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906 sic Font sean comportamento. na condlta real das pessoas. em sua maneiea de ‘Seren sua relagao consigo mesimasecom os outros foreonstantee ‘considerdve Bu diziaha pouco que a flosota era uma maneira de refer 0 bre nossa relagao com a verdad. preciso aerescentar: ea € ua ‘manera de nos perguntarmos: se esta € a rlacio que tems com a ‘ezdade, camo devemos nos consi? Aeredilo que se ere que 56 faz aluaente wan traballto couseraveleraiplo. que moica| maitateamente nossa relagao com a verdadee ssa maneira de hos condusirmos. E isso er uma conjuncao complexa entre toda ‘uma série de pesqlsnse todo in conjunto de movimentos soca, Ba propria vida da Mlosoa. ‘Chmpreende-se que aun se lamentem sobre o vari atual ede sejem, no mbito das das, um pouco demonaraula. Mas aqucles| ‘que ma ver en sts das, encomtraram sm fom ovo a nov ‘oneira de llr, ums tra mantra de fazer, estes, aed, fx tals experimentario a necessidade de se nmentarem de que 0 undo ¢erta, a Mistérta,saturada de nelatnctas, e& hora de 08 outros se ealarem para que, fnalmente se possa ouvir a sineta Ge sa reprovagio 1983, Estruturalismo ¢ Pés-estruturalismo, ~ Como comegar? Penset em dua perguntas: primeiramente. qual é @ origem dessa denominagdo mutto geral de pos-est furalismo? "Enfalizareliniclalmente que, no fundo, no que se relere a0 que ores desse movimento, mas também nena dayeles gue, por ‘vontade ou a Tora receberam a etiqueta de estruturalista satan Teatamentedo que se atara,Certamente aqueles que aplicavan ‘meted estrtural em dominios malt precisos, como linguistics, ‘ milologa comparada, sablam o que era o trualisi Alesde qe se ultrapascaam esses dominios ral pretsos, [pve sabia no certo o que iso era Nao leno cereza de que Sera fio interessante tentar reefint o qe se chamou, nesta epoca, ‘deestrturalismo,O que me parece, em contraparti, flere tee, see dispusesse de tempo, adorariafat-o seria estar 0 {que fale pensamento formal, 0 que foram os diferentes Upos de formalising que atavessaram a eultra oekental durante todo © séeulo 2 Quando se pensa no extraordinario destino do formals {no a pintarae das pesqlsas formats na misten, na importancia ‘lo formalistno na andise do folelore eda lends, na arte ‘em sua aplicagao, em algunas de sas forms no pensarento Leo Fico ea patente que o formalism em geral fol verdadtramente tna das correntes mats fortes e, ao mest tempo, mais varias ‘que a Buropa do seeulo XX conleceu,E. a propdsito do formal ti, erelo que € preciso também enfalzar que ele tem sido musto| freqientementeassocindo a stuagorse mesmo. movimentos pl {isos ao mestio tempo preciso es eada ver, interessates. AS re lads entreo formalism riseo ea Revoigao rusia deverian cer tamente ser reexaminadas mats atentamente.O papel que tera ‘opensamento carte ormais no inilo do século XX, se valor eo logic, sas igagdes com os diferentes movimentos politicos, ido {sso deveria ser analsado ‘© que me surpreende no que se chamoss de movimento esti ralista na Franga e na Europa Oridenial por volta dos sos 80 & ‘que ce eraefeuvamente wm eco do esforcoreallzado em ceos pa ‘ses do Leste. ecm particule na Tehecosloviqia. para se Hbertar {do doggnaisine marusta.. por volia dos anos 5S aa 60. enquaato em um pals como a Tehecostovaqla aves tradigto do formals tno europen do pré-querraestaya renascendo, vsese surgi quase ‘80 mesmo tempo na Europa Ocidentaloque se chamou deestruts Fallsmo ~ ou seja. do meu ponto de vst, uma nova forma, unna hhova modalidade desse pensamento, dessa pesqisa frmllts Eis como eu situaria © fendmeno estruturalista, relocalizan-o nesea grande enrrente do pensamento formal Na Europa Ocidentat a Alemarha dispunha, para pensar 0 ‘movimento estulantt que havia comegado mats precocemete ‘do que enire nds (desde 1964-1965 havia uma ceria aged tuninerstdra), da tort ete, sim < B caro que tampouco ha relagies necessdris entre ateoria critea eo movimento estudantiL.Talber tena sido mais » mou Imento estudanti que utllzou a teorta crt como um instr ‘mento, que recorrev a ela, Da mesma manera, talveztampouco aja causalidae diveta entre o estruturalismo e 1968. correto, = Voce queria dizer que, de certa Jorma, 0 estruturalismo Jot um preaimbulo necessarte? “IN, nada ha de necessério nessa ordem dle as. Mas, par dizer as ‘cols muito, mallo grosseiramente, a cata. 0 pens ‘mento € a arte formalistas no primero tergo do séeslo XX foram ‘em geral assoeiados a movimentas politicos, digamos erieos, de ‘esajerda e mesmo em cerlos eas, evoluconarios, e 0 marks ‘mo oeultou tudo lass ee fez uma erica lent ao formalism a Aare ena teria, que aparece claramente a parts da dead de 30, ‘Trina anos depois, vores veem, em certos paises do Leste cm wim pais como a Franga, pessoas comecarem a abalar © dogmatism Imarsst partir de formas de andlie. de pos deanalie questo ‘bviamente inspirados pelo formalismio.O que se passou em 1968 ha Franca. ere também em outros paises, ¢ 20 mesmo tempo ex 198-tarwarstoneePivetevnbn 309 ‘wemamente interessante e mito ambiguo:eambiguo porque ite essa: talase, por ado, de movimentos que freqaenterse te estavam impregacios de wma fore relerenta a0 maresmo © ‘qu, simllaneamente, exerci uma erica lent a0 marx Alogmatieo dos partidos e das institugoes. Eo Jogo que pide exist ‘le to entre ma erta forma de pensamento nao marnlsa ¢ esas feferéncias marxistas foo espago no qual se desenvolveram os me ‘Vimentos estudants, que levaram o discurso revolucionario mat ‘isa ao etmulo do eagero e que eram. ao mesmo temp. frequen ‘ementeinspirades por uma Vokénla antidogmaticacontradize Alo esse ipa dediscurso. ““Mioténeta antidogmaitea que buscava referencias. iqe as bseava ae vezes em um dogmatisma exasperado, “Do tado de Freud ou do lado do estruturaltsmo, 'Bteso, Entio, uma vez mala, eu adorariarefazer de mancira di ferente essa histria do formalism erecoloear esse pequen ep odio do esteuturalismo na Franga ~ que fl realmente breve ont formas difusa no terior desse grande fendmeto do form lsmio do séeulo XX. amen ver Go importante em seu genero quan “Retornaremos talves un poueo mals tarde a este term, pos tusigmo, que voct acaba de introdusi. Primetramente, gostara de seguir a tha dessa espécte de panorama da evoligdo frat: tesa que voce acaba de retracar: 9 das referencias, ao mesino empo muti dogmatioas e inspiradas por uma vontade antidog ‘matica, a Mars. a Freud, aoestruturalism, coma esperanca. tezes, de encontrar em pessoas como Lacan aquele que porta fo sineretsmee conseguiria unflear essascorrentes que inet ‘ive valeu aos estudantes de Vincennes esea resposta magtsral deLacan. em esséncia:“Vocés querem combinar Freud e Mare O| ‘que-a pstcandlise pode thes ensinar & que vocés procuram ut ‘neste. E esse meste, voces terdo" um tipo de desengayamen ‘omuto violent em relagaoa essa tentatioa de combina. que Iino toro de Vineent Descombes. que voce sem dia conhece, Leméme tTautre. Tiere aeelemiy 1968, Reson Legace rte 1, rg Pat Ede Mae 99. 310 i Foto ain = Nio, Sei que esse thro existe. mas nao oI = quando no funda teria sido precso esperar 1972 para se str dessa va teniaitoa ce combinagan do marxismo e do real mo e para que essa salda t(vesse sido concluda por Deleuze © Guatart. que vinham da escola lacantana. Eu me permit escre- verem aigum lugar que certamente, se tnha saldo dessa va ten tata de eombinagdo, mas por um meto que Hegel tera repose tt, ou seja se tina ldo buscar tercetrohomem, Nletzsche, para folocélo no lugar dav sitese impossivel: Jasia-se referéncla Metesche no lugar dessa combinagéo impossivel do Jreuco ‘marsismo%. Ora. em todo enso poderia parecer. parti d loro de Descombes. que serta preciso datar de 1972. ou por volta “isso, essa corrente que recortia a Nietzsche. O que seee pense “to, nao creo que iss se totalmente caret. Primeiramen {e.vocé se come sot eo sempre sm poco desconfado desss formas de sintese nas quals se apresenta umn pensamento traces ‘ave teri sido freudo-maraisa em um dado momenta, e que depois teria descoberto Nietzsche em un outro, De at, desde ques ob serve um pouce mais stentamente estamos em um mando pra ‘ho dual 0 fendmenos aparecem deslocados. produzindo encon {fos bastante impresios. Tomemos 0 feude marsismo. Desde 1043. ¢verdade que. por toda una série de razoespolieas ecult als, @ manasmo constitula na Franca una espéeie de horionte {que Sartre considerou em certa época como intanspontte: na poea era de fato ui horizonte mato feehado, em todo cas bas tante dominante. E preciso também nio esquecer que, na Franca durante 0 periodo de 1945 a 1965. a universidae francesa como Jum todo~eu nao dei a over universidae francesa para distin ula do que fot tradigao da universidade~esteve mut preoct Pada, bastante aeupada mesmo cm construtr lgimacolsa qe era fio Freud-Marx, mas HuseertMarx, a Telagto fenomenolg Tmarstsmo. Essa fla aposta da diseussio e dos esforgos de uma Série de pessoas: Merieau-Ponty. Sartre, indo da fenomenolog 0 ‘marslsmo, Unham essa perspectiva, Desai tamber ~ Dufresne, o proprio Lyotard, = Reet, que no era marssl, certamente, mas que era feno- menologsta eestava long de lgnorar omarxismo.Entao, tentou-se 2: Rae, Matron sur Kachin Tore, Fran. Saran Vb 13 Raauatann eRieemwcrtane 311 Inictalmentecasar o marsismo com a fenomenologia. © a seu Jstamente quando toda uma certs forma de pensamento est fal de metodo esiutural comegowa se desenvolver, vse esr {irallsmo substitu a fenomenotog tno A passagem se deu da fenomenologta para 0 est ‘Crenclalmente em torno do problema da hnggagens: houve al pPenso, un momento bastante portant, aqele em que Merlea Ponty deparou com o problema da linguagem. Voce sabe que os flo eslorgos de Merteur-Ponty foram nessa direga: lembeo- tne milo bem dos esos em que Meriea-Ponty comecou a falar Ge Saussure que, spesar de estar morto ha quase 50 anos, era de {aio deseonhecido, nao digo dos fglogos linguists frances, nas do pablico evudito. Ent, © problema da linguagem veio & ona, e parece que fenomenologia nao era capaz de dar conta, {do her quanto uma sndlise estratural, dos efeitos de sentido que poliam ser predeidos por uma esiralara de Lipo lingisicn. es {rata em que o sweto no sen da fenomenologa no inter tha omo aquele que confereo sent. , matt naturalmentese {and a esposa fenomenologiea desqualiieda por sua inapacida ‘ede falar da Hinguagem, o estruturlismo tornowse a nova nova Eis como eu contaria ss cofss, Assim send, a psicanlise. que es: tava em grande parte sob a inflaénea de Lacan. também fazia apa feeeruim problema que, spesar de ser mato diferente desse. ni ‘lena deter analogia com ele, O problema era pretsamente ot fnscient, © inconseiente que nao podia ser eneabado em uma “nalise de tipo fenomenologio. A melhor prova de que ele nao po fia se encaxar na fenomenologa, 0 menos como 0s franceses a ‘Coneebin,€ gue Sartre ou Metieay-Ponty~ nao me refiro a0 ox {ros mio pararam de tenlarreduai o que er, para ees 0 posit ‘amo, 0 mecanicisio ou ocossmo de Freud em ome da airma- {io de um seit constitute, Fot quando Lacan. sproximada {nente ao momento em que as quests da lnguagen comeraram a Str coloeadas, disse. “Por mais que voeds se esforcem, 0 incons ‘hente al eomo ele funciona no pode ser eeduzido aos efeitos de slribuighe de sentido dos quai o sj enomenoligico € capa.” {Tacan propuna um problema absolutamente simtrico a0 coloca do pelos linguists O sujet enomenclogio era, pela seunda vez, pela psteanalise, deaqualilad, tal como o fra pela teorta lings: Tea, B comprecndese bem por que Lacan pode dizer nesse mo- mento que o inconsciente era estraturado como wma ngage: tanto para uns conto para os outros, tatava-se do mesmo tipo de 312 ma problema. Howe, portant, um freudeestutraemarsismo-ende ! fenomenolgia estava desquaifcada pels rasics que aco de Azer, hi apenas pretenentes que teen, cada una, a mio de Marae fzem una bea oda. $8 queso no anda tao bem Evidentemente. descrev como ae lose un movimento soli mente geal 0 que deserev de fto ocorrene mpc us ceo ‘numer de pessoas, mas hove data forina eda urna sede Dessous que nto segram 0 mores, Penso nates aes feressvam pela histrt a lcs. ena ran, fo uma re Aigo mato mportant, sem divida apart de Comte, Parca tment em trno de Cangihem. ie fo na unversidade ances, na jovem unersdede ance, etremament fuente Ora ml {ostteseus alunos no erat nem arse, nemfclanos: er Cstrunualsias, Ease ore guise, me reli am wEnido voee se inc enrsexsns pessous = Nunca ft ren, anes far mas amas at estrus tse “inclusive aqul também. em nome da verdad. e para que ol {oralemao nao se engane em rela esth basi coer as dt tas: Voee comegou em - an ~ Escrev mec primo loro quando esta terminando mitsa vida de estdante po vita dos nos 1856 ou 1007. Tratse da Fistrta dattoucura escrito entre 19551960, Ele nao € um livre feeudiano, nem estrus net tharssin Ora, ocore que ca via ldo Netasehe em 1953. por mas exstoso que Isso parce, hess perspeetva de interrogich sobre historia saber a his triad azo: comm ¢ posse aera istorn de na racial de Ese orm problonn do seculo Rik Saber redo, ractonidade Saber. azo raconalidade pssbiiade de fazer uma hist ria da racionaliae eu dra que ag também se encante fe "omencloga. com sigue como Koyre, historiador das ec 4 formagtn germanlea que ae tsala na Fang, ceo, por ol de 1030-1995 deaeavave um aaise Mtorea das formas de "acta ed saber em una prspectra enone, Pare tm, o problema se colo em fermos adagos ow que evel ns poco: sera que um suet do ipo enamel, tanestr co capac de dat conta da historias dase iso onto ean Sue a fetra de Nietzsche ipeos para mn, wmna rapera: ha tina histria do sujet saint como hi ona historia da rash. € esta, a stra da rio, nao se deve exig 0 desdebramento ate sum ao andor «primero do sto raclonlist. havi o ‘leche um pouse pr sete, ere aurprendl an ver que Gangs Them, malstalvente hatorladr das lenis da Franca da poe, também estva bastante intressado por Niclas vache pore tamente bem o que eu ena fe. vas nele, pel contro, nao hd tragos notévels de Ne tases Ha Muto ntdos Exstem meso referencias expiias, mis expla em seu ios textos da que nos prscros. A rcagh) corn Nikachena Prangaetchsves rg de tooo posamento do ateulo XX comm Nitzache era diel, por races compreenive, Ma. se comece a alr de mim, amin erin neces ala de Deter. Bleescreva scar sobre Nase no anos 60" Eston mse erode que Deleuze o deve ce ques intcressava poe Piramo, Hme, © jostamentetabem a essa mesa Questa Sera que cma eriado sujet de que dnpoon tom aenomena fn cmlsatra? ~ questo da alle eaapara plo ies do ct ‘ame de Hume, cestucoorenido de ure eneontrou Nt tasmesmas conics ira ent que tudo que ororeu pa ola ‘Tosamas 00 adi dessa neato com aera enemies ‘to sjeto, com diferentes eseaadas.dferenteseseapaters dle Tents evanos conorne acme um ro negav oslo threo da ings da pascal, de Nicaathe wf todo aso, Metzsthe represents ua experlncia deter. inant para trot sto tails ore importaates paca nex Disa ha poco que ox ste pe nara por gus hala de Metco, Mas steno era por qe © Itinitesce por enusa de Bata Baal por enue eB Cho Portnto, nfo Tolalsente verde que Nctzache parece mh 17a; ele aparece em 1972 nos diacureos de pessoas que era ‘nurses por roa dos anos que siamo marys alssea de Meesche, tas os prmcros que recoreram a Nlctsche ni ‘hucavam sir do marvao: ee tio crm marx, es proc ‘vam eacapar da fenomenologa ed foto suceasoamente dos Nstrtadores das cnc. capi descover uma hstra do saber, ma hist da ratonal {Dear 6 Metanche ta psp. ais PF, 1962 alae Eprints nate Pama son ‘nea POW Ot “epee 183 344 met Foto ano dace. uma histria da razdo. Serta possvel precisa, resumida ‘mente antes de voltar a Netsache, que in eressara, cre, os lettres alemaes ~ esses quatro terms. que se poderia ere. a ‘av do que voe# acabou de dizer, serem quase sndnimos? = Nao, eu destrevia um movimento que envolve muitos ompo- nentes problemas diferentes. Nao ideniien ox problemas. Fall ‘do parentesco das pesquisas eda pronimidade dos que as reall E possivel ao menos precisar suas relagies? B verdade que Isso se enconira expressamente em seus lors, principaimente fem Aarqueotogla do saber. mas sertapossivel no entanto,tentar ‘recisar as relagoes entre ctencia saber eraaao? “Isso nao € milo facil em uma entrevista. Bi dla que a hist ra dascléneias desempention umm papel mat importante na io Sofia na Franea. Dina talver que, se ilosofla moderns, dos 6 los XIX e XX. deriva em grande parte da questo eantian Was ist uidarung?” ow sea, xe admitinios que a fitosotia mo era tev dentre suas prineipatsfungoes, a dese terroir ao bree que fot esse momento historco cm que a razto pode apare cer em sua forma “alta” ¢ "sem tute a funcho da losofia do Steulo XIX consiste em se perguntar o ue ¢ esse momento ei ‘que a razin congquista a autonomla, © que sipfea a histria da Fazao e qual valor que € preciso dar ao predouiino da raz no rundo movderno atraves dessas tes grandes formas: do pens mento lentifeo, do aparato tenico e da organizagao polities" Ceto que uma das grandes fungoes a hlosoia cradle st interto sar sobre esses és dominios, ou ae), fazer de alga mnelra 0 lventirio ou seri wna questao smquietante no reino da razio, Continuar. perseguir a questo kantiana; “Was tot Aufklarung?™ ssa retomuada, essa relteracao da questo Kantiann tomo, 1 Franca uma forma precise, inlust, avez insnfitente!“O que ‘En historiadacitncla? © que ocoreet, da matematicagrega fis fa moderna, quando se construta esse wnierso da einen” De Comte aos anos 60, erei qu a historia das lene teve por ft ‘so Mosca retomar essa questio. Ora, aeredito que, na Alema- hha, a questio sobre o que nha sido a historia da raz ona hs Devine sates se ea ps 4-04 ase ‘urn pute qu os Loree ad abt, kat a pe ‘ithe Ops Pa, ber 1867 pa 8.2 19) -Raaaabane eRe 315 (ria das formas de racionalidade na Europa nso se manifeston fanto na historia das eieneias, mas antes na corrente de pens ‘mento que val esquematicamente de Max Weber A teora erica. Sun. A relesao sobre ax normas, sobre os wares. ~De Max Weber a Haermas,Parccesme que au se coloca 3 mesma questio:o que ocorreu nahistorta da razao,no predomi ta razto enas diferentes formas pela quais se exerce exe ho da raza? Ora 0 surpreendente € que a Franca nao concen bsolutamente~ mito mal, ito Indiretaniente~ a torrente do pensamento weberiana cla conhece mult ala teria etic ‘epraticamentegnoron totalmente a Escola dePrankturt. sso colo ‘cl Inclusive um pequeno problema histrieo que me apaisona e ‘que ainda nao eonsegul resolver: todos sabem que muitos repre Sentantes da Escola de Frankfurt chegaram a Paris em 135 par Tpusearrefigo eae eles partram muito rapkdamente. parent mente escorracados alguns odiseeram - de quleer forma ti tes, magoados por nao terem encontrado mals eco, Depots eso 1940, mus eles ja Unam partido para a GraBretanha ¢ para ‘América, onde foram eleivamente melhor reeeidon, O een mento, que poderia ters estaelecdo entre a Escola de Frat Tust ¢ um pensamento Rlosofica frances niraves dla historia dss ‘lence, portanto ela questo ca historia da rafonaidace 30 0 fle. E posso assegurahes que. quando Mz meus estudos arias fouvi nenhum dos professores pronunetar 0 nome da Esrola de Frankfurt. wi efetiuamente bastante surpreendente ~ Ora, cerlamente se eu uvesse podido conhecer a Escola de Frankfurt, se ua tease conhecd nessa epoca, muito trabalho me tera sido poupado. mullas hobagens eu nto tert dito emistos dlesvios eu nao teria feito na nina fentativa de seguir ealmamnete ‘no mes caminho, pois as vas ss Una sido abertas pela Escola de Frankfurt, Hd uta problema crioea de nto penetrago entre dus formas de pensamento que erazn mato proms, «tales pro pris proxiidade expighe a nao penetragao, Nada essa mass ‘rexireneia de um problema comam do que das manelrs iio Dréximas de aboradto. “0 que voce aedbn de dizer sobre a Escola de Frankfurt, games: sobre a teorta critica, que the tera poupado, eventual ‘mente, algumas hestiacoes, me interessa ada rats fie se ‘encontrar em mules eases, seja em Habermas, sea emt Negi elogios a sua abordagem. Erm uma eniredtsta que Jez com 316 eta Pe ele”, Habermas elogiava sua “deserigta magistral da bifureagao ‘da razdo": a razdo teria se bfureado em uin dado momento. Eu Ine perquntet se vocéestaria de acorde com essa bufureacae da Fazdo, tal como a teorta critica a concebe: ou sea, com a iale tea da razao™ segundo a qual a razdo se perverte sob 0 efetlo de sua propria Jorg, se transforma ese reds aur tipo de sa ber. que o saber tdentc. A idea dominant nat teoria critica & ‘ade uma continuldade dialtien da razdo, com uma perversdo fque, em um dado momento, a modifica completamente e que hoe Seria preciso rettear esta serta a qposta da tuta pela ‘emaneipagdo, Nofundo, pelo que vocéescreve,e vontade de sa ber nao parou de se bifurear desta Jorma. ela se bifurcon um monte de vezes na historia. palasta bjurear talves nao seja fadequada..Arazao recortou 0 saber em varias oeasioes. “Sim, sm. Creo que a chantagem que muito frequentemente se ceverceu em relagao a qualquer ena da razdo, os qualquer Sater Fogiqao erica sobre a histori da ratonalidade ou vot acta ar 20, on el no iraclonaliam), fe erer que nao seria posse Eze {uma eit raconal da raconadade, que no seria possivel fazer “uma istria racional de todas as ramiicagées ede todas as bir ‘es, uma historia contingente da racionaifade, Ora, ere que des Se Bax Weber, na Escola Frankfurt em too eas, erm ros Iistortadores da séncia como Cangulhem tala se de desta forma de racionalidade que €apresentaa como domainante eat edd o status da rao para fat Ia aparecer como wma as formas possives do trabalho sobrearacinalidade, Nessa historia das ce ‘as francesa. que, acredit,€ muito importante. o papel de Bache lard, de quem nao fle até agora, ft tambo capital “gsses elogios contém, no entanto, um pouco de veneno, Se: ‘qundo Habermas, voc? tera descrto magistralmente°o momen {oem quea razdo se bfureou" Essa byureagao serta tne ela feria ocorido ceta vez, no momento em que a razto dew wn ‘duinada que a teria conduatdo, na diregdo de uma ractonalidacte fentea, para wma auto redugdo, uma autolontiaeao. Essa blur ‘cago, se ela também é uma divisao, teria ocorrido uma soe nt ‘caves na histrta, separando os dots dominios que sao conhect ldosdescle Kant. Essa andlise da byfureagao ékantiana: ha 0 sa bbe do entendimento, ha o saber da razdo, hd a rasao técnica & yf Lens na era a pabend etmao OW hia razio moral. Para jugar essa bjureagao, ¢ preciso stuar-se ‘oldentemente do ponto de vita da rasao pratiea, dat razao mo- Falprticn, Portano, uma bjureagao tintea. um ponto de part ‘nite tenteae pratica que continuna dominar toda a historia das ‘eias na Alemania: e, como woe disse ha pouco,é essa tradi que vem da questao: Was it Aulkrung?”. Ora penso que esse opto parece redurirq sia abordagem da historia das tetas. "SE verdad que es no falarla de uma bifareagio da razio, mas nies sobretudo de wma bilureagio miipla Inessante. de um tipo de ramiieagao abundant Nao flo do momento em qe a ‘ho se tormou teenea. Auanent, para dar um exemplo, est co Inegando a estudar 0 problema das tenteas ee sina antguidade Tetenisticaeromatta, ow ej, come ohomem, avila humana. 03+ foram objetos dem certo nimera de ekbnal que, erm sa acon Idade exgente,eram prfetamente comparavels com uma técnica de producto Phas sem englobar a socledade inter. : Sin, sem englobar toda a socedade Fo que fer se deseavolver ‘uma tein do shoo qe permis o desenvolemento de ws {eenoloyl do's eum fenomieno strc perfeamente analisivel icredito,eperfetanente localiza, que io const abifareaca0 tla racdo, Nessa abunuincia de ramos, ramileapbes, cates, ces ys, esse fol im aconteesmento, um episdio important, que teve onsequéncias considervels, mas que nao € um fend meno sno, es. desde que se considere que ofendmeno de autoperver soda rasao naa Jt intco, que ele nao ocorreu ina vex ne MS Fa emu momenta no qual a razdo teria perdido algume cosa (te essencial de substancta, como seta preciso dizer com Weber tice dia que seu trabalho visa a Testabelecer wna rez mats Fea Sed que. por exemplo, havertatmplietamente em sa abor ‘aaj uma outa eta da razdo, um outro projetode raconalida de que ndo essa racionalade a que chegamos atualmente? “Sm. mas etalvez aq, mais uma ve, eu entra tomar dis tancia da fenomenologa que era eu horizon nial ~ no penso {ue tena havido ea espe de ato fandador. pelo qual azao ‘Givswa exstneta teria sido descoberta ou instaurada © que tal | {al acomterimento teria depots eonseguido desiéla penso de fto fac fa ua autocrlagao da eazdo e,por isso, o que fenfoanalisar ‘Eo formas de racionalidade. dierent sastauragoes diferentes goes, diferentes modiieagoes elas quais as racionaldades se ‘cgendram uinas as ontras, se opdem ee perseguem wns ras, sem que, no entanto se possaassinaar um momento.em que se teria passado da racionalldade a rraionalidade. Ov ald, a falar muito esquematieameate, 9 que ex quis fazer nos aos 60, ra partir tanto do tema fenomenologjc, senda 0 qual teria hay ‘douma fndagao eum projetoessenctal da raza ~ do qual estar tos distantads por um esqueeimento sabre o qual ¢ preciso re tomar agora como do tema marisa om ukacsano: aver wa racionalidade que sera a forma por excelénela da propria raza, ‘mas um certo mimero de condigdes soclas(ocapitalsmo, ou ie Thor. passagem de uma forma para ontracle cptalista) into iu una crise nessa Faconalidade, ot se, tam eaqeinieto da ‘aio © uma queda no iracionalismo, Esees so ox dois grandes ‘modelos, apresentados de wma manera mito esquematiea © Justa, em relagie aos qa ete ane disriniee ~ Sequndo esses modelos. existe sefa una tnica bfurcacto, sejaum esquecimento em um dado momento, aposo confi a Fauzdo por uma classe. Portanto. 0 movimento de emancipacd ‘através da historia conststia nao somente em retomar que t. hha sido confseado para confisa-lo de wlta, mas ao contrat, fem resttur @ razdo Sua verdade inetra dando-he urn estatto “deciencia absolitamente universal. Eetarodue, noseu case. nao h~e wore o esereveu com todas as eras projeto de na cer la nova ou de uma eléncia mais ample De forma alguma, Mas voeé mostra que. cada vex que um tpa de racial deseajina, ele o faz por recorte, ou seja por exclusao ou sedis friminando, mareandl uma frontetra enre ele eum outro, Ht. fem seu projet, a vontade de renbiltar esse outro? Por exemple, ‘20 se colocar na eseuta do sitaneto do loco, voce pens que nele hhaveria uma tinguagem que teria mals a dizer sobre as conde ses de eriagd das obras? “sim. 0 que mie intressou, partindo do quadro geral evoeado nd pouco eram justamente as formas de racionalidade que oss to humano apieava a st mesmo. Enquai'o os historiadores das clencas na Franga estavam tnteresados essencialmente no pro Dlema da constituieae de um objeto clentifico, a questan que mie eo Jogje! fora segutnt: como ocorre que o sete humano setorne cle rdprio um objeto de saber posse, través de que formas racio halldade, de que condigoes historeas e,fnalmente. a que preco? Mina questi €a seguinte: a que prego. suet pode dizer a ver dade sobre si mesmo, a que prego 0 snjeito pode dizer a verdade sobre ele mesmo enquanto loueo? Ao prego de constitir 0 lowco omo 0 outro absolut. e pagando nao apenas esse prego tedrieo, ‘também um preco instictonal e mesmo um prego econo tal eomo determinado pela organtzagao da psiquitra. Un eon [nto de cosas complexasesealonadas, no qual voces tm i oso fastitacional,relagdes de classes, confios profissonats, modal slaves de saber e,nalmente, toda uma historia do sult eda a ‘io que esto ai envolvds, Fol sso que tent resi, Talve se} “am projeto totalmente fouco, muito complexo. do qual eu pute et tdenciar apenas, em cerios momentos, alguns pontos partculaes, tomo 0 problema do que € 0 sujeto louco: como se pode dizer ‘erdade sobre osujelto doente? Como se pode dizer a verdad so bre o sujeto loueo? Foram meus dois primelros livros. As pat bras as coisas se perguntaar a que prego se pode problessatiear analisar oque éo sujltafalante osujeio que wabalha, «seta ‘ate vive? Por iso tenet nnalisar @ naseimento da geamatica, da ‘vamuiicageral, da histori natural eda economia. depois, me Sistema punitive: come dizer a verdade sobre fem que se pode ser umn sujet eriminoso? Fo que vow lazer to pode aver a verlace sobre ele mesmo, na medida en ue ele ‘um sujeto de prazer sexta ea que prego? ~ Conforme a relagaodo swetiocomo que ele através. a cada vex. da consttulgao de uma linguager ou da consttugao de ur saber, 8 wandlise das relagdes entre as formas de reflextidade rel go dest consigo ~ portanto, as relagoes entre essas formas de re Mexvdade eo dlacurso da verdad, as forms de ractonalidade © ‘0s efeitos de conhecimenta, “tas ndo se tata absolutamente voce vat entender por que Jaco essa pergunta que se elactona muito diyetamente com ce tas eituras Jets da corrente “nietaschianafeancesa na Alea: hha de extmar. através de uma arquenioga, wm arcaieo que Serta pre istrieo “fo, de forma alguma, de jettonenhum, Se empregue esse ts to arquedloga ue jn iso atalmente, era parades que op ‘de anise que eu fia estava deslocado, nono tempo, ms pelo ‘elem que ele se situa, Meu problema nao € estudar a historia das las em sa evoluca, mas sobretudo ver debalxo cas iia como pderamn surgi tals ou tals objetos como objctos posivels de co 920 Mi Foca aro ncetmento, Por que, por exemplo, 1 oucura tornow-se, em um ado momento, um abjeto de conhecimento carrespondendo a st ‘ecto lp de conheeimento,Usando a palara arqueologia" cm vez Se historia” eu quis marear essa decalager entre a dias sobre a Toucura ea constitigao da loueura como objeto = Fiz essa pergunta porque, atuatmente, se tem a tendéncia sob 0 pretexto de que existe também a referéncia a Nietzsche pela nova direta alema. de colocar tudo no mesmo saco e de Considerar que 0 nletzscheismo frances, se le existe ~ pare ‘eume que voce confrmou ha pouco que Mletzsche havla deser ppenhacto um papel determinante ~ segue a mesma inspiragao. ‘Associase tuo tsso com a finale de recria. no fund, fren tes de wma luta de classes tebrea que, hoje ifetimente encom “No creto que aja de fat, um dniconletzscheismo: n80 € pos sel dizer que existe ui nietscheismo verdadeiro ou que o nosso ‘ja mals verdadelro do que o dos outros. Mas aqucles que encom Iearam em Nietesche, hi mats de 25 anos. um melo para se disan ‘lar dle im hortzonte filosfieo dominado pela fenomenotogla « pelo maraismo, estes. me parece. nada fem 2 ver com os qe Pam onletaschela attalmente: Em todo caso, se Delesze excre ‘rum saberbo livre sobre Nitze no restante de sua br presen de Nietzsche €certamente sense, mis nao ha nea, sem ‘vida, nenbuma referencia retumbante, nenbsama vontade dele ‘vantar em alto a bandeira nletaschiana comm fine retricos os po lcs. O surpreendente € que alguém como Deleuze tena tomo NNietasche seriment,e ele otomou a sete. Fo também o que et ‘gs fazer: que uso sto se pode fazer de Nietzsche? Det cursos So- bre Nietzsche, mas eseret muito pouco sobre ele. A nica homens fem um potica mais etumbante que Ihe prestel fot ttlar 0 prt ‘cro volume da Hstora dar sexualidade de Vontade de saber. “‘Justamente a propdsito dessa vontade de sabe. erelo que se perceben claramente, pelo que voce acaba de dizer, ue ela fra sempre uma relagao. Creto que voee detestara esta pala- bra, porque ela é marcada de hegelianismo. Talvex fosse me Thor dizer “avaliagdo". como dlz Nietzsche, ura manetra de ‘avaliar a verdade e, em todo caso, uma maetra que tem Jor ‘a, qe ndo existe como areatsmo ou como um jundo orginarto| Di original. de se atuatizar.portanto, uma relacdo de Jorcas ¢ fatvez mesmo uma relacao de poder no ato de constituigao de ‘qualquer saber? No, eu no dira iso; ¢ mato complicado. Meu problema éa relagio dos consigo edo dizer verdadeir. Mia rlagao com Nie texche, o que devo ele, ex devo mato aos ses textos do period ‘de 1880, os quals a questie da verdad ea historia da verdad ¢ ‘la vontade de verdad eram para ele central. Nao se se wee sabe ‘quee primeiro escrito de Sartre, quando era um jovem esudante ‘ra um texto nfetzchlano: La légende deta verte, pequeno texto ‘que fo public pela primetra wer em uma revista pata colestals Por volta dos anos 30" Ele havia partido desse mest problema ‘Ocurioso¢ que sua abordagem acabou indo da historia daverdade | fenomenologia,enquanto.a sbordagem da geracao segiinte. ‘qual pertencemos, part da fenomenologa para Fetomar essa questo da histéria a verdade, “Cre que se pode comegar a esclarecer 0 que vocéentende or vontade ie saber. essa referencia w Netzsche. Parece:me ‘que voc’ admit de falo umn cert parentesco com Deleuze. ate ‘certo ponto. Esse parentesco se estenderta a concepean do desejo detesiano? = No, nesse ponto no. ~Bxpitco por que eoloco essa questo, o que fave sea ante para resposte Parece-me que odesejo deleusiano, que € um de- ajo produto, trna-se prevsamente essa especte de fundo ott sindrto que se poe a gerar formas. “Nae quero tomar posica. nem dizer que Deleuze queria a set As pessoas falam 6 que elas querem ou que poem dizer ‘partido momento em qe um peisamento se constitu, se Bxou © scilenliicos no interior de uma ado eltual. €completament te normal que essa tadieao cultural o rome, faga dele 0 que cla “quiere Ie aca dizer 0 que ele nto disse dzendo que ele nao pas Sse uma outra forma do que ela quis dizer. Isso faz parte do Jos a, mas nina relaeo com Delewze ndo pode ser evidente mente desse upo: nao dirt, portato. o que ele quis dizer Noe tanto, parece-me que seu problema tem sido, de ato, ao menos ha bastante tempo, ormbar a questa do dese: e€ provavelmente ‘na teoria do descjo em que se, nee, lets de ata Felagao com ‘Nietzsche, enquano meu problema nunca deixou de ser a verdad 1 Sve WP Ut pend de twit Tn eo oh 1929 gat wa gana ptt pam names de fr 8, ne 03. Pehl eta a a hs ri de Se 322 ste Font Do eatin 0 der verdadero, o wahr-sagen ~0 que € dizer verdadero ~¢ a Felagio entre dzer verdadeio cforms de reflexive elev dade de st sobre s, “sim. as me parece que Nietzsche ndo distingue fundamen: falmente a vontade de saber da vontece de potent, ~ Acredito haver um deslocamento bastante seasvel nos textos de Nietzsche entre os qe so amplamente dominavlos pela questao ‘aontade de saber es dominados pela vontade de pténcls, Mas iio quero entrar nesse debate por ma rao mils: anos no releto Neth “Acho que Seria multo mportantefentaresclarecer esse po ‘0, por causa justamente desse saco de gatos que caracteriza ‘como vocééidonoestrangetro, assim como noresta da Franca, “ira que. de qualquer forma, minha relagio com Riese ‘io fo una relag stores: a € ano a propa stra do pes Smento de Nietzsche que me ineresso. mas essa espcte de de ‘alo que sent! no dia, laz motto tempo, em que li Netsehe pela Drimetra vez. Quando se abe a Gata eiéncia au Aurora se for taco pela grande e vethatradieao usversitaria, Deseartes, Kant eg user, quando nas debrugamos sabre esses textos nf to espcituosos. estranbos desenvolts, nos demos: pois bem into fare €omo meus amigos. meus clea on mets professores ‘que ratam disso de qualquer jit. Qual oman de intensiae fh losofiea equals s80 0s efttos losdteos stats que podem scr tr dos desses textos? Eis o que era para mim o desi de Nictsche Ha. na tetra atual de sux obra, me parece, um seguro saco de gatos, a pas: modernidade, que um hom niimero de pes Soas Se attibuem, e que desempenha na Alemartha ut cert pa bel desde que Habermas retomot esse termo part critical para erttcar essa corrente sob todos 08 seus aspertos 0 que se chama pos-modernidade? Nao estou avalzado, = como. sactologta norte americana (D. Bel) 0 que se che: sma pss modernidade na arte e que exigrta una outa definicao (um retorno talvez a um certo Jormalisino). Enjim. Habermas latrbut esse terme pis modernidade @corrente francesa. tra (i. dz ele em set texto sobre a pis modernidade, “que val de Batata Derrida, passando por Foucault. Terma importante ra ‘Alernanha. ja que arelexdo sobre a modernidade existe has ‘ante tempo, desde Max Weber. O que serta a pos-modernidade. fem relago ao ponto que nos concerne aqui. nesse fendmeno et ‘slobancdo pelo menos tres colsas? Seria principalmente a ia, tie-in eres 928 que se acha em Lyotard, segundo a qual a modernidade, a ea $40, tera so wm “grande relat” do qual se seria fnalmente ti Derado por wna especie de despertar salutar. A pos-morter. idade seria uma fragmentagdo da razao, a exqutznfrenia dete lama: ent tod easo, a ps madernidade revelaria que, na hist’ Fla. a razao Jot apenas um retalo dentre outros, um grande rela {o, ao qual se poderia oye fazer suceder outros relatos. Et seu bocabutdrio, a razao teria sido wma forma da vontade de saber Voed admite que se tata de uma corrente, voce se situa nela. © "Devo dizer que estou bastante embaracad para responder. De ‘nico porque mina enfendi muito bern qual era o sentido que se dlaya na Franca a pala modernidade; em Baudelaire, sim masa Segui. me pareee quco sentido se perdu im poco, No | Sendo que os alemies dio a modernidade, Sel que os americans programaram ina especie de seminsrio do qual parifparia Ha bermas no qual eu amis estaria. sek que Habermas propos ‘como tema a modernidade, tntorme embrragado porque nso Jo ‘laramente o que isso quer dizer, em mesmo = poe sport palate, sempre se pode war wma eliquets arbieraria = al 0 ‘de problemas que €vsada através dessa palavra, ono que haveri, ‘de comm entre as pessoas chamadas pos moderns. Engen pereebo elaramente que aris do que se chamou de estrutralis to hava un certo problema, que era em sera o do sujet eo do Femanejamento do sult, nao Yeo, nos chamados pos-modernos fu pos-esruturalstas, que tipo de problema Ihes seria com “videntemente. a referencia Ou a oposigao a modernidade nao somente # ambigua. mas restringe a modernidade. Eaten polo menos trds defingdes: uma defnigaa de histrtador, a def niga de Weber. a defiigao de Adorno eo Baudelaire de Benj min. ao qual vot fe alusdo Hd entao pelo menos tes referén fas, que Habermas parece prvilegiar. contra préprio Adorno, ‘ancl a tradigg dat rao, ov se defnigan weberiana da ‘modernidade. Ea partir dela que ele vé. na pos-modernidade, Merrocada da raza, seu estthagamento. que ee se autoriza & dizer que wna das formas da pés-modernidade. aque se relaco nse 1080p 500 Se ees bea a ‘heme Charles Baud, Un pode me ane cape Pais ‘ay el Pee iabneqe ae 8 1978p 10730) 324 san Pal Dor con aria com a definigdo weberiana da modleridade, seria essa Corrente que considera queda razao eno fund ura forma de von laude de saber dentre outras, que a raza ¢ ur longo relato nas tum relatodentre outros. “Esse nso pode ser meu problema mela em que no a tito de forma alguma a deteagso da rarao com 0 conjunta de formas de raconalidade que puderars em um ead momento, ct ‘oss epoca e mais recententente também, ser dominantes nos pos de saber. nas formas tenicas enas modaldades de goverio Ot tledominagao, dominios em que se aver as aplicagbesmalores a Facionalidade:eoloco& pare o problema da arte. que ¢ complica ff. Para msn. nessa forma dada de raionaitdade & a razio. Portanto, aio veo por que motivo se poderia dizer que as formas ‘de racionalidate que foram dontnantes nos tts setres que men ‘lone, todas estao ameagaiae de sicumbir cde desaparceer. 10 ‘ej desapareeimentos esse po, Observo mlipas transfor oes, mas no vejo por que chamar essa traisformagio dle uns ‘errocada darazto; outra formas de ractonalidade se cra, sei ‘estar: portanto,nio hi sentido na proposicdo segundo gual ‘aaio ¢ tm Tongo Flat que agora terminou, carat outro relat ‘gee comeca. ‘eos que a camp et abert a inameras formas de re “creto que gut tocamos em uma das formas alee fosse pect 0 dizer habites mais noclos do pensamento contemporaine a ‘ez do pensamento maderno, em ldo eas, do pensanmento pos Ineeliano: a andlise do momento presente como sendo precisa ‘mente, na historia, ace da ruplura ou odo pice. o da reac ‘oto da aurora que retoma. Asolenidade com que qualquer pesson {que sustenta um diseurso Blosofcorefete sole sen proprio mo mento me parece um estgma,Posso arma isso com propried de, porque me ocorren fazer ssp; eu 0 dig, na medida em ee, laiém come Nietzsche, encontramos isso sem cessar, pelo me nos de maneira bastante fnsistente Crelo que € preciso ter # mio ‘esta de dizer que. por um lado, o memento em que se ive nao € ‘esse momento nico, fundanienal ou irrupive da historia, a partir ‘do qual tudo se reallza ou tudo tecomerar ¢ preciso tera modestia ‘de se dizer ao mesmo tempo que mesmo sem essa solenidade ~0 momento em que seve e muito interessante eexige ser analisado ‘decomposto, e que de ato aibarnos nos eolocar aquest: o que ‘sanualdade? Ea me pergunto se no seria possivel earacterizar dos grandes paptis do pensamento filosiico, justamente a pa tia questo Kanan "Was ist Aufkrang?”, dizendo que a trea “a Mosota € dizer o que ¢a aualidade, dizer 0 que € ease "69 ‘eatral de aftrma que esse momento em que vers €. no aco da noite, aguele da mator perdigao on, ao contrat, aque em que 0 Sol triunfa ec. Nao, €um dia como os outros, melhor dl ‘que jamais € realmente como as outros. “Isso remete a indmeras questoes. em todo caso aquelas que voeé proprio eolocou:oque éaatualidade? Serd que nossa paca ro entanto pode ser caracterizala, apesar de tudo, por un es ‘celamento mator do que o de outras, por uma “desterrtonalize ‘pa0" por uma esqulzofrenia? ~ sem que voce fenfa que tomar lima postgao emt relagao a esses termes. O que en gostaria também de dizer, a propésito dessa fungi do diagnéstico sobre o que é a atualidade,€ que la nao cousiste Simplesmente em caraclerizat 0 que somos, mas, seguindo as i ‘has de vulnerabildade da atwalldade, em consegulr apreender por onde «como sss qu existe hoje poder nao ser mas oq Eé nese sentido que a deserigao deve sempre ser feita de acordo ‘om essa eapécie de rater sre que abre um espago de Uber fe, eatendido como espago de lierdade concvets; on seit. de ‘wansformacio passive! Send que #aino lugar dessas fssuras, que se situa 0 faba “Creio que sim. Ediriaqueo trabalho do intelectual &certamet {e.em um sentido, dizer o que est. fazendo-oaparecer como po ‘Senvlo mio ser, on podendo nto scr coma ee € Ets por queens de ‘signagio © essa desericao do real jamais tem valor de ta descr ‘io, da tipo. “ya que Ise exe sto existe também por qe Ine parece, o recurso historia um dos grandes fatos no pens ‘mento hlosénc da Pranca ha pelo menos das decadas toma seu ‘Sento na medida em qe & stra em por fmngao mostrar que o| ‘que €Jamals fol ou sea, ¢ sempre na conugncia dos encontros. ds acasos. no curso da historia rg. precria, que sto ormadas ss coisas que nos doa tmpressdo de sere as mats evidentes. O ‘qve a razio experimenta como sua necessidade, ou melhor. aqullo ‘teas diferentes formas de racionalie apresentm como Ines Sendo necessirio, podemos fazer perfeitamente asa historia ee ontrar as redes de contingénetas de onde isso emer 0 que, m0 fentanto, nao quer dizer que essas formas de raionaldadesejam $26 ute Poca Eaton leracionls: isso quer dlzer que elas repousam em umn base de prea de historia humanas,e ja que essas coisas fram fits, ‘las poem. com acondigio de que se sla como foram fellas, et ‘estes, “se trabatho sobre as fissuras, ao mesmo tempo desertixoe pritico,é um trabalho de campo. “Talvezum trabalho de campo etalvez um trabalho que a parte das questoescolocadas pelo campo, pode avancar bastante ee. ‘mos ile analise hstriea, “o trabalho sobre esses pontos de fssuras,otabaih de ear po. éoquevocé chama de micraisia de poder ou deanalitea do poder? um pouco iss0, Parecewme que essas formas de ractonal dade, que 80 as que atuam nos processos dedominaci, merece "am ser snalisadas em st esas, sabenlose que exes formas ‘de racionalidade nto ao alleis a outas formas de poder coloce {as em ago, por exemplo, no conecimento on na tenia. Hi. a0 ‘ontrario, uma trea, transmnissbes transeréncis,inereréncis, ‘mts gostaria de enfatizar que nao me parece posaivel designar urna Tinieae mesma forma de ractonalidade nesses trés dominios. que sc encontram os seams pos mas destocados, equ hi, sunt neamente.inereonexao fechada empl, mas nao somorfism “em qualquer epoca ou especifieamente? = Nao hi lel gral dizendo als sho os tpos de relagies entre racionaliades eos procedinentos de domsnacao postos em acao “Ru essa pergunta porque wn esquema retorna em wn certo ‘numero de erticas que Ine sao fttas ou sea. que voce falarta de tim momento preciso, e que voce refletiria (esse. por exemple. ‘rtea de Bauarard) sobre wm momento no qual 0 poder se tor how -ndo localzdeel pela disseminagdo"™, seria, no fundo, essa disseminagio nao identfedvel, essa muliplieagao necessarta ‘que a abordagem micrfistea refetria. Da mesma manetra un ‘emo chamado Alexander Schubert. de ur outta ponto de vis tar di que voce fata de um momento em que o capitalise disso veut de ta forma 0 sujetto que ¢ possivel admitir que o sujet sempre tenia sido apenas uma mulipleidade de posicoes" ~ Gostaria de voltar daqul a pouco a essa questi, porque cut ‘nha comogado a dizer duas ou trés coisa. A primeira & que. ex lanido a racionalidade das dominagoes. tenteestabelcer tater ‘ages que nao sto lsomerfismos. Em segundo lugar. quando {alo dessas relagoes de por. das formas de raionalidade sae po dem regilase rege-las, no ¢ me releriado a um Poder fom P ‘matseo} que dominara o conjunto do corpo social ee Ie poria sua raconalsdade. De ao, so a relagoea de poder, que S80 ‘uliplase tm diferentes formas, que poder ats nas relagoes familares, no interior de wa insitieao em ma ast ‘io, entre uma classe dominante e una classe dominada,relagors Se poder que tm formas especiias de racionalidade, formas que Ihessio comuns. & um eampo de anaise,e nao absotutamente a refereneia ama instnclatnia. Em tereciro gar, sc esto c= sas relagoes de poder. nao fag deform alguna a teria do poder. mas. na medida em que minha questo € saber como estaolugidos entre sta reflextidade do set eo discurso da verdad se minha “questao € “Como o sujeto pode dizer a verdade sobre ele mes ‘mo parcee-me que as relagoes de poder sto um dos elementos deterininantes nessa relagao que tentoanalisar. Isso ¢ evident por exemplo, no primero caso que estudel oda loueuta. Be atraves| ‘deum certo modo de dominacao exeetdo por alguns sobre outros fiueo suelo pode tentr dizer a verdade sobre sua loucura apre Sentada sobs especies do otro, Portanto no sou deforma ales imam teérien do poder dir que a poder em Hima instnci, hao me interessa como questio autonomna est. em rias ocasibes, fut levadoa falar da questao do poder. ena meelda em que aan sepolica que era feta dos endmenos do poter nao mie pareta st "ipatz dda cont dessesfenomenos mai su ema letalados ‘gue quero evorar ao colocar a questo do dizer verdadelro sobre si thesino Se digo averdade sobre mim mesmo comoew ofago€ or. ‘uc, em parte, me constitu como sujetoatraves de um certo mi ‘erode elagées de poder que sto execldas sobre mim e,que exe. ‘osobre os outros Isso para situaro que para mim, a questio do poser. Retornando a questio que voetevorou a pouco, reeonleso {ve nfo vejo mullo caramente onde estén objeto, Bu no fara tina teoralo povder. Ku fasia historia, em um momento dado, da Imancira pela ql foram estaeleedos a rellextidade de stsobre st ‘Co diseurao da verdade ea gad. Quando flo das tnstituigoes {lc internagao no seeulo XVI, alo das reais de poder tals como ‘las existiam naquele momenio, Nao compreendo de forma alguna 328 sce Foto rn crite, salvo se me arsbuiram um projtointeranente diferente ‘to mew eque seria fazer uma teria geal do poder ox anda fazer a snalise do poder tal como ele €atvalment, De forma algal Ea tomo psiqulatia. de ato, como ela ¢ agora, Vejoaparecer umn cer lomimero de problemas. so fancionamento mest da insiuica, ‘que me parecem remeter a uma histria, a una histéria relat ‘mente longinqua ela data de varios séeulos. Tete fazer sta hs ‘ae sua arqueologia: se veces querer da manetra pel gale fenton dizer a verdade sobre a loueura nos séculos XVI XVIIL © ‘adoraia mostra al como ela exstia nesta epoca, A respito ds "riminosos, por exemplo, edo sistema de pumigoes que earacteri2a ‘oss sistema penal e que se estabeleceu no séelo XVI. no des ‘rev absofutamente os poderestais como eles se exerci no se lo XVII mas busquel, em um certo namero dle tnaigoes ie extiam nesta époea e que puderam sevir de modelo, als erat 's formas de poder que se exerclam ¢ como elas puceram ata Portanto. nao encoatro nenbuma pertineneia no fata de se dizer que o poder nao é atsatmente, da mesma forma “Dus questoes ainda um poco descosdas, Mas que, no en {ato me parecem importantes. Talses se poses comecar pelo es fatuto do intelectual. Defuse deform geral como voce concebse (seu trabatho, inclusive asa pile, caso des aver unas Voee Se dispora a falar aqut da situagao flosfica na Franga. uo Slobatmente, por exemplo, a partir do segunte tema: 0 intelectual hao tem mais por fungao por ao Estado uma razto unversal rem the forneeer sua egtimacao? Isso se relaconarta com str (ota extranha e preacipante, a que assistimes hoje uma espe le de consenso, mas multo dca, das tntlectuais em retagad & ‘esquerda. e-ao mesmo tempo um sléncto completo do pense ode esquerda, do qual seestartatentado dizer que ele obriga un poder de esquerda nrecerer a temas de egitimacio muito area fos: que se pense no congress de Valencia do Pardo Socials com seus excessos reise, a ula de classes. “a proposta recente do presente ta Assembla Nacional, 2endo que era smportantesubstitair m modelo cultural bares, ‘qoista e individualsia por um novo modelo eallural de sola, Fedade ede strife. Eu no era moto velo quando o marcel Pétan tomou o poder na Franca, mas reconhect esse ano, na boca esse soetalsta,o qe hava embalado minha inet = Sim, Assiste-senojundoa esse espetdculo bastante espanto so de um poder que. privado de sua ingistica intelectual, recorre ‘temas de letimagan bastante obsoletos, Quanto aessatogist fa inielectual. no momento em que a esquerda chega ao poder parece que nada mais ha a dizer acl “te uma pergunta multo boa, Primetramente, embrara o se ‘guinte: ee a eaquerda existe na Franga ~e digo “a exquerda” em ttm sentido geral. ou sja e a pessoas que se sentem de esquer da, que votam na esquerda, se pode exist um grande partido de tsquerda 0 que se fornon o Partido Socallata~ rela quc € em [grande parte por causa da exsteca de um pensamento de c= fquerda, de una reflexio de esquerda, de uta anlise, de wma ‘mulupliidade de analises que foram fetas pela esquerda, dees ahs poliieas fellas pea esquerda desde ao menos, 1960 ¢ que foram tetas fora dos partidos. Nao € de forma algama gras 30 PC gras antiga SFIO que naoeestava morta antes de 1972, a0 renos: ela lwo mato tempo para morrer qe existe ‘quer viva na Franga:e pore atraves da guerra da Arla, por Fes que lidavam com os problemas da vida colidiana, com aque fquerda extraordinarlamente vivo ¢ que nao fol morto, a0 conte Fo, no momento mesmo em que os partidos de esquerda se des ‘qualiieavam por diferentes razces, yao. naquete momento. nao

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