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AUTOR

SOBRE O

Sou Jin Takahashi e entre tantas outras coisas que eu


faço, como as Máscaras de Veneza e a Arte Culinária, ensi-
no o Idioma Japonês, no Japão, há
mais de 10 anos, e venho trazen-
do este conhecimento adquirido,
por mais de 30 anos, neste país
em que vivo, aos amantes desta
cultura milenar, a fim de propagar-
-se e transformar-se em sabedoria.
Espero, desta forma, fazer a
diferença não somente
no seu aprendizado do
idioma, mas na vida de
milhares de pessoas que
buscam por informações
congruentes e que pos-
sam agregar valores em
sua trajetória no aprendi-
zado.

2
Capítulo 01

IN
TRO
DU~
CAO
~

3
Imagino que se você é um estudante do idioma japo-
nês, já tenha algum conhecimento sobre as partículas ou
já tenha lido muito a respeito delas em outras mídias que
ensinam o idioma, por isso gostaria de dizer-lhe: Mante-
nha a sua mente aberta e absorva o máximo que puder
das informações contidas neste e-book. Decidi escrever
esse e-book, porque percebi que meus alunos que apre-
sentam uma grande dificuldade de compreender o uso
das partículas do idioma japonês sempre acabam por
achar mais fácil a forma com que eu apresento cada uma
delas, em sala de aula, e passam a utilizá-las de forma
correta dentro da gramática e da língua falada em seu
cotidiano, sendo assim, espero que minhas explicações
possam ajudá-los a compreender o significado das par-
tículas apresentadas nesse e-book e promover uma de-
senvoltura melhor em sua linguagem ao se expressarem
em japonês.

Vou manter a linha de raciocínio que utilizo em sala de


aula para que me faça entender no decorrer de minhas
explicações, uma vez que tem funcionado com os meus
alunos ao longo de mais de 10 anos ensinando esse idio-
ma fascinante. Claro que será necessário fazer algumas
explicações gramaticais para esclarecer alguns pontos
importantes sobre o uso das partículas, mas prometo que
tentarei ser o mais objetivo possível, pois o intuito desse
e-book não é complicar o seu entendimento, e sim faci-
litar o máximo possível para que possa usufruir de todas
as informações nele contidas.

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Se você ainda não baixou o meu e-book o qual com-
partilho a minha trajetória no aprendizado do idioma ja-
ponês, deixarei aqui o link para que possa baixar e saber
um pouco mais sobre esse quem vos escreve.

Vivendo no Japão há tantos anos e convivendo com


a comunidade japonesa e brasileira, percebo que mui-
tas pessoas acreditam em não ser necessário aprender
o uso das partículas, por não utilizarem, no seu dia a dia,
e mesmo assim conseguirem se comunicar com os ja-
poneses no seu ambiente de trabalho ou por terem lido
ou ouvido em algum lugar que é irrelevante o uso das
partículas para se comunicarem em japonês.

Particularmente, não sei onde está escrito tamanho


absurdo, mas o fato é que muitas pessoas que vivem no
Japão acreditam não ser necessário esse conhecimento,
inclusive, já tive alunos que me disseram não encontra-
rem a necessidade de saber usar corretamente as partí-
culas. Ao iniciarem seus estudos comigo e com o passar
do tempo e do aprendizado adquirido em minhas aulas,
perceberam o quanto estavam equivocados em suas fal-
sas certezas em relação às partículas.

Acredito que de forma geral, forma-se a falsa impressão


de que não há a necessidade de aprender o uso correto
das partículas, devido ao fato de que em uma linguagem
informal, muitas vezes, os japoneses não as utilizam, as-
sim como não conjugam muitos verbos em sua comu-
nicação diária. Tendo em vista que a grande maioria dos
brasileiros residentes no Japão trabalham em fábricas,
pressuponho que saber o uso correto das partículas não

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seja mesmo assim tão necessário para conviver e se co-
municar dentro do seu ambiente de trabalho, o qual con-
seguem estabelecer uma comunicação básica o suficien-
te para efetuarem o trabalho que esperam, que efetuem,
sem contar que existe aí o fator “expressão corporal”
SHINTAI HYOUGEN, que todos nós sabemos
que os brasileiros são “experts” no assunto, mas é claro,
isso só é válido se estivermos diante do ouvinte.

Muito bem! Você já entendeu que para trabalhar na


“fábrica”, talvez você não necessite mesmo compreen-
der e usar corretamente as partículas ao se comunicar,
afinal, a empresa não espera que você fique conversan-
do durante o trabalho, pois ela não paga o seu salário
para que fique falando e sim espera que você trabalhe
calado como um “robô”, que fica horas apertando o bo-
tão de uma máquina ou atento nos detalhes das peças
para detectar algum “ FURYOU” (defeito) dentro do
seu trabalho de “ KENSA” (inspeção de qualidade)
etc.

Vamos levar em consideração que os japoneses es-


tudam pelo menos até o “ CHUUGAKKOU” (gi-
nasial) para poderem trabalhar em uma fábrica como “
SEISHAIN” (funcionário regular/efetivo). Ao se for-
mar no Ginasial, uma pessoa tem em média 16 anos de
idade e obteve uma orientação educacional obrigatória,
“ GIMU KYOUIKU”, estipulada por lei, necessa-
riamente não foi um aluno exemplar, pois no Japão não

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há a necessidade de boas no-
tas para passar de ano esco-
lar, mas isso é assunto para
um outro momento. O que
quero que entenda é que a
grande maioria dos japo-
neses que trabalham nas
fábricas possuem apenas
o ensino obrigatório e que,
por sua vez, começaram a
trabalhar muito jovens e não
tiveram acesso a um ensino superior, pois pos-
suem apenas o ensino médio, mas sabem ler e es-
crever muito bem, e também sabem o significado e uso
das partículas apesar de não terem tido nenhuma ex-
plicação na escola, pois aprenderam por espelhamento,
com seus pais e familiares, e quando entraram no primei-
ro ano do Ensino Infantil, com apenas 6 anos de idade,
já sabiam utilizar corretamente as partículas dentro
de sua comunicação. Sendo assim, é muito comum
que um japonês não saiba lhe explicar como utili-
zar as partículas corretamente mesmo porque eles
não saberiam fazer comparações com a gramá-
tica do português ou de qualquer outro idioma.
Digo isso, pois quando faço as explicações do in-
glês ou até mesmo do português, para os meus
alunos japoneses, para que possam entender o
uso de preposições, conjunções, artigos defini-
dos e indefinidos, por exemplo, necessito usar
de exemplos, pois se você não sabe ou nunca
ouviu isso, fiquem sabendo que apesar de não
termos essas definições gramaticais dentro
do idioma japonês, elas se fazem necessá-
rias para que possamos explicar a gramáti-
ca de outro idioma para ensinar aos japo-

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neses e eles conseguirem entender melhor e mais fácil
quando usamos as partículas. Muitas vezes elas fazem
o papel de toda essa gramática que está presente em
qualquer outro idioma. Sendo assim, podemos afirmar
que, as partículas são extremamente necessárias sim,
para que você se expresse no idioma japonês. São as
partículas que farão todo o sentido ao idioma. São elas: a
preposição ( ZENCHISHI), conjunção ( SET-
SUZOKUSHI) etc.

Muito bem! Por que eu digo tudo isso?

Para que você possa entender que apesar de um japo-


nês muitas vezes ocultar o uso de uma partícula ou não
conjugar devidamente um verbo em sua comunicação
diária, o que é muito comum, pois necessitam agilizar a
comunicação de forma geral em um ambiente informal,
como no caso, o de fábrica ou de sua convivência com
amigos e familiares, por exemplo, não significa que eles
não as utilizam em seu vocabulário. Por exemplo: se um
japonês tiver que falar com um professor ou com um mé-
dico, obviamente ele irá utilizar de uma linguagem mais
formal, assim como quando ele necessita escrever um
e-mail, por exemplo, pois nesse caso, ele precisa se fazer
entender pela palavra escrita e não falada, sendo assim,
se faz necessário o uso correto não só das partículas, mas
também dos verbos devidamente conjugados, mesmo
porque o interlocutor não possui a imagem visual para
interpretar através de uma expressão corporal ou facial
do falante.

Antes de mais nada, gostaria que você que está lendo

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esse e-book, fizesse uma análise de seu conhecimento
do idioma japonês e das dificuldades que possui para se
comunicar em japonês e se perguntasse:

Onde eu quero realmente chegar? Em que nível de


comunicação em japonês ou posição social eu desejo
estar?

Digo isso, pois como já mencionei, para trabalhar na


“fábrica” talvez você não necessite mesmo saber mais
do que já sabe, mas se deseja se comunicar com um pro-
fessor da escola de seu filho, falar com um médico sem
necessitar de um intérprete, todas as vezes, pois sabe-
mos que na grande maioria das vezes que buscamos a
ajuda de um médico, é porque estamos com alguma en-
fermidade e nem sempre desejamos nos abrir para des-
conhecidos sobre nossos problemas de saúde, como em
um ginecologista ou urologista, por exemplo. Devo men-
cionar aqui, que acompanho muitas pessoas em hospi-
tais e clínicas há muitos anos e sei exatamente o quão é
importante entendermos cada palavra, cada expressão
de linguagem, cada conjugação de um verbo ou colo-
cação de uma partícula ao recebermos um diagnóstico
médico. Tudo isso não se aplica apenas para quem vive
no Japão, mas também para você que deseja vir a traba-
lho ou viver neste país.

Bom, se você quer realmente falar o idio-


ma japonês com conhecimento de causa e
se fazer entender, este e-book poderá aju-
dá-lo em seus estudos e espero poder sa-
nar muitas dúvidas no seu aprendizado
sobre as partículas e assim proporcio-
nar para você uma vida mais plena no
Japão ou em qualquer situação a qual

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tenha que utilizar do idioma japonês para se comu-
nicar corretamente.

Costumo dizer que as partículas são “a arga-


massa”, “o concreto” da base gramatical do idioma
japonês que seria o nosso “alicerce”, afinal, se le-
varmos em consideração que elas fazem um papel
importante dentro da gramática do idioma, como
já citado, são elas as responsáveis por estruturar a
linguagem como um todo, sendo assim, gosto de
comparar o idioma como um edifício a ser cons-
truído. Se tivermos o nosso alicerce mais bem es-
truturado, poderemos construir vários andares em
cima que ele irá se sustentar, porém, se esse alicer-
ce, por sua vez, não estiver muito bem estruturado,
edificado, chegará um momento em que não con-
seguirá mais erguer o seu edifício ou na pior das
hipóteses ele irá ruir por terra completamente le-
vando-o chão abaixo. No caso do idioma japonês,
vale lembrar que este alicerce deve ser resistente o
suficiente para resistir a abalos sísmicos e terremo-
tos “ ” (JISHIN), ou seja, cada detalhe merece
nossa atenção.

Vamos tentar facilitar a compreensão das partí-


culas. Claro que cada uma delas desempenha um
papel importante no idioma, mas vamos pensar
nelas como uma “argamassa” em seu edifício. Ou
seja, elas são necessárias em muitas estruturas gra-
maticais e para que entenda melhor o uso de cada
uma delas, precisa entender que elas possuem uma
função para cada estrutura e que nem sempre terá

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o mesmo significado. Digo isso pois algumas partículas
podem ser usadas em estruturas diferentes, como o caso
do “ DE”, do “ NI” ou do “ TO” por exemplo, mas fa-
laremos sobre elas no momento propício. Citei apenas
para que entendam que uma partícula pode ser usada
dentro de uma estrutura e possuir significados diferen-
tes, por esse motivo que as chamamos de “partículas” e
não atribuímos outros termos gramaticais para elas, as-
sim como fazemos em português, apesar de serem ne-
cessários para que possamos compreender melhor sua
função na gramática do idioma.

Existe também o que eu chamo de “partícula com-


posta”, como por exemplo, “ NO GA”, “ NO NI”,
“ NO MO”, “ NO WO”, “ NI WA”, e outras, mas
somente para ilustrar aqui, que em algum momento de
seus estudos, você irá se deparar com elas, pois são ba-
sicamente elementos que demonstram a relação entre
as palavras e as frases, sendo assim, o uso delas pode
ser bastante abrangente à medida que vai avançando
em seus estudos.

Neste e-book, irei apresentar as partículas mais co-


muns para quem está iniciando seus estudos ou que
busca uma melhor compreensão do uso delas em sua
linguagem.

Tendo feito as explicações necessárias para que possa


entender a importância das partículas no idioma japonês,
espero que aproveite as explicações que darei a seguir e
que elas possam abrir um universo infinito de possibili-
dades em sua comunicação no idioma.

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Capítulo 02

COMO
USAR ESTE
E-BOOK

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Ao tomar a decisão de escrever este e-book, propus
a mim fazer as explicações e dar exemplos claros e ob-
jetivos de forma que todos que estiverem buscando por
compreender melhor o uso e a função das partículas no
idioma japonês pudessem ter uma experiência prazerosa
com os estudos e com meus ensinamentos assim como
tenho feito em sala de aula. Uma vez que meus alunos
têm obtido um bom resultado em sala de aula e a forma
com que apresento-lhes as partículas tem sido eficaz há
tantos anos, resolvi imaginar que cada um de vocês que
estão por ler este e-book, é um aluno meu, sentado em
minha sala de aula, ávido por informações que possam
ajudá-lo a compreender de uma forma clara não só o
uso e a função das partículas, mas acima de tudo a sua
importância dentro da gramática do idioma japonês.

Para isso, busquei seguir uma sequência lógica para


apresentar as partículas nesse e-book, a fim de fazer com
que você vá adquirindo a compreensão necessária, gra-
dativamente, incluídas a cada tópico, a cada item, a cada
informação nova e à proporção que for avançando no
conhecimento das partículas apresentadas elas serão in-
cluídas nos exemplos dados para ilustrar as explicações
das próximas e assim sucessivamente.

Sendo assim, sugiro que inicie seus estudos, e


vá crescendo junto com ele à medida que sua
compreensão for aumentando. Utilize cada
exemplo dado para ex-
plicar cada uma das
partículas para criar
novas frases que fa-
çam mais sentido
para você de acor-
do com a sua rea-

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lidade. Isso irá ajudá-lo a pesquisar mais vocabulários e
agregar mais conhecimento a você potencializando os
seus estudos e a compreensão da informação recebida.
Creio que a partir do momento que trazemos a neces-
sidade da língua para nossa realidade o estudo do idio-
ma fica mais prazeroso, pois além de fazer mais sentido,
entendemos que a informação adquirida nos é útil em
nossa comunicação diária.

Mesmo que você já tenha um certo conhecimento so-


bre as partículas, aconselho você a se aventurar nos estu-
dos comigo. Pode ser que a forma com que eu apresento
as partículas seja diferente do que você viu até agora. Mas
se você nunca viu ou estudou nenhum material sobre as
partículas do idioma japonês, espero sinceramente que
possa encontrar respostas para suas indagações neste
material criado por mim para ajudá-lo em sua trajetória
no aprendizado do idioma japonês.

Muito provavelmente, em algum momento, minhas ex-


plicações possam não ser o suficiente para você ou não
sejam a forma mais eficaz a você. Isso pode acontecer
dependendo do seu perfil como aluno. Se levarmos em
consideração que cada aluno possui um perfil particular
para aprender e estudar como, auditivo, visual ou sines-
tésico, por exemplo. Para cada aluno existe uma forma
específica de apresentar uma informação, mas isso só é
possível quando estamos em sala de aula e posso avaliar
o perfil do meu aluno durante o processo de aprendiza-
do.

Mas gostaria que soubesse que procurei trazer o má-


ximo de informação possível para realizar as explicações
nesse e-book a fim de sanar as dúvidas e dificuldades
de todos que procuram por informações plausíveis em

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relação às partículas que causam tanta dificuldade aos
alunos que estudam o idioma japonês.

Se pudesse te dar um conselho como professor para


que aproveite ao máximo esse e-book, eu diria para você
fazer uma análise do seu perfil como aluno e adaptasse
as informações contidas aqui. Por exemplo, se você é um
aluno auditivo, leia em voz alta ou grave sua voz ao ler as
explicações e os exemplos dados. Depois você poderá
ouvir quantas vezes desejar, no carro durante o percurso
para o trabalho ou fazendo seus exercícios na academia,
a faxina de sua casa ou preparando o jantar, por exem-
plo. Imagino que desta forma poderá assimilar melhor as
informações aqui contidas.

Caso você seja um aluno mais visual, você pode im-


primir as frases utilizadas como exemplo para explicar
os usos das partículas e anexá-las em
lugares onde você consiga visuali-
zá-las, diariamente, como no
espelho de sua casa, ou
na porta do banhei-
ro ou do armário
do quarto ou na
porta da geladeira,
ou até mesmo em
algum lugar na má-
quina em que trabalha
na fábrica, como eu mes-
mo já fiz muitas vezes em
minha vida. Vá trocando as
informações à medida que for
internalizando o conteúdo e as-
sim gradativamente até que tudo
esteja mais claro para você.

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No caso de você ser um aluno sinestésico, por exem-
plo, use as dicas dadas acima para os alunos auditivos
e visuais e acrescente muita escrita em seu processo de
aprendizado. Copie as explicações e frases contidas nes-
te material, em um caderno, e tente criar suas próprias
frases a partir das explicações dadas trazendo para o
seu universo, para a sua realidade. Imagino que gradati-
vamente conseguirá internalizar as informações até que
elas se tornem claras para você. Esta dica servirá também
para todos os outros perfis de alunos.

Aconselho a todos vocês, independentemente do seu


perfil como aluno, criar o hábito de levar consigo um blo-
quinho de anotação de bolso em todos os lugares para
onde for, caso more no Japão e trabalhe em uma fábri-
ca ou em qualquer outro lugar, procure anotar tudo que
ouve de novo, como um vocabulário ou um verbo ou uma
expressão, por exemplo, assistir à televisão, ouvir músi-
ca ou rádio no carro também pode ajudá-lo a aumentar
o seu vocabulário. Use de suas anotações para formar
frases gramaticalmente corretas baseadas nas informa-
ções contidas nesse e-book e tenho certeza de que em
breve a sua compreensão do idioma japonês estará em
um nível muito satisfatório.

Quando decidir assistir à televisão ou ao ouvir música,


por exemplo, é importante procurar optar por algo de seu
interesse, isso lhe dará mais prazer em assistir e apreen-
der. Por exemplo, se você gosta de culinária, assista aos
programas de culinária e não ao noticiário que tem tan-
tos termos difíceis de entender para um aluno que ain-
da não domina o idioma, pois isso será desestimulante e
esse não é o propósito. Se você gosta de novela, assista
às novelas, DORAMA, que aliás é uma ótima op-

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ção para apreender, pois possuem um vocabulário mais
voltado para a realidade e, eu também assisti muitas no-
velas no início de meus estudos. Acho que os desenhos
animados podem ser uma ótima opção para quem está
iniciando os estudos e ainda não tem muita familiarida-
de com o idioma. Eu aprendi muito com desenhos ani-
mados no início de minha jornada no aprendizado do
idioma japonês, principalmente com um desenho cha-
mado, “ SAZAE SAN”; os personagens deste
desenho animado são muito próximos de uma realida-
de da família japonesa. O enredo do desenho se pas-
sa em uma casa composta por um casal que mora com
sua filha que é casada e tem um irmão e uma irmã mais
novos do que ela e que por sua vez tem um filho com
seu esposo, “ MASUO SAN”, e todos moram
na mesma casa, onde acontece de tudo como em um
cotidiano de uma família japonesa. O marido trabalha
fora, as crianças vão para a escola, ela e a mãe cuidam da
casa, fazem compras, fofocam com as vizinhas, come-
moram as datas festivas do Japão, o que nos ajudam a
entendermos melhor a cultura do país, as crianças
fazem traquinagem e por aí vai. Gosto de reco-
mendar este desenho, pois podemos aprender
muito e com um vocabulário simples e mui-
to próximo da nossa realidade, além de
que, hoje, todas as falas aparecem si-
multaneamente escritas na tela da TV,
como subtítulo, com uma leitura sim-
ples para que as crianças possam ler
e de quebra, que você possa treinar
sua audição e sua leitura ao mes-
mo tempo. Antigamente, não tinha
subtítulo, mas foi incluído para que
as crianças com deficiência auditiva
pudessem usufruir do desenho. Há

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alguns anos, esse desenho virou um filme que foi um su-
cesso de bilheteria, no Japão, pois ele existe desde muito
antigamente e todos os japoneses conhecem esse de-
senho que é transmitido pela emissora de TV,
Fuji TEREBI, aos domingos, às 18h30, (canal 8). É prati-
camente um Patrimônio Nacional. Copie essas palavras
cole em seu navegador, da inter-
net, e encontrará inúmeras informações a respeito desse
desenho, espero que o ajude.

Nota: No dia 26 de março de 2020, às 17h48, falece o


ator de voz SEIYUU, o Sr. Masuoka Hiroshi,
, de câncer de reto, CHOKUCHOU GAN, aos
83 anos de idade, que entre tantos outros papéis em te-
atro e na televisão japonesa, deu a voz a vários perso-
nagens de desenhos animados, inclusive ao persona-
gem, MASUO SAN, esposo da personagem
principal, SAZAE SAN, desse desenho anima-
do. Achei relevante fazer esta nota, pois, provavelmente
quando assistirem esse desenho animado, futuramente,
a voz desse personagem não seja mais a mesma que
me ensinou tanto durante anos no início do meu apren-
dizado do idioma japonês.

Se seguir essas dicas, acredito que seu aproveitamen-


to, desse e-book, será muito satisfatório. Não tente ab-
sorver tudo de uma só vez, isso pode ser cansativo e dei-
xá-lo confuso. Você, até pode ler esse e-book inteiro, de
uma só vez, para saber qual o conteúdo nele contido e
depois ir estudando por etapas, partícula por partícula, e
passando para outro tópico após ter internalizado uma
a uma das informações. Assim, ao chegar no final desse
e-book você já terá conhecimento suficiente para elabo-
rar frases que lhes ajudarão muito no seu cotidiano no
Japão e por que não dizer no mundo.

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Para ajudá-lo ainda mais em seus estudos, irei dispo-
nibilizar os Links para pequenos vídeos explicativos, no
qual eu pessoalmente faço explicações básicas e práticas
sobre as partículas apresentadas em cada tópico. Sugiro
que assista aos vídeos, após estudar as explicações da-
das a cada tópico nesse e-book, para ajudá-lo a visualizar
e internalizar melhor o conteúdo. Os links para os vídeos
estarão disponibilizados ao término de cada tópico. Meu
intuito é fazer você se sentir realmente em sala de aula
comigo, como um aluno recebendo esse conteúdo a fim
de ajudá-lo a encontrar respaldo em meus ensinamen-
tos. Façam um bom proveito disso.

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Capítulo 03

OS SISTEMAS
DE ESCRITA
DO IDIOMA
^
JAPONES

20
Devo mencionar que o idioma japonês possui três sis-
temas diferentes de escrita; são eles:

HIRAGANA

KATAKANA

KANJI
sendo que o HIRAGANA é o único sistema utilizado
para as partículas, o que já facilita o aprendizado e o uso
delas. Antigamente, era utilizado somente o KANJI,
no Japão, que foi trazido da China e Coreia, mas com o
passar dos tempos, em meados do século XI, as mulhe-
res desenvolveram um certo tipo de caligrafia para escre-
verem diários, cartas, cantigas e contos japoneses, a qual
deu origem ao sistema de escrita do HIRAGANA. A
forma que conhecemos hoje, foi na verdade padronizada
na Era Meiji (1897). E, claro que apesar de ser considerada
uma forma de escrita mais utilizada pelas mulheres da
época, os homens também a utilizavam, principalmente
para escreverem cartas de amor em respostas às cartas
recebidas de suas amadas que eram escritas com essa
caligrafia que era indispensável e que passou a ser o que
conhecemos hoje por HIRAGANA.

Se eu pudesse lhe dar um conselho, como professor,


diria que você deveria iniciar seus estudos aprendendo
o HIRAGANA, pois é muito comum encontrarmos
muitas palavras escritas com esse sistema, e também o é
utilizado para escrevermos o que chamamos de
FURIGANA, YOMIGANA ou RUBI, siste-
mas utilizados para escrever a forma de leitura de um ide-

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ograma, assim como tenho apresentado nesse e-book,
escrevendo em HIRAGANA em cima do KAN-
JI (ideograma), e assim o farei em todo este material a
fim de facilitar a sua leitura, lembrando que esses três
sistemas de escrita são usados, simultaneamente, na es-
crita japonesa, uma vez que cada um deles exerce uma
função específica na escrita e que você irá compreender
melhor no decorrer de seus estudos aqui.

Não irei escrever as frases utilizadas como exemplo em


ROOMAJI (letras romanas), justamente porque
o intuito é que você aprenda o quanto antes os
silabários do idioma japonês, para isso, tenha a
tabela de escrita dos silabários disponibilizada
aqui como fonte de pesquisa para a sua lei-
tura e aprendizado.

E caso ainda não tenha adquirido meu


minicurso de HIRAGANA e KA-
TAKANA, 100% on-line e 100% gratuito, deixarei abai-
xo o Link para que possa aproveitar esta oportunidade
única de aprender não somente a escrita, mas o mais
importante de tudo, o “som”, que representam cada um
dos silabários do idioma japonês, isso fará uma enorme
diferença em seus estudos e em sua pronúncia do idio-
ma.

Quanto aos significados de algumas palavras apre-


sentadas nos exemplos dados para ilustrar a explicação
das partículas, não serão traduzidas uma a uma, e sim
dentro do contexto geral da frase apresentada, porém
irei deixar a leitura, escrita e o significado (tradução) das

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que eu achar mais relevantes para a sua compreensão
e aproveitamento do material apresentado. Sugiro que
faça um pequeno dicionário das palavras que irão sendo
apresentadas no decorrer das explicações. Procurei tra-
zer vocabulários que, de forma geral, possam ser úteis no
seu dia a dia. Desta forma, pretendo que você vá grada-
tivamente memorizando as novas palavras que irão sur-
gindo no decorrer de seus estudos das partículas, que é
o propósito desse e-book, dentro de um contexto apre-
sentado nas explicações e nos exemplos dados.

Se você já é um estudante do idioma japonês, prova-


velmente já deve estar acostumado com a leitura das
frases em japonês, de forma geral, mas se ainda não tem
familiaridade com o idioma e com a escrita, gostaria de
lembrá-lo que em uma grande maioria das vezes, se faz
necessário fazer uma tradução de trás para frente das
frases, pois o verbo no idioma japonês, diferentemente
do português, geralmente vem no final da frase e não
no começo, acredito que desta forma ficará mais fácil de
traduzir e entender o contexto das frases apresentadas.
Perceba que eu disse que, “os verbos geralmente vêm
no final da frase”; por isso tenha em mente que essa
regra não se aplica em todas as estruturas do idioma, o
que significa que essa sequência poderá mudar na me-
dida em que vamos avançando nos estudos e apren-
dendo a elaborar frases mais complexas com contextos
igualmente complexos, mas nesse e-book, em questão,
procurei usar de exemplos mais fáceis para que possa
assimilar melhor a ideia, sendo assim, os verbos estarão
de forma geral no final das frases usadas como exemplo.

A princípio, irei escrever em letras romanas,


“ROOMA JI” as palavras que achar relevantes de se-
rem traduzidas para facilitar sua compreensão e leitura

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do material, mas tenha em mente que esse sistema de
letras romanas será eliminado gradativamente do mate-
rial, pois o intuito desse e-book não é somente de levar
informação e sim ajudá-lo a estudar o idioma como um
todo. Apesar de muitos dizerem que o as palavras que
achar relevantes de serem traduzidas para facilitar sua
compreensão e leitura do material, mas tenha em mente
que esse sistema de letras romanas será eliminado gra-
dativamente do material, pois o intuito desse e-book não
é somente de levar informação e sim ajudá-lo a estudar
o idioma como um todo. Apesar de muitos dizerem que
o “ROOMA JI” é uma das formas de escrita do
idioma japonês, eu prefiro dizer que se trata de uma for-
ma de ler o idioma, adaptada para quem ainda não tem
afinidade com os outros sistemas existentes. Sendo as-
sim, sugiro que inicie seus estudos dos sistemas de es-
crita de HIRAGANA e KATAKANA, o quanto
antes, para que possa ter um aproveitamento satisfatório
desse e-book.

Aproveitando que mencionei o sistema, “ROO-


MA JI” devo lembrá-lo que trata-se de um sistema para
escrever as palavras em japonês, em letras romanas, e
que não possuem nenhuma ligação com o nosso alfa-
beto. Usamos das letras romanizadas para escrever os
“sons” que representam os silabários do idioma japonês

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a fim de facilitar sua leitura para aprendizes iniciantes do
idioma, mas como disse, à medida que vamos avançan-
do nos estudos das partículas nesse material, este siste-
ma não será mais utilizado.

Acredito que uma semana é mais do que suficiente


para aprender o HIRAGANA que, por sua vez, é
composto de 46 silabários, assim como o KATAKA-
NA, o qual deve ser estudado após o HIRAGANA.

Eu deixarei uma tabela de HIRAGANA e


KATAKANA disponível nesse e-book para que possa es-
tudar e aprender de uma vez por todas e assim ampliar os
seus conhecimentos. Caso você já domine os silabários,
aconselho a dar uma revisada, pois não raro me depa-
ro com pessoas que saibam ler, porém, não conseguem
escrever os silabários e quando os fazem, muitas vezes,
cometem erros de sequência dos traços na escrita. Devo
lembrá-los que cada uma das letras de ambos os siste-
mas de escritas dos silabários, representam um “SOM” e
não uma sílaba como pode parecer. O que quero dizer
com isso é que o silabário “KA”, por exemplo, quando
escrito em letras romanas poderia ser escrito com “C=CA”
ou com “K= KA” que teriam o mesmo som, sendo assim,
pressuponho que ambos estariam corretos para repro-
duzir o “som” do silabário “KA”. Porém, apesar de exis-
tirem duas formas de representar os sons dos silabários
no sistema “ROOMA JI”, de forma geral utilizamos
o sistema HEBON SHIKI (Sistema HEBON) que
foi desenvolvido pelo, Reverendo James Curtis Hepburn,
( ), daí o nome “ HE-
BON” para este sistema que seria a forma de leitura em
KATAKANA para “Hepburn”, quando escreveu um
dicionário do idioma japonês para estudantes falantes

25
da língua inglesa, no ano de 1886, e a partir daí passou
a ser utilizado para romanizar o idioma japonês por ter
sido considerado um sistema mais fácil e mais próximo
das pronúncias dos sons dos referidos silabários do que
o existente na época que se chama KUNREI SHIKI
(Sistema KUNREI). Apesar do sistema HEBON
SHIKI ter sido criado com a escrita em hebraico, é cha-
mado de “ROOMA JI” (letras romanas). Tradu-
zimos como “letras romanas”, mas se trata de letras pro-
vindas do alfabeto romano antigo o que na verdade, para
ser mais preciso, seria o, “latim”, que dá origem a vários
outros idiomas como sabido.

Achei relevante deixar aqui mencionado esse fato, pois


desejo que tenha as mesmas informações que meus alu-
nos sobre o idioma e suas peculiaridades a fim de tornar
o seu estudo mais interessante e eficaz. E também com-
preender o porquê você deve aprender o HIRA-
GANA e KATAKANA o quanto antes.

Deixar-te-ei uma tabela do sistema HEBON


HEBON SHIKI e do sistema KUN-
REI SHIKI, juntamente com a tabela de escritas
dos silabários no Capítulo 17 desse e-book, para
que possa lhe servir de referência e aprendizado.
Irei utilizar do sistema HEBON
para transcrever as palavras do idioma
japonês para as letras romanas nesse
e-book.

Muitas pessoas acreditam que é


necessário aprender os KAN-
JI, gradativamente, à medida que
vamos avançando nos estudos
do idioma, exatamente como

26
fazem as crianças, primeiro aprendem a falar e depois
a lerem e escreverem quando entram no ensino funda-
mental. Porém, para que você possa alcançar um bom
resultado em seus estudos, principalmente ao que tan-
ge a pronúncia do idioma, é fundamental que entenda
logo de início tanto a escrita quanto o “som” do HI-
RAGANA. Se levarmos em consideração que este siste-
ma possui somente 46 silabários você não terá descul-
pas para não aprender. Imaginem só, eu estou dizendo
que você poderá aprender a falar com uma pronúncia
correta, um idioma tão incrível, como o japonês, apenas
aprendendo 46 silabários. Sendo assim, se você não está
disposto a se dedicar e fazer o mínimo de esforço para
aprender, talvez seja melhor você nem prosseguir a par-
tir daqui.

Quanto ao KATAKANA, que se trata de uma


escrita mais angulosa, como já disse, deve ser estudado
depois, visto que o utilizamos apenas para escrever pa-
lavras de origem estrangeira e que foi desenvolvido, por
aprendizes de monges budistas, no intuito de facilitar a
cópia e a leitura de textos budistas escritos em chinês e
que de forma geral era mais utilizado pelos homens, ape-
sar de estudos recentes afirmarem que o HIRAGA-
NA também tenha sido utilizado para facilitar a leitura
dos textos escritos em chinês. Sendo assim, aparecem
em menor quantidade na língua escrita, mas não menos
importante, pois está presente o tempo todo, uma vez
que temos muitos vocabulários de origem estrangeira
que foram incorporados no idioma japonês como um
todo, após a Segunda Guerra Mundial e principalmen-
te no mundo de hoje tão ocidentalizado e tecnológico
que vivemos, o qual novos vocabulários surgem a todo
instante. Mesmo porque os três sistemas de escritas são
utilizados simultaneamente no idioma japonês.

27
Lembrando que tanto o HIRAGANA quanto o
KATAKANA são originários do KANJI na qual
partes de determinados KANJI ou traços foram sim-
plificados dando origem a esses dois sistemas de escrita
que surgiram ambos na Era Heian HEIAN JIDAI
(794 a 1185). Falei da existência dos KANJI, de forma
geral, durante as explicações sobre os sistemas de es-
critas existentes no idioma japonês, que denominamos
“caracteres ou ideogramas”; estes “símbolos” represen-
tam de forma geral um “conceito” ou uma “ideia” e não
apenas um “som” como no caso do HIRAGANA e
do KATAKANA.

Foi na Era Yayoi YAYOI JIDAI (300 a.C. a 250


d.C.), quando houve a consolidação do país de Yamato
YAMATO no século IV, Era Yamato YAMATO
JIDAI (250 d.C. a 710 d.C.) – Província de Nara, que o Chefe
Yamato que, posteriormente, passaria a ser denominado
TENNO – Imperador, chamou do continente (China
e Coreia), além dos artesãos, para ensinar os japoneses
o artesanato, os monges e professores para ensinarem o
Budismo e os KANJI. No início de 604 d.C., a partir
da Consolidação do Reino de Yamato, o Japão come-
ça a tomar forma como um “Estado Unificado”. Aque-
le que daria um grande passo nesse sentido é
SHOUTOKU TAISHI – Príncipe Shoutoku, saindo do Pe-
ríodo Yayoi YAYOI JIDAI para o período Asuka
ASUKA JIDAI (538 d.C. a 710 d.C.). A introdução
do Budismo se dá neste período, juntamente com a do

28
KANJI com a “alfabetização” do povo japonês ten-
do como base os ensinamentos do pensador e filóso-
fo chinês, “Confúcio”, (551 a.C. a 479 a.C.). Vale lembrar
que o príncipe Shoutoku assumiu o trono com apenas
20 anos de idade e já era considerado uma pessoa ex-
cepcional, um exímio cavaleiro e possuía a habilidade de
ouvir mais de 10 pessoas ao mesmo tempo e conseguir
discutir assuntos políticos com elas, foi ele quem atra-
vessou os mares para trazer ao Japão o conceito de for-
mação de sociedades já utilizado no continente, além de
muitos outros conhecimentos.

De forma geral, as crianças aprendem os KANJI,


gradativamente, na escola, como em qualquer outro sis-
tema educacional totalizando 1.026 “JI” (letras ou ide-
ogramas neste caso) na conclusão do Primário
SHOUGAKKOU e 1.110 “JI” na conclusão do Ginasial
CHUUGAKKOU, totalizando 2.136 “JI”. De forma
geral elas não irão aprender mais KANJI no Colegial
KOUKOU. Considera-se que os 2.136 “JI” aprendi-
dos até o término do Ginasial CHUUGAKKOU, se-
jam suficientes para poderem ler e escrever basicamen-
te tudo em japonês, como textos, ler livros ou jornal, etc.,
e assim poderem cursar o Colegial KOUKOU sem
maiores problemas. O que o aluno irá aprender a mais
que isso dependerá da área que escolher para continu-
ar seus estudos, na qual deverá se aprimorar em termos
técnicos SENMON YOUGO, como o da medici-
na, advocacia, engenharia etc.

29
Estima-se que existam mais de 200.000 KANJI na
China e cerca de 50.000 KANJI, no Japão, de acordo
com dados de pesquisas a respeito, mas atualmente es-
tima-se que no Japão são utilizados cerca de 4.000
KANJI no cotidiano e na China, aproximadamente 8.000
KANJI, ou seja, o dobro do utilizado no Japão, levan-
do em consideração que temos os outros sistemas de
escritas no Japão, o número de KANJI necessários
para o uso diário no Japão cai consideravelmente.

Os KANJI no Japão possuem basicamente dois


tipos de leitura, são elas:

ON YOMI – (leitura por som) – Utilizamos esta


leitura quando temos a leitura chinesa dos ideogramas
KANJI, isso se dá quando a palavra de forma geral
é composta por dois ou mais KANJI.

KUN YOMI – (leitura semântica) – Esta leitura é


utilizada para lermos as palavras que de forma geral são
compostas por apenas um ideograma KANJI, como
é o caso dos verbos em japonês e muitos outros vocabu-
lários que serão apresentados neste e-book, sendo as-
sim, tenha isso em mente e vá observando os vocabulá-
rios que irão sendo apresentados e tentando identificar
suas respectivas leituras a partir dessas classificações.

Vamos começar?

30
Capítulo 04
PARTICULA
´

(WA)

31
Repare que esta partícula é escrita com o silabário は
“HA”; lê-se: Ra, porém, a sua leitura quando utilizado como
partícula é de “WA”.

Esta é definitivamente uma das partículas que causam


muitas dúvidas entre os estudantes do idioma japonês,
pois não sabem quando utilizar は “WA” ou が “GA” em
uma frase. Vamos falar do が “GA” em seu devido mo-
mento.

A partícula は “WA” indica o tópico de uma oração, ou


seja, o assunto principal de sua frase que pode ser o su-
jeito, o objeto ou até mesmo uma situação. Vou usar de
exemplos para ilustrar a ideia e facilitar a sua compreen-
são.

Ex.:

Eu sou brasileiro.

Este carro é japonês.

O Brasil é quente

O custo de vida no Japão é caro (alto).

※ NIHON SEI – De origem japonesa (made in Japan).


※ ATSUI – Quente.
※ BUKKA – Custo de vida.

Poderíamos dizer que a partícula は “WA”, em alguns

32
casos, seria um equivalente ao artigo definido do idioma
português (o, a, os, as), mas prefiro não o fazer, pois como
já disse, não temos um equivalente na língua portuguesa
e estaria errada esta afirmação. O que podemos notar
é que em todos os exemplos apresentados, a partícula
indica o assunto, o tópico de minha oração, e é assim
que você deve memorizá-la agora. O que vem depois
da partícula de forma geral representa o predicado,
JUTSUGO, de minha oração, ou seja, aquilo que se refere
ao assunto principal.
Tópico / Assunto principal Predicado JUTSUGO

は ブラジル です。

この は です。

ブラジルは いです。

は いです。

Poderíamos dizer que em alguns casos, como na frase


はブラジル です. (Eu sou brasileiro), a partícula は
“WA” indica o sujeito da oração, mas não é bem assim
que funciona no idioma japonês, basta você entender
que o sujeito, neste caso, “Eu”, é apenas o assunto prin-
cipal da minha oração, que poderia ser qualquer outro
como em “ NIHON NO BUKKA” - O custo de
vida no Japão ou “a comida da minha mãe –
HAHA NO RYOURI”, por exemplo.

A comida da minha mãe é a mais gostosa.

33
※ HAHA – Minha mãe.
※ RYOURI – Culinária.
※ OISHII – Gostoso (a).

Vamos apresentar mais alguns exemplos para que


isso fique mais claro para você, caso ainda tenha dúvi-
das. Nos exemplos aparecerão outras partículas, porém,
não se prenda a elas, limite-se a compreender a função
da partícula は “WA” nos exemplos a seguir. Quanto as
demais partículas iremos abordá-las em outro momen-
to.
えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

O Sr. Suzuki é uma pessoa exigente.

Aquele restaurante é gostoso.

Este trabalho é pesado.

A culinária japonesa é famosa.

A Sra. Amanda sabe (consegue) falar italiano.

053-569-0392 です。
O número do telefone do hospital é 053-569-0392.

34
O meu pai é funcionário de empresa.

Minha irmã mais velha tem 51 anos de idade.

O carro do meu irmão mais velho é preto.

O meu colega é japonês.

※ KIBISHII – Exigente, severo.


※ OMOI – Pesado.
※ NIHON RYOURI – Culinária japonesa.
※ YUUMEI – Famoso.
※ BYOUIN – Hospital.
※ DENWA BANGOU – Número de telefone.
※ KURUMA – Carro.
※ KUROI – Preto, escuro.
※ KAISHAIN – Funcionário de empresa.
※ TOMODACHI – Colega.
※ NIHONJIN – Japonês (nacionalidade).

Antes de prosseguir, assista a este vídeo!!

Como pôde notar, utilizo de alguns adjetivos para ilus-


trar alguns exemplos e eles serão muito usados no de-

35
correr desse e-book, principalmente para a explicação da
partícula a seguir, a partícula が “GA”. Sendo assim, caso
você ainda não tenha baixado meu e-book sobre os ad-
jetivos no idioma japonês, deixarei aqui o Link para que
possa baixá-lo 100% on-line e 100% gratuito, pois ele
será de grande ajuda no seu aprendizado e irá potenciali-
zar a sua compreensão do idioma e das explicações que
farei neste e-book. A partir de agora, já não farei mais as
traduções dos adjetivos neste e-book. Tenha como refe-
rência o e-book o qual abordo esse assunto.

36
Capítulo 05
´
PARTICULA

(GA)

37
Agora sim, a partícula が “GA” seria uma partícula na
qual podemos dizer que indica o sujeito de uma oração.
Mas, lembre-se, mantenha a mente aberta, pois em ou-
tros casos ela pode significar outra coisa, como eu já dis-
se. Aqui irei explicar em que momento ela indica o sujei-
to que realiza uma ação ou a quem ou a que é atribuído
uma característica, um adjetivo.

Vejamos este exemplo:

Meu pai comprou um carro novo.

Percebam que (meu pai) foi quem comprou um


carro novo (carro novo), é o verbo
(comprar) conjugado no passado, ou seja, comprou.
Sendo assim, tenho aqui a ideia de “quem comprou”, ou
seja, quem realizou a ação de comprar o carro foi o meu
pai, então ele é o sujeito de minha frase que é indicado
com a partícula が “GA”.

Outra maneira bem simples de utilizarmos a partícula


が “GA”, é quando minha frase possui apenas um sujeito
(que realiza a ação) e a ação (verbo) propriamente dita.
Lembrando que um objeto (bolsa, porta, óculos) tam-
bém pode ser considerado o sujeito de uma oração.

Ex.:

O bebê dorme.

Minha mãe irá.

38
O Sr. Maeda ensinou.

A porta abre.

※ AKACHAN – Bebê.
※ OSHIERU – Verbo “Ensinar”.

Podemos dizer que “ser alguma coisa” também pode


ser considerado uma ação, sendo assim, se necessitar-
mos atribuir uma característica, ou seja, um adjetivo a
algo, também podemos utilizar a partícula が “GA”.

Vamos a alguns exemplos para ilustrar a ideia.

えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

A banana é (está) barata.

A economia (situação econômica) está ruim.

Aquela pessoa é inteligente (astuta).

O cachorro é barulhento.

39
O parque é amplo.

O México é longe.

※ KEIKI – Situação econômica de um país, de uma


empresa etc.
※ INU – Cachorro.
※ KOUEN – Parque.

Nos exemplos acima, estamos atribuindo caracterís-


ticas para os substantivos, o que fica muito claro a di-
ferença entre a partícula は “WA” e a partícula が “GA”.
Lembrando que em todos esses exemplos poderíamos
também utilizar a partícula は “WA” se a nossa intenção
fosse a de enfatizar o que estou dizendo em relação ao
sujeito da frase, neste caso daríamos mais destaque ao
adjetivo do que ao sujeito ou ao objeto da oração.

Ex.:

O México é longe.

Percebam que na tradução em português não sofre


alteração, mas no idioma japonês isso faz muito sentido.
Deixa claro que você deseja dar ênfase ao adjetivo atri-
buído ao sujeito ou ao objeto da oração.

Para simplificar, basicamente

A partícula は “WA” indica o tópico de uma oração, ou


seja, o assunto principal.
A partícula が “GA”, por sua vez, indica o sujeito (que
realiza a ação) ou a quem ou o que estamos atribuindo

40
uma característica (adjetivo).

O México é longe.
※ Aqui, estamos apenas dizen-
do que o México é longe.
※ Quanto ao México, é longe!!
Aqui, estamos enfatizando o fato
de o México ser longe.

É muito comum o estudante ficar confuso com o uso
dessas duas partículas em questão, pois em alguns ca-
sos a partícula は “WA” indica uma palavra na oração que
por sua vez também é o sujeito da frase. Se levarmos em
consideração que podemos utilizar ambas as partículas
no mesmo local, mas que apesar de terem um signifi-
cado distinto no idioma japonês, ao traduzirmos para o
português elas não sofrem nenhuma alteração, dá-se a
confusão de uso e interpretação.

Aconselho você a prestar atenção em como o japonês


utiliza essas partículas em sua comunicação para cap-
tar melhor essa diferença que é sutil, porém, existente.
Você pode assistir novelas japonesas, programações de
TV etc. para internalizar melhor essa informação. Ler
MANGA (história em quadrinhos) também pode ser uma
boa opção, caso você goste. Lembrando que os japone-
ses aprendem a utilizar as partículas de forma prática,
por espelhamento, como citei no início desse e-book, da
mesma forma que eu aprendi e tento explicar de manei-
ra prática para meus alunos assim como estou apresen-
tando neste e-book.

Assim como já disse, “ser alguma coisa”, também


pode ser uma ação, quero deixar aqui alguns adjetivos
que usamos comumente e que talvez você esteja mais

41
familiarizado, porém agora irá entender o porquê do uso
da partícula が “GA” para eles.

– Favorito (ou gostar de).


– Detestável (que não gosta).
– Sem habilidade.
– Habilidoso (usado para terceiros).
– Habilidoso / Ter aptidão (usado para si próprio).

É importante lembrar-se de que o adjetivo – Ha-


bilidoso, deve ser usado para se referir sempre a outras
pessoas que possuem determinada habilidade, ou seja,
que é bom em fazer algo, porém quando desejamos di-
zer que possuímos alguma habilidade, devemos utilizar
o adjetivo – Habilidoso para referirmos a si pró-
prio. O uso do adjetivo – Habilidoso, neste caso,
pode parecer prepotente e convencido quando usado
para referir-se a si próprio, sendo assim, o mais indicado
é o uso do adjetivo – Habilidoso / Ter aptidão.

Deixei o link para meu e-book de adjetivos acima para


que vocês entendam melhor sobre eles. Okay! Aqui va-
mos nos ater às partículas.

えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

Minha mãe gosta de pratos de peixe.

Meu irmão mais novo detesta verduras.

42
O Sr. Silva não tem habilidade com esportes.

O Sr. Pedro tem habilidades com o idioma japonês. (fala


bem)

Eu tenho habilidades com a dança. (danço bem).

※ Outro uso para a partícula が “GA” e que vale a pena


citar neste capítulo é que ela também indica o sujeito ou
o objeto de uma oração composta por um verbo intran-
sitivo, isso mesmo, temos verbos intransitivos e transiti-
vos no idioma japonês e saber identificá-los é essencial
para sabermos o uso da partícula adequada para cada
verbo. Mais adiante falarei sobre o verbo transitivo direto
TADOUSHI e a partícula que o acompanha. Ago-
ra vamos manter o foco na partícula が “GA”.

Por exemplo, se eu digo:

“Chove”, “cai”, “abre”, “venta”, “acontece um terre-


moto”, entendo que se tratam de verbos (ações) que
acontecem por si só, ou seja, que não necessitam da ação
de alguém ou da força exercida por algo para que acon-
teça (ocorra), para esses verbos em questão, damos o
nome de JIDOUSHI (verbo intransitivo), para que
sua compreensão seja ainda melhor, vamos explicar os
ideogramas KANJI que compõem essa palavra:

※ JI, provém da palavra JIBUN, que significa “por


si só” ou “o próprio”.
※ DOUSHI, significa “verbo”.

Sendo assim, temos um verbo, ou seja, uma ação que


acontece por si só, independentemente, de uma força

43
externa para que ocorra.

Vamos utilizar os verbos acima apresentados para


exemplificar isso:

Ex.:

Chove (chuva).

※ FURU é um verbo auxiliar JOUDOUSHI


que utilizamos para o substantivo MEISHI- AME
(chuva) e assim podermos ter um verbo intransitivo
JIDOUSHI - “chover”.

A bolsa caiu.

※ OCHIRU (verbo intransitivo “cair” conjugado no


passado ちました OCHIMASHITA).

A porta da loja de conveniência abriu.

※ HIRAKU (verbo intransitivo “abrir”, conjugado no


passado HIRAKIMASHITA).

Hoje venta.

※ FUKU é um verbo que pode ser intransitivo


JIDOUSHI ou verbo transitivo TADOUSHI, depen-
dendo do contexto e da partícula que o acompanha, que
significa “soprar” e que utilizamos para o substantivo
MEISHI - KAZE (vento) e assim podermos ter
um verbo intransitivo “ventar”, seria algo como “o vento

44
sopra”.

Aconteceu um terremoto em HOKKAIDOU.

※ JISHIN – Terremoto

※ OKIRU – verbo “acontecer, ocorrer”,


OKIMASHITA, esta conjugado no passado.

Bom, agora que você já sabe que temos verbos intran-


sitivos no idioma japonês e que necessitamos da partí-
cula が “GA” para esses verbos, basta você aprender a
identificá-los e aplicar a partícula が “GA” com eles. Pode
parecer difícil, mas acredito que com a prática isso vai fi-
cando mais natural.

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

Então você irá me perguntar, e os verbos transitivos


direto, Jin?? Muito bem, agora chegou a hora da nossa
próxima partícula!!!

45
Capítulo 06
PARTICULA
´

(WO)

46
Este silabário を “WO” existe apenas e somente para
ser utilizado para os verbos transitivos direto na gramática
japonesa, lembre-se disso, estou dizendo APENAS para
esse fim. Okay!! Não deve ser usado para escrevermos
vocabulários, por exemplo. Apesar de muitos educado-
res, digo, professores de idioma japonês, dizerem que ele
tem o mesmo som de “O” ao ser pronunciado, eu discor-
do dessa afirmação. Vivendo há mais de 30 anos, neste
país, e lecionando o idioma há mais de 10 anos, profissio-
nalmente, posso dizer que possuo uma certa autoridade
para dizer que você deve aprimorar a sua audição para
captar a pronúncia desta partícula em questão. Não é à
toa que a escrevemos com “W”. Poderia dizer, a grosso
modo, que a pronúncia para esta partícula em questão
seria algo parecido com “UO”, como se realmente o “W”
fosse pronunciado, mas é feito de forma sutil, de modo
que quase não notamos a diferença com a pronúncia do
“O”, na fala, porém ela existe sim.

Poderia dizer que, atualmente, os jovens já não pro-


nunciam tão claramente a partícula を “WO”, principal-
mente na região de Tóquio. Parece-me que acham irrele-
vante a pronúncia correta dessa partícula dentro de uma
linguagem coloquial, fazendo com que a pronunciem
como “O”, mas posso afirmar que isso não é totalmente
correto, pelo menos até onde eu possuo o conhecimen-
to da língua falada e, também, de acordo com os meus
amigos e alunos japoneses a diferença existe e deve ser
respeitada.

Agora que você já entendeu o uso da partícula が “GA”


para o verbo JIDOUSHI (verbo intransitivo), va-
mos ver alguns verbos TADOUSHI (verbo transi-
tivo direto) e assim poder ilustrarmos o uso da partícula
を “WO”.

47
Antes vamos entender o que seria um verbo transitivo
direto, ou seja, TADOUSHI. Para explanar isso de
forma mais clara, irei utilizar dos ideogramas KANJI
para explicar.

※ HOKA que também pode ser lido como た “TA”


quando junto a outro ideograma, o que chamamos
ON YOMI (leitura por som), como é o caso da leitura da
palavra TADOUSHI e quando está sozinha, por sua
vez, possui a leitura KUN YOMI (leitura semânti-
ca); no caso essa leitura seria a de HOKA que significa
“outros”.

※ DOUSHI, significa “verbo”.

Dada essa explicação, entendemos que o verbo tran-


sitivo direto necessita de uma força externa para que
ocorra, ou seja, ele não acontece sozinho, necessita de
alguém ou algo que o faça acontecer, ou seja uma “ou-
tra” força para que ocorra.

Vamos aos exemplos para que possa entender me-


lhor:

Ex.:

Minha irmã mais nova come muita


(bastante) carne.

Meu amigo alugou um apartamento.

Eu estudo o idioma japonês.

48
※ IMOUTO – Irmã mais nova.
※ TAKUSAN – Muito, bastante.
※ NIKU – Carne.
※ YUUJIN – Amigo.
※ KARIRU – Pegar emprestado
(alugar).
※ BENKYOU – Estudo.
※ BENKYOU SURU – Estudar.

Assisto televisão todas as noites.

※ MAIBAN – Todas as noites.


※ MIRU – Verbo “Ver”.

Nesta frase, o tópico/sujeito está oculto, que poderia


ser (eu) ou qualquer outra pessoa dependendo do
contexto. É importante lembrarmos que em uma con-
versação, necessariamente não precisamos dizer o tem-
po todo (eu) ou , uma vez que de forma geral
o sujeito está subentendido no diálogo.

A partícula を “WO” indica basicamente a transitivida-
de do verbo ( TADOUSHI verbo transitivo dire-
to), e o seu respectivo objeto direto.

Muito bem, vamos partir do pressuposto que “quem


come, come alguma coisa”, “quem compra, compra
alguma coisa”, e assim por diante. Basta você pergun-

49
tar “o quê ??” para o verbo e saberá qual o objeto de sua
oração, é ele que será indicado pela partícula を “WO”.

えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

O cientista faz pesquisas.

O Primeiro-Ministro aumentou o valor do imposto.

Ouço música no ônibus.

Compro verduras no supermercado.

Fiz a melhor escolha.

Lavo roupas no fim de semana.

※ KAGAKUSHA – Cientista.
※ KENKYUU – Pesquisa.
※ SOURIDAIJIN – Primeiro-Ministro.
※ ZEIKIN – Imposto.
※ NEAGE – Aumento de valor.
※ ONGAKU – Música.

50
※ SENTAKU – Lavagem (de roupa).
※ SENTAKU – Escolha.

※ Perceba que estas duas últimas pa-


lavras possuem a mesma leitura, porém
com significados distintos. São homô-
nimos homófonos, ou seja, possuem a
mesma leitura, porém com ideogra-
mas e significados diferentes. Isso é
muito comum no idioma japonês e
para entendermos melhor, se faz
necessário um estudo mais apro-
fundado de KANJI (ideo-
grama). Não falaremos deles
aqui, mas achei importante res-
saltar isso neste momento para
que você entenda a existência
deles no idioma e quem sabe
em outra oportunidade, ao ou-
vir outras palavras iguais com
significados diferentes, possa se
lembrar de que são comuns no
idioma japonês e manter sua
mente aberta para absorver
a informação.

Agora, basta identifi-


car o que é um
JIDOUSHI (verbo in-
transitivo) e um TADOU-
SHI (verbo transitivo direto) de sua fra-
se e você saberá qual partícula deverá
usar pra cada verbo em específico.

Levando em consideração que


diariamente realizamos inúmeras tarefas, imagino que
51
o leque de possibilidades de uso desta informação será
imenso para você, sendo assim, sugiro que a partir de
agora, passe a prestar mais atenção em tudo que diz
quando referir-se a algo que você ou que outra pessoa
faz, e procure utilizar as partículas apresentadas até aqui,
ou seja, は “WA”, が “GA” e を “WO” de forma correta e
tenho certeza de que sua comunicação no idioma japo-
nês atingirá um nível muito satisfatório.

Antes de terminar esse tópico, deixe-me apresen-


tar mais um exemplo utilizando o verbo FUKU que
mencionei no tópico anterior e que pode ser um verbo
intransitivo, JIDOUSHI, ou verbo transitivo,
TADOUSHI, dependendo do contexto e da partícula que
o acompanha e que significa “soprar” .

Observe:

Ontem, ventou forte.

Ele soprou a fumaça do cigarro.

No exemplo , temos o verbo


FUKU como verbo intransitivo, JIDOUSHI, no qual
temos a partícula が , enquanto que no segundo exem-
plo: , temos o verbo FUKU
como verbo transitivo, TADOUSHI, no qual temos
a partícula を.

Perceba a importância do uso correto da partícula com


este verbo em específico.

52
※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

Muito bem, poderia dizer que essas 3 partículas apre-


sentadas até aqui seriam consideradas umas das mais
complexas para entender e usar corretamente e que de
forma geral causam muitas dúvidas entre os estudantes
do idioma japonês. E talvez você esteja se perguntando
o porquê de eu iniciar esse e-book justamente com as
mais supostamente difíceis.

A resposta é simples, imagino que se você chegou até


aqui em sua leitura, significa que realmente deseja apren-
der mais sobre as partículas e que, como já disse, são
para mim, em especial, a “argamassa” do nosso alicerce
na construção do idioma.

Claro que eu poderia iniciar as explicações sobre as


partículas começando com outras mais simples de se-
rem estudadas e compreendidas, mas fiz mesmo de
propósito, pois, como disse, se você se manteve aqui co-
migo até agora é porque você é um aluno em potencial
e agora que já entendeu o significado e o uso das partí-
culas ensinadas até esse momento dentro desse e-book
e se teve a curiosidade de baixar meu e-book de adjeti-
vos para aprender mais e mais e se você baixou também
meu e-book em que conto minha trajetória no aprendi-

53
zado do idioma japonês e também iniciou seus estudos
do HIRAGANA e KATAKANA adquirindo o
minicurso gratuito criado por mim como proposto inicial-
mente, posso acreditar que está preparado para o que
vem a partir de agora, pois depois de toda essa infor-
mação, imagino que será mais fácil absorver as demais
partículas que seguirei apresentando a você a partir de
agora.

Apresentar-te-ei outras partículas mais fáceis de se


aplicar dentro da gramática da língua japonesa, porém,
não menos importantes.

Sem mais delongas...

54
Capítulo 07
PARTICULA
´

(NO)

55
A partícula の “NO”, tem uma função relativamente sim-
ples dentro da gramática, basicamente ela indica quando
algo pertence a alguém ou a algum lugar, por exemplo.
Sendo assim, entendemos que ela indica “posse”.

Vamos a alguns exemplos para facilitar a compreensão.

Ex.:

O vestido dela é bonito.

O nome da minha irmã mais nova é Karina.

A comida do Japão é gostosa.

※ KANOJO – Ela ou namorada.


※ IMOUTO – Irmã mais nova.
※ NAMAE – Nome.
※ TABEMONO – Comida, alimento.

Podemos notar que de forma geral a partícula の “NO”


refere-se ao equivalente às preposições “DE-DO-DA” do
idioma português, ou seja, quando desejamos dizer que
algo pertence a alguém ou a algum lugar como no caso
das frases em que digo “O nome da minha irmã” ou a
“comida do Japão”, por exemplo. Mas quando dissermos
“O vestido dela” apresentado na primeira frase, pode-
mos dizer que usamos a partícula の “NO” para obtermos
o pronome possessivo SHOYUUDAIMEISHI
no idioma japonês.

56
Vamos ilustrar isso melhor!

にんしょうだいめいし しょゆうだいめいし
Pronome Pronome
人称代名詞 所有代名詞
pessoal possessivo
NINSHOUDAIMEISHI SHOYUUDAIMEISHI

Eu わたし Meu わたし


私 私の
WATASHI WATASHI NO
Tu / Você あなた Seu あなたの
ANATA ANATA NO
かれ
かれ 彼の
Ele 彼KARE Dele KARE NO
かのじょ かのじょ
Ela 彼女KANOJO Dela 彼女の
KANOJO NO
Nós わたし Nosso わたし
私たち 私たちの
WATASHITACHI WATASHITACHI NO

Vós あなたたち Vosso / あなたたちの


Vocês ANATATACHI De vocês ANATATACHI NO
(Seus)
かれ
かれ
彼たち 彼たちの
Eles KARETACHI Deles KARETACHI NO
かのじょ
かのじょ
Elas 彼女たち Delas 彼女たちの
KANOJOTACHI NO
KANOJOTACHI

A partir do momento que podemos utilizar a partícu-


la の “NO” para obtermos o pronome possessivo, tudo
fica ainda mais interessante, não é mesmo?

57
Agora poderemos criar inúmeras frases partindo des-
te princípio.

Ex.:

Meu hobby é a culinária.

O cabelo delas é longo.

Nossa vida cotidiana é divertida.

O trabalho do meu pai é perto de casa.

O carro do Japão é famoso.

A música do Brasil é animada.

O casamento da minha filha é no ano que vem.

A professora Máximo é professora de português.

58
※ SHUMI – Hobby.
※ KAMI NO KE – Cabelo
※ NICHIJOU SEIKATSU – Vida cotidiana.
※ KEKKON – Casamento.
※ SENSEI – Professor, doutor.
※ PORUTOGARUGO – Idioma português.

Perceba que em algumas frases a partícula の “NO” é


usada como a preposição ZENCHISHI “DE-DO-
-DA” e em outras para termos os pronomes possessivos
SHOYUUDAIMEISHI.

E na frase

O casamento da minha filha é no
ano que vem.

- Minha filha.
- Casamento da minha filha
(ou seja, o casamento é dela).

Utilizamos a partícula の “NO” duas vezes com signifi-


cados e uso diferente na mesma frase, com o pronome
pessoal “Eu WATASHI” obtenho o pronome posses-
sivo “Minha - WATASHI NO” e com o substantivo
MEISHI, no caso “casamento KEKKON”, temos
o objeto que pertence a minha filha, ou seja “Da minha
filha - MUSUME NO”.

Vou deixar alguns exemplos mais curtos para que pos-


sa visualizar e memorizar melhor.

59
えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

Cultura do Japão.

Casa do meu colega.

Pensamento (ideias) da minha mãe.

Canto dos pássaros.

Presidente dos Estados Unidos.

Refeitório da empresa.

Esposa do Sr. Suzuki.

O(a) filho(a) de vocês.


(Seus filhos).

60
※ BUNKA – Cultura.
※ TORI – Pássaro.
※ NAKIGOE – Som emitido pelos animais.
※ DAITOURYOU – Presidente.
※ SHOKUDOU – Refeitório.
※ OKUSAN – Esposa de terceiros.
※ KODOMO – Criança ou filho.

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

61
Capítulo 08
PARTICULA
´

(TO)

62
Esta partícula tem outras
funções dentro da gramá-
tica do idioma japonês,
mas neste e-book irei
explicar apenas 2 fun-
ções dela, que julgo
serem importantes aprender
neste momento de seu aprendizado; em
outra oportunidade iremos aprender como o
uso dela pode ser muito mais vasto dentro do idioma ja-
ponês.

A primeira das funções que ela exerce e que quero


apresentar é basicamente muito simples que é o equi-
valente a conjunção SETSUZOKUSHI “e” do por-
tuguês.

Mas vale lembrar que não podemos utilizar em todos


os casos em que utilizamos o “e”, do português, para não
usarem de forma equivocada, okay! Por exemplo, quan-
do desejamos dar inúmeros adjetivos (características) à
mesma pessoa ou objeto, o uso da partícula と “TO” não
se aplicaria, assim como quando desejamos unir ações
diferentes em uma mesma frase, para isso temos outra
forma de construção para nossas frases, mas como dis-
se, aqui irei explicar apenas duas funções básicas a qual
creio que o ajudará muito na compreensão do uso dessa
partícula em questão. Em um outro momento, abordare-
mos funções mais específicas da partícula と “TO” dentro
do idioma japonês.

1ª. Função da partícula と “TO” (e)

Como já disse, ela pode ser usada como a conjunção

63
“e” do português para unir duas pessoas ou dois objetos,
como por exemplo: Eu e Maria, açúcar e sal, Brasil e Ja-
pão, sabedoria e saúde etc.

Vamos a alguns exemplos para facilitar o raciocínio.

Ex.:

Eu e a Sra. Maria somos brasileiros.

Coloca-se açúcar e o sal na culinária japonesa.

Desejo sabedoria (inteligência) e saúde.

※ SATOU – Açúcar.
※ SHIO – Sal.
※ – Sabedoria.
※ KENKOU – Saúde.
※ HOSHII – Desejar, querer algo.

Com esses exemplos, podemos entender que a partí-


cula と “TO” possui a função de unir dois substantivos e
não dois adjetivos, ou verbos (ações) como mencionei.
Isso é importante de se lembrar, pois é uma das coisas
que os estudantes do idioma japonês cometem erros
por acharem que podem usar a partícula と “TO” como
usamos o “e” no português. Lembrem-se, é apenas um
equivalente, mas tenham em mente de que estamos fa-
lando de outro idioma completamente diferente do por-

64
tuguês e estou apenas fazendo uma comparação para
facilitar a compreensão das partículas e seus usos devi-
dos. Mantenham-se com a mente aberta.

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

2ª. Função da partícula と “TO” (com)

A segunda função da partículaと“TO” que desejo apre-


sentar a vocês neste e-book é a equivalente ao “com” ,
do português, como quando desejamos dizer que reali-
zo algo com alguém, por exemplo. É relativamente sim-
ples para aplicarmos esta partícula com esta função em
nossas frases, basta colocá-la após a pessoa com quem
você realiza a ação propriamente dita.

Deixe-me apresentar alguns exemplos para facilitar o


entendimento.

Ex.:

Vim ao Japão com meu irmão mais velho.

65
Viajei com minha esposa.

Brinco com as crianças (filhos) no parque.

※ ANI – Meu irmão mais velho.


※ TSUMA – Minha esposa.
※ RYOKOU – Viagem.
※ KOUEN – Parque.
※ ASOBIMASU – Verbo brincar ASOBU
conjugado no presente afirmativo.

Nos exemplos acima, utilizo de outras partículas para


termos frases mais substanciais, porém não quero que se
prenda a elas, neste momento. No seu devido momento,
falaremos sobre as outras partículas. Aqui, eu quero que
você preste atenção apenas na partícula と “TO”, note
que a posiciono logo após o sujeito SHUGO, ou seja,
à pessoa com quem eu realizo a ação, simples assim.
Vamos ver mais alguns exemplos para memorizar bem
isso.

えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

Como no restaurante com meu namorado.

Trabalho com o Sr. Sato.

66
Amanhã irei à loja de departamentos com minha namo-
rada.

Assisto ao filme com meu namorado (a).

※ KARESHI – Namorado.
※ KANOJO – Ela ou namorada.
※ KOIBITO – Namorado (a) – (pessoas apaixona-
das).
※ EIGA – Filme.

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

Se você está acompanhando a linha de raciocínio, até


aqui, imagino que já esteja compreendendo toda a es-
trutura das frases apresentadas, como exemplos, salvo
o significado de algumas partículas necessárias para ob-
termos um contexto mais substancial, como já disse, mas
que iremos aprender sobre elas em breve. Fixe sua aten-
ção para o uso da partícula と “TO” e também nas que já
aprendemos e que estão sendo utilizadas nos exemplos
para ilustrar minha explicação aqui e vamos prosseguir.

67
Capítulo 09
PARTICULA
´

(YA)

68
Há um motivo específico para eu ter trazido a partí-
cula や “YA”, logo após a explicação da partícula と “TO”,
o fato é que ambas são muito parecidas em seu uso e
função dentro da gramática do idioma japonês, mas que
apresentam uma diferença de uso singular. Vimos que a
partícula と“TO” pode ser utilizada da mesma forma que
a conjunção SETSUZOKUSHI, “e”, do português,
porém, no caso da partícula や “YA”, em questão, não
temos um equivalente em português, pois ela é utilizada
para enumerar substantivos do mesmo universo o qual
estamos nos referindo. Poderíamos dizer que seria como
se o falante deixasse claro que está especificando duas
ou mais informações de um universo que contém muito
mais e não apenas aquilo que está sendo dito, é como se
tivéssemos um “etc.”, mas prefiro não o comparar desta
maneira, pois o uso é diferente. Temos também o “etc.”
que em japonês é など NADO e que muitas vezes acom-
panha a partícula や “YA” em uma frase, justamente por
ter esta conotação.

Mas prefiro usar de estruturas (frases) como exem-


plo para que compreenda melhor essa ideia.

Ex.:

Comprei verduras e carnes no mercado.

Comi bolo e guloseimas na festa.

Tem muitas lojas de conveniência, estabele-


cimentos comerciais etc. nesta cidade.

69
※ YASAI – Verduras.
※ NIKU – Carne.
※ OKASHI – Guloseimas.
※ MACHI – Cidade.
※ KONBINI – Lojas de
conveniência.
※ Estabelecimentos comerciais.

Percebam que nos dois primeiros exemplos utilizo a


conjunção “e”, do português, para a tradução, porém di-
ferentemente da partícula と “TO”, o uso da partícula や
“YA”, nas minhas frases, dá a ideia de que eu não comprei
apenas verdura e carne no mercado e também não comi
apenas bolo e guloseimas na festa. Ao utilizar a partícula
や “YA” nestas frases, fica claro que comprei muitas ou-
tras coisas no mercado e que comi e bebi também mui-
tas outras coisas na festa, porém me limito a destacar
alguns itens que acho relevantes para passar a ideia ao
ouvinte.

Já no terceiro exemplo, ao traduzir a frase para o por-


tuguês, notem que a partícula や “YA” foi traduzida ape-
nas com a “,”, pois a partir do momento que utilizo da
palavra など NADO que seria o equivalente à “etc.”, em
português, em uma tradução em português ela deve ser
tida como uma “,” e ainda assim continua tendo o mes-
mo significado dentro da estrutura de minha frase, o que
dá a ideia clara de que existem muitos outros estabeleci-
mentos na cidade em questão.

Agora que você já entendeu a função da partícula や


“YA” deixarei mais alguns exemplos para fixar melhor a
ideia.

70
えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

Como pão e ovos todas as manhãs.

Gosto de praia (mar) e montanhas.

Quero paz e dinheiro.

Comprei lembrancinhas e presentes na


viagem.

Crio cachorro e gato.

※ KAU – Comprar.
※ KAU – Criar (animais de estimação).

Percebam que estes dois verbos que aparecem flexio-


nados de formas diferentes dentro dos exemplos apre-
sentados, possuem a mesma leitura quando em sua
forma infinitiva FUTEISHI ou GENKEI como
também é chamada (forma original), ou forma dicioná-
rio como também é conhecida JISHO KEI, porém,
com ideogramas KANJI e significados IMI dis-
tintos. Mais uma vez estamos diante de um “homônimo
homófono”, como já mencionado anteriormente e que

71
se trata de algo muito comum no idioma japonês.

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

72
Capítulo 10
PARTICULA
´

(MO)

73
Se você já compreendeu o uso das partículas anterio-
res, principalmente o das partículas は “WA”, が “GA” e と
“TO”, será muito fácil acompanhar o raciocínio para o uso
da partícula も “MO”. Ela é basicamente o equivalente ao
nosso “também” da língua portuguesa, sendo assim, par-
tindo deste princípio, entendemos que ao substituirmos
as partículas は “WA”, が “GA” e と “TO” pela partícula も
“MO”, teremos frases como: Eu também, meu filho tam-
bém, o Japão também, meu carro também etc.

Vamos a alguns exemplos para visualizar melhor


essa ideia.

Ex.:

Eu também sou brasileiro.

Gosto dos carros do Japão também.

Minha mãe também irá.

Quero estudar o idioma italiano e o inglês também.

(percebam que temos o uso da partícula や “YA” nesta


frase, você já sabe o que desejo expressar com isso).

Com esta informação, podemos usar as outras frases


apresentadas para explicar as partículas は “WA”, が “GA”
e と“TO”, ao substituí-las pela partícula も “MO” teremos
outro significado para as mesmas frases. Convido você
a fazer isso como forma de estudo e treino do uso das

74
partículas em questão, imagino que isso irá ajudá-lo a in-
ternalizar melhor essa informação.

Quando utilizamos a partícula も “MO”, basicamente


se faz necessário termos um contexto prévio apresenta-
do dentro de nosso diálogo, assim como temos no por-
tuguês, pois a ideia de “também” deve estar relacionada
com algum assunto já pré-estabelecido pelos falantes.

Por exemplo, se eu digo:

Eu também quero beber cerveja, é porque essa ideia já


foi mencionada em meu diálogo.

A-
Eu quero beber cerveja.

B -
Eu também quero beber cerveja.

75
Devemos considerar que も “MO”, neste caso, se trata
de uma partícula, e como tal deve estar sempre acom-
panhada de um substantivo MEISHI.

Não deve ser usada como uma “palavra”, pois não se


trata de um vocabulário, assim como no português. Ou
seja, você não pode dizer apenas も “MO”, achando que
está dizendo “também”, não é assim que funciona.

Observem os seguintes exemplos:

えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

A -
O carro do Japão é bonito.
B-
O carro da Alemanha também.

A -
A banana é barata.
B-
O caqui também.

A -
O Sr. Suzuki é funcionário efetivo (de
empresa).
B-
O Sr. Yamada também.

76
A -
A Sra. Alice é francesa.
B-
A Sra. Adriana também.

A-
Eu quero ir.
B-
Eu também.

A-
Eu gosto de filmes.
B-
Eu também.

Nestas frases acima, não há a necessidade de dizer a


frase toda, uma vez que a ideia do que estamos falan-
do já foi apresentada previamente, porém, notem que
a partícula も “MO” está sempre acompanhada de um
substantivo MEISHI, que em alguns casos podem
ser o sujeito, SHUGO, da oração, como no caso de
“Eu também ”, por exemplo. Lembrem-se disso!

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

77
Capítulo 11
PARTICULA
´

(DE)

78
Nesse e-book, irei apresentar os usos mais comuns da
partícula で “DE” no que tange a estrutura da gramática
do idioma japonês o qual acredito, irá facilitar muito o seu
entendimento a respeito desta partícula em questão e o
ajudará a construir frases muito usadas no dia a dia, digo
isso, pois ela exerce outras funções dentro da gramáti-
ca do idioma como nas partículas compostas já citadas
anteriormente, por exemplo, como “ので NO DE”, “での
DE NO”, “では DE WA”, mas que prefiro deixar para uma
outra ocasião, uma vez que o intuito desse e-book é es-
clarecer o uso das partículas mais comuns e necessárias
para que você, estudante do idioma japonês possa ter
mais clareza a respeito do uso das partículas e incluí-las
em seu vocabulário com conhecimento de causa e con-
seguir se fazer entender em um diálogo mais simples,
porém eficaz.

Aqui irei apresentar duas funções básicas da partícula


で “DE” que acredito serem de estrema importância no
seu processo de aprendizado e compreensão desta par-
tícula em questão neste momento.

Primeira função da partícula で “DE”

Uma das funções desta partícula é de indicar o local


onde uma ação é realizada. É relativamente simples de
entendermos e passarmos a utilizar em nosso vocabu-
lário. Por exemplo, se você come no restaurante, se você
estuda em casa ou trabalha na fábrica, todos esses luga-
res onde essas ações ocorrem são indicados com a par-
tícula で “DE”.

Ex.:

Eu como no restaurante.

79
Eu estudo em casa.

Eu trabalho na fábrica.

※ KOUJOU – Fábrica.
※ KAISHA – Empresa.

Percebam que fiz questão de utilizar a palavra


KOUJOU para dar o exemplo justamente para aproveitar
a oportunidade e explicar que a palavra KAISHA não
significa “Fábrica” como a grande maioria dos brasileiros
a traduzem erroneamente. O KAISHA é a empresa
onde você trabalha e não a “fábrica”, pois no caso, fábrica
seria o local de produção em que se manufatura o pro-
duto produzido pela empresa em questão e que damos
o nome de KOUJOU, ou seja, “Fábrica”. Espero que
possam passar a utilizar corretamente esses dois voca-
bulários.

Bom, vamos a mais alguns exemplos para ajudá-lo a


entender melhor o uso da partícula で “DE” dentro de
um contexto.

えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

Espero meu colega (companheiro) de trabalho na esta-


ção (de trem).

80
Como no refeitório da empresa todos os dias.

Compro o presente do meu namorado(a) na loja de de-


partamentos.

Brinco com meu filho(a) no parque.

Comprei água no quiosque do hos-


pital.

Retiro dinheiro (faço saques) na máquina automática


da loja de conveniência.

※ DOURYOU – Colega (companheiro) de trabalho.


※ SHOKUDOU – Refeitório.
※ BAITEN – Quiosque.
※ ATM – Automatic Teller Machine
(Máquina de Atendimento (caixa) Automático)
Em japonês, lemos: “エイ ティ エム EI THI EMU”.

Note que não utilizei nenhum sujeito em específico,


nos exemplos acima, porém na tradução em português
conjuguei os verbos como se fosse na primeira pessoa,
ou seja, como se essas ações estivessem sendo realiza-
das por mim, o que dá ao entender que no contexto das
frases em questão já está implícito que, quem realiza a
ação sou eu, dentro da conversação, não havendo a ne-
cessidade de dizer “Eu 私が (は) WATASHI GA (WA)” a
todo momento como já tinha explicado anteriormente.

81
Caso deseje dizer que uma outra pessoa é quem realiza a
ação em qualquer um dos exemplos, basta dizer o nome
da pessoa ou qualquer outro pronome pessoal no início
de sua frase para especificar quem realiza a ação men-
cionada e pronto. Lembrando que no idioma japonês não
há flexão verbal distintas para cada um dos pronomes
pessoais, sendo assim, o verbo continua igual para qual-
quer pessoa o que significa que se você memorizar os
verbos e suas flexões nos tempos verbais poderá utilizar
para todos os pronomes, não é incrivelmente simples
isso?

Ex.:

Minha filha espera o colega de trabalho na estação (de


trem).

O Sr. Kotani brinca com o filho (criança) no parque.

Nós estudamos o idioma japonês em uma escola de idio-


mas.

※ GOGAKU GAKKOU – Escola de idiomas.

82
※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

Lembrem-se de perguntar onde a ação ocorre e saberá


como utilizar a partícula で “DE”.

※ Acho necessário mencionar que não


são em todos os casos que a partícula
で “DE” será utilizada para indicar um lo-
cal, pois nem sempre nos referimos a lu-
gares onde necessariamente uma ação
está sendo realizada, como por exemplo,
quando digo que “escrevo no papel” ou
quando digo que alguém ou algo se en-
contra em algum lugar. Nestes casos uti-
lizamos a partícula に “NI”, pois estamos
falando de (objeto indireto) em portu-
guês. Mas irei falar sobre isso mais adian-
te quando estivermos estudando a par-
tícula に “NI” que merece uma atenção
especial.

83
Segunda função da partícula で “DE”

Aqui, veremos a partícula で “DE” para indicar o meio


pelo qual uma ação é realizada, ou seja, quando utiliza-
mos de uma ferramenta para realizarmos algo ou quan-
do utilizamos de um meio de transporte para nos loco-
movermos por exemplo.

Quando digo que “corto a carne com a faca”, por


exemplo, a faca seria a ferramenta utilizada para realizar
a ação de cortar, assim como quando utilizo o compu-
tador para pesquisar algo, o computador é a ferramenta
utilizada par efetuar a minha pesquisa e quando vou de
carro para o trabalho, o carro é o meio utilizado por mim
para ir ao trabalho. Ou seja, a faca, o computador e o car-
ro são os instrumentos, as ferramentas, os meios utiliza-
dos por mim para realizar essas ações, sendo assim, eles
serão indicados pela partícula で “DE” em minha frase.

Ex.:

Corto a carne com a faca.

Pesquiso com o computador.

Vou de carro ao trabalho.

※ KENSAKU – Pesquisa.
※ KENSAKU SURU – Pesquisar.
※ SHIGOTO – Trabalho.
※ SHIGOTO SURU – Realizar o trabalho.

84
Lembrem-se do que disse acima sobre o uso ou não
de um sujeito em específico em uma frase, isso se apli-
ca para esses exemplos também.

Vamos utilizar de mais exemplos para facilitar a com-


preensão.

Ex.:

Meu filho brinca com o brinquedo.

As crianças brincam com a bola no parque.

Li a notícia no jornal.

O Sr. Eduardo corta o cabelo com a tesoura.

O professor explica em inglês.

※ MUSUKO – Filho.
※ SHINBUN – Jornal.
※ KAMI NO KE – Cabelo.
※ EIGO – Idioma inglês (britânico).
※ SETSUMEI – Explicação.
※ SETSUMEI SURU – Verbo explicar.

Note que nos exemplos utilizados para ilustrar a ideia,


encontramos inúmeras maneiras de utilizar a partícula で
“DE” para dizermos uma infinidade de coisas que, de forma
geral, fazem parte de nosso cotidiano, em alguns momen-

85
tos ela aparece indicando “o local” onde uma ação está
acontecendo e “com o que” essa ação está sendo reali-
zada, como no exemplo
- As crianças brincam com a bola no parque.

No exemplo “ - O professor explica


em inglês”, por exemplo, a ferramenta utilizada pelo pro-
fessor para fazer a explicação é o idioma inglês, poderia
ser qualquer outro idioma, pois este seria o meio utiliza-
do para fazer a explicação, sendo assim, podemos usar
esse exemplo para dizer por exemplo:

Falo em japonês.

Escrevo em português.

Leio em espanhol.

Nesses casos os idiomas são as ferramentas utiliza-


das para falar, escrever ou ler.

Deixe-me apresentar mais alguns exemplos para ilus-


trar melhor essa ideia.

えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

Eu sempre pago com dinheiro vivo (no cash) no mercado.

86
Comprei uma televisão nova com o cartão de crédito.

Vou à universidade de ônibus todos os dias.

Falo com meu neto (a) pelo (com o) computador.

Minha família regressou ao Peru de avião.

Aprendi muito com o livro de história na biblioteca.

As crianças escrevem os ideogramas a (com) lápis na


sala de aula.

Os indianos comem com a mão.

Os asiáticos comem com o OHASHI (palitinhos).

Os professores fazem as explicações da gramática em


japonês na escola.

※ GENKIN – Dinheiro vivo (cash).


※クレジットカード KUREJITTO KAADO – Cartão de
crédito.

87
※ バス BASU – Ônibus.
※パソコン PASOKON – Computador pessoal. (abre-
viação da palavra “Personal computer” em inglês que se-
ria パーソナルコンピューター em japonês).
※ MAGO – Neto (a).
※ KAZOKU – Família.
※ HIKOUKI – Avião.
※ TOSHOKAN – Biblioteca.
※ REKISHI – História.
※ KYOUSHITSU – Sala de aula.
※ ENPITSU – Lápis.
※ KANJI – Ideogramas (caracteres).
※ HITO / JIN – Pessoa.

Permita-me abrir um parêntesis aqui para explicar esse


ideograma, pois acho que pode ser útil. Ele significa ba-
sicamente “pessoa” e possui duas leituras, como prati-
camente todos os outros ideogramas. Sozinho, iremos
ler como HITO ( KUN YOMI – leitura semântica)
e quando está junto a outro ideograma ou com outra
palavra como no caso de インド INDO JIN que signifi-
ca indiano, ou seja, a nacionalidade da pessoa de quem
estamos falando e que poderá ser usada para falarmos
qualquer outra nacionalidade, basta dizer o nome do país
e acrescentar o ideograma , assim terá a leitura de “JIN”
( ON YOMI – leitura por som).

Ex.:

NIHONJIN – Japonês.
フランス FURANSUJIN – Francês.
AMERIKAJIN – Americano.
BURAJIRUJIN – Brasileiro.
PERUUJIN – Peruano.

88
AFURIKAJIN – Africano.
ARABUJIN – Árabe.
DOITSUJIN – Alemão.
CHUUGOKUJIN – Chinês.
KANKOKUJIN – Coreano.
KITACHOUSENJIN – Norte coreano.

E assim por diante. Já no caso do exemplo em que digo


AJIA NO HITO, temos a partícula の “NO” que
já estudamos e que você sabe que significa que a pes-
soa em questão pertence a algum lugar, ou seja, a Ásia (
アジア AJIA), neste caso, uma vez que o ideograma se
encontra sozinho, a leitura será de HITO, e a tradução se-
ria “pessoas da Ásia”, mas que em uma tradução livre
como foi apresentada acima, poderíamos dizer “asiáti-
cos”, ou AJIA JIN, por exemplo, se assim pre-
ferir, ambas as formas estão corretas e podem ser utili-
zadas para quaisquer país. Basta pensar se deseja dizer
“brasileiro ou pessoas do Brasil, francês ou pessoas
da França” e assim por diante.

Não irei me estender mais, pois o intuito desse e-book


é esclarecer o uso das partículas, sendo assim, voltare-
mos ao nosso foco.

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

89
Em alguns exemplos foi necessário utilizar de outras
partículas para termos frases mais substanciais, mas fa-
laremos delas mais adiante, como a partícula へ “HE” por
exemplo que aparece algumas vezes.

Mas antes de prosseguirmos, gostaria que parasse por


alguns instantes e fizesse uma reflexão sobre a importân-
cia das partículas no idioma japonês. Você se lembra que
no início desse e-book eu citei que muitas pessoas não
acham necessário saber usar as partículas para falar em
japonês? Pois bem, ainda nem terminei de apresentar as
partículas que julgo serem importantes para que você
consiga fazer uma frase compreensível em japonês, mas
imagino que se você ainda continua a ler este e-book é
porque já deve ter entendido a importância desse co-
nhecimento.

※ Você irá encontrar uma tabela de pronomes pes-


soais no e-book de adjetivos que poderá ajudá-lo muito
em seus estudos aqui, okay!

Então vamos continuar...

90
Capítulo 12
PARTICULA
´

(NI)

91
Vou aproveitar e explicar a função da partícula に “NI”,
agora, uma vez que a mencionei no item anterior sobre
a função que ela exerce de indicar local no lugar de utili-
zarmos a partícula で “DE”.

Mencionei que a partícula に “NI” pode indicar


o objeto indireto de uma oração, esta afirma-
ção não está equivocada, porém devemos
nos lembrar que estamos aprendendo um
idioma que se difere muito do português
e, como tal, não deve ser comparado gra-
maticalmente falando tão “a ferro e fogo”
como falamos em português, pois a partícu-
la に “NI” pode ser utilizada em frases nas
quais ela não irá indicar o objeto indire-
to da oração, sendo assim mais uma
vez digo que você precisa manter
a sua mente aberta para internali-
zar as informações contidas nesse
e-book. O que quero dizer com isso
é que esta partícula em questão, se
trata de uma das partículas do idio-
ma japonês que mais causa dúvidas
e dificuldades de compreensão pelos
alunos do idioma. Como já mencionei, o
intuito deste material é facilitar a sua com-
preensão do uso das partículas e me lembro
de ter dito que iria procurar ser o mais objeti-
vo possível e evitar o uso de muitas comparações
gramaticais, mas como já devem ter percebido,
nem sempre é possível explicar algo sem mencio-
nar a gramática, afinal as partículas em questão es-
tão diretamente relacionadas à gramática do idioma
japonês. Imagino que já deve estar claro que podemos
explicar muito da gramática do idioma japonês apenas

92
com as partículas, mas é óbvio que a gramática não se
restringe apenas à compreensão das partículas. Muitas
vezes se faz necessário a compreensão de blocos de
palavras que contém uma estrutura e com esses blocos
de palavras conseguimos nos comunicar melhor dentro
do idioma, pois nos ajudarão a expressar ideias.

Dada esta explicação, vou tentar me ater ao uso da


partícula em diferentes situações, dando
exemplos claros e objetivos para que en-
tendam o seu uso. Volto a dizer que os
japoneses não aprendem o uso das par-
tículas na escola, eles aprendem com o
uso diário e imitando seus pais e fami-
liares e assim já iniciam seus estudos
no ensino fundamental utilizando de
forma correta cada uma das partí-
culas do idioma, por este motivo,
dificilmente um japonês de seu
convívio conseguirá explicar-lhe
de forma clara e baseado em infor-
mações gramaticais o uso das partí-
culas em seu idioma, tenha visto que
ele próprio nunca recebeu essas ex-
plicações em seu processo de apren-
dizado na escola. Digo isto, porque
eu mesmo durante meus estudos,
sempre questionava os japoneses
a minha volta e nunca encontrei ex-
plicações que me fizessem entender
de fato o significado das partículas.

Convido-o a voltar no tempo e se


lembrar de como aprendeu a falar,
ou se não se recorda, basta observar

93
as crianças. Nós não damos a elas nenhuma explicação
gramatical do idioma e aos 5 anos de idade já falam tudo
praticamente correto, e olha que estamos falando do
idioma português que por sua vez é muito mais comple-
xo do que o japonês. O que pretendo dizer é que tente
entender o uso desta partícula em questão, entendendo
o momento adequado de utilizá-la em várias situações
e passar a usá-la no seu cotidiano ao falar o idioma japo-
nês, desta forma vai lhe parecer mais natural com o tem-
po e passará a fazer todo o sentido para você.

1ª. Função da partícula に “NI”

Vamos observar algumas frases em japonês e suas


traduções em português para visualizarmos alguns usos
da partícula に “NI”.

Ex.:

Entro em casa.

Entro na loja.

※ IE – Lar, que também pode ser lido comoうち UCHI


e que nesse caso significa – casa.

※ MISE – Loja (estabelecimento comercial).

HAIRU é o verbo “entrar” que nos exemplos aci-


ma está conjugado no presente afirmativo HAI-
RIMASU – “Entro”. Com esses exemplos entendemos
que ao entrar em algum lugar, utilizamos a partícula

94
に “NI” e não necessariamente iremos utilizar apenas para
um local físico.

Por exemplo, se eu digo que algo entra na cabeça, é


porque desejo dizer que memorizei alguma informação,
sentido figurado e podemos dizer isso em japonês da
seguinte forma:

Entra na cabeça.

※ ATAMA – Cabeça.

E isso não significa que inseri algo na minha cabeça,


pelo menos não físico, mas significa que memorizei aque-
la informação.

Entrou na cabeça?

※ HAIRIMASHITAKA? O verbo está conju-


gado no passado interrogativo.

Desta maneira, também posso dizer:


Entra na caixa.


Entra no buraco.


Entra nos olhos. (como um cis-
co por exemplo).

95
Muito bem, se levarmos em consideração que assim
como já foi mencionado anteriormente teremos basica-
mente duas leituras para o ideograma de HAIRU, que
aqui se trata do verbo “Entrar”, (de forma geral os ver-
bos em japonês possuem apenas um ideograma e o seu
sufixo, que podemos chamar de GOBI, algo como
terminação da palavra, que é escrito em HIRAGA-
NA), entendo que as leituras dos verbos em japonês são
basicamente feitas com a “leitura japonesa” KUN
YOMI – leitura semântica, pois possuem apenas um ide-
ograma. Mas quando temos o mesmo ideograma de
HAIRU para compor uma palavra, que por sua vez é com-
posta por pelo menos dois ideogramas, ele terá a leitura
de NYUU, que seria a leitura chinesa ON YOMI
como no caso de e por exemplo, vou me limi-
tar a esses dois vocabulários, como exemplo, para não se
estender, pois existem muitos outros vocabulários que
seguem o mesmo raciocínio e que por sua vez também
será necessário o uso da partícula に “NI”. Uma vez que o
ideograma em questão tem um significado de “entrar”,
entendo que esses vocabulários significam por si só, en-
trar em algum lugar. Porém, vale lembrar que estou fa-
lando de um verbo intransitivo aqui, pois esse mesmo
ideograma pode ter a leitura de IRERU e que nes-
te caso se trata de um verbo transitivo direto (Colocar,
inserir). Essa transitividade verbal também se aplica ao
idioma japonês, mas que explicarei mais adiante.

Deixe-me explicar os vocabulários usados como


exemplo.

Entrar + escola = Entrada na escola.

Entrar + país = Entrada no país.

96
Nesse caso, a palavra KUNI que significa “país”, pas-
sa a ter a leitura ON YOMI (leitura por som) por fa-
zer parte de uma palavra composta de dois ideogramas
KANJI.

Para obtermos um verbo a partir desses dois substan-


tivos, basta acrescentar o verbo auxiliar JODOU-
SHI する SURU (que significa, basicamente, “fazer”).

NYUUGAKU SURU = Entrar na escola.


NYUUKOKU SURU = Entrar no país.

Partindo do princípio de que o verbo “entrar” pede a


partícula に “NI” entendo que devo dizer:

Entro no Colegial. (ou seja, me matriculo para o curso de


Colegial).

Entro no Japão. (ou seja, dou entrada no país).

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

97
2ª. Função da partícula に “NI”

Utilizamos a partícula に “NI” também para dizer quan-


do “pegar um táxi, um ônibus ou um avião”, por exemplo,
assim como quando montamos em uma moto, bicicleta
ou até mesmo em um cavalo. Diferentemente do portu-
guês que temos um verbo específico para cada situação,
no idioma japonês isso é mais simples pois iremos utili-
zar de apenas um verbo para dizer isso, e este verbo em
questão será NORU, que como já pode ver, será tra-
duzido de formas diferentes em português dependendo
da frase e do veículo que estamos utilizando, sendo que
independentemente do veículo, será sempre indicado
pela partícula に “NI”.

Vamos a alguns exemplos para exemplificar isso:

Ex.:

Ando de carro.

Peguei um táxi na estação (de trem).

Montei a cavalo na fazenda.

A criança anda de bicicleta.

Tomo o ônibus no ponto de ônibus


próximo a minha casa.

98
Pego o avião no aeroporto.

Meu amigo anda de moto.

Quero andar nos brinquedos do parque de diversão.

Peguei o trem bala na estação de Oosaka.

※ – Fazenda.
※ – Cavalo.
※ タクシー – Táxi.
※ – Bicicleta.
※ – Aeroporto.
※ – Avião.
※ – Amigo.
※ – Parque de diversão.
※ – Brinquedos de parque de diversão.
※ – Trem Bala.

Dito isso, o que você precisa se lembrar é de que sem-


pre que tiver que usar o verbo NORU, que como já
percebeu, tem várias traduções em português, o obje-
to (veículo) em questão no qual estará “montando” será
indicado pela partícula に “NI”, mesmo que este veículo
seja um avião ou um asno ROBA por exemplo.

99
※ (veículo ou meio de transporte)

Pense nisso como uma estrutura a ser utilizada sem-


pre que deseja dizer que entra, monta, pega, toma, anda
em algum veículo e pronto, não precisa complicar muito,
okay!

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

3ª. Função da partícula に “NI”

Observem este exemplo:

Ex.:

O estudante escreve anotações no caderno.

※ - Estudante.
※ノート – Caderno.
※メモ – Anotações.
※ – Verbo escrever.

100
Observe que quando digo “escrever no caderno” uti-
lizo da partícula に “NI” para dizer onde minhas anota-
ções estão sendo escritas, que neste caso é no caderno,
mas poderia ser em qualquer outro lugar, como no livro
HON, parede KABE, braço UDE etc., logo, com-
preendo que para o verbo escrever KAKU, sempre
irei utilizar a partícula に “NI” para dizer “onde escrevo”
e pronto!! Basta lembrar disso e terá mais um uso des-
ta partícula para formular suas frases e expressar suas
ideias em japonês.

Ex.:

Escrevo a composição no quadro negro com giz.

※ チョーク – Giz.
※ – Quadro negro.
※ – Composição (redação).

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

101
4ª. Função da partícula に “NI”

Vamos ver mais uma função muito importante para a


partícula に “NI” e que muitas pessoas comentem mui-
tos erros ao formular as frases que apresentarei a seguir.

Para explicar isso de forma simples, vamos entender


que quando alguém ou algo se encontra em determina-
do lugar ou local, iremos utilizar a partícula に “NI” para
identificar o local de minha oração.

Para entender isso melhor, primeiramente precisamos


entender que o verbo “estar” para pessoas e para obje-
tos em japonês não é o mesmo; são eles:

Verbo いる – para pessoas e animais, ou seja, para seres


animados.
Verbo ある – para objetos, ou seja, para seres inanima-
dos.

Obs.: Para plantas de forma geral o verbo a ser utilizado


será o verbo “ある”.

Esses dois verbos são escritos assim mesmo em


e como todos os outros são flexionáveis. Sei que apre-
sentei diversos verbos no decorrer desse e-book sem
dar maior importância à explicação a respeito dos tem-
pos verbais e flexões (conjugação) dos verbos apresen-
tados. Mas quero que entenda que esse e-book tem um
propósito único de apresentar o uso e a importância das
partículas na gramática do idioma japonês e que em um
outro momento propício iremos falar sobre os verbos,
pois seria inviável abordar esse assunto tão abrangente
neste momento.

102
Muito bem, vamos a alguns exemplos para que enten-
dam melhor essa função da partícula に “NI”.

Ex.:

Tenho muitos colegas na escola.

As crianças estão no pátio interno.

Há um carro vermelho no esta-


cionamento.

O cinzeiro está em cima da


mesa.

※ – Pátio interno.
※ – Estacionamento.
※ – Cinzeiro.

Percebam que posso traduzir o verbo いる e o verbo


ある como “ter, estar, haver” o que significa de modo
geral que tem um significado de “existir”, para alguém
ou algo. Por esse motivo, não traduzi ele acima propo-
sitalmente, pois creio que fica mais fácil entender isso
após vermos alguns exemplos de estruturas em japonês
e suas devidas traduções no português. Espero ter al-
cançado meu objetivo.

Notem que deixei em vermelho a partícula が “GA” e


sublinhado os verbos いる e ある. Quero aproveitar esse
momento para explicar que esses dois verbos em ques-

103
tão sempre pedirão a partícula が “GA” para indicar o su-
jeito ou o objeto da minha oração, pois se trata de verbos
intransitivos JIDOUSHI, mas como já disse, falare-
mos sobre os verbos em outra ocasião. Aqui, eu quero
que você se lembre, sempre, de usar a partícula が “GA”
quando desejar dizer que algo ou alguém se encontra
em determinado lugar, okay!

Vou deixar apenas três exemplos aqui do uso da par-


tícula が “GA” para os verbos いる e ある, pois agora o
foco é a partícula に “NI”, okay!

Ex.:

Eu tenho três filhos. E também tenho um cachorro de


animal de estimação.

O chefe do setor está na sala de escritório.

Não tenho dinheiro, mas tenho esperança.

※ – Chefe de setor.
※ – Sala de escritório.
※ – Cachorro.
※ – Dinheiro.
※ – Esperança.

※ Esse “が”, nessa oração, “お が


ありませんが があります” em
específico, faz um papel de conjunção
SETSUZOKUSHI, ou seja, é a con-
junção “mas” da minha oração.

104
Como nesta frase:

Bonito, mas caro.

※ Como já mencionei anteriormente, tenho um e-book


no qual falo apenas de adjetivos, se ainda não baixou,
aconselho a baixá-lo totalmente gratuito e aproveitar
esta oportunidade de adquirir mais conhecimento sobre
o idioma japonês.

Notem também que nos exemplos que utilizei com os


verbos いる e ある para dizer que tenho filhos, animais
de estimação ou algo, necessariamente, não necessito
dizer que alguém ou algo está em algum lugar, apenas
utilizo desses dois verbos para dizer que tenho, ou seja,
que possuo “filhos e animais de estimação” ou que não
tenho ou que não possuo algo, como no caso de “di-
nheiro e esperança” que por sua vez, são indicados pela
partícula が “GA”.

Agora que você já entendeu o uso da partícula が “GA”


nesse contexto vamos voltar à partícula に “NI” para en-
tendermos melhor o uso dela para indicar “local ou lu-
gar” com mais um pouco de exemplos.

えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

O Aeroporto Internacional de Narita de Tóquio fica (está)


na Província de Chiba.

105
Há duas bicicletas no local de armazenamento
de bicicletas.

Não tem papel higiênico no banheiro.

O gato está no sofá.

O chefe do departamento está no escritório.

※ – Local de armazenamento de
bicicletas.
※ – Gato.
※ – Chefe do departamento.
※ – Escritório.

Muito bem, apresentei os verbos いる e ある para


explicar o uso da partícula に “NI” quando deseja-
mos dizer que algo ou alguém está ou se encon-
tra em determinado lugar, mas não podemos nos
limitar apenas a esses verbos para o uso da partí-
cula に “NI”, okay!

O que eu quero que você entenda aqui é que diferen-


temente da partícula で “DE” que indica um local onde
uma ação é realizada, a partícula に “NI” por sua vez indi-
ca um local onde algo está ou onde colocamos algo (um
objeto), por exemplo, e que não existe uma ação propria-
mente dita sendo realizada neste local, por exemplo:

106
Ex.:

Deixei a carteira em cima da


escrivaninha.

※ – Escrivaninha, mesa de
escritório, carteira escolar.
※ – Carteira.
※ – Verbo “deixar, colocar, depositar”.

Neste exemplo apenas indico o local onde deixei ou


coloquei a carteira, no caso “em cima da escrivaninha”.
Não há nenhuma ação propriamente dita sendo realiza-
da no local em questão.

Ex.:

Depositei a mão (na) sobre a cabeça do


bebê para verificar a febre.

Colei um Band-Aid na ferida.

※ – Febre.
※ – Verbo “verificar, confirmar”.
※ – Bebê.
※ – Cabeça.
※ – Ferida, ferimento, machucado.
※ バンドエイド – Band-Aid.
※ – Verbo “colar”.

107
Perceba que posso utilizar a partícula に “NI” em várias
ocasiões. Aconselho você a se perguntar qual a relação
dela com o verbo e assim memorizar de uma forma mais
natural para cada um deles. Lembre-se de se perguntar
se existe uma ação sendo realizada neste local, se a res-
posta for “não”, provavelmente a partícula a ser utilizada
será a partícula に “NI”. Digo, provavelmente, pois pode
haver casos em que esta regra não se aplique, mas creio
que estas informações lhes ajudarão bastante a chegar
em uma conclusão lógica para o uso da partícula に “NI”
que causa tanta confusão entre os estudantes do idio-
ma japonês ao usá-la para definir lugares.

Para terminar, vamos comparar essas duas frases:


Meu filho(a) nasceu no Brasil.

Minha família está no Brasil.

※ – Verbo “nascer”.
※ – Família.

No primeiro exemplo eu digo que meu filho nasceu no


Brasil, se levarmos em consideração que o ato de nascer
é uma ação, então o local do nascimento, no caso, o Bra-
sil, deve ser indicado pela partícula で “DE”, porque hou-
ve uma ação realizada neste local em questão e no se-
gundo exemplo quando eu digo que minha família está
no Brasil, “estar” não se trata de uma ação propriamente,
sendo assim o local onde minha família está, no caso, o
Brasil, deve ser indicado pela partícula に “NI”.

Por todas estas razões explicadas acima que acredito


que muitos brasileiros comentem o erro ao dizerem:

108

E na pior das hipóteses ainda traduzem a palavra


como “Fábrica”, o que já expliquei anteriormente que
esta tradução está equivocada, uma vez que signi-
fica “Empresa” e sim, seria “Fábrica”. Partindo do
pressuposto que HATARAKU significa “Trabalhar”
e trabalhar é definitivamente uma ação que está sendo
realizada no local, no caso, na empresa, a frase correta
seria:

Trabalho na empresa.

Caso queira dizer:


- Trabalho na fábrica, o correto seria dizer:

Trabalho na fábrica.

Ou por exemplo:

Trabalho na fábrica da YAMAHA.

Neste caso, subentendo que YAMAHA se trata da em-


presa que possui uma fábrica onde eu trabalho.

109
※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

5ª. Função da partícula に “NI”


Para horas

O uso da partícula に “NI” para horas é relativamen-


te fácil. Assim como no português, em que dizemos “às”
determinadas horas quando falamos que fazemos algo
em um determinado horário, como por exemplo:

Acordo às 7h todos os dias.

Da mesma forma iremos utilizar a partícula に “NI” para


dizer isso sem maiores complicações.

Ex.:

Meu esposo acorda às 5h da manhã.

O Sr. Notoya toma o café da manhã às 9h.

110
O Sr. Ikehara almoça na empresa às 12h todos os dias.

A Sra. Suellem janta com a família às 9h da noite.

Ela dá o lanche às 3h da tarde para a criança (filho).

Amanhã às 7h da tarde irei assistir ao noticiário na televi-


são.

Vou à escola às 8h da manhã todos os dias.

Telefono para o meu namorado às 10h


da manhã todos os dias.

Durmo às 11h todas as noites.

※ – Manhã.
※ – Período da manhã (de 0h as 12h).
※ – Período da tarde (das 12h às 0h).
※ – Amanhã.
※ – Todos os dias.
※ – Todas as manhãs.
※ –Todas as noites.
※ – Café da manhã.
※ – Almoço.
※ – Jantar.
※ – Telefone.

111
※ – Família.
※ – Verbo “telefonar”.
※ – Verbo “acordar, levantar, acontecer”.
※ – Verbo “dormir”.
※ – Verbo “dar”.

Imagino que com esses exemplos já esteja bem claro


o uso da partícula に “NI” para horas, sendo assim vamos
para o próximo item.

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

A partícula に “NI” ainda possui outras funções, mas


deixarei para outra oportunidade, porém no item seguin-
te irei explicar sua função juntamente com a partícula へ
“HE” que já mencionei anteriormente e aparece em al-
guns exemplos dados em outras explicações.

112
Capítulo 13
PARTICULA
´
(NI)
(HE)

113
Ambas estas partículas são utilizadas com verbos de
movimento, de deslocamento, como “ir”, “vir”,
“Regressar / Ir embora (para casa ou lugar de ori-
gem)”, “voltar” e “frequentar” (ato de ir e vir (lu-
gar), em inglês falamos “To commute”).

Estes são os verbos mais comuns no idioma japonês


que utilizamos diariamente para deslocamento e que ne-
cessitaremos das partículas へ “HE” e da partícula に “NI”
para eles.

Muito bem, você deve estar se preguntando o porquê


da necessidade de duas partículas para o mesmo pro-
pósito. Esta é definitivamente uma pergunta muito fre-
quente dos alunos de japonês e da grande maioria dos
brasileiros que vivem no Japão.

Deixe-me explicar de forma simples e clara a função


de cada uma delas antes de partirmos para os exem-
plos dentro de contextos, que acredito ser uma das
formas mais eficazes de aprender e entender o uso
das partículas dentro do idioma. É justamente por
acreditar que aprender através de contextos que
representam nossa necessidade real de comuni-
cação no idioma, que venho trazendo vários exem-
plos de frases para ilustrar minhas explicações
nesse e-book, assim como geralmente faço em
sala de aula.
O silabário へ “HE” quando usado como par-
tícula, deve ser lido como “E” com a pronúncia
(tônica) de “ê” e tão somente neste caso. Se
precisar escrever uma palavra como HEBI
por exemplo que significa “cobra”, deve ser

114
lido com o “som” de “RE” como se tivesse o som de “RR”.
Esta partícula basicamente tem a função de indicar a di-
reção para onde estou indo, ou seja, me deslocando, me
direcionando. Ela indica o trajeto percorrido ou que irei
percorrer para chegar ao meu destino ou a direção para
onde estou me deslocando, enquanto que a partícula に
“NI” por sua vez, indica o destino para onde estou indo, o
local para onde estou me deslocando, me direcionando.
Muito simples de entender, certo?

Na prática, os japoneses utilizam ambas como por es-


pelhamento, algo meio que intuitivo dentro de um diálo-
go, sugiro que passe a prestar mais atenção em como os
nativos do idioma as utilizam e tente internalizar isso de
uma forma mais natural. Em tese o uso de qualquer uma
dessas partículas não muda muito o sentido da frase, afi-
nal ambas indicam que você está: Indo, vindo, voltando,
regressando ou frequentando algum lugar.

Agora sim, vamos aos exemplos para que você enten-


da melhor isso, lembrando que em português a tradu-
ção não terá uma diferença relevante, mas agora você já
sabe o que desejo expressar quando utilizo a partícula

115
へ “HE” e a partícula に “NI”, o que lhe ajudará a compre-
ender melhor os exemplos a seguir.

Ex.:

Irei de trem bala à Quioto amanhã.

Semana passada fui de carro à Nagoya.

Irei para o (ao) aeroporto às 3h da ma-


nhã.

Irei para a (à) casa do meu colega no fim


de semana.

Muitas pessoas vieram para a (à)


palestra.

Virei novamente para a (à) casa


do Sr. Suzuki amanhã.

Meus parentes virão ao Japão no


ano que vem.

Meus filhos regressam para (à) casa


às 6h da tarde.

116
Regressarei para (à) casa de trem de (a partir de) Nara.

Algum dia quero regressar ao Peru.

Quero voltar para o (ao) Japão mais uma vez (novamen-


te).

Voltarei à casa porque esqueci a carteira.

Tenho frequentado (ido à) a escola de ônibus todos os


dias.

Eles frequentam (vão à) a fábrica a pé todas as manhãs.

Tenho frequentado (ido à) a academia de bicicleta to-


das as noites.

117
Fui para (à) uma exposição com meu
esposo ontem.

※ – Semana passada.
※ – Fim de semana.
※ – Grande número de pessoas,
multidão.
※ – Palestra.
※ – Ano que vem.
※ – Parentes.
※ – À tardezinha (entardecer).
※ – Uma vez.
※ いつか – Algum dia.
※ – Ontem.
※ – Meu esposo.
※ – Exposição.

Note que procurei fazer uma tradução em português


dos exemplos apresentados na qual a partícula へ “HE”
foi traduzida como “à, ao, aos” em português e a partícula
に “NI” como “para”. Traduzi desta forma propositalmente
para trazer a ideia de que assim como temos estas pre-
posições em português, também as partículas へ “HE” e
に “NI” poderiam ser comparadas desta forma. Porém,
vale lembrar que não significam a mesma coisa, uma vez
que estamos falando de idiomas distintos, apenas o fiz
para que você possa ver que no português também te-
mos preposições diferentes para falarmos praticamente
a mesma coisa.

De forma geral, quando utilizamos “à, ao” algum lugar,


está implícito em minha fala de que eu não permanece-

118
rei no local para onde estou indo, que será breve a minha
permanência no local em questão, como por exemplo
quando digo:

- Vou ao banheiro.
- Fui ao mercado.
- Meu filho vai à escola.

Basicamente entendo que será breve a permanên-


cia no local para onde estamos indo. Em contrapartida,
quando digo:

- Vou para a casa da minha mãe.


- Vou para o Canadá.
- Minha família foi para o Japão.

Dá a entender que nossa permanência será por um


longo período no local em questão.

Compare:
- Vou aos Estados Unidos.
- Vou para os Estados Unidos.

Na primeira frase, entendo que a ida aos Estados Uni-


dos pode ser a passeio e que o falante não permanecerá
no país em questão por um longo período, enquanto que
na segunda frase, deixo a entender que o falante perma-
necerá por um longo período no país ou até mesmo irá
se mudar para o local.

Abri esses parênteses apenas para deixar claro que o


uso das partículas へ “HE” e に “NI” no idioma japonês
pode até ser comparado com as preposições “à, ao, aos”
e “para” do português, mas não possuem um significa-
do exatamente igual como já explicado anteriormente,
okay!

119
Poderíamos dizer também que a partícula に “NI” pos-
sui a mesma conotação das preposições “no, na, em” em
português, por exemplo. Vamos ver alguns exemplos
simples para ilustrar melhor isso.

えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

Meu filho foi na casa de seu colega.

Meu sobrinho vai frequentemente no Game Center.

Fui em Portugal no ano passado.

※ – Meu filho.
※ – Filho de terceiros.
※ – Meu sobrinho.
※ – Sobrinho de terceiros.
※ – Ano passado.

Percebam que desta forma consigo ter a ideia exata


de que a partícula に “NI” nessas frases indicam o local
para onde me desloco.

Antes de terminar este tópico, gostaria de mencio-


nar mais um verbo que utilizamos também as partículas

120
へ “HE” e に “NI” e que o deixei para o final, pois possui
uma peculiaridade em seu uso e que acredito ser muito
usado em nosso dia a dia. Se trata do verbo “enviar
ou despachar”. Por que deixei para o final?

- Pelo simples fato de que este verbo em questão pode


ser usado para objetos (substantivos) e também para
pessoas.

Quando desejamos dizer que enviamos cartas, e-mail,


dinheiro, pacote, bagagem, pertences etc., utilizamos
este verbo. E quando desejamos dizer que acompanha-
mos alguém até a porta ou ao aeroporto por exemplo
ou quando envio, acompanho, levo ou mando meu filho
para a escola, também fazemos uso deste mesmo verbo.

Usar a partícula へ “HE” ou partícula に “NI” neste caso,


tem o mesmo significado explicado acima, ou seja, se
pretendermos dar ênfase no trajeto ou direção que será
percorrido utilizamos a partícula へ “HE” e se desejar-
mos dar ênfase ao local para onde estamos enviando ou
acompanhando alguém utilizamos a partícula に “NI”.

Vamos a alguns exemplos para entendermos melhor

Ex.:

Enviarei o contrato para a (à) empresa por e-mail ama-


nhã.

Enviaremos o pacote (pertences/encomenda) por servi-


ço de mala direta para a (à) sua casa amanhã.

121
Envio dinheiro ao Brasil por transferência
bancária.

Envio cartas para a (a) minha mãe


todos os meses.

Encaminho (mando) meus filhos à


escola às 7h todas as manhãs.

Acompanharei minha namorada ao aeroporto na sema-


na que vem.

※ – Contrato.
※ – Pacote, bagagem, encomenda, pertences. Em
inglês “parcel”.
※ – Residência, casa.
※ – Serviço de entrega direta (mala direta).
※ – Conta bancária.
※ – Transferência bancária.
※ – Dinheiro.
※ – Todos os meses.
※ – Carta.
※ – Semana que vem.
※ – Ela ou namorada.

Também podemos utilizar o verbo “enviar ou des-


pachar” para quando nos despedimos de falecidos em
enterros ou cremação, no caso do Japão. Como se com
esse ato enviássemos a pessoa falecida para um “outro
plano espiritual” em um ato de despedida.

122
Após enviar meu pai para outro plano (espiritual), fiquei
com um sentimento doloroso de profunda tristeza.

※ - Outro plano espiritual.


※ – Sentimento doloroso de profunda tris-
teza.

Observem o uso das partículas para cada exemplo e


tire suas conclusões baseadas nas explicações recebidas
até aqui sobre elas.

Também podemos utilizar a partícula まで “Até” com


esse verbo, falaremos sobre esta partícula no próximo
tópico. Por enquanto, basta saber que ela significa “Até”.

Ex.:

Acompanharei a visita (cliente) até a entrada da casa.

Levei meu companheiro de trabalho


de carro até a estação (de trem).

※ – Cliente ou
visita.
※ – Entrada da casa
(porta).
※ – Colega (compa-
nheiro) de trabalho.
※ – Estação de
trem.

123
※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!


Imagino que se você está acompanhando o raciocínio
até aqui, já deve ter tirado muitas dúvidas em relação às
partículas e espero sinceramente que passe a utilizá-las
de forma correta em sua linguagem. Mas antes de ter-
minarmos, quero apresentar mais duas partículas para
você.

124
Capítulo 14
PARTICULA
´
(KARA)
(MADE)

125
Sim, apesar de estas partículas serem compostas por
mais de uma letra “silabário”, elas exercem a função de
partícula no idioma japonês e que podem até ser cha-
madas de “palavras” se assim você preferir.

から “KARA” indica basicamente um ponto de parti-


da e まで “MADE” um ponto de chegada que podem
ser um local, um horário ou até mesmo uma situação e
podem ser usadas sozinhas ou em conjunto na mesma
frase como costumamos ver mais comumente.

Agora que você já sabe o significado e o uso das ou-


tras partículas, imagino que será mais fácil entender os
exemplos a seguir.

Ex.:

Vou andando até a loja de conveniência.

A reunião é a partir das 9h.

O ensino fundamental (primário) é


das 8h da manhã até às 3h da tarde.

※ コンビニ – Loja de conveniência.


※ – Reunião.
※ – Escola Primária.
※ – Verbo “andar”.

A partir desses exemplos, conseguimos entender que


a partícula から “KARA” significa “a partir de” e a partícu-
la まで “MADE” significa basicamente “até” determinado

126
ponto.

Vamos ver mais alguns exemplos para ficar bem claro


isso.

えましょう!! OBOEMASHOU!!

Vamos memorizar!

Ex.:

O horário de almoço da empresa é


das 12h até às 13h.

A Sra. Fonseca trabalha até às 3h da madrugada sem


dormir.

Iremos dar início (abertura) ao evento a partir de agora.

Leva 30 horas de avião a partir do Peru até o Japão.

Vou (frequento) de (a partir de) casa até a empresa de


carro.

Fui de avião do (a partir do) aeroporto de Kansai até


Hokkaidou.

127
A festa será realizada a partir das 7h até às 9h da noite
(tarde).

A partir do ocorrido, terremoto, aumentou o número


(quantidade) de treinamentos de prevenção de desas-
tres (naturais).

Levará tempo até a resolução do problema social do país.

Em média, não houve mudanças nas vendas a partir do


aumento do imposto sobre produto.

※ – Horário de almoço.
※ – Madrugada.
※ – Verbo “trabalhar”.
※ – Abertura (início).
※ – Abrir (dar início).
※ – Terremoto.
※ – Acontecer um terremoto.
※ – Treinamento de prevenção de desastres.
※ – Verbo “aumentar”.
※ – País.
※ – Problema social.
※ – Resolução.
※ – Resolver / solucionar (um problema).
※ – Horas (tempo).
※ – Levar tempo.
※ – Imposto sobre produto (consumo).
※ – Vendas.

128
※ – Em média.
※ – Mudar.

※ Antes de continuar, assista a este vídeo!!

129
Capítulo 15

~
CONSIDERACOES
~
DO
AUTOR

130
Gostaria de dizer a quem teve a curiosidade de adqui-
rir esse e-book, que foi um imenso prazer poder dividir
o meu conhecimento contigo. Assim, procurei fazê-lo da
mesma forma que costumo fazer em sala de aula com
meus alunos, mesmo porque imagino que muitos deles
irão adquirir esse material para terem registrado essas
informações e ajudar em seus estudos como um todo.
Acredito que esse material lhe servirá como base para
a compreensão das partículas no idioma japonês que,
como já mencionado, são a base do idioma e responsá-
veis por toda a base gramatical do idioma japonês. Como
já disse, no decorrer de minhas explicações, procurei tra-
zer as partículas que julgo serem mais relevantes em seus
estudos neste primeiro momento e à medida que forem
avançando em seus estudos, irão surgir outros usos para
essas partículas apresentadas aqui, assim como as “par-
tículas compostas”, mas acredito que o conhecimento e
o domínio das que aqui estão sendo apresentadas para
você irão abrir um imenso leque de possibilidades den-
tro do idioma em sua comunicação. Devo dizer que se
você conseguir dominá-las e incluí-las em seu vocabulá-
rio, estará se comunicando de forma correta e prazerosa
em seu dia a dia.

Baseado em minha experiência como professor do


idioma, posso lhe assegurar que o entendimento e do-
mínio das informações contidas nesse material irá aju-
dá-lo muito a desenvolver uma habilidade linguística no
idioma japonês muito satisfatória.

A compreensão das partículas aqui apresentadas lhe


dará o conhecimento da gramática do idioma do nível
básico, proporcionando uma comunicação diária muito
rica além de ajudá-lo em não apenas entender melhor
o idioma e sim fazer entendê-lo melhor em sua vivência

131
no Japão ou em qualquer situação em que o idioma o
fizer por necessário.

Esse material contém uma informação única e exclu-


siva que foi criado por mim, a fim de agregar valores a
você que está aprendendo o idioma japonês por interes-
se pelo idioma ou por alguma necessidade específica.
Mas acima de tudo, espero que ao adquirir este conhe-
cimento, possa se emocionar com as informações conti-
das aqui e se sentir motivado em continuar seus estudos
do idioma e em busca por conhecimento.

Aprender o idioma japonês, não só irá habilitá-lo a se


comunicar melhor, mas irá abrir as portas de um universo
fascinante da cultura deste país que encanta o mundo e
que tem sido considerado há décadas um exemplo para
a humanidade. Exemplo de cultura, disciplina, respeito
ao próximo e as suas tradições milenares e o colocará
em uma posição social diferenciada no mundo.

Acho importante deixar aqui registrado que esse


e-book foi escrito por mim, do dia 30 de dezembro de
2019 ao dia 07 de janeiro de 2020, dia em que realizei a
abertura do KAGAMIMOCHI (o bolo de arroz “MO-
CHI”) oferecido ao Deus TOSHIGAMI SAMA, que
de acordo com as crenças da religião Xintoísta, se trata do
deus (divindade) que visita nossa casa na passagem do
ano para abençoar o lar e trazer prosperidade para o ano
vindouro e vale mencionar que o KAGAMIMOCHI
que abri hoje, dia em que estou escrevendo essas pala-
vras me foi dado pelos meus vizinhos e que havíamos
depositado no JINJA (santuário xintoísta) do bairro
onde moro, aqui no Japão, o que faz dele mais especial
ainda por conter muita energia boa e espero que possa
se estender a todos que acompanham o meu trabalho.

132
Como pode notar pela data mencionada, passei a vi-
rada do ano criando esse e-book. O ano de 2020 é defi-
nitivamente um ano muito especial para o Japão, porque
se trata do primeiro ano completo da Nova Era, a Era
REIWA, ano 2, que será regida pelo nosso novo impera-
dor, TENNOUHEIKA, Naruhito, sucedendo seu
pai Akihito a quem tenho uma admiração incalculável e
que tive a honra de viver a Era HEISEI regida por
ele e agora estou tendo a honra de estar neste país vi-
venciando o início de uma nova era, e com ela iniciando
mais uma nova trajetória, a de levar meus conhecimen-
tos adquiridos em mais de 30 anos, praticamente uma
era inteira neste país que me acolhe, aos amantes deste
idioma e da Terra do Sol Nascente.

133
Capítulo 16

AGRADECIMENTOS
ESPECIAIS
Meus sinceros agradecimentos a todos os profissio-
nais que não mediram esforços e agregaram seus co-
nhecimentos para a realização dessa obra a fim de levar
o melhor conteúdo sobre o idioma japonês aos amantes
dessa língua. Acreditando em meus sonhos e ideais para
tornar-se possível mais um legado.

Rosângela Máximo – Profissional do Idioma Português e


responsável pela Correção Ortográfica desse e-book.

Suellem Stephanne – Profissional em Arte Gráfica e res-


ponsável pela Criação Visual desse e-book.

Apoio – Japa Digital – Empresa de Marketing Digital ra-


dicada no Japão.

134
Capítulo 17

TABELAS

135
TABELAS DE SEQUÊNCIA DE ESCRITA

DOS SILABÁRIOS E

136
Tabela do sistema HEBON e KUNREI para identificar
as diferenças entre os sistemas usados para
“romanizar” o idioma japonês

137
Direitos autorais
Este e-book está protegido por leis de direitos autorais.
Todos os direitos sobre o e-book são reservados. Você
não tem permissão para vender este e-book, nem para
copiar/reproduzir o conteúdo em sites, blogs, jornais ou
quaisquer outros veículos de distribuição e mídia sem a
devida autorização. Qualquer tipo de violação dos direi-
tos autorais estará sujeita a ações legais. Caso queira re-
produzir alguma parte desse e-book, entre em contato
através do e-mail suporte@falejapones.com.

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responsabilidade
Todos os nomes de marcas, produtos e serviços men-
cionados neste guia são propriedades de seus respecti-
vos donos e são usados somente como referência. Não
há a intenção de difamar, desrespeitar, insulta, humilhar
ou menosprezar o leitor. Caso precise que algo neste
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e-mail suporte@fale japones.com.

138
E - B O O K

´
PARTICULAS
P R O F . J I N T A K A H A S H I

139

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