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TRANSITIVIDADE VERBAL

Quando falamos de transitividade verbal e classificação dos verbos, estamos também


falando de três tipos de classificações. Os verbos transitivos, verbos intransitivos e os verbos
de ligação. Para a gramática tradicional, os dois primeiros verbos, isto é, transitivos e
intransitivos, são chamados de verbos nocionais ou significativos. Segundo a Nova
Gramática Contemporânea, os verbos significativos são aqueles que trazem uma ideia nova
ao sujeito. Isto implica numa noção de ação, por esta razão eles encabeçam o predicado
verbal. Os verbos de ligação, por sua vez, são chamados de verbos relacionais, porque
relaciona o sujeito ao seu predicativo, formando predicados nominais.
O verbo transitivo é aquele que possui seu sentido incompleto, portanto exige um
complemento verbal. Chamamos esse complemento de objeto, que poderá ser direto ou
indireto. Vale ressaltar que ao dizermos que um verbo tem seu sentido completo ou não,
estamos nos referindo ao sentido de ação, ou seja, quando utilizamos uma frase que possui
sujeito e objeto e a entendemos, compreendemos, na verdade, a ação manifestada por aquele
verbo. Os verbos transitivos podem ser diretos, indiretos, ou diretos e indiretos ao mesmo
tempo.

VERBOS DE LIGAÇÃO:

Os verbos de ligação servem para estabelecer a união entre duas palavras ou expressões de
caráter nominal. Não trazem propriamente ideia nova ao sujeito; funcionam apenas como elo
entre este e o seu predicativo.

Ex:

● A comida está saborosa.


● O Rio de Janeiro continua lindo.
VERBOS INTRANSITIVOS:

Ainda segundo a Nova Gramática Contemporânea, os verbos intransitivos são aqueles cuja
ação não vai além do verbo. Sendo assim, quando dizemos que um verbo é intransitivo,
estamos dizendo que podemos compreender a ação manifestada pelo verbo sem que haja a
necessidade de complementos.

Ex:
● Pedro dorme.
● Pedro vive.

VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS:


Os verbos transitivos diretos são aqueles que exigem um complemento SEM preposição, e o
termo da oração que lhes integra o sentido recebe o nome de objeto direto.

Ex:
● Vou ver o doente.
● Ela invejava os homens.

VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS:


O verbo transitivo indireto é aquele que necessita da mediação de uma preposição para se
ligar ao seu objeto. Seu complemento é o objeto indireto.

Ex:
● Preciso comparecer ao tribunal.
● O professor respondeu aos alunos.

VERBOS BITRANSITIVOS:
O verbo transitivo direto e indireto precisa de dois complementos, um dos quais sem
preposição obrigatória (objeto direto) e outro que exige preposição (objeto indireto).

Ex:
● A menina deu o presente ao pai
● .A empresa fornece comida aos trabalhadores da firma.

REGÊNCIA

Regência verbal é a parte da língua que se ocupa da relação entre os verbos e os termos que
se seguem a eles e completam o seu sentido. Para Eduardo Carlos Pereira, a Regência
gramatical é a propriedade de algumas palavras terem outras palavras sob sua dependência,
para lhes completar ou explicar o sentido. As primeiras chamam-se regentes ou
subordinantes, e as outras regidas ou subordinadas.

Para Evanildo Bechara, o estudo da regência verbal versa sobre a relação que se estabelece
entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou
caracterizam (adjuntos adverbiais). Já o estudo da regência nominal trata da relação existente
entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome, essa
relação é sempre intermediada por uma preposição. Na maioria dos casos de regência,
verifica-se se o uso da preposição é ou não obrigatório, e se o usuário satisfaz ao que
recomenda a normativa quanto a esse uso.

Em alguns casos, dependendo do significado da palavra, a regência acaba mudando. Aqui


está um exemplo:

O verbo “Assistir”

1) com o sentido de ver exige preposição:


Que tal assistirmos ao filme?

2) com o sentido de pertencer exige preposição:


Assiste aos prejudicados o direito de indenização.

3) com o sentido de dar assistência não exige preposição:


Sempre assistiu pessoas mais velhas.
Isso também acontece com outros verbos. São eles: custar, proceder, visar, querer, aspirar,
implicar, chamar e pagar.

No caso de verbos tradicionalmente copulativos, a regência também pode variar de acordo


com o significado e o sentido do verbo.

Um exemplo é o verbo “andar”.

1) Desde aquele dia, nós andamos tão contentes. (Nesse caso, o verbo expressa um
estado transitório.. Por isso, é um verbo de ligação. O segmento “andamos tão
contentes” seria um predicado nominal.)
2) Andamos 5 km nesta trilha. (Neste caso, o verbo expressa uma ação, já completa em
seu sentido. Por isso, “Andar” seria um verbo intransitivo.)

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