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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância


 
Curso de Licenciatura em Ensino de Português 

Emprego de pronomes demonstrativos “este” e “esse” no processo de ensino e


 aprendizagem: caso de alunos de 8ª classe, da Escola Secundária de Bândua -Búzi

Candidata: Manuela Hortência José Manuel

Orientador: dr. Aniceto Óscar

Búzi, Março de 2020


Capitulo I: Introdução

1.1. Contextualização
No processo de ensino e aprendizagem, a transmissão de conteúdos não é um
processo acabado, até que os conhecimentos adquiridos sejam efectivamente
aplicados no âmbito prático. A forma efectiva de colocar os conhecimentos na
prática exclui a possibilidade de inclusão de erros a partir de técnicas
claramente direccionadas.
1.2. Tema
Emprego de Pronomes Demonstrativos “este” e “esse” no Processo de Ensino
e Aprendizagem: caso de alunos da 8ª classe, da Escola Secundária de Bândua
- Búzi”
Capitulo I: Introdução

13. Estrutura do trabalho


Para a melhor compreensão, o trabalho está estruturado em seis capítulos:
Capitulo I:Introdução
Capitulo II: Fundamentação teórica
Capitulo III: Aspectos Metodológicos
Capitulo IV: Apresentação e análise de dados
Capitulo V: Discussão dos resultados
Capitulo VI: Conclusões e recomendações
Capitulo I: Introdução

1.4. Delimitação do tema


O tema em estudo realizou-se na Escola Secundária de Bândua, localizada no
distrito de Búzi, Província de Sofala na localidade do mesmo nome e,
enquadra-se na disciplina de português no capítulo “pronomes”. Além de
mais, o estudo foi direccionado ao 1º ciclo do ensino secundário geral em um
inquérito com 51 alunos da 8ª classe, de forma inclusiva.
Capitulo I: Introdução

1.5. Problematização
Durante os dez anos de carreira em docência, a autora foi notando que existe
nos alunos da 8ª classe, problemas graves no uso dos pronomes
demonstrativos, nomeadamente: este e esse.
O problema reside essencialmente em não saber o momento em que devem ser
empregues, criando deste modo uma situação constrangedora no processo de
ensino e aprendizagem dos pronomes em causa.
Diante deste cenário todo, coloca-se a seguinte questão:
O que estará na origem do mau uso dos pronomes demonstrativos “este”
e “esse”, pelos alunos da 8ª classe, da escola em referência?
 
Capitulo I: Introdução

1. 6.Definição dos Objectivos


1.6.1. Objectivo geral
Analisar o uso dos pronomes demonstrativos “este” e “esse” no processo de
ensino e aprendizagem, ao nível da 8ª classe.
1.6.2. Objectivos específicos

a) Identificar as dificuldades no emprego dos pronomes demonstrativos “este” e


“esse”
b) Descrever os procedimentos de empregabilidade dos pronomes “este” e “esse”
c) Propor estratégias aplicáveis para ultrapassar o mau emprego dos pronomes
analisados.
Capitulo I: Introdução

1.7.Hipóteses
1.7. 1.Hipótese Básica
Possivelmente, a não compreensão efectiva da gramática influencia para o mau uso
dos pronomes demonstrativos “este” e “esse”, pelos alunos.
1.7.2. Hipóteses Secundárias
O maior grau de distracção, o nível de entrega e a falta de exercitação com rigor
pode estar na origem do mau emprego dos pronomes demonstrativos “este” e
“esse”.
O uso de estratégias práticas, demonstrativas e fora da sala de aulas, pode
minimizar o mau uso dos pronomes demonstrativos “este” e “esse”, pelos alunos.
A inexistência de uma biblioteca apetrechada com livros que versam sobre este tema
estaria na origem deste problema

 
Capitulo I: Introdução

1.8.Justificativa
A escolha deste tema deveu-se ao trabalho e experiência profissional ao
leccionar no 1º ciclo do ensino secundário geral. Por causa disto, surgiu a
necessidade de entender a fundo o problema, de modo que posteriormente seja
corrigida a propagação de mau uso dos pronomes demonstrativos “este” e
“esse”, pelos alunos no seu dia-a-dia, melhorando desta forma a sua
gramática. Não menos importante, o estudo servirá de base para corrigir os
mesmos problemas de alunos em escolas, cujo estudo não foi realizado.
Capitulo II: Revisão da Literatura

Os conteúdos sobre noções de pronomes, sua classificação , conceito de


pronome demonstrativo (este e esse) e seu uso, foram discutidos pelos
seguintes autores: BECHARA, Evanildo (1999); BEZERRA, Rodrigo (2015);
CERVO, A. L. ,& BERVIAN, P. A (2002); CUNHA, Celso Ferreira (1986);
CUNHA, Celso. , & CINTRA, Lindley (1999).
Capitulo III: Aspectos Metodológicos

Esta pesquisa é classificada como aplicada quanto a natureza, quantitativa


quanto a abordagem do problema e, exploratória – descritiva quanto aos
objectivos.
Para a colecta de dados secundários empregou-se técnica de pesquisa
bibliográfica e inquérito por questionário para os dados primários.
A amostra da pesquisa foi aleatoriamente seleccionada e composta por 51
alunos. Esta amostra representa a soma de parte de número de alunos de cada
turma da 8ª classe do ciclo previamente indicado.
Os dados colectados foram analisados com base na técnica de estatística
descritiva.
Capitulo IV: Apresentação e Análise de Dados

4.1. Descrição do local de estudo


A escola secundária de Bândua, situa-se na província de Sofala, distrito do
Búzi, na localidade sede de Bândua. A mesma, tem limite a Norte com a
Localidade de Inharôngue, a Sul com a Localidade de Estaquinha, a Este com
Localidade de Sofala e a Oeste com a Localidade de Guara-Guara.

4.2. Descrição do perfil da amostra


Num universo de 51 alunos, 32 são do sexo masculino, o que corresponde a
62,7%, enquanto que 19 são do sexo feminino, correspondendo a 37,2%.
Além do mais, dos 51 alunos, 26 são de faixa etária compreendida entre 12 e
13 anos, o que corresponde a 50,9%. Indo mais além, 22 alunos são da faixa
etária compreendida entre 14 e 15 e que corresponde a 43,1%. Ainda, são 3
alunos da faixa etária de entre 16 e 17 que no entanto corresponde a 5,8%.
Capitulo IV: Apresentação e Análise de Dados

Dados referentes a análise de pronomes demonstrativos

Nº Perg. Opções Opção Nº de Nº de % de % de


correta acertos erros acertos erros
1 Das frases A1     20 –    
abaixo, onde é A1
C1 1. -C    
que foi B1 12 – B1
aplicado C1   19,6 80,3

correctamente D1 9-D1
o uso da plavra
“este.”
Total 51 100

O quadro 5 mostra que, dos 51 alunos, 10 conhecem a definição de pronomes.


Provavelmente 20 confundem o termo “invariável” do “variável” na sua
definição, pois estes como sendo a maioria escolheu a opção “A”. Ainda, 19
alunos (12B + 9D), provavelmente não conhecem o tipo de palavras variáveis
que determinam o conceito de pronomes e portanto falharam.
Capitulo IV: Apresentação e Análise de Dados

Quando solicitados a classificar os pronomes, foram feitas as seguintes


escolhas de opções

Nº Perg. Opções Opção Nº de Nº de % de % de


correta acertos erros acertos erros
2 Como podem A2     6ª2    
ser B2  
B2 23B2 45 54,9
classificados os C2 15C2
pronomes D2 7D2
Total 51 100

O quadro 6 ilustra que quase metade de alunos ( 45%) dos 51, classificam
correctamente os pronomes, porém, remete a autora no entendimento de que
eles conhecem o seu critério de classificação. Contrário a isso, 28 alunos
(54,9%) classificam erradamente tais pronomes, o que quer dizer que
desconhecem o seu critério de classificação.
Capitulo IV: Apresentação e Análise de Dados

Quando solicitados a identificar os pronomes demonstrativos, foram feitas as


seguintes escolhas de opções:

Nº Perg. Opções Opção Nº de Nº de % de % de


correta acertos erros acertos erros
3 Das palavras A3     6ª3    
abaixo, quais B3 20B3
    27,4 72,5
que fazem parte C3 11C3
dos pronomes D3      
demonstrativos D3 14D3
Total 51 100

Com base no quadro 7, um número de 14 alunos (27,4%) do total de 51,


identificaram correctamente os pronomes demonstrativos e grande parte não
(72,5%).
Capitulo IV: Apresentação e Análise de Dados

Quando solicitados a identificar o uso correcto da palavra “este”, os alunos


fizeram as seguintes escolhas:
Nº Perg. Opções Opção Nº de Nº de % de % de
correta acertos erros acertos erros
4 Das frases A4 A4 11ª4      
abaixo, onde é B4 16B4
   
que foi C4 14C
aplicado D4 10D 21,5 78,4
correctamente
o uso da
palavra “este”?
Total 51 100
Observado o quando 8, um número de 11 (21,5%) dos 51 alunos, sabem
empregar de forma certeira a palavra “este”. Um número considerável de
alunos (16), escolheu a opção “B” e pouco menos de 16 alunos (14), escolheu
a opção “C” enquanto que 10 alunos escolheram a opção “D”. No entanto, 40
alunos (78,4%) escolheram opções erradas.
Capitulo IV: Apresentação e Análise de Dados

Quando solicitados a identificar o uso correcto da palavra “esse”, os alunos


fizeram as seguintes escolhas:
Nº Perg. Opções Opção Nº de Nº de % de % de
correta acertos erros acertos erros
5 Das frases A5     8ª5    
abaixo, onde é B5  
B5 8B5 15,6 84,3
que foi usada C5 20C5
correctamente a D5 15D5
palavra “esse”?
Total 51 100

O quadro 9, permite a compreensão de que 8 alunos (15,6%) sabem


efectivamente empregar a palavra “esse” pelo que, estes acertaram no
exercício de teste. Observa – se também que 8 escolheram a opção “A”,
grande parte (20) a opção “C” e pouco menos de 20 alunos (15) escolheu a
opção “D”. Inferir que, 43 alunos (84,3%) desconhecem o empregue de
maneira acertada a palavra “esse”.
Capitulo V: Discussão dos Resultados

O presente capítulo apresenta de forma minudente a discussão dos resultados


com fundamento em autores que muito evidenciam o confronto com os
resultados encontrados. Ao ser assim: de acordo com o quadro 5, percebe –
se que a maioria dos alunos (80,3%) tem dificuldades na definição efectiva de
pronomes.
Ao tratar de pronomes, VILELA (1995:207), afirma que a designação de
pronome indica a relação existente entre esta classe de palavras e o nome.
Ainda, o autor refere que “os pronomes encontram a sua definição no
discurso, indicando a pessoas, seres vivos, objectos, estado de coisas, em que
a relação fixada na materialidade de pronome é deduzida da conexão da frase,
do texto ou da situação do discurso”
Capitulo V: Discussão dos Resultados

A citação acima permite inferir que, é provável que os alunos não conheçam
tipos de palavras variáveis que determinam o conceito de pronomes. E mais
que isso confundem os pronomes com os determinantes, inclusive da confusão
dos tais pronomes com os adjectivos qualificadores.
- O quadro 6 ilustra que, 28 alunos (54,9%) classificam erradamente os tais
pronome, o que quer dizer que pouco mais da metade desconhecem o seu
critério de classificação.

Segundo CUNHA &CINTRA, citado por CÉSAR (2014:16), existem 6 tipos


de pronomes: pessoais, demonstrativos, possessivos, relativos, interrogativos e
indefinidos.
O não conhecimento do critério de classificação pode estar na origem de os
alunos se limitarem em classificar os pronomes em pessoais, género e número.
Desconhecem, no entanto a classificação além da básica. É evidente que por
um lado eles, classificam os pronomes em atributos e substantivos.
Capitulo V: Discussão dos Resultados

- Com base no quadro 7, um número significativo de alunos (72,5%) do total


de 51 não identificaram correctamente os pronomes demonstrativos.
Trazendo todos os pronomes demonstrativos Rocha Lima (2011:159-160),
mostra: Este, esta, estes, estas , Esse, essa, esses, essas.
Portanto, o desconhecimento da maioria (72,5%) na classificação de pronomes
pode estar na origem do equívoco ao tentar a sua classificação e sobretudo
faltar o conhecimento efectivo no critério de sua identificação.
Com isso, podemos efectivamente concluir que os alunos (72,5%) tem
dificuldades de identificação dos pronomes demonstrativos condicionado por
não saberem a relação de posição ou espaço do emissor e o receptor no
critério de identificação.
- Observado o quando 8, um número de 40 alunos (78,4%) escolheram
opções erradas. Isso explica a falta de base teórica no uso efectivo dos
pronomes ditos demonstrativos.
Capitulo V: Discussão dos Resultados

De acordo com BECHARA (2006:189), em relação á esse uso, afirma que no


discurso, quando o falante deseja mencionar o que acaba de narrar (anáfora)
ou o que ele vai narrar (catáfora), ele usa “este” e flexões.
CUNHA (1986:325-326) acrescenta dizendo que “este” é usado para chamar
atenção para o que dissemos ou diremos.
Ao ser assim, maior parte dos alunos (78,4%) carece de conhecimentos de que
o pronomes demonstrativo “este” mostra a localização da entidade a que se
refere o nome que substituem. Concretamente, próximo do emissor, próximo
do receptor ou nem próximo de um, nem de outro.
- O quadro 9, permite inferir que, 43 alunos (84,3%) desconhecem o emprego
de maneira acertada da palavra “esse”.
Para BECHARA (ibidem, p. 189), o formulário “esse” só será usado se for a
referenciar as palavras da pessoa que está sendo falada ou quando um nome é
expresso para o qual, ao construir o discurso é feita uma explicação,
comparação ou referência.
Capitulo V: Discussão dos Resultados

Acrescenta (ibidem, p, 326) que, “esse” é usado, bem como “este” para referir
ao que nós mencionamos ou nos referir ao que nosso interlocutor disse.
Com essas evidências, muitos alunos (84,3%) tem efectivamente, dificuldades
no uso da palavra “esse” por não ter em conta de que a mesma é usada na
localização do emissor em relação ao receptor.
Capítulo VI: Conclusões e Sugestões

Conclusões
De acordo com o objectivo geral “ Analisar o uso dos pronomes
demonstrativos “este” e “esse” no processo de ensino e aprendizagem, ao
nível da 8ª classe”, foi possível inferir que:
- Os alunos não conhecem (80,3%) o tipo de palavra que determina o conceito
de pronomes. E mais que isso confundem os pronomes com os determinantes,
inclusive da confusão de tais pronomes com os adjectivos qualificadores.
- O não conhecimento do critério de classificação dos pronomes por parte dos
alunos (54,9%) está na origem dos mesmos se limitarem em classificar os
pronomes em pessoais, género e número. Desconhecem no entanto, a
classificação além da básica. Ficou evidente também que, por um lado eles,
classificam os pronomes em atributos e substantivos.
- Ainda, os alunos (72,5%) tem dificuldades de identificação dos pronomes
demonstrativos condicionado por não saberem a relação de posição ou espaço
do emissor e o receptor no critério de identificação.
Capítulo VI: Conclusões e Sugestões

Não menos importante, maior parte dos alunos (78,4%) tem dificuldades no
uso da palavra “este” como pronome, porque carecem de conhecimentos de
que o mesmo mostra a localização da entidade a que se refere o nome que
substituem. Concretamente, próximo do emissor, próximo do receptor ou nem
próximo de um, nem de outro.
Finalmente, muitos (84,3%) tem efectivamente, dificuldades no uso da palavra
“esse” por não ter em conta de que a mesma é usada na localização do emissor
em relação ao receptor.
Capítulo VI: Conclusões e Sugestões

Sugestões
Na pesquisa terminada, a experiência vivida pela autora no processo todo,
permitiu – a sugerir propostas que se seguem, de modo a miniminar
significativamente o mau emprego dos pronomes analisados. Assim, sugere:
- o uso de imagens em cartolinas que ilustre com evidência o emprego dos
pronomes demonstrativos “este” e “esse”.
- usar o próprio aluno como um recurso didáctico no ensino integrado sobre os
pronomes “este” e “esse”.
- que se possível, criar gravuras com a matéria de pronomes demonstrativos
“este” e “esse” e que por sua vez, evidenciem o seu uso correcto.
- apetrechar duma forma continuada a biblioteca, sempre que os fundos
estiverem disponíveis.
Referencias Bibliográficas

BECHARA, Evanildo (1999). Moderna Gramática Portuguesa. 37.ed. Rio de


Janeiro: Lucena.
BEZERRA, Rodrigo (2015). Nova gramática da Língua portuguesa para
Concursos. 7ª ed. Rio de Janeiro: Forence, São Paulo: Método.
CERVO, A. L. BERVIAN, P. A (2002). Metodologia científica. 5.ed. São
Paulo: Prentice Hall.
CUNHA, Celso Ferreira (1986). Gramática da língua portuguesa. Rio de
Janeiro: Feriame.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley (1999). Nova Gramática do Português
Contemporâneo. 15.ª
ed. Lisboa: João de Sá Costa.
LAKATOS, E. M & MARCONI, M. A. (2004). Metodologia científica. 4.ed.
São Paulo: Atlas,.
MARCONI, M. D., & LAKATOS, E. M. (2003). Fundamentos de
metodologia científica (5ª ed.). São Paulo, Brasil: Atlas.
Referencias Bibliográficas

OLIVEIRA, Maxwell Ferreira. (2011). Metodologia científica: um manual


para a realização de pesquisas em Administração. Catalão: UFG.
PRODANOV, C. C., & FREITAS, E. C. (2013). Metodologia do trabalho
científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho académico. Rio
Grande do Sul: UNIVERSIDADE FEEVALE
ROCHA LIMA, Carlos Henrique (2011). Da Gramática normativa da língua
portuguesa. 49.ed. Rio de Janeiro: José Olímpio.
SILVA, EDNA LÚCIA E MENEZES, ESTERA MUSZKAT. (2005).
Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação.4. ed. Rev. Actual,
Florianópolis: UFSC.
Obrigado pela atenção dispensada!

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