entendimento a respeito do assunto Regência Verbal, que tal observar a definição sobre o que é Regência? Sigamos um critério etimológico para realizar tal explicação.
Regência é o ato ou a ação de reger. Reger lembra o
ofício do rei; lembra o ato reinar, comandar, mandar. É justamente a respeito dessa capacidade das palavras que o estudo da Regência se pauta: o poder de ‘exigir’. Essa exigência é, na verdade, um dos objetos de estudo da Sintaxe da Língua Portuguesa, a qual examina e analisa, além da função que os vocábulos exercem nas orações, as relações que existem entre eles.
A regência abraça a relação de SUBORDINAÇÃO
entre termos em uma oração. Não se assuste, ainda, com a palavra subordinação, família! Em Regência, fala-se de subordinação apenas a respeito da capacidade que as palavras têm de EXIGIR, a qual foi citada no início deste material Pela lógica gramatical e da vida, se um vocábulo EXIGE um complemento, este (complemento) é subordinado àquele (termo que exige/ que rege).
Para ficar mais fácil... Na frase ‘Eu comprei a casa’, o
verbo ‘comprei’ exige um complemento: ‘a casa’. Com isso, diz-se que o termo ‘a casa’ é subordinado ao verbo ‘comprei’. Ficou claro? No caso dos verbos, há os que não exigem complemento, pois têm sentido completo (intransitivos). Outros, por sua vez, não têm o seu sentido completo e, assim, apresentam uma ação que ‘transita’ até um complemento, o qual será, geralmente, o alvo da ação expressa. Estes são os famosos verbos transitivos.
Os verbos que exigem complementos podem fazê-lo
de duas formas: I. de forma direta, sem a exigência de preposição; II. de forma indireta, em que uma preposição é exigida. Observe:
A. Eu conheço esse trabalho. (O verbo ‘conhecer’,
nesse contexto, exige um complemento não preposicionado. O que nos possibilita analisá-lo como ‘transitivo direto’.)
B. Pedro investe em ações. (O verbo ‘investir’, nesse
contexto, exige um complemento preposicionado: em algo = em ações. Sua relação com o complemento é tida como indireta pela gramática do Português.)
Há, portanto, regência quando um verbo tem a
capacidade de exigir complementos, os quais podem ser, ou não, preposicionados.
Uma das grandes polêmicas relativas ao assunto é
que alguns verbos apresentam uma regência considerada pela gramática como correta e nós, na linguagem do cotidiano, realizamos de forma diferente (geralmente inadequada). Na linguagem das provas, pode-se dizer que ‘se um emprego não é coerente com o que é registrado pela norma-padrão, haverá incorreção gramatical’.
O registro informal não é o mais abordado em provas
de concurso público. Por isso, é preciso ter muito cuidado com as análises feitas em prova, as quais respeitam, por completo, a letra da regra. Para que se acertem questões, a regra é o que vale.
Outro ponto que pode tornar o assunto Regência
relativamente difícil é a mudança de regência de um mesmo verbo, quando ele tem mais de um sentido.
Ele aspira o ar puro da montanha. (‘Aspirar’, no
sentido de ‘sorver’, não exige preposição em seu complemento.)
Ele aspira ao cargo de diretor. (‘Aspirar’, no sentido
de ‘almejar’, exige preposição ‘a’ em seu complemento.) Existe, em praticamente todas as gramáticas, uma LISTA DE VERBOS a cuja regência se deve atentar. Os autores listam esses principais verbos, que possuem alguma particularidade quanto à regência. As bancas sempre cobraram e sempre cobrarão esses verbos.
Essa lista será estudada, com detalhes, neste
material, no item V. Tranquiliza o teu coração! Que tipo de verbos caem em provas, quando o assunto é regência verbal?
A. Verbos que apresentam, segundo a norma,
regência diferente daquela que usamos no cotidiano.
B. Verbos que mudam de regência, quando se
muda o sentido. Observe abaixo alguns enunciados de provas:
Enunciado 1. Assinale a alternativa incorreta
quanto à regência.
A banca quer que o candidato encontra frase com
emprego incorreto da regência, no que diz respeito à norma.
Enunciado 2. Dentro dos estudos de regência
verbal e de acordo com o padrão culto da língua portuguesa, o verbo em destaque em “O homem FICOU muito triste [...]” é:
A banca quer saber a classificação do verbo destacado
em relação à regência. Nesse caso, o verbo ficar é um verbo de ligação, o qual traz como ‘complemento’ um predicativo, ou seja, uma característica relativa ao sujeito. Enunciado 3. A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento do verbo grifado acima é:
A banca grifa um verbo e pede ao candidato que ele
encontre um verbo com a ‘mesma regência’. Se o termo grifado for um verbo transitivo direto, a missão será encontrar outro. Abaixo serão listadas as definições de regência verbal a partir da visão de alguns dos principais gramáticos da Língua Portuguesa:
A. Evanildo Bechara: processo sintático em que
uma palavra determinante subordina uma palavra determinada. A marca de subordinação é expressa, nas construções analíticas, pela preposição.
(O professor trata justamente da questão da
preposição como marca de elemento que subordina um termo a outro. Contudo, não se pode esquecer que existem possibilidade de regência em que preposição alguma será exigida).
Logo depois, Bechara traz a famosa LISTA DE
VERBOS A CUJA REGÊNCIA SE HÁ DE ATENDER NA LINGUA-PADRÃO. B. Fernando Pestana: relação de dependência entre os componentes de uma oração ou entre orações. Regência é a maneira como o nome ou o verbo se relacionam com seus complementos, com preposição ou sem ela.
(Sempre pontual, o professor Pestana vai àquilo que
importa, que é justamente a relação preposicionada, ou não, entre termo regente e termo regido. O professor sugere que o aluno não deixe de estudar transitividade, pois esse conceito é fundamental para o entendimento da regência. Além disso, Pestana salienta que é impossível uma gramática contemplar todos os verbos do Português e indica dicionários de Regência, os quais analisam de maneira mais completa.)
Na pág. 756, da 4ª edição da sua Gramática, o
professor inicia a lista de verbos que apresentam particularidades importantes para concursos, em relação à regência. C. Celso Cunha: Regência é o estudo da relação necessária que se estabelece entre duas palavras, um das quais serve de complemento a outra. A palavra dependente denomina-se regida, e o termo a que ela se subordina, regente.
(O professor também toca no tema predicação verbal
como requisito mínimo para que se entenda o tema Regência. Fala sobre conceito de transitividade, sobre a exigência de preposição, ou não, e sobre o fato de verbos transitivos, em outros contextos, passarem a ser intransitivos.)
Em seguida, adivinha o que o professor faz... LISTA
DA REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS. Aqueles famosos verbos que mudam a sua regência quando empregados em sentidos diferentes. D: Napoleão Mendes de Almeida: Regência vem a ser a relação de subordinação, ou seja, de dependência dos termos, um dos outros, ou ainda, é a propriedade de ter uma palavra, sob sua dependência, outra ou outras que lhes completem o sentido.
(O grande Mestre Napoleão trata, em sua obra, do
fato de a regência acontecer por três caminhos: I. Pela posição – o professor fala aqui sobre o conceito sintático de ordem direta e o reconhecimento das funções sintáticas; II. Pela preposição – a preposição tem o papel de ligar um elemento a outro, ou seja, é um valioso instrumento que serve à regência; III. Pela conjunção subordinativa – o próprio nome já diz. A conjunção subordinativa subordina uma oração a um termo. Ela é um conectivo oracional.)
No §777, o professor traz a lista de verbos que
merecem atenção especial. E. José Maria da Costa: Regência (verbal) estuda o problema da complementação do verbo, da exigência ou não de preposições antecedendo tais complementos e das construções específicas relacionadas aos verbos.
(O professor José Maria, denominado por mim -
Fabrício Dutra - como o meu ídolo, traz importantes e pontuais observações sobre pronomes átonos de terceira pessoa e as funções que eles exercem. É muito comum que se observem equívocos no emprego dos pronomes ‘o’ e ‘lhe’. Esses pronomes merecerão um tópico específico no presente material. Além disso, o Mestre Zé Maria salienta a importância de se estudar transitividade verbal com profundidade e fala também sobre a possibilidade que verbos transitivos diretos têm de sofrer transformação para a voz passiva. Em caso de dúvida, isso pode salvar vidas e pontos valiosos.) O professor constrói a lista de 27 verbos a cuja regência se deve dar atenção, com detalhes riquíssimos acerca deles.
Após os destaques feitos acima, que trazem visões e
concepções de cinco GRANDES estudiosos da Língua Portuguesa, cabe destacar termos que aparecem em comum no estudo que todos eles realizaram acerca de Regência. Fiz, modernamente, em forma de hashtags, pois somos antenados ao mundo tecnológico do relacionamento virtual. Inclusive, sigam-nos nas redes sociais @proffabriciodutra e @profsuelenalmeida. Tmj =) O professor constrói a lista de 27 verbos a cuja regência se deve dar atenção, com detalhes riquíssimos acerca deles.
Após os destaques feitos acima, que trazem visões e
concepções de cinco GRANDES estudiosos da Língua Portuguesa, cabe destacar termos que aparecem em comum no estudo que todos eles realizaram acerca de Regência. Fiz, modernamente, em forma de hashtags, pois somos antenados ao mundo tecnológico do relacionamento virtual. Inclusive, sigam-nos nas redes sociais @proffabriciodutra e @profsuelenalmeida. Tmj =) Em regra, a norma culta não admite que se dê o mesmo complemento para verbos apresentem regências diferentes, embora isso seja comumente encontrado no registro coloquial. Observe:
Li e gostei do livro. (ler: transitivo direto (algo) /
gostar: transitivo indireto (de algo).
Segundo a norma, essa construção apresenta
equívoco, visto que apenas o verbo ‘gostar’ foi contemplado em sua transitividade. A construção correta, fornecendo o complemento correto para cada verbo seria:
Li o filme e gostei dele.
Agora os dois verbos estão apresentando os seus
complementos de maneira coerente com os ditames gramaticais. Esse princípio também vale para verbos transitivos indiretos (ou intransitivos) que exijam preposições diferentes.
Assisti e gostei do filme. (Assistir: transitivo indireto
(a algo) / gostar: transitivo indireto (de algo).
A construção correta será:
Assisti ao filme e gostei dele.
Fui e voltei de São Paulo no mesmo dia. (Quem vai,
vai a algum lugar. Quem volta, volta de algum lugar)
O correto seria:
Fui a São Paulo e voltei de lá no mesmo dia.
Confira abaixo mais alguns casos, com a sua devida correção.
Vi e me apaixonei por Brasília. (inadequada)
Vi Brasília e me apaixonei por ela. (adequada)
Precisamos, acreditamos e gostamos da paz.
(inadequada) Precisamos da paz, acreditamos nela e dela gostamos. (adequada) Enfim, chegamos à tão esperada lista de verbos. A seguir, serão listados principais verbos da Língua Portuguesa, no que tange à regência em provas de concursos.
Tais verbos apresentam mais de uma regência,
quando apresentam sentidos diferentes, ou simplesmente apresentam uma regência que merece atenção especial, em virtude de deslizes que produzimos no uso.
Atente para esses verbos! Leia sempre essa lista!
Releia! Consulte! Ela vai ajudar demais. 1. Agradar A. No sentido de acariciar, é transitivo direto.
A mãe, com suas delicadas mãos, agradava o filho.
B. No sentido de satisfazer, ser agradável, é
transitivo indireto (preposição a)
A proposta não agradou a todos os funcionários da
empresa. O resultado do processo lhe agradou.
Opa! A regência do item B valerá para o verbo
desagradar. 1. Agradar A. No sentido de acariciar, é transitivo direto.
A mãe, com suas delicadas mãos, agradava o filho.
B. No sentido de satisfazer, ser agradável, é
transitivo indireto (preposição a)
A proposta não agradou a todos os funcionários da
empresa. O resultado do processo lhe agradou.
Opa! A regência do item B valerá para o verbo
desagradar. 2. Aspirar
A – No sentido de cheirar, sorver, é transitivo
direto.
Fábio aspirou o ar puro das montanhas cariocas.
B – No sentido de almejar, pretender, é transitivo
indireto (preposição a)
O jovem aspira ao cargo de diretor de cinema.
Opa! O verbo aspirar (na acepção de almejar) não
aceita o pronome oblíquo ‘lhe’ como complemento.
O jovem aspira ao cargo de diretor de cinema.
O jovem aspira-lhe. (incorreto) O jovem aspira a ele. (correto) 3. Atender A. Pode ser, indiferentemente, transitivo direto ou transitivo indireto (preposição a)
O dono da casa atendeu ao telefone.
O dono da cada atendeu o telefone. Atendi cordialmente todas as pessoas. Atendi cordialmente a todas as pessoas.
Opa! Como visto nos exemplos acima, não faz
diferença o fato de o complemento ser ‘coisa’ ou ‘pessoa’ para que se analise tal verbo com liberdade de exigir preposição, ou não. 4. Ansiar
A. No sentido de causar ânsia em alguém, é
transitivo direto.
A doença ansiava o paciente.
B. No sentido de desejar fortemente, é transitivo
indireto (preposição por)
Eles anseiam por paz no relacionamento.
5. Assistir
A. No sentido de prestar ajuda, é transitivo
direto (preferencialmente em concursos) ou transitivo indireto (segundo alguns autores), exigindo a preposição ‘a’.
É preciso assistir os mais necessitados.
O professor assistia a essa turma sempre que era preciso. O professor assistia essa turma sempre que era preciso.
B. No sentido de presenciar, ver, é transitivo
indireto (preposição a).
O jogo a que assistimos foi horrível.
Recomendamos que os jovens assistam a vários debates sobre política.
Opa! No sentido expresso em B, o pronome lhe não
pode ser utilizado como complemento. 5. Assistir
C. No sentido de pertencer, cabe, é transitivo
indireto (preposição a)
O direito de se posicionar assiste a todos vocês.
Opa! No sentido expresso em C, o pronome lhe,
como complemento, é correto.
O direito de se posicionar lhes assiste.
D. No sentido de morar (uso mais raro), é
intransitivo e exige a preposição ‘em’.
Eu assistia em Botafogo. 6. Chamar
A. No sentido de convocar/ solicitar presença, é
transitivo direto.
Eu chamei o professor antes da aula.
B. No sentido de invocar, apelar, implorar presença¸ é
transitivo direto ou transitivo indireto (preposição por).
Quando sentir saudades, chame por mim.
Ele chamou Deus na hora do aperto.
C. No sentido de apelidar, denominar, pode ser
transitivo direto ou transitivo indireto (preposição a). Nesse sentido, ele também projeta na frase o predicativo do objeto.
Chamei os meus alunos (de) nerds. (de nerds: predicativo
do objeto direto.) Chamei aos meus alunos (de) nerds. (de nerds: predicativo do objeto indireto.) 7. Chegar
A. É intransitivo (preposição a), acompanhado
de expressão adverbial de lugar (real ou virtual).
Essa cafeteria finalmente chegou a Brasília.
Na informalidade, falamos “Já chegou em casa?”.
Contudo, segundo a regra, a preposição exigida por tal verbo é ‘a’.
Já chegou a casa? 8. Deparar
A. No sentido de fazer aparecer de repente, é
transitivo direto.
O acaso depara muitas situações interessantes.
B. No sentido de achar por acaso, encontrar
inesperadamente, é transitivo direto ou transitivo indireto (preposição com).
Eu deparei com você diversas vezes e notei seu
desespero. Na curva da estrada deparamos um lago belíssimo.
C. No sentido de apresentar-se, aparecer
inesperadamente, é transitivo indireto (preposição a) e pronominal.
Enfim uma boa oportunidade deparou-se ao jovem.
9. Dignar-se
A. No sentido de haver por bem, ser servido, ter a
bondade de, é transitivo indireto (preposição de)
Espero que vocês se dignem de ouvir minhas
opiniões.
Opa! Como o seu objeto indireto é, normalmente,
uma oração reduzida de infinitivo, o emprego da preposição de é facultativa. Observe os exemplos de lição do professor Cegalla.
O magistrado se dignou de receber o advogado.
(correto) O magistrado se dignou receber o advogado. (correto) O magistrado se dignou a receber o advogado. (incorreto) 10. Esquecer – Esquecer-se
A. Quando não pronominal, é transitivo direto.
Quem esquece, esquece algo.
Eu esqueci o dia da transferência.
B. Quando pronominal, é transitivo indireto
(preposição de) Quem se esquece, esquece-se de algo.
Eu me esqueci do dia da transferência.
Opa! Pode ser empregado em terceira pessoa, em
construções em que ‘a coisa lembrada’ é o sujeito.
apresentam dupla possibilidade de regência, em que a coisa ou a pessoa podem, indistintamente, ser objeto direto ou objeto indireto. Observe:
A. Algo a alguém
Informaram ao síndico o fato ocorrido.
Avisaram aos alunos o dia da prova.
B. Alguém de algo
Informaram o síndico do fato ocorrido.
Avisaram os alunos do dia da prova. 12. Implicar
A. No sentido de zombar, provocar, é transitivo
indireto (preposição a)
É normal implicarmos com nossos irmãos.
B. No sentido de envolver, comprometer, é
transitivo direto e indireto (preposição em).
Ele implicou o próprio irmão nos casos de corrupção.
C. No sentido de acarretar, produzir
consequência, é transitivo direto.
Sua atitude implicou reação violenta da torcida.
Opa! Modernamente, o verbo implicar, na acepção
C, passou a ser considerado correto com a preposição em. Tal registro é feito por Celso Pedro Luft como brasileirismo admitido pela gramática normativa. 13. Ir A. No sentido de encaminhar-se, dirigir-se, é intransitivo e exige preposição a.
Fomos ao tribunal para assistir ao julgamento.
Opa! Não se usa esse verbo, em registro culto, com a
preposição em.
Opa! Celso Pedro Luft faz interessante distinção a
respeito desse verbo quanto ao emprego das preposições a e para.
Com preposição a - empregado com ideia de ‘ir’ e não
demorar’.
Fui ao Rio de Janeiro em março.
Com preposição para - empregado com intuito de
estabelecer residência ou permanecer por mais tempo.
Estou pensando em ir para o Rio de Janeiro.
14. Lembrar – Lembrar-se
A. Quando não pronominal, é transitivo direto.
Quem lembra, lembra algo.
Assim que acordei, eu lembrei o seu aniversário.
B. Quando pronominal, é transitivo indireto
(preposição de) Quem se lembra, lembra-se de algo.
Assim que acordei, eu me lembrei do seu aniversário.
Opa! Pode ser empregado em terceira pessoa, em
construções em que ‘a coisa lembrada’ é o sujeito.
Lembrou-me o dia do seu aniversário.
15. Morar
No sentido de habitar, residir, usa-se com preposição
em.
Antônio mora em São Paulo.
A rua em que moro é agitada.
Opa! Deve-se evitar o emprego da preposição a, pois
trata-se de um verbo de quietação. 16. Namorar
A. No sentido de desejar alguma coisa, de querer
comprar, é transitivo direto também.
Ana namorou o sapato da vitrine.
B. No sentido de ter um relacionamento com
alguém, é transitivo direto.
Ana namorou Pedro. (registro culto)
C. Tal verbo, assim como ‘casar com’ e ‘noivar
com’ passou a ocupar também a posição de transitivo indireto.
Ana namorou com Pedro. (Registro coloquial apenas)
Opa! Vale lembrar que Luft e alguns outros
gramáticos abonam o uso deste verbo como verbo transitivo indireto. 17. Obedecer
No sentido de cumprir ordens, é transitivo indireto,
com preposição a.
Deve-se obedecer ao regulamento do condomínio.
18. Pagar
A. Quando o complemento for a coisa que é
paga, é transitivo direto.
Paguei o carro à vista.
B. Quando o complemento é quem recebe o
pagamento, é transitivo indireto.
Paguei ao banco toda dívida.
Opa! Tal verbo pode ser usado com a partícula
apassivadora e partícula de indeterminação do sujeito.
Pagaram-se as contas do homem. (partícula
apassivadora) Pagou-se ao homem o que devia. (partícula indeterminação do sujeito) 19. Perdoar
Mesma regra do verbo ‘pagar’.
A. Quando o complemento for a coisa perdoada,
é transitivo direto.
Perdoei o erro cometido por ele.
B. Quando o complemento for quem recebe o
perdão, é transitivo indireto.
Perdoei a meu amigo pelo erro cometido.
20. Preferir A. No sentido de escolher algo ou alguém em detrimento de pessoa ou coisa, é verbo transitivo direto, é bitransitivo.
Pedro prefere carro a moto.
Opa! A frase ‘Pedro prefere carro DO QUE moto’ está
incorreta.
B. Quando há pluralidade de coisas que não são
as preferidas, é transitivo direto.
Pedro prefere carro.
21. Presidir A. No sentido de ter lugar de honra ou exercer função de presidente, é transitivo direto ou indireto.
Algum deputado presidirá o congresso.
Algum deputado presidirá ao congresso.
22. Proceder
A. No sentido de dar sequência, de
comportamento ou cabimento, é intransitivo.
A aula procedeu apesar do ocorrido.
Ana procedeu mal naquela audiência. Os argumentos de Ana não procedem agora.
B. No sentido de originar-se, é transitivo
indireto.
Este material procede da China.
23. Querer
A. No sentido de desejar, é transitivo direto.
Ana queria o livro mais vendido do Brasil.
B. No sentido de amar, é transitivo indireto,
exigindo preposição a.
Ana lhe (a ela) quer como uma mãe.
24. Responder
A. No sentido de dar resposta a uma pergunta, é
transitivo indireto, com uso da preposição a.
Ana respondeu aos e-mails.
B. No sentido de dar uma resposta a alguém, é
transitivo direito e indireto, com uso da preposição a.
Ana respondeu a ela com toda educação.
No sentido de declarar ou falar, é transitivo direto.
Ana respondeu que vai viajar este ano.
25. Recorrer
A. No sentido de dirigir-se a alguém, é transitivo
indireto.
Ana recorreu ao médico.
B. No sentido de interpor recurso judicial, é
transitivo indireto.
Ana recorreu da sentença.
26. Satisfazer
A. No sentido de ser suficiente, bastar, é
transitivo direto ou indireto.
Nada que eu faça vai satisfazer sua vontade.
Sua atitude não satisfazia aos meus desejos.
Opa! Este verbo também pode ser intransitivo ou
pronominal.
Ana não se satisfaz com pouca coisa.
Somente essa atitude satisfaz. 27. Servir
A. No sentido de levar algo a alguém, é transitivo
direto e indireto, com preposição a.
Ana serviu comida japonesa aos convidados.
Opa! De acordo com o dicionário Houaiss e Aurélio,
o verbo servir, com sentido de prestar serviço, trabalhar como servo e fazer de criado, pode ser transitivo direto, indireto (preposição em ou a) e intransitivo.
O jogador serviu a Nação por vinte anos. (VTD)
O jogador serviu à Nação durante as Olimpíadas. (VTI) O jogador estava ali para servir. (VI) 28. Simpatizar
No sentido de afeição, simpatia, concordância e
afinidade, é transitivo indireto, com uso da preposição ‘com”
Simpatizo com as ideias de Ana.
Opa! Este verbo não é pronominal, logo, não se deve
usar ‘simpatizo-me’, ‘simpatiza-se’. 29. Suceder
A. No sentido de acontecer, é intransitivo.
Sucedeu que minha ausência foi notada durante a
reunião.
B. No sentido de substituir, assumir, por
nomeação ou eleição, é transitivo indireto.
Pedro está prestes a suceder ao diretor da empresa.
Opa! De acordo com Francisco Fernandes, no caso B,
o verbo também pode ser transitivo direto.
Pedro está prestes a suceder o diretor da empresa.
Já Luft também concorda com a ideia de Francisco,
porém ressalta que, linguisticamente, essa regência não é considerada moderna. 34. Visar A. No sentido de objetivar, almejar, é transitivo indireto, usado com a preposição a.
Ana visou à aprovação do concurso.
B. No sentido de mirar, apontar, é transitivo
direto.
Ana visou a paisagem no campo.
Opa! Para Manoel Pinto Ribeiro, Francisco
Fernandes, Rocha Lima e outros autores, o caso A também pode ser considerado como verbo transitivo direto. Essa atitude visa o bem-estar da sociedade.
Opa! Não se deve usar o pronome oblíquo átono lhe
como complemento deste verbo. O correto é usar o pronome oblíquo tônico. Essa atitude visa a ela (ao bem-estar da sociedade).