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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO

LICENCIATURA EM GESTÃO DE EMPRESAS

EXPRESSÃO E COMPREENSÃO ORAL

PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA CONVERSAÇÃO

GUIDIONE ABRÃO MACHAVA

XAI – XAI, ABRIL DE 2022


Índice
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

2. EXPRESSÃO E COMPREENSÃO ORAL.................................................................... 2

2.1. Oralidade ..................................................................................................................... 2

2.2. Os mecanismos da oralidade ....................................................................................... 2

2.4. Ponto de partidapara a oficina de oralidade ................................................................ 4

2.5. Mestria linguística ....................................................................................................... 4

2.6. Compreensão oral (Reconhecimento) ......................................................................... 5

2.6.1. Competência da Compreensão do Oral ................................................................... 5

2.7. Expressão Oral (Produção).......................................................................................... 7

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 10

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 11
1. INTRODUÇÃO

Aprender uma língua estrangeira exige quatro competências que se subdividem em


receptivas: Ler e Escutar; e produtivas: Falar e Escrever (PIO et al s/d). Porém, de acordo
com Martins (2012), o pilar para esse aprendizado é a oralidade, sendo ela possível apenas se
tratando de duas ou mais pessoas. Em sua pesquisa diz que os docentes devem trabalhar com
os discentes textos de diferentes origens para que estes possam adquirir um vocábulo amplo
aprimorando a fala nesta .

Segundo Pereira, Lemos e Leão, “a expressão oral se caracteriza como o fato de organizar,
assimilar e produzir algo através da oralidade e reconhece a fala como centralidade do ensino,
despertando o interesse do aluno. Sendo um processo ativo e complexo que constrói algo a
partir do que se ouve, ligando a expressão oral e competência auditiva, ela é resultado do uso
dos conhecimentos linguístico, de mundo e do contexto social do falante”.

“A oralidade para ser estudada em sala de aula tem a necessidade de que o alunotenha
conhecimento prévio do contexto social das atividades trabalhadas, por essa razão, os textos
utilizados além de curtos e de linguagem acessível, fazem ligação com o meio social do
indivíduo, dando a eles mais liberdade para uma participação mais ativa na construção de sua
aprendizagem”. (MARTINS, 2012), citado por Pereira, Lemos e Leão..

Para Mendonça et al. (2003) citado por (Lopes, 2010. P. 17). a compreensão e a expressão
oral são processos interactivos de construção de significado que abrange a recepção, o
processamento de informação e consequentemente a produção. O resultado desse processo
interactivo depende do contexto em que este ocorre, envolvendo os interlocutores com as
suas vivências pessoais e experiências colectivas, o meio envolvente e as finalidades da
expressão oral.

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2. EXPRESSÃO E COMPREENSÃO ORAL

2.1.Oralidade

Segundo Lopes (2010. P. 21) “o oral é o que expõe de imediato o emissor, não só perante as
significações e sentidos da sua mensagem, mas obrigando-o também à uma interacção com o
receptor que exige posicionamento e comportamento social ou individual”.

Lopes (2010) afirma que:

A fala (manifestação da prática do oral) tem a posição privilegiada no que


tange à questão histórica e cronológica, o uso da escrita quando arraigada
numa dada sociedade impõe-se com uma violência inusitada e valor social
até superior à oralidade. Podemos dizer que a oralidade é um importante
exercício de reflexão e entendimento do mundo e do primeiro gesto de
expressão das ideias e concepções que se tem sobre um determinado
assunto.

Esta modalidade pode ser compreendida como uma prática interactiva


com finalidade de viabilizar a comunicação, perpetuar e modificar valores,
construir conhecimentos, expressar sentimentos, transmitir princípios
culturais, crenças e ideologias. A oralidade está em toda parte. É através
dela que os professores comunicam com os seus alunos, que lhes
transmitem conhecimentos e valores e que interagem com a turma. (P. 21)

2.2. Os mecanismos da oralidade

Antes de mais, é necessário reconhecer que trabalhar a oralidad eimplica ter em conta
determinados mecanismos, presentes tanto na compreensão como na expressão/produção (cf.
Luna, 2016) citado por Sá (2018. P. 11):

 Linguísticos, abrangendo o nível lexical e gramatical;


 Enciclopédicos, ligados ao conhecimento do mundo, que provém das vivências
pessoais e de eventos contextualmente situados;
 De organização textual, ligados ao recurso aos tipos/géneros textuais que traduzem
diferentes propósitos comunicativos.

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2.3. As estratégias da oralidade

Estas pressupõem a existência de três etapas na compreensão oral (cf. Luna, 2016) citado por
Sá (2018. P. 11):

 A pré-escuta, que prepara para a compreensão;


 A escuta, que permite um primeiro acesso ao sentido do texto oral;
 A pós-escuta, que conduz à construção do sentido do texto por parte do ouvinte.

Segundo Sá (2018. P. 12) “o a primeira etapa implica o recurso a estratégias como a


realização de previsões e a formulação de hipóteses, as outras duas estão associadas a
estratégias como a apreensão das ideias veiculadas pelo texto, a identificação das ideias
principais e secundárias, a realização de inferências e a monitorização da compreensão, que,
normalmente, só ligamos à compreensão do texto escrito”.

Por sua vez, a expressão/produção oral contempla diversos níveis, Sá (2018. P. 12):

 Fonético-fonológico, associado ao uso da entoação, para reforçar a expressividade e


sublinhar alguns aspetos do discurso;
 Léxico-semântico, ligado à capacidade de selecionar vocabulário adequado à situação
de comunicação oral em causa;
 Morfossintático, responsável pela concordância e pelo uso apropriado de conectores
(tão importantes no discurso escrito como no discurso oral);
 Textual, associado à coerência e à coesão, que asseguram a clareza na apresentação
das ideias e na sua articulação;

Sá (2018. P. 12), afirma que “ ao recorrer a uma oralidade mais formal há que pensar nas
operações que, normalmente, associamos à expressão/produção escrita”:

 A planificação, que implica a reflexão sobre o tema a abordar, a seleção de


informação relevante a incluir no discurso oral, a organização dessa informação
(incluindo a sua hierarquização), a escolha de um tipo/género textual;
 A textualização, ligada à materialização do discurso;
 A revisão, que promove a reformulação/melhoria do discurso planeado.

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A realização das duas últimas operações implica que se tenha em consideração todos os
níveis da expressão/produção oral acima referidos.

2.4.Ponto de partidapara a oficina de oralidade

Segundo Marcelino, (2009) “se queremos trabalhar sobre o processo de aprendizagem-


ensino da linguagem nos estudantes, temos de olhar para o crescimento linguístico do
estudante (como se processa, o que o facilita ou inibe,etc.) e para os níveis de mestria
linguística que consideramos possível e desejável atingir com o nível de ensino em que
trabalhamos, ou seja, temos de considerar”:
 Desenvolvimento da linguagem no estudante enquanto indivíduo;
 Orientações Programáticas do Sistema Escolar.

2.5.Mestria linguística

Compreensão oral Expressão oral

Competências nucleares
Conhecimento explícito

Leitura Expressão excrita

Figura 1. Competências da mestria linguística. Fonte: (Marcelino, 2009)

As capacidades individuais do indivíduo, ao nível da oralidade, enquadram-se em 2 níveis. A


saber, Marcelino (2009):

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2.6. Compreensão oral (Reconhecimento)

A capacidade para atribuir significado a discursos orais em diferentes variedades de


português. Esta competência envolve a recepção e a descodificação de mensagens por acesso

a conhecimento organizado na memória.

O nível de compreensão oral dos indivíduos depende:

 Da extensão e diversidade do seu vocabulário passivo e da complexidade sintáctica


que já adquiriu;

 Da sua exposição ao grau de formalidade do discurso ouvido e aos tópicos abordados


nomesmo.

...”A compreensão do oral é a competência responsável pela atribuição de significado a


discursos ou cadeias fónicas de acordo com as regras da gramática de língua”. (Sim-
Sim,DuarteeFerraz (1997) citado por Marcelino (2009.p. 11).

2.6.1. Competência da Compreensão do Oral

Compreensão do Oral

Envolve
Implica

O acesso à informação linguística


Recepção da Decifração da
registada permanentemente na
mensagem mensagem
memória

Reconhecimento –atribuição de significado

Figura 2. Competências do oral. Fonte: (Marcelino, 2009)

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Segundo Marcelino (2009) a Compreensão do Oral releva para:

 O acesso ao conhecimento;
 A eficácia da comunicação;
 A aprendizagem e avaliação de todas as restantes capacidades escolares ;
 A proficiência na oralidade pois desta depende a interacção com os demais falantes de
uma comunidade e, logo, a realização pessoal e profissional de cada um;
 A socialização da experiência individual quer pela atribuição de sentido pelos alunos
a situações de comunicação favorecendo a interacção e a adequação do discurso, quer
pela tomada de consciência da especificidade do oral (com recurso a experiências
adequadas) treinando a escuta, a compreensão e a reflexão crítica).

De acordo com Marcelino (2009), “ processo de compreensão do oral envolve basicamente as


seguintes micro habilidades”:

Reconhecer:

 Reconhecer sons e palavras.

Seleccionar:

 Seleccionar sons, palavras, ideias relevantes, expressões, verbo, palavra- chave.

Interpretar :

 compreender o conteúdo do discurso ( intenção comunicativa; significado global;


ideias principais; entender ambiguidades; captar a ironia, o humor);
 Compreender a forma do discurso ( estrutura ou organização; entender palavras que
marcam a estrutura: abertura, encerramento, mudança de tema).

Antecipar

 Saber antecipar o que vai ser dito a partir do que já se disse;


 Saber activar a informação de que dispomos sobre a pessoa ou tema, para preparar a
compreensão do discurso.

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Inferir:

 saber extrair informação do contexto comunicativo, interpretar os códigos não


verbais;
 Perceber ideias implícitas;
 Retirar conclusões.

Reter:

 com recurso à memória de curto e longo prazo e utilizando os diferentes tipos de


memória;
 Recordar palavras, frases e ideias durante uns segundos para poder interpretá-las;
 Utilizar os diferentes tipos de memória (visual e auditiva) para reter informação.

Segundo dias, ,”o domínio da compreensão do oral os indivíduos deverão desenvolver


habilidades de escuta para serem capazes de extrair informação dos textos ouvidos. É
fundamental a realização de actividades que ensinem os indivíduos a escutar, a reter e a
registar a informação pertinente a partir de discursos com diferentes graus de formalidade e
complexidade”.

A aprendizagem sistemática de vocabulário é indispensável para compreender os discursos

ouvidos. É preciso promover o alargamento do vocabulário do indivíduo para que ele


compreenda os discursos, se integre plenamente na vida do grupo a que pertence e na
comunidade de que faz parte.

2.7. Expressão Oral (Produção)

Segundo Marcelino (2009), “expressão oral a capacidade para produzir sequencias fónicas
dotadas de significado e conformes à gramática da língua. Esta competência implica a
mobilização de saberes linguísticos e sociais e pressupõe uma atitude cooperativa na
interacção comunicativa, bem como o conhecimento dos papéis desempenhados pelos
falantes em cada tipo situação”.

... “Diante disso, a expressão oral se caracteriza como o fato de organizar, assimilar e
produzir algo através da oralidade e reconhece a fala como centralidade do ensino,

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despertando o interesse do aluno. Sendo um processo activo e complexo que constrói algo a
partir do que se ouve, ligando a expressão oral e competência auditiva, ela é resultadodo uso
dos conhecimentos linguístico, de mundo e do contexto social do falante”. Pereira et al
(2020)

“Tendo como finalidade geral preparar os alunos para conseguirem estabelecer uma
conversação clara em uma situação a qual necessitem. Para desenvolver a expressão oral na, é
necessário que essas situações sejam simuladas nas aulas de línguas, incitando a interação
entre os discentes e se estimule a escuta ativa entre eles”. (MARTINS, 2012) apaud Pereira et
al (2020)

O processo de Expressão do oral envolve basicamente as seguintes micro habilidades:

I. Planificar o discurso:
 preparar o tema;
 usar suportes escritos (guiões, notas);
 identificar conceitos/ palavras chave.

II. Conduzir o discurso

I.I. Conduzir o tema:

 Iiniciar ou propor um tema;


 Desenvolver um tema;
 Dar por terminada uma conversação.
III. Conduzir a interacção:
 Manifestar que se quer intervir;
 Escolher o momento adequado para intervir;
 Ceder o turno de palavra no momento adequado.
IV. Negociar o significado
 saber avaliar a compreensão do interlocutor.

Segundo Dias “no domínio da expressão oral é fundamental que se evolua de situações de
comunicação oral informais para situações progressivamente mais formais. O indivíduo
aprenderá primeiro a utilizar a palavra para gerir os conflitos e as interacções sociais,
respeitando as regras de convivência social e as regras da língua. A seguir aprenderá a gerir

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situações de comunicação oral formal, aprendendo a preparar o seu discurso, a apresentá-lo e
a agir em situação, de acordo com as reacções do público”.

O trabalho a desenvolver deverá proporcionar aos indivíduos situações explícitas de


aprendizagem de técnicas de expressão oral e de mobilização de novos vocábulos ou
estruturas que ouviu ou leu e que deverá integrar nos seus discursos.

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A compreensão oral no ensino e aprendizagem, pode ajudar o estudante a saber escutar para
organizar e reter informação essencial, melhorar o seu discurso, criando discursos breves na
línga portuguesa com algum grau de formalidade. Também pode ajudar a distinguir entre
factos e opiniões, informação implícita e explícita, o que é essencial do que é acessório; Pedir
e tomar a palavra e respeitar o tempo da palavra dos outros;

A expressão oral, contribui para que o estudante saiba planificar e apresentar exposições
breves sobre temas variados, produzir breves discursos orais em língua gportuguesa com
vocabulário e estruturas gramaticais adequados.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Dias, A. (s.d). Compreensão e expressão oral. s.l.: s.e..

Lopes, M. (2010). A oralidade como objecto de ensino e aprendizagem na aula de


Português, Licenciatura em Estudos Cabo-verdianos e Portugueses. Cabo Verde:
Universidade de Cabo Verde

Marcelino, A. (2009). Compreensão e Expressão do Oral. Portugal: s.e..

Pereira, M., Lemos, A., Leão, D., Silva M. (2010). Abordagem comunicativa: a expressão
oral e a Compreensão auditiva nas aulas de espanhol (l2). S.l.: Conedu

Sá, C. (2018). Técnicas de Comunicação Oral e Escrita. Portugal: UA Editora

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