser lida.
Entende-se como contexto uma unidade linguística maior onde se encaixa uma unidade
linguística menor. Assim, a frase encaixa-se no contexto do parágrafo, o parágrafo
encaixa-se no contexto do capítulo, o capítulo encaixa-se no contexto da obra toda.
Uma observação importante a fazer é que, nem sempre, o contexto vem explicitado
linguisticamente. O texto mais amplo dentro do qual se encaixa uma passagem menor
pode vir implícito: os elementos da situação em que se produz o texto podem dispensar
maiores esclarecimentos e dar como pressuposto o contexto em que ele se situa.
Para exemplificar o que acaba de ser dito, observe-se um minúsculo texto como este:
.
A nossa cozinheira está sem paladar.
Dito durante o jantar, após ter-se experimentado a primeira colher de sopa, esse texto
pode significar que a sopa está sem sal; dito para o médico, no consultório, pode significar
que a mesma pode estar acometida de alguma doença que esteja impedindo sentir o
paladar dos alimentos.
Para finalizar esta primeira consideração, convém enfatizar que toda leitura, para não ser
equivocada, deve, necessariamente, levar em conta o contexto que envolve a passagem
que está sendo lida, lembrando que esse contexto pode vir manifestado implicitamente
por palavras ou pode estar implícito na situação concreta em que foi produzido.
Observe, a título de exemplo, a passagem que segue, extraída da revista Veja do dia 1º
de junho de 1988, página 54.
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CRIME.
TIRO CERTEIRO.
Estado americano limita porte de armas.
O exemplo escolhido deixa claro que qualquer texto, por mais objetivo e neutro que
pareça, manifesta sempre um posicionamento frente a uma questão qualquer posta em
debate.
Tipos de Linguagem
A linguagem pode ser:
Verbal: a linguagem verbal é aquela que faz uso das palavras para
comunicar algo.
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As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal (usa
palavras para transmitir a informação).
Não verbal: é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as
palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a
linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc.
Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.
Língua
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Outro, no entanto, pode optar por:
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação
distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais
espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é
acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A
língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema mais
disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom
de voz do falante.
No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da
língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos
encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que
usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura.
Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como
idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-
se em linguagem infantil e linguagem adulta.
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Fala
É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato individual, pois cada indivíduo,
para a manifestação da fala, pode escolher os elementos da língua que lhe convém,
conforme seu gosto e sua necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua
personalidade, o ambiente sociocultural em que vive, etc. Desse modo, dentro da
unidade da língua, há uma grande diversificação nos mais variados níveis da fala. Cada
indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é por
isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura,
embora nem sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa.
Níveis da fala
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis:
Nível coloquial-popular: é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia,
principalmente em situações informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-
lo, não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não com as regras formais
estabelecidas pela língua.
O autor de um texto, para criar um determinado efeito de sentido, pode escolher figuras
dentro de uma determinada região do léxico. Pode escrever seu texto em gíria, ou utilizar
um vocabulário regionalista, ou ainda fazer uso de muitos arcaísmos. O que importa, para
uma boa leitura, não é apenas identificar a escolha feita pelo autor, mas verificar qual é a
função que ela tem no sentido do texto.
“Senhoras:
Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e a literatura desta missiva. Cumpre-
nos, entretanto, iniciar estas linhas de saudade e muito amor, com desagradável nova. É
bem verdade que na boa cidade de São Paulo – a maior do universo no dizer de seus
prolixos habitantes – não sois conhecidas por “icamiabas”, voz espúria, senão pelo
apelativo de amazonas: e de vós se afirma, cavalgardes belígeros ginetes e virdes da
Hélade clássica (...)
Nem cinco sóis eram passados que de vós nos partíramos, quando a mais temerosa desdita
pesou sobre nós (...) O que vos interessará mais, por sem dúvida, é saberdes que os
guerreiros de cá não buscam mavórticas damas para o enlace epitalâmico, mas antes as
preferem dóceis e facilmente trocáveis por voláteis folhas de papel a que vulgo chamará
dinheiro o “curriculum vitae” da Civilização a que fazemos honra em pertencermos.”
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(Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. 18ª ed. São Paulo, Martins Fontes; Belo Horizonte, Itatiaia,
1981. p.59-60)
O trecho faz parte do capítulo “Carta pras Icamiabas”. O remetente dessa carta é o próprio
herói do romance; o lugar em que está é a cidade de São Paulo; o destinatário são as
Icamiabas, que quer dizer amazona, mulher guerreira que, segundo a lenda, vivia na
região hoje denominada Amazônia.
Essa ruptura corresponde, sem dúvida, a uma intenção de ridicularizar o modo de vida da
grande cidade a esse efeito de ridicularização é conseguido, no caso, não só pelo conteúdo
significativo do que ele diz, mas também pela escolha lexical.
b)arcaísmos: recuperar certa época, ridicularizar certo personagem que ainda insiste em
utilizá-los;
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d)regionalismos ou estrangeirismos: caracterizar, por exemplo, a procedência de um
personagem;
Além disso, um autor pode fazer largo uso de clichês (expressões prontas, lugares-
comuns, como, por exemplo, “ela completou quinze primaveras”, “a vida é uma caixinha
de surpresas”, “rápido como um raio”, para demonstrar a incompetência de quem os
utiliza, para pôr em evidência a falta de originalidade de um personagem.
A desmontagem de clichês, por outro lado, produz efeitos interessantes. Guimarães Rosa,
por exemplo, usa “pela calada do dia” na base de “pela calada da noite”; “de lua a lua”
pelo modelo de “de sol a sol”; “aqui-del-presidente” em vez de “aqui-del-rei”.
Um autor pode, ainda, criar efeitos de sentido usando um léxico preciosista, como, por
exemplo, rórido (orvalhado), perlejar (tomar como recamado de pérolas), desalterar
(matar a sede), canícula (grande calor).
Atividades práticas:
Antigamente
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3)Explique os significados das seguintes palavras ou expressões: janota, nesse
entrementes, azulava e siso.
R - ___________________________________________________________________
7) O narrador constrói seu texto quase somente com arcaísmos, para produzir o
seguinte efeito:
( ) Mostrar que a língua deve ser preservada;
( ) Advertir que as pessoas precisam usar arcaísmos;
( ) Caracterizar uma época através do uso do próprio linguajar dessa época;
( ) Lembrar que é ridículo utilizar uma linguagem arcaica.
Signo
Nas situações de comunicação, alguns elementos são sempre identificados. Isto é, sem
eles, pode-se dizer que não há comunicação. É o que diz a Teoria da Comunicação.
Atividade prática:
1) Identifique os elementos das situações de comunicação a seguir:
a) Pronunciamento do Presidente em cadeia nacional de rádio e TV no Dia do Trabalho.
Emissor: _______________________________________________________________
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Receptor:_______________________________________________________________
Mensagem:_____________________________________________________________
Código: _______________________________________________________________
Canal: _________________________________________________________________
Contexto: ______________________________________________________________
Ruídos na comunicação
Quando algum dos elementos não está completamente integrado ao processo da
comunicação, ou ocorre algum tipo de interferência, aparecem os ruídos na comunicação.
Podem ser fatores externos à comunicação, físicos ou não, que impeçam que a ideia
original codificada chegue de forma satisfatória ao receptor. Um exemplo clássico de
ruído na comunicação é a chamada “linha cruzada” ao telefone, quando o processo de
transmissão da mensagem recebe a interferência de outro processo, indesejado e
descontextualizado. Nesse caso, houve interferência no canal da comunicação.
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Entretanto, há diversas situações, envolvendo outros elementos da comunicação, em que
pode ocorrer ruído.
Exemplos:
1 – O emissor não organiza suas ideias de forma clara, levando ao não-entendimento da
mensagem por parte do receptor. Nesta situação, a fala do emissor sofre interferência de
pensamentos inconclusos, vagos e indefinidos, ou não se estrutura segundo as regras
convencionadas para a língua;
Atividades práticas:
c) Durante uma aula para a turma do oitavo ano, no momento da explicação do conteúdo,
um aluno cai da cadeira, a turma se dispersa e o professor interrompe sua fala.
R- ____________________________________________________________________
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d) Um funcionário apresenta a seguinte desculpa ao chefe por ter chegado atrasado
ao trabalho:
“ O tráfico estava muito intenso”.
R- ____________________________________________________________________
Tipologia Textual
Descrição
Ex.: “Sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos.
Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver
e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais
parecia uma pintura.”
O texto descritivo.
Descrever é pintar com palavras.
O texto descritivo pretende passar para o leitor a imagem de algo: uma paisagem, uma
situação, uma cena, um objeto, características físicas ou psicológicas de uma pessoa ou
de um personagem...
A descrição pode tentar a captação objetiva do real, ou apresentar uma visão subjetiva, o
modo como quem descreve “percebe” essa realidade. Assim, costuma-se falar de
descrição técnica ou de descrição literária. Quem descreve pode pretender que o leitor
“veja” (descrição mais objetiva), ou que “sinta” (descrição mais subjetiva). Em última
análise, toda descrição acaba um pouco subjetiva, pois, mesmo havendo a intenção de
objetividade, os dados da realidade são escolhidos e organizados de um ponto de vista
particular, e a própria seleção das palavras acaba revelando uma visão “pessoal”.
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1)Dos substantivos – deve-se buscar o vocábulo mais preciso para o que se quer
expressar;
3)De verbos e advérbios – faz parte da descrição dizer o que se costuma fazer e o
modo como se faz;
Por meio dos recursos descritivos, pode-se apresentar o personagem de forma que
desperte, no leitor, simpatia e admiração, ou apresentá-lo como odioso, antipático,
desprezivel. Não é raro haver, por trás da descrição, um julgamento moral do personagem.
Atividades práticas:
I – “O Estatuto do Adolescente, como está hoje, é uma lei de proteção aos infratores.
Quem rouba os tênis das crianças que vão ao colégio? Quem assalta as crianças nos
ônibus? São os menores infratores. A lei acaba deixando desprotegida a maioria, que são
as vítimas. Os infratores ficam em liberdade por causa da impossibilidade de uma atuação
serena e enérgica dos policiais. Com isso, aqueles elementos de alta periculosidade têm
campo aberto para suas ações criminais. E acabam acontecendo tragédias como a da
Candelária ou das mães de Acari, que até hoje não acharam seus filhos. Temos que cortar
essas possiblidades retirando esses menores de rua [...] Ao contrário do que ocorre hoje,
os menores infratores deveriam estar presos, sujeitos ao Código Penal.”(General Nilton
Cerqueira)
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Com a necessária brevidade, um currículo deve conter, de maneira clara, as seguintes
informações:
Dados pessoais– O nome do profissional deve vir em destaque. A seguir, vêm data de
nascimento, estado civil, endereço, telefone e endereço eletrônico;
Objetivo– Apontar o interesse profissional, expor suas ambições (p. ex.: fazer um estágio
em determinada empresa);
Como você pôde observar, elaborar um currículo é como fazer uma descrição profissional
de si mesmo.
Narração
Ex.: “Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela
rua mal-iluminada que conduzia a sua residência. Subitamente, foram abordados por um
homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria,
receosos de que se tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bêbado que
tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.”
O texto narrativo
Todo mundo gosta de uma boa história. As crianças adoram. Os adultos também. Por isso
vão ao cinema, assistem a novelas, leem romances, contam piadas...
A ciência, por não ter respostas a todas as dúvidas do ser humano, aguçou ainda mais
nossa imaginação para mundos fantásticos. Assim, à ficção voltada para o passado e para
o presente, veio juntar-se a ficção científica, que tenta imaginar o futuro.
a. Personagens – o leitor formará uma ideia deles por descrições inseridas na narração
ou por ações das quais se possam inferir suas características;
c. Cenário (espaço e tempo) – é o espaço criado pelo narrador em sua ordenação dos
fatos;
d. Narrador (foco narrativo)– é quem conta a história: pode ser um dos personagens
(narrador-personagem), ou alguém que está fora dos acontecimentos (narrador em 3ª
pessoa);
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É fundamental para uma boa narrativa a cuidadosa construção dos personagens.
Protagonistas são personagens que se destacam por estarem diretamente envolvidos no
núcleo da trama. Pode haver também personagens secundários. Costuma-se fazer
distinção entre personagens esféricos e personagens planos. Os personagens planos são,
na verdade, “tipos” que representam determinadas categorias sociais. Nas peças de Gil
Vicente, por exemplo, os personagens (o fidalgo, o frade, o judeu...) são verdadeiros tipos:
correspondem a uma imagem socialmente estabelecida. Daí a previsibilidade de suas
atitudes e reações. Já os personagens esféricos são aqueles portadores de maior
complexidade psicológica. Sua substância pessoal foge aos padrões. São mais instáveis,
na medida em que não se conformam a estereótipos.
Os fatos narrados têm uma duração: é o tempo da narrativa (não confundir com a
época em que se passa a narrativa). Há histórias que privilegiam o tempo cronológico:
seguem a sucessão das horas, dias, meses e anos. Outras se regulam pelo tempo
psicológico, isto é, são marcadas pelo ritmo interior dos personagens, pelo seu
envolvimento emocional. Cinco horas numa festa parecem voar; uma noite num velório,
pode parecer eterna...
Personagens não se movem no vazio. É preciso situá-los num lugar e numa época. No
teatro, por exemplo, a época e o lugar são sugeridos pelo cenário, pelo vestuário dos
personagens, etc. Numa narrativa escrita, o leitor só pode tomar conhecimento de tudo
isso se for informado pelo narrador. Daí toda narração envolver elementos descritivos.
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Narrador: Quem conta a história?
Para que a história seja contada, é preciso uma voz que vá apresentando os fatos. Uma
história pode ser narrada de dois pontos de vista fundamentais:
b. Narrador em 3ª pessoa– os fatos são apresentados pela voz de alguém que não faz
parte da história, que é mero observador. Usa-se, neste caso, a 3ª pessoa gramatical.
Ex.: Quando Paulo saiu de casa naquela manhã, sua irmã ainda não havia chegado...
Ex.: João dormira mal, tivera pesadelos. Pensava na pensão dos filhos. Desconfiava que
nem eram seus...
Interesse: Vale a pena contar?
Um bom texto narrativo é aquele que prende o leitor. Como vimos, prende-se o leitor ou
por aquilo que é narrado, ou pela maneira original como se narra.
Uma boa história retira-nos de nossa realidade e nos transporta para novas situações.
Gostamos de conhecer aspectos novos da vida. Facina-nos a diversidade dos destinos
humanos. O contato com variados personagens amplia a nossa compreensão do ser
humano, enriquece e alarga nossa visão de mundo.
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Como se vê, a frase “A cena passa-se em 1890”, o narrador se torna contemporâneo dos
acontecimentos e pode narrá-los à medida que se desenvolvem. Os verbos que indicam
as ações dos personagens são colocados no presente, que, no caso, é chamado de presente
histórico. Fatos anteriores a esse presente são colocados no passado (pretérito perfeito):
“Acabou de comer como um abade”. Mas o fio da narrativa é conduzido sempre com
verbos no presente.
b. A maneira comum de narrar, porém, é aquela em que, do seu presente, o narrador olha
o passado em que os acontecimentos se dão. Observe esse procedimento no conto abaixo:
Caso de secretária
Foi trombudo para o escritório. Era dia de seu aniversário, e a esposa nem sequer o
abraçara, não fizera a mínima alusão à data. As crianças também tinham se esquecido.
Então era assim que a família o tratava? Ele, que vivia para os seus, que se arrebentava
de trabalhar, não merecer um beijo, uma palavra ao menos!
Mas, no escritório, havia flores à sua espera, sobre a mesa. Havia o sorriso e o abraço da
secretária, que poderia muito bem ter ignorado o aniversário, e, entretanto, o lembrara.
Era mais do que uma auxiliar, atenta, experimentada e eficiente, pé-de-boi da firma, como
até então a considerar; era um coração amigo.
Passada a surpresa, sentiu-se ainda mais borocoxô: o carinho da secretária não curava,
abria mais a ferida. Pois então uma estranha se lembrava dele com tais requintes e a
mulher e os filhos, nada? Baixou a cabeça, ficou rodando o lápis entre os dedos, sem
gosto para viver.
Engasgado, confessou-lhe que em parte nenhuma. Fazer anos é uma droga, ninguém
gostava dele neste mundo, iria rodar por aí à noite, solitário, como o lobo da estepe.
E não é que podiam mesmo? Em vez de passar uma noite besta, ressentida – o pessoal lá
em casa pouco está ligando –, teria horas amenas, em companhia de uma mulher que –
reparava agora – era bem bonita.
Daí por diante, o trabalho foi nervoso, nunca mais que se fechava o escritório. Teve
vontade de mandar todos embora, para que todos comemorassem o seu aniversário, ele
principalmente.
Foram ao drinque, ele recuperou não só a alegria de viver e de fazer anos, como começou
a fazê-los pelo avesso, remoçando. Saiu bem mais jovem do bar, e pegou-lhe do braço.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. 2ª Ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1968.p.11-12).
Observe que os fatos que constituem o fio principal da narrativa estão no pretérito
perfeito, tempo que situa a ação no passado e a dá como concluía: “Foi trombudo para o
escritório...”, “sentiu-se ainda mais borocoxô...”, “Baixou a cabeça...”, etc.
Mas há também as ações que constituem o pano de fundo, as circunstâncias dentro das
quais se desenrolam os fatos principais. Essas ações são colocadas no pretérito imperfeito,
tempo que situa a ação no passado, mas sem dá-la como concluída: “Era dia de seu
aniversário...”, “Ele que vivia para os seus...”, havia flores...”, etc.
O futuro é marcado em relação ao tempo dos fatos narrados. Portanto, trata-se de futuro
do pretérito (passado) e não de futuro do presente: “iria rodar...”, “podíamos
(=poderíamos) jantar...”, “não é que podiam... (=poderiam)”, etc.
Atividades práticas:
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Examine este fragmento narrativo:
1) Como você observa, o narrador conta a história como algo que se deu no passado.
Reescreva o fragmento, tornando o narrador contemporâneo aos fatos que narra.
R– ___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Dissertação
O autor situa um tema e o discute, lança sua tese e apresenta conclusões, procurando
convencer o leitor a aderir ao seu ponto de vista.
Em razão disso, esse tipo de texto pode ser denominado também de expositivo-
argumentativo, englobando trabalhos científicos e acadêmicos, como a monografia, a
dissertação de mestrado, a tese de doutorado, os artigos e editoriais de jornais.
Introdução
Desenvolvimento
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Normalmente, a parte maior e mais importante do texto, porque contém as ideias ou os
argumentos que fundamentam a tese. O sucesso do texto depende da qualidade e da
profundidade das ideias presentes no desenvolvimento. Em princípio, cada uma das ideias
exploradas nesta parte corresponde a um parágrafo.
Conclusão
É a parte final do texto. Para ela convergem todas as ideias anteriormente desenvolvidas
sendo quase sempre uma espécie de síntese da introdução e do desenvolvimento . A
conclusão merece destaque no texto e, por isso, é conveniente que constitua um parágrafo
e se restrinja a ele. Nela, indicam-se os resultados alcançados.
Ex.: “Dizem as pessoas ligadas ao estudo da Ecologia que são incalculáveis os danos que
o homem vê causando ao meio ambiente (tópico frasal). O desenvolvimento de grandes
extensões de terra, transformando-as em verdadeiras regiões desérticas, os efeitos nocivos
da poluição e a matança indiscriminada de muitas espécies são apenas alguns dos aspectos
a serem mencionados. (desenvolvimento) Os que se preocupam com a sobrevivência e o
bem-estar das futuras gerações temem que a ambição desmedida do homem acabe por
tornar esta terra inabitável.” (conclusão)
O texto dissertativo
Dissertação é, pois, o texto em que um enunciador (aquele que escreve o texto) delimita
um tema (um problema específico) dentro de uma questão mais ampla (assunto) para
31
discuti-lo e defender seu ponto de vista (tese). Para isso, ele analisa, questiona, critica,
discute ideias.
Como se vê, assunto é algo amplo, genérico, enquanto tema é algo mais específico.
Futebol, violência, drogas, mulher, economia, preconceito, vestibular... são assuntos.
Dentro de um assunto, podemos delimitar vários temas. Por exemplo, dentro do assunto
violência, podemos distinguir temas como: violência urbana, violência contra a mulher,
violência nos campos de futebol, violência da polícia, o menor e a violência, violência do
Estado contra os cidadãos e muitos outros.
Saber convencer é uma arte. A propaganda pretende convencer-nos para que compremos
tal produto. Os políticos, para que lhes demos nosso voto. Promotores e advogados
querem convencer os jurados da culpa ou da inocência do réu. As pregações religiosas
querem convencer-nos...
Essa arte de convencer tem um nome: chama-se retórica. Para ver quanto ela é antiga,
basta lembrar que Aristóteles (384 – 322 a.C.) escreveu um livro que tem esse nome por
título. A retórica põe a nossa disposição recursos a serem empregados para dar ao texto
maior capacidade de persuasão.
a. Enunciador – é aquele que escreve o texto, o autor. Enquanto narrador é quem conta
a história (não se confunde com o autor do texto), enunciador é aquele cuja voz conduz o
texto dissertativo.
Quando alguém escreve um artigo e o assina, pode usar a 1ª pessoa do singular (Penso
muitas vezes que...). Normalmente, porém, a pessoa do enunciador se dissolve em um nós
(Pensamos muitas vezes que...), mesmo porque ele quer passar a ideia de que não fala em
seu nome, mas em nome do bom senso, da razão. Em lugar de nós, o enunciador vezes
que...).
Observação:
e. Argumentos – são as justificativas apresentadas pelo emissor para sustentar o seu ponto
de vista. Existem vários esquemas argumentativos que podem ser usados. É preciso saber
escolhê-los bem, em função do tipo de questão que se discute.
O texto dissertativo deve ser organizado numa estrutura que apresente três partes:
introdução, desenvolvimento e conclusão.
Na introdução, apresenta-se com clareza o problema a ser discutido. Se o tema for muito
amplo, será necessário delimitá-lo, informando ao leitor que aspecto da questão será
enfocado. Convém contextualizar o problema, mostrando sua importância e atualidade.
A tese pode aparecer já na introdução. Até pela maneira como se coloca o problema, o
leitor poderá perceber qual é o ponto de vista que o enunciador vai defender.
Observação:
Num texto de cerca de trinta linhas, a introdução deve ocupar apenas
o primeiro parágrafo, e a conclusão, o último. Os dois ou três
parágrafos intermediários constituirão o desenvolvimento.
Atividades práticas:
1) (FGV/98) As ideias propostas nos itens abaixo estão alinhados sem nenhuma
ordem. Organize-as em uma sequência coerente. Na resposta, indique, por meio das
letras, a ordem lógica em que os itens devem dispor-se.
a. Para as crianças que têm deficiência na produção de seu próprio hormônio do
crescimento, o produto sintético constitui importante avanço da medicina;
b. Obtido dessa forma natural, foi usado no tratamento de crianças cuja glândula não
produzia quantidade suficiente do hormônio;
33
c. Até recentemente, o hormônio do crescimento somente podia ser obtido da glândula
pituitária de seres humanos;
d. No entanto, o produto de origem natural foi retirado do mercado depois que cientistas
estabeleceram associação entre eles e algumas doenças mentais de crianças submetidas
ao tratamento;
e. Agora, foi desenvolvido novo hormônio sintético, que afirma-se, não tem efeitos
colaterais perigosos.
(Adaptado de GEAR, Jolene. Cambridge preparation for the TOEFL test. Cambridge, University Press, USA, 1994. P.345)
R - ___________________________________________________________________
R - ___________________________________________________________________
3) (FGV/95) As ideias propostas nos itens a seguir estão alinhadas sem nenhuma
ordem lógica. Procure organizá-las de modo que se possa estruturar uma sequência
coerente de introdução, argumentação e conclusão.
O homem: mediador da ciência e da tecnologia?
Prática de Redação
Visam ao entendimento das exigências do homem como tal, capaz de emitir um conceito,
expressar um sentimento, relatar um fato; de dispor, enfim, dentro do sistema idiomático
de que se serve, daqueles recursos que melhor e mais corretamente exprimam suas
necessidades, interesses e aptidões.
b) maiúscula inicial apenas na primeira palavra, seja ela artigo, verbo, preposição, etc.
Ex.: A missão social do comunicador;
2. Usar ponto final nos títulos, em se tratando de frase ou citação;
36
6. Estruturar a redação em três partes que correspondam a uma introdução ao assunto,
ao desenvolvimento do mesmo e à conclusão do trabalho;
11. Não rasurar a redação. Usar expressões como “digo” e “em tempo” (esta última
após a conclusão) em caso de erro ou omissão, respectivamente;
13. Evitar o uso de imagens de mau gosto ou expressões que constituam chavões
e lugares-comuns;
Atividades práticas:
1) Numere os parágrafos a seguir, identificando o tipo de redação apresentado.
A seguir, divida-os em suas partes constitutivas (tópico frasal, desenvolvimento
e conclusão, caso esta ocorra).
37
( ) “Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional brasileiro.
Argumentam alguns que ele deve ter por objetivo despertar no estudante a
capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e relacioná- -las com a
realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a compreensão dos
problemas sócio-econômicos e que despertasse no aluno a curiosidade científica
seria por demais desejável.”
38
b) Que palavras ou expressões indicam, na introdução, que o parágrafo
se desenvolverá por consequência?
R-____________________________________________________________________
Os movimentos feministas.
1. Importantes nomes do mundo da arte, da ciência e da filosofia aderiram aos
movimentos feministas;
2. Há certas profissões que não foram feitas para o exercício feminino;
3. O progresso provocou na mulher o desejo de emancipação;
4. Os movimentos feministas chocam-se com o machismo latino-americano;
5. A independência feminina não exclui a ligação afetiva com o homem;
6 . Os mercados de trabalho estão abertos para a participação feminina;
39
7. No mundo da política, muitas mulheres se movimentam com a mesma habilidade
masculina;
8. A instrução é um dos mais importantes meios de comunicação e ascensão social da
mulher;
9. Liberação feminina não significa perda da feminilidade;
10. Os movimentos feministas são atacados, em grande parte, por homens e mulheres,
que acusam o feminismo de extremista e radical.
R- I___________________________________________________________________
II __________________________________________________________________
III__________________________________________________________________
Funções da linguagem
São recursos de ênfase que atuam segundo a intenção do produtor da mensagem, cada
qual abordando um diferente elemento da comunicação. Um texto pode apresentar mais
de uma função enfatizada.
Características:
neutralidade do emissor;
objetividade e precisão;
conteúdo informacional;
uso da 3ª pessoa do singular (ele/ela).
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3 - Função apelativa ou conativa
5 - Função poética
É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em
"como dizer" do que com "o que dizer". O foco recai sobre o trabalho e a construção da
mensagem. A mensagem é posta em destaque, chamando a atenção para o modo como
foi organizada. Há um interesse pela mensagem através do arranjo e da estética,
valorizando as palavras e suas combinações. Essa função aparece comumente em textos
publicitários, provérbios, músicas, ditos populares e linguagem cotidiana. Nessa função,
pode-se observar o intensivo uso de figuras de linguagem, como o neologismo, quando
se faz necessária a criação de uma nova palavra para exprimir o sentido e alcançar o efeito
desejado. Quando a mensagem é elaborada de forma inovadora e imprevista, utilizando
combinações sonoras e rítmicas, jogos de imagem ou de ideias, temos a manifestação da
função poética da linguagem. Essa função é capaz de despertar no leitor prazer estético e
surpresa. É explorada na poesia e em textos publicitários.
Características:
-Subjetividade - figuras de linguagem - brincadeiras com o código.
6 - Função metalinguística
Caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser definida como a liguagem que
fala da própria linguagem, ou seja, descreve o ato de falar ou escrever. A linguagem
(o código) torna-se objeto de análise do próprio texto. Os dicionários e as gramáticas são
repositórios de metalinguagem.
Exemplos: “Lutar com palavras é a luta mais vã. Entretanto, lutamos mal rompe a manhã.
São muitas. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder
de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num
41
dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não há ameaça e nem há
sevícia que as traga de novo ao centro da praça.”
(Carlos Drummond de Andrade)
Nesse poema, Drummond escreve um poema sobre como escrever poemas. Ou seja, a
criação literária fala sobre si mesma.
Também pode ser por exemplo quando um cartunista descreve o modo que ele faz os seus
desenhos em um próprio cartum, ou seja, ele está demonstrando o ato de fazer cartuns e
como ele é feito.
Atividades práticas:
R – ___________________________________________________________________
b) O amor infinitivo
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor, nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
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e) “Fique afinado com seu tempo. Mude para Colgate Ultra Lights.”
R–____________________________________________________________________
3) (PUC – SP) Na frase, “[...] se eu não compusesse este capítulo, padeceria o leitor
um forte abalo, assaz danoso ao efeito do livro”, os elementos sublinhados denotam
referência a, respectivamente:
a) Canal, emissor, receptor;
b) Emissor, contato, canal;
c) Código, receptor, mensagem;
d) Código, receptor, canal;
e) Emissor, receptor, mensagem.
4) Nos trechos:
I – “Anistia é um ato pleno que vai muito além de um ‘simples esquecimento’ que
Estados ou cidadãos possam concordar em se outorgarem mutuamente.”
II – “Anistia é o ato pelo qual o poder público declara impuníveis, por motivo de
utilidade social, todos quantos, até certo dia, perpetram delitos...”
III – “Anistia, começo a não compreender o teu sentido.”
A preocupação, por parte dos três autores, de conceituar o termo anistia determina
o predomínio de qual função da linguagem?
R- ___________________________________________________________________
Quando você lê um texto desse tipo, percebe que a mensagem é dirigida a você,
tentando despertar seu interesse para algo. Consequentemente, qual será a função
da linguagem predominante?
R - ___________________________________________________________________
Coesão Textual
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Entre os critérios com que as redações de vestibular são corrigidas, há dois itens que
sempre aparecem: coesão e coerência.
Coesão
Anafóricos são elementos linguísticos com os quais recuperamos uma palavra, expressão
ou frase que já apareceu.
Ex.: João era meu vizinho, mas até então eu nunca havia falado com ele. Conhecia-o de
vista. Os pronomes ele e o são anafóricos, uma vez que recuperam João, citado
anteriormente.
Catafóricos são elementos linguísticos com os quais antecipamos algo que ainda vai
aparecer na frase.
Ex.¨Não perca isto de vista: seus pais são seus melhores amigos! Se parássemos no isto,
a frase ficaria sem sentido. Seu “conteúdo” só vai aparecer adiante.
2 – Coesão por elipse – Por elipse entende-se a supressão de uma palavra ou expressão
do texto, levando-se em conta que o contexto é capaz de, por si só, manter a palavra.
Todos suprimos com facilidade os termos que ficaram elípticos em frases como: João
formou-se em Direito; Maria, em Economia.
3 – Coesão lexical – Trata-se de um mecanismo para evitar repetições, que consiste na
substituição de uma palavra, quer por meio de sinônimos ou expressões equivalentes,
quer por meio de expressões lexicais.
Ex.: O professor Tibúrcio lecionava havia já mais de trinta anos. Esse modelo de
dedicação não admitia a ideia de abandonar seus jovens discípulos. Quando estes
resolveram homenagear o velho mestre...
É comum, pela expressão lexical, o enunciador manifestar seu ponto de vista. Considere
a frase: O governo resolveu enfrentar o problema mexendo na taxa de câmbio. Se, para
prosseguir, o enunciador dissesse: Esse nefasto procedimento..., retomando a ideia de
“mexer na taxa de câmbio”, deixaria ver sua posição contrária a essa medida. Muito
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diferente seria se a retomada fosse feita com esta outra expansão lexical: Essa sábia e
oportuna medida...
Outros conectores
É fácil entender que os sinais de pontuação são elementos de coesão muito importantes.
São também elementos de coesão expressões como: por outro lado, sendo assim, por
conseguinte, aliás, ademais, diante disso, não obstante...
Atividades práticas:
Perigo no ar – Eles medem poucos milímetros, são feios de doer e implacáveis na busca
por sangue humano. Para esses predadores, somos seis bilhões de presas.
[...] A reprodução é o único motivo pelo qual os mosquitos picam e, portanto, apenas as
fêmeas procuram o sangue humano. As da espécie Culex, por exemplo, atacam durante a
noite e, provavelmente, são elas que fazem aquele zumbido agudo que perturbam o nosso
sono. O barulho vem das asas batendo entre 250 a 500 vezes por segundo. Você agita os
braços para se livrar do predador. Em vão. O esforço só ajuda o mosquito a localizar
melhor seu alvo. Ainda que os cientistas não tenham descoberto todas as substâncias
químicas que os mosquitos utilizam para seguir o rastro da presa, sabe-se que o gás
carbônico, produzido por nossa respiração, e o ácido láctico, que liberamos em grande
quantidade ao nos exercitar, estão entre elas.[...]
(KENSNI, Rafael. Mundo animal. Superinteressante, São Paulo, Abril, nº175, abril, 2002.)
Identifique no texto:
a)Um anafórico.
R–____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
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b) Um catafórico.
R–____________________________________________________________________
Coerência Textual
Coerência
O inimigo número um da coerência é a contradição. Há incoerência, por exemplo, quando
no final de um texto se nega o que se afirmou no seu início.
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Há uma estreita ligação entre coesão e coerência. Isso não significa, porém, que um
problema de coerência sempre virá acompanhado por um de coesão – ou vice-versa. Em
geral, falhas na coesão prejudicam a coerência. Observe:
Até se entende o que a pessoa pretendeu dizer, mas os elementos linguísticos foram muito
mal utilizados.
A incoerência externa desacredita o enunciador. Você levaria a sério alguém que citasse
as Pirâmides do Egito entre as grandes realizações da arquitetura medieval?
“Mesmo tomando cuidado estamos fadados a ter um avião batendo em seu prédio.”
A coerência interna é a que existe entre as ideias expressas no texto. Veja este fragmento
de uma redação:
“[...] surgem questionamentos sobre o poder do homem de matar, procriar e mexer
com cobaias indiscriminadamente.”
Pode-se até entender que “matar” tenha por complemento “cobaias”, mas o homem
“procriar cobaias” é meio complicado...
Também é preciso observar que os elementos enunciados no texto devem ser compatíveis
com o posicionamento adotado. Não pode haver contradição nem obscuridade na relação
de uma ideia com outra.
47
Dá para entender?
Atividades práticas:
Examine atentamente o sentido dessa frase. Se for o caso, corrija-a no que for
necessário e explique o porquê da correção. Caso você considere correta a frase,
escreva apenas: A frase está correta.
R–____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
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a) O que pretendia dizer o presidente da associação?
R–____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
c) Nas placas com os dizeres: CUIDADO ESCOLA! , podemos encontrar o mesmo tipo
de ambiguidade que havia na declaração de S. M. O que tornaria divertida a leitura
da placa?
R–____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Intertextualidade
Pode-se definir a intertextualidade como sendo um "diálogo" entre textos. Esse diálogo
pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identificação e
o reconhecimento de remissões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos.
Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos
textos / contextos em que ela é inserida.
Polifonia
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O conceito de polifonia, por outro lado, não se refere somente a textos, como a própria
palavra descreve: poli = muitos, diversos; fono = som; voz. É certo que a
intertextualidade funciona como uma voz, mas ela é a sua materialização física
(fala/escrita). As diversas vozes nem sempre são materializadas na escrita ou na fala, mas
em atitudes e crenças, comportamentos ou negações. Quando não aceitamos um crime,
estamos reiterando uma voz dos nossos antepassados que nos orientou a formação de um
caráter ético e o conhecimento do certo e do errado. Quando repudiamos uma atitude
maldosa, estamos reiterando uma voz religiosa que nos orientou no entendimento do que
é o bem e do que é o mal. Nossos valores são definidos a partir dessas vozes que estão
presentes em nossa formação. Daí, essas vozes são explicitadas no texto que produzimos,
consciente ou inconscientemente.
As informações implícitas
Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele pode
dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente
enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma
leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos.
Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode passar
por cima de significados importantes e decisivos ou – o que é pior – pode concordar com
coisas que rejeitaria se as percebesse.
Não é preciso dizer que alguns tipos de textos exploram, com malícia e com intenções
falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos.
Que são pressupostos?
São aquelas ideias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a
partir de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro
não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a informação implícita de que Pedro
fumava antes.
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A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou não concordar
com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verdadeiros ou pelo menos admitidos
como verdadeiros, porque é a partir deles que se constroem as informações explícitas. Se
o pressuposto é falso, a informação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se
Pedro não fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar.
Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase podem ser:
Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito explicitamente, mas
todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os argumentos aceitam que os soviéticos
pretendem atacar o Ocidente.
51
Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos,
como, por exemplo:
a)certos advérbios:
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
b) certos verbos:
O caso do contrabando tornou-se público.
Pressuposto: O caso não era público antes.
c) as orações adjetivas:
Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não pensam no
povo.
No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefeito têm interesses
individuais.
d) os adjetivos:
Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.
Os Subentendidos
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se por trás do sentido literal das palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o
que o ouvinte depreendeu.
O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante de uma informação
que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer com ela.
Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com a manipulação dos
subentendidos, imaginemos a seguinte situação:
Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do governo para com
seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se prontamente, alegando não ter falado
em favoritismo e que isso era dedução de quem ouvira o seu discurso.
Na verdade, ela não falou em favoritismo, mas deu a entender, deixou subentendido para
não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia sem denunciar explicitamente. A
frase sugere, mas não diz.
Atividades práticas:
53
3) Que pressupõe o verbo transformar na frase: “ A legenda transformou-se
na ‘vaca leiteira’, de úbere cheio de votos.” (Veja, 122, 31 jul. 1985) ?
R-____________________________________________________________________
4) Que pressupõe o futuro do verbo “ser” na frase: “(...) o PMDB será a poderosa
força de centro no contexto do Brasil”. (Veja, 122, 31 jul. 1985)?
R– ___________________________________________________________________
Vocabulário Jurídico I
O homo religiosus de todas as épocas e lugares viu na palavra algo como impregnado de
magia, vinculado às superstições e às origens das coisas. Lê-se no Evangelho segundo
São João: “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus. Todas as coisas foram
feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.”
O homem, animal falante que é, em seus três níveis de manifestação – como humanidade,
como comunidade e como indivíduo – está indissoluvelmente ligado ao fenômeno da
linguagem. Ignorar-lhe a importância é não querer ver. O pensamento é seu veículo, a
palavra, privilegiam o homem na escala zoológica e o fazem destacar entre todos os seres
vivos. Oxalá saiba ele usar proficientemente esse dom da evolução criadora, pois “o poder
da palavra é a força mais conservadora que atua em nossa vida.”
Se a precisão terminológica é exigível no texto jurídico, este não deve, por outro lado,
circunscrever-se nos limites do meramente referencial, aprisionando-se na esfera da pura
denotação. Nada é mais árido que um estilo despojado por inteiro de figuras e de
preocupação com a estética da linguagem, pois são estes elementos que conferem
exatamente o importantíssimo efeito psicológico e expressional.
Semântica
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Semântica é o estudo do significado das palavras.
Até o século XIX, os gramáticos usavam o termo semasiologia (do grego “sema”, sinal)
para designar o estudo das significações. Coube a Michel Bréal a adoção do termo
semântica, definindo-o como a ciência das significações e das leis que presidem às
transformações dos sentidos.
Ex.: Ele não sabia pregar uma tacha na parede. (prego pequeno)
A população revoltou-se com o aumento da taxa bancária. (quantia cobrada por
prestação de serviço público ou privado)
55
Acender – pôr fogo Conserto (substantivo) – reparo
Ascender – subir Conserto (verbo)
Acento – sinal gráfico Concerto – sessão musical
Assento – parte da cadeira Coser – costurar
Aço – metal Cozer – cozinhar
Asso – verbo Espiar – olhar
Banco – assento Expiar – sofrer castigo, pagar pena
Banco – local para transações fianceiras Estático – imóvel
Caçar – pegar animais Extático – admirado
Cassar – anular Estrato – tipo de nuvem
Cela – cadeia Extrato – resumo
Sela – arreio Incerto – não certo
Sela – verbo selar Inserto – incluído
Censo – recenseamento Laço – nó
Senso – juízo Lasso – gasto, frouxo, cansado
Cerrar – fechar Manga – fruta
Serrar – cortar Manga – parte do vestuário
Cessão – ato de ceder Paço – palácio
Seção ou secção – divisão Passo – ato de avançar o pé
Sessão – reunião Ruço – desbotado
Cesto – balaio Russo – da Rússia
Sexto – numeral ordinal São – saudável
Cheque – ordem de pagamento São – verbo
Xeque – lance de jogo no xadrez São –santo
Sexta – forma reduzida de sexta-feira, numeral
Sesta – hora em que se descansa ou dorme após o almoço
Cesta – recipiente
Ex.: O líder estudantil emigrou para a França. ( mudou-se de seu país de origem)
No começo do século, os italianos imigraram para o Brasil. (entraram em país estranho).
Relação de alguns parônimos
Polissemia
É o fato de uma mesma palavra poder apresentar significados diferentes que se explicam
dentro de um contexto.
Observação:
Em geral, os homônimos perfeitos resultam de palavras iguais no som e na
escrita, mas de origem diferentes: são (verbo ser) e são (adjetivo – sadio). A
polissemia, ao contrário, é resultante dos diferentes significados que uma
mesma palavra foi adquirindo com o tempo.
Exemplificando:
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POLISSEMIA
Significante Significado
Sofrimento, padecimento, dó
Mágoa, desgosto
Cominação legal imposta pelo Estado
Sanção civil, fiscal ou administrativa
PENA Peça que reveste o corpo das aves, pluma
Parte esparmada da bigorna
Utensílio para escrever
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SINONÍMIA
Significado Significante
dito refrão
ditado rifão
DITO conceituoso, de cunho adágio anexim
filosófico ou moral, que se aforismo prolóquio
tornou popular sentença apotegma
máxima parêmia
provérbio brocardo
Atividades práticas:
b) Aquele homem suburbano não sabia dos seus direitos de cidadão, desconhecia
a Constituição e ignorava que o motorista poderia ser punido por enganá-lo.
R–____________________________________________________________________
c) Na festa de seu aniversário, a anciã disfarçava a sua severidade. Não guardava rancor,
mas sabia que todos estavam ali só para comer e beber.
R–___________________________________________________________________
d) José enxugou a testa, risonho, com riso frouxo, e começou a contar a história que
não agradou à esposa.
R –____________________________________________________________________
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d) A incompetência do técnico estragou o aparelho de televisão.
R–____________________________________________________________________
b) Saboreei tão à vontade aquela manga, que acabei sujando a manga de minha camisa.
R–________________________________________________________________
Denotação e Conotação
Conceito – As palavras podem ser usadas com o seu significado usual ou convencional.
Exemplo:
Ignorando as leis, a empresa usou o trator na área proibida.
Trator: “veículo motorizado que é capaz de rebocar cargas ou de operar,
rebocando ou empurrando, equipamentos agrícolas, de terraplenagem.”
(Aurélio Buarque de Hollanda)
Exemplos:
“Os franceses escolhem hoje um novo presidente.” (Jornal da Tarde)
“A indústria é responsável pela maioria das diferentes substâncias poluentes
encontradas na água.”
(Demétrio Gowdak)
As palavras também podem ser usadas com uma interpretação nova, com um significado
novo, criado pelas circunstâncias, pelo contexto: é o sentido figurado, a conotação.
Exemplo:
Este operário é um trator.
Trator: com sentido conotativo ou figurado de força, capacidade de trabalho, rapidez.
61
Exemplos:
“Os violões descem a rua, misturando música e os passos nas pedras. (Cecília Meireles)
- violões, no contexto da frase, substitui violonistas.
- a mistura da música e dos passos nas pedras sugere que a rua inteira parece estar soando
musicalmente.
Atividades práticas:
( ) Não se pode julgar pessoas e coisas apenas pela aparência, pois as atitudes nem
sempre refletem intenções;
( ) Quem peca uma vez, é capaz de pecar todas as vezes que tiver a mesma oportunidade;
( ) As grandes realizações resultam, às vezes, de pequenos atos;
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( ) Aqueles que têm um objetivo definido não se preocupam com a desaprovação
alheia, por mais ruidosa que seja;
( ) A pessoa que tem um hábito inveterado não o deixa com facilidade.
2 – Diz-se daquele que, por defecção de idade, ainda não pode ( ) Alodial
contrair justas nupciais.
3 – Diz-se do devedor que estabelece obrigações recíprocas. ( ) Sinalagmático
4 – Diz-se do devedor que não solve os seus compromissos ( ) Nuncupativo
contratuais.
5 – Diz-se do terreno que não está sujeito ao pagamento de foro ( ) Inadimplente
ou laudêmio.
63
6 – Diz-se do direito ou dívida que não estão sujeitos à ( ) Impúbere
Prescrição.
7 – Diz-se do casamento ou testamento feito de viva voz, ( ) Imprescritível
perante seis testemunhas, em iminência de morte.
8 – Diz-se de um documento sem autenticidade. ( ) Derrelito
9 – Diz-se de coisa ou bem abandonado, a cuja posse o dono ( ) Leonino
renunciou.
10 – Diz-se de providência ou medida que tem por objetivo ( ) Prevaricador.
promover a delonga de um processo.
Vocabulário Jurídico II
Glossário dos Verbos Jurídicos mais usados na Linguagem Forense.
Vícios de Linguagem
Genericamente, quando se fala em vício, como por exemplo, uma lei viciada, uma atitude
viciada, remete-se à uma ideia de algo realizado fora dos padrões normais, que foge a
uma determinada regra reconhecida como culta. A língua culta, por sua vez, é resultado
de um acordo, daí se falar em convenção, pois é um consenso acerca do que é correto e
do que não o é.
Reconhecer o que é correto e o que é incorreto é uma tarefa não muito fácil, mormente
quando se trata da língua portuguesa. Pode-se dizer que o vício é a linguagem incorreta,
considerando-se os padrões da norma culta. Deve-se, a propósito, lembrar que, a partir
deste binômio correto/incorreto, existem duas correntes principais da Língua Portuguesa:
os liberais e os puristas. Os liberais, baseados na hipótese de que a língua é dinâmica ,
portanto, em constante mutação, acreditam que uma certa flexibilidade não compromete
necessariamente o teor dito culto da língua. Já os puristas são os que dificilmente aceitam
as novas formas que surgem durante o exercício da língua; estão presos à forma culta
condenando portanto, todos os vícios de linguagem.
Mas, também é importante ressaltar que a linguagem se apresenta sob vários níveis, sendo
principais o oral e o escrito. Em cada um destes níveis há de se ater, a priori, a um aspecto
preponderante na comunicação: a quem estamos falando? Uma palestra pronunciada em
uma conversa informal, por exemplo. E é este caráter diverso e plural do discurso que
dificulta nossa compreensão do que seria admissível em ambas as conversas.
Podemos, também, definir vícios de linguagem como alterações defeituosas das normas
da língua padrão, provocadas por ignorância, descuido ou descaso por parte do falante.
65
Solecismo: – é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à
gramática normativa do idioma; ocorre quando há desvios de sintaxe quanto à
concordância, regência ou colocação.
No sábado ele bebeu tanto que não sustentava-se em pé. (se sustentava) – colocação
A um ano não o vejo. Em vez de: Há um ano não o vejo. (correto)
Não condene-o antes de ouvi-lo. Em vez de: Não o condene antes de ouvi-lo. (correto)
Barbarismo:
É um vício de linguagem ou figura que consiste no erro de português, cometido na grafia
ou na pronúncia. É conhecido popularmente como: “assassinato do português”.
Ex.: Ascenção em vez de ascensão, mortandela em vez de mortadela.
Quebrei a garrafa de vrido.
Fizesse as pazes com tua irmã?
Os cobertores já estão drobados.
Estou com um pobrema.
Assine aqui com sua rúbrica.
Ambiguidade ou anfibologia:
Consiste em deixar uma frase com mais de um sentido, gerando dúvidas.
Ex.: O réu disparou dois tiros na vítima em sua casa. (casa de quem?)
Cacófato:
Consiste no mau som, um som desagradável ou mesmo jocoso produzido pela união de
palavras.
Ex.: Quantos por cada?
Amo ela.
Neologismo:
Consiste na criação de palavras novas, que não existiam no vernáculo. Não é um
estrangeirismo, e um bom exemplo é gíria.
Pleonasmo:
Tem duas classificações:
a) Pleonasmo literário – também denominado pleonasmo de reforço, estilístico ou
semântico, trata-se do uso de um pleonasmo como figura de linguagem para enfatizar
algo num texto. Grandes autores usam muito este recurso. Nos seus textos, os pleonasmos
não são considerados vícios de linguagem, e sim pleonasmos literários.
Es.: Morrerás morte vil na mão de um forte.
O cadáver de um defunto morto que já faleceu.
E rir meu riso. (Vinicius de Moraes)
Eco:
Consiste na repetição das palavras terminadas pelo mesmo som, provocando uma rima
interna na frase.
Ex.: O réu reincidente mente.
Ou eu ou o outro faz o serviço.
Eu o ouvirei amanhã.
67
Vícios de linguagem ao nível da fraseologia
Não bater prego sem estopa: conhecemos esta expressão com o seguinte teor: “não se
fazer nada sem que se receba algo em troca”. Mas, o que tem a estopa a ver com esta
ideia? Na verdade, nada. Na forma originária, antes de sofrer uma distorção, esta
expressão era “não bater prego sem escopo”, onde escopo, ao invés de estopa, tem o
significado de alvo, objetivo, meta, aí, sim, fazendo sentido.
Sopa no mel: na verdade, era açúcar no mel e tinha o sentido de que alguma coisa
favorável era sobreposta por outra ainda mais favorável.
Cor de burro quando foge: não existe tal cor. Originou-se da frase corra de
burro quando foge e relacionava-se ao fato de o asno, ao fugir, sair atropelando todos a
sua frente, a uma situação em que, para se alcançar os objetivos, sai-se atropelando todos
pelo caminho. Neste caso, a expressão, além de sofrer alteração na sua forma fraseológica,
também perdeu a ideia original, vindo a significar que se trata de uma cor desconhecida.
Redundância
68
(Pleonasmo vicioso ou tautologia ou perissologia) – É a repetição desnecessária; usada
em consenso geral.
Ex.: Entrar para dentro, dar de graça, hemorragia de sangue, panorama geral.
Atividades práticas:
g) Vou-lhe contar uma novidade inédita: João está com hepatite no fígado.
R–____________________________________________________________________
h) João tem um grande coração, mas não procura aproximação com a Conceição.
R–____________________________________________________________________
i) Vai ela?
R–____________________________________________________________________
Figuras de Linguagem
A linguagem figurada ocorre quando se quer dar expressividade à mensagem através de:
Figuras semânticas
O cheiro doce e verde do capim trazia recordações da fazenda, para onde nunca mais
retornou. (cheiro = sensação olfativa; doce = sensação gustativa; verde = sensação visual)
Um doce abraço indicava que o pai o desculpara. (doce = sensação gustativa; abraço =
sensação tátil)
Não me lembro do seu nome, mas ainda vejo as suas eternas maçãs do rosto
avermelhadas.
73
- o autor pela obra:
Ouvi Bach com emoção. (a música de Bach)
Leio Graciliano Ramos porque ele fala da realidade brasileira.(a obra de Graciliano
Ramos)
Hipérbole – figura que através do exagero procura tornar mais expressiva uma ideia.
Na época das festas juninas, sempre morro de medo dos fogos de artifícios.
Ele possuía um mar de sonhos e aspirações.
Atividades práticas:
75
1) Identifique comparação e metáfora:
a) “Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar.” (Vinicius de Moraes)
R–____________________________________________________________________
b) “... eu me lembrava
Sempre da corsa arisca dos silvados
Quando via-lhe os olhos negros, negros
Como as plumas noturnas de graúna.” (Castro Alves)
R–____________________________________________________________________
77
d) “ Que noite fria! Na deserta rua
Tremem de medo os lampiões sombrios.” (Castro Alves)
R–____________________________________________________________________
Figuras fonéticas
Figuras sintáticas
As figuras sintáticas também ocorrem quando se quer atribuir maior expressividade ao
significado: a lógica da frase é substituída pela maior expressividade que se dá ao sentido.
Atividades práticas:
f) “Eu estava agora tão amor que não me via mais. Tão grande como uma paisagem ao
longe.” (Clarice Lispector)
R-____________________________________________________________________
80
j) A Cidade Maravilhosa ostenta beleza e muita miséria.
R-____________________________________________________________________
Período Composto
O período composto é aquele que encerra duas ou mais orações. O final de um período
composto é marcado por ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação ou
reticências.
A Coordenação
Se as orações são colocadas num mesmo período apenas por uma questão de afinidade
das ideias, mas nenhuma delas exerce função sintática em relação à(s) outras(s), então se
diz que o período é composto por coordenação.
A subordinação
Mas há também períodos compostos por subordinação, e é preciso entender bem qual é o
verdadeiro significado disso.
Observe as duas orações:
81
João investia na bolsa.
Ninguém sabia isso.
Na frase b a palavra isso desempenha a função de objeto direto (OD). Mas eu posso
substituir a palavra isso pela oração a:
Ninguém sabia que João investia na bolsa.
Temos agora um período com duas orações. A segunda oração tem a função de objeto
direto da primeira. (Veja que apareceu a conjunção que para ligar a segunda à primeira.)
A segunda oração vai receber, então, o nome de oração subordinada.
Ser subordinada significa, portanto, que a oração desempenha uma função sintática em
relação a uma outra, a que chamamos de principal.
Atividades práticas:
2) Examine o período:
“No Catete, mandei parar o carro, disse ao José Dias que fosse
buscar as senhoras ao Flamengo e as levasse para casa.”
(Machado de Assis, Dom Casmurro)
a) Divida-o em orações.
R- _____________________________________________________________
_____________________________________________________________
82
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
d) O verbo disse tem dois objetos diretos coordenados entre si. Quais são?
R- _____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
Conclusão
O importante no estudo do período composto é perceber que, quando duas orações são
coordenadas, ambas são sintaticamente independentes; quando uma é subordinada a
outra, significa que uma delas (a principal) é sintaticamente incompleta, e a outra (a
subordinada) exerce justamente a função que está faltando na principal.
As orações subordinadas serão classificadas de acordo com o tipo de função que exercem
em relação à principal.
Coordenação
No período composto pode ocorrer, entre uma e outra oração, uma relação sintática de
independência (ou coordenação).
1ª oração 2ª oração
Engoli em seco, nada respondi à ofensa.
verbo verbo
Subordinação
Em outros períodos compostos pode ocorrer uma relação sintática de dependência (ou
subordinação) de uma oração para com outra.
1ª oração 2ª oração
Não imaginei que você viesse tão cedo.
verbo verbo
Tipos de Orações
Oração absoluta:
É aquela que forma o período simples.
Verbo
Oração coordenada
verbo verbo
Observação:
Oração subordinada
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É aquela que depende sintaticamente de outra oração.
oração subordinada
verbo verbo
verbo verbo
1ª oração 2ª oração_______________
Vivia num bairro simples e convivia com pessoas pobres.
verbo verbo
1ª oração: oração coordenada
2ª oração: oração coordenada
Período composto por coordenação
85
1ª oração 2ª oração 3ª oração____
Chegou, gostou, ficou para sempre.
1ª oração 2ª oração
Olho e sinto falta de alguma coisa nesta sala.
verbo verbo
conjunção
A ideia expressa nas orações coordenadas sindéticas depende da conjunção que as une:
Não temos muito tempo, pois o prazo expira amanhã. = coordenada explicativa;
Não temos muito tempo; vamos, pois, ater-nos ao essencial. = coordenada conclusiva.
Observações:
1ª – A conjunção e (aditiva) pode aparecer com valor adversativo.
Exemplo: “É ferida que dói e não se sente.” (Camões)
2ª – A conjunção mas (adversativa) pode aparecer com valor aditivo.
Exemplo: Era um homem trabalhador, mas principalmente honesto.
Atividades práticas:
b) Lennon casou-se pela segunda vez. Ela era japonesa, inteligente, artista plástica e
vivia nos Estados Unidos.
R- _____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
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2) Transforme os períodos simples em compostos, acrescentando as conjunções
adequadas:
a) Vinicius de Moraes já morreu. Não morreram seus poemas e músicas. Sua criação
artística é eterna.
R- _____________________________________________________________
_____________________________________________________________
b) Faltava dinheiro para o lazer. O jeito era participar da pelada aos domingos.
R- _____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
Modelo:
oração coordenada assindética oração coordenada sindética
A seleção feminina de basquete estava preparada, mas perdeu a partida.
b) A personagem saiu do quarto, escondeu as lágrimas, saiu pela porta dos fundos.
R- _____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
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_____________________________________________________________
d) O velho ônibus esperava o embarque dos alunos, a maioria chegou atrasada, logo,
o motorista irritou-se.
R- ____________________________________________________________________
89
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Período composto por subordinação é aquele formado por oração principal e oração
subordinada (uma ou mais).
1ªoração 2ª oração
Disse ao aluno que tivesse respeito.
verbo verbo
1ªoração: oração principal 2ªoração:oração subordinada
Período composto por subordinação
sujeito
verbo objeto
transitivo direto direto
verbo objeto
transitivo indireto indireto
complemento nominal
predicativo
aposto
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A função da oração subordinada substantiva depende, portanto, da estrutura da oração
principal: mudando-se a estrutura sintática da oração principal, muda-se a função da
oração subordinada substantiva.
oração principal oração subordinada substantiva
Minha esperança é que tudo dê certo.
verbo função:
de ligação predicativo
Subjetiva – funciona como sujeito de verbos usados na 3ª pessoa do singular (é bom, será
necessário, convém, parece, importa, etc.) e de verbos que se apresentam na voz passiva
sintética (sabe-se, espera-se, etc.).
É necessário que você fale a verdade.
É segredo que os gêmeos saíram de casa.
Sabe-se que o jornal mentiu.
Objetiva direta – funciona como objeto direto do verbo transitivo direto da oração
principal.
Os favelados esperaram que a Secretaria da Saúde instalasse o posto de saúde.
As estatísticas mostram que muitas mulheres são espancadas em casa, pelos maridos.
92
O Estado necessitava de que a prisão-albergue fosse construída.
substantivo
O sociólogo estava esperançoso de que a pesquisa sobre o Brasil fosse aprovada pelas
autoridades.
adjetivo
advérbio
verbo de ligação
verbo de ligação
Apositiva – funciona como aposto, ou seja, como explicação de uma palavra da oração
principal.
Àquele homem interessava apenas uma coisa: que muito dinheiro estivesse em sua conta
bancária.
A esperança das pessoas pobres é uma: que melhore sua condição de vida.
93
palavra a ser explicada
Atividades práticas:
94
b) Ninguém podia dizer que acertara o teste.
R-____________________________________________________________________
96
Consecutivas – exprimem ideia de consequência do fato expresso na oração principal.
Iniciam-se principalmente por: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho).
Expressou-se com tal firmeza que todos acreditaram.
Estávamos tão cansados na viagem que víamos imagens duplas.
Chorou tanto na partida que a família se surpreendeu.
Temporais – exprimem ideia do tempo em que ocorre o fato expresso na oração principal.
Iniciam-se principalmente por: quando, logo que, até que, sempre que, enquanto, assim
que...
Quando os gatos saem, os ratos fazem a festa.
A antiga moradora reconheceu-me logo que me viu.
Eu ficaria lendo até que o sono viesse.
Sempre que viajávamos, os vizinhos guardavam nossos jornais.
Observação:
97
A ideia de proporção pode aparecer expressa em elementos
correlacionados entre as orações (quanto mais... tanto mais,
quanto menos... tanto mais, etc.).
Exemplos:
Quanto mais lia, (tanto) mais queria ler.
Quanto menos estudares, (tanto) mais dificuldades encontrarás.
Atividades práticas:
e) “Embora lhes custe acreditar, o visconde, em pessoa, tinha a sua taberna no centro
da vila.”
(Fernando Namora)
R- ____________________________________________________________________
98
f) Se acabasse com aquelas fofocas, eu acreditaria na sua discrição.
R- ____________________________________________________________________
substantivo adjetivo
adjunto adnominal
substantivo adjetivo
De acordo com esse enunciado, não são todos os homens que merecem nosso elogio, mas
apenas o conjunto daqueles que são honestos.
Explicativas – são aquelas que tomam o termo a que se referem no seu sentido amplo,
destacando sua característica principal ou esclarecendo melhor sua significação, à
semelhança de um aposto.
oração subordinada
adjetiva explicativa
De acordo com esse enunciado, todos os homens merecem o nosso elogio, já que a
característica a eles atribuída é comum a todos.
100
Observação:
Atividades práticas:
101
f) A máquina de escrever, que era elétrica, custava caro.
R - __________________________________________________________________
___________________________________________________________________
g) Esse padre de quem os jornais falam é um grande batalhador pela justiça social.
R - __________________________________________________________________
___________________________________________________________________
h) Ela trabalhou durante toda a madrugada na fantasia que o filho usaria no teatro da
escola.
R - __________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Sintaxe de Concordância
Concordância – é o processo pelo qual, dentro de uma frase, as categorias gramaticais
(gênero, número e pessoa) de uma palavra determinam as categorias de outra(s).
a. reformamos concorda com o sujeito nós (1ª pessoa do plural) – concordância verbal;
b. nossa concorda com casa (feminino singular) – concordância nominal;
c. a concorda com casa, palavra que substitui na segunda oração (feminino singular) –
concordância nominal.
Silepse – é uma figura de linguagem (de sintaxe) pela qual a concordância é feita
levando em conta não os aspectos gramaticais, mas a ideia veiculada pelas palavras. Por
essa razão, esse tipo de concordância é chamado também de concordância ideológica.
A silepse pode ser:
Concordância Nominal
Princípios gerais:
1 – Regra geral – O nome impõe seu gênero e número a seus determinantes e aos
pronomes que o substituem.
Ex.: Faremos tantas reuniões quantas forem necessárias.
b. Se o determinante vier antes dos substantivos, deverá concordar com o mais próximo.
Ex.: Você escolheu má hora e lugar para o nosso encontro.
Exceção:
a. Quando o adjetivo for predicativo de um objeto direto composto e vier depois dos
objetos diretos, irá para o plural, no gênero dos núcleos, ou no masculino se forem
de gêneros diferentes.
Ex.: Achei o embaixador e a situação ridículos.
Essa é a regra básica de concordância nominal. Há, no entanto, alguns casos especiais que
devemos considerar:
b) Os substantivos são de gênero diferente: nesse caso, o adjetivo vai para o masculino
plural ou concorda com o mais próximo (permanecendo, então, no singular).
Exemplos: Enviamos jornais e revistas ilustrados.
Enviamos jornais e revista ilustrada.
Observações:
104
1. Quando os substantivos são nomes próprios (ou nomes de parentes), o adjetivo
vai concordar sempre no plural.
Exemplos:
Os conhecidos Barcelos e Souza foram os primeiros moradores daquele bairro.
Os espertos tio e sobrinho quiseram apossar-se da herança.
Exemplos:
Ela ganhou um livro e um disco orquestrado.
Um gato e um cachorrinho vira - lata estava no quintal.
1. Particípio:
O particípio, empregado nas orações reduzidas, sempre concordará com o sujeito.
Exemplos:
Realizado o trabalho, saímos juntos.
Cumpridas as exigências, procedeu-se à chamada dos candidatos.
Entendida a mensagem, começamos a trabalhar.
2 . Predicativo:
O predicativo do sujeito sempre concordará com o mesmo.
Exemplos:
O ônibus chegou atrasado.
Os ônibus chegaram atrasados.
Observação:
O predicativo do objeto concordará com este.
Exemplos:
Pediu alguns níqueis emprestados.
Ela considerava suas irmãs imaturas.
Julgo espertos o tio e a sobrinha.
Nomes de cor
Nomes de cor quando originados de um substantivo
O nome de cor quando originado de um substantivo, não varia, quer se trate de uma
palavra simples, quer se trate de uma palavra composta (nome de cor + um substantivo).
Exemplos:
Automóveis vinho. Blusas azul - turquesa.
105
Cortinas areia. Camisas amarelo - âmbar.
Colchas rosa. Lenços amarelo - canário.
Exceção:
Lilás.
Tecido lilás.
Tecidos lilases.
O nome de cor, quando é adjetivo, varia, quer seja uma palavra simples, quer seja o
segundo elemento de uma palavra composta.
Exemplos:
Caixas azuis. Sapatos verde-escuros.
Automóveis brancos. Olhos azul-claros.
Casas amarelas. Colchas amarelo-esverdeadas.
Bolsas pretas. Camisas rubro-negras.
Exceções:
As palavras bege, azul-marinho e azul-celeste são invariáveis.
Exemplos:
Na vitrina, havia várias bolsas bege.
Ela ganhou dois sapatos azul-marinho e comprou lenços azul-celeste.
Exemplos:
Cirurgião-dentista. Cirurgiã-dentista.
Cirurgiões-dentistas. Cirurgiãs-dentistas.
Tio-avô. Tia-avó.
Tios-avôs. Tias-avós.
Tios - avós.
106
Guarda – noturno. Guardas – noturnos.
Observação:
Exceção feita ao adjetivo surdo – mudo, em que são flexionados os dois elementos: surda
–– muda; surdos – mudos; surdas – mudas.
Tal qual
107
Por modéstia e por representarem um grupo, as pessoas costumam usar o pronome NÓS.
Nesse caso, o verbo concordará com o referido pronome (1ª p.plural ), mas o adjetivo
ficará no singular (já que é só um indivíduo que fala), e o seu gênero concordará com o
sexo do falante.
Exemplos: Ficamos preocupado com a situação. (homem)
Estamos receosa de que isso aconteça. (mulher)
Os substantivos e os numerais
1. Numerais ordinais.
Quando um substantivo vem posposto a dois ou mais numerais ordinais, fica no
singular ou vai para o plural: é facultativo.
No entanto, se o substantivo vem antes dos numerais, vai para o plural.
Exemplos: Ela desobedeceu à terceira e à quarta lei (ou leis) do código de trânsito.
Ela desobedeceu as leis terceira e quarta do código de trânsito.
2. Numerais cardinais.
Quando se empregam os numerais cardinais no lugar dos ordinais, eles ficam
invariáveis.
Expressões invariáveis
1. Locuções adjetivas.
As locuções adjetivas permanecem invariáveis.
Observação:
Todavia, se o sujeito vier determinado, então será feita a concordância.
Exemplos: A fé é necessária.
A manteiga é boa para engordar.
Bastante - Meio
Essas palavras podem aparecer como:
- advérbios, ficando invariáveis.
Perguntaram bastante sobre o assunto.
advérbio adjetivo
- adjetivo ou numeral fracionário – no caso de meio - , sofrendo variações.
109
Fizeram bastantes perguntas sobre o assunto.
adjetivo
substantivo
substantivo
numeral
numeral
Observação:
Só – A sós
A palavra só pode aparecer como advérbio ou como adjetivo:
- como advérbio equivale a somente, ficando invariável.
Todos concordam, só eles não.
- como advérbio equivale a sozinho, sendo variável.
As crianças permanecem sós.
Possível
A palavra possível pode aparecer:
- invariável, quando usada em expressões superlativas com o artigo no singular.
O candidato tentou obter o maior número de votos possível.
110
Recebemos o menor número de informações possível.
Ela deixou as portas o mais bem fechadas possível.
Adjetivos adverbializados
Os adjetivos que, na frase, são usados com valor de advérbios terminados em – mente
ficam invariáveis.
Procuraram ir direto à seção de pessoal.
Olhavam-nos torto.
Jogaram alto em seus planos.
Recebi os livros junto com os documentos.
Os jogadores batiam forte nos adversários.
Eles falam macio, mas são bastante severos.
Atividades práticas:
1) (FGV/01) Em somente uma das alternativas abaixo NÃO HÁ ERRO
de concordância. Indique-a.
a) O retorno dos homens, belos e jovens, que se haviam debandado pra além dos morros,
ajudaram as mulheres a manter a plantação;
b) Os casos que Augusta relatava – os quais, por sinal, de fato aconteceu – deixavam
todos boquiabertos;
c) Depois disso, ficou acertado entre os dois a forma de pagamento das parcelas;
d) Resolveram-se as pendências mais rapidamente do que se esperava;
e) Aos olhos da tia Lalita, o encontro de Tina com José os tornavam prontos para
o namoro.
3) Em relação aos dois versos de Camões: “Ali se mostrará seu preço e sorte / Feitos
de armas grandíssimos fazendo” (Os Lusíadas,II,50)
Sujeito simples
O verbo concorda com o sujeito em pessoa e número, quer venha ele antes, quer venha
depois dele. Sendo o sujeito um grupo nominal, o verbo deve concordar com o núcleo
desse grupo.
Ex.: Nós te aguardávamos há duas horas. Ainda bem que tu chegaste.
Observação:
É preciso enfatizar que o verbo concorda com o
sujeito mesmo quando vem antes dele.
Surgiram algumas dificuldades.
sujeito
Algumas dificuldades surgiram.
sujeito
Quando um verbo impessoal vem acompanhado de verbo auxiliar, este também se torna
obrigatoriamente impessoal.
Os médicos não souberam dizer se vai haver sequelas.
Já deve fazer dois anos que não viajo.
Já devia passar das duas horas da madrugada.
Se o nome tem forma plural, mas vem desacompanhado de artigo ou vem com artigo no
singular, o verbo deve ficar no singular.
O Marrocos (Reino do Marrocos) fez parte, na Antiguidade, do império cartaginês.
Minas Gerais prestigia seu governador.
b. Quando o nome plural é nome de obra de arte, e o artigo faz parte do nome, pode-se
usar indiferentemente o singular ou o plural.
Ex.: “Os sertões” narram / narra a epopeia de Canudos.
113
5 – Sujeito pronome de tratamento – O verbo fica obrigatoriamente na 3ª pessoa, do
singular ou do plural (dependendo de a forma de tratamento estar no singular ou no
plural).
Ex.:Vossa Excelência não pode decepcionar seus eleitores.
8 – Sujeito composto
a. Quando o verbo vier depois do sujeito composto, deverá ir para o plural.
Ex.: No desastre, o motorista e o cobrador morreram.
b. Quando o verbo vier antes do sujeito composto, poderá ir para o plural, ou concordar
com o mais próximo.
Ex.: No desastre, morreram o motorista e o cobrador ou No desastre, morreu o
motorista e o cobrador.
Observações:
1 – Quando vindo depois do sujeito composto, o verbo pode ficar no singular se os
elementos do sujeito forem palavras de sentido semelhante ou forem tomados como
um todo (a) ou estiverem dispostos em gradação (b):
(a) “A alegria e a expressão das maneiras trazia uma gota amarga de maledicência”.
(Machado de Assis, Relíquias)
(b) Um dia, um minuto, um segundo basta para isso.
114
2 – Quando os elementos que constituem o sujeito composto são resumidos por um
pronome indefinido, o verbo concorda obrigatoriamente com esse pronome.
Ex.: “Empenhos, intrigas, maledicência, tudo lhe servia de arma.”
(Machado de Assis, Relíquias)
10 – Pronome relativo que sujeito – O verbo concorda com a palavra que ele substitui.
Ex.: São inesquecíveis os livros que alegraram a nossa infância.
Observação:
Atividades práticas:
Sintaxe de Regência
Regência Nominal
116
Quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio).
Devemos ter amor ao próximo.
Regência Verbal
Quando o termo regente é um verbo.
Necessitamos de apoio.
Cumprimentamos os amigos.
Regência Nominal
Há outros nomes, porém, que, dependendo do sentido, pedem uma ou outra preposição.
Isso reflete sua consideração por pessoas honestas. (respeito)
Propuseram suas considerações sobre a política brasileira. (comentários, reflexões)
Preciso justificar a minha falta à Universidade. (ausência)
Estou em falta com meus amigos, não os procuro faz tempo. (dívida, culpa)
Nós não estávamos aptos a participar do torneio.
Aprovado no exame, o médico estava apto para servir ao Exército.
O amor ao trabalho estava em segundo plano se comparado ao amor pelo estudo.
Os veranistas estavam ansiosos por chegar à praia.
Sentíamos ansiosos de novas leituras.
Ansioso para vê-la, saiu de casa sem jantar.
Os outros países sul-americanos tinham problemas semelhantes aos nossos.
Atividades práticas:
Regência Verbal
Regência verbal é a maneira como o verbo (termo regente) se relaciona com os seus
complementos (termos regidos).
Há verbos que admitem mais de uma regência sem que o sentido seja alterado.
119
Nesta cidade aspiramos ar poluído. (aspiramos = sorvemos)
adjunto adverbial
Atividades práticas:
b) Quando criança, sem nenhum conforto, aspirava o ar puro do campo; hoje aspiro
uma vida confortável numa grande cidade poluída.
R - ___________________________________________________________________
c) Os espectadores assistiam à peça de teatro emocionados.
R - ___________________________________________________________________
Considerando tudo isso, decidimos organizar o estudo da pontuação tomando como ponto
de partida a sintaxe. Você perceberá, assim, que o conhecimento da organização sintática
da língua portuguesa é um poderoso instrumento para se alcançar uma pontuação correta
e eficiente.
Vírgula
Marca uma pausa de curta duração e serve para separar termos de uma oração (período
simples) ou orações de um período composto. Entre os elementos de uma oração, é
usada geralmente:
c) Quando, na ordem direta da frase, houver termo com vários núcleos, a vírgula
será utilizada para separá-los:
Ex:“A obscenidade existe e está bem diante de nossas caras. É o racismo,
discriminação sexual, o ódio, a ignorância, a miséria. Tem coisa mais obscena do que a
guerra?”
(Madonna)
d) Para separar termos que vêm na ordem inversa, como o adjunto adverbial deslocado:
Ex: Pela janelinha, fui olhando a paisagem.
e) Em expressões repetidas:
Ex: “Meus olhos andavam mais longe do que nunca, voavam, nem fechados
nem abertos, independentes de mim e liam, liam, liam o que jamais esteve escrito na
solidão do tempo e sem qualquer esperança, – qualquer.”
f) Nas datas:
Rio de Janeiro, 4 de março de 2002.
124
g) Para indicar supressão de palavra ou palavras (elipse):
Ex: “Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte, para ver a alma.”
No primeiro exemplo, a presença das vírgulas indica que João da Silva é o nome do
advogado do jornalista. Nessa frase, o nome do jornalista não está expresso.
Já no segundo exemplo, a ausência das vírgulas indica que João da Silva é o nome do
jornalista. Nessa frase, o nome do advogado é que não vem expresso.
Ponto e Vírgula
a) Usado em certas orações coordenadas que já apresentem vírgula em seu interior, ou
que tenham certa extensão.
Ex: Com razão, aquelas pessoas reivindicavam seus direitos; os insensíveis burocratas,
porém, em tempo algum, deram atenção a elas.
Obs.: Jamais use ponto e vírgula dentro de uma oração. Lembre-se: ele só pode separar
uma oração de outra.
Ponto
a) ponto final - é utilizado para indicar o fim de uma frase declarativa:
Ex: “A vida é a arte do encontro, embora haja muito desencontro pela vida.”
b) ponto de interrogação — é o sinal que indica o fim de uma frase interrogativa direta:
Ex: Até quando os brasileiros vão se negar a entender que miséria e desenvolvimento
são inconciliáveis?
126
Ex: Quê? ! De novo?! Não suporto mais isso!!!
É nesse ponto que os conceitos estudados neste capítulo se tornam úteis. Sabendo que a
frase é uma unidade de sentido que se pode organizar em orações, você pode controlar
criticamente seu trabalho de leitor e redator. Se estiver encontrando dificuldades ao ler
um texto, tente observar a construção de suas frases: cada uma delas é uma unidade de
sentido? A organização da frase em períodos foi feita satisfatoriamente, ou seja, há verbos
a partir dos quais se ordenam os demais elementos? Essas mesmas perguntas devem ser
constantemente feitas quando é você quem redige.
A frase deve ser curta. Não telegráfica, mas permitindo ao leitor assimilar uma ideia ou
um fato de cada vez. (...) Construir uma frase é trabalho de pedreiro: cada tijolo apoia o
que lhe é posto em cima e nenhum deve atrapalhar a harmonia do conjunto. Quando se
trabalha direito, faz – se um muro; quando não há noção do equilíbrio e continuidade,
fica-se com uma pilha de tijolos.
Dois Pontos
Marcam uma sensível suspensão da melodia da frase. São utilizados quando se vai iniciar
uma sequência que explica, identifica, discrimina ou desenvolve uma ideia anterior, ou
quando se quer dar início ou citação de outrem.
Ex: “No Morro da Viúva, o cobrador dá aqueles gritos que chateiam todo mundo:
‘Vamos chegando pra frente! Tem lugar na frente! Não acumula aqui atrás!’ ”
“E eu logo comuniquei, como quem não quer nada: ‘Aliás, hoje vou ao Jirau.
127
Não quer ir?’ ”
Ex: “Estava gamado, mas ela parece que preferia casar com um belga, daí a dor de
cotovelo que o consumia. Mas tinha sido há tanto tempo... E agora?”
Aspas
São usadas para isolar uma citação textual, falas ou pensamentos de personagens em
textos narrativos; em palavras ou expressões que não pertençam à língua culta para
realçá-las (gírias, estrangeirismos, neologismos).
Ex. Diz Thomas Mann em A Montanha Mágica: “ Todo caminho que trilhamos pela
primeira vez, é muito mais longo e difícil do que o mesmo caminho quando já o
conhecemos.”
Travessão
a) serve para indicar que alguém fala de viva voz (discurso direto). Seu uso é constante
em textos narrativos nos quais personagens dialogam:
Ex: —Tudo bem — diz ela, achando graça — mas eu acho que você não está me
reconhecendo.
b) para isolar palavras ou frases, substituindo duas vírgulas, ou para enfatizá – las:
Ex: Machado de Assis — grande romancista brasileiro — também escreveu contos.
“O que nos falta quase sempre são os olhos que possam e queiram ver — olhos
que saibam abrir – se ao esplendor de Deus!”
Parênteses
São usados para intercalar qualquer indicação, explicação ou comentários acessórios:
128
Ex: “Aborrecido, aporrinhado, recorri a um bacharel (trezentos mil – réis, fora
despesas miúdas com automóveis, gorjetas etc) e embarquei vinte e quatro horas
depois...”
(Graciliano Ramos)
Asterisco
Sinal tipográfico em forma de estrela ( * ), que indica uma remissão (encaminhamento do
leitor para outra parte do texto) ou chamada para citação. Quando repetido três
vezes[***], indica lacuna ou omissão de trecho numa citação ou transcrição. Anteposto a
uma palavra, serve para indicar que ela é hipotética, não documentada.
Ex: A notícia foi divulgada pelo jornal*....
É um tal de Dr***
*Mevitevendo é título de obra literária.
Atividades práticas:
1) Pontue os textos seguintes, utilizando os sinais gráficos adequados (vírgula,
ponto – e – vírgula, ponto e outros) e efetuando a paragrafação devida.
Não é necessário reescrever o texto. Se houver paragrafação, indique-a claramente
com duas barras oblíquas ( // ).
a) O mais importante de todos os sinais é a palavra sem a qual não seria possível
a convivência humana e a própria sociedade inexistiria dada a impossibilidade
de intercâmbio linguístico sem esse extraordinário suporte desapareceria a cosmovisão
que o homem tem das coisas e nem se chegaria ao desenvolvimento com a ausência do
código linguístico oral ou escrito sem ideias ou conceitos seria possível existir cultura
progresso e civilização óbvio é que não pois as palavras são o sustentáculo de toda essa
gigantesca arquitetura chamada civilização quando se destruiu a Biblioteca da
Alexandria o mundo chorou mas por quê será preciso responder
4) Leia abaixo o fragmento extraído de Caros Amigos, no. 30, set. 1999, p. 31.
Os Estados Unidos, há muito, desejam controlar a Amazônia. Não foi por outra razão que
“ambientalistas” americanos iniciaram um movimento para declarar a Amazônia área de
interesse mundial (essa questão foi a pauta não oficial da Eco – 92, realizada no Rio,
em julho de 1992).
5) “Os colegas — o equilibrista, aqueles dois que conversaram em voz baixa, – todos
enfim sabiam de sua história e não haviam preparado a mínima homenagem.”
Justifique o emprego dos travessões na passagem acima.
R– ____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
b) Era uma casa com dois dormitórios, uma sala, cozinha e banheiro.
R– ____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
b) Os nossos desejos são mínimos: uma casa para morar, alimentação, vestuário e
trabalho condigno.
R– ____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
• porque - quando funciona como conjunção explicativa, causal e finalidade (de uso
pouco comum na linguagem atual ).
Ex.: Não vá , porque é perigoso.
Não pude comparecer porque estava doente.
Não mintas porque não te julguem.
b) Onde / aonde.
c) Mas / mais.
d) Abaixo – a baixo.
a) Abaixo:
1) interjeição; grito de indignação ou reprovação.
Ex.: Abaixo o orador!
d) Acima / A cima.
a) Acima.
1) Atrás.
Ex.: Exemplo citado acima.
3) Em graduação superior a.
Ex.: Muito acima dos bens materiais, a paz do espírito.
5) De cima (interjeição).
Ex.: Eia! Acima, Alasão!
b) A fim de – com o propósito de; com o objetivo de; com a finalidade de.
Ex.: Estudou a fim de passar no vestibular.
5) Afora / A fora.
6) Aparte / À parte.
a) Aparte.
1) Verbo = separar.
Ex.: Não aparte os animais.
2) Substantivo – interrupção.
Ex.: O orador recebeu um aparte.
8) À – vontade / À vontade.
a) Demais:
1) Pronome indefinido = outros.
Ex.: Chame os demais alunos.
b) De vagar – de descanso.
Ex.: Toco meu contrabaixo nas horas de vagar.
135
b) Mal criado – tratado mal.
Ex.: É um cafezal mal criado.
Se não / Senão.
a) Se não:
1) Conjunção + advérbio = caso não.
Ex.: Se não pagas, não entras.
b) Senão.
1) Substantivo = defeito.
Ex.: Ela não tem um senão de que possa falar.
2) Mas também.
Ex.: Não só me ajudou, senão defendeu – me.
4) Depois de palavra negativa ou como segundo elemento dos pares aditivos não ou
senão, não só...senão (também).
Ex.: Não me amoles senão eu grito.
Nada me dói, senão procuraria um médico.
Ninguém te viu, senão todos já saberiam.
Não só me ajudou, senão também me hospedou.
5) Caso contrário.
Ex.: Estude, senão não passarás no concurso.
a) Sobretudo:
1) Especialmente, principalmente.
Ex.: Estudei muito, sobretudo porque estou querendo passar no colégio.
2) Casacão, capa.
Ex.: O frio nos obrigou a usar sobretudo.
136
b) Sobre tudo – a respeito de tudo.
Ex.: Eles conversavam sobre tudo.
Atividades práticas:
7) Observe as frases:
Respeite a gramática:
Quando ele intervir, será tarde. Quando ele intervier, será tarde.
Já fazem muitos anos que ela se foi. Já faz muitos anos que ela se foi.
Aonde você está? Onde você está?
Ao invés de falar, gesticulou. Em vez de falar, gesticulou.
Os Silva não compareceram. Os Silvas não compareceram.
A cidade, antes que os habitantes estivessem cientes da catástrofe que estava prestes a
acontecer, estava calma.
A cidade estava calma antes que os habitantes estivessem cientes da catástrofe que estava
prestes a acontecer.
Observe os paralelismos:
São profissionais dedicados e que se dispõem a enfrentar a concorrência.
São profissionais dedicados e dispostos a enfrentar a concorrência.
140
Evite as repetições excessivas de DE e QUE:
Depois de retornar da empresa de fabricação de produtos de plástico, o vendedor falou
de sua atitude de coragem de, de repente, abandonar as negociações.
Após retornar da empresa de fabricante de produtos plásticos, o vendedor relatou sua
atitude corajosa de, repentinamente, abandonar as negociações.
O jornal que tem a maior circulação no país confirmou que o homem que havia doado a
fortuna que havia herdado dos pais não terá que retornar ao país em que nasceu.
O jornal de maior circulação no país confirmou que o doador da fortuna herdada dos
pais não terá que retornar ao país onde nasceu.
Reconheço que ele renunciou e que foi um ato que não foi avaliado.
Reconheço sua renúncia como um ato impensado.
Atividades práticas:
c) Antes de mais nada, é preciso dar um jeito na casa, que se acha em petição de
141
miséria.
R–____________________________________________________________________
f) A gente trouxe à tona o assunto para que a reunião não passasse em brancas nuvens.
R–____________________________________________________________________
h) A nível de incentivo, ele diz que tem uma luz no fim do túnel.
R–____________________________________________________________________
i) Não estou a fim de deixar esse troço passar batido e quero fazer aqui uma
colocação.
R–____________________________________________________________________
j) Fechou a reunião com chave de ouro, dizendo uma coisa: agora é a hora da
verdade.
R–____________________________________________________________________
b) É possível que fiquemos mais tempo de modo que possamos conhecer as pessoas
que você indicou para ocupar o cargo.
R–____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
c) Sem que o chefe notasse, deixou que cada pessoa que ali se encontrava utilizasse
o telefone celular que trazia consigo.
R–____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
e) Não espere que eu permita que se concluam os trabalhos antes que a superior
administração se manifeste favoravelmente.
R–____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
144
c) O criminoso deverá ser posto para fora de seu próprio país.
R–____________________________________________________________________
d) Um país que vende seus produtos para o exterior não deve descuidar do
mercado existente dentro de suas fronteiras.
R–____________________________________________________________________
e) As oportunidades são restritas para o indivíduo que não sabe ler nem escrever.
R–____________________________________________________________________
h) A direção considera que deve ser realizada o quanto antes a construção da fábrica.
R–____________________________________________________________________
d) A empresa, que foi líder do mercado no ano passado, não resistiu à crise.
R–____________________________________________________________________
145
g) A dificuldades ora existentes serão superadas com nosso esforço.
R–____________________________________________________________________
h) Sua atitude vai estar contribuindo o para retardar o andamento dos trabalhos da
comissão.
R–____________________________________________________________________
j) Com o passar dos anos, o mundo vem sofrendo transformações de cunho social,
econômico e político, entre outros.
R–____________________________________________________________________
Sintaxe de Colocação
Nos exemplos acima, observe que o pronome "te" foi expresso em lugares distintos: antes
e depois do verbo. Isso ocorre porque os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos,
lhes, os, as) podem assumir três posições diferentes numa oração: antes do verbo, depois
do verbo e no interior do verbo. Essas três colocações chamam-se,
respectivamente: próclise, ênclise e mesóclise.
1) Próclise
Na próclise, o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada:
a) Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.
Exemplos:
Ninguém o apoia.
Nunca se esqueça de mim.
Não me fale sobre este assunto.
b) Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que exista
pausa.
146
Exemplos:
Aqui se vive. (advérbio)
Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido)
Obs.: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.
Exemplo:
Aqui, vive-se.
Exemplos:
Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo)
Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)
Exemplos:
Como te admiro! (oração exclamativa)
Deus o ilumine! (oração optativa)
2) Mesóclise
Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do
pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado
ao verbo.
147
Exemplos:
Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe)
Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)
Observações:
b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre
a ênclise.
3) Ênclise
A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência
verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo. Emprega-se geralmente:
a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), pois,
na língua culta, não se abre frase com pronome oblíquo.
Exemplos:
Diga-me apenas a verdade.
Importava-se com o sucesso do projeto.
148
Observações:
1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra
a próclise ou a mesóclise é necessário haver justifcativas.
Exemplo:
Linguagem Informal: Me alcança a caneta.
Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.
3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos Futuro
do Presente ou Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a próclise como a
ênclise.
Exemplos:
Eu me machuquei no jogo.
As crianças esforçam-se para acordar cedo.
Atividades práticas:
a) I, apenas;
b) II, apenas;
c) III, apenas;
d) I e II, apenas;
e) I, II e III.
Crase
149
A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa,
é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase
da preposição "a" com o artigo feminino"a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s),
com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a
qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso
apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É
fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e
nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em
aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
Observe:
Vou a a igreja
Vou à igreja.
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a
algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino
igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é
indicada pelo acento grave.
Observe os outros exemplos:
Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo não exige
preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto
(referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde
que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes
já especificados.
Veja os exemplos:
Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno.
Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.
Veja os exemplos:
Penso na aluna.
Cansou de brigar.
Apaixonei-me pela aluna.
Insiste em brigar.
150
Começou a brigar.
Foi punido por brigar.
Optou por brigar.
Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s),
não haverá crase. Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:
Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos
acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados
pelo método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma
masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase.
Exemplo:
151
Refiro-me à mesma pessoa. Refiro-me ao mesmo indivíduo.
Informei o ocorrido à senhora. Informei o ocorrido ao senhor
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.
- Diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão
moda de fique subentendida):
- Na indicação de horas:
Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.
Ele saiu às duas horas.
152
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto,
admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija
a preposição "a". Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo
feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição "de"
ou "em". A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o
artigo e, por isso, haverá crase.
Exemplo:
Vou à França. (Vim da França. Estou na França.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia.Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália.)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre.) (Estou em Poto Alegre.)
Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.)
Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.)
Crase diante dos pronomes demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a".
Exemplo:
Refiro-me a aquele atentado.
O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo
ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a crase.
O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase
não ocorre nesse caso.Veja outros exemplos:
Exemplo:
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Veja:
Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país.
As orações são semelhantes às de antes.
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa.
Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa.
Suas perguntas são superiores às dele.
Seus argumentos são superiores aos dele.
Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
A palavra Distância
Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer.
Exemplo:
Sua casa fica à distância de 100 quilômetros daqui.
(A palavra está determinada.)
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco.
(A palavra está especificada.)
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase.
Veja:
Gostava de fotografar à distância.
Ensinou à distância.
Dizem que aquele médico cura à distância.
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios
femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Diga a sua irmã que estou esperando por ela. Diga a seu irmão que estou
esperando por ele.
Diga à sua irmã que estou esperando por ela. Diga ao seu irmão que estou
155
esperando por ele.
2) "O pobre fica ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que acontece ao seu redor".
a) à - a - aquilo;
b) a - a - àquilo;
c) a - à - àquilo;
d) à - à - aquilo;
e) à - à - àquilo.
3) "A casa fica ___ direita de quem sobe a rua, __- duas quadras da Avenida Central".
a) à - há;
b) a - à;
c) a - há;
d) à - a;
e) à - à.
8) A alusão _ lembranças da casa materna trazia _ tona uma vivência _ qual já havia
renunciado.
a) às - a - a;
b) as - à - há;
c) as - a - à;
d) às - à - à;
e) às – a - há.
160
Receptar:(t.d.) Receber, adquiri ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisas sabidas
de procedência ilícita ou criminosa (CP. art. 180).
Recluir:(t.d.) Encerrar, meter em cárcere.
Reconvir:(t.i.) Quando o réu propõe reconvenção contra o autor da demanda; na técnica
processual, a reconvenção é uma ação do réu contra o autor, no mesmo processo (CPC.
art. 315).
Redibir:(t.d.) Anular o contrato de compra e venda em razão de a coisa adquirida
apresentar vício ou defeito oculto que lhe impossibilite o uso ou que lhe diminua o valor.
Redimir: Tem a mesma regência e sentido de remir.
Reincidir:(t.i.) Tornar a incidir. Em Direito Penal, perpetrar (realizar) novo crime,
quando se tratar de agente de crime anterior.
Remir:(t.d.) Tem três significados: a) resgatar, pagar, liberar; b) expirar; c) tirar do
cativeiro, do poder alheio, libertar.
Remitir:(t.d.) Perdoar, não exigir, dispensar, renunciar.
Repristinar: (t.d.) Revogar (uma lei revogadora), tornar sem efeito uma lei que revogara
lei anterior.
Rerratificar:(t.d.) Tornar a ratificar.
Rescindir:(t.d.) Anular, sob reconhecimento judicial, os efeitos jurídicos do ato,
convenção ou sentença.
Resililir:(t.d.) Dissolver um acordo por anuência de ambas as partes contratantes, ou por
vontade de uma delas, distratar e rescindir.
Resolver:(t.d.) Efetuar a resolução, desfazer, dissolver ou anular um ato jurídico ou um
contrato.
Ressarcir:(t.d.) Pagar o prejuízo causado, reparar o dano, indenizar.
Retrovender:(t.d.) Vender com a faculdade de readquirir a coisa vendida, desfazer um
contrato (CC. arts. 1140 – 1143).
Revogar:(t.d.) Anular ou retirar, lícita e completamente, a eficiência do ato anteriormente
praticado.
Sancionar:(t.d.) Tem dois significados: a) dar sanção, aprovação, confirmação a uma lei;
b) ordenar, impor a pena ou coima que se dispõe no caso.
Sanear:(t.d.) Purificar, aperfeiçoar falhas, defeitos ou vícios de uma peça processual
(CPC. arts.22 e 331).
Seduzir:(t.d.) Constranger mulher virgem, menor de dezoito anos e maior de quatorze
anos, a consentir em manter relações sexuais pelo ardiloso aproveitamento de sua
inexperiência ou justificável confiança (CP. 217).
Sequestrar:(t.d.) Tem dois significados: a) em Direito Processual, fazer ou decretar
sequestro, apreensão judicial de um bem determinado sobre o qual exista litígio, pondo--
o em depósito de garantia (CPC. art. 822); b) em Direito Penal, privar alguém de sua
liberdade de locomoção (ius eundi), removendo-a do lugar em que está e levando-a para
lugar que não deseja ir.
Simular:(t.d.) Praticar um ato ou acelerar um contrato sob fingimento, tendo o ânimo de
enganar, dando aparência legal ao que é ilícito (CPC. arts. 129, 404, e 768).
Sonegar:(t.d.) Ocultar ou deixar de declarar, dolorosamente, certa coisa a fim de subtraí-
la do destino que lhe deve ser reservado: eximir-se, ilicitamente, ao cumprimento de um
dever.
Sub-rogar:(t.d.) Substituir uma coisa ou pessoa por outra para que, em lugar, o objetivo
seja cumprido ou satisfeito. Também transferir direito ou encargo para outrem.
Subscrever: (t.d.) Tem dois significados: a) apor assinatura ou firma num escrito a fim
de autenticá-los, ou para se reconhecer solidário com quem foi solidário; b) em Direito
161
Comercial, assumir compromisso de concorrer com minado número de ações para a
constituição do respectivo capital.
Substabelecer:(t.d.) Transferir a outrem os poderes conferidos num determinado
mandato.
Submariar:(t.d.) Em Direito Penal, significa promover processualmente a formação de
culpa do denunciado para apurar-se a procedência ou improcedência da acusação.
Tergiversar:(int.) Quando o advogado ou procurador judicial defendem, na mesma
causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias, traindo o dever profissional.
Testar:(int. e t.i.) Tem dois sentidos: a) fazer o testamento (int.) ; b) dar testemunho ou
deixar em testemunho (t.i. e i.).
Tombar:(t.d.) Cadastrar, registrar ou inventariar prédios ou imóveis nos cadastros da
municipalidade.
Turbar:(t.d.) Ferir ou perturbar direito alheio, impedindo ou procurando impedir, por
vias de fato, o seu livre exercício.
Tutelar:(t.d.) Exercer a tutela sobre, proteger na qualidade de tutor.
Usucapir:(t.d.) Adquirir o domínio por usucapião ou pela prescrição da propriedade que
se possuía durante um tempo prefixado em lei (CC. art.550).
Viciar:(t.d.) Tornar defeituoso, falho ou irregular um ato jurídico levando-o à nulidade
ou à anulação (CC. art. 101).
Viger:(int.) Vigorar, estar em execução, em uso. Vale lembrar que a forma vigir, como
se costuma encontrar, não é a forma correta.
Vilipendiar:(t.d.) Tratar, por meio de palavra, escrituras ou gestos com vilipêndio, quer
dizer, com vileza, ultraje ou desprezo quando se tratar ou for objeto de culto religioso
(CP. art. 212).
A Correspondência Oficial
Uniformização da Correspondência Oficial
No serviço público, não se podia, até pouco tempo atrás, falar em unidade dos padrões de
correspondências relacionadas aos atos administrativos oficiais.
Porém, em 1991, foi criada pela Presidência da República uma comissão que visava à
uniformização e à simplificação das normas de redação de atos e comunicações oficiais. A
partir do trabalho dessa comissão, foi elaborado, em 1992, o Manual de Redação da
Presidência da República, com a finalidade de racionalizar e padronizar a redação das
comunicações oficiais.
Ofício
Forma de correspondência oficial trocada entre chefes ou dirigentes de hierarquia
equivalente ou enviada a alguém de hierarquia superior à daquele que assina.
162
Tem como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da administração
pública entre si e também com particulares.
A linguagem deve ser formal sem ser rebuscada, pois “ as comunicações que partem dos
órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todos e qualquer cidadão brasileiro”
(Manual de Redação da Presidência da República).
Modelo de Ofício:
À
Secretaria da Receita Federal do Estado do Rio de Janeiro
Av. Presidente Antonio Carlos, 356
Rio de Janeiro – RJ
20020-010
Observação: quando o ofício tiver mais de uma página, como este, a continuação se dará na
página seguinte, com o fecho e a assinatura. O destinatário e o endereçamento ficam sempre
na primeira página.
Continuação do ofício:
2/2
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
163
..................................................................................................................................................
4 .
................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
Atenciosamente,
Nome
Cargo do signatário
Como se pode observar, há muita diferença em relação aos ofícios que vemos normalmente,
pois cada secretaria, estadual ou municipal, cria os seus modelos, o que contraria a
disposição federal de padronizar os documentos oficiais.
Excelentíssimo Senhor
Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10ª Vara Cível
Rua ABC, nº 123
01010 – São Paulo/SP
A IN nº 4/92 diz textualmente que “fica abolido o uso do tratamento Digníssimo (...)” , pois
“a dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária a
sua repetida evocação”.
Senhor
Eduardo Maia
Secretário Municipal de Saúde
164
Rua XYZ, nº 789
023401 – Rio de Janeiro/RJ
Há ainda uma observação muito interessante sobre o uso do já convencional título doutor:
“Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento e, sim, título acadêmico. Não deve ser
usado indiscriminadamente. Seu emprego deve restringir-se a pessoas que tenham tal grau
por terem concluído curso universitário de doutorado”.
Memorando oficial
O memorando é uma modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um
mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em um mesmo nível ou em nível diferente.
Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna.
Sua principal característica é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão
deve pautar-se pela raiz e pela simplicidade de procedimentos burocráticos.
2 . Sem descer a mais detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o
equipamento fosse dotado de “disco rígido” e de monitor padrão “EGA”. Quanto a
programas, haveria necessidade de dois tipos: um “processador de textos” e outro
“gerenciador de banco de dados”.
165
3 . Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento
ensejará uma mais racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma
melhoria na qualidade dos serviços prestados.
Atenciosamente.
Nome
Cargo do signatário
Observações:
Na numeração do documento não consta o ano, tal como já vimos no ofício. Consta o órgão
de origem;
A data deve figurar na mesma linha do número e da identificação do memorando;
O destinatário o memorando é mencionado pelo cargo que ocupa. Quanto ao emissor, já foi
mencionado na numeração e virá explícito na assinatura;
O assunto esclarece o teor da comunicação;
Em relação ao texto, ele segue o mesmo padrão que o ofício;
O fecho também segue a mesma normatização que o ofício.
Assim, há um cuidado cada vez maior para compatibilizar a eficiência da mensagem com a
sua forma. Isso tem provocado adaptações que variam de empresa para empresa, no sentido
de adequar as normas da correspondência à realidade da tramitação de informações em cada
organização, em função de sua cultura interna, de seus valores e de seu fluxograma.
Antes Agora
Estilo Prolixo – uso e abuso de Objetivo – apresentação
vocabulário mais das informações
sofisticado,clichês, necessárias com
subterfúgios. clareza.
Disposição dos elementos Denteado – com espaços Bloco – uma única margem
na margem vertical do lado
esquerda e na esquerdo.
166
abertura de
parágrafos.
Além disso, devemos considerar que o correio eletrônico tornou-se o meio pelo qual são
veiculadas as mensagens, e a utilização do papel tornou-se cada vez mais rara.
A Carta
A carta moderna sofreu muita influência dos modelos americanos, tanto na forma quanto no
etilo. No início da década de 60, o modelo que vigorava entre nós era o chamado denteado,
por causa das aberturas de parágrafos. Com a influência norte-americana, essa estética sofreu
variações, até que, no final da década de 80, foi assimilado totalmente o estilo em bloco.
Nº de expedição.
Pode aparecer isolado, combinado so setor ou à abreviatura da espécie do documento:
657, SETRE/ 657, SETRE – 657.
Por tradição, tem sido posto à esquerda, mas também pode-se colocá-lo à direita, para
facilitar o arquivamento.
Data:
Dia sem o zero à esquerda:
Porto Alegre, 3 de maio de 2000.
Em relação à data no meio do texto, pode-se optar por escrevê-la com dois dígitos ou com
um só para dia e mês:
Pontuação aberta é um recurso norte - amerciano que consiste em não se colocar nenhum
sinal de pontuação em três elementos: data, vocativo e fecho.
Em nossa cultura, esse recurso não foi bem aceito, portanto, não aconselhamos o seu uso.
Destinatário # endereçamento
Na carta moderna, não se coloca o endereço do destinatário, a não ser no envelope, por uma
questão de lógica: por que a pessoa que recebe a correspondência precisa saber de seu
próprio endereço? É claro que caberá a cada empresa organizar os seus arquivos de forma
a associar o destinatário a seu endereço.
167
A única situação em que será pertinente o uso do endereçono próprio corpo da carta será no
caso de envelopes janelados.
Eis algumas variações de como se pode esruturar o destinatário:
À facultativo
Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRAS
Observe o uso do “a” com acento grave, mesmo se tratando de letra maiúscula, sempre
que ficar subentendida a palavra empresa.
ou
Ao facultativo
Banco do Brasil S.A.
Agência Centro
ou ainda
À facultativo
Sul América Capitalização
Setor de Treinamento
E quando se quiser dirigir a correspondência a uma pessoa específica? Usa-se Att., At. ou
A/C?
Att. –não, porque não estamos redigindo em língua inglesa, em que a palavra é attention.
A/C – este código deve ser utilizado somente no envelope, quando uma terceira pessoa
estiver envolvida na transmissão da informação, ou seja, ela recebe a carta e a direciona a
quem de direito.
At. – é a única abreviatura possível dentro da carta, significando atenção. Pode vir junto ao
destinatário ou logo abaixo:
À
Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS
Setor de Treinamento
At.: Sra. Eliana de Souza
Observação:
A abreviatura At. nunca poderá vir ao final do texto, pois nesse caso significaria
“atenciosamente”.
Referência # Assunto
A referência diz respeito ao número do documento mencionado enquanto o assunto se refere
ao tema que será tratado na correspondência.
Assim, embora seja o que mais encontramos, é errado:
À
Sul América Capitalização
Setor de Treinamento
Prezados Senhores,
À
Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS
Setor de Treinamento
At.: Sra. Eliana de Souza
Prezada Senhora,
Em muitas cartas é oportuno usar o vocativo personalizado quando se deseja fazer um apelo
mais direto e que contenha maior força de venda.
Texto
O texto inicia-se sempre sem abertura de parágrafo e não é mais imprescindível o
alinhamento pela margem direita (conforme IN nº 133/82), embora depois do incremento do
uso dos computadores seja mais usual esse alinhamento, pois basta clicar o ícone “justificar”.
A separação dos parágrafos fica demonstrada por um espaço maior entre uma linha e outra.
Observe que até mesmo o fecho “Atenciosamente” vem alinhado na mesma margem
esquerda.
Nome e cargo/função
Modernamente, não se coloca mais a linha para a anteposição da assinatura, pois todos são
capazes de assinar de forma correta independentemente da linha.
Não se deve deixar de registrar o nome de quem está assinando, pois a assinatura é sempre
de uma pessoa e não de um setor ou divisão:
Anexos
169
A palavra anexo no canto esquerdo da carta tem a finalidade de apontar, de forma
simplificada, a inclusão de outros documentos. Como ela tem por objetivo a conferência dos
documentos inclusos, não faz sentido o uso já disseminado da expressão os citados, pois a
pessoa teria de ler todo o texto para , só depois, saber se os documentos estão de acordo.
Portanto, embora não se tenha esse costume, o mais lógico é colocar o nome do documento
citado ou a quantidade dos documentos incluídos.
Hoje em dia, porém, não há mais essa distinção, sendo o memorando ou o comunicado
interno usados de forma ampla para todos os fluxos de comunicação.
À
Empresa Tal S.A.
At.: Dr. Flávio de Castro
Assunto: Padrão Datilográfico
Prezado Senhor,
170
Esta carta ilustra o preenchimento das novas correspondências das empresas. As instruções
que se seguem devem ser repassadas a todos os funcionários, responsáveis pela manutenção
de imagem de modernidade da Empresa.
A única margem aceita, a partir dos anos 90, é a da esquerda, começando-se com a data só
terminando com a assinatura. Não deve haver nenhum elemento do lado direito, à exceção
da padronização recomendada para o ofício e para o memorando das repartições públicas.
Observe-se que não se usa mais colocar o endereço do destinatário no corpo da carta, a
menos que o envelope seja janelado. Entretanto, pode ser discriminado o setor ao qual a carta
está sendo enviada.
Em relação à margem direita, ela pode, conforme instrução de 1982, não estar alinhada.
Porém, com o uso do computador cada vez mais disseminado, a tendência é manter o
alinhamento, clicando-se no ícone “justificar”.
Registre-se que a entrada de cada parágrafo já deixou de existir e a separação entre
parágrafos é feita por um espaçamento a mais. Essa orientação é válida inclusive para o
último parágrafo, cuja tendência é resumir-se na palavra “atenciosamente”.
Esperando que as novas normas reflitam o espírito de modernidade da Empresa, desejamos
sucesso.
Atenciosamente,
Miriam Gold.
Observe:
1 – Não é citado o ano junto à numeração da carta, que vem com a sigla do
departamento;
2 – A data vem à esquerda, assim como todo o resto do texto, e fecha-se com o ponto
final;
3 – O mês vem com inicial m inúscula;
4 – Não se coloca o endereço na folha da carta, só no envelope;
5 – Não se usa o pronome senhorita;
6 – Não há abertura de parágrafos;
7 – Toda carta deve vir assinada por alguém que possa ser identificado.
Quanto ao memorando de assuntos rotineiros, veja a seguir um dos modelos mais utilizados
em papel. Com a informatização dos escritórios, contudo, muitas empresas utilizam só o
correio eletrônico para tais mensagens.
Essa reformulação faz parte do processo de modernização que estamos implantando e trará
implicações tanto na agilidade das tomadas de decisão internas quanto na melhoria de
qualidade da relação com o cliente.
Esclarecemos que cada novo padrão encontra sua aplicação detalhada, consequência dos
estudos laborados pela consultoria externa em conjunto com nossos colaboradores internos.
Aplicação
Vamos modernizar a carta a seguir, tanto nos aspectos formais quanto no texto, fazendo as
modificações necessárias.
Ct – 43/03 – D/VPES 18 de Abril de 2003
ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE VITÓRIA
A/C: Sr. Fernando Matos
Ass.: suas cartas 113/03 1 117/03 – reunião 22 ABR 03
Prezado senhor,
Informamos que o Sr. Paulo Garcia Júnior estará acompanhando a comitiva do Governo do
Estado ao Chile. Estaremos enviando dois representantes para a reunião referenciada, são os
senhores: CARLOS JOSÉ DA SILVA e JURANDIR DE SOUZA.
Em relação à solicitação de um coordenador para o projeto “TURISMO ESPETACULAR”,
esclarecemos que para este prezado evento estaremos indicando o Sr. Antonio Moura Brasil.
Carta corrigida
D/VPES – 43
Rio de Janeiro, 18 de abril de 2003.
ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE VITÓRIA
At.: Sr. Fernando Matos
Ref.: suas cartas 113/03 1 117/03 – reunião 22-4-03
Prezado Senhor,
Informamos que o Sr. Paulo Garcia Júnior não poderá estar presente à reunião de 22 de abril
do corrente, pois estará acompanhando a comitiva do Governo do Estado ao Chile. Assim,
enviaremos dois representantes: os senhores Carlos José da Silva e Jurandir de
Souza.
Exemplo 1:
Senhor Diretor da Faculdade de Economia da UFRJ:
Nair de Souza, aluna regularmente matriculada no segundo semestre de Economia desta
Universidade, venho requerer o trancamento de sua matrícula, em virtude de problemas de
saúde.
N.T.
P.D.
Data
Assinatura
173
Exemplo 2:
Senhor Diretor da Faculdade de Economia da UFRJ:
Eu, Nair de Souza, aluna regularmente matriculada no segundo semestre de Economia desta
Universidade, venho requerer o trancamento de sua matrícula, em virtude de problemas de
saúde.
N.T.
P.D.
Data
Assinatura
2) Recibo
Definição: documento em que se declara o recebimento de algo ou de alguma quantia.
Comentário: a quantia pode vir em destaque no lado esquerdo do documento.
Exemplo 1:
RECIBO
Recebi da empresa TOP EVENTOS a quantia de R$150,00 (cento e cinquenta reais)
referente ao valor da diária relativa ao seminário Comunicação Empresarial Escrita,
realizado em São Paulo, em 28 de novembro de 2001.
Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2001.
Miriam Gold
Exemplo 2:
RECIBO
Recebi do Sr. Antonio Flores a quantia de R$5.000,00 (cinco mil reais) como sinal de compra
do apartamento 504, situado à Rua das Laranjeiras, 350, Laranjeiras, Rio de Janeiro, de
minha propriedade.
O preço total é de R$155.000,00 (cento e cinquenta e cinco mil reais), dos quais foram pagos
os presentes R$5.000,00 (cinco mil reais) e o restante será pago em três parcelas de
R$50.000,00 (cinquenta mil reais) nos dias 15 de outubro, 15 de novembro e 15 de dezembro
de 2000.
Rio de Janeiro, 10 de setembro de 2000.
Augusto Toledo de Barros
3) Procuração
Definição: é um documento em que uma pessoa passa a outra autorização para tratar ou agir
em seu nome.
Comentário: só terá validade legal se a assinatura vier com firma reconhecida.
Exemplo:
174
PROCURAÇÃO
Texto-base .............(nome) ............., .............(nacionalidade) ..............
para qualquer .............(estado civil) ............., .............(profissão) .............,
procuração residente na .............(cidade) ............., .............(estado)......
particular ............., ............. portador do RG nº ............., CPF nº........
............., pelo presente instrumento de procuração constitui
e nomeia seu bastante procurador .............(nome) .............,
............. (nacionalidade) ............., .......................(est. civil)
............., .............(profissão) ............., residente à .............,
(cidade) ............., .............(estado) ............. portador do RG
nº ............., CPF nº............., para ..........................................
Texto específico ........................................................................................................
........................................................................................................
........................................................................................................
........................................................................................................
Fecho fixo podendo, para tanto, realizar todos os atos necessários para esse
fim.
.............(cidade) ............., (dia) ......., (mês) ........, de 20............
..........................(assinatura) ....................................................
firma reconhecida
4) Declaração
DECLARAÇÃO
Eu, Fulano de Tal, declaro que me foram furtados em .../.../..., RG, CIC< CNH, bem como
os cartões Credicard, American Express, Cartão Banco 24 Horas, talões de cheques Banco
X, agência Y. Assim, comunico que não me responsabilizo por cheques emitidos nem pelo
mau uso dos documentos. Ocorrência registrada em ..........................
B.O. nº ................... no mesmo dia.
Local e data
.................................................................................................
Exemplo 2:
DECLARAÇÃO
175
Declaramos que o Sr. ............................................... portador da Carteira de Trabalho
nº............... da série..................... foi nosso funcionário no período de .............................
a............................. exercendo a função de ............................. .
Informamos, ainda, que o referido empregado, durante o tempo em que aqui trabalhou,
exerceu sua função a contento, não havendo nada que possa desaboná-lo.
Local e data
.................................................................................................
Exemplo 3:
DECLARAÇÃO À PRAÇA - HOMÔNIMO
João da Silva, brasileiro, casado, aposentado, portador do RG......................... e do CIC
........................., nascido aos ....../....../....... , filho de ......................................................
e de .................................................... , residente em apartamento próprio à Rua ..........
.............................. , nesta Capital, declara à praça e a quem possa interessar o seguinte:
1º) Que não se referem a sua pessoa a emissão de cheques sem fundos divulgados em
aviso do Banco Bradesco, tratando-se, nesses casos, de um homônimo a quem
desconhece e com o qual não tem parentesco;
2º) Que quaisquer irregularidades surgidas por meio de certidões obtidas nos Cartórios
de Protestos, nos Distribuidores do Poder Judiciário do Rio de Janeiro e da Justiça
Federal, não se referem a sua pessoa, que sempre primou pela retidão de suas ações
e pontualidades nos pagamentos de sua responsabilidade.
São Paulo, .................de...............................de20......... .
João da Silva
5) Convocação
Definição: a convocação é uma espécie de convite em que não há cunho social, e sim
administrativo.
Exemplo:
CONVOCAÇÃO
6) Circular
Definição: a circular caracteriza-se como uma comunicação (carta, manifesto ou ofício) que,
reproduzida em muitos exemplares, é dirigida a muitas pessoas ou a um órgão.
Comentário: numa carta do tipo circular, o receptor deve ter a impressão de que o texto foi
redigido especialmente para ele. Em muitos casos, o nome do destinatário é citado
explicitamente no vocativo.
Exemplo:
Prezado Advogado.
Nossa empresa desenvolve suas atividades de tratamento da informação na área jurídica e
conta com a experiência de mais de 15 anos. Por ocasião de sua formatura, estamos lhe
oferecendo promocionalmente nossa revista bimestral Língua Jurídica, que trata
especificamente do assunto.
Com este número promocional da revista, colocamos a sua disposição uma consulta gratuita
a nossa Central de Consultas durante o próximo período de três meses. Basta mencionar o
código encontrado na capa de sua revista e imediatamente será oferecida a informação
desejada.
Temos a certeza de que nosso trabalho propiciará habilidades e informações adicionais a seu
desenvolvimento profissional. Para assinatura posterior da revista Língua Jurídica, basta
ligar para )21) 2244-5566.
Atenciosamente,
Paulo Renato de Almeida
Diretor-Presidente
7) Bilhete
Definição: é um texto simples e breve, em que se informa algo de maneira bem informal.
Comentário: hoje em dia, com a informatização dos escritórios, ele é muitas vezes
substituído pelo correio eletrônico.
Cuidado: quando for escrito em papel, é necessário o uso do bom senso: não esquecer a boa
educação e a gramática!
Exemplo:
Ana,
Preciso que você dê uma conferida nos números do relatório que deixei em sua mesa.
Obrigada,
Teresa.
177
8) Aviso ou comunicado
Definição: é um comunicado formal que serve para ordenar, cientificar, prevenir, noticiar,
convidar.
Característica básica: texto breve e linguagem clara.
Comentário: o aviso, na empresa particular, tem características muito diferentes do aviso
presente na administração pública.
Exemplo de aviso na empresa particular:
AVISO
AVISO DE ALTERAÇÃO
1 – FURNAS Centrais Elétricas S.A. torna pública a alteração da data-limite para entrega
das propostas relativas à Tomada de Preços TP. DAQ. G.096.2001, para o dia 23-01-2002.
2 – Ficam mantidas as demais cindições do Aviso de Licitação, publicado no Diário Oficial
da União, no dia 20/11/2001.
Departamento de Aquisição
9) Atestado
Definição: atestado é uma declaração, um documento firmado por uma autoridade em favor
de alguém, que certifica, afirma, assegura, demosntra alguma coisa que interessa a outrem.
10) Ata
178
Definição: é o regime escrito do que se passa ou do que se passou numa reunião, assembleia
ou convenção.
Característica principal: a expressão das ocorrências da reunião de forma clara e precisa.
Comentário: é um dos documentos mais difíceis de ser elaborado em virtude da necessidade
de interpretar, selecionar e expressar informações geradas por vários emissores com a maior
fidelidade e clareza possíveis.
Quando o erro for notado após a redação de toda a ata, recorre-se à expressão “em tempo”,
que é colocada após o texto.
Exemplo: Em tempo: na linha onde se lê “bata”, leia-se “pata”.
Observação:
Hoje em dia, observa-se a tendência de modernizar as atas de forma que elas fiquem bem
mais legíveis.
Aos cinco dias do mês de fevereiro de 2002, às 14 horas, na sede da Rua dos Mananciais, nº
82 – São Paulo, reuniu-se a Diretoria da Jalento Industrial S.A., estando presentes todos os
seus membros, conforme infra-assinados, sob a presidência do Sr. Antonio de Souza, que
convidou a mim, Jaó Ângelo, para secretário. Assim reunidos, os senhores diretores, depois
de comentar os relatórios da Consultoria Dédalo sobre a necessidade de melhorias no
Atendimento ao Cliente, deliberaram sobre a liberação de verbas para o treinamento da
qualidade profissional daquele setor. Ficou resolvido também que cada Diretor efetuará uma
previsão orçamentária sobre sua disponibilidade financeira para tal treinamento e o assunto
será discutido na próxima reunião semanal de diretoria. Nada mais havendo a tratar, foi
encerrada a reunião, lavrando-se a presente Ata, que, lida e achada conforme, vai ser assinada
por todos os presente. São Paulo, 5 de fevereiro de 2002.
179
Exemplo de ata moderna:
Data: 05-2-2002
Hora: 14 horas
Local: na Rua dos Mananciais, nº 82 – São Paulo - SP
Pauta:
1 – Análise do relatório da Consultoria Dédalo;
2 – Deliberação sobre a liberação de verbas para treinamento do Setor de Atendimento ao
Cliente.
Presentes:
Presidente – Sr. Antonio de Souza
Diretor Administrativo – Sr. João Ângelo
Diretor de Produção e Comercialização – Sr. Germano Bracht
Diretor Financeiro – Sra. Clarice Sá
Considerações
1 – Há necessidade real de melhoria do Atendimento ao Cliente;
2 – Há necessidade de verbas para a realização de treinamento.
Deliberações
1 – Cada Diretor efetuará uma previsão orçamentária sobre sua disponibilidade financeira
para a realização de treinamentos visando à melhoria no Atendimento ao Cliente.
2 – As verbas disponíveis para os treinamentos e um cronograma de treinamento serão
discutidos na próxima reunião semanal da Diretoria.
São Paulo, 5 de fevereiro de 2002.
Assinatura dos presentes
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Pelo presente acordo de trabalho, celebrado entre a firma .................. , estabelecida nesta
cidade, à .............................. , de um lado, e seus empregados abaixo assinados, de outro,
fica estipulado o seguinte:
181
a) de segunda a sexta-feira os empregados terão seus horários prorrogados em uma hora
diária;
b) os empregados perceberão o acréscimo de 10% (dez por cento) sobre o valor da
hora normal durante a hora suplementar de trabalho;
a) o presente contrato poderá ser denunciado por quaisquer das partes mediante
aviso prévio de 15 (quinze) dias.
E, como ambas as partes de pleno acordo, firmam o presente contrato em 3(três) vias do
mesmo teor, perante as testemunhas infra-assinadas.
São Paulo, 15 de maio de 2001.
Testemunhas:
Assinatura do representante dos trabalhadores
Assinatura do representante da empresa
Assinatura dos trabalhadores
Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita, não afetando
nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas
observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas é um passo
em direção à pretendida unificação ortográfica desses países.
Esperamos que este guia sirva de orientação básica para aqueles que desejam resolver
rapidamente suas dúvidas sobre as mudanças introduzidas na ortografia brasileira, sem
preocupação com questões teóricas.
Mudanças no alfabeto
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras
que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser
acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis,
herói, heróis, troféu, troféus.
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem
depois de um ditongo.
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/ pela(s),
pêlo(s)/pelo(s), pólo(s) / polo(s) e pêra / pera.
184
Atenção:
•Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim
como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles)
arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar,
averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem
duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo
e também do imperativo.
Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.
Exemplos:
Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que
as outras):
• verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues,
enxaguem.
• verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas,
delinquam.
185
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.
Uso do hífen
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata
ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos
leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos
mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo.
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se
inicia o segundo elemento.
Exemplos:
aeroespacial
agroindustrial
anteontem
antiaéreo
antieducativo
autoaprendizagem
autoescola
autoestrada
autoinstrução
coautor
coedição
extraescolar
infraestrutura
plurianual
semiaberto
semianalfabeto
semiesférico
186
semiopaco
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este
se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar,
coocupante etc.
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa
por consoante diferente de r ou s. Exemplos:
anteprojeto
antipedagógico
autopeça
autoproteção
coprodução
geopolítica
microcomputador
pseudoprofessor
semicírculo
semideus
seminovo
ultramoderno
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante
etc.
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa
por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos:
antirrábico
antirracismo
antirreligioso
antirrugas
antissocial
biorritmo
contrarregra
contrassenso
cosseno
infrassom
microssistema
minissaia
multissecular
neorrealismo
neossimbolista
semirreta
ultrarresistente.
ultrassom
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar
pela mesma vogal.
Exemplos:
anti-ibérico
187
anti-imperialista
anti-inflacionário
anti-inflamatório
auto-observação
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
micro-ondas
micro-ônibus
semi-internato
semi-interno
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar
pela mesma consoante.
Exemplos:
hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário
super-resistente
super-romântico
Atenção:
• Nos demais casos não se usa o hífen.
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região,
sub-raça etc.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-navegação, pan-americano etc.
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento
começar por vogal. Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo
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8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen.
Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se
combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição.
Exemplos:
girassol
madressilva
mandachuva
paraquedas
paraquedista
pontapé
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de
palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.
Exemplos:
Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
O diretor recebeu os ex-alunos.
Resumo
Emprego do hífen com prefixos
Regra básica
Sempre se usa o hífen diante de h:
anti-higiênico, super-homem.
Outros casos:
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1. Prefixo terminado em vogal:
• Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
• Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
• Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.
Observações:
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região,
sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano,
subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e
vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição,
como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen:
ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular,
pró-europeu.
A implantação das regras desse Acordo, prevista para acontecer no Brasil a partir de
janeiro de 2009, é um passo importante em direção à criação de uma ortografia unificada
para o português, a ser usada por todos os países que tenham o português como língua
oficial: Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e Timor Leste.
Este guia não tem por objetivo elucidar pontos controversos e subjetivos do Acordo, mas
acreditamos que será um valioso instrumento para o rápido entendimento das mudanças
na ortografia da variante brasileira.
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As dúvidas que porventura existirem após a leitura do Guia Prático da Nova Ortografia
certamente serão resolvidas com a publicação de um Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa (VOLP), como está previsto no Acordo.
Editora Melhoramentos
agosto de 2008
Bibliografia básica:
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