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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

PROFESSOR TERROR

Português p/ Câmara dos Deputados (Analista Legislativo)


(Teoria e questões comentadas)

Aula 8
Emprego/correlação de tempos e modos verbais. Colocação dos
pronomes átonos. Domínio da ortografia oficial. Emprego das letras.

Olá, pessoal!
Os assuntos agora têm base na morfologia, isto é, o estudo de duas
classes gramaticais (verbo e pronome), além da ortografia.
Vamos ao primeiro?!!!!!!

VERBO
É a palavra que se flexiona em número (singular/plural), pessoa
(primeira, segunda e terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo),
tempo (presente, pretérito e futuro), e voz (ativa, passiva e reflexiva). Pode
indicar ação (fazer, copiar), estado (ser, permanecer, ficar), fenômeno natural
(chover, anoitecer), ocorrência (acontecer, suceder), desejo (aspirar, almejar)
e outros processos.
Em relação a verbo, estão previstos, no conteúdo programático do edital,
apenas o emprego e a correlação de tempos e modos verbais. Para
entendermos esses dois tópicos, abordaremos o assunto da seguinte forma:
I- conceitos gerais;
II - estrutura do verbo;
III - reconhecimento dos tempos e modos verbais;
IV - emprego desses tempos e modos verbais;
V- correlação de tempos e modos verbais.
1. O que são formas nominais?
Muita gente se pergunta por que o infinitivo, o gerúndio e o particípio são
chamados de formas nominais, se eles são verbos. Bom, o motivo disso é
porque muitas vezes se comportam como nomes (substantivo, advérbio e
adjetivo). Veja:
Infinitivo: termina em “r” (cantar, saber, partir). Algumas vezes se comporta
como substantivo em construções do tipo “Amar é viver” (Amor é vida);
“Estudar é bom” (Estudo é bom).
É por isso que, quando as orações subordinadas substantivas não são
desenvolvidas, normalmente são reduzidas de infinitivo.
Gerúndio: geralmente termina em “ndo” (cantando, sabendo, partindo).
Algumas vezes se comporta como advérbio em construções do tipo
“Amanhecendo, vou a sua casa” (valor adverbial de tempo: quando
amanhecer); “Estudando, passarei no concurso” (valor adverbial de condição:
se estudar).
É por isso que, quando as orações subordinadas adverbiais não são
desenvolvidas, normalmente são reduzidas de gerúndio.

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Particípio: geralmente termina em “do”: cantado, sabido, partido. Algumas
vezes ocupa valor de adjetivo, em construções do tipo:
“Ele é abençoado”; “Aquela pessoa está morta”.
É por isso que, quando as orações subordinadas adjetivas não são
desenvolvidas, normalmente são reduzidas de particípio.
Observação: Esses vocábulos em negrito são gerados a partir do verbo
“abençoar→abençoado”; morrer→morrido→morto”, mas são, nestes contextos,
adjetivos, pois caracterizam o pronome “Ele” e o substantivo “pessoa”. Veja
que esses adjetivos desempenham a função sintática de predicativo do sujeito.
“Ele é abençoado”; “Aquela pessoa está morta”.
suj + VL + predicativo sujeito + VL + predicativo

Porém, essas mesmas palavras podem, mudando-se o contexto, ser


verbos, desde que seja expressa uma ação verbal, uma atividade:
“Ele é abençoado por Deus”; “Aquela pessoa foi morta por um bandido”.
suj + locução verbal+ agente passiva sujeito + locução verbal+ agente passiva

Nesses dois casos, veja que os agentes da passiva “por Deus” e “por um
bandido” nos indica que há locução verbal da voz passiva “é abençoado” e “foi
morta”. Por isso, as palavras em negrito não podem ser adjetivos.
Veja a aplicação disso na prova.
Questão 1: TCE PE 2004 Procurador
Fragmento do texto:
1 A informação está cada vez mais ao nosso alcance. Mas a
sabedoria, que é o tipo mais precioso de conhecimento, essa só pode ser
encontrada nos grandes autores da literatura. Esse é o primeiro motivo
por que devemos ler. O segundo motivo é que todo bom pensamento,
5 como já diziam os filósofos e os psicólogos, depende da memória. Não é
possível pensar sem lembrar — e são os livros que ainda preservam a
maior parte da nossa herança cultural. Finalmente, e este motivo está
relacionado ao anterior, eu diria que uma democracia depende de
pessoas capazes de pensar por si próprias. E ninguém faz isso sem ler.
Pela construção textual, depreende-se que, apesar de serem formas verbais,
os vocábulos “pensar” e “lembrar”, ambos na linha 6, estão empregados como
substantivos.
Comentário: Sabemos que o verbo no infinitivo pode ser empregado como
substantivo, principalmente quando vier antecedido do artigo, procedimento
que chamamos de substantivação ou derivação imprópria, como nos seguintes
exemplos: “Como filósofos, devemos pensar o viver das pessoas.”
Note que o infinitivo “viver” foi antecipado do artigo simplesmente para
enfatizar seu uso substantivo. Assim, houve simplesmente o nome da ação: “o
viver”. Poderíamos simplesmente ter substituído por substantivo. Veja:
“Como filósofos, devemos pensar a vida das pessoas.”
Agora, veja que a questão pede ao candidato para observar se a
estrutura textual admite ler estes verbos como simples substantivos, isto é,
nomes das ações. Isso não, pois ele nos induz a perceber a ênfase nas ações.

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Veja que o texto defende que “devemos ler” (o autor quer uma postura ativa
do leitor), “ninguém faz isso sem ler” (sem realmente agir). Assim, segundo o
texto, não é possível “pensar” (ação, atividade intelectual) sem “lembrar” (sem
resgatar o que havia aprendido com o ato de ler). Esses dois verbos fazem
parte de orações subordinadas reduzidas, pois podemos desenvolvê-las,
preservando o sentido. Veja:
Não é possível que se pense sem que se lembre...
Assim, o texto enfatiza a ação, só por isso não podemos dizer que os
dois infinitivos estejam sendo usados com valor de substantivo.
Gabarito: E

Questão 2: TRE–AP / 2007 / Analista


Fragmento de texto:
1 Os montantes investidos passaram de R$ 191 milhões em 2003 para
R$ 871,6 milhões, empenhados em 2006.
Também a partir do assentamento, essa família passa a participar
de uma série de programas que são desenvolvidos pelo governo federal.
5 Além de promover a geração de renda das famílias de trabalhadores
rurais, os assentamentos da reforma agrária também contribuem para
inibir a grilagem de terras públicas, combater a violência no campo e
auxiliar na preservação do meio ambiente e da biodiversidade local,
especialmente na região Norte do país. Na qualificação dos
10 assentamentos, foram investidos R$ 2 bilhões em quatro anos. Os
recursos foram aplicados na construção de estradas, na educação e na
oferta de luz elétrica, entre outros benefícios. O governo também
construiu ou reformou mais de 32 mil quilômetros de estradas e pontes,
beneficiando diretamente 197 mil assentados. Além disso, o número de
15 famílias assentadas beneficiadas com assistência técnica cresceu
significativamente. Em 2006, esse número foi superior a 555 mil.
Estão empregadas em função adjetiva as seguintes palavras do texto:
“investidos” (linha 1), “aplicados” (linha 11), “beneficiando” (linha 14) e
“assentados” (linha 14).
Comentário: Note que esses vocábulos são gerados dos verbos “investir”,
“aplicar”, “beneficiar” e “assentar”. Com a inserção da desinência de particípio
“-do”, esses vocábulos podem, a depender do contexto, transformar-se em
adjetivo.
Na linha 1, o vocábulo “investidos” é um adjetivo, porque está
caracterizando o substantivo “montantes”. Esse adjetivo foi gerado do verbo
“investir”, que se transformou em particípio “investido” e, neste contexto, é
um adjetivo.
Na linha 11, o vocábulo “aplicados” é um verbo no particípio, pois, na
estrutura oracional, percebemos que há a locução verbal da voz passiva. Veja
que podemos subentender um agente da passiva neste contexto:
Os recursos foram aplicados (por alguém) na construção de estradas, na
educação e na oferta de luz elétrica, entre outros benefícios.
Na linha 14, o vocábulo “beneficiando” é um verbo no gerúndio. Assim,
não pode ser considerado adjetivo.

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Também na linha 14, o vocábulo “assentados” remete a um adjetivo
(“pessoas assentadas, famílias assentadas, grupos assentados”), porém, neste
contexto, esse vocábulo está sendo quantificado pelo numeral “197 mil”.
Assim, está sendo empregado como substantivo.
Resumindo, apenas o vocábulo “investidos” é um adjetivo; os vocábulos
“aplicados” e “beneficiando” são verbos e “assentados” é um substantivo.
Dessa forma, a afirmativa está errada.
Gabarito: E

Questão 3: TRE–AP / 2007 / Analista


Fragmento do texto: Somado aos nomeados desde 2003, o número de
novos servidores passou para 1.800, o que representa um aumento de mais
de 40% na força de trabalho do Instituto.
O vocábulo “Somado” é forma nominal no particípio e introduz oração
reduzida com valor condicional.
Comentário: O vocábulo “Somado” possui o sufixo “-do” marcando o
particípio. Isso quer dizer que realmente há uma oração reduzida de
particípio; mas o problema é que não há valor de condição, mas tempo ou até
causa. Veja:
Depois que foi somado aos nomeados desde 2003...
Porque foi somado aos nomeados desde 2003...
Gabarito: E

Questão 4: Detran - ES / 2011 / nível superior


Fragmento de texto: Essa nova forma de ver a mobilidade deve promover o
reordenamento dos espaços e das atividades urbanas, de forma a reduzir as
necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construir espaços e
tempos sociais em que se preserve, defenda e promova a qualidade do
ambiente natural e os patrimônios históricos, culturais e artísticos das cidades
e dos bairros antigos.
A expressão “de forma a reduzir” poderia ser substituída pela forma verbal
reduzindo sem prejuízo para o sentido e a correção gramatical do período
sintático em que ocorre.
Comentário: Não se pode substituir a expressão “de forma a reduzir” por
reduzindo, tendo em vista que esta oração é coordenada à segunda
“construir espaços e tempos sociais”, a qual também, por paralelismo,
encontra-se iniciada por verbo no infinitivo. O uso de gerúndio em “reduzindo”
forçaria o uso de gerúndio também em “construindo”. Veja:
...de forma a reduzir as necessidades de deslocamento motorizado e seus
custos e construir espaços e tempos sociais...
... reduzindo as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e
construindo espaços e tempos sociais...
Gabarito: E

2. É importante sabermos a estrutura do verbo?


Olha, entender a estrutura da palavra nos ajuda a saber seu sentido, sua
flexão etc. No caso dos verbos, ajuda-nos a entender a conjugação, que fará

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diferença no sentido do verbo no texto. Então, vamos à estrutura do verbo.
(NÃO DECORE, procure apenas entender)
Estrutura das formas verbais:
Há três tipos de morfemas (partes da palavra) que participam da
estrutura das formas verbais: o radical, a vogal temática e as desinências.
a. radical – é o morfema que concentra o significado essencial do verbo:
estud-ar vend-er permit-ir
am-ar beb-er part-ir
cant-ar escond-er proib-ir
b. Vogal temática – é o morfema que permite a ligação entre o radical e as
desinências. Há três vogais temáticas:
-a- caracteriza os verbos da primeira conjugação: solt-a-r, cant-a-r
-e- caracteriza os verbos da segunda conjugação: viv-e-r, esquec-e-r
O verbo pôr e seus derivados (supor, depor, repor, compor, etc)
pertencem à segunda conjugação, pois sua vogal temática é –e–, obtida da
forma portuguesa arcaica poer, do latim poere.
-i- caracteriza os verbos da terceira conjugação: assist-i-r, decid-i-r
O conjunto formado pelo radical e pela vogal temática recebe o nome de
tema. Assim:
tema tema tema

cantar vender partir


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

c. Desinências – são morfemas que se acrescentam ao tema para indicar as


flexões do verbo. Há desinências número-pessoais e desinências modo-
temporais:
cant á sse mos Desinência número-pessoal
Indica a pessoa do discurso (1ª, 2ª, 3ª) e
número (singular ou plural)

Radical
É a base de sentido do verbo.
Vogal temática Desinência modo-temporal
Indica a conjugação (1ª, 2ª, 3ª) Indica o modo (indicativo e subjuntivo) e o tempo
verbal (presente, passado, futuro)

Essas desinências serão fundamentais para notarmos em que modos e


tempos os verbos estão e com isso sabermos empregá-los. Mais à frente em
nossa aula, faremos a conjugação do verbo e você terá discriminado cada
morfema para entender melhor o processo de conjugação. Como dissemos,
sem decoreba.
Questão 5: TRE - TO/ 2006 / Técnico
1 Distraídos com a discussão sobre os índices de crescimento,
deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo contínuo pelo
qual uma sociedade aprende a administrar realidades cada vez mais
complexas.
5 Quando dizemos que os suíços ou suecos são desenvolvidos, o que

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temos em mente não é apenas que eles são mais ricos que nós. O que
está subentendido é que também sabem gerir melhor os trens e as escolas
primárias, as florestas e os hospitais, as universidades e as penitenciárias,
os museus e os tribunais. Em outras palavras, ser desenvolvido é uma
10 totalidade.
No Brasil temos ilhas de excelência: o Departamento do Tesouro, a
EMBRAPA, o Itamaraty, entre outras. Mas estão afogadas em oceano de
incompetência, em certos pontos com profundidades abissais. As
demandas de exigência crescente de uma sociedade dinâmica são
15 atendidas pelas ilhas de eficiência, mas logo se atolam nos gargalos da
inépcia.
Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações).
O emprego da primeira pessoa do plural em “deixamos” (linha 2), “dizemos”
(linha 5), “nós” (linha 6) e “temos” (linha 11) indica a inclusão do autor e do
leitor na informação.
Comentário: A desinência número-pessoal “-mos” e o pronome “nós”
confirmam que o autor realmente utiliza a primeira pessoa do plural. Nos
textos dissertativos, é normal o autor se valer dessa pessoa do discurso para
se incluir e incluir também o leitor no grupo sobre o qual fala o texto. Esta é
também uma forma de aproximação entre autor e leitor. Por isso, está correta
a afirmativa.
Gabarito: C
3. Uma das desinências aponta o modo verbal. Mas o que é modo verbal?
Podemos entender os modos verbais como os divisores dos tempos
verbais. Cada modo possui tempos verbais peculiares. Os modos verbais são:
o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Entendê-los é importante para
sabermos seu emprego no texto. Veja:
Indicativo: transmite certeza, convicção:
Eu estudo todos os dias.
Subjuntivo: transmite dúvida, incerteza, possibilidade:
Talvez eu estude ainda hoje.
Imperativo: transmite ordem, pedido, solicitação, conselho:
Estude, pois esta matéria é importante para a prova.
Então vejamos a flexão dos verbos em cada tempo e em seguida o
emprego do tempo verbal.
Para fins didáticos, vamos notar algumas letras com contornos diferentes
para chamar sua atenção quanto à estrutura do verbo. Isso é apenas para
facilitar seu entendimento da conjugação. As letras marcadas em negrito são
vogais temáticas, as sublinhadas são desinências número-pessoais. O morfema
entre a vogal temática e a desinência número-pessoal é a desinência modo-
temporal, marcada com .

estuda s

radical vogal temática desinência modo-temporal desinência número-pessoal.

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4. Os tempos de modo INDICATIVO
Agora, em cada modo verbal, vamos inserir os tempos. O trabalho será o
seguinte: cada tempo será explorado de forma a você simplesmente
reconhecê-lo e em seguida entender seu emprego.
4.a.1 Reconhecimento do tempo presente do indicativo:
eu estudo vendo permito
tu estudas vendes permites
ele estuda vende permite
nós estudamos vendemos permitimos
vós estudais vendeis permitis
eles estudam vendem permitem
4.a.2 Quando empregamos este tempo verbal?
a. Geralmente se diz que o presente do indicativo é o tempo que indica
processos verbais que se desenvolvem simultaneamente ao momento em que
se fala ou escreve:
Estou em São Paulo. Não confio nele.
b. Na verdade, o presente do indicativo vai muito além. Pode também
expressar processos habituais, regulares, ou aquilo que tem validade
permanente:
Tomo banho todos os dias. Durmo pouco.
Todos os cidadãos são iguais perante a lei.
A Terra gira em torno do Sol.
Algumas vezes a banca CESPE cobra a substituição deste tempo verbal
simples pelas locuções verbais “vir + gerúndio” e “ter + particípio”. Veja:
Eu estudo todos os dias.
Eu venho estudando todos os dias.
Eu tenho estudado todos os dias.
Esta última forma verbal (tenho estudado) é, na realidade, o tempo
pretérito perfeito composto do indicativo, o qual será visto adiante.
c. Pode também ser empregado para narrar fatos passados, conferindo-lhes
atualidade. É o chamado presente histórico:
No dia 17 de dezembro de 1989, pela primeira vez em quase trinta anos,
o povo brasileiro elege diretamente o presidente da República. Iludida pelos
meios de comunicação, a população não percebe que está diante de um
farsante. Mas a verdade não demora a chegar. O presidente-atleta logo
mostra quem é. Seu braço direito, PC Farias, saqueia o país. Forma-se uma
Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga as atividades ilícitas da
dupla. Em alguns meses, os escândalos apurados são tantos, que só resta ao
aventureiro renunciar.
d. O presente também pode ser usado para indicar um fato futuro próximo e
de realização tida como certa:
Daqui a pouco, a gente volta. Embarco no próximo sábado.

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e. Utilizado com valor imperativo, o presente constitui uma forma delicada e
familiar de pedir ou ordenar alguma coisa:
Artur, agora você se comporta direitinho.
Depois, vocês resolvem esse problema para mim.
TRT- RJ / 2008 / nível superior
A raça humana

A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
A raça humana é a ferida acesa
Uma beleza, uma podridão
O fogo eterno e a morte
A morte e a ressurreição.
A raça humana é o cristal de lágrima
Da lavra da solidão
Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão.
A raça humana risca, rabisca, pinta
A tinta, a lápis, carvão ou giz
O rosto da saudade
Que traz do Gênesis
Dessa semana santa
Entre parênteses
Desse divino oásis
Da grande apoteose
Da perfeição divina
Na grande síntese.
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
Gilberto Gil.
Questão 6: Julgue as afirmativas a seguir sobre o uso do tempo verbal no
texto:
O verbo ser encontra-se no presente do indicativo porque o autor pretende
marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo.
Comentário: O presente do indicativo pode marcar fatos que ocorrerão em
um futuro próximo, no intuito de destacá-lo, como: Amanhã vou a sua casa.
Porém, no contexto, o emprego não é este.
Gabarito: E

Questão 7: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para expressar


ações habituais dos seres humanos que ainda não foram concluídas.
Comentário: O presente do indicativo também pode expressar ações
habituais dos seres humanos que ainda não foram concluídas, por exemplo:
“Alfredo come e dorme”.
Porém, não é esse o motivo de seu uso no texto.
Gabarito: E

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Questão 8: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para dar vida


a fatos ocorridos no passado, como se fossem atuais.
Comentário: O presente do indicativo pode marcar fatos ocorridos no
passado, como se fossem atuais, no sentido de avivá-los ao leitor, é o
chamado presente histórico. Mas não é esse o emprego no texto.
Gabarito: E

Questão 9: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para


apresentar uma condição ou situação como permanente.
Comentário: O autor sugere um dado conceitual, isto é, apresenta uma
situação de caráter permanente, como as seguintes passagens do texto: “A
raça humana é uma semana.”; “A raça humana é a ferida acesa”; “A raça
humana é o cristal de lágrima.” Por isso, a afirmativa está correta.
Gabarito: C

Questão 10: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para


enunciar fatos que ocorrem no momento em que o texto é escrito.
Comentário: O presente pode enunciar fatos que ocorrem no momento em
que o texto é escrito, por exemplo: Estou escrevendo enquanto falo com
você. Porém, no contexto, o emprego não é este.
Gabarito: E

Questão 11: Sec Edu AM / 2011 / nível superior


Uma aula é como comida. O professor é o cozinheiro. O aluno é quem
vai comer. Se a criança se recusa a comer, pode haver duas explicações.
Primeira: a criança está doente. A doença lhe tira a fome. Quando se obriga a
criança a comer quando ela está sem fome, há sempre o perigo de que ela
vomite o que comeu e acabe por odiar o ato de comer. É assim que muitas
crianças acabam por odiar as escolas. O vômito está para o ato de comer
como o esquecimento está para o ato de aprender. Esquecimento é uma
recusa inteligente da inteligência. Segunda: a comida não é a comida que a
criança deseja comer: nabo ralado, jiló cozido, salada de espinafre... O corpo
é um sábio: não come tudo o que jogam para ele, mas opera com um delicado
senso de discriminação. Algumas coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas,
ele come com prazer e quer repetir. Outras não lhe agradam, e ele recusa. Aí
eu pergunto: “O que se deve fazer para que as crianças tenham vontade de
tomar sorvete?”. Pergunta boba. Nunca vi criança que não estivesse com
vontade de tomar sorvete. Mas eu não conheço nenhuma mágica que seja
capaz de fazer que uma criança seja motivada a comer salada de jiló com
nabo. Nabo e jiló não provocam sua fome.
(...)
As crianças têm, naturalmente, um interesse enorme pelo mundo. Os
olhinhos delas ficam deslumbrados com tudo o que veem. Devoram tudo.
Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no gramado encharcado,
encantada com uma minhoca que se mexia. Que coisa fascinante é uma
minhoca aos olhos de uma criança que a vê pela primeira vez! Tudo é motivo
de espanto. Nunca esteve no mundo. Tudo é novidade, surpresa, provocação
à curiosidade. Quando visitei uma reserva florestal no Espírito Santo, a bióloga

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encarregada de educação ambiental me contou que era um prazer trabalhar
com as crianças. Não era necessário nenhum artifício de motivação. As
crianças queriam comer tudo o que viam. Tudo provocava a fome dos seus
olhos: insetos, pássaros, ninhos, cogumelos, cascas de árvores, folhas,
bichos, pedras. (...) Os olhos das crianças têm fome de coisas que estão
perto. (...) São brinquedos para elas. Estão naturalmente motivadas por eles.
Querem comê-los. Querem conhecê-los.
Rubem Alves. Por uma educação romântica.
Campinas: Papirus, 2002, p. 82-4 (com adaptações).
A predominância, no texto, das formas verbais no presente do indicativo tem
o efeito de dar aos fatos apresentados o caráter de fatos reais, habituais e
naturais, o que reforça os argumentos do autor com relação aos processos de
aprendizagem das crianças.
Comentário: Veja que o texto é construído com base na realidade atual (“É
assim que muitas crianças acabam por odiar as escolas.”), transmitindo
processos conceituais para provar esta realidade. Vários são os exemplos que
denotam fatos, como “Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no
gramado encharcado, encantada com uma minhoca que se mexia.”
Também podemos perceber ações habituais e naturais, como “Algumas
coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas, ele come com prazer e quer repetir.
Outras não lhe agradam, e ele recusa.”
Além disso, note principalmente o início do texto com verbos no
presente, que enfatizam o processo de aprendizagem das crianças.
Resumindo, importa saber que o verbo, no presente do indicativo, é
importante na argumentação conceitual, pois mostra a atualidade, dando um
tom de realidade, verdade.
Assim, a questão está correta.
Gabarito: C

Questão 12: INCA / 2010 / nível superior


Fragmento do texto: Um dos aspectos mais notáveis da aventura do
homem ao longo da história tem sido seu constante anseio de buscar novas
perspectivas, abrir novos horizontes desconhecidos, investigar possibilidades
ainda inexploradas, enfim, ampliar o conhecimento.
Seriam preservadas a correção gramatical do texto, bem como a coerência de
sua argumentação, se, em lugar de “tem sido”, fosse usada a forma verbal é;
no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter contínuo e
constante dos aspectos mencionados.
Comentário: Foi visto que o tempo pretérito perfeito composto é empregado
para reforçar o caráter de prolongamento do processo verbal. Esse tempo
pode ser substituído pelo presente do indicativo. Quando se prefere utilizar o
tempo composto, a intenção é valorizar a continuidade, o prolongamento. Por
isso, a afirmativa está correta.
Gabarito: C

Questão 13: EBC - 2011 nível médio


Fragmento de texto: Meios de comunicação de massa financiados por
dinheiro público e livres do controle privado comercial têm sido um modelo de
comunicação bastante explorado e consolidado na maioria das democracias
modernas.
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Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “têm sido” (linha
2) por são.
Comentário: A estrutura verbal “têm sido” é o pretérito perfeito composto do
indicativo, mencionado anteriormente na teoria. Este tempo composto
transmite uma regularidade, assim como o presente do indicativo “são”.
Assim, pode-se substituir “têm sido” por “são”.
Como a questão afirmou que haveria prejuízo da correção gramatical,
está errada.
Gabarito: E

Questão 14: Polícia Federal / 2004 / nível médio


Fragmento do texto: Na verdade, a integração da economia mundial —
apontada pelas nações ricas e seus prepostos como alternativa única — vem
produzindo, de um lado, a globalização da pobreza e, de outro, uma
acumulação de capitais jamais vista na história,
Provoca-se incoerência textual e perde-se a noção de continuidade da ação ao
se substituir a expressão verbal “vem produzindo” por tem produzido.
Comentário: Não se provoca incoerência gramatical nessa substituição, pois
as duas locuções transmitem ideia de regularidade, continuidade.
Gabarito: E

Questão 15: TRT RJ 2008 nível superior


Fragmento do texto: Dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com
carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde
histórico para esse período. A série de dados do CAGED tem início em 1992.
Contra os três primeiros 4 meses de 2007, quando foram criadas 399 mil
vagas (recorde anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no
número de empregos formais criados foi de 38,7%.
Na frase que se inicia por “A série”, a substituição da forma verbal no
presente pela forma correspondente no pretérito perfeito alteraria o sentido
do texto.
Comentário: Pode-se, contextualmente, trocar o presente do indicativo pelo
pretérito perfeito do indicativo, pois isso não altera o sentido: “A série de
dados do CAGED tem início em 1992”. O verbo grifado encontra-se no
presente do indicativo com valor de presente histórico. Esse emprego é
comum quando se quer contar um fato ocorrido no passado, mas avivando-o
utilizando o presente, como “Então em 1992, Fernando Collor sucumbe à
multidão.”, “Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil em 1500.”. A troca pelo
pretérito perfeito do indicativo é natural e não causa incoerência: Então em
1992, Fernando Collor sucumbiu à multidão.”, “Pedro Álvares Cabral
descobriu o Brasil em 1500.”. O mesmo ocorre com o texto: “A série de
dados do CAGED teve início em 1992.”
Gabarito: E

Questão 16: TRE - TO / 2007 / Analista


Fragmento de texto: As penitenciárias têm de ser aprimoradas, a justiça
precisa aplicar melhor as leis, e a legislação não pode deixar de ser revista
para enfrentar um bandido diferente daquele da época da redação do Código
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Penal.
É uma substituição correta para o texto trocar “têm de ser” por devem ser.
Comentário: Veja que trocamos um verbo do presente do indicativo (“têm”)
por outro também no presente (“devem”). A locução verbal “têm de ser”
transmite uma ideia de obrigação. Esse mesmo valor é conservado com a
locução verbal “devem ser”. Por isso, a troca está de acordo com o contexto.
Gabarito: C

4.b.1. Reconhecimento do tempo pretérito imperfeito do indicativo


eu estuda vend permit
tu estuda s vend s permit s
ele estuda vend permit
nós estudá mos vend mos permit mos
vós estudá is vend is permit is
eles estuda m vend m permit m
Perceba as desinências modo-temporais “-va” (primeira conjugação) e “-ia”
(segunda conjugação).
4.b.2. Quando empregamos este tempo verbal?
a. Esse tempo tem várias aplicações. Pode transmitir uma ideia de
continuidade, de processo que no passado era constante ou frequente:
Estavam todos muito satisfeitos com o desempenho da equipe.
Entre os índios, as mulheres plantavam e colhiam; os homens
caçavam e pescavam.
Naquela época, eu almoçava lá todos os dias.
b. Ao nos transportarmos mentalmente para o passado e procurarmos falar do
que então era presente, também empregamos o pretérito imperfeito do
indicativo:
Eu admirava a paisagem. A vida passava devagar. Quase nada se
movia.
Uma pessoa aparecia aqui, um cão latia ali, mas, no geral, tudo era
muito quieto.
c. É usado para exprimir o processo que estava em desenvolvimento quando
da ocorrência de outro:
O Sol já despontava quando a escola entrou na passarela.
A torcida ainda acreditava no empate quando o time levou o segundo gol.
Pode substituir o futuro do pretérito, tanto na linguagem coloquial como na
literária:
Se ele pudesse, largava tudo e ficava com ela.
“Se eu fosse você, eu voltava pra mim.”
d. Pode relacionar-se com verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo (o qual
será visto adiante) em orações substantivas.
Esperava-se que o artista cantasse e dançasse.

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e. Usado no lugar do presente do indicativo, o pretérito imperfeito denota
cortesia:
Queria pedir-lhe uma gentileza.
Questão 17: Delegado da Polícia Federal 2004
Fragmento do texto:
1 As conclusões dos estudos científicos não são levadas em conta na
definição de políticas públicas. Como reflexo dessa atitude, o tratamento
da violência evoluiu pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que
ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da AIDS. Nos
5 últimos anos, entretanto, estão sendo desenvolvidos métodos analíticos
mais precisos para avaliar a influência dos fatores econômicos,
epidemiológicos e sociológicos associados às raízes sociais da violência
urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento, narcotráfico,
intolerância social, ruptura de laços familiares, imigração, corrupção de
autoridades ou descrédito na justiça.
A substituição do termo “estão sendo desenvolvidos” (linha 5) por estavam
se desenvolvendo provoca alterações estruturais sem alterar
semanticamente a informação original nem transgredir as normas da escrita
culta.
Comentário: Esta questão cobra o conhecimento da transposição da voz
passiva analítica em voz passiva sintética. Porém, devemos observar que o
verbo “estão” encontra-se no presente do indicativo (o qual transmite
continuidade de ação no momento atual) e “estavam” encontra-se no pretérito
imperfeito do indicativo (o qual transmite continuidade de ação no momento
passado) . Veja como ficaria esta transposição preservando o tempo presente
do indicativo:
....estão sendo desenvolvidos métodos analíticos... (voz passiva analítica)
locução verbal TD + sujeito paciente

....estão se desenvolvendo métodos analíticos... (voz passiva sintética)


locução verbal TD + Pron Ap + sujeito paciente

Agora, veja com a locução verbal no pretérito imperfeito do indicativo:


....estavam sendo desenvolvidos métodos analíticos... (voz passiva analítica)
locução verbal TD + sujeito paciente

....estavam se desenvolvendo métodos analíticos... (voz passiva sintética)


locução verbal TD + Pron Ap + sujeito paciente

Assim, a substituição provoca alterações estruturais, com mudança


semântica da informação original. Veja que isso não provoca erro gramatical.
Como a questão afirmou que o sentido não mudaria, está errada.
Gabarito: E

Questão 18: IRBR - 2011 Diplomacia


Fragmento de texto:
1 A montagem do espetáculo Calabar – O Elogio da Traição estava pronta,
quando, em outubro de 1974, foi censurada e a exibição do espetáculo foi
proibida nos palcos brasileiros. A repressão era tamanha que nem a notícia

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da proibição pôde ser divulgada. Escrita por Ruy Guerra e Chico Buarque,
5 a peça recupera a saga histórica das invasões holandesas do século XVII.
Domingos Fernandes Calabar (1600-1635), o protagonista, posiciona-se a
favor da Holanda, o país invasor, contra os colonizadores portugueses. Os
autores, no entanto, não têm uma visão negativa do episódio. Ao
contrário, veem em Calabar um libertador da opressão portuguesa. A
10 censura da ditadura militar enxergou na montagem um alto teor
subversivo, por acreditar que o texto atentava contra os bons costumes e,
principalmente, promovia uma inversão dos valores da história do Brasil
ao mostrar um traidor como salvador da pátria.
Caso as formas verbais “recupera” (linha 5), “posiciona-se” (linha 6), “têm”
(linha 8) e “veem” (linha 9) fossem substituídas, respectivamente, pelas
formas recuperava, posicionava-se, tinham e viam, não seriam
necessários ajustes gramaticais no restante do texto.
Comentário: A expressão temporal “em outubro de 1974” e as estruturas
verbais “foi censurada”, “foi proibida”, “era” e “pôde ser divulgada”
apresentam fatos passados.
Assim, os verbos “recupera”, “posiciona-se”, “têm” e “veem” estão sendo
usados no presente histórico, pois fazem relação a ações passadas, utilizando
o presente como ênfase. Dessa forma, pode o autor optar em transformar o
presente histórico em pretérito imperfeito do indicativo, permanecendo a
coerência e a informação original do texto, sem necessidade de ajustes no
restante do texto.
Note que se optou pelo pretérito imperfeito do indicativo, porque essas
ações transmitem uma ideia de continuidade no passado.
Gabarito: C

4.c.1. Reconhecimento do tempo pretérito perfeito do indicativo


eu estudei vendi permiti
tu estudaste vendeste permitiste
ele estudou vendeu permitiu
nós estudamos vendemos permitimos
vós estudastes vendestes permitistes
eles estuda m vende m permiti m
4.c.2. Quando empregamos este tempo verbal?
a. O pretérito perfeito simples exprime os processos verbais concluídos e
localizados num momento ou período definido do passado:
Em 1983, o campeão brasileiro da Segunda Divisão foi o Juventus.
Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil no século
antepassado.
b. O pretérito perfeito composto exprime processos que se repetem ou
prolongam até o presente:
Tenho visto coisas em que ninguém acredita.
Os professores não têm conseguido melhores condições de trabalho.
Note que já comentamos que este tempo verbal composto, a depender
do contexto, pode substituir o presente do indicativo.

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Questão 19: PGM RR 2010 – nível superior
Fragmento de texto: O mundo tem gerado excepcionais avanços
tecnológicos nas últimas décadas e aumentado drasticamente sua capacidade
de produzir bens e serviços.
A expressão “nas últimas décadas” permite a substituição de “tem gerado” por
gerou, sem prejudicar a coerência ou a correção gramatical do texto, apesar
de alterar as relações semânticas entre as ideias.
Comentário: Note que “tem gerado” está no tempo pretérito perfeito
composto, visto acima. Este tempo composto indica uma ação rotineira que se
prolonga do passado ao presente, transmitindo uma regularidade. Por isso
normalmente pode ser substituído pelo presente do indicativo (“gera”)
mantendo a correção gramatical, a coerência dos argumentos e o sentido.
Veja que a questão afirma que a mudança do pretérito perfeito
composto “tem gerado” (ação regular, continuada) pelo pretérito perfeito
simples “gerou” provoca mudança de sentido (ação pontual no passado), o
que está correto.
Porém, o problema na questão é que há uma estrutura coordenada, com
duas locuções verbais “tem gerado ... e (tem) aumentado...”. Note que a
última locução verbal possui o verbo auxiliar “tem” subentendido, pois este se
encontra explícito na locução anterior. Por isso, a substituição implicaria
prejuízo na coerência do texto e, por consequência, prejuízo gramatical.
A afirmação estaria certa se houvesse a substituição das duas estruturas
verbais:
O mundo gerou excepcionais avanços tecnológicos nas últimas décadas e
aumentou drasticamente sua capacidade de produzir bens e serviços.
Gabarito: E
Questão 20: TCE ES 2004 Controlador de Rec Pub (banca CESPE)
1 Nossa identidade contemporânea nos remete para os centros do
capitalismo, permeada que está pela globalização liberal — pelo grau
maior ou menor em que conseguimos induzir os sintomas desse
fenômeno, como shopping centers, televisão a cabo, celulares —, mais
5 do que por sua inserção internacional, que nos faz ter um destino
similar ao do resto do continente ao qual estamos geográfica e
historicamente integrados.
(...)
Várias crises financeiras depois, e duas décadas e meia de
10 estagnação, financeirização e precarização das relações de trabalho,
tornaram os países latino-americanos mais semelhantes do que nunca.
Estão igualmente em crise o Brasil e o Paraguai, a Argentina e o Haiti, o
México e a Bolívia, o Peru e o Equador, a Venezuela e a Guatemala, a
Colômbia e a Nicarágua.
15 As décadas posteriores nos colocaram, entre a ALCA e o
MERCOSUL, diante de duas Américas Latinas possíveis e de duas
imagens de nós mesmos, sob o pano de fundo do continente. Em suma,
nossa imagem de nós mesmos, como país, dependeu sempre da forma
como vimos a América Latina e nossa relação com nosso continente de
origem e de inserção histórica comum.
Emir Sader. A América Latina vista do Brasil. In:
Correio Braziliense, 27/6/2004 (com adaptações).

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Alteram-se os sentidos do texto, mas preservam-se sua coerência textual e
correção gramatical, com a substituição do pretérito perfeito “vimos” (l.19)
por vemos ou temos visto.
Comentário: O verbo “vimos” encontra-se no pretérito perfeito do indicativo,
mostrando uma ação acabada, mas o texto permite inferir que essa visão da
América perdura ainda nos dias de hoje. Por isso, a mudança para o tempo
presente em “vemos” muda o sentido (de passado para presente), mas
permanece a coerência textual. Além disso, perceba que o tempo pretérito
perfeito composto “temos visto” prolonga a ação ao longo do tempo passado
até os dias atuais, obtendo uma ideia de regularidade também percebida com
o verbo no presente do indicativo.
Por isso, a afirmativa está correta.
Gabarito: C

4.d.1. Reconhecimento do tempo pretérito mais-que-perfeito do


indicativo
eu estuda vende permiti
tu estuda s vende s permiti s
ele estuda vende permiti
nós estudá mos vendê mos permití mos
vós estudá is vendê is permití is
eles estuda m vende m permiti m
Perceba a desinência modo-temporal “-ra” átona. Note que essa desinência, na
segunda pessoa do plural, varia para “-re”.
4.d.2. Quando empregamos este tempo verbal?
O pretérito-mais-que-perfeito exprime um processo que ocorreu antes de outro
processo passado:
Era tarde demais quando ela percebeu que ele se envenenara.
O fato de ele ter-se envenenado é anterior ao fato de ela ter percebido.
Envenenara é, por isso, mais-que-perfeito, ou seja, mais velho que o perfeito
(percebeu).
Na linguagem do dia a dia, usa-se muito pouco a forma simples do pretérito
mais-que-perfeito; é comum, entretanto, na linguagem formal, bem como em
algumas expressões cristalizadas (“Quem me dera!”, “Quisera eu...”).
Prefere-se na linguagem cotidiana o pretérito mais-que-perfeito do indicativo
composto. Ele é constituído do verbo “ter” ou “haver” empregados no tempo
pretérito imperfeito do indicativo (tinha ou havia), seguidos do particípio. Veja:
Ele disse que tinha (havia) pegado o dinheiro pela manhã. (= pegara)
Quando usado no lugar do futuro do pretérito do indicativo ou do pretérito
imperfeito do subjuntivo, o mais-que-perfeito simples confere solenidade à
expressão:
“E, se mais mundo houvera, lá chegara.” (Camões)
Compare com:
E, se mais mundo houvesse, lá chegaria.

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Questão 21: Tribunal de Contas - TO / 2009 / nível superior
Fragmento do texto: Meu pai era um homem bonito com muitas
namoradas, jogava tênis, nadava, nunca pegara uma gripe — até ter um
derrame cerebral. Vivia envolvido com “sirigaitas”, como minha mãe as
chamava, e com fracassos comerciais crônicos.
O sentido do texto seria mantido caso as formas verbais “jogava” e “nadava”
fossem substituídas por jogara e nadara.
Comentário: Os verbos no pretérito imperfeito do indicativo “jogava” e
“nadava” transmitem valor de regularidade, hábito, no tempo passado. Já o
verbo “pegara”, no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, transmite valor
pontual de um passado em relação a outro, que é “ter um derrame cerebral”.
Ao se substituir o pretérito imperfeito pelo mais-que-perfeito jogara e
nadara, esses verbos deixarão de transmitir uma regularidade no passado e
transmitirão um dado pontual no passado, o que acarretaria mudança de
sentido. Por isso, a afirmativa está errada.
Gabarito: E

Questão 22: TRE - TO/ 2006 / Analista


Fragmento de texto: A cidade estivera agitada por motivos de ordem
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para
preencher a vaga do finado Aristides Lobo.
A substituição de “estivera” por tinha estado prejudica a correção gramatical
do período.
Comentário: O erro na questão foi o vocábulo “prejudica”, pois o tempo
composto do pretérito mais-que-perfeito do indicativo tem a seguinte
estrutura: verbo auxiliar no pretérito imperfeito do indicativo (tinha/havia)
seguido do verbo principal no particípio. Então a substituição é possível.
Gabarito: E
4.e.1. Reconhecimento do tempo futuro do presente do indicativo
eu estuda i vende i permiti i
tu estuda s vende s permiti s
ele estuda vende permiti
nós estuda mos vende mos permiti mos
vós estuda is vende is permiti is
eles estuda o vende o permiti o
Perceba a desinência modo-temporal “-ra” tônica. Note que essa desinência
em algumas pessoas do discurso varia para “-re”.
4.e.2. Quando empregamos este tempo verbal?
a. O futuro do presente simples expressa basicamente processos tidos como
certos ou prováveis, mas que ainda não se realizaram no momento em que se
fala ou escreve:
Estarei lá no próximo ano. Jamais a terei a meu lado.
b. Pode-se usar esse tempo com valor imperativo, com tom enfático e
categórico:
“Não furtarás!” Você ficará aqui a noite toda.

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c. Em outros casos,essa forma imperativa parece mais branda e sugere a
necessidade de que se adote certa conduta:
Você compreenderá a minha atitude. Pagarás quando puderes.
d. O futuro do presente simples também pode expressar dúvida ou incerteza
em relação a fatos do presente:
Ela terá atualmente trinta e cinco anos.
Será Cristina quem está lá fora?
e. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do presente se
relaciona com o futuro do subjuntivo para indicar processos cuja realização é
tida como possível:
Se tiver dinheiro, pagarei à vista.
Se houver pressão popular, as reformas sociais virão.
f. Quando este tempo for composto, isto é, o verbo auxiliar for “ter” ou “haver”
no tempo futuro, seguido de outro verbo no particípio, por exemplo (terei
estudado), ele expressa um fato ainda não realizado no momento presente,
mas já passado em relação a outro fato futuro. Isso acontece por influência da
forma nominal particípio:
Quando estivermos lá, o dia já terá amanhecido.
Quando eu voltar ao trabalho, você já terá entrado em férias.
g. O futuro do presente simples é muito pouco usado na linguagem cotidiana.
Em seu lugar, é normal o emprego de locuções verbais com o infinitivo,
principalmente as formadas pelo verbo ir:
Vou chegar daqui a pouco.
Estes processos vão ser analisados pelo promotor.
4.f.1. Reconhecimento do tempo futuro do pretérito do indicativo
eu estuda vende permiti
tu estuda s vende s permiti s
ele estuda vende permiti
nós estuda mos vende mos permiti mos
vós estuda is vende is permiti is
eles estuda m vende m permiti m
Perceba a desinência modo-temporal “-ria”. Note que essa desinência, na
segunda pessoa do plural, varia para “-rie”.
4.f.2. Quando empregamos este tempo verbal?
a. O futuro do pretérito simples expressa processos posteriores ao momento
passado a que nos estamos referindo:
Concluí que não seria feliz ao lado dela.
Muito tempo depois, chegaria a sensação de fracasso.
b. Também se emprega esse tempo para expressar dúvida, incerteza ou
hipótese em relação a um fato passado:
Estariam lá mais de vinte mil pessoas.
Ela teria vinte anos quando gravou o primeiro disco.
Se ela conversasse menos, teria facilidade na matéria.

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c. Esse tempo também expressa dúvida sobre fatos passados:
Teria sido ele o mentor da fraude?
d. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do pretérito se
relaciona com o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar processos tidos
como de difícil concretização:
Se ele quisesse, tudo seria diferente.
Viveria em outro lugar se pudesse.
e. O futuro do pretérito composto expressa um processo encerrado
posteriormente a uma época passada que mencionamos no presente:
Partiu-se do pressuposto de que às cinco horas da tarde o comício já
teria sido encerrado.
Anunciou-se que no dia anterior o jogador já teria assinado contrato
com outro clube.
f. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do pretérito composto
se relaciona com o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo, exprimindo
processos hipotéticos ou de realização desejada, mas já impossível:
Se ele me tivesse procurado antes, eu o teria ajudado.
O país teria melhorado muito se tivessem sido feitos investimentos na
educação e na saúde.
Questão 23: MPE PI - 2012 Superior
Fragmento de texto: Os filósofos do Iluminismo observavam um preceito
simples, mas obviamente muito poderoso. Quanto mais formos capazes de
compreender racionalmente o mundo, e a nós mesmos, mais poderemos
moldar a história para nossos próprios propósitos. Temos de nos libertar dos
hábitos e preconceitos do passado a fim de controlar o futuro.
Segundo essa concepção, com o maior desenvolvimento da ciência e da
tecnologia, o mundo iria se tornar mais estável e ordenado. O romancista
George Orwell, por exemplo, anteviu uma sociedade com excessiva
estabilidade e previsibilidade — em que nos tornaríamos todos minúsculos
dentes de engrenagem de uma vasta máquina social e econômica.
O emprego do futuro do pretérito em “iria se tornar” (linha 7) e “nos
tornaríamos” (linha 9) justifica-se por terem as previsões dos filósofos
iluministas se concretizado.
Comentário: O tempo verbal que sinaliza uma ação concretizada é o
pretérito perfeito do indicativo. Ex.: “O mundo tornou-se violento.”
O futuro do pretérito do indicativo em “iria se tornar” e “tornaríamos”
transmite hipótese (conjectura, suposição), a qual não foi concretizada, pois o
mundo ainda não se tornou estável, ordenado, também não podemos afirmar
categoricamente que todos nós sejamos minúsculos dentes de uma
engrenagem.
Gabarito: E

Questão 24: TRE - GO / 2008 / Analista


Um fato ou estado considerado em sua realidade está expresso pelo verbo
sublinhado em

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A “a verdade estaria inscrita”.
B “o interesse circunscrevia-se”.
C “não haveria mais uma verdade filosófica”.
D “o significado de verdade seria o de expressão”.
Comentário: Esta questão envolvia um texto com apontamentos das linhas
de cada verbo. Isso faria com que o candidato verificasse cada verbo no texto,
para depois interpretar se transmite a ideia de realidade. Mas não precisamos
disso.
Sabemos que o futuro do pretérito do indicativo apresenta desinência
modo-temporal “-ria” e transmite possibilidade, hipótese. Os verbos das
alternativas (A), (C) e (D) apresentam tal desinência, por isso estão neste
tempo verbal.
Assim, a alternativa correta é a (B), pois o verbo “circunscrevia”
apresenta a desinência modo-temporal “-ia”. Então, este verbo está
flexionado no tempo pretérito imperfeito do indicativo e pode ser interpretado
como algo que ocorria em seu sentido real, concreto, no passado.
Gabarito: B

Os tempos do modo subjuntivo


4.g.1. Reconhecimento do tempo presente do subjuntivo
eu estud vend permit
tu estud s vend s permit s
ele estud vend permit
nós estud mos vend mos permit mos
vós estud is vend is permit is
eles estud m vend m permit m
Dica: insira o advérbio “talvez” antes deste tempo verbal (talvez eu
estude). Isso sempre ajuda.
É importante lembrar que a vogal temática “a” se transforma em
desinência modo-temporal “e” no presente do subjuntivo. Se houver vogal
temática “e” ou “i”, naturalmente teremos desinência modo-temporal “a” no
presente do subjuntivo. Veja:
Presente do indicativo Presente do subjuntivo
Nós estudamos... Talvez nós estud mos...
Nós vendemos... Talvez nós vend mos...
Nós partimos... Talvez nós part mos...

(vogal temática) (desinência modo-temporal)

Não importa o nome, mas sim a modificação destas vogais!!!!!


4.g.2. Quando empregamos este tempo verbal?
O presente do subjuntivo normalmente expressa processos hipotéticos, que
muitas vezes estão ligados ao desejo, à suposição:

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“Quero que tudo vá para o inferno!”
Suponho que ela esteja em Roma.
Caso você vá, não deixem que o explorem.
Talvez ela não o ame mais.

Questão 25: Detran - ES / 2011 / nível médio


Fragmento de texto: Como as opções alternativas ao transporte individual
são pouco eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas
continuam optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que
permaneçam presas no trânsito”, afirma S. G., profissional da área de
desenvolvimento sustentável.
No trecho “ainda que permaneçam”, o emprego da forma verbal no modo
subjuntivo é obrigatório em razão da presença da locução conjuntiva “ainda
que”.
Comentário: Quando o verbo faz parte de uma oração subordinada adverbial
concessiva e essa oração encontra-se desenvolvida, isto é, iniciada por
conjunção (“embora”, “conquanto”) ou locução conjuntiva (“mesmo que”,
“ainda que”, “ainda quando”, “apesar de que”); o modo verbal empregado
deve ser o subjuntivo. Perceba, então, que a locução conjuntiva “ainda que”
inicia a oração subordinada adverbial concessiva e por isso o verbo
“permaneçam” encontra-se no presente do subjuntivo.
Gabarito: C

Questão 26: FUB / 2010 / Superior


Fragmento de texto: Por ser um fenômeno novo — ainda não temos uma
geração que tenha sido completamente formada na era da Internet —,
existem poucos trabalhos que confirmam o impacto no nível das sinapses.
Na oração “que tenha sido completamente formada na era da Internet”, a
forma verbal “tenha” poderia ser substituída por haja, sem alteração do
sentido ou da correção gramatical do texto.
Comentário: Os tempos compostos normalmente são formados pelos verbos
auxiliares “ter” ou “haver” seguidos do particípio. Nesta questão, observamos
a locução verbal da voz passiva “tenha sido formada”. O verbo “tenha”
encontra-se no presente do subjuntivo e podemos substituí-lo pelo verbo
“haver” em mesmo tempo verbal. Por isso a troca por “haja” está plenamente
de acordo com a gramaticalidade e com o sentido. Compare:
“...uma geração que tenha sido completamente formada na era da Internet...”
“...uma geração que haja sido completamente formada na era da Internet...”
Gabarito: C

Questão 27: Detran - ES / 2011 / nível superior


Fragmento de texto: O atendimento às demandas de mobilidade evidencia a
necessidade de controle do processo de expansão urbana, propugnando pelo
desenvolvimento de cidades mais adensadas, em cujo território haja melhor
distribuição das funções.
No trecho “haja melhor distribuição das funções”, o emprego do modo
subjuntivo na forma verbal indica possibilidade, hipótese, e não a certeza de
ocorrência de melhor distribuição de funções.

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
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Comentário: O verbo no presente do subjuntivo é usado como possibilidade
de execução, hipótese, e nunca como certeza de algo. Para esta se usa o
presente do indicativo (há). Por isso a afirmativa está correta.
Gabarito: C

Questão 28: TSE / 2007 / Técnico


Fragmento de texto: Se uma sociedade cessa de ter uma verdadeira
oposição, ela caminha para uma solução autoritária. A governabilidade só
existe verdadeiramente com uma oposição atuante, que sinalize os problemas
existentes e discuta os seus encaminhamentos.
O emprego do subjuntivo em “sinalize” e “discuta” justifica-se por compor um
período de natureza explicativa.
Comentário: A razão do emprego do presente do subjuntivo não tem relação
com o período ser explicativo ou conclusivo, mas com a ideia de possibilidade
e necessidade de realização das ações posteriores.
Gabarito: E

Questão 29: TCE PE 2004 Analista de Sistema


Fragmento do texto: A pobreza é uma metáfora para o sofrimento humano
trazido à arena pública e pode ser definida de maneiras distintas. Muita
energia é despendida na busca de uma definição rigorosa, capaz de distinguir
com clareza o sofrimento suficiente do sofrimento insuficiente para classificar
alguém como pobre. Pesquisas baseadas nesse tipo de definição estimam que
uma fração entre um terço e metade da população brasileira possa ser
considerada pobre.
Perde-se a idéia de hipótese associada à forma verbal “possa” (linha 6) ao se
substituí-la por pode, mas preservam-se a coerência e a correção textuais.
Comentário: É fácil percebermos que a troca do presente do subjuntivo (que
transmite dúvida, possibilidade, incerteza) pelo presente do indicativo (que
transmite certeza) muda o sentido na frase.
Agora, devemos observar se realmente esta troca mantém coerência
com os argumentos, mesmo com a mudança de sentido. Para isso, troque o
verbo e leia toda a frase de novo...
Pesquisas baseadas nesse tipo de definição estimam que uma fração
entre um terço e metade da população brasileira possa ser considerada
pobre.
Pesquisas baseadas nesse tipo de definição estimam que uma fração
entre um terço e metade da população brasileira pode ser considerada
pobre.
O autor preferiu no texto original manter a ideia de estimativa, como
algo não provado, ainda incerto; porém veja que o texto possui verbos no
presente do indicativo. Isso amplia a noção do verbo. Como há um estudo
voltado para uma característica do brasileiro, pode-se perceber que a troca
dos tempos verbais é possível: é um dado que traz como resultado a real
possibilidade de uma fração da população brasileira ser considerada pobre.
Gabarito: C

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PROFESSOR TERROR
Questão 30: TCE PE 2004 Assistente Técnico Infor
Fragmento do texto: O que está em jogo é a própria idéia de Constituição,
que é muito maior que seu texto, seus constituintes ou as autoridades que
devem guardá-la. A democracia depende de os direitos serem levados a sério
por todos os cidadãos, sejam eles autoridades ou não.
No último período, o emprego do modo subjuntivo em “sejam” reforça a idéia
de hipótese, ligada ao preenchimento da condição expressa por “depende” na
oração imediatamente anterior.
Comentário: O verbo “depender” mostra uma restrição, uma condição
imposta à democracia: se os direitos serão levados a sério ou não por todos
os cidadãos. Assim, percebemos que isso marca uma hipótese.
Além disso, perceba que essa hipótese é ampliada com o verbo “sejam”,
no presente do subjuntivo, o qual inicia uma oração subordinada adverbial
concessiva. Esta oração tem um emprego peculiar, ela omitiu a conjunção ou
locução conjuntiva. Note que podemos inserir a locução conjuntiva “mesmo
que”, “ainda que”. Veja:
A democracia depende de os direitos serem levados a sério por todos os
cidadãos, sejam eles autoridades ou não.
A democracia depende de os direitos serem levados a sério por todos os
cidadãos, mesmo que eles sejam autoridades ou não.
A democracia depende de os direitos serem levados a sério por todos os
cidadãos, ainda que eles sejam autoridades ou não.
Assim, realmente o verbo “depender” é empregado para transmitir uma
condição e uma hipótese, e o verbo “sejam”, por estar no presente do
subjuntivo e fazer parte de uma oração adverbial concessiva, reforça essa
hipótese.
Gabarito: C

4.h.1. Reconhecimento do tempo pretérito imperfeito do subjuntivo


eu estuda vende permiti
tu estuda s vende s permiti s
ele estuda vende permiti
nós estudá mos vendê mos permití mos
vós estudá is vendê is permití is
eles estuda m vende m permiti m
Dica: insira a conjunção “se” antes deste tempo verbal (se eu
estudasse). Isso sempre ajuda. Perceba a desinência modo-temporal “-sse”.
4.h.2. Quando empregamos este tempo verbal?
a. O imperfeito do subjuntivo expressa processo de limites imprecisos,
anteriores ao momento em que se fala ou escreve:
Fizesse sol ou chovesse, não dispensava uma volta no parque.
Os baixos salários que o pai e a mãe ganhavam não permitiam que ele
estudasse.

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b. O imperfeito do subjuntivo é o tempo que se associa ao futuro do pretérito
do indicativo quando se expressa circunstância de condição ou concessão:
Se ele fosse politizado, não votaria naquele farsante.
Embora se esforçasse, não conseguiria a simpatia dos colegas.
c. Também se relaciona com os pretéritos perfeito e imperfeito do indicativo:
Sugeri-lhe que não vendesse a casa.
Esperava-se que todos aderissem à causa.
d. Também é importante observarmos o verbo auxiliar neste tempo verbal,
juntando-se a um verbo no particípio, formando um tempo composto (pretérito
mais-que-perfeito composto do subjuntivo). Ele expressa um processo anterior
a outro processo passado:
Esperei que tivesse exposto completamente sua tese para contrapor
meus argumentos.
e. Esse tempo pode associar-se ao futuro do pretérito simples ou composto do
indicativo quando são expressos fatos irreais e hipotéticos do passado:
Se me tivesse apresentado na data combinada, já seria funcionário da
empresa.
Mesmo que ela o tivesse procurado, ele não a teria recebido.

Questão 31: Auxiliar Técnico de Perícia- SEAD / 2007 / nível médio


Fragmento do texto: O Museu do Cairo, onde está a múmia do faraó,
aprovou que o crânio fosse examinado com raio X: encontrou-se um
fragmento de osso, o que fez aumentar as especulações de que sua morte
fora provocada por agressão — os especialistas asseguram que o famoso
golpe recebido na cervical foi aplicado enquanto a vítima dormia ou estava em
posição horizontal.
Mantêm-se a coerência textual e a correção gramatical ao se substituir “fosse”
por fora.
Comentário: O verbo “fosse” (pretérito imperfeito do subjuntivo) traduz uma
ideia de possibilidade (O museu aprovou a possibilidade de exame do crânio).
Com a substituição para o pretérito-mais-que-perfeito do indicativo, esse
tempo verbal transmitiria a ideia de que o crânio já havia sido examinado
antes da aprovação pelo museu (passado do passado), o que seria incoerente
no texto.
Gabarito: E

Questão 32: TRE TO 2006 - Analista


1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos. Partido vencido
contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente
vencido, e vice-versa. Tentam-se acordos, dividindo os deputados; mas
ninguém aceita minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação
5 de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que estava de
baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou
porque a planta não tinha força bastante. Continuou praticamente o
sistema da lavra única.
(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de
10 legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam

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o governo e a tribuna, gostam de propor, votar, discutir, atacar, defender
e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha
naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a gramática
na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos
15 vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática.
Machado de Assis. A Semana. Obra completa,
v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.
O emprego do subjuntivo em “quando houvesse” (linha 9) justifica-se por
compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida.
Comentário: O verbo “houvesse” (pretérito imperfeito do subjuntivo)
transmite ideia de suposição, por isso não se pode entender afirmativa sobre
uma ação já decorrida.
Gabarito: E

4.i.1. Reconhecimento do tempo futuro do subjuntivo


eu estuda vende permiti
tu estuda es vende es permiti es
ele estuda vende permiti
nós estuda mos vende mos permiti mos
vós estuda des vende des permiti des
eles estuda em vende em permiti em
Dica: insira a conjunção “quando” antes deste tempo verbal (quando eu
estudar). Isso sempre ajuda. Perceba a desinência modo-temporal “-r”.
4.i.2. Quando empregamos este tempo verbal?
a. Na forma simples, indica fatos possíveis, mas ainda não concretizados no
momento em que se fala ou escreve:
Quando comprovar sua situação, será inscrito.
Quem obtiver o primeiro prêmio receberá bolsa integral.
Se ela for a Siena, não quererá mais sair de lá.
b. Esse tempo normalmente se associa ao futuro do presente do indicativo
quando se expressa circunstância de condição:
Se fizer o regime, emagrecerá rapidamente.
c. O futuro do subjuntivo composto expressa um processo futuro que estará
terminado antes de outro, também futuro:
Quando tiverem concluído os estudos, receberão o diploma.
Iremos embora depois que ela tiver adormecido.

Questão 33: Assembleia Legislativa ES - 2011 nível superior


Fragmento de texto: Internacionalmente, ressoou, na Corte Interamericana
dos Direitos Humanos e na ONU, o grito dos excluídos, extremamente
importante para o Espírito Santo, para o Brasil e para o mundo. Enquanto
teimarmos e não reconhecermos que existem problemas, discriminação,
preconceito e violência, não avançaremos. É fundamental que reconheçamos
que eles existem, pois esse é o papel do Conselho Estadual de Direitos
Humanos.

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Haveria alguma alteração no sentido, mas seria mantida a correção gramatical
do texto, caso o trecho “Enquanto teimarmos e não reconhecermos” (linhas 3
e 4) fosse reescrito, com modificações no tempo e no modo das formas
verbais, da seguinte forma: teimamos e não reconhecêssemos.
Comentário: Os verbos “teimarmos” e “reconhecermos” estão flexionados no
futuro do subjuntivo. Veja que a conjunção “Enquanto” demonstra que a
oração é desenvolvida, isto é, possui conjunção e verbo flexionado em modo e
tempo verbal. Dessa forma, não podemos confundir essas duas estruturas com
o infinitivo.
Esses dois verbos fazem parte de duas orações subordinadas adverbiais
temporais, uma coordenada à outra. Assim, neste contexto, os dois verbos
devem permanecer no mesmo tempo verbal:
Tendo em vista o contexto, são admitidas duas construções, com
mudança de sentido:
a) a primeira transmite condição no futuro¹, com resultado no futuro²:
Enquanto teimarmos¹ e não reconhecermos¹ que existem problemas,
discriminação, preconceito e violência, não avançaremos².
b) a segunda transmite fatos simultâneos:
Enquanto teimamos e não reconhecemos que existem problemas,
discriminação, preconceito e violência, não avançamos.
Assim, o erro da questão foi o verbo “reconhecêssemos”, no pretérito
imperfeito do subjuntivo, o qual traz incorreção gramatical.
Gabarito: E

Questão 34: TRE - TO / 2007 / Analista


Fragmento de texto: É certo que muitas leis podem até ser formalmente
bem redigidas, baseadas em conceitos estruturados, mas de nada adianta se
forem mal aplicadas.
É uma substituição correta para o texto trocar “se forem” por caso sejam.
Comentário: A condição expressa na oração “se forem” possui verbo no
futuro do subjuntivo. Note que a oração principal possui verbo no presente do
indicativo “de nada adianta”. Assim, abre-se a possibilidade de também
passarmos a condição no tempo presente do subjuntivo. Por isso, a afirmativa
está correta.
Gabarito: C

O modo IMPERATIVO
4.j.1. Reconhecimento do modo verbal

b) imperativo afirmativo: a segunda pessoa do singular e a segunda pessoa


do plural são retiradas diretamente do presente do indicativo, suprimindo-se o
–s final: tu estudas – estuda tu; vós estudais – estudai vós. As formas das
demais pessoas são exatamente as mesmas do presente do subjuntivo.
Lembre-se de que não se conjuga a primeira pessoa do singular no modo
imperativo;

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c) imperativo negativo: todas as pessoas são idênticas às pessoas
correspondentes do presente do subjuntivo, excluindo-se a primeira pessoa do
singular.

ESQUEMA DE FORMAÇÃO DOS TEMPOS DERIVADOS DO PRESENTE DO


INDICATIVO (EX.: OPTAR)
PRESENTE DO IMPERATIVO IMPERATIVO PRESENTE DO
INDICATIVO AFIRMATIVO NEGATIVO SUBJUNTIVO
opto - - opt
optas opta não opt s opt s
opta opt não opt opt
optamos opt mos não opt mos opt mos
optais optai não opt is opt is
optam opt m não opt m opt m

Obs.: Na linguagem coloquial temos percebido muitas vezes a mistura de


tratamentos (o verbo em uma pessoa verbal e o pronome em outra). Veja o
exemplo da propaganda da Caixa Econômica Federal:
Vem pra Caixa você também, vem!
O verbo “Vem” está na segunda pessoa do singular do imperativo
afirmativo (eu venho, tu vens. Retirando-se o “s”, formamos a segunda pessoa
do singular do imperativo afirmativo: Vem tu). Porém, a propaganda usa o
pronome “você”.
Essa mistura é aceitável numa propaganda, assim como nas músicas, na
linguagem do cotidiano; isso porque a intenção, nestes casos, é fugir de um
suposto artificialismo da linguagem, com uma aproximação daquilo que é
popular, adequando a sonoridade.
Porém, na norma culta essa mistura deve ser evitada. Corrigindo,
teríamos duas possibilidades: ou transpomos tudo para a segunda pessoa, ou
para a terceira:
Vem para a Caixa tu também, vem!
Venha para a Caixa você também, venha!
Como você deve conhecer essa música, cante-a, agora, de acordo com a
norma culta. A sonoridade e o ritmo são convidativos? Fica estranho, não é?
Por isso mesmo dizemos que as músicas e poemas têm a licença poética, pois
a associação das palavras pela sonoridade e ritmo são mais importantes do
que o rigor gramatical.
Mas, num texto formal, não existe licença poética e quem dita as regras
é o rigor gramatical.
Questão 35: TCU 2011 – Auditor Federal de Controle Externo
Para o filósofo Bentham, a felicidade era uma proposição matemática, e ele
passou anos realizando pequenos ajustes em seu “cálculo da felicidade”, um
termo maravilhosamente atraente. Eu, por exemplo, nunca associei cálculo à
felicidade. No entanto, trata-se de matemática simples. Some os aspectos
prazerosos de sua vida, depois subtraia os desagradáveis. O resultado é a sua
felicidade total. Os mesmos cálculos, acreditava Bentham, podiam ser
aplicados a uma nação inteira. Cada medida tomada por um governo, cada lei

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aprovada, deveria ser vista sob o prisma da “maior felicidade possível”.
Bentham ponderou que dar dez dólares a um homem pobre contava mais do
que dar dez dólares a um homem rico, já que o pobre tirava mais prazer
desse dinheiro.
Eric Weiner. Geografia da felicidade. Trad. Andréa Rocha. Rio de
Janeiro: Agir, 2009. p. 247-8 (com adaptações).
O autor constrói seu texto de forma a se aproximar do leitor, o que explica,
por exemplo, o emprego da primeira pessoa do singular no segundo período e
o do imperativo no quarto.
Comentário: Quando o autor se apresenta no texto, naturalmente, transmite
uma interação maior com o leitor, pois o texto passa a ter aspectos
subjetivos. Isso é reforçado pelo uso dos imperativos em “Some os aspectos
prazerosos de sua vida, depois subtraia os desagradáveis.”
Assim, há um aspecto de conversa do autor com o leitor, o que os
aproxima mais.
Portanto, a afirmativa está correta.
Gabarito: C

Correlação

Correlação é a combinação (articulação) entre determinados tempos e


modos verbais. Vimos as correlações básicas ao tratarmos do emprego dos
tempos:

pretérito imperfeito do indicativo, futuro do presente do indicativo,


futuro do pretérito do indicativo, presente do subjuntivo,
pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo.

Listamos as mais importantes, para que fique tudo bem claro:

Futuro do subjuntivo Futuro do presente


do indicativo

1 Se tiver dinheiro, pagarei à vista.


Se houver pressão popular, as reformas sociais virão.

Para enfatizar a ação como próxima à certeza, pode-se substituir o futuro do


presente do indicativo pelo presente do indicativo:
Se tiver dinheiro, pago à vista.
Se houver pressão popular, as reformas sociais vêm.

A depender do contexto, cabe o imperativo no lugar do futuro do presente e do


presente do indicativo:
Se tiver dinheiro, pague à vista.
Se houver pressão popular, faça as reformas sociais.

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Pretérito imperfeito Futuro do pretérito


do subjuntivo do indicativo

2 Se ele quisesse, tudo seria diferente.


Se pudesse, viveria em outro lugar.

Pode-se substituir o futuro do pretérito do indicativo pelo pretérito


imperfeito do indicativo, tanto na linguagem coloquial como na literária:
Se ele pudesse, largava tudo e ficava com ela.
“Se eu fosse você, eu voltava pra mim.”

Presente do Futuro do presente


subjuntivo do indicativo

3 Caso haja mais determinação, o resultado poderá ser melhor.


Uma vez que se pense assim, a única saída será investir.
Como falado anteriormente, em determinados contextos, pode-se substituir o
futuro do presente do indicativo pelo presente do indicativo:
Caso haja mais determinação, o resultado pode ser melhor.
Uma vez que se pense assim, a única saída é investir.
O mesmo ocorre com o imperativo:
Caso haja mais problemas, seja cauteloso.
Uma vez que o índice baixe, invista mais.

Pretérito imperfeito Pretérito perfeito do


do indicativo indicativo

4
O Sol já despontava quando a escola entrou na passarela.
A torcida ainda acreditava no empate quando o time levou o segundo gol.

Essas são as correlações básicas e as mais importantes para a prova.


Outras mais são encontradas e o candidato deve sempre observar o
contexto para não haver prejuízo da coerência. Perceba estas outras
correlações.

Percebo que você estuda.


(presente do indicativo)
Percebi que você estudou.
(pretérito perfeito do indicativo)

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Sugiro-lhe que leia o manual.
(presente do indicativo + presente do subjuntivo)
Sugeri-lhe que lesse o manual.
(pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo)
Suponho que ela tenha participado da conversa.
(presente do indicativo + verbo auxiliar no presente do subjuntivo)
Supunha que ela tivesse participado da conversa.
(pretérito imperfeito do indicativo + verbo auxiliar no pretérito imperfeito do subjuntivo)

Questão 36: Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior


Fragmento do texto: Forças que impediram — até agora — que esse
processo de centralização do poder chegasse até o seu limite imperial, o que
provocaria a dissolução do sistema político e econômico mundial.
O emprego do futuro do pretérito em “provocaria” justifica-se pelo emprego
do subjuntivo em “chegasse” e admite como gramaticalmente correta a
substituição pela forma teria provocado ou por iria provocar.
Comentário: Entendamos a frase:
“Forças que impediram – até agora – que esse processo de centralização do
poder chegasse até o seu limite, o que provocaria a dissolução...”
O verbo “impediram” encontra-se no pretérito perfeito do indicativo e,
naturalmente, leva o verbo “chegasse” ao pretérito imperfeito do subjuntivo.
Este verbo transmite um passado com resultado hipotético, por isso o verbo
provocar fica no futuro do pretérito do indicativo (“provocaria”). O verbo
“provocaria”, futuro do pretérito simples, pode ser substituído tanto pelo
futuro do pretérito composto – teria provocado – quanto pela locução verbal
“iria provocar”, que também se encontra no futuro do pretérito e mantém a
coesão, coerência e o sentido no texto.
Gabarito: C

Questão 37: TRT - RJ / 2008 / nível superior


Fragmento do texto: Além disso, dada a diversidade de situações regionais,
de prosperidade e de pobreza, o simples translado de um trabalhador, que vá
de uma região a outra, pode representar ascensão substancial, se ele
consegue incorporar-se a um núcleo mais próspero.
Em “que vá de uma região a outra”, a forma verbal “vá” poderia ser
substituída, sem prejuízo para o sentido original do texto ou para a sua
correção gramatical, pela forma do pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse.
Comentário: O verbo “vá” encontra-se no presente do subjuntivo e transmite
a possibilidade de ação. Perceba que isso é reiterado pela combinação com
outros verbos no presente (do indicativo) “pode”, “consegue”. A substituição
por “fosse” levaria o verbo para o pretérito imperfeito do subjuntivo, o qual
passaria a transmitir uma hipótese. Isso ainda levaria os verbos destacados
no presente em combinação no futuro do pretérito do indicativo e pretérito
imperfeito do subjuntivo, respectivamente. Veja:
... o simples translado de um trabalhador, que fosse de uma região a outra,
poderia representar ascensão substancial, se ele conseguisse incorporar-se

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a um núcleo mais próspero.
Assim, muda-se o sentido original no texto, além de implicar incorreção
gramatical, pois os demais verbos têm de ser ajustados para tal substituição.
Gabarito: E

Questão 38: EBC - 2011 nível superior


Fragmento de texto: Movemo-nos como peças de um relógio cansado. As
nossas rodas velhas, de dentes gastos, entrosam-se mal a outras rodas
velhas, de dentes gastos. O que tem valor cá dentro são as coisas vagarosas,
sonolentas. Se o maquinismo parasse, não daríamos por isto: continuaríamos
com o bico da pena sobre a folha machucada e rota, o cigarro apagado entre
os dedos amarelos.
No trecho “Se o maquinismo parasse, não daríamos por isto: continuaríamos
com o bico da pena sobre a folha machucada e rota, o cigarro apagado entre
os dedos amarelos” (linhas 4 a 6), a correção gramatical seria mantida caso as
formas verbais “parasse”, “daríamos” e “continuaríamos” fossem substituídas
por parar, daremos e continuaremos, respectivamente.
Comentário: No texto original, ocorre a condição no passado (“parasse”) e o
resultado hipotético (“daríamos” e “continuaríamos”). Essa é a correlação n° 2,
vista anteriormente.
Veja que a troca pela correlação n° 1 (futuro do subjuntivo com futuro
do presente do indicativo) faz mudar o sentido, mas mantém a correção
gramatical. Note que a questão afirmou apenas que a substituição dos tempos
verbais mantém a correção gramatical. Isso realmente está correto. Veja:
“Se o maquinismo parasse, não daríamos por isto: continuaríamos com o
bico da pena sobre a folha machucada e rota, o cigarro apagado entre os
dedos amarelos” (correlação n° 2)
“Se o maquinismo parar, não daremos por isto: continuaremos com o bico
da pena sobre a folha machucada e rota, o cigarro apagado entre os dedos
amarelos” (correlação n° 1)
Gabarito: C

Questão 39: Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior


Fragmento do texto: Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e constituísse
um império global, isso significaria — ao mesmo tempo e por definição — o
fim do sistema político interestatal.
O emprego do futuro do pretérito em “significaria” é decorrente do emprego
de estrutura antecedente que tem valor condicional, formada por verbo no
imperfeito do subjuntivo.
Comentário: A banca quis testar seus conhecimentos de correlação de modo
e tempo verbal. Veja as frases abaixo:
“... se o mundo chegasse a esse ponto e constituísse um império global, isso
significaria (...) o fim do sistema político interestatal.” (correlação n° 2)
... se o mundo chegar a esse ponto e constituir um império global, isso
significará (...) o fim do sistema político interestatal. (correlação n° 1)
Na frase 1, observe que as condições no passado (com os verbos

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“chegasse” e “constituísse” no pretérito imperfeito do subjuntivo) resultam em
um verbo no futuro do pretérito do indicativo (no caso, o verbo “significaria”),
conforme o que foi afirmado nesta questão.
Para confirmarmos que um verbo impõe o tempo verbal do outro,
perceba que, se mudarmos os tempos verbais nas condições para o futuro do
subjuntivo (chegar, constituir), o resultado será um verbo no futuro do
presente do indicativo (significará). Isso corrobora a afirmativa da questão.
Gabarito: C
Agora, vamos para o segundo tema: a colocação pronominal. Para a
entendermos, devemos resumidamente identificar os pronomes pessoais.
Os pronomes pessoais têm valor substantivo e são aqueles que indicam
uma das três pessoas do discurso: quem fala (locutor), com quem se fala
(interlocutor) e de quem se fala (referente).
Pronomes pessoais do caso reto: são os que desempenham a função
sintática de sujeito da oração, vocativo e predicativo. São os pronomes eu, tu,
ele (ela), nós, vós, eles (elas).
Eu sou professor. O professor sou eu.
Tu és professor. O professor és tu. Tu, não deixes de estudar!
Ele é professor. O professor é ele.
Nós somos professores. Os professores somos nós.
Vós sois professores. Os professores sois vós. Vós, aceitai a reprimenda.
Eles são professores. Os professores são eles.
sujeito predicativo vocativo
Pronomes pessoais do caso oblíquo: são os que desempenham a função
sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto), complemento
nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal.
Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os
átonos, que não são antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por
preposição.
a) Pronomes pessoais oblíquos átonos: são os seguintes: “me, te,
se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes”. Eles podem exercer diversos valores
morfossintáticos nas orações:
Objeto direto: “me, te, se, o, a, nos, vos, os, as”.
Ana informou-me do ocorrido.
Ana informou-te do ocorrido.
Ana informou-se do ocorrido.
Ana informou-o (a) do ocorrido.
Ana informou-nos do ocorrido.
Ana informou-vos do ocorrido.
Ana informou-os (as) do ocorrido.
sujeito VTDI + OD + OI
Se o verbo termina com as nasalizações “m”, ou “õe”; os pronomes o, a,
os, as transformam-se em no, na, nos, nas.
Quando encontrarem o material, tragam-no até mim.
Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor.
Se o verbo termina em “r”, “s” ou “z”; excluem-se essas terminações, e
os pronomes o, a, os, as mudam para lo, la, los, las.
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Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim.

deverão trazer + as deverão trazê-las

As apostilas, perde-las toda semana. (sujeito oculto “tu”)


perdes + as perde-las

As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade.


seduz + as sedu-las

Independentemente da predicação verbal, se o verbo termina em


“-mos”, seguido de “nos” ou de “vos”, retira-se a terminação “-s”.
Encontramo-nos ontem à noite.
Solicitamo-vos a acolhida nesta noite.
Objeto Indireto: “me, te, se, lhe, nos, vos, lhes”. (valor sintático)
Ana informou-me o ocorrido.
Ana informou-te o ocorrido.
Ana informou-lhe o ocorrido.
Ana informou-nos o ocorrido.
Ana informou-vos o ocorrido.
Ana informou-lhes o ocorrido.
Ana revoga-se o direito de ficar calada.
sujeito VTDI + OI + OD + oração subordinada substantiva
completiva nominal
Se o verbo for transitivo indireto terminado em “s”, seguido de lhe,
lhes, não se retira a terminação “-s”.
Obedecemos-lhe cegamente.
Complemento nominal: “me, te, lhe, nos, vos, lhes”.

(você) Tenha-me respeito. Tenha respeito a mim.


(eu) Tenho-te respeito. Tenho respeito a ti.
(eu) Tenho-lhe respeito. Tenho respeito a ele.
(você) Tenha-nos respeito. Tenha respeito a nós.
(eu) Tenho-vos respeito. Tenho respeito a vós.
(eu) Tenho-lhes respeito. Tenho respeito a eles.
sujeito VTD + CN + OD VTD + OD + CN

Valor de posse (algo de alguém): “me, te, lhe, nos, vos, lhes”.
Algumas gramáticas determinam a esses pronomes a função de adjunto
adnominal, outras, objeto indireto. Para nossa prova, basta entender o valor
de posse.
Doem-me as pernas. (As minhas pernas doem.)
Doem-te as pernas. (As tuas pernas doem.)
Doem-lhe as pernas. [As suas pernas doem. As pernas dele(dela) doem.]
Doem-nos as pernas. (As nossas pernas doem.)
Doem-vos as pernas. (As vossas pernas doem.)
Doem-lhes as pernas. [As suas pernas doem. As pernas deles(delas) doem.]

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Sujeito acusativo: Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são
“me, te, se, o, a, nos, vos, os, as”, quando estiverem em um período
composto formado pelos verbos “fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir”, e
um verbo no infinitivo ou no gerúndio.
Ex. Deixei-a entrar atrasada.
Mandaram-me conversar com o diretor.
Questão 40: Assistente de Chancelaria 2008 - nível superior
Julgue a frase abaixo quanto à correção gramatical.
Já que eu não posso amar ela, vou procurar outro amor.
Comentário: O vocábulo “ela”, dependendo de seu valor sintático, poderá ser
pronome pessoal do caso reto ou oblíquo tônico. Como este pronome está na
função de objeto direto, deve ser substituído por “a”, com as devidas
adaptações: “amá-la”. Porém, esta estrutura pode despertar um desprestígio
linguístico, produzindo a pronúncia (a mala), em determinados contextos pode
causar até ambiguidade. Por isso, é relevante posicionar esse pronome átono
antes do verbo “posso”: “eu não a posso amar”.
Gabarito: E

TRE - MA / 2006 / nível superior


Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é ser como o Estado, é ser
um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem não só se defrontar com o
Estado, mas afrontar o Estado. O cidadão seria tão forte quanto o Estado. O
indivíduo completo é aquele que tem a capacidade de entender o mundo, a
sua situação no mundo e que, se ainda não é cidadão, sabe o que poderiam
ser os seus direitos.
Questão 41: Estaria garantida a obediência às regras de regência verbal,
caso se substituísse a expressão “afrontar o Estado” por afrontar-lhe.
Comentário: o verbo “afrontar” é transitivo direto, então só cabe objeto
direto, por isso não se utiliza o pronome “-lhe” (objeto indireto), mas o
pronome “lo” (objeto direto) (imposição do “L” pela retirada do “r” final do
verbo):
“...afrontá-lo.”
Verifique que esta troca pôde ser feita porque a palavra “Estado” já
havia sido expressa no texto.
Gabarito: E

Questão 42: A substituição da expressão “capacidade de entender o mundo”


por capacidade de entendê-lo mantém a coesão e a coerência do texto,
além de conferir ao período maior concisão.
Comentário: Observe que a expressão “o mundo” é objeto direto do verbo
“entender”. Seria gramaticalmente correta a substituição; porém,
textualmente, deve-se observar que o recurso de se substituir um substantivo
por um pronome oblíquo ocorre quando esse substantivo está sendo repetido;
no entanto, a palavra “mundo” não havia sido expressa no texto
anteriormente, e sua substituição causaria uma incoerência no texto.
Ficou com dúvida? Pense nesta frase iniciando um texto:
Ela chegou tarde hoje.

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Ela quem? Para que esse pronome tenha coesão e coerência no texto, deve-
se substituir um substantivo escrito anteriormente no texto:
Margarida saiu às cinco horas da manhã. Ela chegou tarde hoje.
Agora se sabe quem é ela: Margarida.
Gabarito: E

Questão 43: FUB / 2010 / Médio


Fragmento de texto: O Teach for America consegue atrair os mais
talentosos alunos para a docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois
de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo mínimo de
estada no programa —, esses jovens ingressam quase que automaticamente
em algumas das maiores empresas americanas, com as quais o Teach for
America estabeleceu uma produtiva parceria.
O pronome “lhes” poderia ser substituído por os, sem prejuízo da correção
gramatical do texto, dada a possibilidade de dupla regência do verbo oferecer.
Comentário: O verbo “oferecendo” é transitivo direto e indireto. Seu objeto
direto é “algo” e o objeto indireto é “lhes”. Assim, este não pode ser
substituído por “os”.
Gabarito: E

Colocação dos pronomes oblíquos átonos


Numa relação frasal, muitas vezes há dúvida quanto ao posicionamento
desses pronomes, que podem ficar antes do verbo (próclise), no meio dele
(mesóclise) e depois dele (ênclise).
a. Em relação a um só verbo:
A estrutura básica da oração é o sujeito (S), verbo (V) e complemento
(O). Essa é a sequência natural, pois é mais prático ao falante concordar o
verbo com o sujeito que já foi dito. Os pronomes pessoais oblíquos átonos
ocupam a função de complemento (representado adiante por “O”). Então,
façamos a seguinte depreensão:

S V O
oblíquo
átono

ênclise
Ênclise: o pronome surge após o verbo. Pode ser considerada a colocação
básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Na língua
culta, essa sequência é observada no início das frases ou quando não houver
palavra que atraia esse pronome:
Apresento-lhe meus cumprimentos. Contaram-te tudo?
Joana cansou-se de tanto andar.
Observação: deve-se ter em mente que não se inicia oração com pronome
oblíquo átono: estão erradas as construções “Me disseram assim.”, o ideal é
“Disseram-me assim.”

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Próclise: o pronome surge antes do verbo, porque há uma palavra que o
atrai, chamada palavra atrativa, ou se houver conveniência eufônica:

S O V
oblíquo
átono

próclise
Não nos mostraram nada. Nada me disseram.
a) São palavras atrativas: advérbios¹, pronomes relativos², interrogativos³,
conjunções subordinativas4 e, normalmente, as negações5:
Sempre¹ se encontram.
É a pessoa que² nos orientou.
Quem³ te disse isso?
Nada foi feito, embora4 se conhecessem as consequências da omissão.
Não5 me falaram nada a respeito disso.
b) Se, após a palavra atrativa houver pausa (vírgula, ponto-e-vírgula, dois-
pontos etc), a atração perde força e o pronome deve posicionar-se após o
verbo:
Não nos falaram a verdade. Não, falaram-nos a verdade.
Agora nos fale a verdade. Agora, fale-nos a verdade.
c) O pronome átono, não inicial, pode vir antes da palavra negativa:
“...descia eu para Nápoles em busca de sol que o não havia nas terras do norte.”
d) A colocação pronominal enclítica ocorre por força gramatical, porém os
autores modernos têm optado pela próclise, mesmo não havendo palavra
atrativa, haja vista o processo eufônico (soar melhor). Veja:
O marceneiro feriu-se com a lâmina.
O marceneiro se feriu com a lâmina.
Observação: a tradição fixou a próclise ainda nos seguintes casos:
1) com o gerúndio precedido da preposição em:
Em lhe chegando o turno, volte ao trabalho com eficiência.
2) nas orações exclamativas e optativas, com o verbo no subjuntivo e sujeito
anteposto ao verbo:
Bons ventos o levem! Deus te ajude!
Note a diferença com: “Benza-o Deus!”. Nesta frase, o sujeito ficou
posposto ao verbo, porque o pronome teve de ser deslocado para não iniciar a
frase.
3) Com a preposição “para” seguida de infinitivo, a colocação pronominal é
facultativa (próclise ou ênclise), inclusive com palavra negativa:
Para se equilibrar, ele segurou um graveto.
Para equilibrar-se, ele segurou um graveto.
Para não se esquecer, escreveu o recado na mão.
Para não esquecer-se, escreveu o recado na mão.

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Mesóclise: o pronome é intercalado ao verbo, que deve estar no futuro do
presente do indicativo ou futuro do pretérito do indicativo. Mas, se houver
palavra atrativa, mesmo com os verbos nestes tempos, a colocação é a
próclise:
Mostrar-lhe-ei meus escritos. Falar-vos-iam a verdade?
Nunca lhe mostrarei meus escritos. Jamais vos falarei a verdade.
b. Agora, veja essas regras com uma locução verbal:
O pronome oblíquo átono pode posicionar-se em qualquer das três
formas a seguir:
infinitivo gerúndio particípio
1 Vou-lhe falar. Estou-lhe falando. Tenho-lhe falado.
2 Vou lhe falar. Estou lhe falando. Tenho lhe falado.
3 Vou falar-lhe. Estou falando-lhe. —
verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal

Quando há hífen, sabe-se que ocorre ênclise. Assim, na estrutura 1, há


ênclise ao verbo auxiliar; na 2 há próclise ao verbo principal e na 3 há ênclise
ao verbo principal. Note que não pode haver ênclise com verbo no particípio.
“Dica para memorizar: o particípio não participa da colocação
pronominal.”
Observe também que não se muda o sentido com a mudança de posição
do pronome oblíquo átono.
Outra importante observação: via de regra, com palavra atrativa, o
pronome oblíquo átono ficará proclítico ao auxiliar¹ ou ao principal², e enclítico
ao principal³:
infinitivo gerúndio particípio
1 Não lhe vou falar. Não lhe estou falando. Não lhe tenho falado.
2 Não vou lhe falar. Não estou lhe falando. Não tenho lhe falado.
3 Não vou falar-lhe. Não estou falando-lhe. —
verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal

Portanto, há de se concluir que as normas de colocação pronominal não


devem ser vistas como preceitos intocáveis, ficando, em muitos casos,
subordinados às exigências da ênfase, da harmonia e espontaneidade da
expressão.
Questão 44: Sec Edu AM / 2011 / nível superior
Fragmento do texto: Não se trata, nessas condições, de querer liquidar a
angústia, mas de saber se o homem deve procurar evitá-la, fugir dela por
qualquer saída, ou se, em vez disso, deve aceitá-la e aventurar-se a viver
longe da terra firme.
Em “Não se trata” (linha 1), a partícula “se” poderia ser corretamente
empregada após o verbo, escrevendo-se Não trata-se.
Comentário: A palavra atrativa “Não” obriga o posicionamento do pronome
átono “se” antes do verbo. Assim, a afirmativa está errada.
Gabarito: E

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Questão 45: Agente da Polícia Federal / 2000 / nível superior


Fragmento do texto: Recentemente me pediram para discutir os desafios
políticos que o Brasil tem pela frente.
A posição do pronome átono “me”, antecedendo o verbo, constitui uma
violação às regras da colocação pronominal da norma culta e, por isso, ele
deveria ser usado posposto a “pediram”.
Comentário: O advérbio “Recentemente” é palavra atrativa, por isso o
pronome está corretamente posicionado em próclise.
Gabarito: E

Questão 46: TCE PE – 2004 – Assistente Técnico Infor


Fragmento do texto: O que está em jogo é a própria idéia de Constituição,
que é muito maior que seu texto, seus constituintes ou as autoridades que
devem guardá-la. A democracia depende de os direitos serem levados a sério
por todos os cidadãos, sejam eles autoridades ou não.
Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao se empregar o
pronome átono de “guardá-la” (linha 3) antes da locução verbal, desde que
seja usada sua forma original, a, e o verbo esteja no infinitivo: guardar.
Comentário: Sabemos que o pronome oblíquo átono pode se posicionar de
três formas básicas diante de uma locução verbal com palavra atrativa: antes
do verbo auxiliar, após o verbo auxiliar (sem hífen) e após o verbo principal
(com hífen).
Mas note que, por motivos de eufonia e evitando-se a cacofonia ou
ambiguidade, como neste caso, não devemos inserir este pronome antes do
verbo “guardar”, pois geraria uma ambiguidade, soando o verbo “aguardar”
(devem a guardar).
Assim, ou este pronome se posiciona antes do verbo auxiliar, como foi
pedido na questão, ou se mantém após o verbo principal, como se encontra no
texto. Veja:
que devem guardá-la.
que a devem guardar.
Por isso, a questão está correta.
Gabarito: C

Questão 47: TCE TO – 2009 – Superior


O trecho “Ela não o viu ficar paralítico” admite, sem prejuízo para a correção
gramatical e o sentido original do texto, a seguinte reescrita: Ela não viu ficá-
lo paralítico.
Comentário: O pronome “o” está entre dois verbos de duas orações
diferentes. Nesta estrutura não há locução verbal, por isso, o pronome não
pode se movimentar de um verbo a outro. Assim, o sentido muda e a estrutura
fica incoerente.
Esta estrutura ocorre porque o verbo “viu” é chamado de sensitivo,
seguido de uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de
infinitivo.
Gabarito: E

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Questão 48: TRT - RJ / 2008 / nível superior
Fragmento do texto: Em consequência, nas vilas próximas às fazendas, se
concentra uma população detritária de velhos desgastados no trabalho e de
crianças entregues a seus avós.
Seria mantida a correção gramatical caso se empregasse o pronome posposto
ao verbo: concentra-se.
Comentário: O pronome oblíquo átono “se” está antecipado do verbo por
motivo eufônico, numa liberdade expressiva. A banca, então, sugere a
recolocação em ênclise, que seria o padrão natural, pois o termo atrativo (a
locução adverbial “Em consequência”) está separado por outra locução
adverbial intercalada de vírgulas. Perceba que a banca não diz que a
colocação original em próclise está errada, mesmo não havendo palavra
atrativa, pelo motivo anteriormente exposto.
Gabarito: C

Questão 49: Banco do Brasil / 2008 / nível médio


Fragmento do texto: Some-se a isso o faturamento com as tarifas e chega-
se aos resultados do ano passado, com os quais as instituições financeiras do
país se elevaram à condição de instituições mais rentáveis do planeta.
As regras gramaticais de emprego dos pronomes átonos permitem também a
redação de elevaram-se à condição, em lugar de “se elevaram à condição”,
sendo ambas as construções apropriadas a documentos oficiais.
Comentário: O pronome átono “se” está proclítico ao verbo “elevaram”,
mesmo não havendo palavra atrativa, o que é natural na linguagem atual por
motivo de eufonia. Assim, esse pronome pode ser deslocado também para
depois do verbo (ênclise).
Gabarito: C

Questão 50: TRE - TO/ 2006 / Analista


Fragmento de texto: Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados.
A substituição da expressão “serão definidos” por definir-se-ão garante a
correção gramatical do período.
Comentário: Normalmente se poderia substituir “serão definidos os nomes”
(voz passiva analítica) por “definir-se-ão os nomes” (voz passiva sintética). O
problema é que o advérbio “Amanhã” é palavra atrativa e exige a próclise; por
isso, o correto seria: “Amanhã se definirão os nomes”.
Gabarito: E

Questão 51: ANVISA / 2004 / Superior


Fragmento de texto: Há bactérias que só vivem em locais onde existe
petróleo. Quem identificá-las terá o mapa da mina para explorar o produto.
Para que o texto respeitasse completamente as normas da língua culta
exigidas em um relatório, atestado ou ofício, o pronome átono em “identificá-
las” deveria ser empregado antes do verbo: Quem as identificar.
Comentário: Vimos que o pronome interrogativo (“Quem”) é palavra
atrativa, portanto a próclise é obrigatória.
Gabarito: C

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Questão 52: TRE - ES / 2011 / nível médio
Fragmento de texto: A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema
democrático representativo deve basear-se no governo da maioria.
Em “deve basear-se”, a colocação do pronome “se” antes da forma verbal
“deve” atenderia à prescrição gramatical.
Comentário: Note que a locução verbal pode ser antecedida do pronome
oblíquo átono, mesmo sem palavra atrativa.
Gabarito: C

Questão 53: TRE - GO / 2008 / Analista


Fragmento de texto: Por muitos anos, pensávamos compreender o que era
interpretado, o que era uma interpretação; inquietávamo-nos, eventualmente,
a propósito de uma dificuldade em particular, ocorrida no trabalho de
interpretação.
Preservam-se a correção gramatical e a coerência das ideias do texto ao se
deslocar o pronome átono em “inquietávamo-nos” para antes do verbo,
escrevendo nos inquietava.
Comentário: Não é previsto na norma culta iniciar enunciado com pronome
oblíquo átono. Reforça-se o erro da questão com a mudança de pessoa do
discurso. O verbo estava na primeira pessoa do plural “inquietávamos” e
passou à terceira pessoa do singular: inquietava. Isso torna o texto
incoerente, pois no texto o pronome “nos” é reflexivo (o mesmo elemento é
sujeito e objeto direto). Com a mudança, deixou-se de ter um sujeito para
esta ação.
Gabarito: E

Questão 54: TRE - GO / 2008 / Analista


Fragmento de texto: Censurar, proibir e reprimir são atitudes antipáticas,
porque geralmente são vistas pela sociedade como inimigas da liberdade
individual, da criatividade e da verdade.
A expressão, na voz passiva, “são vistas pela sociedade” corresponde à voz
ativa a sociedade vê-nas, que a pode substituir sem prejudicar a correção e
a coerência do texto.
Comentário: O problema não é a transposição de voz passiva analítica (são
vistas) para a voz ativa (a sociedade vê ...). Veja que o verbo “vê” não
termina em “m”, nem possui sinal til (~). Por isso, não se pode adicionar “n”
no pronome “as”. O correto é: a sociedade vê-as... ou ... a sociedade as vê...
Gabarito: E

Questão 55: Procurador Federal / 2002 / nível superior


Fragmento do texto: Observamos a impossibilidade de surgirem
individualidades dignas de dirigir o país para melhores destinos, porque o
país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do trabalho honrado, das
virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-se honestamente, está,
como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”.
Em “procura elevar-se”, estaria correta a colocação pronominal procura se
elevar.
Comentário: Vimos que, numa locução verbal antecedida de palavra atrativa
(neste caso “que”), o pronome pode ficar proclítico ao verbo auxiliar (que se
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procura elevar), proclítico ao verbo principal (que procura se elevar) ou
enclítico ao verbo principal (que procura elevar-se).
Gabarito: C

Questão 56: TRE - GO / 2008 / nível superior


Fragmento do texto: Povo e tesouro, para os efeitos puramente pecuniários,
pode dizer-se que são a mesma coisa...
Em “pode dizer-se” estaria igualmente correta a colocação pronominal pode-
se dizer.
Comentário: As colocações naturais do pronome oblíquo átono numa locução
verbal são três: pode-se dizer; pode se dizer; pode dizer-se. Portanto, a
afirmativa está correta.
Gabarito: C

Questão 57: TRE - ES / 2011 / nível médio


Fragmento de texto: A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema
democrático representativo deve basear-se no governo da maioria.
Em “deve basear-se”, a colocação do pronome “se” antes da forma verbal
“deve” atenderia à prescrição gramatical.
Comentário: Por questões de eufonia, a locução verbal pode ser antecedida
do pronome oblíquo átono, mesmo sem palavra atrativa.
Gabarito: C

Chegamos, então, ao último assunto: a ortografia.


Ao analisarmos as provas da banca CESPE, percebemos que a ortografia
é cobrada de maneira simples e também não aparece com tanta frequência;
mas, como está prevista no edital, vamos trabalhá-la nesta aula.
Você vai notar que esse assunto fica ainda mais simples, não
necessitando de decoreba, porque muitas palavras se repetem nas questões.
Abaixo, temos as regras básicas da ortografia. São princípios norteadores
desse tema. Em seguida, inserimos um resumo da regra do hífen para que
você fique tranquilo. Mas aqui cabe uma ressalva: para montagem destas
aulas são pesquisadas questões de um universo de mais de duzentas provas e
não temos visto nenhuma questão de hífen. Mas isso tem uma explicação: a
banca CESPE evita o tema controverso. E o uso do hífen acumula indagações
de gramáticos e pesquisadores, principalmente agora com a reforma
ortográfica.
Após o ano de 2009, quando entrou em vigor essa reforma, nada foi
cobrado sobre este assunto. Isso reforça que temos que estudar pela
tendência, aplicar seu tempo naquilo que cai. Então procure “ler” essa regra,
sem a preocupação de decorar, procure simplesmente associá-la ao dia a
dia(antes essa expressão tinha hífen, agora não tem mais!!!!).
Vamos, então, à regra básica da ortografia. Esse tema trabalha a
memória fotográfica. O ideal, portanto, é ler em voz alta essa regra e as
palavras que a compõem, para que se fixem na memória. Ao lermos em voz
alta, forçamos o cérebro a captar o som e consequentemente a “imagem” da
palavra. Então, grife somente as palavras que possam ter escrita diferente ou
pouco comum ao seu conhecimento; depois volte lendo apenas as que deram
trabalho. Isso ajuda muito!

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Volto a afirmar: não perca tempo com decoreba! Depois de ver as
questões, você vai entender melhor por que digo isso.

ALGUNS FONEMAS E ALGUMAS LETRAS


Usa-se a letra “X”
a) após um ditongo: ameixa, caixa, peixe, eixo, frouxo, trouxa, baixo,
encaixar, paixão, rebaixar.
Cuidado com a exceção recauchutar e seus derivados.
b) após o grupo inicial “en”: enxada, enxaqueca, enxerido, enxame,
enxovalho, enxugar, enxurrada.
Cuidado com encher e seus derivados (lembre-se de cheio) e palavras
iniciadas por ch que recebem o prefixo en-: encharcar (de charco), enchapelar
(de chapéu), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro).
c) após o grupo inicial “me”: mexer, mexerica, mexerico, mexilhão, mexicano.
A única exceção é mecha.
d) nas palavras de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas
aportuguesadas: xavante, xingar, xique-xique, xará, xerife, xampu.
Atente para a grafia das seguintes palavras: capixaba, bruxa, caxumba,
faxina, graxa, laxante, muxoxo, praxe, puxar, relaxar, rixa, roxo, xale,
xaxim, xenofobia, xícara.
Atente para o uso de “ch” nas seguintes palavras: arrocho, apetrecho,
bochecha, brecha, broche, chalé, chicória, cachimbo, comichão, chope,
chuchu, chute, debochar, fachada, fantoche, fechar, flecha, linchar, mochila,
pechincha, piche, pichar, salsicha, tchau.
Uma boa dica para fixar a grafia de lixo é associá-la a faxina: depois da
faxina, refugos no lixo.
Há vários casos de palavras cuja grafia se distingue pelo contraste entre o “x”
e o “ch". Vamos a algumas delas:
brocha (pequeno prego) e broxa (pincel para caiação de paredes);
chá (planta para preparo de bebida) e xá (título do antigo soberano do Irã);
chácara (propriedade rural) e xácara (narrativa popular em versos);
cheque ,(ordem de pagamento) e xeque (jogada do xadrez, risco, contratempo);
cocho (vasilha para alimentar animais) e coxo (capenga, imperfeito);
tacha (mancha, defeito; pequeno prego) e taxa (imposto, tributo); daí, tachar
(colocar defeito ou nódoa em alguém) e taxar (cobrar impostos).
O FONEMA /g/ (letras “g” e “j”)
A letra g somente representa o fonema /g/ diante das letras e e i. Diante das
letras “a”, “o” e “u”, esse fonema é necessariamente representado pela letra j.
Usa-se a letra g:
a) nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem: agiotagem, aragem,
barragem, contagem, coragem, garagem, malandragem, miragem, viagem;
fuligem, impigem (ou impingem), origem, vertigem; ferrugem, lanugem,
rabugem, salsugem.
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Cuidado com as exceções pajem e lambujem.
b) nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -igio, -ógio, -úgio: adágio,
contágio, estágio, pedágio; colégio, egrégio; litígio, prestígio; necrológio,
relógio; refúgio, subterfúgio.
Preste atenção ainda às seguintes palavras grafadas com g: aborígine,
agilidade, algema, apogeu, argila, auge, bege, bugiganga, cogitar, drágea,
faringe, fugir, geada, gengiva, gengibre, gesto, gibi, herege, higiene,
impingir, monge, rabugice, tangerina, tigela, vagem.
Usa-se a letra j:
a) nas formas dos verbos terminados em -jar: arranjar (arranjo, arranje,
arranjem, por exemplo); despejar (despejo, despeje, despejem); enferrujar
(enferruje, enferrujem), viajar (viajo, viaje, viajem).
b) nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica: jê, jiboia, pajé,
jirau, caçanje, alfanje, alforje, canjica, jerico, manjericão, Moji.
c) nas palavras derivadas de outras que já apresentam j: gorjear, gorjeio,
gorjeta (derivadas de gorja); cerejeira (derivada de cereja); laranjeira (de
laranja); lisonjear, lisonjeiro (de lisonja); lojinha, lojista (de loja); sarjeta (de
sarja); rijeza, enrijecer (de rijo); varejista (de varejo).
Preste atenção ainda às seguintes palavras que se escrevem com j: berinjela,
cafajeste, granja, hoje, intrujice, jeito, jejum, jerimum, jérsei, jiló, laje,
majestade, objeção, objeto, ojeriza, projétil (ou projetil), rejeição, traje,
trejeito.

O FONEMA /z/ (LETRA “s” e “z”)


A letra s representa o fonema /z/ quando é intervocálica: asa, mesa, riso.
Usa-se a letra s:
a) nas palavras que derivam de outra em que já existe s:
casa - casinha, casebre, casinhola, casarão, casario;
liso - lisinho, alisar, alisador (não confunda com a grafia de “deslize”);
análise - analisar, analisador, analisante.
b) nos sufixos:
-ês, -esa (para indicação de nacionalidade, título, origem): chinês, chinesa;
marquês, marquesa; burguês, burguesa; calabrês, calabresa; duquesa;
baronesa;
-ense, -oso, -osa (formadores de adjetivos): paraense, caldense, catarinense,
portense; amoroso, amorosa; deleitoso, deleitosa; gasoso, gasosa;
espalhafatoso, espalhafatosa;
-isa (indicador de ocupação feminina): poetisa, profetisa, papisa, sacerdotisa,
pitonisa.
c) após ditongos: lousa, coisa, causa, Neusa, ausência, Eusébio, náusea.

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d) nas formas dos verbos pôr (e derivados) e querer: pus, pusera, pusesse,
puséssemos; repus, repusera, repusesse, repuséssemos; quis, quisera,
quisesse, quiséssemos.
Atente para o uso da letra s nas seguintes palavras: abuso, aliás, anis, asilo,
atrás, através, aviso, bis, brasa, colisão, decisão, Elisabete, evasão,
extravasar, fusível, hesitar, Isabel, lilás, maisena, obsessão (mas obcecado),
ourivesaria, revisão, usura, vaso.
Usa-se a letra z:
a) nas palavras derivadas de outras em que já existe z:
deslize – deslizar (não confunda com a grafia do adjetivo “liso”),
baliza - abalizado;
razão - razoável, arrazoar, arrazoado;
raiz - enraizar
Como batizado deriva do verbo batizar, também se grafa com z.
b) nos sufixos:
-ez, -eza (formadores de substantivos abstratos a partir de adjetivos): rijo,
rijeza; rígido, rigidez; nobre, nobreza; surdo, surdez; inválido, invalidez;
intrépido, intrepidez; sisudo, sisudez; avaro, avareza; macio, maciez; singelo,
singeleza.
-izar (formador de verbos) e ção (formador de substantivos): civilizar,
civilização; humanizar, humanização; colonizar, colonização; realizar,
realização; hospitalizar, hospitalização.
Não confunda com os casos em que se acrescenta o sufixo -ar a palavras que
já apresentam s: analisar(análise), pesquisar(pesquisa), avisar(aviso).
Observe o uso da letra z nas seguintes palavras: assaz, batizar (mas
batismo), bissetriz, buzina, catequizar (mas catequese), cizânia, coalizão,
cuscuz, giz, gozo, prazeroso, regozijo, talvez, vazar, vazio, verniz.
Há palavras em que se estabelece distinção escrita por meio do contraste s/z:
cozer (cozinhar) e coser (costurar);
prezar (ter em consideração) e presar (prender, apreender);
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior).
Em muitas palavras, o fonema /z/ é representado pela letra x: exagero,
exalar, exaltar, exame, exato, exasperar, exausto, executar, exemplo,
exequível, exercer, exibir, exílio, exímio, existir, êxito, exonerar, exorbitar,
exorcismo, exótico, exuberante, inexistente, inexorável.

O FONEMA /s/ (LETRAS “s”, “c”, “ç” e “x” ou DÍGRAFOS “sc”, “sc”,
“ss”, “xc” e “xs”)
Observe os seguintes procedimentos em relação à representação gráfica desse
fonema:
a) a correlação gráfica entre nd e ns na formação de substantivos a partir de
verbos:

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ascender→ascensão; distender→distensão; expandir→expansão;
suspender→suspensão; pretender→pretensão; tender→tensão;
estender→extensão.
b) a correlação gráfica entre ced e cess em nomes formados a partir de
verbos:
ceder→cessão; conceder→concessão; interceder→intercessão;
exceder→excesso, excessivo; aceder→acesso.
c) a correlação gráfica entre ter e tenção em nomes formados a partir de
verbos:
abster→abstenção; ater→atenção; conter→contenção;
deter→detenção; reter→retenção.
Observe as seguintes palavras em que se usa o dígrafo sc: acrescentar,
acréscimo, adolescência, adolescente, ascender (subir), ascensão, ascensor,
ascensorista, ascese, ascetismo, ascético, consciência, crescer, descender,
discente, disciplina, fascículo, fascínio, fascinante, piscina, piscicultura,
imprescindível, intumescer, irascível, miscigenação, miscível, nascer,
obsceno, oscilar, plebiscito, recrudescer, reminiscência, rescisão, ressuscitar,
seiscentos, suscitar, transcender.
Na conjugação dos verbos acima apresentados, surge sç: nasço, nasça;
cresço, cresça.
Cuidado com sucinto, em que não se usa sc.
Em algumas palavras, o som /s/ é representado pela letra x: auxílio, auxiliar,
contexto, expectativa, expectorar, experiência, experto (conhecedor,
especialista), expiar (pagar), expirar (morrer), expor, expoente,
extravagante, extroversão, extrovertido, sexta, sintaxe, têxtil, texto, textual,
trouxe.
Cuidado com esplendor e esplêndido.
Há casos em que se criam oposições de significado devido ao contraste gráfico.
Observe:
acender (iluminar, pôr fogo) e ascender (subir);
acento (inflexão de voz ou sinal gráfico) e assento (lugar para se sentar);
caçar (perseguir a caça) e cassar (anular);
cegar (tornar cego) e segar (ceifar, cortar para colher);
censo (recenseamento, contagem) e senso (juízo);
cessão (ato de ceder), seção ou secção (repartição ou departamento; divisão)
e sessão (encontro, reunião);
concerto (acordo, arranjo, harmonia musical) e conserto (remendo, reparo);
espectador (o que presencia) e expectador (o que está na expectativa);
esperto (ágil, rápido, vivaz) e experto (conhecedor, especialista);
espiar (olhar, ver, espreitar) e expiar (pagar uma culpa, sofrer castigo);
espirar (respirar) e expirar (morrer);
incipiente (iniciante, principiante) e insipiente (ignorante);
intenção ou tenção (propósito, finalidade) e intensão ou tensão (intensidade,
esforço);
paço (palácio) e passo (passada).

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Pode ocorrer ainda xc, e, mais raramente, xs: exceção, excedente, exceder,
excelente, excesso, excêntrico, excepcional, excerto, exceto, excitar;
exsicar, exsolver, exsuar, exsudar.

AINDA A LETRA “x”


Esta letra pode representar dois fonemas, soando como "ks": afluxo, amplexo,
anexar, anexo, asfixia, asfixiar, axila, boxe, clímax, complexo, convexo, fixo,
flexão, fluxo, intoxicar, látex, nexo, ortodoxo, óxido, paradoxo, prolixo,
reflexão, reflexo, saxofone, sexagésimo, sexo, tóxico, toxina.

AS LETRAS “e” E “i”


a) Cuidado com a grafia dos ditongos: os ditongos nasais /ãj/ e /ãj/ escrevem-
se ãe e õe: mãe, mães, cães, pães, cirurgiães, capitães; põe, põem, depõe,
depõem;
- só se grafa com i o ditongo /ãj/, interno: cãibra (ou câimbra).
b) Cuidado com a grafia das formas verbais:
- as formas dos verbos com infinitivos terminados em -oar, e -uar são grafadas
com “e”: abençoe, perdoe, magoe; atue, continue, efetue;
- as formas dos verbos infinitivos terminados em -air, -oer, e -uir, são
grafadas com “i”: cai, sai; dói, rói, mói, corrói; influi, possui, retribui, atribui.
c) Cuidado com as palavras se, senão, sequer, quase e irrequieto.
A oposição e/i é responsável pela diferenciação de várias palavras:
área (superfície) e ária (melodia);
deferir (conceder) e diferir (adiar ou divergir);
delação (denúncia) e dilação (adiamento, expansão);
descrição (ato de descrever) e discrição (qualidade de quem é discreto);
descriminação (absolvição) e discriminação (separação);
emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar);
emigrar (sair do país onde se nasceu) e imigrar (entrar em país estrangeiro);
eminente (de condição elevada) e iminente (inevitável, prestes a ocorrer);
vadear (passar a vau) e vadiar (andar à toa).

AS LETRAS “o” E “u”


A oposição o/u é responsável pela diferença de significado entre várias
palavras:
comprimento (extensão) e cumprimento (saudação; realização);
soar (emitir som) e suar (transpirar);
sortir (abastecer) e surtir (resultar).

A LETRA “h”
É uma letra que não representa fonema. Seu uso se limita aos dígrafos ch, lh e
nh, a algumas interjeições (ah, hã, hem, hip, hui, hum, oh) e a palavras em
que surge por razões etimológicas. Observe algumas palavras em que surge o
h inicial: hagiografia, haicai, hálito, halo, hangar, harmonia, harpa, haste,
hediondo, hélice, Hélio, Heloísa, hemisfério, hemorragia, Henrique, herbívoro
(mas erva), hérnia, herói, hesitar, hífen, hilaridade, hipismo, hipocondria,

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hipocrisia, hipótese, histeria, homenagem, hóquei, horror, Hortênsia, horta,
horto (jardim), hostil, humor, húmus.
Em Bahia, o h sobrevive por tradição histórica. Observe que nos derivados ele
não é usado: baiano, baianismo.
RESUMO DO USO DO HÍFEN:
Como era Nova regra Como é
ante-sala, ante-sacristia, Não se emprega antessala, antessacristia,
auto-retrato, anti-social, o hífen nos autorretrato, antissocial,
anti-rugas, compostos em antirrugas,
arqui-romântico, que o prefixo ou arquirromântico,
arqui-rivalidade, falso prefixo arquirrivalidade,
auto-regulamentação, termina em vogal autorregulamentação,
auto-sugestão, e o segundo autossugestão,
contra-senso,contra-regra, elemento começa contrassenso, contrarregra,
contra-senha, por r ou s, contrassenha,
extra-regimento, devendo essas extrarregimento,
extra-sístole, extra-seco, consoantes se extrassístole, extrasseco,
infra-som, infra-renal, duplicarem. infrassom, infrarrenal,
ultra-romântico, ultrarromântico,
ultra-sonografia, ultrassonografia,
semi-real, semi-sintético, semirreal, semissintético,
supra-renal, supra-sensível suprarrenal, suprassensível
• O uso do hífen permanece nos compostos em que os prefixos super, hiper,
inter, terminados em -r, aparecem combinados com elementos também
iniciados por -r: hiper-rancoroso, hiper-realista, hiper-requintado, hiper-
requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-
realista, super-resistente, super-revista etc.
auto-afirmação,auto-ajuda, Não se emprega o autoafirmação, autoajuda,
auto-aprendizagem, hífen nos compostos autoaprendizagem,
auto-escola, auto-estrada, em que o prefixo ou autoescola, autoestrada,
auto-instrução, falso prefixo termina autoinstrução,
contra-exemplo, em vogal e o contraexemplo,
contra-indicação, segundo elemento contraindicação,
contra-ordem, começa por vogal contraordem,
extra-escolar, diferente. extraescolar, extraoficial,
extra-oficial, infraestrutura,
infra-estrutura, intraocular, intrauterino,
intra-ocular, intra-uterino, neoexpressionista,
neo-expressionista, neoimperialista,
neo-imperialista, semiaberto,
semi-aberto, semi-árido, semiautomático,
semi-automático, semiárido,
semi-embriagado, semiembriagado,
semi-obscuridade, semiobscuridade,
supra-ocular,ultra-elevado supraocular, ultraelevado

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• Esta nova regra normatiza os casos do uso do hífen entre vogais diferentes,
como já acontecia anteriormente na língua em compostos como: antiaéreo,
antiamericanismo, coeducação, agroindustrial, socioeconômico etc.
• O uso do hífen permanece nos compostos com prefixo em que o segundo
elemento começa por -h: ante-hipófise, anti-herói, anti-higiênico, anti-
hemorrágico, extra-humano, neo-helênico, semi-herbáceo, super-homem,
supra-hepático etc.
antiibérico, Emprega-se o hífen anti-ibérico,
antiinflamatório, nos compostos em anti-inflamatório,
antiinflacionário, que o prefixo ou falso anti-inflacionário,
antiimperalista, prefixo termina em anti-imperalista,
arquiinimigo, vogal e o segundo arqui-inimigo,
arquiirmandade, elemento começa por arqui-irmandade,
microondas, vogal igual. micro-ondas,
microônibus, micro-ônibus,
microorgânico micro-orgânico
• Estes compostos, anteriormente grafados em uma única palavra, escrevem-
se agora com hífen por força da regra anterior.
• Esta regra normatiza todos os casos do uso do hífen entre vogais iguais,
como já acontecia anteriormente na língua em compostos como: auto-
observação, contra-argumento, contra-almirante, eletro-ótica, extra-
atmosférico, infra-assinado, infra-axilar, semi-interno, semi-integral, supra-
auricular, supra-axilar, ultra-apressado etc. (Nestes casos, o hífen
permanece.)
• Nos prefixos átonos1 co-, pre-, re- e pro-, não se usa o hífen: coordenar,
reescrever, propor, preestabelecer.
manda-chuva, pára- Não se emprega o mandachuva, paraquedas,
quedas, pára-quedista hífen em certos paraquedista
compostos em que se
perdeu, em certa
medida, a noção de
composição.
• O uso do hífen permanece nas palavras compostas que não contêm um
elemento de ligação e constituem uma unidade sintagmática e semântica,
mantendo acento próprio, bem como naquelas que designam espécies
botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas,
guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-
doce, mal-me-quer, bem-te-vi, formiga-branca etc.
1. O uso do hífen permanece:
a) nos compostos com os prefixos ex-, vice-, soto-: ex-marido, vice-
presidente, soto-mestre;
b) nos compostos com os prefixos circum- e pan- quando o segundo
elemento começa por vogal, m ou n: pan-americano, circum-navegação;
c) nos compostos com os prefixos tônicos 2acentuados pré-, pró- e pós-
quando o segundo elemento tem vida própria na língua: pré-natal, pró-

1
É muito importante você perceber que os prefixos “pre” e “pro” são átonos (portanto, sem acento).

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desarmamento, pós-graduação.
d) nos compostos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que
representam formas adjetivas, como -açu, -guaçu e -mirim, quando o
primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando a
pronúncia exige a distinção gráfica entre ambos: amoré-guaçu, manacá-
açu, jacaré-açu, Ceará-Mirim, paraná-mirim.
e) nos topônimos iniciados pelos adjetivos grão e grã ou por forma verbal ou
por elementos que incluam um artigo: Grã-Bretanha, Santa Rita do Passa-
Quatro, Baía de Todos-os-Santos etc.
f) nos compostos com os advérbios mal e bem quando estes formam uma
unidade sintagmática e semântica e o segundo elemento começa por vogal
ou -h: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal-estar, mal-
humorado. Entretanto, nem sempre os compostos com o advérbio bem
escrevem-se sem hífen quando este prefixo é seguido por um elemento
iniciado por consoante: bem-nascido, bem-criado, bem-visto (ao contrário
de malnascido, malcriado e malvisto).
g) nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem: além-
mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-casados, sem-número, sem-
teto.
2. Não se emprega o hífen nas locuções de qualquer tipo (substantivas,
adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais):
cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel , sala de jantar,
cor de vinho, ele próprio, à vontade, abaixo de , acerca de, a fim de que
etc.
• São exceções algumas locuções já consagradas pelo uso: água-de-colônia,
arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará,
à queima-roupa.

Vamos às questões!!!

Questão 58: BACEN / 2007 / Analista


Julgue os itens seguintes, relativamente ao uso correto do sistema gráfico da
língua portuguesa, do vocabulário e da pontuação.
Em todas as organizações consultadas, o adestramento acontece apenas no
andar de cima; exepcionalmente, se abandonou o chão da fábrica.
Comentário: A frase encontra-se com desvios gramaticais na grafia e na
colocação pronominal.
A grafia correta é “excepcionalmente”, a colocação pronominal correta é
“abandonou-se”, porque na forma anterior, estava-se iniciando novo
enunciado com o pronome oblíquo átono.
A pontuação está correta, pois o ponto e vírgula separa a primeira
oração que já possui vírgula interna “Em todas as organizações consultadas, o
adestramento acontece apenas no andar de cima” da oração seguinte
“excepcionalmente, abandonou-se o chão da fábrica”, a qual também possui
divisão interna por vírgula.
Gabarito: E

2
É muito importante você perceber que os prefixos “pré” e “pró” são tônicos (portanto, acentuados).

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Questão 59: Posso saber o saldo de minha conta corrente, se quizer, dizendo
que a máquina projete à parede, do lado esquerdo, o extrato bancário.
Comentário: O primeiro problema na frase é a grafia “quizer”. Esse verbo
deve ser escrito com “s” (quiser). O outro problema é o adjunto adnominal
“do lado esquerdo” estar entre vírgulas. Perceba que se está restringindo a
que parede o extrato bancário será projetado. Então este termo caracteriza o
núcleo “parede”. Para evitar qualquer dúvida, veja que o verbo “projete” é
transitivo direto, “o extrato bancário” é o objeto direto e a expressão “à
parede do lado esquerdo” é o adjunto adverbial de lugar, o qual também
poderia ter sido iniciado pela preposição “em” (na).
Gabarito: E

Questão 60: MRE / 2008 / Superior


Com correção gramatical, a frase assim poderia ser expressa:
É necessário a ruptura com interpretações baseadas em esquemas alheios aos
povos latino-americanos, tal como a mistificação do passado colonial, visto
que elas constituem impecilho à compreensão da identidade destes povos bem
como a sua efetiva emancipação.
Comentário: Primeiro, vamos ao problema gráfico, por ser o tema desta
aula. A correta grafia é “empecilho”. O segundo problema é a concordância.
Veja que a expressão “É necessário” possui o sujeito “ruptura” iniciado por
artigo “a”. Portanto, o adjetivo deve se flexionar obrigatoriamente no
feminino: É necessária a ruptura...
Gabarito: E

Questão 61: SEPLAG MG / 2008 / Médio


Fragmento do texto: Quanto aos bilhetes com ameaças, a Subsecretaria de
Administração Prisional informou que não há ocorrência de maus-tratos aos
detentos da Penitenciária Dutra Ladeira e que todas as ações realizadas no
interior da unidade são acompanhadas pelo Ministério Público, pela
Corregedoria do Sistema de Defesa Social, pela Ouvidoria do Sistema Prisional
e pela Defensoria Pública Estadual.
A expressão “maus-tratos” (linha 2) estaria igualmente correta se fosse
grafada como maltratos.
Comentário: Primeiro, perceba que a banca não está cobrando regra de
hífen, ela simplesmente quer que você perceba a diferença de “mal” (com “l”:
oposto de bem) e “mau” (com “u”: oposto de bom). Assim, temos o adjetivo
“maus” que caracteriza o substantivo “tratos” (bons tratos → maus tratos).
Por isso, não existe a palavra “maltratos”, mas “maus-tratos”.
Mas existem as palavras maltratar, maltratado. Perceba que agora
“tratar” é verbo, e “tratado” é particípio com valor de adjetivo. Logo, o
vocábulo que se juntou a ele (mal) não pode ser um adjetivo (oposto de
bom), deve ser um advérbio (oposto de bem). Portanto, neste outro caso só
cabe o advérbio “mal”.
Gabarito: E

Questão 62: Polícia Federal / 1997 / Delegado


A segurança da população não é prioridade, haja visto que no Brasil o salário
dos policiais foi enterrado no último prejuízo do Banco do Brasil.

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Comentário: A locução conjuntiva adverbial de causa corretamente grafada é
“haja vista que”.
Gabarito: E

Questão 63: TRT - RJ / 2008/ Analista


O vocábulo traz corresponde apenas a uma das formas do verbo trazer; a
forma trás é empregada na indicação de lugar (equivale a parte posterior).
Comentário: A afirmativa está correta, pois o vocábulo “traz” é a flexão do
verbo “trazer” na terceira pessoa do singular no presente do indicativo,
conservando a letra “z”. Já o vocábulo “trás” é o advérbio de lugar. Lembre-se
de “traseira”. Assim, realmente significa parte posterior.
Gabarito: C

Questão 64: CEF / 2010 / Médio


Fragmento do texto: Nos Estados Unidos da América (EUA), o segundo
maior mercado mundial de azeite, atrás apenas da União Europeia, o número
ficou na casa dos 20%.
O vocábulo “atrás” (linha 2) pode ser corretamente grafado também da
seguinte forma: atraz.
Comentário: Não existe o vocábulo “atraz”. Existe a forma verbal no
presente do indicativo “traz” (Ela traz sempre o livro.) e os advérbios “trás” (O
ladrão aproximou-se por trás e roubou a bolsa.) e “atrás” (A polícia está atrás
desse bandido.).
Gabarito: E

Questão 65: CEF / 2009 / Médio


Fragmento do texto: Carlos Alberto Ramos, professor do Departamento de
Economia da Universidade de Brasília, aponta falhas nessa missão. Ele
identifica um abismo na transição entre o sistema escolar e o mercado de
trabalho. “Nosso modelo educacional é muito segmentado, e os
conhecimentos de línguas e matemática, por exemplo, são muito diferentes
dos valores compreendidos durante a vida profissional”, defende.
O vocábulo ‘segmentado’ (linha 4) apresenta dupla grafia, podendo ser
grafado também seguimentado, tal como ocorre com segmento e
seguimento.
Comentário: O adjetivo “segmentado” é derivado do substantivo
“segmento”. Ambos significam aquilo que é ou está dividido em partes,
diverso. A troca pela grafia “seguimentado” está incorreta, pois este vocábulo
não existe no Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa.
Já o substantivo “seguimento” existe e significa ato ou efeito de seguir,
daí se tira também o sentido de trazer como resultado, consequência:
“Sua proposta de otimização dos sistemas da empresa não teve seguimento.”
Gabarito: E

Questão 66: IPC / 2007 / Superior


Fragmento do texto: Com exceção de algumas sociedades africanas — nas
quais as mulheres desempenham papéis importantes na vida ritual e
econômica —, a maior parte das sociedades humanas permite mais ampla

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participação na vida cultural aos elementos do sexo masculino. Grande parte
da vida ritual do Xingu, por exemplo, é interditada às mulheres. Em alguns
segmentos de nossa sociedade, o trabalho fora de casa é considerado
inconveniente para o sexo feminino.
Segundo as regras de ortografia da língua portuguesa, e sem que se alterem
os sentidos do texto, a palavra “segmentos” também poderia ser escrita como
seguimentos.
Comentário: Como já visto na outra questão, o vocábulo “segmentos”
significa aquilo que é ou está dividido em partes, diverso. A troca pela grafia
“seguimentos” implica mudança de sentido (ato ou efeito de seguir, trazer
como resultado, consequência). Assim, há mudança de sentido com a troca e
a questão está errada.
Gabarito: E

Questão 67: TRE GO / 2008 / Superior


Fragmento do texto: Vamos ao princípio geral. S. Ex.ª confunde nomeação
e vocação. Ponhamos o caso em mim. Eu, se amanhã me nomearem bispo,
poderia receber com regularidade a côngrua e os emolumentos, mas, por falta
de vocação, preferia uma boa rede a todas as câmaras eclesiásticas. S. Ex.ª
dirá, porém, que esta hipótese é absurda; aqui vai outra.
Para assegurar o paralelismo sintático e a correlação entre tempos e modos
verbais, estaria gramaticalmente correta a substituição de “preferia” (linha 4)
por prefereria.
Comentário: Quanto ao emprego verbal, a substituição estaria correta,
porém se deve notar o erro de grafia, pois o verbo “preferir” possui a base
“preferi”, a qual recebe a desinência de futuro do pretérito “ria”. Assim, o
correto é “preferiria”.
Gabarito: E

Questão 68: Polícia Militar CE - 2012 - nível médio


Fragmento de texto: Os governos da Bélgica, França, Grã-Bretanha, Itália e
Estados Unidos da América decidiram homenagear, de forma especial, a
memória desses soldados.
Caso o verbo decidir seja suprimido da expressão “decidiram homenagear”
(linha 2), o verbo homenagear, que se conjuga pelo modelo de odiar deverá
ser grafado homenagiaram.
Comentário: Como o verbo auxiliar “decidiram” encontra-se no pretérito
perfeito do indicativo, ao transformarmos a locução verbal em verbo simples,
deve haver a transformação do infinitivo do verbo principal em tempo verbal
(pretérito perfeito do indicativo).
Mas o verbo “homenagear” não se conjuga como “odiar” no pretérito
perfeito do indicativo. Veja:
Eu odiei, tu odiaste, ele odiou, nós odiamos, vós odiastes, eles odiaram.
Eu homenageei, tu homenageaste, ele homenageou, nós homenageamos, vós
homenageastes, eles homenagearam.
Assim, o pretérito perfeito do indicativo do verbo “homenagear” é
“homenagearam”.
O problema da questão foi ortográfico.

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Gabarito: E

Questão 69: TRE GO / 2008 / Superior


Fala-se (A) muito em eleições violentas e corruptas, a bico de pena, a
bacamarte, a faca e a pau. Nenhuma dessas palavras é nova aos (B) meus
ouvidos. Conheço-as desde a infância. Crespas são deveras; na entrada do
próximo século é força (C) mudar de método ou de nomeclatura (D). Ou o
mesmo sistema com outros nomes, ou estes nomes com diversa aplicação
(E).
Trecho adaptado de Machado de Assis. A semana. In: Obra
Completa, v. III, Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 649.

Considerando que cada opção abaixo corresponda, no texto, à expressão ou


palavra destacada em negrito que imediatamente antecede o símbolo A, B, C,
D ou E, assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
(A) (B) (C) (D) (E)
Comentário: O único problema é gráfico. Falta um “n” na alternativa (D). O
vocábulo corretamente escrito deve ser “nomenclatura”.
Houve muita gente que não percebeu a falta do “n” e colocou a culpa no
coitado do verbo “Fala-se” colocando-o no plural...!!!!
Perceba que esse verbo é transitivo indireto e exige o objeto indireto
“em eleições violentas e corruptas”. Assim, o pronome “se” é o índice de
indeterminação do sujeito, sobre o qual falamos em nossa aula de
concordância. Lembra?!!! Esse verbo deve permanecer na terceira pessoa do
singular, tal como está nesta alternativa.
A alternativa (B) está correta, porque “aos meus ouvidos” é o
complemento nominal do adjetivo “nova”. Esse adjetivo exigiu, neste
contexto, a preposição “a”.
A alternativa (C) está correta, tendo em vista que “força” é o predicativo
do sujeito oracional “mudar de...”. Por isso, não se flexiona.
Algumas pessoas também à época marcaram esta alternativa (E) como
a errada, alegando que “diversa aplicação” deveria estar no plural: diversas
aplicações. Primeiro, perceba que a questão pede para verificarmos o uso do
vocábulo em negrito. Assim, não podemos flexionar o substantivo
“aplicação”, se não foi permitido flexionarmos o adjetivo “diversa”. Além
disso, o sentido muda. O vocábulo “diversa” está no sentido de variada,
diferente (variada aplicação, diferente aplicação). Não está no sentido de
muitas, várias aplicações.
Gabarito: D

Questão 70: IPEA / 2008 / Superior


Julgue a frase abaixo quanto à correção gramatical.
Mas as empresas privadas não dispõem de capital suficiente para isso, e, se
despuzessem, esbarrariam em obstáculos históricos, como seu notório temor
de aplicações de risco e sua falta de experiência.
Comentário: O único problema na questão é a grafia do verbo derivado de
pôr. Esse verbo, flexionado na terceira pessoa do plural do tempo pretérito
imperfeito do subjuntivo, é “pusessem”. Assim, basta inserirmos o prefixo
“dis”: dispusessem.
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Gabarito: E

Questão 71: MDS / 2008 / Superior


Fragmento do texto: O conhecimento e a aprendizagem sobre a escala local
proporcionados pelas informações estatísticas vêm responder às exigências
imediatas de compreensão da heterogeneidade estrutural no Brasil.
De acordo com a ortografia oficial, admite-se que o termo “heterogeneidade”
seja grafado como heterogenidade.
Comentário: Este substantivo só admite uma grafia. Ele é derivado do
adjetivo “heterogêneo”. Para sua formação, troca-se o “o” por “i”, e
acrescenta-se o sufixo “-dade”.
Gabarito: E

Questão 72: TRT - RJ / 2008/ Analista


A grafia correta do verbo correspondente a ressurreição é ressucitar.
Comentário: A afirmativa está errada, porque a grafia correta do verbo é
“ressuscitar”. O substantivo “ressurreição” é derivado deste verbo.
Gabarito: E

Questão 73: TRT - RJ / 2008/ Analista


Apesar de a grafia correta do verbo poetizar exigir o emprego da letra “z”, o
feminino de poeta é grafado com s.
Comentário: A afirmativa está correta, pois o substantivo “poeta” recebe o
sufixo “-isa” (poetisa) para formar o feminino, e recebe o sufixo “-izar” para
formar o verbo (poetizar).
Gabarito: C

Questão 74: ANEEL / 2010/ Superior


Fragmento do texto: O planejamento caiu em descrédito com a queda do
Muro de Berlim, a implosão da União Soviética e a contrarreforma neoliberal
baseada no mito dos mercados que se autorregulam. Seria ingênuo pensar
que esse mito desapareceu com a recente crise, mas, que ele está mal das
pernas, está.
O sentido da expressão “mal das pernas”, característica da oralidade, seria
prejudicado caso se substituísse “mal” por mau.
Comentário: É só lembrar que “mal” é oposto de bem, então é grafado com
“l”. Já “mau” é o oposto de bom, então é grafado com “u”. Por isso, a
substituição implicaria prejuízo ao sentido.
Gabarito: C

Questão 75: SEDAP PB / 2009 / Superior


Assinale a opção correspondente ao período que está de acordo com as
normas gramaticais.
(A) O poeta que nos involvia com as suas palavras, calou-se para sempre.
(B) O poeta, que envolvia-nos com as suas palavras, calou-se para sempre.
(C) O poeta que nos envolvia com as suas palavras se calou para sempre.
(D) O poeta, que involvia-nos com as suas palavras, se calou para sempre.
Comentário: Esta questão cobrou ortografia, pontuação e colocação

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
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pronominal. O verbo “envolver” continua com o mesmo radical no pretérito
imperfeito do indicativo (envolvia), por isso eliminamos as alternativas (A) e
(D).
O pronome relativo “que” é palavra atrativa e faz com que o pronome
oblíquo átono “nos” se posicione obrigatoriamente antes do verbo (que nos
envolvia). Assim, eliminamos a alternativa (B), sobrando a (C) como correta.
Note que a frase desta alternativa está correta gramaticalmente, pois a
oração “que nos envolvia com as suas palavras” é subordinada adjetiva
restritiva, por isso está sem vírgulas. Não é qualquer poeta, mas somente
aquele que nos envolvia com suas palavras. Assim, percebe-se que realmente
há restrição.
Gabarito: C

Questão 76: Assembleia Legislativa ES – 2011 – Procurador


Cada uma das questões abaixo apresenta um trecho de texto, seguido de uma
proposta de sua reescritura. Julgue se a reescritura está gramaticalmente
correta.
Fragmento de texto: As informações que deveriam ser públicas, como
contratos estabelecidos entre o Estado e os agentes privados, são de difícil
acesso; a linguagem da administração pública continua hermética aos
cidadãos comuns, a começar pelo orçamento; o processo licitatório é
flagrantemente burlado pela própria natureza oligopólica da economia
brasileira, principalmente nas obras “públicas” que envolvem bilhões de reais;
não há no país uma “cultura política” de prestação de contas, por mais que
avanços sejam observados desde a redemocratização e mesmo pela intensa
mobilização da sociedade política organizada no Brasil.
“a linguagem da administração pública continua hermética aos cidadãos
comuns” (linhas 3 e 4) – a linguagem administrativa do Estado brasileiro
permanesce impescrutável as massas
Comentário: Veja que a questão não abordou reescritura de trecho com
permanência de sentido. Então, devemos partir diretamente para verificação
de problemas gramaticais.
O verbo corretamente grafado deve ser “permanece”.
Além disso, aquilo que é “perscrutável”, é investigado minuciosamente,
devassado, estudado, acompanhado profundamente.
Assim, o contrário disso é “imperscrutável”.
Como o adjetivo “imperscrutável” exigiu a preposição “a” e o
substantivo “massas” está antecipado do artigo “as”, deve ocorrer a crase:
“imperscrutável às massas”.
Gabarito: E

Questão 77: Assembleia Legislativa ES – 2011 – Procurador


Cada uma das questões abaixo apresenta um trecho de texto, seguido de uma
proposta de sua reescritura. Julgue se a reescritura está gramaticalmente
correta.
Fragmento de texto: Essa forma de veicular denúncias e indícios reafirma
muitos dos mitos acerca do fenômeno da corrupção. Podem-se inventariar
alguns: a colonização portuguesa, que seria essencialmente patrimonialista,
em contraposição ao “poder local” e ao “espírito de comunidade” da tradição

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
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anglo-saxã; a cultura brasileira, com seu universo miscigenado, tão criticado
por perspectivas eugenistas do início do século XX, e sua “amoralidade
macunaímica”, que não teria, mesmo após a independência e a República,
conseguido separar o público do privado; a disjunção entre elites políticas e
sociedade, como se as primeiras não fossem reflexo, direto e(ou) indireto, da
última; a ausência de uma base educacional formal sólida como explicação
para comportamentos não republicanos; por fim, a ausência e(ou) fragilidade
de leis e de instituições capazes de fiscalizar, controlar e punir os casos de
malversação dos recursos públicos, como se o país fosse “terra de ninguém”.
“a disjunção entre elites políticas e sociedade, como se as primeiras não
fossem reflexo, direto e(ou) indireto, da última” (linhas 8 a 10) – a dissenção
das elites políticas em relação a sociedade, como se estas não refletissem
nessa, direta e(ou) indiretamente
Comentário: Novamente, devemos simplesmente observar se o texto está
corretamente escrito, pois a questão não pediu permanência de sentido:
O verbo “dissentir” (divergir, discordar) gera o substantivo “dissensão”
(divergência, discrepância, contraste).
Além disso, veja que há um contraste entre dois termos: “elites
políticas” e “sociedade”. Note que no texto original, as duas expressões não
estão antecipadas do artigo “as”, “a”, respectivamente. Isso nos dá uma
noção de que são entendidos de maneira geral.
Na reescrita, o primeiro termo recebeu o artigo (“das elites políticas”).
Assim, o segundo termo (“sociedade”) também receberá o artigo definido
feminino. Como o substantivo “relação” exige a preposição “a”, deve ocorrer a
crase.
Note, ainda, que os pronomes demonstrativos “estas” e “nessa” estão
inadequados, pois retomam dois termos em contraste. Assim, o último termo
(“sociedade”) deve ser retomado pelo pronome singular “esta”, e o primeiro
(“elites políticas”) deve ser retomado pelo pronome “naquelas”.
“...a dissensão das elites políticas em relação à sociedade, como se esta não
refletissem naquelas, direta e(ou) indiretamente...”
Gabarito: E

Questões cumulativas de revisão

Questão 78: Agente educacional / 2010 / nível médio


Fragmento do texto: Trata-se da chamada poluição urbana, observada,
sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento
demográfico.
Caso a expressão “da chamada poluição urbana” estivesse no plural, a forma
verbal “Trata-se” deveria também ser flexionada no plural.
Comentário: O verbo “Trata” é transitivo indireto, com isso, o pronome “se”
é índice de indeterminação do sujeito e o termo “da chamada poluição
urbana” é o objeto indireto. Assim, esse verbo ficará no singular
independentemente da flexão do objeto indireto.
Gabarito: E

Questão 79: PMDF/CHOAEM


Fragmento do texto: O medo tem raízes profundas na alma dos seres.

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
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Radica-se no inconsciente e é objeto constante da pesquisa científica, com
destaque para a psicanálise.
Em “Radica-se”, o pronome indica que o sujeito é indeterminado.
Comentário: Na realidade, afirmou-se que o “se” é índice de indeterminação
do sujeito. Isso não é verdade, pois o verbo radicar é transitivo direto. Com
isso o “se” é pronome apassivador e seu sujeito paciente está subentendido
como “O medo”. Para a confirmação de ser pronome apassivador, temos
sempre que passar esta voz passiva sintética para voz passiva analítica:
“O medo é radicado no inconsciente...”
Gabarito: E

Questão 80: Polícia Federal / 2004 / nível médio


Fragmento do texto: Não se pode negar que o advento dos regimes liberais
em 1989-90, em todos os grandes Estados da América do Sul, criou uma
ilusão de modernidade. (...)
A partir de 1995, a ilusão começou a desfazer-se e a dura vida real
transformou sonhos em pesadelos.
O emprego do pronome “se” marca a formalidade da linguagem utilizada e
indica, nas duas ocorrências, que o sujeito da oração é indeterminado,
impessoal.
Comentário: O pronome “se” é uma forma de tornar o texto objetivo,
flexionando o verbo em terceira pessoa, isso o leva mais próximo à
formalidade (não que isso seja o determinante na formalidade). O erro está
em afirmar que o “se” é uma forma de indeterminação do sujeito. O “se” nas
duas ocorrências não é índice de indeterminação do sujeito, mas pronome
apassivador. Para se ter certeza, deve-se transpor as duas construções em
voz passiva analítica. Assim:
Não pode ser negado que o advento dos regimes liberais...
A ilusão começou a ser desfeita...
Gabarito: E

Lista de questões
Questão 1: TCE PE 2004 Procurador
Fragmento do texto:
1 A informação está cada vez mais ao nosso alcance. Mas a
sabedoria, que é o tipo mais precioso de conhecimento, essa só pode ser
encontrada nos grandes autores da literatura. Esse é o primeiro motivo
por que devemos ler. O segundo motivo é que todo bom pensamento,
5 como já diziam os filósofos e os psicólogos, depende da memória. Não é
possível pensar sem lembrar — e são os livros que ainda preservam a
maior parte da nossa herança cultural. Finalmente, e este motivo está
relacionado ao anterior, eu diria que uma democracia depende de
pessoas capazes de pensar por si próprias. E ninguém faz isso sem ler.
Pela construção textual, depreende-se que, apesar de serem formas verbais,
os vocábulos “pensar” e “lembrar”, ambos na linha 6, estão empregados como
substantivos.

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Questão 2: TRE–AP / 2007 / Analista
Fragmento de texto:
1 Os montantes investidos passaram de R$ 191 milhões em 2003 para
R$ 871,6 milhões, empenhados em 2006.
Também a partir do assentamento, essa família passa a participar
de uma série de programas que são desenvolvidos pelo governo federal.
5 Além de promover a geração de renda das famílias de trabalhadores
rurais, os assentamentos da reforma agrária também contribuem para
inibir a grilagem de terras públicas, combater a violência no campo e
auxiliar na preservação do meio ambiente e da biodiversidade local,
especialmente na região Norte do país. Na qualificação dos
10 assentamentos, foram investidos R$ 2 bilhões em quatro anos. Os
recursos foram aplicados na construção de estradas, na educação e na
oferta de luz elétrica, entre outros benefícios. O governo também
construiu ou reformou mais de 32 mil quilômetros de estradas e pontes,
beneficiando diretamente 197 mil assentados. Além disso, o número de
15 famílias assentadas beneficiadas com assistência técnica cresceu
significativamente. Em 2006, esse número foi superior a 555 mil.
Estão empregadas em função adjetiva as seguintes palavras do texto:
“investidos” (linha 1), “aplicados” (linha 11), “beneficiando” (linha 14) e
“assentados” (linha 14).

Questão 3: TRE–AP / 2007 / Analista


Fragmento do texto: Somado aos nomeados desde 2003, o número de
novos servidores passou para 1.800, o que representa um aumento de mais
de 40% na força de trabalho do Instituto.
O vocábulo “Somado” é forma nominal no particípio e introduz oração
reduzida com valor condicional.

Questão 4: Detran - ES / 2011 / nível superior


Fragmento de texto: Essa nova forma de ver a mobilidade deve promover o
reordenamento dos espaços e das atividades urbanas, de forma a reduzir as
necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construir espaços e
tempos sociais em que se preserve, defenda e promova a qualidade do
ambiente natural e os patrimônios históricos, culturais e artísticos das cidades
e dos bairros antigos.
A expressão “de forma a reduzir” poderia ser substituída pela forma verbal
reduzindo sem prejuízo para o sentido e a correção gramatical do período
sintático em que ocorre.

Questão 5: TRE - TO/ 2006 / Técnico


1 Distraídos com a discussão sobre os índices de crescimento,
deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo contínuo pelo
qual uma sociedade aprende a administrar realidades cada vez mais
complexas.
5 Quando dizemos que os suíços ou suecos são desenvolvidos, o que
temos em mente não é apenas que eles são mais ricos que nós. O que
está subentendido é que também sabem gerir melhor os trens e as escolas
primárias, as florestas e os hospitais, as universidades e as penitenciárias,

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os museus e os tribunais. Em outras palavras, ser desenvolvido é uma
10 totalidade.
No Brasil temos ilhas de excelência: o Departamento do Tesouro, a
EMBRAPA, o Itamaraty, entre outras. Mas estão afogadas em oceano de
incompetência, em certos pontos com profundidades abissais. As
demandas de exigência crescente de uma sociedade dinâmica são
15 atendidas pelas ilhas de eficiência, mas logo se atolam nos gargalos da
inépcia.
Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações).
O emprego da primeira pessoa do plural em “deixamos” (linha 2), “dizemos”
(linha 5), “nós” (linha 6) e “temos” (linha 11) indica a inclusão do autor e do
leitor na informação.

TRT- RJ / 2008 / nível superior


A raça humana

A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
A raça humana é a ferida acesa
Uma beleza, uma podridão
O fogo eterno e a morte
A morte e a ressurreição.
A raça humana é o cristal de lágrima
Da lavra da solidão
Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão.
A raça humana risca, rabisca, pinta
A tinta, a lápis, carvão ou giz
O rosto da saudade
Que traz do Gênesis
Dessa semana santa
Entre parênteses
Desse divino oásis
Da grande apoteose
Da perfeição divina
Na grande síntese.
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
Gilberto Gil.
Questão 6: Julgue as afirmativas a seguir sobre o uso do tempo verbal no
texto:
O verbo ser encontra-se no presente do indicativo porque o autor pretende
marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo.

Questão 7: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para expressar


ações habituais dos seres humanos que ainda não foram concluídas.

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
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Questão 8: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para dar vida
a fatos ocorridos no passado, como se fossem atuais.

Questão 9: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para


apresentar uma condição ou situação como permanente.

Questão 10: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para


enunciar fatos que ocorrem no momento em que o texto é escrito.

Questão 11: Sec Edu AM / 2011 / nível superior


Uma aula é como comida. O professor é o cozinheiro. O aluno é quem
vai comer. Se a criança se recusa a comer, pode haver duas explicações.
Primeira: a criança está doente. A doença lhe tira a fome. Quando se obriga a
criança a comer quando ela está sem fome, há sempre o perigo de que ela
vomite o que comeu e acabe por odiar o ato de comer. É assim que muitas
crianças acabam por odiar as escolas. O vômito está para o ato de comer
como o esquecimento está para o ato de aprender. Esquecimento é uma
recusa inteligente da inteligência. Segunda: a comida não é a comida que a
criança deseja comer: nabo ralado, jiló cozido, salada de espinafre... O corpo
é um sábio: não come tudo o que jogam para ele, mas opera com um delicado
senso de discriminação. Algumas coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas,
ele come com prazer e quer repetir. Outras não lhe agradam, e ele recusa. Aí
eu pergunto: “O que se deve fazer para que as crianças tenham vontade de
tomar sorvete?”. Pergunta boba. Nunca vi criança que não estivesse com
vontade de tomar sorvete. Mas eu não conheço nenhuma mágica que seja
capaz de fazer que uma criança seja motivada a comer salada de jiló com
nabo. Nabo e jiló não provocam sua fome.
(...)
As crianças têm, naturalmente, um interesse enorme pelo mundo. Os
olhinhos delas ficam deslumbrados com tudo o que veem. Devoram tudo.
Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no gramado encharcado,
encantada com uma minhoca que se mexia. Que coisa fascinante é uma
minhoca aos olhos de uma criança que a vê pela primeira vez! Tudo é motivo
de espanto. Nunca esteve no mundo. Tudo é novidade, surpresa, provocação
à curiosidade. Quando visitei uma reserva florestal no Espírito Santo, a bióloga
encarregada de educação ambiental me contou que era um prazer trabalhar
com as crianças. Não era necessário nenhum artifício de motivação. As
crianças queriam comer tudo o que viam. Tudo provocava a fome dos seus
olhos: insetos, pássaros, ninhos, cogumelos, cascas de árvores, folhas,
bichos, pedras. (...) Os olhos das crianças têm fome de coisas que estão
perto. (...) São brinquedos para elas. Estão naturalmente motivadas por eles.
Querem comê-los. Querem conhecê-los.
Rubem Alves. Por uma educação romântica.
Campinas: Papirus, 2002, p. 82-4 (com adaptações).
A predominância, no texto, das formas verbais no presente do indicativo tem
o efeito de dar aos fatos apresentados o caráter de fatos reais, habituais e
naturais, o que reforça os argumentos do autor com relação aos processos de
aprendizagem das crianças.

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Questão 12: INCA / 2010 / nível superior
Fragmento do texto: Um dos aspectos mais notáveis da aventura do
homem ao longo da história tem sido seu constante anseio de buscar novas
perspectivas, abrir novos horizontes desconhecidos, investigar possibilidades
ainda inexploradas, enfim, ampliar o conhecimento.
Seriam preservadas a correção gramatical do texto, bem como a coerência de
sua argumentação, se, em lugar de “tem sido”, fosse usada a forma verbal é;
no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter contínuo e
constante dos aspectos mencionados.

Questão 13: EBC - 2011 nível médio


Fragmento de texto: Meios de comunicação de massa financiados por
dinheiro público e livres do controle privado comercial têm sido um modelo de
comunicação bastante explorado e consolidado na maioria das democracias
modernas.
Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “têm sido” (linha
2) por são.

Questão 14: Polícia Federal / 2004 / nível médio


Fragmento do texto: Na verdade, a integração da economia mundial —
apontada pelas nações ricas e seus prepostos como alternativa única — vem
produzindo, de um lado, a globalização da pobreza e, de outro, uma
acumulação de capitais jamais vista na história,
Provoca-se incoerência textual e perde-se a noção de continuidade da ação ao
se substituir a expressão verbal “vem produzindo” por tem produzido.

Questão 15: TRT RJ 2008 nível superior


Fragmento do texto: Dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com
carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde
histórico para esse período. A série de dados do CAGED tem início em 1992.
Contra os três primeiros 4 meses de 2007, quando foram criadas 399 mil
vagas (recorde anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no
número de empregos formais criados foi de 38,7%.
Na frase que se inicia por “A série”, a substituição da forma verbal no
presente pela forma correspondente no pretérito perfeito alteraria o sentido
do texto.

Questão 16: TRE - TO / 2007 / Analista


Fragmento de texto: As penitenciárias têm de ser aprimoradas, a justiça
precisa aplicar melhor as leis, e a legislação não pode deixar de ser revista
para enfrentar um bandido diferente daquele da época da redação do Código
Penal.
É uma substituição correta para o texto trocar “têm de ser” por devem ser.

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Questão 17: Delegado da Polícia Federal 2004
Fragmento do texto:
1 As conclusões dos estudos científicos não são levadas em conta na
definição de políticas públicas. Como reflexo dessa atitude, o tratamento
da violência evoluiu pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que
ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da AIDS. Nos
5 últimos anos, entretanto, estão sendo desenvolvidos métodos analíticos
mais precisos para avaliar a influência dos fatores econômicos,
epidemiológicos e sociológicos associados às raízes sociais da violência
urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento, narcotráfico,
intolerância social, ruptura de laços familiares, imigração, corrupção de
autoridades ou descrédito na justiça.
A substituição do termo “estão sendo desenvolvidos” (linha 5) por estavam
se desenvolvendo provoca alterações estruturais sem alterar
semanticamente a informação original nem transgredir as normas da escrita
culta.

Questão 18: IRBR - 2011 Diplomacia


Fragmento de texto:
1 A montagem do espetáculo Calabar – O Elogio da Traição estava pronta,
quando, em outubro de 1974, foi censurada e a exibição do espetáculo foi
proibida nos palcos brasileiros. A repressão era tamanha que nem a notícia
da proibição pôde ser divulgada. Escrita por Ruy Guerra e Chico Buarque,
5 a peça recupera a saga histórica das invasões holandesas do século XVII.
Domingos Fernandes Calabar (1600-1635), o protagonista, posiciona-se a
favor da Holanda, o país invasor, contra os colonizadores portugueses. Os
autores, no entanto, não têm uma visão negativa do episódio. Ao
contrário, veem em Calabar um libertador da opressão portuguesa. A
10 censura da ditadura militar enxergou na montagem um alto teor
subversivo, por acreditar que o texto atentava contra os bons costumes e,
principalmente, promovia uma inversão dos valores da história do Brasil
ao mostrar um traidor como salvador da pátria.
Caso as formas verbais “recupera” (linha 5), “posiciona-se” (linha 6), “têm”
(linha 8) e “veem” (linha 9) fossem substituídas, respectivamente, pelas
formas recuperava, posicionava-se, tinham e viam, não seriam
necessários ajustes gramaticais no restante do texto.

Questão 19: PGM RR 2010 – nível superior


Fragmento de texto: O mundo tem gerado excepcionais avanços
tecnológicos nas últimas décadas e aumentado drasticamente sua capacidade
de produzir bens e serviços.
A expressão “nas últimas décadas” permite a substituição de “tem gerado” por
gerou, sem prejudicar a coerência ou a correção gramatical do texto, apesar
de alterar as relações semânticas entre as ideias.

Questão 20: TCE ES 2004 Controlador de Rec Pub (banca CESPE)


1 Nossa identidade contemporânea nos remete para os centros do
capitalismo, permeada que está pela globalização liberal — pelo grau
maior ou menor em que conseguimos induzir os sintomas desse

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fenômeno, como shopping centers, televisão a cabo, celulares —, mais
5 do que por sua inserção internacional, que nos faz ter um destino
similar ao do resto do continente ao qual estamos geográfica e
historicamente integrados.
(...)
Várias crises financeiras depois, e duas décadas e meia de
10 estagnação, financeirização e precarização das relações de trabalho,
tornaram os países latino-americanos mais semelhantes do que nunca.
Estão igualmente em crise o Brasil e o Paraguai, a Argentina e o Haiti, o
México e a Bolívia, o Peru e o Equador, a Venezuela e a Guatemala, a
Colômbia e a Nicarágua.
15 As décadas posteriores nos colocaram, entre a ALCA e o
MERCOSUL, diante de duas Américas Latinas possíveis e de duas
imagens de nós mesmos, sob o pano de fundo do continente. Em suma,
nossa imagem de nós mesmos, como país, dependeu sempre da forma
como vimos a América Latina e nossa relação com nosso continente de
origem e de inserção histórica comum.
Emir Sader. A América Latina vista do Brasil. In:
Correio Braziliense, 27/6/2004 (com adaptações).
Alteram-se os sentidos do texto, mas preservam-se sua coerência textual e
correção gramatical, com a substituição do pretérito perfeito “vimos” (l.19)
por vemos ou temos visto.

Questão 21: Tribunal de Contas - TO / 2009 / nível superior


Fragmento do texto: Meu pai era um homem bonito com muitas
namoradas, jogava tênis, nadava, nunca pegara uma gripe — até ter um
derrame cerebral. Vivia envolvido com “sirigaitas”, como minha mãe as
chamava, e com fracassos comerciais crônicos.
O sentido do texto seria mantido caso as formas verbais “jogava” e “nadava”
fossem substituídas por jogara e nadara.

Questão 22: TRE - TO/ 2006 / Analista


Fragmento de texto: A cidade estivera agitada por motivos de ordem
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para
preencher a vaga do finado Aristides Lobo.
A substituição de “estivera” por tinha estado prejudica a correção gramatical
do período.

Questão 23: MPE PI - 2012 Superior


Fragmento de texto: Os filósofos do Iluminismo observavam um preceito
simples, mas obviamente muito poderoso. Quanto mais formos capazes de
compreender racionalmente o mundo, e a nós mesmos, mais poderemos
moldar a história para nossos próprios propósitos. Temos de nos libertar dos
hábitos e preconceitos do passado a fim de controlar o futuro.
Segundo essa concepção, com o maior desenvolvimento da ciência e da
tecnologia, o mundo iria se tornar mais estável e ordenado. O romancista
George Orwell, por exemplo, anteviu uma sociedade com excessiva
estabilidade e previsibilidade — em que nos tornaríamos todos minúsculos
dentes de engrenagem de uma vasta máquina social e econômica.

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O emprego do futuro do pretérito em “iria se tornar” (linha 7) e “nos
tornaríamos” (linha 9) justifica-se por terem as previsões dos filósofos
iluministas se concretizado.

Questão 24: TRE - GO / 2008 / Analista


Um fato ou estado considerado em sua realidade está expresso pelo verbo
sublinhado em
A “a verdade estaria inscrita”.
B “o interesse circunscrevia-se”.
C “não haveria mais uma verdade filosófica”.
D “o significado de verdade seria o de expressão”.

Questão 25: Detran - ES / 2011 / nível médio


Fragmento de texto: Como as opções alternativas ao transporte individual
são pouco eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas
continuam optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que
permaneçam presas no trânsito”, afirma S. G., profissional da área de
desenvolvimento sustentável.
No trecho “ainda que permaneçam”, o emprego da forma verbal no modo
subjuntivo é obrigatório em razão da presença da locução conjuntiva “ainda
que”.

Questão 26: FUB / 2010 / Superior


Fragmento de texto: Por ser um fenômeno novo — ainda não temos uma
geração que tenha sido completamente formada na era da Internet —,
existem poucos trabalhos que confirmam o impacto no nível das sinapses.
Na oração “que tenha sido completamente formada na era da Internet”, a
forma verbal “tenha” poderia ser substituída por haja, sem alteração do
sentido ou da correção gramatical do texto.

Questão 27: Detran - ES / 2011 / nível superior


Fragmento de texto: O atendimento às demandas de mobilidade evidencia a
necessidade de controle do processo de expansão urbana, propugnando pelo
desenvolvimento de cidades mais adensadas, em cujo território haja melhor
distribuição das funções.
No trecho “haja melhor distribuição das funções”, o emprego do modo
subjuntivo na forma verbal indica possibilidade, hipótese, e não a certeza de
ocorrência de melhor distribuição de funções.

Questão 28: TSE / 2007 / Técnico


Fragmento de texto: Se uma sociedade cessa de ter uma verdadeira
oposição, ela caminha para uma solução autoritária. A governabilidade só
existe verdadeiramente com uma oposição atuante, que sinalize os problemas
existentes e discuta os seus encaminhamentos.
O emprego do subjuntivo em “sinalize” e “discuta” justifica-se por compor um
período de natureza explicativa.

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR TERROR
Questão 29: TCE PE 2004 Analista de Sistema
Fragmento do texto: A pobreza é uma metáfora para o sofrimento humano
trazido à arena pública e pode ser definida de maneiras distintas. Muita
energia é despendida na busca de uma definição rigorosa, capaz de distinguir
com clareza o sofrimento suficiente do sofrimento insuficiente para classificar
alguém como pobre. Pesquisas baseadas nesse tipo de definição estimam que
uma fração entre um terço e metade da população brasileira possa ser
considerada pobre.
Perde-se a idéia de hipótese associada à forma verbal “possa” (linha 6) ao se
substituí-la por pode, mas preservam-se a coerência e a correção textuais.

Questão 30: TCE PE 2004 Assistente Técnico Infor


Fragmento do texto: O que está em jogo é a própria idéia de Constituição,
que é muito maior que seu texto, seus constituintes ou as autoridades que
devem guardá-la. A democracia depende de os direitos serem levados a sério
por todos os cidadãos, sejam eles autoridades ou não.
No último período, o emprego do modo subjuntivo em “sejam” reforça a idéia
de hipótese, ligada ao preenchimento da condição expressa por “depende” na
oração imediatamente anterior.

Questão 31: Auxiliar Técnico de Perícia- SEAD / 2007 / nível médio


Fragmento do texto: O Museu do Cairo, onde está a múmia do faraó,
aprovou que o crânio fosse examinado com raio X: encontrou-se um
fragmento de osso, o que fez aumentar as especulações de que sua morte
fora provocada por agressão — os especialistas asseguram que o famoso
golpe recebido na cervical foi aplicado enquanto a vítima dormia ou estava em
posição horizontal.
Mantêm-se a coerência textual e a correção gramatical ao se substituir “fosse”
por fora.

Questão 32: TRE TO 2006 - Analista


1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos. Partido vencido
contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente
vencido, e vice-versa. Tentam-se acordos, dividindo os deputados; mas
ninguém aceita minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação
5 de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que estava de
baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou
porque a planta não tinha força bastante. Continuou praticamente o
sistema da lavra única.
(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de
10 legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam
o governo e a tribuna, gostam de propor, votar, discutir, atacar, defender
e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha
naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a gramática
na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos
15 vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática.
Machado de Assis. A Semana. Obra completa,
v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.
O emprego do subjuntivo em “quando houvesse” (linha 9) justifica-se por
compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida.
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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR TERROR
Questão 33: Assembleia Legislativa ES - 2011 nível superior
Fragmento de texto: Internacionalmente, ressoou, na Corte Interamericana
dos Direitos Humanos e na ONU, o grito dos excluídos, extremamente
importante para o Espírito Santo, para o Brasil e para o mundo. Enquanto
teimarmos e não reconhecermos que existem problemas, discriminação,
preconceito e violência, não avançaremos. É fundamental que reconheçamos
que eles existem, pois esse é o papel do Conselho Estadual de Direitos
Humanos.
Haveria alguma alteração no sentido, mas seria mantida a correção gramatical
do texto, caso o trecho “Enquanto teimarmos e não reconhecermos” (linhas 3
e 4) fosse reescrito, com modificações no tempo e no modo das formas
verbais, da seguinte forma: teimamos e não reconhecêssemos.

Questão 34: TRE - TO / 2007 / Analista


Fragmento de texto: É certo que muitas leis podem até ser formalmente
bem redigidas, baseadas em conceitos estruturados, mas de nada adianta se
forem mal aplicadas.
É uma substituição correta para o texto trocar “se forem” por caso sejam.

Questão 35: TCU 2011 – Auditor Federal de Controle Externo


Para o filósofo Bentham, a felicidade era uma proposição matemática, e ele
passou anos realizando pequenos ajustes em seu “cálculo da felicidade”, um
termo maravilhosamente atraente. Eu, por exemplo, nunca associei cálculo à
felicidade. No entanto, trata-se de matemática simples. Some os aspectos
prazerosos de sua vida, depois subtraia os desagradáveis. O resultado é a sua
felicidade total. Os mesmos cálculos, acreditava Bentham, podiam ser
aplicados a uma nação inteira. Cada medida tomada por um governo, cada lei
aprovada, deveria ser vista sob o prisma da “maior felicidade possível”.
Bentham ponderou que dar dez dólares a um homem pobre contava mais do
que dar dez dólares a um homem rico, já que o pobre tirava mais prazer
desse dinheiro.
Eric Weiner. Geografia da felicidade. Trad. Andréa Rocha. Rio de
Janeiro: Agir, 2009. p. 247-8 (com adaptações).
O autor constrói seu texto de forma a se aproximar do leitor, o que explica,
por exemplo, o emprego da primeira pessoa do singular no segundo período e
o do imperativo no quarto.

Questão 36: Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior


Fragmento do texto: Forças que impediram — até agora — que esse
processo de centralização do poder chegasse até o seu limite imperial, o que
provocaria a dissolução do sistema político e econômico mundial.
O emprego do futuro do pretérito em “provocaria” justifica-se pelo emprego
do subjuntivo em “chegasse” e admite como gramaticalmente correta a
substituição pela forma teria provocado ou por iria provocar.

Questão 37: TRT - RJ / 2008 / nível superior


Fragmento do texto: Além disso, dada a diversidade de situações regionais,
de prosperidade e de pobreza, o simples translado de um trabalhador, que vá
de uma região a outra, pode representar ascensão substancial, se ele
consegue incorporar-se a um núcleo mais próspero.

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR TERROR
Em “que vá de uma região a outra”, a forma verbal “vá” poderia ser
substituída, sem prejuízo para o sentido original do texto ou para a sua
correção gramatical, pela forma do pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse.

Questão 38: EBC - 2011 nível superior


Fragmento de texto: Movemo-nos como peças de um relógio cansado. As
nossas rodas velhas, de dentes gastos, entrosam-se mal a outras rodas
velhas, de dentes gastos. O que tem valor cá dentro são as coisas vagarosas,
sonolentas. Se o maquinismo parasse, não daríamos por isto: continuaríamos
com o bico da pena sobre a folha machucada e rota, o cigarro apagado entre
os dedos amarelos.
No trecho “Se o maquinismo parasse, não daríamos por isto: continuaríamos
com o bico da pena sobre a folha machucada e rota, o cigarro apagado entre
os dedos amarelos” (linhas 4 a 6), a correção gramatical seria mantida caso as
formas verbais “parasse”, “daríamos” e “continuaríamos” fossem substituídas
por parar, daremos e continuaremos, respectivamente.

Questão 39: Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior


Fragmento do texto: Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e constituísse
um império global, isso significaria — ao mesmo tempo e por definição — o
fim do sistema político interestatal.
O emprego do futuro do pretérito em “significaria” é decorrente do emprego
de estrutura antecedente que tem valor condicional, formada por verbo no
imperfeito do subjuntivo.

Questão 40: Assistente de Chancelaria 2008 - nível superior


Julgue a frase abaixo quanto à correção gramatical.
Já que eu não posso amar ela, vou procurar outro amor.

TRE - MA / 2006 / nível superior


Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é ser como o Estado, é ser
um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem não só se defrontar com o
Estado, mas afrontar o Estado. O cidadão seria tão forte quanto o Estado. O
indivíduo completo é aquele que tem a capacidade de entender o mundo, a
sua situação no mundo e que, se ainda não é cidadão, sabe o que poderiam
ser os seus direitos.
Questão 41: Estaria garantida a obediência às regras de regência verbal,
caso se substituísse a expressão “afrontar o Estado” por afrontar-lhe.

Questão 42: A substituição da expressão “capacidade de entender o mundo”


por capacidade de entendê-lo mantém a coesão e a coerência do texto,
além de conferir ao período maior concisão.

Questão 43: FUB / 2010 / Médio


Fragmento de texto: O Teach for America consegue atrair os mais
talentosos alunos para a docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois
de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo mínimo de
estada no programa —, esses jovens ingressam quase que automaticamente
em algumas das maiores empresas americanas, com as quais o Teach for
America estabeleceu uma produtiva parceria.

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
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O pronome “lhes” poderia ser substituído por os, sem prejuízo da correção
gramatical do texto, dada a possibilidade de dupla regência do verbo oferecer.

Questão 44: Sec Edu AM / 2011 / nível superior


Fragmento do texto: Não se trata, nessas condições, de querer liquidar a
angústia, mas de saber se o homem deve procurar evitá-la, fugir dela por
qualquer saída, ou se, em vez disso, deve aceitá-la e aventurar-se a viver
longe da terra firme.
Em “Não se trata” (linha 1), a partícula “se” poderia ser corretamente
empregada após o verbo, escrevendo-se Não trata-se.

Questão 45: Agente da Polícia Federal / 2000 / nível superior


Fragmento do texto: Recentemente me pediram para discutir os desafios
políticos que o Brasil tem pela frente.
A posição do pronome átono “me”, antecedendo o verbo, constitui uma
violação às regras da colocação pronominal da norma culta e, por isso, ele
deveria ser usado posposto a “pediram”.

Questão 46: TCE PE – 2004 – Assistente Técnico Infor


Fragmento do texto: O que está em jogo é a própria idéia de Constituição,
que é muito maior que seu texto, seus constituintes ou as autoridades que
devem guardá-la. A democracia depende de os direitos serem levados a sério
por todos os cidadãos, sejam eles autoridades ou não.
Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao se empregar o
pronome átono de “guardá-la” (linha 3) antes da locução verbal, desde que
seja usada sua forma original, a, e o verbo esteja no infinitivo: guardar.

Questão 47: TCE TO – 2009 – Superior


O trecho “Ela não o viu ficar paralítico” admite, sem prejuízo para a correção
gramatical e o sentido original do texto, a seguinte reescrita: Ela não viu ficá-
lo paralítico.

Questão 48: TRT - RJ / 2008 / nível superior


Fragmento do texto: Em consequência, nas vilas próximas às fazendas, se
concentra uma população detritária de velhos desgastados no trabalho e de
crianças entregues a seus avós.
Seria mantida a correção gramatical caso se empregasse o pronome posposto
ao verbo: concentra-se.

Questão 49: Banco do Brasil / 2008 / nível médio


Fragmento do texto: Some-se a isso o faturamento com as tarifas e chega-
se aos resultados do ano passado, com os quais as instituições financeiras do
país se elevaram à condição de instituições mais rentáveis do planeta.
As regras gramaticais de emprego dos pronomes átonos permitem também a
redação de elevaram-se à condição, em lugar de “se elevaram à condição”,
sendo ambas as construções apropriadas a documentos oficiais.

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR TERROR
Questão 50: TRE - TO/ 2006 / Analista
Fragmento de texto: Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados.
A substituição da expressão “serão definidos” por definir-se-ão garante a
correção gramatical do período.

Questão 51: ANVISA / 2004 / Superior


Fragmento de texto: Há bactérias que só vivem em locais onde existe
petróleo. Quem identificá-las terá o mapa da mina para explorar o produto.
Para que o texto respeitasse completamente as normas da língua culta
exigidas em um relatório, atestado ou ofício, o pronome átono em “identificá-
las” deveria ser empregado antes do verbo: Quem as identificar.

Questão 52: TRE - ES / 2011 / nível médio


Fragmento de texto: A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema
democrático representativo deve basear-se no governo da maioria.
Em “deve basear-se”, a colocação do pronome “se” antes da forma verbal
“deve” atenderia à prescrição gramatical.

Questão 53: TRE - GO / 2008 / Analista


Fragmento de texto: Por muitos anos, pensávamos compreender o que era
interpretado, o que era uma interpretação; inquietávamo-nos, eventualmente,
a propósito de uma dificuldade em particular, ocorrida no trabalho de
interpretação.
Preservam-se a correção gramatical e a coerência das ideias do texto ao se
deslocar o pronome átono em “inquietávamo-nos” para antes do verbo,
escrevendo nos inquietava.

Questão 54: TRE - GO / 2008 / Analista


Fragmento de texto: Censurar, proibir e reprimir são atitudes antipáticas,
porque geralmente são vistas pela sociedade como inimigas da liberdade
individual, da criatividade e da verdade.
A expressão, na voz passiva, “são vistas pela sociedade” corresponde à voz
ativa a sociedade vê-nas, que a pode substituir sem prejudicar a correção e
a coerência do texto.

Questão 55: Procurador Federal / 2002 / nível superior


Fragmento do texto: Observamos a impossibilidade de surgirem
individualidades dignas de dirigir o país para melhores destinos, porque o
país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do trabalho honrado, das
virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-se honestamente, está,
como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”.
Em “procura elevar-se”, estaria correta a colocação pronominal procura se
elevar.

Questão 56: TRE - GO / 2008 / nível superior


Fragmento do texto: Povo e tesouro, para os efeitos puramente pecuniários,
pode dizer-se que são a mesma coisa...
Em “pode dizer-se” estaria igualmente correta a colocação pronominal pode-
se dizer.

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
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Questão 57: TRE - ES / 2011 / nível médio
Fragmento de texto: A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema
democrático representativo deve basear-se no governo da maioria.
Em “deve basear-se”, a colocação do pronome “se” antes da forma verbal
“deve” atenderia à prescrição gramatical.

Questão 58: BACEN / 2007 / Analista


Julgue os itens seguintes, relativamente ao uso correto do sistema gráfico da
língua portuguesa, do vocabulário e da pontuação.
Em todas as organizações consultadas, o adestramento acontece apenas no
andar de cima; exepcionalmente, se abandonou o chão da fábrica.

Questão 59: Posso saber o saldo de minha conta corrente, se quizer, dizendo
que a máquina projete à parede, do lado esquerdo, o extrato bancário.

Questão 60: MRE / 2008 / Superior


Com correção gramatical, a frase assim poderia ser expressa:
É necessário a ruptura com interpretações baseadas em esquemas alheios aos
povos latino-americanos, tal como a mistificação do passado colonial, visto
que elas constituem impecilho à compreensão da identidade destes povos bem
como a sua efetiva emancipação.

Questão 61: SEPLAG MG / 2008 / Médio


Fragmento do texto: Quanto aos bilhetes com ameaças, a Subsecretaria de
Administração Prisional informou que não há ocorrência de maus-tratos aos
detentos da Penitenciária Dutra Ladeira e que todas as ações realizadas no
interior da unidade são acompanhadas pelo Ministério Público, pela
Corregedoria do Sistema de Defesa Social, pela Ouvidoria do Sistema Prisional
e pela Defensoria Pública Estadual.
A expressão “maus-tratos” (linha 2) estaria igualmente correta se fosse
grafada como maltratos.

Questão 62: Polícia Federal / 1997 / Delegado


A segurança da população não é prioridade, haja visto que no Brasil o salário
dos policiais foi enterrado no último prejuízo do Banco do Brasil.

Questão 63: TRT - RJ / 2008/ Analista


O vocábulo traz corresponde apenas a uma das formas do verbo trazer; a
forma trás é empregada na indicação de lugar (equivale a parte posterior).

Questão 64: CEF / 2010 / Médio


Fragmento do texto: Nos Estados Unidos da América (EUA), o segundo
maior mercado mundial de azeite, atrás apenas da União Europeia, o número
ficou na casa dos 20%.
O vocábulo “atrás” (linha 2) pode ser corretamente grafado também da
seguinte forma: atraz.

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR TERROR
Questão 65: CEF / 2009 / Médio
Fragmento do texto: Carlos Alberto Ramos, professor do Departamento de
Economia da Universidade de Brasília, aponta falhas nessa missão. Ele
identifica um abismo na transição entre o sistema escolar e o mercado de
trabalho. “Nosso modelo educacional é muito segmentado, e os
conhecimentos de línguas e matemática, por exemplo, são muito diferentes
dos valores compreendidos durante a vida profissional”, defende.
O vocábulo ‘segmentado’ (linha 4) apresenta dupla grafia, podendo ser
grafado também seguimentado, tal como ocorre com segmento e
seguimento.

Questão 66: IPC / 2007 / Superior


Fragmento do texto: Com exceção de algumas sociedades africanas — nas
quais as mulheres desempenham papéis importantes na vida ritual e
econômica —, a maior parte das sociedades humanas permite mais ampla
participação na vida cultural aos elementos do sexo masculino. Grande parte
da vida ritual do Xingu, por exemplo, é interditada às mulheres. Em alguns
segmentos de nossa sociedade, o trabalho fora de casa é considerado
inconveniente para o sexo feminino.
Segundo as regras de ortografia da língua portuguesa, e sem que se alterem
os sentidos do texto, a palavra “segmentos” também poderia ser escrita como
seguimentos.

Questão 67: TRE GO / 2008 / Superior


Fragmento do texto: Vamos ao princípio geral. S. Ex.ª confunde nomeação
e vocação. Ponhamos o caso em mim. Eu, se amanhã me nomearem bispo,
poderia receber com regularidade a côngrua e os emolumentos, mas, por falta
de vocação, preferia uma boa rede a todas as câmaras eclesiásticas. S. Ex.ª
dirá, porém, que esta hipótese é absurda; aqui vai outra.
Para assegurar o paralelismo sintático e a correlação entre tempos e modos
verbais, estaria gramaticalmente correta a substituição de “preferia” (linha 4)
por prefereria.

Questão 68: Polícia Militar CE - 2012 - nível médio


Fragmento de texto: Os governos da Bélgica, França, Grã-Bretanha, Itália e
Estados Unidos da América decidiram homenagear, de forma especial, a
memória desses soldados.
Caso o verbo decidir seja suprimido da expressão “decidiram homenagear”
(linha 2), o verbo homenagear, que se conjuga pelo modelo de odiar deverá
ser grafado homenagiaram.

Questão 69: TRE GO / 2008 / Superior


Fala-se (A) muito em eleições violentas e corruptas, a bico de pena, a
bacamarte, a faca e a pau. Nenhuma dessas palavras é nova aos (B) meus
ouvidos. Conheço-as desde a infância. Crespas são deveras; na entrada do
próximo século é força (C) mudar de método ou de nomeclatura (D). Ou o
mesmo sistema com outros nomes, ou estes nomes com diversa aplicação
(E).
Trecho adaptado de Machado de Assis. A semana. In: Obra
Completa, v. III, Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 649.

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR TERROR
Considerando que cada opção abaixo corresponda, no texto, à expressão ou
palavra destacada em negrito que imediatamente antecede o símbolo A, B, C,
D ou E, assinale a opção que corresponde a erro gramatical.
(A) (B) (C) (D) (E)

Questão 70: IPEA / 2008 / Superior


Julgue a frase abaixo quanto à correção gramatical.
Mas as empresas privadas não dispõem de capital suficiente para isso, e, se
despuzessem, esbarrariam em obstáculos históricos, como seu notório temor
de aplicações de risco e sua falta de experiência.

Questão 71: MDS / 2008 / Superior


Fragmento do texto: O conhecimento e a aprendizagem sobre a escala local
proporcionados pelas informações estatísticas vêm responder às exigências
imediatas de compreensão da heterogeneidade estrutural no Brasil.
De acordo com a ortografia oficial, admite-se que o termo “heterogeneidade”
seja grafado como heterogenidade.

Questão 72: TRT - RJ / 2008/ Analista


A grafia correta do verbo correspondente a ressurreição é ressucitar.

Questão 73: TRT - RJ / 2008/ Analista


Apesar de a grafia correta do verbo poetizar exigir o emprego da letra “z”, o
feminino de poeta é grafado com s.

Questão 74: ANEEL / 2010/ Superior


Fragmento do texto: O planejamento caiu em descrédito com a queda do
Muro de Berlim, a implosão da União Soviética e a contrarreforma neoliberal
baseada no mito dos mercados que se autorregulam. Seria ingênuo pensar
que esse mito desapareceu com a recente crise, mas, que ele está mal das
pernas, está.
O sentido da expressão “mal das pernas”, característica da oralidade, seria
prejudicado caso se substituísse “mal” por mau.

Questão 75: SEDAP PB / 2009 / Superior


Assinale a opção correspondente ao período que está de acordo com as
normas gramaticais.
(A) O poeta que nos involvia com as suas palavras, calou-se para sempre.
(B) O poeta, que envolvia-nos com as suas palavras, calou-se para sempre.
(C) O poeta que nos envolvia com as suas palavras se calou para sempre.
(D) O poeta, que involvia-nos com as suas palavras, se calou para sempre.

Questão 76: Assembleia Legislativa ES – 2011 – Procurador


Cada uma das questões abaixo apresenta um trecho de texto, seguido de uma
proposta de sua reescritura. Julgue se a reescritura está gramaticalmente
correta.
Fragmento de texto: As informações que deveriam ser públicas, como

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR TERROR
contratos estabelecidos entre o Estado e os agentes privados, são de difícil
acesso; a linguagem da administração pública continua hermética aos
cidadãos comuns, a começar pelo orçamento; o processo licitatório é
flagrantemente burlado pela própria natureza oligopólica da economia
brasileira, principalmente nas obras “públicas” que envolvem bilhões de reais;
não há no país uma “cultura política” de prestação de contas, por mais que
avanços sejam observados desde a redemocratização e mesmo pela intensa
mobilização da sociedade política organizada no Brasil.
“a linguagem da administração pública continua hermética aos cidadãos
comuns” (linhas 3 e 4) – a linguagem administrativa do Estado brasileiro
permanesce impescrutável as massas

Questão 77: Assembleia Legislativa ES – 2011 – Procurador


Cada uma das questões abaixo apresenta um trecho de texto, seguido de uma
proposta de sua reescritura. Julgue se a reescritura está gramaticalmente
correta.
Fragmento de texto: Essa forma de veicular denúncias e indícios reafirma
muitos dos mitos acerca do fenômeno da corrupção. Podem-se inventariar
alguns: a colonização portuguesa, que seria essencialmente patrimonialista,
em contraposição ao “poder local” e ao “espírito de comunidade” da tradição
anglo-saxã; a cultura brasileira, com seu universo miscigenado, tão criticado
por perspectivas eugenistas do início do século XX, e sua “amoralidade
macunaímica”, que não teria, mesmo após a independência e a República,
conseguido separar o público do privado; a disjunção entre elites políticas e
sociedade, como se as primeiras não fossem reflexo, direto e(ou) indireto, da
última; a ausência de uma base educacional formal sólida como explicação
para comportamentos não republicanos; por fim, a ausência e(ou) fragilidade
de leis e de instituições capazes de fiscalizar, controlar e punir os casos de
malversação dos recursos públicos, como se o país fosse “terra de ninguém”.
“a disjunção entre elites políticas e sociedade, como se as primeiras não
fossem reflexo, direto e(ou) indireto, da última” (linhas 8 a 10) – a dissenção
das elites políticas em relação a sociedade, como se estas não refletissem
nessa, direta e(ou) indiretamente

Questão 78: Agente educacional / 2010 / nível médio


Fragmento do texto: Trata-se da chamada poluição urbana, observada,
sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento
demográfico.
Caso a expressão “da chamada poluição urbana” estivesse no plural, a forma
verbal “Trata-se” deveria também ser flexionada no plural.

Questão 79: PMDF/CHOAEM


Fragmento do texto: O medo tem raízes profundas na alma dos seres.
Radica-se no inconsciente e é objeto constante da pesquisa científica, com
destaque para a psicanálise.
Em “Radica-se”, o pronome indica que o sujeito é indeterminado.

Questão 80: Polícia Federal / 2004 / nível médio


Fragmento do texto: Não se pode negar que o advento dos regimes liberais

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR TERROR
em 1989-90, em todos os grandes Estados da América do Sul, criou uma
ilusão de modernidade. (...)
A partir de 1995, a ilusão começou a desfazer-se e a dura vida real
transformou sonhos em pesadelos.
O emprego do pronome “se” marca a formalidade da linguagem utilizada e
indica, nas duas ocorrências, que o sujeito da oração é indeterminado,
impessoal.

GABARITO

1. E 2. E 3. E 4. E 5. C 6. E 7. E 8. E 9. C 10. E
11. C 12. C 13. E 14. E 15. E 16. C 17. E 18. C 19. E 20. C
21. E 22. E 23. E 24. B 25. C 26. C 27. C 28. E 29. C 30. C
31. E 32. E 33. E 34. C 35. C 36. C 37. E 38. C 39. C 40. E
41. E 42. E 43. E 44. E 45. E 46. C 47. E 48. C 49. C 50. E
51. C 52. C 53. E 54. E 55. C 56. C 57. C 58. E 59. E 60. E
61. E 62. E 63. C 64. E 65. E 66. E 67. E 68. E 69. D 70. E
71. E 72. E 73. C 74. C 75. C 76. E 77. E 78. E 79. E 80. E

Controle de desempenho:

Quantidade de acertos (QA): + _____


Quantidade erros (QE): – _____
Total (To=QA-QE): _______
Porcentagem ( x 100): ______
80 (quantidade de questões da aula)

Só passe para a aula seguinte, se você tiver índice maior que 80%.

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