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Universidade Lúrio

Faculdade de Ciências de Saúde


Curso em Administração e Gestão de Saúde
Cadeira de Matemática Aplicada a Administração II - 1° Ano, 2º Semestre, pós-laboral

Integrais Duplas

Discente: Docente:
Gilda José Faustino António Luciano

Nampula, Maio de 2022


Índice
1. Integrais múltiplas....................................................................................................................3

1.1. Integral dupla em coordenadas retangulares.....................................................................3

1.2. Troca de variáveis em integral dupla................................................................................6

1.3. Cálculo de área das figuras das integrais..........................................................................9

1.4. Cálculo dos volumes dos corpos.....................................................................................11


1. Integrais múltiplas
1.1. Integral dupla em coordenadas retangulares

1º Cálculo imediato de integrais duplas

Chama-se integral dupla de uma função continua f ( x , y ), sobre um recinto fechado e restrito S
do plano XOY , o limite da soma integral dupla correspondente
x

∬ f ( x , y) dxdy = máxlim
∆ xi→ 0
∑ ∑ f ( xi , yk ) ∆ xi ∆ yk
S i k
máx∆ yk →0

Onde ∆ x i=x i+1 −xi , ∆ y k = y k+1 − y k e a soma se estende aos valores de i e k para os quais os
pintos (x i , y k ) pertecem ao campo S.

2º colocação dos limites de integração na integral dupla

Distinguem-se duas formas principais de campo de integração:


i. O campo de integração S (Figura 1) está limitado à esquerda e à direita pelas rectas x=x 2
e x=x 2 (x 2> x 1 ), enquanto que por baixo e por cima está limitado pelas curvas continuas
y=φ1 (x) (AB) e y=φ2 ( x) (CD) [ φ 2( x )≥ φ 1( x ) ] , cada uma das quais é cortada pela

vertical x=X ( x 1 < X < x 2 ) em um só ponto. No campo S a variável x varia deste x 1 até x 2 e
a variável y , quando x permanece constante, varia entre y 1=φ1 (x) e y 2=φ2 (x), o cálculo
da integral da equação a cima, pode ser feita reduzindo-se a uma integral reiterada da
forma

x x2 φ 2 ¿¿

∬ f ( x , y)dxdy =∫ dx ∫ ¿
S x1 φ 1( x)

φ 2 ¿¿

Onde ao calcular ∫ ¿ se considera x como grandeza constante.


φ 1(x)

1
Figura 1: O campo de integração S delimitado à esquerda e à direita pelas rectas x=x 2 e x=x 2.

ii. O campo de integração S está limitado por baixo e por cima pelas rectas y= y 2 e
y= y 2( y 2> y 1 ), enquanto que pela esquerda e direita está limitado pelas curvas contínuas
x=ψ 1 ( y ) (AB) e x=ψ 2 ( y ) (CD) [ ψ 2 ( y )≥ ψ 1 ( y) ] , cada uma das quais é cortada em um só

ponto pela horizontal y=Y ( y 1 <Y < y 2 ) (Figura 2).

Analogamente ao caso anterior, temos:


x y2 ψ2 ¿ ¿

∬ f ( x , y) dxdy =∫ dy ∫ ¿
S y1 ψ 1( y)

ψ 2 ¿¿

Onde ao calcular ∫ ¿ se considera y como grandeza constante.


ψ 1( y)

Figura 2: O campo de integração S delimitado por baixo e por cima pelas rectas y= y 2 e y= y 2

2
Se o campo de integração não pertence a nenhumas das formas anteriormente examinadas,
procura-se dividi-lo em partes, de forma que cada uma delas corresponda a algumas daquelas
formas.

Exemplo 1: Calcular a integral


1 1
I =∫ dx ∫ (x + y )dy
0 x

Solução:

( )| [( ) (( ))] dx= 12
1 2 1 2
y y =1 dx= 1 2 x
I =∫ xy + ∫ x+ − x +
0
2 y=x 0
2 2

Exemplo 2: determinar os limites de integração da integral

∬ f ( x , y)dxdy
S

Figura 3
Se o campo de integração S (Figura 3) está limitado pela hipérbole x 2− y 2=1 e pelas duas rectas
x=2 e x=−2 (considera-se o campo que compreende a origem das coordenadas).

Solução: O campo de integração ABCD (Figura 3) está limitado pelas duas rectas x=2 e x=−2 e
por dois ramos da hipérbole
y= √1− x2 e y =−√1+ x 2
Isto é, pertence à primeira forma. Temos:

3
x 2 √1− x2
∬ f ( x , y)dxdy =∫ dx ∫ f (xy )dy
S −2 − √ 1+x
2

1.2. Troca de variáveis em integral dupla

1º integral dupla em coordenadas polares


Quando na integral dupla se passa das coordenadas retangulares x , y para as coordenadas
polares r , φ relacionadas com as primeiras pelas expressões
x=rcosφ , y=rsenφ
Verifica-se a fórmula
x x

∬ f ( x , y)dxdy =∬ f (rcosφ , rsenφ)rdrdφ


S S

Se o campo de integração S está limitado pelos raios r =α e r=β (α < β) e pelas curvas r =r 1 (φ) e
r =r 2 (φ), onde r 1 (φ) e r 2 (φ) ( r 1 ( φ)≤ r 2 (φ) ) são funções continua uniformes no segmento
α ≤ φ ≤ β , a integral dupla pode ser calculada pela fórmula
x β r2 (φ)

∬ F(φ , r) rdrdφ=∫ dφ ∫ F (φ , r ) rdr


S α r1 (φ)

Onde F (φ , r )=f (rcosφ , rsenφ).


r2 (φ)

Ao calcular a integral ∫ F ( φ ,r )rdr se considera constante a grandeza φ .


r1 (φ)

Se o campo de integração não pertence à forma examinada, deve-se dividi-lo em partes, de modo
que cada uma delas represente um campo da forma dada.

2º integral dupla em coordenadas curvilíneas


No caso mais geral, se f (x , y ) é contínua e na integral dupla
x

∬ f ( x , y)dxdy
S

Se quer passar das variáveis x , y às variáveis u , v , relacionadas com aquelas através das
expressões contínuas e diferenciáveis

4
x=φ ( u , v ) , y=ψ ( u , v )
Que estabelecem uma correspondência biunívoca e continua em ambos os sentidos, entre os
pontos de campo S do plano XOY e os pontos de campo determinado S, do plano U O, V , no
mesmo tempo em que o determinante de Jacob

| |
∂x ∂y
D( x , y ) ∂ u ∂u
I= =
D(u , v ) ∂ x ∂y
∂v ∂v
Conserva invariável seu sinal de campo S, será válida a fórmula

x x

∬ f ( x , y) dxdy =¿∬ f [ φ ( u , v ) , ψ ( u , v ) ]|I|dudv ¿


S S

Os limites desta nova integral são determinados conforme as regras gerais, na base da
forma que tenha o campo S, .

Exemplo 1: calcular a integral, passando às coordenadas polares

∬ √1−x 2− y 2 dxdy
S

Onde o campo S é um círculo de raio R=1, com centro na origem das coordenadas (Figura 4)

Figura 4
Solução: Fazendo x=rcosφ , y=rsenφ , obtemos:

5
√ 1−x 2− y 2= √1−(rcosφ)2−( rsenφ)2=√ 1−r 2
Como no campo S a coordenada r varia de 0 a 1, qualquer que seja o valor de φ , enquanto que φ
varia de 0 a π , temos:

x 2π 1

∬ √1−x 2− y 2 dxdy=∫ dφ ∫ r √1−r 2 dr= 23π


S 0 0

Exemplo 2:
Passar à coordenada polar r e φ e colocar os limites de integração para novas variáveis na
seguinte integral
1 1

∫ dx ∫ f ( x , y )dy
0 0

Solução

{
S : 0≤ x ≤ 1
0≤ x ≤ 1
x=rcosθ , y=rsenθ
Temos o gráfico,

x 1 1

∬ f ( x , y)dxdy =∫ dx ∫ f ( x , y )dy
S 0 0

π 1 π 1
4 cosθ 2 senθ

¿ ∫ dx ∫ f (rcosθ , rsenθ )rdr +∫ dx ∫ f (rcosθ ,rsenθ )rdr


0 0 π 0
4

6
1.3. Cálculo de área das figuras das integrais

1º A área em coordenadas retangulares: a área de um campo plano S é igual a


x
S=∬ dxdy
S

Se o recinto é determinado pelas desigualdades a ≤ x ≤ b , φ ( x ) ≤ y ≤ψ ( x ), onde φ e ψ são


continuas, temos
b ψ ( x)

S=∫ dx ∫ dy
a φ( x)

2º A área em coordenadas polares: se o campo em coordenadas polares r e φ pelas


desigualdades α ≤ φ ≤ β , 0 ≤ f ( φ)≤ r ≤ F (φ), onde F e f são contínuas, temos
x β r2 (φ)

S=∬ rdφdr=∫ dφ ∫ dr
S α r1 (φ)

Exemplo 1: Contruir o campo, cuja área é a expressão dada pela seguinte integral
2 x+2

∫ dx ∫ dy
−1 x
2

Solução:

S:
{
−1≤ x ≤ 2
x2 ≤ x ≤ 2
Graficamente temos

2 x+2 2
S=∫ dx ∫ dy =∫ ( x +2−x ) dx
2

−1 x
2
−1

7
S= ( x2
2
+2 x−
x3 2
2 −1
=4
1
2 )|
Logo
2 x+2 1 √x 4 √y
S=∫ dx ∫ dy =∫ dy ∫ dx +¿∫ dy ∫ dx ¿
−1 x2 −1 √y 1 x+2

Exemplo 2: Contruir o recinto, cuja área é a expressão dada pela seguinte integral
a √ a2 − y 2
∫ dy ∫ dx
0 a− y

Solução:

S:
{ 0≤x ≤a
a− y ≤ x ≤ √ a − y
2 2

O gráfico;

a √ a 2− y 2 a
S=∫ dy ∫ dx=∫ ¿ ¿
0 a− y 0

( () )|
2
y 2 2 a y y2 a
¿
2
√ a − y +
2
arcsen
a
−ay +
2 0

a2 π a 2
¿ −
2 2
Logo

a √ a2 − y 2 a √ a2− y 2
S=∫ dy ∫ dx=∫ dx ∫ dy
0 a− y 0 a− y

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1.4. Cálculo dos volumes dos corpos
O volume V de um cilindroide, limitado por cima pela superfície contínua x=f (x , y ), por baixo
pelo plano z=o e lateralmente pela superfície cilíndrica recta que corta no plano XOY o campo
S limitado, fechado e quadrado (Figura 5) é igual a
x
V =∬ f (x , y )dxdy
S

Figura 5: Imagem que mostra o volume V de um cilindroide

Exemplo 1: Desenhar o corpo, cujo volume se expressa pela seguinte integral


1 1−x

∫ dx ∫ (1−x− y )dy
0 0

Solução:

S:
{0≤0 ≤y ≤1−x
x≤1

Temos a parte sombreada e com a sua respetiva projeção sólido

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Exemplo 2: Desenhar o corpo, cujo volume se expressa pela seguinte integral
2 2−x

∫ dx ∫ (4−x− y )dy
0 0

Solução:

S:
{0≤0 ≤y ≤2−x
x≤2

Temos a parte sombreada e com a sua respetiva projeção do sólido

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