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TEXTO DE APOIO DA DISCIPLINA DE SINTAXE - I

UNIDADE TEMÁTICA I: Introdução à Sintaxe

Introdução

Estimado estudante, na disciplina de Linguística – II você aprendeu conteúdos relacionados a Sintaxe,


de forma geral e superficial. Nesta disciplina denominada Sintaxe I, você vai aprender alguns aspectos
da Sintaxe do Português Europeu (PE) de forma aprofundada.

Objectivos

- Compreender o objecto de estudo da sintaxe;


- Distinguir as categorias sintagmáticas das categorias paradigmáticas
- Identificar as palavras de categorias sintácticas semelhantes;
- Distinguir frases gramaticais vs agramaticais;
- Reconhecer os diferentes tipos de sintagmas na frase.

Sumário

1. 1 Sintaxe

Nesta unidade do módulo, ocupar-nos-emos das propriedades das combinações de palavras mantendo
presente de que os falantes de uma dada língua possuem conhecimento intuitivo destas propriedades.
O conhecimento sintáctico intuitivo permite que cada falante realize operações muito complexas
quando as ouve e quando as fala, o que lhe dá a possibilidade de pronunciar sentenças linguísticas
bem construídas.
Deste modo, constitui o objectivo do estudo sintáctico de caracterizar o tipo de conhecimento que
suporta a capacidade de compreensão e produção de combinações livres de palavras, quer para a
formação de frases simples, quer para a formação de estruturas complexas.
De acordo com as componentes da gramática, saber uma língua é possuir conhecimentos que integram
a gramática, a saber: fonético-fonológico, morfológico, semântico- pragmático, incluindo o sintáctico.
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Sendo assim, ter esta parte de conhecimento assemelha- se a capacidade de junção de palavras em
frases que exprimem um pensamento da parte do falante, o que envolve uma das componentes da
gramática, denominada Sintaxe.
A Sintaxe é a parte da gramática responsável pelo estudo da disposição das palavras dentro de frases e
orações, bem como as relações que elas criam entre si para compor o significado. Ela também é a
responsável pelo estudo da relação das orações dentro do período.

A Sintaxe é utilizada para formar uma sentença compreensível, desse modo, quando há alteração nas
relações que as palavras estabelecem entre si, o sentido de toda a sentença também se altera, ainda que
sejam as mesmas palavras.
Mesmo não havendo somente uma maneira de organização das sentenças linguísticas, o facto de as
línguas terem sua sintaxe própria impede a realização de combinações aleatórias das palavras.

1.2 Métodos de identificação de categorias sintácticas/lexicais e suas evidências

Conforme fizemos menção, a sintaxe preocupa- se com estudo da estrutura da frase, a forma como é
que as palavras se combinam para a formação de sentenças linguísticas segundo as regras vigentes na
língua. Assim, constitui um universal linguístico de que os falantes de todas línguas do mundo
dominam um conjunto de princípios e regras gramaticais em número relativamente reduzido que são
adquiridos aquando o processo de aquisição da linguagem, ou seja, os falantes sabem qual são as
categorias lexicais das palavras bem como as posições que elas ocupam nas frases, do mesmo modo,
sabem quais as ordens que os elementos devem ter na frase e que as mesmas não se fazem
arbitrariamente.
Em maior parte do mundo, as combinações de palavras obedecem às ordens seguintes:

(i) Sujeito-Verbo-Objecto (SVO)


(ii) Verbo-Sujeito-Objecto (VSO)
(iii) Sujeito-Objecto-Verbo (SOV)

Para além desta relação estrutural que ocorre nas frases em varias línguas do mundo, existem ainda as
categorias sintácticas e lexicais e as relações sequenciais. As categorias sintácticas/lexicais definem os
constituintes segundo o seu papel na frase. Sendo assim, o sintagma nominal e sintagma verbal, são
as categorias sintácticas da primeira ordem ou categorias principais. As categorias sintácticas das
palavras revelam- se pela maneira como se combinam para a formação de frases. Se
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desconhecêssemos esta categoria, então seriamos incapazes de formar frases gramaticais e nem sequer
distinguiríamos sentenças gramaticais das agramaticais.
Ex:F[SN[O Pedro] [SVcomeu a laranja]]
As relações sequenciais revelam – se pela presença de uma palavra numa determinada posição na
frase, que condiciona a classe sintáctica das palavras que a poderão seguir ou preceder. De facto, se
numa frase ocorre uma palavra como linda, o falantes sabem que as palavras que a circunvizinham
são do género feminino, e como se trata de uma palavra pertencente a categoria gramatical de
adjectivo, os falantes sabem que as palavras vizinham somente poderão ser de categorias gramaticais
de nomes.
Exemplo: Menina linda ou linda menina
Então, podemos afirmar que a sequência ou distribuição dos elementos na frase obedecem certas
relações, que são:
(i) Relações sintagmáticas – na horizontal
(ii) Relações paradigmáticas – na vertical

A relações sintagmáticas permitem pensar em combinações de palavras com sequência de elementos


que mantém entre si determinadas ligações, enquanto que as relações paradigmáticas nos permitem
pensar que cada ponto de sequência pode ser ocupada por uma classe de palavras equivalentes.
Ex: Os meninos jogam a bola.

A frase acima pode ser descrita como uma combinação de palavras que ocupam cinco (5) posições
sintácticas, e que podem comutar ou trocar com outras de categoria gramatical semelhante.
Ex: Det.Os NmeninosVjogamDet.ANbola.
(1) Det.Estes NrapazesVcomeramDet.estaNbanana.
(2) Det.EssesNmiúdos VcompraramDet.aquelaNcasa.
(3) *DetAlgumas Adv.rapidamenteVcantaramDet.essaN música.

Nas frases (1) e (2) observamos a mudança das palavras, mas as categorias gramaticais mantiveram –
se, onde existem categorias como determinante, nome, verbo, determinante e nome, sempre existiram
noutros lugares. Já, na frase (3) verificamos que tanto as palavras como as categorias gramaticais
alteraram, caso do advérbio. O lugar em que estaria uma palavra com categoria gramatical de nome,
consta um advérbio, facto que resulta na agramaticalidade da frase. Desta forma, em cada zona da
frase, somente pode ocorrer palavras com categorias semelhantes idênticas.
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Com o exemplo de frases que apresentamos acima, concluímos que palavras da mesma categoria
gramatical semelhante podem ocupar o mesmo lugar na frase, enquanto que as palavras de categorias
sintácticas diferentes não podem ocupar o mesmo lugar.

1.3. Gramaticalidade e Agramaticalidade

Nos exemplos até agora considerados, intervêm juízos de gramaticalidade, com base no conhecimento
intuitivo que têm de uma língua, os falantes podem decidir se uma dada combinação de palavras
pertence à língua ou é ilegítima.
Qualquer falante de uma língua, que possui a gramática de sua língua, é capaz de emitir juízos de
gramaticalidade sobre os enunciados que ouve. Ele pode dizer se uma frase feita de palavras de sua
língua está bem formada, com relação a regras da gramática que ele tem em comum com todos os
outros indivíduos que falam essa língua (= norma linguística); essa aptidão pertence à competência
dos falantes, não depende nem da cultura, nem do grupo social do falante.
As frases que obedecem às regras sintácticas da língua, isto é, que estão em conformidade com a
chamada língua norma (padrão/standard) chamam-se frases gramaticais; e as que não obedecem às
regras sintácticas chamam-se agramaticais e são assinaladas por um asterístico (*).

(4) O menino gosta de chocolate.


(5) *Gostar chocolate o menino.

Como podemos observar, a gramaticalidade de uma combinação deriva apenas da sua conformidade
aos padrões de organização sintáctica característicos de uma dada sincronia linguística. A existência
de gramaticalidade vs agramaticalidade das frases permitem- nos pensar a existência de
aceitabilidades das frases na língua.

1.4Aceitabilidade das frases

Ser gramatical e ser agramatical distingue-se de ser ou não aceitável. Muitas frases gramaticais são
sentidas como pouco «naturais» ou consideradas difíceis de processar, sem contudo serem julgadas
como mal formadas sintacticamente pelos falantes.
(6) O rapaz a quem a Maria viu na festa é meu colega.
(7) Que ele tenha recebido a notícia sem pestanejar e que Maria também o tenha feito surpreendeu os
colegas.
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Pelo contrário, em muitos casos, os falantes consideram aceitáveis combinações de palavras não
conformes aos padrões de organização sintáctica da variante dominante.
(8) *Haviam muitas pessoas na festa.
(9) *Obriguei-lhes a mostrarem-me as fotografias.

1.5. Estrutura de constituintes

A ideia básica da sintaxe é a de que as orações estão dotadas de uma estrutura interna que se rege por
princípios de hierarquia e linearidade. Isso equivale a conceber a frase como resultado de combinar,
em níveis distintos, unidades sintácticas inferiores (os constituintes).
Segundo Hernanz & Brucart (1987:26) se a frase fosse uma mera justaposição de palavras, o vínculo
que manteria entre si todas as unidades léxicas que a formam seria idêntico. O que equivale a dizer
que não haveria nenhuma estrutura.
Assim, as regras da sintaxe determinam a ordem correcta das palavras numa frase. As palavras dentro
de uma frase podem ser divididas em dois ou mais grupos e dentro de cada grupo em subgrupos, e
assim, sucessivamente, até ficar apenas uma única palavra. Os grupos e subgrupos constituem
agrupamentos “naturais” de palavras.
Tomemos como exemplo a frase:

(9) O mecânico limpou o automóvel com um pano.

Na frase acima, as palavras oe mecânico juntam-se para formar um grupo hierarquicamente superior
(o mesmo acontecendo com o automóvel e um pano). A palavra com e a sequência um pano, por sua
vez, formam outra unidade de nível superior. O verbo limpou e as duas sequências o automóvel e um
pano formam a sequência limpou o automóvel com um pano, hierarquicamente superior aos seus
elementos constituintes. Finalmente, os grupos o mecânico e limpou o automóvel com um pano
formam a sequência estruturalmente mais elevada, ou seja, a frase.
A organização de uma frase em grupos hierárquicos complexos construídos por uma inclusão
sucessiva de elementos de nível inferior em grupos maiores, começando pelos itens lexicais, chama-se
estrutura de constituintes.
A estrutura de constituintes de qualquer combinação de palavras pode representar-se de várias
maneiras: caixa de Hockett, parentetização e diagrama em árvore (ou árvore sintagmática).

Assim, usando a caixa de Hockett, a estrutura da frase acima é representada da maneira seguinte:
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o mecânico limpou o automóvel com um pano


o mecânico limpou o automóvel com um pano
o mecânico limpou o automóvel com um pano
o automóvel com um pano
um pano

(10) Transformando o diagrama obtido, numa árvore (invertida), teríamos o seguinte:


F Nó
Ramificação Ramificação
Nó SN 1 SN Nó
Etiqueta
Art N V SN2 SP

Art N Prep SN3


Etiqueta
Art N

o mecânico limpou o automóvel com um pano

O diagrama acima denomina-se árvore (de estrutura) sintagmática. Em cada ponto em que a árvore se
ramifica há um grupo de palavras que formam uma parte de um constituinte estrutural. Para além de
mostrar a ordem linear das palavras e outras partes estruturais da frase, uma árvore de constituintes
apresenta uma estrutura hierárquica.
Em certos casos, as árvores de constituintes podem ser usadas para, explicitar certas construções que
se consideram ambíguas.
No diagrama acima, podemos notar que os constituintes mantém entre si, dois tipos de relações,
nomeadamente: dominância – no sentido vertical e precedência – no sentido horizontal.
Conforme fizemos menção, a relação de precedência (plano horizontal) acontece quando um
determinado constituinte precede ou aparece antes do outro.

Exemplo:
O constituinte SN1 precede o SV, logo o SV é precedido por SN1. O V precede o SN2, logo o SN2 é
precedido por V.
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No que diz respeito a relação de dominância (plano vertical) entre os constituintes, aqui estamos ao
nível de hierarquia, acontece quando um determinado constituinte se situa num nível hierarquicamente
superior em relação ao inferior, ou seja domina o seu constituinte hierarquicamente inferior.
Exemplo:
O constituinte hierarquicamente superior, que é a frase (F) domina os seus constituintes imediatos, SN
e SV, que são constituintes hierarquicamente inferiores ao nó F. Por sua vez, o SN domina os
constituintes hierarquicamente inferiores a este, que são Det. E Nome. O SV que em termos
dominantemente hierárquicos desempenha a função de constituinte superior domina três constituintes,
a saber: V, SN e SP. Na estrutura de constituintes, a relação de dominância vai acontecendo de forma
sucessiva.
Existem dois tipos de dominância, que são: directa e indirecta. Conforme as terminologias
atribuídas, a relação de dominância directa acontece quando um constituinte que pela sua natureza é
hierarquicamente superior domina directamente um constituinte inferior.
Como forma de demonstrarmos, retomamos o exemplo da frase (F) que domina directamente os seus
constituintes imediatos SN e SV.
Em relação à dominância indirecta acontece quando um constituinte hierarquicamente superior
domina mas não directamente um constituinte inferior, estando para tal, um constituinte de categoria
intermediária, ou seja a ramificação não sai directamente do constituinte superior, mas sim do seu
intermediário, que domina outro constituinte inferior, havendo deste modo, uma dominância indirecta
entre o constituinte máximo e o mínimo.
Como forma de demonstrarmos o que dissemos, o constituinte F domina directamente o SN(
constituinte intermediário) e este por sua vez domina o Determinante (Det.) ou Nome. Uma vez que
estes dois constituintes são dominados directamente pelo SN, então são dominados indirectamente
pela frase .

A frase (9) “ O mecânico limpou o automóvel com um pano” podemos representa - la


parenteticamente ou em forma de parentetização etiquetada:
[F[SN1O mecânico][SVlimpou[SN2o automóvel [SPcom[SN3um pano]]]]]

1.6 Categorias sintagmáticas e categorias lexicais

Num diagrama em árvore, certos constituintes podem ser substituídos por outros sem afectar a
gramaticalidade da frase (embora o significado possa ser alterado). Os constituintes que podem
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substituir-se mutuamente sem afectar a gramaticalidade da frase formam uma categoria sintáctica
(categoria sintagmática, na esteira de Chomsky, 1957).
Como sabemos, as palavras de uma língua podem ser classificadas num número finito de categorias
lexicais (ou classes de palavras). As categorias lexicais principais são:
o substantivo ou nome, (N), o adjectivo (A/Adj), o verbo (V), a preposição (P/Prep) e o advérbio
(Adv), que são os elementos centrais (categorias lexicais centrais) das categorias hierarquicamente
superiores, o Sintagma Nominal (SN), o Sintagma Adjectival (SAdj), o Sintagma Verbal (SV), o
Sintagma Preposicional (SP) e o Sintagma Adverbial (SAdv), respectivamente.
Assim, uma árvore sintagmática revela basicamente três aspectos que existem na estrutura da frase,
nomeadamente:
(a) a ordem linear das palavras;
(b) o agrupamento das palavras em constituintes estruturais;
(c) a categoria sintáctica de cada constituinte estrutural.

Se retomarmos como exemplo a frase básica em (9), diríamos que ela é formada por dois constituintes
estruturais: um SN[o mecânico] e um SV[limpou o automóvel com um pano] também denominados
por constituintes imediatos da frase, são gerados uma vez do nó maior, que é a frase. E que o SV é
constituído por três constituintes estruturais, que são : V [limpou], o SN[o automóvel] e um SP[com
um pano], e assim por diante.
Como podemos observar, um constituinte inclui todos os constituintes mais pequenos que se
encontram abaixo de si na árvore. Cada ponto da ramificação da árvore denomina-se nó. Uma árvore
de constituintes estruturais cujos nós está representada a categoria sintagmática de cada um dos
constituintes denomina-se indicador sintagmático, no qual podem ser visualizados os constituintes
imediatos de cada constituinte estrutural.

Bibliografia
ABRAHAM, Werner. Diccionario de Terminologia Lingüística Actual. Editorial Gredos, Madrid,
1981.
CAMARA JR., J.M. Dicionário de Linguística e Gramática. 14ª edição, Vozes, Petrópoles,1988.
CAMPOS, M.H.C. & XAVIER,M.F. Sintaxe e Semântica do Português. Universidade Aberta, Lisboa,
1991.
DUARTE, Inês & BRITO, A. M. “Sintaxe” In FARIA, I.H. etalliIntrodução à Linguística Geral e
Portuguesa. Caminho, Lisboa, 1996.
DUBOIS, Jean etalli. Dicionário de Linguística. 9.ª edição, Cultrix, São Paulo 1993.
FROMKIN, V. & RODMAN, R. Introdução à Linguagem. Almedina, Coimbra 1993.
9

HERNANZ, M.L. & BRUCART, J.M. La Sintaxis. Editorial Crítica, Barcelona, 1987.
RAPOSO, E.P. Teoria da Gramática: A Faculdade da Linguagem. Editorial Caminho, Lisboa, 1992.
VILELA, Mário. Gramática da Língua Portuguesa. Almedina, Coimbra, 1999.
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UNIDADE TEMÁTICA II: Organização de uma gramática: O modelo da gramática ge(ne)


rativa transformacional

Introdução

Prezado estudante, para darmos seguimento à abordagem do conteúdo da presente unidade temática,
importa, antes, chamar à atenção para o facto de haver relação entre a unidade temática II, desta
forma, nesta unidade abordaremos acerca do modelo da gramática ge(ne)rativa transformacional,
tendo em conta que os falantes de uma língua tem este conhecimento gramatical a partir do momento
que aprendem ou adquirem a língua.

Objectivos
- Compreender o objecto de estudo da gramatica generativa transformacional;
- Identificar as regras de reescrita categorial em sentenças da língua portuguesa;
- Descrever as regras de reescrita categorial em frases da língua portuguesa;
- Identificar a função dos constituintes numa frase em língua portuguesa;
-
Sumário

2.1 A gramática ge(ne)rativa transformacional

A gramática transformacional é uma teoria gramatical lançada por Noam Chomsky em 1957. Trata do
aspecto criativo da faculdade da linguagem e aborda os processos de transformação pelos quais passa
o sintagma. A gramática transformacional é um tipo particular de gramática generativa, noção
introduzida na linguística na década de 1950 por Noam Chomsky, que renovou completamente a
investigação nesta área do conhecimento. É possível conceber tipos diferentes de gramática
ge(ne)rativa, e o próprio Chomsky definiu e discutiu vários tipos diferentes em seus primeiros
trabalhos. Mas, desde o início, ele próprio defendeu um tipo particular, ao qual deu o nome de GTou
GGT.

Denomina-se gramática generativa à gramática que tem por objecto de estudo a descrição e a
explicitação das regras gramaticais que os falantes aplicam para produção e compreensão de um
número infinito de frases.
A formalização das regras da gramática permite generalizações explícitas e ajuda-nos a pôr à prova os
objectivos da gramática.
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As regras que determinam a estrutura básica dos constituintes das frases denominam-se regras de
estrutura sintagmática. Estas regras enunciam o que compõe cada constituinte e são capazes de
gerar um número infinito de frases com a sua representação estrutural.

É, no entanto, importante observar que, cada regra sintagmática analisa a construção dos constituintes
imediatos. A construção analisada e os seus respectivos constituintes encontram-se associados pela
relação da reescrita (= ). Os constituintes apresentados no lado direito da regra formam uma
sequência linearmente ordenada através da operação de junção ou concatenação. O constituinte único
do lado esquerdo da seta representa o nó do qual partem os nós assinalados do lado direito no
diagrama em árvore.
Nestas regras, as categorias encerradas em parênteses curvos são facultativas na reescrita das regras,
caso do SP, é um constituinte que pode ou não aparecer na frase.

Retomando a frase em (9) podemos ter as seguintes regras de reescrita, dela derivadas:
F = SN + SV
SN = Art + N
SV = V + SN + (SP)
SN = Art + N
SP = P + SN

A primeira destas regras tem as seguintes leituras:


(i) Uma frase pode ter um sintagma nominal e um sintagma verbal.
(ii) Um sintagma nominal seguido de um sintagma verbal é sempre uma frase

2.2A função dos constituintes

Quando sabemos uma língua, conhecemos não só os constituintes das frases, mas também o seu
funcionamento na língua. É aplicando esse conhecimento que conseguimos analisar sintacticamente as
frases, isto é, indicar a função sintáctica que cada um dos constituintes da frase desempenha.
Consideremos as seguintes frases:
(11) O cão mordeu o homem.
(12) O homem foi mordido por um cão.
(13) O João ama a Maria
(14) É a Maria que o João ama.
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Tanto na frase (11) como na frase (12) o sujeito lógico – o agente da acção - ´o cão, mas em (11) o
cão é o sujeito estrutural (o primeiro SN da frase mais alta), enquanto em12) o sujeito estrutural é o
homem. Portanto, há uma diferença entre o sujeito lógico e o sujeito estrutural. O sujeito lógico é o
quem, geralmente ocorre numa estrutura profunda (ou seja, na proposição de base), isto é, antes de
ocorrer qualquer tipo de transformação da ordem “natural” dos constituintes frásicos. E o sujeito
estrutural é o que ocorre numa estrutura de superfície, o que se realiza num enunciado/frase concreta.
As frases (13) e (14) são paráfrases com foco diferente. Ao deslocarmos Maria da posição de
complemento do verbo para a primeira parte da frase, a nossa atenção foca-se em quem o João ama.
Tal processo pode servir também objectivos contrastivos em:
(15) É a Maria que o João ama, e não a Suzana.

Muitas frases podem ser perspectivadas como se fossem divididas me tópico – de que se fala, (ou
informação antiga) – e comentário – o que se diz sobre o tópico (ou informação nova). O tópico
corresponde geralmente ao sujeito estrutural da frase. Muitas línguas têm a tendência de posicionar o
tópico no início da frase, seguido da informação nova.

Bibliografia

FARIA, Isabel. H. (org.). Introdução à Linguística Geral e Portuguesa. Lisboa: Caminho, 1996.

GOMES, Álvaro. Gramática Pedagógica e Cultural da Língua Portuguesa. Lisboa: Porto Editora, 2006.

RAPOSO, E.P. Teoria da Gramática: A Faculdade da Linguagem. Editorial Caminho, Lisboa, 1992.
_________. Estrutura da Frase. In RAPOSO, E. P. e tal. Gramática do Português. Volume I,
Coimbra: Fundação Calouste Gulbenkian, 2013.pp.303– 325.
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UNIDADE TEMÁTICA III: Divisão da Sintaxe

Introdução

Caro estudante, na presente unidade temática vamos abordar acerca das partes da sintaxe.

Objectivos

- Compreender as partes da sintaxe;


- Identificar a estrutura da frase;
- Reconhecer as funções dos constituintes frásicos;
- Identificar a regência verbal, colocação pronominal e concordância em frases;

Sumário

Sintaxe – Compreende o estudo das relações que se estabelecem entre os termos da oração. Para
tanto, divide-se em sintaxe das funções, a qual estuda a estrutura da oração e do período, e sintaxe
das relações, priorizando a regência, a colocação pronominal e a concordância.

3.1.1.Estrutura da oração e Período

A oração é o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou de uma locução verbal. As orações
podem ou não ter sentido completo.

Exemplos:
(16) Acabamos, finalmente!
(17) Levaram tudo.

Período é frase organizada em uma ou mais orações. O período pode ser simples ou composto.

Período Simples
O período simples é formado por somente uma oração agrupada em torno de um único verbo ou de
uma única locução verbal. Quando isso ocorre, o período é denominado oração absoluta.
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Exemplos:
(18)Estamos felizes com os resultados.
(19)Faltam apenas alguns dias.

O período composto é formado por mais de uma oração. Nesse caso, a quantidade de orações é
sujeita ao número de verbos ou de locuções verbais.

Exemplos:

(20)Faça como eu pedi.


(21) Não sei se tenho coragem.

3.2 Regência, colocação pronominal e concordância

3.2.1.Regência

Derivado de reger ˈ governar, comandar, dirigir,ˈ. Em gramática o termo é empregue tanto no sentido
amplo, como no restrito. Assim, no sentido amplo, regência equivale a subordinação em geral.

Ex: chuva grossa, o substantivo chuva rege , ou , subordina, o adjectivo grossa, e em trabalha
muito, verbo trabalha subordina o advérbio muito. LUFT (2003)

Chuva e trabalha são palavras regentes (subordinantes); grossa e muito, são as palavras regidas
(subordinadas).

Artigos, pronomes, adjectivos, numerais e (nomes) adjectivos são regidos pelos substantivos, que lhes
comandam a forma pelo processo da concordância nominal.

Ex: o seu primeiro LIVRO encadernado/ a sua primeira OBRA encadernada, os seus primeiros livros
encadernados.

Para Gonçalves & Raposo (2013) regência é a relação de dependência existente entre o núcleo de um
sintagma e os seus complementos. Deste modo, nesta relação o núcleo do sintagma que é verbo pleno
é a categoria regente e os complementos seleccionados por esse núcleo constituem as categorias
regidas.

Parafraseando Simões (2009) A regência cuida das relações que se estabelecem entre os elementos
dentro duma frase. Quando a dependência é directa o verbo é transitivo directo, porque exige que a ele
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se concatene um objecto directo (sem ajuda de uma preposição). Quando a dependência não é directa
/indirecta exige que a ele se ligue um objecto indirecto (com auxilio de uma preposição).

3.2.2 Alguns casos de Regência

(i) Atender (no sentido de atenção, ouvir, receber, acolher) usa – se a construção directa para
pessoas e indirecta para objectos, coisas (chamadas, exigências, intimações, pedidos,
reivindicações).
Exemplos :
(21) O Edil do município atendeu[ a população].
(22) O Edil do município atendeu [aos clamores da população].

(i) Precisar (no sentido de tornar preciso rege (OD), no sentido de ter necessidade rege (OI).
Exemplos: (23) O mecânico precisou [o motor do carro].
(24) Preciso [de um bom mecânico].

(ii) Aspirar (no sentido de absorver) pede OD, (no sentido de almejar, objectivar) pede OI.
Ex: (25) A raiz aspirou [a água].
(26) Ele aspira [ao cargo de chefia].

(iii) Recorrer (no sentido de pedir socorro ou lançar mão de) pede OD, (no sentido de interpor
recurso, apelar usa se de e para) rege OI.

Ex: (27) Recorri [a Deus].

(28) Recorri [ para o tribunal administrativo].


(29) Recorri [da decisão do tribunal administrativo].

(iv) Responder (Nos textos formais usa – se a forma indirecta regida de preposição a, quando o
sentido do verbo for dar resposta a alguma coisa ou alguém)
Exemplo:
(30) Responda [às questões abaixo].
Se for para exprimir “teor” a regência é directa).
(31) Tu só respondes [asneiras].
(32) (Respondi [o que estava ao meu alcance].
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(v) Namorar. Ex: (34) A Sandra namora [o Paulo]. Namorar v: [SN/OD].

(vi) Morar (more, resida, situe - se em). Ex: (35) Moro [na rua Capitães de Sena].

(vii) Lembrar e esquecer (usam - se sem preposições quando não estiverem acompanhados de um
pronome na frase).

Exemplo:
(36) Lembra [os bons momentos].
(37) Esquece[que ela não te ama].

No entanto, quando os verbos acima estiverem acompanhados de pronomes, então a preposição de


aparece.
Exemplo:
(38) Lembras – te [de mim]?
(39) Não te esqueças [de passar por aqui].

(viii) Pôr – selecciona dois complementos obrigatórios, onde um é OD com o papel temático de tema
e outro oblíquo e semanticamente locativo.

Exemplo:
(40) O Paulo pôs os livros sobre a mesa.
Há casos que o locativo é realizado como OD.
Ex: pôr a mesa, que significa “ pôr a toalha, os pratos, os talheres, os copos, na mesa.

(ix) Passar (verbo com maior número de regência no PE embora mantenha em todos os seus usos um
sentido básico de travessia no âmbito espacial ou temporal).

Exemplos:
(41) O Cristiano Ronaldo passou [a bola] [ao/para Deco].
(42)A bola passou [do Cristiano Ronaldo] [para o Deco].
(43)A Svetlana passou [a Lurdes Mutola].
(44)Eu passei [por Inhambane].
(45)Eu passei [no exame de conclusão].
(46) Os meninos passaram [as férias em Inhambane].
(47) Aquele acontecimento passou – se [há uma semana], [ em Inhambane].
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(48) Eu passei [a viver] [em Inhambane].


(49) A Marta gosta de passar por [modelo].

3.2.3Tipos de verbos

Transitivos e intransitivos. Verbos transitivos, subdividem – se em transitivos directos e indirectos.

3.2.4 Quadros de Regência

No quadro de regência existem diferentes tipos de verbos, a saber:


(i)Verbos que não seleccionam nenhum argumento – são os que denotam fenómenos
meteorológicos e mudança de uma parte do dia para outra. Ex: chover, nevar, trovejar, amanhecer,
anoitecer. Exemplos:

(50) Chove imenso!

(51) Anoiteceu cedo.

(ii)Verbos que seleccionam só um argumento – são os que seleccionam um argumento que


normalmente se realiza como sujeito, podendo ser um SN ou uma oração.

Ex: correr, morrer, nascer, tossir, passear, desmaiar, suar.

(52) Ele morreu.

(53)O Paulo desmaiou.

(54) Acontece que as coisas não se passaram exactamente assim.

(iii)Verbos que seleccionam dois argumentos, um com a função de sujeito com a função de
complemento directo, indirecto ou oblíquo.

(55)O Paulo fechou as janelas.

(56)Este livro pertence ao professor.

(57)O concerto durou duas horas.


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(iv)Verbos que seleccionam três argumentos, onde um deles realiza – se como SN sujeito,
enquanto a função e a classe estrutural dos complementos (entre parênteses rectos depende das
propriedades de selecção funcional e de subcategorização do verbo).

(58 )A Joana ofereceu [um brinde bonito] [ao Paulo].

(59)O Professor guardou [o livro] [na estante].

(v) Verbos que seleccionam quatro argumentos – são os que denotam movimento espacial ou
transacções permitindo a expressão conjunta do agente, do tema, da origem e do destino ( com verbos
de movimento, como transportar e passar) e do agente/origem, do tema, do destinatário e do valor da
transacção (com verbos de transacção, como vender e comprar).

(60) O motorista transportou [a minha mobília] [da Beira] [para Maputo].

(61) O Pedro vendeu [o telefone] [à Rita] [por 2000 mt].

3.3 Colocação pronominal

A colocação pronominal faz referência à posição dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação
ao verbo.
Os pronomes pessoais oblíquos átonos são: me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos.
Conforme a sua posição junto ao verbo, os pronomes oblíquos átonos podem ser: proclíticos
(antepostos ao verbo), mesoclíticos (intercalados no verbo) e enclíticos (pospostos ao verbo).

3.3.1 Próclise
Empregamos a próclise (pronome átono antes do verbo) nos seguintes casos:

(a) Palavras de sentido negativo. Exemplo:


(62) Não o maltratei.
(63) Nada o perturba.

(b) Pronomes relativos:

(64) A pessoa que me contou era minha amiga.


(65) Conheces o homem por quem te apaixonaste?
19

(c) Conjunções subordinativas:


(66) Quando nos viu, afastou-se.
(67) É necessário que a deixe no hospital.

(d) Certos advérbios:


(68) Aqui se tem amor.
(69) Sempre me lembro dele.

NB: De acordo com Cegalla (2008) se houver pausa depois do advérbio, este deixará de atrair o
pronome, prevalecendo a ênclise.

Exemplo: (70) “Depois, encaminhei-me para ele.” (Said Ali)

(e) Pronomes indefinidos tudo, nada, pouco, muito, quem, todos, alguém, algo, nenhum,
ninguém, quanto:

(71) Tudo se acaba.


(72) Nada me incomoda.

(f) Palavra “só”, no sentido de “apenas”, “somente”, e as conjunções coordenativas alternativas


“ou… ou”, “ora… ora”:

(73) Só me ofereceram um copo d’água.


(74) O rio, ora se estreita, ora se alarga.

(g) Orações optativas cujo sujeito estiver antes do verbo:


(75) Deus o guarde!
(76) A vida lhe seja leve!

(h) Em frases exclamativas iniciadas por palavras exclamativas:

(77) Quanto nos custa dizer a verdade!


(78) “Que de coisas me disse a propósito da Vênus de Milo!” (Machado de Assis)

(i) Em frases interrogativas:


20

(79) Quando me visitas?


(80) Quanto me cobrará pela revisão?

3.3.2Mesóclise
A mesóclise é utilizada somente quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do
pretérito, desde que antes do verbo não haja palavra que exija a próclise.

Exemplo:

(81) Realizar-se-á, na próxima semana, uma reunião dos dirigentes dos clubes.
(82) Falar-lhe-ei a teu respeito, na primeira oportunidade.
(83) “Dir-me-á o leitor que a beleza vive de si mesma.” (Machado de Assis)

NB: Se houver palavra atractiva, a próclise será obrigatória. Exemplo:

(84) Não lhe pedirei nada.


(85) Ninguém se importaria.

É importante ressaltar que, de acordo com o gramático Cegalla (2008), a mesóclise é colocação
exclusiva da língua culta e da modalidade literária.

3.3.4Ênclise

A ênclise (pronome átono após o verbo) é empregada nos seguintes casos:


(a) Nos períodos iniciados pelo verbo (que não seja o futuro). Exemplo:

(86) “Diga-me isto só, murmurou ele.” (Machado de Assis)


(87) Dê-me o livro.

(b) Nas orações reduzidas de gerúndio, quando não houver palavras atractivas. Exemplo:

(88) “O anão chegara-se a Inocência, tomando-lhe uma das mãos.” (Visconde de Taunay)
21

NB: Se o gerúndio vier antecedido da preposição “em”, ou modificado por um advérbio, a próclise
deve ser utilizada. Exemplo:

(89) Em se tratando de um caso urgente, nada o retinha em casa.


(90) Não o achando na rua, voltei desanimada.

(c) Orações imperativas afirmativas:

(91) Procure seus amigos e convide-os.


(92)“Romano, escuta-me!” (Olavo Bilac)

(d) Infinitivo não flexionado, precedido da preposição “a”, em se tratando dos pronomes “o”,
“a”, “os”, “as”. Exemplo:
(93) Todos corriam a vê-la.
(94) Começou a ignorá-lo.

3. 4 Concordância

Concordância verbal e nominal é a parte da gramática que estuda a conformidade estabelecida entre
cada componente da oração.

Enquanto a concordância verbal se ocupa da relação entre sujeito e verbo, a concordância nominal se
ocupa da relação entre as classes de palavras:

A concordância verbal ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o sujeito gramatical.
Essa flexão verbal é feita em número (singular ou plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa).

A seguir, alguns exemplos de concordância verbal. Exemplo:


(95)Eu aprendi;
(96)Ele aprendeu;
(97)Nós aprendemos;
(98)Eles aprenderam.
Existem diversos casos específicos de concordância verbal. Os principais são:

3.4.1 Concordância verbal com verbos impessoais


22

Os verbos impessoais, como não apresentam sujeito, são conjugados sempre na 3.ª pessoa do singular.
Exemplo:
(99)Havia várias pessoas esperando. (verbo haver com sentido de existir)
(100)Faz cinco anos que eu te conheci. (verbo fazer indicando tempo decorrido)
(101) Aqui onde moro, chove todos os dias. (verbos que indicam fenómenos atmosféricos)

3.4.2 Concordância verbal com a partícula apassivadora “se”

Com a partícula apassivadora “se”, o objecto directo assume a função de sujeito paciente. Assim, o
verbo estabelece concordância em número com o objecto directo. Exemplo:
(102) Vende-se casa.
(103) Vendem-se casas.

3.4.3 Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito “se”


Quando a partícula “se” actua como indeterminadora do sujeito, o verbo fica sempre conjugado na 3.ª
pessoa do singular. Exemplo:
(104) Precisa-se de empregado.
(105) Precisa-se de empregados

3.4.4 Concordância verbal com “a maioria”, “a maior parte”, “a metade”...

Com essas expressões, o verbo fica conjugado, preferencialmente, na 3.ª pessoa do singular. Contudo,
já se considera aceitável o uso da 3.ª pessoa do plural. Exemplo:
(106) A maioria dos alunos vai…
(107) A maior parte dos alunos vai…
(108) A maioria dos alunosvão…
(109) A maior parte dos alunos vão…

3.4.5 O verbo concorda com o termo antecedente ao pronome relativo “que”. Exemplo:

(110) Fui eu que pedi…


(111) Foi ele que pediu…
(112) Fomos nós que pedimos…
23

3.4.6 Concordância verbal com pronome relativo “quem”. Exemplo:

O verbo concorda com o termo antecedente ao pronome relativo “quem” ou fica conjugado na 3.ª
pessoa do singular:
(113) Fui euquem pedi…
(114) Fomos nós quem pedimos…
(115) Fui eu quem pediu…
(116) Fomos nós quem pediu…

3.4.7 Concordância verbal com o infinitivo pessoal

O infinitivo é flexionado, principalmente, quando se pretende definir o sujeito e quando o sujeito da


segunda oração é diferente do da primeira. Exemplo :
(117) Isto é para nós fazermos.
(118) Eu pedir para eles fazerem tudo.

3.4.8 Concordância verbal com o infinitivo impessoal

O infinitivo não é flexionado, principalmente, em locuções verbais e em verbos preposicionados.


Exemplo:
(119) As pessoas conseguiram entender a verdade.
(120) Foram incentivados a entender a verdade.
(121) Foram impedidos de entender a verdade.

3.4.9 Concordância verbal com o verbo “ser”

Com o verbo “ser”, a concordância em número é estabelecida com o predicativo do sujeito. Exemplo:
(122) Isto é brincadeira!
(123) Isto são brincadeiras!

3.4.10 Concordância verbal com “um dos que”

Com a expressão “um dos que”, o verbo fica sempre na 3.ª pessoa do plural:
(124) Um dos que foram…
24

(125) Um dos que querem…


(126) Um dos que podem…

3.4.11A concordância nominal ocorre quando há flexão de um termo (artigo, adjectivo, pronome,…)
para concordar com um substantivo. Essa flexão é feita em género (masculino ou feminino) e em
número (plural ou singular).
Exemplos de concordância nominal:

(127)O amigo verdadeiro;


(128)A amiga verdadeira;

(129)Os amigos verdadeiros;


(130)As amigas verdadeiras.

Apesar dessas regras básicas, existem casos específicos de concordância verbal e de concordância
nominal.

3.4.12 Casos específicos de concordância nominal


Existem diversos casos específicos de concordância nominal. Os principais são:

3.4.13 Concordância nominal com pronomes pessoais

O pronome pessoal e o adjectivo estabelecem concordância em género e número. Exemplo:


(131)Ele é falador.
(132)Ela é faladora.
(133)Eles são faladores.
(134)Elas são faladoras.

3.4.14 Concordância nominal com vários substantivos


O adjectivo concorda em género e número com o substantivo mais próximo ou assume a forma no
masculino plural:
(135) Mochila e livro emprestado;
(136) Livro e mochila emprestada;
(137) Mochila e livro emprestados;
(138) Livro e mochila emprestados.
25

3.4.15 Concordância nominal com vários adjectivos

O substantivo fica no singular quando há vários adjectivos no singular que se encontram determinados
por artigos. Sem a presença de artigos, o substantivo fica no plural:
(139) A professora simpática e a antipática;
(140) O professor simpático e o antipático;
(141) As professoras simpática e antipática;
(142) Os professores simpático e antipático.

3.4.16 Concordância nominal com “bastante”, “muito”, “pouco”, “meio”, “caro”, “barato”,
“longe”

As palavras bastante, muito, pouco, meio, caro, barato e longe, enquanto adjectivos, concordam em
género e número com o substantivo:

(143) Muitas jóias;


(144) Bastantes jóias;
(145) Poucas jóias;
(146) Jóias caras;
(147) Jóias baratas.
NB: Essas palavras permanecem invariáveis apenas quando assumem a função de advérbios,
modificando um verbo.

3.4.17 Concordância nominal com “é permitido” e “é proibido”

Com estas expressões, o adjectivo varia em género e número quando houver a presença de um artigo
determinando o substantivo. Quando não houver artigo, o adjectivo permanece invariável no
masculino singular:

(148) É permitida a entrada de animais.


(149) É proibida a entrada de animais.
(150) É permitido entrada de animais.
(151) É proibido entrada de animais.
26

NB: Essa mesma regra de concordância é também aplicada às expressões: é necessário, é preciso, é
bom.

3.4.18 Concordância nominal com “mesmo” e “próprio”

As palavras mesmo e próprio estabelecem concordância em género e número com o substantivo


quando actuam como adjectivo:
(152) Na mesma função;
(153) No mesmo trabalho;
(154) Nas mesmas funções;
(155) Nos mesmos trabalhos;
(156) Na própria casa;
(157) No próprio escritório;
(158) Nas próprias casas;
(159) Nos próprios escritórios.

NB: Esta regra de concordância estende-se também às palavras obrigado, quite, anexo e incluso

3.4.19 Concordância nominal com “menos”


A palavra menos permanece sempre invariável:

(160) Menos alegria;


(161) Menos alegrias;
(162) Menos problema;
(163) Menos problemas.

(164) Este lanche é para nós comermos.


(165) Acho importante finalizares o projecto.
(166) A mãe não viu os filhos entrarem em casa.

Bibliografia

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa: [com a nova ortografia
da língua portuguesa]. 48ªEdição. Editora Companhia Ed. Nacional, 2008.
27

FIGUEIREDO, E. & FIGUEIREDO, Olívia. Itinerário gramatical: A gramática na língua e a língua


no discurso. Porto: Porto Editora, 2001.

GOMES, Álvaro. Gramática Pedagógica e Cultural da Língua Portuguesa. Lisboa: Porto Editora,
2006.

UNIDADE TEMÁTICA IV: Estrutura de constituintes da frase e funções sintácticas

Introdução

Nesta última unidade do programa vamos abordar acerca da estrutura dos constituintes da frase e
funções sintáctica. Antes de falarmos acerca deste tema, gostaria de lembrar-lhe que para a sua
compreensão efectiva é necessário resgatar alguns conhecimentos aprendidos na língua portuguesa, no
âmbito da gramática e funcionamento de língua.

Objectivos
- Compreender os constituintes frásicos eas suas funções;
- Distinguir os constituintes frásicos;
- Identificar os constituintes frásicos e as suas funções;

Sumário
4.1 Estrutura de constituintes

4.1. 1 Sujeito
Em análise sintáctica, o sujeito é um dos termos essenciais da oração, responsável por realizar
ou sofrer uma acção ou estado.
28

Segundo uma tradição iniciada por Aristóteles, toda oração pode ser dividida em dois
constituintes principais: o sujeito e o predicado. Em português, o sujeito rege a terminação
verbal em número e pessoa e é marcado pelo caso recto quando são usados os pronomes
pessoais. As regras de regência do sujeito sobre o verbo são denominadas concordância verbal.
Na frase (167)Nós vamos ao teatro, vamos é uma forma do verbo "ir" da primeira pessoa do
plural que concorda com o sujeitonós.

Para os verbos que denotam acção, frequentemente o sujeito da voz activa é o constituinte da
oração que designa o ser que pratica a acção e o da voz passiva é o que sofre suas
consequências. Sob outra tradição, o sujeito (psicológico) é o constituinte do qual se diz alguma
coisa. Segundo Bechara, "É o termo da oração que indica a pessoa ou a coisa de que afirmamos
ou negamos uma acção ou qualidade". Exemplo:
(168) O pássaro voa. - Os pássaros voam.
(169) O menino brinca. - Os meninos brincam.
29

(170) Pedro saiu cedo. - Os jovens saíram.

Didacticamente fazemos uma pergunta para o verbo: Quem é que? Ou Que é que? ― e teremos a
resposta; esta resposta será o sujeito. O sujeito simples tem umnúcleo.
(171) "O menino brinca." Quem é que brinca? O menino. Logo, o menino é o sujeito dafrase.

Um jeito de diferenciá-lo de objecto é o seguinte:


(172) "João come maçã". "Quem come maçã?" Perceba que o verbo vem primeiro.

"João" –Sujeito por causa da ordem.

4.1.2 Tipos de Sujeito


O sujeito pode ser, segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), classificado em simples,
composto, indeterminado, desinencial ou implícito e inexistente. Nesse último caso, termo o que
se convencionou chamar de oração sem sujeito.

4.1.3 Sujeito Simples

É o sujeito que tem apenas um núcleo representativo. Aumentar o número de características a ele
atribuídas não o torna composto.

Exemplo:

(173)Maria é uma garota bonita.


(174)A pequena criança parecia feliz com seu novo brinquedo.

4.1.3 Sujeito Composto


É aquele que apresenta mais de um núcleo representativo, escrito na oração. Exemplo:

(175) “Luana e Carla fizeram compras no sábado.”

(176) “Felipe e o amigo Bruno saíram para almoçar.”. O sujeito também pode vir depois do
verbo. Exemplo:

(177) Saíram Bruno e Felipe.

4.1.4 Sujeito subentendido desinencial, implícito, oculto ou elíptico


Sujeito desinencial é aquele que não vem expresso na oração, mas pode ser facilmente identificado
pela desinência do verbo. Exemplo:
30

(178) “Fechei a porta”; “Quem fechou a porta?”.

NB: Não devemos confundir vocativo (expressão de chamamento) com sujeito. Exemplo:
(179) “Querido aluno, leia sempre! (sujeito oculto: "você"- Leia "você" sempre)”.
(180) “Querido candidato, fico feliz com seu sucesso! (sujeito oculto "eu" - "eu" fico feliz com seu
sucesso)”.

Apesar do sujeito não estar expresso, pode ser identificado na oração:


(181)Fechei a porta Eu. E na frase (182) Perguntaste mesmo isso ao professor?, o identificado é
Tu. Entretanto, cuidado para não criar confusão com a segunda frase, que pode passar a ideia de
elipse do sujeito ou sua indeterminação; pois o sujeito simples está explícito e é o pronome
interrogativo Quem.

Dar o nome de Sujeito desinencial, elíptico ou implícito não equivale a classificar o sujeito, mas
somente determinar a forma como o sujeito simples se apresenta dentro da estrutura sintáctica. No
mais, a classificação Sujeito Oculto foi abolida, por questões técnico-formais e linguístico-
gramaticais, passando a denominar-se Sujeito Simples Desinencial, uma vez que se pode
determiná-lo através dos morfemas lexicais terminativos das formas verbais, situação na qual, para
indicar que o sujeito se encontra elíptico usa a forma pronominal recta equivalente à pessoa verbal
entre parênteses.

Assim, na estrutura sintáctica:


(183) "Choramos todos os dias", para indicar o sujeito simples subentendido na forma verbal,
coloca- se entre parênteses da seguinte forma: (Nós) = sujeito simples desinencial.

4.1.5 Sujeito Indeterminado


Sujeito indeterminado é o que não se nomeia ou por não se querer ou por não se saber fazê-lo.
Podemos dizer que o sujeito é indeterminado quando o verbo não se refere a uma pessoa
determinada, ou por se desconhecer quem executa a acção ou por não haver interesse no seu
conhecimento. Aparecerá a acção, mas não há como dizer quem a pratica ou praticou.

Há três maneiras de identificar um sujeito indeterminado, que são :


(i) O verbo se encontra na 3ª pessoa do plural.
(183) Dizem que eles não vão bem.
(184) Estão chamando o rapaz.

(ii) Com um Verbo Transitivo Indirecto, somente na terceira pessoa do singular, mais a
partícula se.
31

a. Precisa-se de livros. (Quem precisa, precisa de alguma coisa → verbo transitivo indirecto)

Necessita-se de amigos. (Quem necessita, necessita de alguma coisa → verbo transitivo indirecto)

A palavra se é um índice de indeterminação do sujeito, pois não se pode dizer quem precisa ou
quem necessita.

(185) Cuidado! Caso você encontre frases com Verbo Transitivo Directo:
(186) Compram-se carros. (Quem compra, compra alguma coisa → verbo transitivo directo)
(187) Vende-se casa. (Quem vende, vende alguma coisa → verbo transitivo directo)

Não se caracteriza sujeito indeterminado, pois nos casos de VTD, a partícula "se" exerce a função de
partícula apassivadora e a frase se encontra na voz passiva sintética. Transpondo as frases para a voz
passiva analítica. Exemplo:
(188) Carros são comprados (sujeito:"Carros");

(189) Casa é vendida (sujeito:"Casa").

(i) Com um Verbo Intransitivo, somente na terceira pessoa do singular, mais a palavra se, índice de
indeterminação do sujeito.
(190) Vive-se feliz, aqui.
(191) Aqui se dorme muito bem.

4.2.Predicado
Na gramática, o predicado é um dos termos essenciais da oração; é tudo aquilo que se diz ou o
que se declara sobre o sujeito. Significado de predicado: qualidade, característica, dote, prenda,
virtude. Aquilo que numa proposição se enuncia acerca do sujeito.

4.2.1 Tipos de Predicado


O predicado pode ser subdividido em Predicado nominal, verbal ou verbo-nominal.

Possui um verbo significativo, também denominado de verbo de acção; ou seja: verbo que
exprime acção. O predicado verbal não pode ser retirado, porque faz falta na frase.

Exemplo:
(192) O ministro do Sítio anunciará um pacote de reajuste de impostos.
(193) Bush invadiu o Iraque, baseando-se em justificativas infundadas.
32

4.2.2 Predicado Verbal

4.2.3 Predicado Nominal


Possui por núcleo um sintagma nominal (substantivo ou, normalmente, adjectivo), denominado,
sintacticamente, de predicativo do sujeito. Integra esse termo da oração um verbo de ligação,
também chamado de verbo não-significativo (uma vez que não expressa acção) ou de verbo
relacional.

(194) O acesso à internet banda larga está cada vez mais ao alcance da classe média urbana.
(195) Franco-Dousha é o mais novo fórum linguístico da actualidade.

4.2.4 Predicado Verbo-nominal

O predicado é verbo-nominal porque seus núcleos são um verbo (saíram - verbo intransitivo),
que indica uma acção praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres), que indica o
estado do sujeito no momento em que se desenvolve o processo verbal. É importante observar
que o predicado dessa oração poderia ser desdobrado em dois outros, um verbal e um nominal.

Exemplo:
(196) Os alunos saíram da aula. Estavam alegres.
Estrutura do Predicado Verbo-Nominal.
O predicado verbo-nominal pode ser formado de:
(i) Verbo Intransitivo (não transita entre substantivos) + Predicativo do Sujeito. Por exemplo:
(197) Joana partiu contente. Sujeito Verbo Intransitivo Predicativo doSujeito.
(ii) Verbo Transitivo + Objecto + Predicativo do Objecto. Exemplo:
(198) A despedida deixou a mãe aflita. Sujeito Verbo Transitivo Objecto Directo Predicativo
do Objecto.
(iii)Verbo Transitivo + Predicativo do Sujeito + Objecto. Exemplo:
(199)Os alunos cantaram emocionados aquela canção. Sujeito Verbo Transitivo Predicativo
do Sujeito Objecto Directo.

Para perceber como os verbos participam da relação entre o objecto directo e seu predicativo,
basta passar a oração para voz passiva. Exemplo:
Na Voz Activa: (200) “As mulheres julgam os homens insensíveis”. Sujeito Verbo Significativo
Objecto Directo Predicativo do Objecto.
Na Voz Passiva: (201) “Os homens são julgados insensíveis pelas mulheres”. Verbo Significativo
33

Predicativo do Objecto.
O verbo julgar relaciona o complemento (os homens) com o predicativo (insensíveis). Essa
relação se evidencia quando passamos a oração para a voz passiva.

NB: o predicativo do objecto normalmente se refere ao objecto directo. Ocorre predicativo do


objecto indirecto com o verbo chamar. Assim, vem precedido de preposição. Exemplo:
(202) Todos o chamam de irresponsável. Chamou-lhe ingrato. (Chamou a ele ingrato.)

4.2.5 Complemento Verbal

Os complementos verbais completam o sentido dos verbos transitivos. Estes complementos


podem ligar-se ao verbo através de uma preposição ou sem o auxílio dela. Quando há necessidade
de preposição, o objecto é dito indirecto; quando ela não é necessária, o objecto é dito directo.
Alguns verbos podem aceitar ao mesmo tempo um objecto directo e outro indirecto. Em alguns
casos, por questões de estilo, adiciona-se uma preposição ao objecto directo. Neste caso o objecto
directo é dito preposicionado. Exemplos:
(203) Aviões possuem asas. - Asas é o objecto directo do verbo possuir.
(204) Gosto de escrever. - De escrever é objecto indirecto do verbo gostar.

4.2.6 Agente da Passiva

Agente da passiva é o termo que indica quem executa a acção, na voz passiva e vem sempre
seguido de preposição.

Exemplos:

(205) O bolo foi feito por mim. (por mim é o agente da passiva. Na voz activa a oração seria: Eu
fiz o bolo.)

(206) Os índios foram catequizados pelos jesuítas. (pelos jesuítas é o agente da passiva. Na voz
activa a oração seria: Os jesuítas catequizaram os índios.)

4.3 Objecto Directo


Objecto directoé o termo da oração que completa o sentido de um verbo transitivo directo. O
objecto directo liga-se ao verbo sem o auxílio de uma preposição. Indica o paciente, o alvo ou o
34

elemento sobre o qual recai a acção.

Identificamos o Objecto directo quando perguntamos ao verbo: "quem" ou "o quê". Exemplo:
(207) Vós admirais os companheiros. - Perguntamos, Vós admirais o quê? A resposta é 'os
companheiros', que é o objecto directo.
(208) Nós amamos o cabelo da Maria. - Perguntamos: nós amamos o quê? A resposta é 'o cabelo
da Maria', que é o objecto directo da oração.

4.3.1 Objecto Directo Preposicionado


Há casos, no entanto, que um verbo transitivo directo aparece seguido de preposição, que, por
sua vez, precede o objecto directo. Nesses casos temos o chamado objecto directo
preposicionado. Exemplo: (209) “Vós tomais do vinho”.

Esta construção se faz da contracção de termos como: Vós tomais "parte" do vinho. O objecto
directo é obrigatoriamente preposicionado quando expresso:
 Por pronome pessoal oblíquo tónico;
 Pelo pronome relativo "quem", de antecedente claro.

4.4 Objecto Indirecto


O objecto indirecto é o termo da oração que completa um verbo transitivo indirecto, sendo
obrigatoriamente precedido de preposição.
Identificamos o objecto indirecto, quando perguntamos ao verbo: "a
quem" ou "a quê". A resposta será o Objecto indirecto.

 Por pronome átono e substantivo coordenados.

4.4.1 Objecto Indirecto Reflexivo


O objecto indirecto reflexivo é o objecto indirecto que indica a reflexão da acção do sujeito.
Exemplo:
(210) O Rui obedece aos pais.
O Rui obedece a quem? Resposta: aos pais, Objecto Indirecto.)
Bibliografia

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa: [com a nova


ortografia da língua portuguesa]. 48ªEdição. Editora Companhia Ed. Nacional, 2008.
FIGUEIREDO, E. & FIGUEIREDO, Olívia. Itinerário gramatical: A gramática na língua e a
língua no discurso. Porto: Porto Editora, 2001.
35

GOMES, Álvaro. Gramática Pedagógica e Cultural da Língua Portuguesa. Lisboa: Porto Editora, 2006.

Beira, 10 de Fevereiro de 2020


O tutor: Pascoal Guiloviça
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