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Disciplina: Português
Advérbios
Estudantes: Professor:
Lourenço António
Lopes Abel
Nampula, 2022
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1. Metodologia......................................................................................................................1
2. Conceito de advérbio................................................................................................................2
2.1. Advérbio nas gramáticas tradicionais...............................................................................2
2.2. Advérbios sob o ponto de vista da linguística...................................................................4
3. Classificação dos advérbios......................................................................................................6
3.1. Nominais...........................................................................................................................6
3.2. Pronominais......................................................................................................................8
3.2.1. Não-interrogativos.....................................................................................................8
3.2.2. Interrogativos.............................................................................................................8
4. Locução adverbial....................................................................................................................9
4.1. Circunstâncias...................................................................................................................9
5. Flexão do advérbio...................................................................................................................9
5.1. O grau do advérbio............................................................................................................9
5.1.1. Comparativo............................................................................................................10
5.1.2. Superlativo...............................................................................................................10
6. Emprego do advérbio.............................................................................................................11
7. Conclusão...............................................................................................................................13
8. Bibliografia.............................................................................................................................14
1. Introdução
Numa visita às gramáticas, constatou-se o caráter multifuncional da classe dos advérbios, sendo
assim, propõe-se verificar o ponto de intersecção entre a teoria presente na gramática e o
conteúdo encontrado nos livros didáticos, sem a intenção de esgotar um assunto tão polêmico e
vasto.
1.1. Metodologia
Para atingir o objectivo do presente trabalho e a sua materialização foi feita uma leitura e
pesquisa bibliográfica, utilizando artigos científicos, dissertações, livros, e páginas de
instituições públicas e privadas, para assim compilar o resumo teórico deste trabalho.
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2. Conceito de advérbio
2.1. Advérbio nas gramáticas tradicionais
O advérbio é visto na gramática tradicional do português como uma categoria modificadora do
verbo, do adjetivo e do advérbio. Partindo do conceito da gramática tradicional que diz que o
advérbio "modifica" determinadas classes (entre as quais o próprio advérbio) (Vink, 2000).
VERBO:
Os meninos falam muito.
ADJETIVO:
Os meninos são muito alegres.
ADVÉRBIOS:
Os meninos falam muito bem.
Advérbio – É a expressão modificadora que por si só denota uma circunstância (de lugar, de
tempo, modo, intensidade, condição, etc.) e desempenha na oração a função de adjunto
adverbial.
Segundo Jerónimo Soares Barbosa (1803) citado por Vink (2000), aponta que o advérbio não é
outra coisa mais do que uma redução, ou expressão abreviada da preposição com seu
complemento em uma só palavra indeclinável, ou invariável.
Chama-se advérbio, porque, bem como a preposição com seu complemento se a junta a qualquer
palavra de significação ou vaga ou relativa, para a modificar, restringindo-a ou completando-a, o
mesmo faz o advérbio com mais concisão e brevidade.
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(2) Viver cautelosamente (advérbio).
Segundo Napoleão Mendes de Almeida (1911), cita três aspectos em que se pode considerar o
advérbio que são: quanto à circunstância, quanto à função e quanto à forma. Quanto à
circunstância é necessário que se observe a ideia que o advérbio encerra, ou seja, se um advérbio
indica lugar (aqui, ali), outro indica tempo (hoje, amanhã), outro indica intensidade (pouco,
muito) outros encerram diversas outras circunstâncias.
Quanto à função, é a mesma citada por outros autores em gramáticas tradicionais que diz "o
advérbio é uma palavra que modifica o verbo". Quanto à forma, os advérbios dividem-se em
advérbios propriamente ditos, que se apresentam numa só palavra e, as locuções adverbiais, que
são advérbios expressos por frases compostas de duas ou mais palavras.
De acordo com Napoleão Mendes de Almeida (1911), há algumas palavras que não podem ser
enquadradas na conceituação e classificação do advérbio, nem em nenhuma outra classe, terão de
ser classificadas como palavras que denotam exclusão (só, somente, unicamente), inclusão
(outrossim), situação (quase, casualmente), designação (eis), retificação (aliás), realce (nada)
(Vink, 2000).
Em Cegalla (2008, P. 259) citado por Coelho (2020), encontra-se que “Advérbio é uma palavra
que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio”. Na descrição de advérbio
pela gramática tradicional, encontra-se informação circular. Percebe-se incoerência, nesse
conceito, pois para se estudar o que é advérbio, o aprendiz já teria de ter conhecimento do que é
um advérbio, para poder modificar o próprio advérbio.
Onde o “[Advérbio] é palavra de natureza (1) nominal (depressa < de pressa; claro, claramente,
por exemplo) ou (2) pronominal (aqui, aí, ali, por exemplo), que se acrescenta à significação: a)
de um verbo, b) de um adjetivo, ou de outro advérbio, ou c) de toda uma frase”.
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Por exemplo:
i. O aluno estuda muito. →O advérbio “muito” intensifica o verbo (estuda).
ii. Olhos muito negros. → O advérbio “muito” intensifica a cor do adjetivo (negros).
iii. Saí bem cedo. → o advérbio “bem” intensifica o advérbio (cedo).
iv. Felizmente todos entenderam o problema. → O advérbio “felizmente” modifica todo o
enunciado.
Sob o aspecto mórfico: pertence à classe do advérbio toda palavra que termina por meio do
sufixo –mente, donde resultam oposições formais com o adjetivo que lhe corresponde. Outros
advérbios não podem ser formalmente determinados, aqueles que pertencem ao sistema fechado,
e respondem às perguntas onde, quando? cujas respostas são, por exemplo, aqui, ali, hoje e
nunca.
Sob o aspecto semântico: pertence à classe do advérbio toda a palavra que exprime qualidade
ou circunstância.
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inserirem nesta classe, uma vez que ela tem portas abertas em duas direções: a das palavras de
significação externa (lexicais) e a das palavras de significação interna (gramaticais) (Perini,
2006).
Perini (2006), por exemplo, em sua Gramática Descritiva do Português analisa um número
reduzido de palavras que são tradicionalmente chamadas de advérbios. Ele ilustra sua reflexão
com os advérbios não, rapidamente, completamente, muito e francamente, classificadas
respectivamente como advérbios de negação, de modo, de intensidade, de modo, de intensidade,
de modo, classificação interessante do ponto de vista semântico, mas, em uma perspectiva
sintática, pode apresentar problemas, visto que essa classificação nem sempre se apresentará
dessa maneira, conforme o contexto em que o advérbio estiver inserido.
O autor apresenta a distribuição dos advérbios citados exercendo diferentes funções sintáticas,
como se vê nos seguintes exemplos:
Negação verbal: Seu tio não apareceu na estação.
Intensificador: Almeida é muito magro. Almeida estava completamente bêbado.
Adjunto circunstancial: Ela ri muito
Atributo: Terminamos a pintura rapidamente. Ela me revelou tudo francamente.
Adjunto adverbial: Ela decorou o apartamento completamente.
Adjunto oracional: Francamente, acho que ele nos enganou.
Perini (2006) entende que cada palavra classificada como advérbio precisa ser analisada
separadamente, observando-se as funções sintáticas e semânticas que exercem em determinada
oração e nunca em conjunto ou espécies, como classifica a Gramática Tradicional. Assim, o
linguista define o uso do advérbio como uma classe que apresenta condicionamentos sintáticos e
semânticos, por entender que o advérbio “modifica” determinadas classes, entre as quais o
próprio advérbio.
Do ponto de vista semântico, a noção de “modificação” significa que um advérbio teria seu
significado preso ao de outro elemento, formando um todo integrado semanticamente.
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Perini cita um exemplo:
Quando dizemos corremos, está se falando em ação; se dissermos corremos depressa exprime a
mesma ação, só que acrescida de algum ingrediente de significado de modo.
Do ponto de vista sintático, o linguista afirma que a noção de “modificação” parece se referir à
ocorrência conjunta dentro de um constituinte: o que se chama em sintaxe ‘estar em construção
com’
Por vez, nota-se que a classificação dos advérbios tem um grande alcance, baseando-se na
tradição e nos estudos linguísticos. Então, será descrita a classificação dos advérbios a partir do
que propõe a tradição e, ao mesmo tempo, refletindo com os estudos linguísticos (Coelho, 2020).
3.1. Nominais
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à noite, à noitinha, ao pôr do sol, de manhã, de noite, por ora, por fim, de repente, de vez
em quando, a tempo, às vezes, etc.
c) modo: Os advérbios de modo, por sua vez, são aqueles que indicam ou caracterizam o
processo verbal, indicando o modo em que esse se desenvolve. Uma grande parte de
palavras que compõem esse grupo tem a sua terminação em mente.
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fixo à esquerda do verbo. O usso poder ser: nunca, não, jamais, nada, de modo algum,
tampouco, de jeito nenhum, de forma alguma.
3.2. Pronominais
3.2.1. Não-interrogativos
3.2.2. Interrogativos
a) lugar: onde.
b) tempo: quando.
c) modo: como.
d) causa: por que.
Exemplos:
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4. Locução adverbial
Preposição + sintagma substantivo ou sintagma adverbial: toda a noite (durante ou por toda a
noite), de modo...
4.1. Circunstâncias
5. Flexão do advérbio
Ex.: Ela anda lentamente. Ela anda mais lentamente que você
Certos advérbios de modo, tempo, lugar e intensidade são à semelhança dos adjetivos suscetíveis
de grau, podendo ser flexionados no grau comparativo ou superlativo, como diz Cegalla (2008).
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O grau comparativo apresenta uma comparação de igualdade, superioridade ou inferioridade,
enquanto que o superlativo apresenta o absoluto sintético ou analítico. Ao falar de grau de
advérbios, volta-se à propriedade de invariabilidade de advérbio, pois, ao se consultar a
gramática tradicional, encontra-se que o advérbio é suscetível de grau.
5.1.1. Comparativo
a) igualdade: expresso por meio de palavras e expressões como tão ... como; tanto ...
quanto.
5.1.2. Superlativo
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6. Emprego do advérbio
a) O uso sucessivo de dois ou mais advérbios de modo terminados por –mente permite que
apenas o último receba o sufixo:
b) As formas mais bem e mais mal, seguidas de particípio ou adjetivo, são geralmente
usadas em lugar das formas sintéticas correspondentes melhor e pior:
Exemplos:
i. Aquele deputado foi o mais bem preparado secretário de Estado que já tivemos.
ii. Clarissa era mais bem interessante que nós.
iii. Se forem colocadas depois do particípio, deve-se usar melhor ou pior.
iv. Desconheço casa construída melhor que essa.
v. Já ouvi frase formulada pior que a sua.
O advérbio possui três posições em que pode ser encontrado ou deslocado numa oração: no
início, no meio ou no fim da oração, conforme podemos observar no exemplo abaixo.
Onde em (i), pode ser inferido que há uma carga semântica em torno do deslocamento do
advérbio rapidamente para o início da oração. Ao ser deslocado para o início da oração, o
advérbio atuará sobre toda a oração, indicando, nesse contexto, a velocidade com que Marina
saiu com o pai (não foi outra filha).
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Já, o deslocamento do advérbio rapidamente para o final da sentença, como ocorre em (ii), pode
se consentir um novo sentido ao enunciado, permitindo inferir que Marina saiu com o pai e não
com outra pessoa (mãe, tia, avó etc) e estavam com pressa ou ainda, que ela saiu, mas não foi
devagar, ela saiu veloz.
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7. Conclusão
Dentre algumas conclusões a que poderíamos chegar com o que sintetizamos até aqui, uma das
mais importantes é que a definição e a classificação dos advérbios são detalhadamente
explicadas. Após expormos alguns pontos acerca da definição do vocábulo, escolhemos alguns
aspectos que consideramos fundamentais a princípio, apresentados sinteticamente a seguir:
A contribuição de estudos sobre advérbios é imensa em língua portuguesa, mas há muito por
estudar como diz Perini (2005). No entanto, o conceito de que advérbio é uma classe fechada que
funciona sempre do mesmo jeito, modificando o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio, deve ser
repensado.
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8. Bibliografia
Alvarenga, Lisley (2019), Bombeiros combatem incêndio na região da Mata da Baleia. Jornal: O
Tempo. Edição 18 de ago. 2019. Disp. em:
https://www.otempo.com.br/cidades/bombeiros-combatem-incendio-na-regiao-damata-
da-baleia-1.2223881.
Ali, M. Said (1971). Gramática histórica da língua portuguesa. 7. ed. Rio de Janeiro: Livraria
Acadêmica.
Azeredo, José Carlos de. Iniciação à sintaxe do português. 5. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 1999. (Coleção Letras).
Bechara, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. rev. E ampl. Rio de Janeiro:
Lucerna, 1999.
Coelho, A. C. (2020). Pequeno Manual para o Ensino de Advérbio. Belo Horizonte - MG.
Cunha, Celso; Cintra, Lindley (2004). Nova gramática do português contemporâneo. 2. ed. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira.
Silva, Solange Nascimento da (2019). Os advérbios e sua descrição: Noções e Fronteira para
Modo, tempo e lugar. Disp. em http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno14-14.html.
Perini, Mário A (1996). Gramática descritiva do português. 2. ed. São Paulo: Ática.
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