Você está na página 1de 52

Olá, família.

Para começarmos um pleno


entendimento a respeito do assunto Regência Verbal,
que tal observar a definição sobre o que é Regência?
Sigamos um critério etimológico para realizar tal
explicação.

Regência é o ato ou a ação de reger. Reger lembra o


ofício do rei; lembra o ato reinar, comandar, mandar.
É justamente a respeito dessa capacidade das
palavras que o estudo da Regência se pauta: o poder
de ‘exigir’. Essa exigência é, na verdade, um dos
objetos de estudo da Sintaxe da Língua Portuguesa, a
qual examina e analisa, além da função que os
vocábulos exercem nas orações, as relações que
existem entre eles.

A regência abraça a relação de SUBORDINAÇÃO


entre termos em uma oração. Não se assuste, ainda,
com a palavra subordinação, família! Em Regência,
fala-se de subordinação apenas a respeito da
capacidade que as palavras têm de EXIGIR, a qual foi
citada no início deste material
Pela lógica gramatical e da vida, se um vocábulo
EXIGE um complemento, este (complemento) é
subordinado àquele (termo que exige/ que rege).

Para ficar mais fácil... Na frase ‘Eu comprei a casa’, o


verbo ‘comprei’ exige um complemento: ‘a casa’. Com
isso, diz-se que o termo ‘a casa’ é subordinado ao
verbo ‘comprei’. Ficou claro? No caso dos verbos, há
os que não exigem complemento, pois têm sentido
completo (intransitivos). Outros, por sua vez, não
têm o seu sentido completo e, assim, apresentam
uma ação que ‘transita’ até um complemento, o qual
será, geralmente, o alvo da ação expressa. Estes são os
famosos verbos transitivos.

Os verbos que exigem complementos podem fazê-lo


de duas formas: I. de forma direta, sem a exigência de
preposição; II. de forma indireta, em que uma
preposição é exigida.
Observe:

A. Eu conheço esse trabalho. (O verbo ‘conhecer’,


nesse contexto, exige um complemento não
preposicionado. O que nos possibilita analisá-lo
como ‘transitivo direto’.)

B. Pedro investe em ações. (O verbo ‘investir’, nesse


contexto, exige um complemento preposicionado:
em algo = em ações. Sua relação com o complemento
é tida como indireta pela gramática do Português.)

Há, portanto, regência quando um verbo tem a


capacidade de exigir complementos, os quais podem
ser, ou não, preposicionados.

Uma das grandes polêmicas relativas ao assunto é


que alguns verbos apresentam uma regência
considerada pela gramática como correta e nós, na
linguagem do cotidiano, realizamos de forma
diferente (geralmente inadequada).
Na linguagem das provas, pode-se dizer que ‘se um
emprego não é coerente com o que é registrado pela
norma-padrão, haverá incorreção gramatical’.

O registro informal não é o mais abordado em provas


de concurso público. Por isso, é preciso ter muito
cuidado com as análises feitas em prova, as quais
respeitam, por completo, a letra da regra. Para que se
acertem questões, a regra é o que vale.

Outro ponto que pode tornar o assunto Regência


relativamente difícil é a mudança de regência de um
mesmo verbo, quando ele tem mais de um sentido.

Ele aspira o ar puro da montanha. (‘Aspirar’, no


sentido de ‘sorver’, não exige preposição em seu
complemento.)

Ele aspira ao cargo de diretor. (‘Aspirar’, no sentido


de ‘almejar’, exige preposição ‘a’ em seu
complemento.)
Existe, em praticamente todas as gramáticas, uma
LISTA DE VERBOS a cuja regência se deve atentar.
Os autores listam esses principais verbos, que
possuem alguma particularidade quanto à regência.
As bancas sempre cobraram e sempre cobrarão esses
verbos.

Essa lista será estudada, com detalhes, neste


material, no item V. Tranquiliza o teu coração!
Que tipo de verbos caem em provas, quando o
assunto é regência verbal?

A. Verbos que apresentam, segundo a norma,


regência diferente daquela que usamos no
cotidiano.

B. Verbos que mudam de regência, quando se


muda o sentido.
Observe abaixo alguns enunciados de provas:

Enunciado 1. Assinale a alternativa incorreta


quanto à regência.

A banca quer que o candidato encontra frase com


emprego incorreto da regência, no que diz respeito à
norma.

Enunciado 2. Dentro dos estudos de regência


verbal e de acordo com o padrão culto da língua
portuguesa, o verbo em destaque em “O homem
FICOU muito triste [...]” é:

A banca quer saber a classificação do verbo destacado


em relação à regência. Nesse caso, o verbo ficar é um
verbo de ligação, o qual traz como ‘complemento’ um
predicativo, ou seja, uma característica relativa ao
sujeito.
Enunciado 3. A frase cujo verbo exige o mesmo
tipo de complemento do verbo grifado acima é:

A banca grifa um verbo e pede ao candidato que ele


encontre um verbo com a ‘mesma regência’. Se o
termo grifado for um verbo transitivo direto, a missão
será encontrar outro.
Abaixo serão listadas as definições de regência verbal
a partir da visão de alguns dos principais gramáticos
da Língua Portuguesa:

A. Evanildo Bechara: processo sintático em que


uma palavra determinante subordina uma palavra
determinada. A marca de subordinação é expressa,
nas construções analíticas, pela preposição.

(O professor trata justamente da questão da


preposição como marca de elemento que subordina
um termo a outro. Contudo, não se pode esquecer
que existem possibilidade de regência em que
preposição alguma será exigida).

Logo depois, Bechara traz a famosa LISTA DE


VERBOS A CUJA REGÊNCIA SE HÁ DE ATENDER
NA LINGUA-PADRÃO.
B. Fernando Pestana: relação de dependência entre
os componentes de uma oração ou entre orações.
Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
relacionam com seus complementos, com preposição
ou sem ela.

(Sempre pontual, o professor Pestana vai àquilo que


importa, que é justamente a relação preposicionada,
ou não, entre termo regente e termo regido. O
professor sugere que o aluno não deixe de estudar
transitividade, pois esse conceito é fundamental para
o entendimento da regência. Além disso, Pestana
salienta que é impossível uma gramática contemplar
todos os verbos do Português e indica dicionários de
Regência, os quais analisam de maneira mais
completa.)

Na pág. 756, da 4ª edição da sua Gramática, o


professor inicia a lista de verbos que apresentam
particularidades importantes para concursos, em
relação à regência.
C. Celso Cunha: Regência é o estudo da relação
necessária que se estabelece entre duas palavras, um
das quais serve de complemento a outra. A palavra
dependente denomina-se regida, e o termo a que ela
se subordina, regente.

(O professor também toca no tema predicação verbal


como requisito mínimo para que se entenda o tema
Regência. Fala sobre conceito de transitividade, sobre
a exigência de preposição, ou não, e sobre o fato de
verbos transitivos, em outros contextos, passarem a
ser intransitivos.)

Em seguida, adivinha o que o professor faz... LISTA


DA REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS. Aqueles
famosos verbos que mudam a sua regência quando
empregados em sentidos diferentes.
D: Napoleão Mendes de Almeida: Regência vem a
ser a relação de subordinação, ou seja, de
dependência dos termos, um dos outros, ou ainda, é
a propriedade de ter uma palavra, sob sua
dependência, outra ou outras que lhes completem o
sentido.

(O grande Mestre Napoleão trata, em sua obra, do


fato de a regência acontecer por três caminhos:
I. Pela posição – o professor fala aqui sobre o conceito
sintático de ordem direta e o reconhecimento das
funções sintáticas;
II. Pela preposição – a preposição tem o papel de ligar
um elemento a outro, ou seja, é um valioso
instrumento que serve à regência;
III. Pela conjunção subordinativa – o próprio nome já
diz. A conjunção subordinativa subordina uma
oração a um termo. Ela é um conectivo oracional.)

No §777, o professor traz a lista de verbos que


merecem atenção especial.
E. José Maria da Costa: Regência (verbal) estuda o
problema da complementação do verbo, da exigência
ou não de preposições antecedendo tais
complementos e das construções específicas
relacionadas aos verbos.

(O professor José Maria, denominado por mim -


Fabrício Dutra - como o meu ídolo, traz importantes
e pontuais observações sobre pronomes átonos de
terceira pessoa e as funções que eles exercem. É
muito comum que se observem equívocos no
emprego dos pronomes ‘o’ e ‘lhe’. Esses pronomes
merecerão um tópico específico no presente
material.
Além disso, o Mestre Zé Maria salienta a importância
de se estudar transitividade verbal com profundidade
e fala também sobre a possibilidade que verbos
transitivos diretos têm de sofrer transformação para a
voz passiva. Em caso de dúvida, isso pode salvar vidas
e pontos valiosos.)
O professor constrói a lista de 27 verbos a cuja
regência se deve dar atenção, com detalhes
riquíssimos acerca deles.

Após os destaques feitos acima, que trazem visões e


concepções de cinco GRANDES estudiosos da Língua
Portuguesa, cabe destacar termos que aparecem em
comum no estudo que todos eles realizaram acerca
de Regência. Fiz, modernamente, em forma de
hashtags, pois somos antenados ao mundo
tecnológico do relacionamento virtual. Inclusive,
sigam-nos nas redes sociais @proffabriciodutra e
@profsuelenalmeida. Tmj =)
O professor constrói a lista de 27 verbos a cuja
regência se deve dar atenção, com detalhes
riquíssimos acerca deles.

Após os destaques feitos acima, que trazem visões e


concepções de cinco GRANDES estudiosos da Língua
Portuguesa, cabe destacar termos que aparecem em
comum no estudo que todos eles realizaram acerca
de Regência. Fiz, modernamente, em forma de
hashtags, pois somos antenados ao mundo
tecnológico do relacionamento virtual. Inclusive,
sigam-nos nas redes sociais @proffabriciodutra e
@profsuelenalmeida. Tmj =)
Em regra, a norma culta não admite que se dê o
mesmo complemento para verbos apresentem
regências diferentes, embora isso seja comumente
encontrado no registro coloquial. Observe:

Li e gostei do livro. (ler: transitivo direto (algo) /


gostar: transitivo indireto (de algo).

Segundo a norma, essa construção apresenta


equívoco, visto que apenas o verbo ‘gostar’ foi
contemplado em sua transitividade. A construção
correta, fornecendo o complemento correto para
cada verbo seria:

Li o filme e gostei dele.

Agora os dois verbos estão apresentando os seus


complementos de maneira coerente com os ditames
gramaticais.
Esse princípio também vale para verbos transitivos
indiretos (ou intransitivos) que exijam preposições
diferentes.

Assisti e gostei do filme. (Assistir: transitivo indireto


(a algo) / gostar: transitivo indireto (de algo).

A construção correta será:

Assisti ao filme e gostei dele.

Fui e voltei de São Paulo no mesmo dia. (Quem vai,


vai a algum lugar. Quem volta, volta de algum lugar)

O correto seria:

Fui a São Paulo e voltei de lá no mesmo dia.


Confira abaixo mais alguns casos, com a sua devida
correção.

Vi e me apaixonei por Brasília. (inadequada)


Vi Brasília e me apaixonei por ela. (adequada)

Precisamos, acreditamos e gostamos da paz.


(inadequada)
Precisamos da paz, acreditamos nela e dela
gostamos. (adequada)
Enfim, chegamos à tão esperada lista de verbos. A
seguir, serão listados principais verbos da Língua
Portuguesa, no que tange à regência em provas de
concursos.

Tais verbos apresentam mais de uma regência,


quando apresentam sentidos diferentes, ou
simplesmente apresentam uma regência que merece
atenção especial, em virtude de deslizes que
produzimos no uso.

Atente para esses verbos! Leia sempre essa lista!


Releia! Consulte! Ela vai ajudar demais.
1. Agradar
A. No sentido de acariciar, é transitivo direto.

A mãe, com suas delicadas mãos, agradava o filho.

B. No sentido de satisfazer, ser agradável, é


transitivo indireto (preposição a)

A proposta não agradou a todos os funcionários da


empresa.
O resultado do processo lhe agradou.

Opa! A regência do item B valerá para o verbo


desagradar.
1. Agradar
A. No sentido de acariciar, é transitivo direto.

A mãe, com suas delicadas mãos, agradava o filho.

B. No sentido de satisfazer, ser agradável, é


transitivo indireto (preposição a)

A proposta não agradou a todos os funcionários da


empresa.
O resultado do processo lhe agradou.

Opa! A regência do item B valerá para o verbo


desagradar.
2. Aspirar

A – No sentido de cheirar, sorver, é transitivo


direto.

Fábio aspirou o ar puro das montanhas cariocas.

B – No sentido de almejar, pretender, é transitivo


indireto (preposição a)

O jovem aspira ao cargo de diretor de cinema.

Opa! O verbo aspirar (na acepção de almejar) não


aceita o pronome oblíquo ‘lhe’ como complemento.

O jovem aspira ao cargo de diretor de cinema.


O jovem aspira-lhe. (incorreto)
O jovem aspira a ele. (correto)
3. Atender
A. Pode ser, indiferentemente, transitivo direto
ou transitivo indireto (preposição a)

O dono da casa atendeu ao telefone.


O dono da cada atendeu o telefone.
Atendi cordialmente todas as pessoas.
Atendi cordialmente a todas as pessoas.

Opa! Como visto nos exemplos acima, não faz


diferença o fato de o complemento ser ‘coisa’ ou
‘pessoa’ para que se analise tal verbo com liberdade
de exigir preposição, ou não.
4. Ansiar

A. No sentido de causar ânsia em alguém, é


transitivo direto.

A doença ansiava o paciente.

B. No sentido de desejar fortemente, é transitivo


indireto (preposição por)

Eles anseiam por paz no relacionamento.


5. Assistir

A. No sentido de prestar ajuda, é transitivo


direto (preferencialmente em concursos) ou
transitivo indireto (segundo alguns autores),
exigindo a preposição ‘a’.

É preciso assistir os mais necessitados.


O professor assistia a essa turma sempre que era
preciso.
O professor assistia essa turma sempre que era
preciso.

B. No sentido de presenciar, ver, é transitivo


indireto (preposição a).

O jogo a que assistimos foi horrível.


Recomendamos que os jovens assistam a vários
debates sobre política.

Opa! No sentido expresso em B, o pronome lhe não


pode ser utilizado como complemento.
5. Assistir

C. No sentido de pertencer, cabe, é transitivo


indireto (preposição a)

O direito de se posicionar assiste a todos vocês.

Opa! No sentido expresso em C, o pronome lhe,


como complemento, é correto.

O direito de se posicionar lhes assiste.

D. No sentido de morar (uso mais raro), é


intransitivo e exige a preposição ‘em’.

Eu assistia em Botafogo.
6. Chamar

A. No sentido de convocar/ solicitar presença, é


transitivo direto.

Eu chamei o professor antes da aula.

B. No sentido de invocar, apelar, implorar presença¸ é


transitivo direto ou transitivo indireto (preposição
por).

Quando sentir saudades, chame por mim.


Ele chamou Deus na hora do aperto.

C. No sentido de apelidar, denominar, pode ser


transitivo direto ou transitivo indireto (preposição a).
Nesse sentido, ele também projeta na frase o
predicativo do objeto.

Chamei os meus alunos (de) nerds. (de nerds: predicativo


do objeto direto.)
Chamei aos meus alunos (de) nerds. (de nerds: predicativo
do objeto indireto.)
7. Chegar

A. É intransitivo (preposição a), acompanhado


de expressão adverbial de lugar (real ou virtual).

Essa cafeteria finalmente chegou a Brasília.

Na informalidade, falamos “Já chegou em casa?”.


Contudo, segundo a regra, a preposição exigida por
tal verbo é ‘a’.

Já chegou a casa?
8. Deparar

A. No sentido de fazer aparecer de repente, é


transitivo direto.

O acaso depara muitas situações interessantes.

B. No sentido de achar por acaso, encontrar


inesperadamente, é transitivo direto ou
transitivo indireto (preposição com).

Eu deparei com você diversas vezes e notei seu


desespero.
Na curva da estrada deparamos um lago belíssimo.

C. No sentido de apresentar-se, aparecer


inesperadamente, é transitivo indireto
(preposição a) e pronominal.

Enfim uma boa oportunidade deparou-se ao jovem.


9. Dignar-se

A. No sentido de haver por bem, ser servido, ter a


bondade de, é transitivo indireto (preposição
de)

Espero que vocês se dignem de ouvir minhas


opiniões.

Opa! Como o seu objeto indireto é, normalmente,


uma oração reduzida de infinitivo, o emprego da
preposição de é facultativa. Observe os exemplos de
lição do professor Cegalla.

O magistrado se dignou de receber o advogado.


(correto)
O magistrado se dignou receber o advogado.
(correto)
O magistrado se dignou a receber o advogado.
(incorreto)
10. Esquecer – Esquecer-se

A. Quando não pronominal, é transitivo direto.


Quem esquece, esquece algo.

Eu esqueci o dia da transferência.

B. Quando pronominal, é transitivo indireto


(preposição de)
Quem se esquece, esquece-se de algo.

Eu me esqueci do dia da transferência.

Opa! Pode ser empregado em terceira pessoa, em


construções em que ‘a coisa lembrada’ é o sujeito.

Esqueceu-me o dia do seu aniversário.


11. Informar, avisar, prevenir,
certificar, cientificar

Esses verbos, transitivos diretos e indiretos,


apresentam dupla possibilidade de regência, em que
a coisa ou a pessoa podem, indistintamente, ser
objeto direto ou objeto indireto. Observe:

A. Algo a alguém

Informaram ao síndico o fato ocorrido.


Avisaram aos alunos o dia da prova.

B. Alguém de algo

Informaram o síndico do fato ocorrido.


Avisaram os alunos do dia da prova.
12. Implicar

A. No sentido de zombar, provocar, é transitivo


indireto (preposição a)

É normal implicarmos com nossos irmãos.

B. No sentido de envolver, comprometer, é


transitivo direto e indireto (preposição em).

Ele implicou o próprio irmão nos casos de corrupção.

C. No sentido de acarretar, produzir


consequência, é transitivo direto.

Sua atitude implicou reação violenta da torcida.

Opa! Modernamente, o verbo implicar, na acepção


C, passou a ser considerado correto com a preposição
em. Tal registro é feito por Celso Pedro Luft como
brasileirismo admitido pela gramática normativa.
13. Ir
A. No sentido de encaminhar-se, dirigir-se, é
intransitivo e exige preposição a.

Fomos ao tribunal para assistir ao julgamento.

Opa! Não se usa esse verbo, em registro culto, com a


preposição em.

Opa! Celso Pedro Luft faz interessante distinção a


respeito desse verbo quanto ao emprego das
preposições a e para.

Com preposição a - empregado com ideia de ‘ir’ e não


demorar’.

Fui ao Rio de Janeiro em março.

Com preposição para - empregado com intuito de


estabelecer residência ou permanecer por mais
tempo.

Estou pensando em ir para o Rio de Janeiro.


14. Lembrar – Lembrar-se

A. Quando não pronominal, é transitivo direto.


Quem lembra, lembra algo.

Assim que acordei, eu lembrei o seu aniversário.

B. Quando pronominal, é transitivo indireto


(preposição de)
Quem se lembra, lembra-se de algo.

Assim que acordei, eu me lembrei do seu aniversário.

Opa! Pode ser empregado em terceira pessoa, em


construções em que ‘a coisa lembrada’ é o sujeito.

Lembrou-me o dia do seu aniversário.


15. Morar

No sentido de habitar, residir, usa-se com preposição


em.

Antônio mora em São Paulo.


A rua em que moro é agitada.

Opa! Deve-se evitar o emprego da preposição a, pois


trata-se de um verbo de quietação.
16. Namorar

A. No sentido de desejar alguma coisa, de querer


comprar, é transitivo direto também.

Ana namorou o sapato da vitrine.

B. No sentido de ter um relacionamento com


alguém, é transitivo direto.

Ana namorou Pedro. (registro culto)

C. Tal verbo, assim como ‘casar com’ e ‘noivar


com’ passou a ocupar também a posição de
transitivo indireto.

Ana namorou com Pedro. (Registro coloquial apenas)

Opa! Vale lembrar que Luft e alguns outros


gramáticos abonam o uso deste verbo como verbo
transitivo indireto.
17. Obedecer

No sentido de cumprir ordens, é transitivo indireto,


com preposição a.

Deve-se obedecer ao regulamento do condomínio.


18. Pagar

A. Quando o complemento for a coisa que é


paga, é transitivo direto.

Paguei o carro à vista.

B. Quando o complemento é quem recebe o


pagamento, é transitivo indireto.

Paguei ao banco toda dívida.

Opa! Tal verbo pode ser usado com a partícula


apassivadora e partícula de indeterminação do
sujeito.

Pagaram-se as contas do homem. (partícula


apassivadora)
Pagou-se ao homem o que devia. (partícula
indeterminação do sujeito)
19. Perdoar

Mesma regra do verbo ‘pagar’.

A. Quando o complemento for a coisa perdoada,


é transitivo direto.

Perdoei o erro cometido por ele.

B. Quando o complemento for quem recebe o


perdão, é transitivo indireto.

Perdoei a meu amigo pelo erro cometido.


20. Preferir
A. No sentido de escolher algo ou alguém em
detrimento de pessoa ou coisa, é verbo transitivo
direto, é bitransitivo.

Pedro prefere carro a moto.

Opa! A frase ‘Pedro prefere carro DO QUE moto’ está


incorreta.

B. Quando há pluralidade de coisas que não são


as preferidas, é transitivo direto.

Pedro prefere carro.


21. Presidir
A. No sentido de ter lugar de honra ou exercer
função de presidente, é transitivo direto ou
indireto.

Algum deputado presidirá o congresso.


Algum deputado presidirá ao congresso.

22. Proceder

A. No sentido de dar sequência, de


comportamento ou cabimento, é intransitivo.

A aula procedeu apesar do ocorrido.


Ana procedeu mal naquela audiência.
Os argumentos de Ana não procedem agora.

B. No sentido de originar-se, é transitivo


indireto.

Este material procede da China.


23. Querer

A. No sentido de desejar, é transitivo direto.

Ana queria o livro mais vendido do Brasil.

B. No sentido de amar, é transitivo indireto,


exigindo preposição a.

Ana lhe (a ela) quer como uma mãe.


24. Responder

A. No sentido de dar resposta a uma pergunta, é


transitivo indireto, com uso da preposição a.

Ana respondeu aos e-mails.

B. No sentido de dar uma resposta a alguém, é


transitivo direito e indireto, com uso da
preposição a.

Ana respondeu a ela com toda educação.

No sentido de declarar ou falar, é transitivo direto.

Ana respondeu que vai viajar este ano.


25. Recorrer

A. No sentido de dirigir-se a alguém, é transitivo


indireto.

Ana recorreu ao médico.

B. No sentido de interpor recurso judicial, é


transitivo indireto.

Ana recorreu da sentença.


26. Satisfazer

A. No sentido de ser suficiente, bastar, é


transitivo direto ou indireto.

Nada que eu faça vai satisfazer sua vontade.


Sua atitude não satisfazia aos meus desejos.

Opa! Este verbo também pode ser intransitivo ou


pronominal.

Ana não se satisfaz com pouca coisa.


Somente essa atitude satisfaz.
27. Servir

A. No sentido de levar algo a alguém, é transitivo


direto e indireto, com preposição a.

Ana serviu comida japonesa aos convidados.

Opa! De acordo com o dicionário Houaiss e Aurélio,


o verbo servir, com sentido de prestar serviço,
trabalhar como servo e fazer de criado, pode ser
transitivo direto, indireto (preposição em ou a) e
intransitivo.

O jogador serviu a Nação por vinte anos. (VTD)


O jogador serviu à Nação durante as Olimpíadas.
(VTI)
O jogador estava ali para servir. (VI)
28. Simpatizar

No sentido de afeição, simpatia, concordância e


afinidade, é transitivo indireto, com uso da
preposição ‘com”

Simpatizo com as ideias de Ana.

Opa! Este verbo não é pronominal, logo, não se deve


usar ‘simpatizo-me’, ‘simpatiza-se’.
29. Suceder

A. No sentido de acontecer, é intransitivo.

Sucedeu que minha ausência foi notada durante a


reunião.

B. No sentido de substituir, assumir, por


nomeação ou eleição, é transitivo indireto.

Pedro está prestes a suceder ao diretor da empresa.

Opa! De acordo com Francisco Fernandes, no caso B,


o verbo também pode ser transitivo direto.

Pedro está prestes a suceder o diretor da empresa.

Já Luft também concorda com a ideia de Francisco,


porém ressalta que, linguisticamente, essa regência
não é considerada moderna.
34. Visar
A. No sentido de objetivar, almejar, é transitivo
indireto, usado com a preposição a.

Ana visou à aprovação do concurso.

B. No sentido de mirar, apontar, é transitivo


direto.

Ana visou a paisagem no campo.

Opa! Para Manoel Pinto Ribeiro, Francisco


Fernandes, Rocha Lima e outros autores, o caso A
também pode ser considerado como verbo transitivo
direto.
Essa atitude visa o bem-estar da sociedade.

Opa! Não se deve usar o pronome oblíquo átono lhe


como complemento deste verbo. O correto é usar o
pronome oblíquo tônico.
Essa atitude visa a ela (ao bem-estar da sociedade).

Você também pode gostar