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Equipe Projeto IBGE Efetivo - Português

PORTUGUÊS

SUBSTANTIVO

EQUIPE PROJETO IBGE


EFETIVO

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INTRODUÇÃO

Olá pessoal! Tudo bem com vocês? Estou de volta para darmos continuidade a
nossa aula de morfologia.

O assunto desta aula é "substantivo". Na nossa primeira aula de morfologia, fiz


uma apresentação das classes de palavras. Então, vocês já devem ter uma
noção geral sobre o que é um substantivo, certo?

Vamos prosseguir com a nossa aula.

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SUBSTANTIVO

O substantivo é um termo que nomeia os seres. Sua função sintática mais


comum é a de atuar como o núcleo dos termos. E que termos são esses? São os
termos da análise sintática. Se você ainda não sabe o que isso significa, não se
preocupe! Vamos aprender todos esses termos nas aulas de análise sintática.

Para começar, vamos relembrar algumas coisas que discutimos na nossa aula
inicial. Como mencionei, o substantivo nomeia os seres e atua como o núcleo
dos termos na análise sintática.

Agora, para o seu exame, e de maneira geral, é essencial que você seja capaz
de identificar um substantivo. Então, se você sabe o que é um substantivo e
consegue identificá-lo, perfeito! Estamos no caminho certo.

Classificações do Substantivo
As classificações que vou apresentar são para que possamos aprofundar nosso
conhecimento. No entanto, nem sempre os exames solicitam essas
informações específicas. Porém, é crucial que as conheçamos, pois isso facilita
certas tarefas como identificar o uso de letras maiúsculas e minúsculas, um
adjunto adnominal ou um complemento nominal.

Então, mesmo que os exames não peçam explicitamente, essa informação é


muito útil para o nosso entendimento. Portanto, sim, precisamos dessas
classificações para um estudo completo.

Vamos começar a classificação dos substantivos. Temos inicialmente o


substantivo comum. O que é um substantivo comum? Ele representa todos os
seres de uma mesma espécie. Por exemplo, temos "homem", "cidade",
"bairro", "instituição". São nomes gerais que usamos para designar de forma
geral uma determinada coisa ou ser. Esses são os substantivos comuns.

Agora, quando queremos nomear especificamente algo dentro dessa classe


geral, usamos o que chamamos de substantivo próprio. Por exemplo, "mulher"
é um substantivo comum. Contudo, se queremos especificar um tipo particular
de mulher, usamos substantivos próprios como "Kássia", "Maria", "Irene",
"Neusa". Da mesma forma, dentro do substantivo comum "homem", podemos
especificar com "Ronaldo", "Tiago", "Antônio".

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Sei que talvez você já tenha estudado isso no ensino fundamental, mas, às
vezes, as pessoas ainda têm dificuldade de fazer essa distinção. É crucial para a
redação, então, preste atenção!

EXPLICAÇÃO DETALHADA:

Quando dizemos "As leis organizam a sociedade", estamos falando de leis de


forma geral. Existem inúmeras leis, não é mesmo? Agora, quando
mencionamos "a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) normatiza a educação",
estamos especificando uma lei em particular. Nesse caso, "Lei de Diretrizes e
Bases" é escrito com letras maiúsculas iniciais, pois é um substantivo próprio,
uma lei específica.

Essa lógica se estende também para sua redação. As pessoas, às vezes, têm
dificuldades em distinguir quando usar "estado" com letra minúscula e
"Estado" com letra maiúscula. Por que, às vezes, usamos a mesma palavra, mas
com letras diferentes? É a mesma lógica que aplicamos aos substantivos.

Vamos considerar o exemplo do estado do Pernambuco. No Brasil, temos 26


estados. No mundo, temos muitos mais. Nesse contexto, "estado" é um
substantivo comum, pois é uma ideia geral, e por isso é escrito com letra
minúscula.

Agora, quando usamos "Estado" com letra maiúscula, estamos nos referindo à
organização política de nosso país. Nesse caso, "Estado" é entendido como
uma unidade federativa. Não estamos falando de qualquer estado, mas dessa
entidade específica que organiza nosso país.

Essa é a lógica por trás do uso de letras maiúsculas e minúsculas. Você pode
aplicar essa regra em sua prova discursiva. Em provas objetivas, normalmente
não há perguntas sobre isso, talvez somente em provas de nível fundamental.
Em outras provas, não costumamos ver questões deste tipo.

Agora, vamos falar sobre substantivos abstratos e substantivos concretos


juntos. O substantivo abstrato possui natureza dependente, enquanto o
concreto tem uma natureza independente.

O substantivo abstrato representa uma ação, um estado, uma qualidade ou


um sentimento. Por exemplo, quando mencionamos "amor", como em "O

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Amor Está no Ar", estamos falando de um sentimento, portanto, trata-se de


um substantivo abstrato. Ou quando dizemos "a organização do Estado", a
palavra "organização" vem do verbo "organizar", representando a ação de
organizar, logo, é um substantivo abstrato.

Por outro lado, temos os substantivos concretos, que não representam ação,
estado, qualidade ou sentimento. Um exemplo é a palavra "Deus". Embora não
possamos vê-lo, ele não representa uma ação, estado, qualidade ou
sentimento, portanto, é um substantivo concreto. O mesmo se aplica à palavra
"câmera", que é um substantivo concreto, assim como "Saci", do Sítio do
Picapau Amarelo.

Podemos ter aprendido na escola que os substantivos abstratos não podem ser
vistos e os concretos podem. Contudo, essa regra nem sempre é verdadeira,
como nos exemplos que mencionei.

Essa diferenciação é importante para a separação de adjunto adnominal e


complemento nominal. Assim, lembre-se: substantivos abstratos têm natureza
dependente e representam ação, estado, qualidade ou sentimento. Se não se
enquadrarem nessas categorias, são substantivos concretos, que possuem
natureza independente.

Substantivos coletivos designam um conjunto de seres ou coisas da mesma


espécie, como "alcateia" (coletivo de lobo), "cáfila" (coletivo de camelo) e
"cardume" (coletivo de peixe). Por exemplo, quando falamos de uma
"multidão", estamos nos referindo a um conjunto de pessoas.

A concordância com substantivos coletivos, normalmente, é feita no singular.


Por exemplo, dizemos "a alcateia passou" ou "o cardume nadou". Isso ocorre
porque, embora a palavra represente um grupo de indivíduos, ela é tratada
como uma unidade singular.

É importante ter cuidado para não fazer a concordância com a ideia do


conjunto, o que é conhecido como silepse. Por exemplo, embora um cardume
represente milhares de peixes, não dizemos "o cardume passaram". A frase
correta é "o cardume passou", pois estamos nos referindo ao cardume como
um todo, não aos peixes individualmente.

O mesmo se aplica ao uso do pronome "a gente". Embora ele represente um


grupo de pessoas, é tratado como uma unidade singular e, portanto, deve ser

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conjugado no singular. Por exemplo, é correto dizer "a gente vai", e não "a
gente vamos". Quando queremos usar a forma plural, devemos usar o
pronome "nós", como em "nós vamos". Isso ocorre porque a concordância
deve ser feita com a palavra, e não com a ideia que ela representa.

Flexões do Substantivo
Os substantivos têm flexão de número, gênero e grau.

Quando falamos de número, temos o singular, que se refere a um só elemento


(por exemplo, "menina"), e o plural, que se refere a mais de um elemento (por
exemplo, "meninas").

Já a flexão de gênero pode ser masculina ou feminina. Por exemplo, temos


"menina" (feminino) e "menino" (masculino). A gramática da língua portuguesa
não apresenta, até o momento, o gênero neutro.

Quanto ao grau, temos o aumentativo e o diminutivo. Para o aumentativo,


costumamos acrescentar o sufixo "ão" no final da palavra, e para o diminutivo,
"inho" ou "zinho". Por exemplo, podemos falar de um "chapelão"
(aumentativo) ou "chapéuzinho" (diminutivo).

Há também o que chamamos de diminutivo afetivo, que é quando utilizamos o


diminutivo para trazer uma ideia de afeto ou carinho. Por exemplo, se meus
amigos me chamam de "Kassinha", isso traz um tom afetivo.

O uso dos graus aumentativo e diminutivo nos substantivos pode, muitas


vezes, não indicar tamanho físico, mas expressar sentimentos, atitudes ou
intenções em relação ao que se está falando.

Por exemplo, ao dizer "aquele cabeção fez algo errado", não estamos
necessariamente nos referindo a alguém com uma cabeça fisicamente grande,
mas provavelmente a alguém que cometeu um erro ou agiu de maneira
descuidada.

Da mesma forma, quando dizemos "aquela mulherzinha chegou", não estamos


nos referindo necessariamente a uma mulher de estatura baixa, mas
possivelmente a uma mulher sobre a qual se tem uma opinião negativa ou
irônica.

O uso dos graus de substantivos também pode alterar o significado de certas


palavras. Por exemplo, "capinha" não é uma pequena capa, mas o nome dado a

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um objeto específico que é usado para proteger o celular. Da mesma forma,


"portão" não é uma grande porta, mas uma palavra que se tornou um
substantivo comum para uma entrada específica.

Além disso, o uso de graus não se limita a substantivos. Também podemos


aplicá-los a adjetivos, pronomes, numerais e outras classes gramaticais. Por
exemplo, podemos dizer "Fulano é lindinho" ou "dá um minutinho". Esses
graus podem ser usados para expressar sentimentos ou atitudes, tanto
positivas quanto negativas.

Em resumo, o uso dos graus aumentativo e diminutivo nos substantivos, assim


como em outras classes gramaticais, pode ser muito mais rico e complexo do
que simplesmente indicar tamanho ou quantidade. Eles podem expressar uma
variedade de sentimentos e atitudes, além de mudar a forma como
entendemos certas palavras.

SUBSTANTIVAÇÃO
A substantivação é um processo gramatical em que palavras de outras classes
gramaticais são usadas como substantivos. Esse processo é comum em muitos
idiomas, incluindo o português, e geralmente é feito usando-se o artigo
definido ou indefinido.

Por exemplo, a frase "Eu tenho dois filhos". Aqui, "dois" é um numeral cardinal
que está sendo usado para quantificar o número de "filhos". No entanto, na
frase "O dois é um numeral cardinal", a palavra "dois" está sendo usada como
um substantivo. Isso acontece porque o artigo "o" é colocado antes de "dois",
transformando-o de um numeral em um substantivo.

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Da mesma forma, na frase "Eu vou amar você e depois vou partir", "amar" e
"partir" são verbos. No entanto, na frase "O amar e o partir são difíceis",
"amar" e "partir" são usados como substantivos, novamente por causa do
artigo "o" que precede essas palavras.

Então, em resumo, a substantivação é o processo de transformar palavras de


outras classes gramaticais em substantivos, geralmente por meio do uso de um
artigo. Essa é uma maneira eficaz de expandir o vocabulário e a expressão na
língua portuguesa, permitindo que as palavras sejam usadas de formas novas e
criativas.

QUESTÕES
1) Entre as opções a seguir, assinale aquela em que o aumentativo sublinhado
perdeu o valor de aumentativo, designando uma outra realidade.

A) O entregador tocou a campainha e esperou no portão.

B) O fazendeiro tinha um cachorrão para vigiar a plantação.

C) O panelão da feijoada já estava sobre o fogão.

D) O apartamento tinha um varandão na frente.

E) Na parte de trás, havia um terrenão para o plantio de frutas.

Comentário:
Nesse contexto, "portão" perdeu seu significado aumentativo, ou seja, a noção
de grandeza foi perdida.

Por exemplo, temos o caso do fazendeiro que possuía um "cachorrão" para


proteger sua plantação. Neste caso, "cachorrão" transmite realmente a ideia
de algo grande - um cão de porte grande. Da mesma forma, "panelão", usado
para descrever a panela da feijoada no fogão, também sugere uma panela de
grande tamanho.

No caso do apartamento com um "varandão" na frente, a palavra "varandão" é


utilizada com um sentido de tamanho ampliado. Portanto, essas opções não
são as respostas corretas, uma vez que o termo aumentativo mantém seu
sentido de tamanho ampliado.

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O último exemplo mostra um "terrenão" na parte de trás, o que também


implica em um terreno de grande extensão.

Portanto, a única resposta que corresponde à pergunta, onde o termo


aumentativo perde seu sentido de grandeza, é a letra A, onde "portão" é usada
como substantivo comum. Assim, a análise está resolvida de maneira clara e
tranquila.

Gabarito: Letra A.

2) No trecho “Um desesperar, nada por vir”, o vocábulo “desesperar” está


empregado como substantivo.

Comentário:
Embora "desesperar" seja originalmente um verbo, a presença do artigo
indefinido "um" antes dele resulta em sua substantivação. Geralmente, verbos
substantivados estão no infinitivo, dada a sua natureza inerentemente
substantiva. Esses verbos no infinitivo podem ser usados tanto como
substantivos quanto como adjetivos. Portanto, essa afirmação está correta.

Gabarito: Certo.

3) No parágrafo inicial do texto, pode-se ler "notável comércio marítimo".


Diante das regras de concordância nominal, assinale a alternativa correta, a
partir das assertivas.

A) A palavra "comércio" é um substantivo.

B) As palavras "notável" e "comércio" são ambas adjetivos.

C) As palavras "notável" e "marítimo" são ambas substantivos.

D) A palavra "comércio" é um adjetivo.

Comentário:

Vamos identificar cada classe gramatical corretamente:

"Comércio" é um substantivo.

"Notável" é um adjetivo que qualifica o comércio.

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"Marítimo" também é um adjetivo que qualifica o comércio.

Agora, vamos analisar as opções de resposta:

A. A palavra "comércio" é um substantivo. - Sim, isso é correto.

B. As palavras "notável" e "comércio" são ambos adjetivos. - Não, isso é


incorreto. "Comércio" é um substantivo.

C. As palavras "notável" e "marítimo" são ambos substantivos. - Não, isso é


incorreto. Ambos são adjetivos.

D. A palavra "comércio" é um adjetivo. - Não, isso é incorreto. "Comércio" é um


substantivo.

Portanto, a resposta correta é a opção A: a palavra "comércio" é um


substantivo.

Gabarito: Letra A.

4) (FGV/ 2022) O diminutivo em língua portuguesa mostra valores variados.

Assinale a frase abaixo em que o diminutivo tem valor afetivo.

A) Nesse frio, bom mesmo é um cobertorzinho amigo.

B) O governo deseja que a inflação vá embora depressinha.

C) O deputado mostrava em seu pulso um reloginho barato.

D) Na Europa ocorre agora uma guerrinha suja.

E) A mobília da boneca tinha apenas duas cadeirinhas.

Comentário:

A) Nesse frio, bom mesmo é um cobertorzinho amigo.

Certo. Aqui, o termo "cobertorzinho" adquire um valor afetivo. Refere-se


àquele cobertor que nos envolve e nos mantém quentinhos.

B) O governo deseja que a inflação vá embora depressinha.

Errado. Nesse caso, não encontramos o valor afetivo.

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C) O deputado mostrava em seu pulso um reloginho barato.

Errado. Aqui, percebemos um tom irônico.

D) Na Europa ocorre agora uma guerrinha suja.

Errado. Da mesma forma, percebemos um tom irônico.

E) A mobília da boneca tinha apenas duas cadeirinhas.

Errado. Nesse exemplo, temos o diminutivo real, que sugere algo muito
pequeno.

Gabarito: Letra A.

5) As formas “pensar” (linha 6) e “saber” (linha 7) foram substantivadas.

Comentário:

Na frase "não tivesse razões para pensar", a palavra "pensar" não foi
substantivada, ela continua sendo um verbo. Portanto, já sabemos que a
resposta está incorreta no que diz respeito a esta parte.

Agora, vamos analisar a frase "Talvez, por isso, o saber a respeito". Observe
que temos um artigo "o" antes do verbo "saber", o que muda seu papel
gramatical, transformando-o de verbo para substantivo. Então, neste caso, a
palavra "saber" foi de fato substantivada.

Gabarito: Errado.

Essa foi a nossa aula sobre substantivos. É essencial compreender este conceito
antes de fazer sua prova.

Até a próxima aula!

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