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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:

O Relevo e as formas da sua evolução

Nome do Estudante: Celma João

Código: 708224933

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Cadeira: Geomorfologia
Ano de frequência: 2º Ano

Nampula, Maio de 2023


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Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
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Bibliografia 0.5
Contextualização (Indicação
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clara dos objectivos)
Introdução Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao
1.0
objectivo do trabalho
Articulação e domínio de
Conteúdo 3.0
diverso académico
Análise Revisão bibliográfica
discussão nacional e internacional 2.0
relevantes na área de estudo
Exploração dos dados 2.0
Conclusão Conclusões teóricas e práticas 2.0
Paginação, tipo de tamanho
Aspectos
Formatação de letras, parágrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre as linhas.
Norma APA 6ª
Rigor e coerência das
Referências edição em
citações e referencias 4.0
bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Índice
1. Introdução................................................................................................................................. 1

1.1. Objectivos ......................................................................................................................... 1

1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 1

1.1.2. Específicos ................................................................................................................. 1

1.2. Metodologia ...................................................................................................................... 1

2. O Relevo e as formas da sua evolução ..................................................................................... 2

2.1. Evolução histórica e sistemas de referência dos relevos .................................................. 2

2.2. Relevo ............................................................................................................................... 4

2.2.1. Processos endógenos e exógenos na formação do relevo.......................................... 7

2.3. Formas do relevo .............................................................................................................. 8

2.3.1. Montanhas ................................................................................................................. 9

2.3.2. Planaltos .................................................................................................................. 11

2.3.3. Planícies ................................................................................................................... 13

2.3.4. Depressão ................................................................................................................ 13

3. Bibliografia............................................................................................................................. 17
1. Introdução

O relevo actual não foi sempre assim, pois a superfície da Terra é dinâmica. Como você estudou
na Geografia Física, a Terra é um planeta “vivo”. Através dos processos endógenos e exógenos, a
superfície do planeta foi se modificando ao longo do tempo geológico, deixando marcas de sua
história nas sucessivas camadas que foram dando origem ao relevo atual. Ademais, “a interação
da litosfera móvel terrestre com os fluidos da atmosfera e hidrosfera guia a formação de uma
variada paisagem, única no sistema solar” (Souza & Müller, 2010).

Entre os diversos elementos que compõem as paisagens naturais, o relevo terrestre é aquele que
exerce uma das mais expressivas influências sobre inúmeras actividades humanas, tornando-se,
assim, indispensáveis às informações sobre os seus compartimentos e feições topográficas
(Araújo, 2011). Ora, de acordo com Souza e Müller, (2010) aponta que as forças endógenas e
exógenas são responsáveis por modelar e/ou esculpir a superfície do planeta Terra. As formas de
relevo que você visualiza no seu dia a dia são o resultado da atuação dessas forças ao longo de
milhões ou

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

• Descrever os fundamentos por de trás dos relevos e suas formas.

1.1.2. Específicos

• Entender o papel da constituição ambiental em Moçambique;


• Compreender os marcos para mais importantes da mudança das constituições em
Moçambique;
• Explicar o impacto da não implementação das leis ambientais face a participação da soci

1.2. Metodologia

Para atingir o objectivo do presente trabalho e a sua materialização foi feita uma leitura e
pesquisa bibliográfica, utilizando artigos científicos, dissertações, livros, e páginas de instituições
públicas e privadas, para assim compilar o resumo teórico deste trabalho.
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2. O Relevo e as formas da sua evolução
2.1. Evolução histórica e sistemas de referência dos relevos

A concepção de Davis a respeito da evolução do relevo tem início com um rápido e generalizado
soerguimento continental em relação ao nível de base geral, ou seja, aos oceanos. Segue-se um
longo período com ausência de grandes atividades tectônicas, embora o autor da teoria admita
que pequenos eventos tendam a ocorrer. Esse rápido soerguimento cria condições para que o
relevo seja esculturado por processos erosivos, uma vez que faz com que exista uma significativa
diferença de gradiente entre os continentes e os oceanos. Segundo Salgado (2007), esse processo
de desgaste erosivo dos continentes desenvolve-se em condições climáticas úmidas, e a maior
presença de água permite um desgaste mais acentuado do relevo e de suas rochas (Bastos, Maia,
& Cordeiro, 2019)

Após o soerguimento e em condições de quietude tectônica e de clima úmido, inicia-se um


processo lento e progressivo de desgaste erosivo dos continentes. Esse processo caracteriza-se
pelo rebaixamento vertical e contínuo das vertentes, acontece ao longo do tempo, ou seja, requer
milhões de anos para ocorrer, e pode ser dividido em três fases: juventude, maturidade e
senilidade (Figura 1).

Figura 1: Modelo proposto por William Morris Davis em 1899. Fonte: Davis, 1899, segundo
Casseti, 2005.

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Portanto, o modelo teórico proposto por Davis apresenta uma concepção finalista, em que todo o
relevo tem começo, meio e fim, podendo, entretanto, recomeçar com um processo de
rejuvenescimento, no qual o relevo pode retornar à juventude com um soerguimento de caráter
tectônico.

Uma segunda situação apresentada por Penck é quando ocorre um soerguimento moderado da
crosta, com proporcional incisão do talvegue. Nesse caso, poderia ocorrer uma compensação
equilibrada pelos processos denudacionais, proporcionando o desenvolvimento de vertentes
retilíneas (Casseti, 2005) (Figura 2).

Figura 2: Equilíbrio entre soerguimento-denudação, com formação de vertentes retilíneas


(manutenção do ângulo da vertente).

A terceira teoria acerca da evolução do relevo foi o sistema proposto pelo sul-africano Lester
Charles King, em 1953, segundo o qual o clima possuía fundamental importância na gênese dos
aplainamentos. Segundo Casseti (2005), essa teoria procura restabelecer o conceito de
estabilidade tectônica considerado por W. M. Davis (1899), mas admite também o ajustamento
por compensação isostática e considera o recuo paralelo das vertentes (backwearing) como forma
de evolução morfológica, de acordo com a proposta de W. Penck (1924) (Hackspacher, 2011).

Para concluir essa breve abordagem histórica, pode-se afirmar que a sistematização da Ciência
Geomorfológica passou por grandes e importantes transformações ao longo do tempo. As teorias
de evolução do relevo que surgiram desde o final do século XIX, apesar de possuírem um corpo
teórico e metodológico próprio, refletiram tendências intrínsecas à Geomorfologia, como também
as tendências filosóficas e políticas de uma época. Pode-se dizer também que cada uma das
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concepções teórico-conceituais descritas acima prestigiou mais um determinado aspecto de
algum fenômeno ou processo. Cada uma delas ofereceu importantes contribuições, e nenhuma
pode ser considerada absoluta. Todas, de alguma forma, estão presentes direta ou indiretamente
nos trabalhos que são realizados na atualidad (Hackspacher, 2011)e.

2.2. Relevo

Para o entendimento do relevo, como proposto nesta pesquisa, é preciso abordar o sistema crosta-
manto, pois dessa interação provém a evolução do relevo.

A Terra é formada por três camadas concêntricas: o núcleo, o manto e a crosta (Figura 1). Essa
divisão se baseia nas diferentes densidades entre as camadas, causadas pelas diferenciações na
composição, temperatura e pressão (Bertolini & Valadão, 2009). O núcleo ocupa
aproximadamente 16% do volume total da Terra e tem densidade calculada entre 1 g/cm3 e 13
g/cm3. Resultados obtidos por meios de análises sísmicas indicam que o núcleo possui uma parte
sólida bem pequena e uma porção externa maior e, aparentemente, líquida. Essas duas partes são
formadas por ferro e uma pequena quantidade de níquel (Hackspacher, 2011).

O manto circula o núcleo e representa cerca de 80% do volume e cerca de 70% da massa total da
Terra, atingindo uma profundidade de 2.850 km. De acordo com suas características físicas, o
manto pode ser dividido em três setores distintos: o manto inferior, a astenosfera e o manto
superior. O manto inferior é sólido e compõe grande parte do volume do interior da Terra. A
astenosfera circunda o manto inferior, mas possui comportamento plástico e flui lentamente
(Bertolini & Valadão, 2009). O manto superior é formado por parte da astenosfera e rocha
mantélica consolidada até a base da crosta (Figura 3).

o manto inferior, mas possui comportamento plástico e flui lentamente. O manto superior é
formado por parte da astenosfera e rocha mantélica consolidada até a base da crosta (Figura 3).

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Figura 3: relação do calor interno com o relevo.

A crosta oceânica é mais fina, com uma espessura total entre 5 km e 10 km, tem comportamento
mais denso em relação à crosta continental, cerca de 3 g/cm3 , e é formada por rochas ígneas
denominadas basaltos (Hackspacher, 2011).

Segundo Hackspacher (2011), infere que o limite crosta-manto, chamado de Descontinuidade de


Mohorovicic (Moho), é dado pela diferença nas velocidades sísmicas sustentada pela
modificação da composição química das rochas.

A litosfera, com aproximadamente 100 km, é constituída pela crosta e por parte superior do
manto. Abaixo da litosfera, as velocidades sísmicas são menores, o que estaria associado a uma
fusão parcial das rochas. Portanto, a litosfera é representada por rochas mais rígidas, e abaixo
dela temos um contexto de rochas mais plásticas (Hackspacher, 2011).

Enquanto o limite crosta-manto marca uma diferença na composição das rochas, a litosfera
diferencia-se da astenosfera (inferior) pelas propriedades físicas: temperatura e diminuição da
viscosidade. A litosfera representa grande parte das placas tectônicas (litosféricas) que se
movimentam sobre a astenosfera e, consequentemente, afetam todo nosso relevo (Hackspacher,
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2011). O manto que irá condicionar o movimento das placas servirá de motor para o movimento
desses fragmentos litosféricos (Hackspacher, 2011).

No entanto, o conhecimento das características do relevo é, sem dúvida, de extrema importância


para o homem, devido a interferência que a actividade humana exerce sobre as paisagens (Bastos,
Maia, & Cordeiro, 2019).

É nesse sentido que a geomorfologia passa a ter importância, pois ela pode orientar, através das
informações que dispõe, qual a melhor forma de se trabalhar um determinado espaço, evitando
sua destruição, ou, pelo menos, qual a forma menos danosa de tratar o ambiente, já que a
preocupação humana quase sempre afecta o meio ambiente (Hackspacher, 2011).

O relevo corresponde às variações que se apresentam sobre a camada superficial da terra. Assim,
podemos notara que o relevo terrestre apresenta diferentes fisionomias, isto é, áreas com
diferentes características algumas altas, outras mais baixas, algumas mais acidentadas, outras
mais planas, entre outras feições. Para melhor analisar e compreender a forma com que essas
dinâmicas se revelam, foi elaborada uma classificação do relevo terrestre com base em suas
características principais, dividindo-o em quatro diferentes formas de relevo: as montanhas, os
planaltos, as planícies e as depressões (Hackspacher, 2011).

O relevo é um aspecto da natureza e constituinte do espaço físico que exerce grande fascínio
sobre os olhares atentos à paisagem. Seu significado ultrapassa a beleza, a imponência ou a
monotonia de suas formas e diz muito sobre as influências que o espaço físico exerce nas
relações dos homens com a natureza (Bertolini & Valadão, 2009).

Cabe à geomorfologia – ramo da ciência geográfica que tem no relevo seu objeto de investigação
– o estudo do relevo comprometido não apenas às denominações dos diferentes modelados da
superfície terrestre, mas, também, em reconhecer de que maneira sua influência se manifesta na
organização socioespacial (Bertolini & Valadão, 2009).

Já segundo Oliveira (2013), por sua vez aponta que o relevo é o conjunto de formas que modelam
a superfície da crosta terrestre - camada mais externa da litosfera. Pode ser modificado por
terremotos e movimentos tectônicos, pela erosão causada por processos naturais (água da chuva e
ventos, entre outros fatores) e ainda pela interferência humana. O relevo da superfície terrestre
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apresenta elevações e depressões de diferentes formas e altitudes. É constituído por rochas e solos
diversos de diferentes origens. Observe abaixo um exemplo de
relevo

Figura 4: Exemplo de relevo

2.2.1. Processos endógenos e exógenos na formação do relevo


O estudo dos processos exógenos é efetuado sobre a superfície da Terra. Isso compreende a
atuação do clima, da tectônica e da biologia na alteração da rocha, na formação do solo e em sua
destruição. Esses processos são os formadores do domínio natural da superfície, a qual é
denominada em geomorfologia de “paisagem” (Hackspacher, 2011).

O relevo resulta da atuação de agentes internos e externos à crosta terrestre, sendo eles (Oliveira,
2013):

• Agentes Internos: também chamados de endógenos, são aqueles impulsionados pela


energia contida no interior do planeta, as forças tectônicas ou tectonismo, que
movimentam as placas e provocam dobramentos, terremotos e vulcanismo.

Desses três importantes fenômenos naturais resultam algumas formas de relevo do nosso planeta,
como resultado do erguimento e do dobramento dos terrenos (no contato entre as placas)

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formaram-se as grandes cadeias montanhosas que existem hoje e o vulcanismo dá origem a
formas de relevo chamadas planaltos vulcânicos.

• Agentes Externos: também chamado de exógeno, são modeladoras e atuam de forma


contínua ao longo do tempo geológico transformando as rochas, erodindo os solos e
dando ao relevo o aspecto que apresenta atualmente. Os principais agentes externos são a
temperatura; o vento e as chuvas; os rios e oceanos; as geleiras; os microrganismos; a
cobertura vegetal e principalmente os seres humanos. Mineração, aterros, desmatamentos,
terraplanagem, canais e represas são exemplos de ações humanas que alteram diretamente
o modelado do relevo.

A esculturação do relevo é muitas vezes acelerada pela ação antrópica (humana), que pode alterar
tanto o processo de erosão como o de sedimentação (Bastos, Maia, & Cordeiro, 2019).

2.3. Formas do relevo

O estudo das formas do relevo adquiriu novas proporções nas últimas décadas, sobretudo devido
à atrituosa relação entre as sociedades humanas e a ocupação desordenada do espaço. As análises
puramente descritivas de outrora dão lugar a estudos integrados que consideram a complexidade
da superfície terrestre, pois as discussões e demandas que emergem do conhecimento
geomorfológico atualmente são mais específicas, visando aplicabilidade e melhor compreensão
dos processos e fenômenos correlacionados (Silveira, 2012).

O relevo corresponde à diversidade de aspectos da superfície da crosta terrestre, ou seja, a


irregularidade e/ou desnivelamento da superfície, seja nas formas emersas e submersas, com
dimensões muito variadas, podendo ser microrrelevo (pequenas formas), mesorrelevo (formas
médias) e macrorrelevo (extensas cadeias de montanhas) (Silveira, 2012).

Assim, a superfície terrestre pode apresentar as mais variadas formas, sendo as mais importantes
às montanhas, os planaltos, as depressões e as planícies.

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Figura 5: Formas de relevo

As cadeias de montanhas, os planaltos e as depressões relativas são constantemente erodidos


pelos agentes exógenos, enquanto as planícies e as depressões absolutas recebem sedimentos das
áreas mais elevadas (Bastos, Maia, & Cordeiro, 2019). A seguir temos as características dessas
principais formas de relevo.

2.3.1. Montanhas
As montanhas são formas de relevo que se caracterizam pela elevada altitude em comparação
com as demais altitudes da superfície terrestre. Quando tidas em conjunto, elas formam cadeias
chamadas de cordilheiras, a exemplo da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, e da
Cordilheira do Himalaia, na Ásia (Bertolini & Valadão, 2009).

Existem quatro tipos de montanhas: as vulcânicas, que se formam a partir de vulcões; as de


erosão, que surgem a partir da erosão do relevo ao seu redor, levando milhões de anos para serem
formadas; as falhadas, originadas a partir de falhamentos na crosta, que geram uma ruptura entre
dois blocos terrestres, ficando soerguidos um sobre o outro; e as dobradas, que se originam a
partir dos dobramentos terrestres causados pelo tectonismo (Araújo, 2011). De todos esses tipos,
o último é o mais comum.

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Figura 6: Ilustração de uma Montanha.

As montanhas podem ser classificadas segundo alguns critérios (Souza & Müller, 2010):

a) Quanto à origem: montanhas de dobras; montanhas de falhas; montanhas vulcânicas e


montanhas de erosão

Esta classificação simplista, quanto à origem, tem apenas função didática para a sistematização
de um conhecimento muito mais complexo das formas que aparecem na natureza. Os tipos, por
exemplo, de montanha de dobra e de falha, dificilmente podem ser separados na natureza, pois é
comum o aparecimento simultâneo de dobramentos e falhamentos, carreamento e, por vezes, até
mesmo o vulcanismo, por ocasião da manifestação das forças orogênicas.

b) Quanto à idade: montanhas novas; montanhas velhas e montanhas rejuvenescidas.

As montanhas novas são aquelas que têm formas aguçadas, cuja origem ocorreu, de modo geral,
na era terciária. Quanto às montanhas velhas, são aquelas que já sofreram o trabalho de vários
ciclos de erosão, tendo suas formas e suas altitudes bastante suavizadas e rebaixadas. As
montanhas rejuvenescidas são aquelas que, depois de modeladas pela erosão, sofreram nova
movimentação orogenética, dando novamente formas aguçadas.

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c) Quanto à altitude: no que concerne à altitude, as montanhas podem ser classificadas de
modo geral em duas categorias:

• Montanhas baixas → são aquelas cujo relevo relativo apresenta desnivelamentos que
oscilam de 300 a 900 metros, medidos numa área de 100 km².

• Montanhas altas → são aquelas que apresentam desnivelamentos relativos superiores a


900 metros, medidos numa área de 100 km².

2.3.2. Planaltos
Planaltos: são formações terrestres geologicamente antigas, dessa forma sofreram mais com as
acções externas. Apresentam altitudes e formas muito variadas, com ondulações suaves, como os
morros e serras, e, muitas vezes, altitudes planas, como as chapadas (Hackspacher, 2011).

Figura 7: Ilustração de um Planalto.

São relevos geralmente aplainados, situados em altitudes variáveis. Também podem ser
chamados de platôs. Destacam-se em relação às áreas circundantes. As bordas dos planaltos são
irregulares e apresentam saliências e reentrâncias resultantes da ação dos agentes erosivos (ação
da água e do vento). Em virtude destes agentes, os planaltos correspondem às formações mais
antigas do relevo terrestre. Podemos citar como exemplo o Planalto Central no Brasil, localizado
em território dos Estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Neles, predomina o processo de erosão, que fornece sedimentos para outras áreas (Oliveira,
2013).
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Existem três principais tipos de planaltos: os cristalinos, formados por rochas cristalinas (ígneas
intrusivas e metamórficas) e compostos por restos de montanhas que se erodiram com o tempo;
os basálticos, formados por rochas ígneas extrusivas (ou vulcânicas) originadas de antigas e
extintas atividades vulcânicas; e os sedimentares, formados por rochas sedimentares que antes
eram baixas e que sofreram o soerguimento pelos movimentos internos da crosta terrestre.

Temos a seguir as características de cada um deles, tendo (Souza & Müller, 2010):

Planaltos cristalinos → podemos dizer que os planaltos cristalinos são considerados “restos” de
antigas montanhas que foram desgastadas pelos agentes erosivos. São constituídos de rochas
cristalinas ígneas intrusivas e também metamórficas.

Planaltos sedimentares → foram originados de áreas de rochas sedimentares, que foram


soerguidas por movimentos internos da crosta.

Planaltos basálticos → são constituídos de rochas ígneas extrusivas ou vulcânicas.

O esquema a seguir ilustra planaltos constituídos de camadas sedimentares ou de rochas


cristalinas, os quais possuem superfície plana ou suavemente movimentada. Trata-se, em
qualquer circunstância, de área mais elevada que as circunvizinhas e delimitada por declives
(Santos & Sidney, 2009).

Figura 8: Esquema de formação de planaltos


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2.3.3. Planícies
São áreas planas e com baixas altitudes, normalmente muito próximas ao nível do mar.
Encontram-se, em sua maioria, próximas a planaltos, formando alguns vales fluviais ou
constituindo áreas litorâneas. Caracterizam-se pelo predomínio do processo de acumulação e
sedimentação, uma vez que recebem a maior parte dos sedimentos provenientes do desgaste dos
demais tipos de relevo (Oliveira, 2013).

As planícies são comumente drenadas por rios de escoamento lento e que descrevem cursos
sinuosos (meandros) (Souza & Müller, 2010). O “exame” de uma planície, do ponto de vista
geológico, em sua parte superficial, revela a presença de rochas sedimentares relativamente
recentes, na posição horizontal ou sub-horizontal. (Guerra; Guerra, 1997 citados por Souza &
Müller, 2010).

As planícies podem ser classificadas, quanto à situação, em: planícies marítimas e/ou costeiras,
continentais e lacustres. Em geral, as planícies ficam ao lado e abaixo dos planaltos e das
montanhas, que são áreas onde há o predomínio da erosão. Podem estar associadas a várias
origens, tais como: vales fluviais, sedimentos trazidos pelos ventos, geleiras, dentre outros
(Oliveira, 2013).

2.3.4. Depressão
São áreas rebaixadas em relação aos relevos circundantes. As depressões situadas abaixo do nível
do mar são chamadas de depressões absolutas, a exemplo do Mar Morto, na Ásia, localizado a
396 metros abaixo do nível do mar. As depressões situadas abaixo das áreas que as circundam e
acima do nível do mar são denominadas de depressões relativas (Souza & Müller, 2010).

As depressões podem ter dimensões, formas e origens bem variadas. Pode-se, por exemplo,
chamar um vale de depressão longitudinal em relação ao relevo circundante. Outro exemplo é
uma fossa tectônica (Bastos, Maia, & Cordeiro, 2019).

Segundo Guerra e Guerra (1997) citados por Souza e Müller (2010)., do ponto de vista
geomorfológico é importante destacar também as depressões das frentes de cuestas, depressões
subsequentes e as depressões de circundesnudação periférica, que é a zona deprimida entre o

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maciço das rochas cristalinas ou cristofolianas e a estrutura sedimentar inclinada da cuesta, como,
por exemplo, a depressão periférica paulista.

Vejamos a classificação de depressões, quanto à sua origem (Guerra; Guerra, 1997 citados por
Souza & Müller, 2010):

Depressões originadas por simples deslocamentos locais de terreno (Souza & Müller, 2010):

a) Devido à larga deformação de natureza sinclinal, podendo nelas formar-se outras


depressões. Ex: Mar Cáspio, Mar Aral.

b) Abaixamento de um fragmento da crosta terrestre devido a um sistema de fraturas. Ex.:


série dos grandes lagos africanos.

c) Depressões devidas a um bombeamento.

d) Por falhas no caso de um deslocamento horizontal.

Depressões formadas por remoção do material da superfície (Souza & Müller, 2010):

a) Por escavamento ao longo de uma calha fluvial.

b) Por dissolução da rocha, podendo essa dissolução ser superficial ou subterrânea. Pode
haver mesmo a formação de depressão devido a um desabamento após a dissolução do
terreno subjacente. Formação de “panelas” de decomposição e cacimbas.

c) Depressão subsequente e de circundesnudação periférica.

d) Devido a ações periglaciárias ou glaciárias

Depressões formadas por barragens (Souza & Müller, 2010):

a) Barragem devido a um desmoronamento.

b) Barragem de um rio por material trazido por um afluente, formando-se um cone de


dejeção sobre o rio principal.

c) Barragem devido ao abandono de meandros.

d) Barragens formadas por ações periglaciárias ou glaciárias.


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e) Barragens formadas por um derrame de lavas.

f) Autobarragem por cursos d’água.

g) Barragens formadas por ações dos animais (castores). h) Barragens de um vale por dunas.

h) Barragens por um dique marginal

Casos especiais (Souza & Müller, 2010):

a) Depressões das crateras vulcânicas.

b) Depressão causada por queda de meteoritos.

c) Depressão formada devido à topografia plana e à ação conjunta de vários outros fatores.

d) Acção humana.

Na ilustração a seguir você consegue distinguir claramente a ocorrência de uma depressão


absoluta e uma depressão relativa.

Figura 9: Ilustração de uma Planície

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3. Considerações finais
Observando a parte superficial da litosfera, isto é, o terreno sobre o qual vivemos, sobre o qual
construímos cidades e estradas, vemos que ela apresenta formas variadas. Ao conjunto de formas
variadas da superfície da Terra damos o nome de relevo. Podemos afirmar que o relevo é o
modelado da superfície terrestre. Porque ele é constituído de áreas mais altas, áreas mais baixas,
terras planas, terras acidentadas, que modelam, isto é, dão forma à paisagem da superfície
terrestre (Bertolini & Valadão, 2009).

Assim, o movimento das placas tectônicas é o grande responsável pelos fenômenos que ocorrem
no interior da Terra: os terremotos, as erupções vulcânicas e os dobramentos. Desses três
importantes fenômenos naturais resultam algumas formas de relevo do nosso planeta (Bertolini &
Valadão, 2009).

É importante ressaltar que, associadas às principais formas de relevo terrestre, encontraremos


outras formas, a exemplo das serras, chapadas, morros, colinas, espigão, dentre outras (Bastos,
Maia, & Cordeiro, 2019).

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4. Bibliografia

Araújo, H. M. (2011). Relevo e Solos . Brasil .

Bastos, F. d., Maia, R. P., & Cordeiro, A. M. (2019). Geografia. Fortaleza - Ceará.

Bertolini, W. Z., & Valadão, R. (2009). A abordagem do relevo pela geografia: uma análise a
partir dos livros didáticos. Brasil: Terræ Didatica.

Hackspacher, P. C. (2011). Dinâmica do relevo: Quantificação de processos formadores. São


Paulo : Unesp.

Oliveira, E. L. (2013). Geografia . Rio de Janeiro: Qualifica.

Santos, U. O., & Sidney, E. (2009). Manual técnico de geomorfologia. Rio de Janeiro: IBGE.

Silveira, R. M. (2012). Classificação Morfológica do Relevo Obtida de Variáveis


Geomorfométricas e Árvore de Decisão. Curitiba.

Souza, A. J., & Müller, R. (2010). Geomorfologia . São Paulo : Centro Universitário Leonardo da
Vinci – Indaial:Grupo UNIASSELVI.

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