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EXTENSIVO PRÉ-IFMG/COLUNI
CICLO I - 2022
GEOGRAFIA
Sebastião M. Gonçalves
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 2
Prezado aluno,
UNIDADE 01
Ciência Geográfica
A Geografia é a ciência responsável por compreender o espaço e a relação que ele possui com o
ser humano. Dizer que a Geografia é uma ciência implica considerar que ela possui as suas
próprias perspectivas metodológicas e o seu objeto de estudo, sendo uma área abrangente do
conhecimento e responsável por influenciar várias aplicabilidades, além de possuir várias
subáreas.
A Geografia Regional, como o próprio nome aponta, parte de estudos localizados, regionais,
pautando-se mais pelas características específicas dos locais do que por generalizações ou
raciocínios universais. Algumas correntes de pensamento, inclusive, acreditam na concepção de
unir o todo pelas partes, ou seja, sistematizar os conhecimentos regionais para, a partir deles,
compreender todo o mundo. Esse pensamento difundiu-se através de Vidal de La Blache, um
importante geógrafo francês do final do século XIX e início do século XX.
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A Geografia Física, por sua vez, estuda o relevo terrestre, bem como a intervenção da ação
humana sobre ele, atuando também em sistemas de planejamento ambiental, agrário e urbano.
Essa área sistematiza-se a partir da compreensão de quatro grandes compartimentações da
realidade: a litosfera (camada rochosa da Terra), a hidrosfera (os cursos d'água), a atmosfera (o
clima e seus efeitos) e a biosfera (as vegetações e a distribuição dos seres vivos).
Além disso, existem alguns conceitos que, juntamente ao espaço geográfico, constituem-se como
o cerne do pensamento geográfico, com destaque para os seguintes temas: território, lugar,
paisagem e região.
A paisagem é, grosso modo, a expressão externa no espaço ou a forma como este é apreendido
pelos sentidos humanos: visão, audição, paladar, tato e olfato. Ela representa tudo aquilo que o
ser humano pode ver, tocar, cheirar, sentir e experimentar. Alguns exemplos são a paisagem das
cidades, do meio rural, das construções, entre outras.
Além desses conceitos, existiram ou ainda existem outras importantes categorias da Geografia,
como a posição geográfica, a localização, os gêneros de vida, o cotidiano, entre inúmeras outras.
A Geografia é, assim, uma ciência ampla que carrega consigo a importante missão de revelar as
diferentes características sociais e naturais reproduzidas no âmbito do espaço terrestre.
Antes de olhar para os dados representativos da população brasileira – que foram atualizados
recentemente após a realização do censo 2010, é importante ressaltar que mais do que uma
série de observações e dados quantitativos, as informações do censo são utilizadas como
referência para a formação de políticas públicas nas mais diferentes áreas da sociedade e
segmentos da economia, apontando as fragilidades, potenciais e a evolução histórica dos
aspectos mais importantes de nossa sociedade.
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Regiões Brasileiras
O Brasil segue, atualmente, a divisão regional
estabelecida em 1970, que divide o país em cinco
regiões: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sul e Sudeste.
O Brasil possui 26 estados que compõem as Unidades
Federativas, juntamente com o Distrito Federal.
O Brasil é um país com enorme extensão territorial:
apresenta área de 8.514.876 km², sendo seu território
dividido em Regiões.
A Região Centro-Oeste é composta pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
pelo Distrito Federal. Sua área é de 1.604.850 km², ocupando aproximadamente 18,8% do território
do Brasil, tendo a segunda maior extensão territorial entre as regiões brasileiras, sendo menor
apenas que a Região Norte. Conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população total do Centro-Oeste é de 14.058.094
habitantes, cuja densidade demográfica é de 8,7 habitantes por quilômetros quadrados.
O Nordeste brasileiro é formado pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Sua área é de 1.554.257,0 km². Abriga uma
população de aproximadamente 53.081.950 habitantes, esses estão distribuídos em nove estados.
O grande número de cidades litorâneas contribui para o desenvolvimento do turismo na região.
A Região Norte é composta pelos estados de Roraima, Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
Rondônia e Tocantins. Está localizada entre o maciço das Guianas, ao norte; o Planalto Central,
ao sul; a cordilheira dos Andes, a oeste; e o oceano Atlântico, a noroeste. Sua extensão territorial
é de 3.853.397,2 km², sendo a maior região do Brasil, corresponde a aproximadamente 42% do
território nacional. Possui uma população de cerca de 15,8 milhões de habitantes.
Os estados que formam a região Sudeste são: Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de
Janeiro. Situa-se na parte mais elevada do Planalto Atlântico, onde estão as serras da
Mantiqueira, do Mar e do Espinhaço. Sua extensão territorial é de 924.511,3 km². Abriga uma
população de 80.364.410 habitantes, correspondendo a aproximadamente 40% do
contingente populacional brasileiro. A densidade demográfica é de 87 habitantes por quilômetro
quadrado, sendo a região mais populosa e povoada do país.
O Sul do Brasil é formado pelos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Sua
extensão territorial é de 576.409,6 km². Sua população é estimada em 27,3 milhões de
habitantes.
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Regionalização no Brasil
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UNIDADE 02
Cartografia I
Orientação e Localização
A orientação pelos astros e estrelas é uma maneira primitiva de orientação geográfica.
Uma das maneiras mais primitivas de orientação era realizada através da observação de astros e
estrelas, no decorrer de muito tempo os viajantes usaram com frequência esse artifício, as
principais referências eram o Sol, a Lua e as estrelas. No entanto, a localização não era precisa
como as fornecidas por instrumentos de orientação modernos.
É possível se orientar sem possuir em mãos instrumentos de orientação como bússola, GPS,
mapas entre outros. A pessoa deve saber em que direção nasce o sol (leste). A partir daí é
possível posicionar o braço direito em direção ao sol, a parte frontal da pessoa corresponde ao
norte, automaticamente o sul se encontra atrás e, consequentemente, o oeste encontra-se na
direção do braço esquerdo, na qual o sol se põe.
A orientação realizada através da observação das estrelas tem seu uso difundido entre pessoas
do campo, pescadores e navegadores, essas geralmente conhecem as características gerais do
céu durante a noite, no entanto, existem diferenças entre os hemisférios em relação às
constelações. No hemisfério norte a orientação ocorre por meio da constelação Estrela Polar e no
hemisfério sul, pelo Cruzeiro do Sul.
Coordenadas Geográficas
As coordenadas geográficas servem para descrevermos a localização de qualquer ponto da
superfície terrestre.
Essas linhas imaginárias são chamadas de paralelos e meridianos, e suas medidas em graus
são, respectivamente, as latitudes e as longitudes. Os paralelos cortam a Terra
horizontalmente, no sentido leste-oeste, enquanto os meridianos cortam a Terra verticalmente. A
junção dessas linhas é o fator responsável pela existência das coordenadas geográficas.
O principal paralelo é a Linha do Equador, pois representa a faixa da Terra que se encontra a
uma igual distância dos polos norte e sul. Já o principal meridiano é o de Greenwich e foi
escolhido a partir de uma convenção, realizada na cidade de Washington D.C., nos Estados
Unidos, no ano de 1884. Essas duas linhas representam o marco inicial da contagem das
latitudes e das longitudes.
Por esse motivo, tudo o que se encontra exatamente sobre a Linha do Equador possui uma
latitude 0º, aumentando à medida que se desloca para o norte e diminuindo à medida que se
desloca para o sul. Assim, as latitudes são a distância em graus de qualquer ponto da Terra
em relação à Linha do Equador. Suas medidas vão de -90º até 90º.
Da mesma forma acontece com o Meridiano de Greenwich em relação às longitudes. Tudo que
estiver sobre essa linha possui 0º de longitude, aumentando à medida que nos deslocamos para
leste e diminuindo à medida que nos deslocamos para oeste. Por isso, as longitudes são a
distância em graus de qualquer ponto da Terra em relação ao Meridiano de Greenwich.
Suas medidas vão de -180º até 180º.
Diante desse conceito, podemos concluir que as latitudes negativas estão sempre se referindo a
lugares localizados no Hemisfério Sul, também chamado de Austral ou Meridional. As latitudes
positivas, obviamente, referem-se a lugares posicionados no Hemisfério Norte, também chamado
de Boreal ou Setentrional. Já as longitudes negativas fazem referência a pontos posicionados no
Hemisfério Oeste ou Ocidental, enquanto as longitudes positivas são relativas a pontos
localizados no Hemisfério Leste ou Oriental.
Observe que todos os pontos da superfície localizam-se em pelo menos dois hemisférios. O
território brasileiro, nesse caso, encontra-se em três hemisférios: uma pequena parte no norte,
uma grande parte no sul e todo ele no oeste.
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Movimentos da Terra
Ao todo, existem catorze movimentos da Terra. Alguns interferem diretamente na vida em
sociedade, outros, nem tanto.
O planeta Terra não é estático no universo, assim como acontece com todos os corpos celestes.
Ele realiza uma série de movimentos envolvendo a órbita em torno de si mesmo, ao redor do sol,
em conjunto com a Via Láctea e com o próprio universo. Portanto, estudar esses movimentos
significa entender uma parte da dinamicidade do espaço sideral.
Os principais movimentos da Terra, isto é, aqueles que possuem um efeito direto mais notório em
nossas vidas, são a rotação e a translação.
A rotação é o movimento que a Terra realiza em torno de si mesma, circulando ao redor do seu
eixo imaginário central durante um período aproximado de 24 horas, com uma velocidade de
1.666 km/h. A rotação ocorre no sentido anti-horário, ou seja, de oeste para leste, o que faz com
que o movimento aparente do sol seja de leste (nascente) para oeste (poente). A principal
consequência desse movimento é a sucessão dos dias e das noites.
A translação é o movimento elíptico que a Terra executa ao redor do sol, com uma duração de
365 dias, 5 horas e 48 minutos em uma velocidade de 107.000 km/h. Quando a Terra termina
uma volta completa em relação ao sol, dizemos que se passou um ano. A principal consequência
desse movimento é a origem das estações do ano, que ocorrem pelo fato de o eixo do planeta
apresentar uma inclinação de 23º27', ocasionando a sucessão dos solstícios e dos equinócios.
O movimento de translação também é chamado de revolução.
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UNIDADE 03
Cartografia II
Fusos Horários
O fuso horário é determinado pelo meridiano de Greenwich, ao total existem 24 fusos horários.
Os fusos horários, também denominados zonas horárias, foram estabelecidos através de uma
reunião composta por representantes de 25 países em Washington, capital estadunidense, em
1884. Nessa ocasião foi realizada uma divisão do mundo em 24 fusos horários distintos.
A metodologia utilizada para essa divisão partiu do princípio de que são gastos, aproximadamente,
24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para que a Terra realize o movimento de rotação, ou
seja, que gire em torno de seu próprio eixo, realizando um movimento de 360°. Portanto, em uma
hora a Terra se desloca 15°. Esse dado é obtido através da divisão da circunferência terrestre
(360°) pelo tempo gasto para que seja realizado o movimento de rotação (24 h).
O fuso referencial para a determinação das horas é o Greenwich, cujo centro é 0°. Esse
meridiano, também denominado inicial, atravessa a Grã-Bretanha, além de cortar o extremo oeste
da Europa e da África. A hora determinada pelo fuso de Greenwich recebe o nome de GMT. A
partir disso, são estabelecidos os outros limites de fusos horários.
A Terra realiza seu movimento de rotação girando de oeste para leste em torno do seu próprio
eixo, por esse motivo os fusos a leste de Greenwich (marco inicial) têm as horas adiantadas (+);
já os fusos situados a oeste do meridiano inicial têm as horas atrasadas (-).
Alguns países de grande extensão territorial no sentido leste-oeste apresentam mais de um fuso
horário. A Rússia, por exemplo, possui 11 fusos horários distintos, consequência de sua grande
área. O Brasil também apresenta mais de um fuso horário, pois o país apresenta extensão
territorial 4.319,4 quilômetros no sentido leste-oeste, fato que proporciona a existência de quatro
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fusos horários distintos, no entanto, graças ao Decreto n° 11.662, publicado no Diário Oficial de
25 de abril de 2008, o país passou a adotar somente três.
A compreensão dos fusos horários é de extrema importância, principalmente para as pessoas que
realizam viagens e têm contato com pessoas e relações comerciais com locais de fusos distintos
dos seus, proporcionado, portanto, o conhecimento de horários em diferentes partes do globo.
Como a Terra leva aproximadamente vinte e quatro horas para completar o ciclo do movimento
de rotação – que resulta na existência alternada entre dias e noites –, o planeta é dividido em 24
fusos horários, em que cada fuso representa uma hora em sua área de abrangência. Essa
contagem é feita a partir do Meridiano de Greenwich, uma linha imaginária estabelecida por
convenção e que “corta” a cidade de Londres e toda a sua extensão em direção ao sul.
Dessa forma, todos as localidades que se encontram a leste (oriente) em relação a Greenwich
tem suas horas somadas pelo número de fusos de distância, enquanto tudo o que se encontra a
oeste (ocidente) tem suas horas diminuídas.
O território brasileiro, por se encontrar no hemisfério ocidental, possui o seu horário atrasado em
relação ao meridiano mencionado. Além disso, em razão de o país possuir uma ampla extensão,
sua localização é dividida em quatro fusos horários, cuja demarcação oficial (a hora legal) é
estabelecida conforme o mapa a seguir:
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O primeiro fuso horário brasileiro encontra-se duas horas atrasado em relação ao Meridiano de
Greenwich e uma hora adiantado em relação ao horário de Brasília. Esse fuso abrange apenas
algumas ilhas oceânicas pertencentes ao Brasil, como Fernando de Noronha e Penedos de São
Pedro e São Paulo.
O segundo fuso horário do país encontra-se três horas atrasado em relação a Greenwich e
abrange a maior parte do território nacional, com a totalidade das regiões Nordeste, Sudeste e
Sul, além dos estados do Pará, Amapá, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal. É o horário oficial
de Brasília.
O terceiro fuso horário encontra-se quatro horas atrasado em relação a Greenwich e uma hora
em relação ao horário de Brasília. No horário de verão, essa diferença aumenta para duas horas,
em relação ao horário de Brasília, nos estados de Roraima, Rondônia e Amazonas(que não
adotam esse horário especial) e permanece igual no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (estados
que adotam o horário de verão).
O quarto fuso horário encontra-se cinco horas atrasado em relação a Greenwich e duas horas
em relação ao horário de Brasília, aumentando para três horas durante o horário de verão.
Abrange somente o estado do Acre e uma pequena parte oeste do Amazonas. Esse fuso foi
extinto no ano de 2008, onde a área passou a integrar o fuso de -4, no entanto, em setembro de
2013, essa extinção foi revogada após aprovação em um referendo promulgado em 2010.
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UNIDADE 04
Cartografia III
Elementos de um mapa
Os elementos de um mapa são: título, legenda, escala, orientação e projeção cartográfica. Todos
eles ajudam-nos a ler e a compreender as representações que os mapas possuem.
Os mapas são formas de linguagem e possuem diferentes elementos para a sua comunicação
São vários os elementos de um mapa, isto é, aqueles itens e símbolos necessários para que
uma mera figura possa ser diferenciada de um verdadeiro mapa ou cartograma, que é feito com
rigor científico para representar uma determinada área da superfície terrestre. Em geral, os
mapas costumam apresentar as seguintes composições: título, orientação, legenda, escala e
projeção cartográfica.
Esses são elementos obrigatórios de um mapa, embora nem sempre estejam presentes em todos
os mapas que vemos por aí. De toda forma, para melhor interpretarmos as informações
cartográficas, é preciso conhecer esses instrumentos, procurando saber o que eles são, o que
indicam e quais são as suas funções no processo de comunicação, haja vista que os mapas
também são formas de linguagem.
Título: O título, que por vezes vem acompanhado de um subtítulo, é o indicador do tema
retratado, quando se trata de um mapa temático. Em mapas históricos, o título também costuma
indicar o ano ou período do espaço representado. Para que se faça uma correta leitura de
qualquer cartograma, a primeira coisa a se fazer é sempre ler o título e compreender o que ele
indica.
Orientação: é importante no sentido de apontar a direção do mapa, indicando-nos para que lado
fica o norte e, consequentemente, os demais pontos cardeais. Ela pode apresentar-se com
uma rosa dos ventos completa ou apenas com uma seta indicando o norte geográfico. A
importância da orientação se dá, principalmente, em mapas que representam áreas muito
restritas, quando não conseguimos perceber facilmente para que lado o mapa está apontando.
Fonte: elaborada pelas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A fonte do
mapa é: Nome Completo do Autor, data que foi realizado e o local do mapa. Veja o exemplo:
IBGE. Atlas Geográfico Escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p.113.
Escala: indica a relação matemática entre o espaço real e a representação desse espaço no
mapa. Ela, portanto, aponta a quantidade de vezes que uma área teve de ser reduzida para caber
no local em que o mapa está representado. As escalas podem ser gráficas ou numéricas (ambas
presentes no exemplo acima). A escala numérica apresenta-se em números de uma divisão, e a
escala gráfica apresenta-se conforme uma representação de linhas e traços.
Legenda: As legendas são os significados dos símbolos existentes nos mapas. Esses símbolos
podem apresentar-se em forma de cores, ícones, hachuras, pontos, linhas e outros. Alguns
desses símbolos apresentam padronizações, como o azul para representar a água; o verde, para
as florestas e áreas verdes, linhas com traços para representar ferrovias; aviões para representar
aeroportos, entre outros inúmeros exemplos.
Escala Cartográfica
A escala cartográfica é fundamental para entendermos a proporção entre o espaço real e a sua
representação no mapa.
A escala cartográfica é um importante elemento presente nos mapas, sendo utilizada para
representar a relação de proporção entre a área real e a sua representação. É a escala que indica
o quanto um determinado espaço geográfico foi reduzido para “caber” no local em que ele foi
confeccionado em forma de material gráfico.
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Sabemos que os mapas são reproduções reduzidas de uma determinada área. Mas essa redução
não ocorre de forma aleatória, e sim de maneira proporcional, ou seja, resguardando uma relação
entre as medidas originais e suas representações. A expressão numérica dessa proporção é a
escala.
Por exemplo: se uma escala de um determinado mapa é 1:500, significa que cada centímetro do
mapa representa 500 centímetros do espaço real. Consequentemente, essa proporção é de 1 por
500.
Existem, dessa forma, dois tipos de escala, isto é, duas formas diferentes de representá-la:
a escala numérica e a escala gráfica. A numérica, como o próprio nome sugere, é utilizada
basicamente por números; já a gráfica utiliza-se de uma esquematização.
A escala numérica representa em forma de fração a proporção da escala, havendo, dessa
maneira, o seu numerador e o seu denominador. Confira:
Nos esquemas acima, podemos perceber que cada intervalo entre um número e outro representa
uma distância específica, que é devidamente apontada pela escala. Esse tipo de escala possui o
mérito de aumentar e reduzir juntamente ao mapa. Assim, se eu transferir um mapa que estava
em um papel menor para um pôster grande, a escala continuará correta, o que não aconteceria
com a escala numérica, que, nesse caso, teria de ser recalculada.
Exemplo. Considere essas duas escalas: a) 1:5000; b) 1:10000. A primeira escala é uma divisão
de 1 para cinco mil que, quando calculada, com certeza dará um número maior que uma divisão
de 1 para dez mil. Portanto, a primeira escala é maior do que a segunda.
Assim, é possível perceber que, quanto maior for a escala, menor será a área representada no
mapa e vice-versa, pois, quanto maior a escala, maior é a aproximação da visão aérea do local
representado. Isso nos permite, por sua vez, um maior nível de detalhamento das informações,
pois quanto mais próximos estamos de um local, mais detalhes conseguimos visualizar.
Em resumo, a sentença é:
Quanto maior a escala, menor a área representada e maior é o nível de detalhamento.
Um mapa-múndi possui uma escala muito pequena, com uma área grande representada e, com
certeza, apresentará menos detalhes do que, por exemplo, um mapa do estado da Bahia, que
teria, nesse caso, uma escala grande.
Projeções cartográficas
Projeção cartográfica: indica a técnica que foi empregada para fazer o mapa. Como sabemos,
as projeções cartográficas são as diferentes formas de representar o globo terrestre (que é geoide,
quase esférico) em um plano. Como essa representação apresenta distorções, se sabemos qual foi a
projeção utilizada em um determinado mapa, conseguimos ter uma melhor noção sobre elas.
As projeções cartográficas são a base para construção de um mapa, para isso existem diversas
formas de projeção.
No entanto, nenhuma das projeções evitará a totalidade das deformações, elas irão valorizar
alguns aspectos da superfície representada e fazer com que essas distorções sejam conhecidas.
- Projeção Senoidal: executada por Mercator, Sanson e Flamsteed, tem os paralelos horizontais e
equidistantes. Trata-se de um tipo de projeção que procura manter as dimensões superficiais
reais, deformando a fisionomia. Esta deformação intensifica-se na periferia do mapa.
- Projeção Azimutal Equidistante Polar: O polo norte é o centro do mapa, e a partir dele as
distâncias estão em escala verdadeira, bem como os ângulos azimutais.
- Projeção de Robinson: é uma representação global da Terra. Os meridianos são linhas curvas
(elipses) e os paralelos são linhas retas.
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UNIDADE 05
Geologia (Estrutura da Terra)
A geologia contribui para o homem por ser a ciência que estuda a Terra, sua composição,
estrutura, propriedades físicas, história e os processos que lhe dão forma. Assim, todas as
questões relacionadas ao nosso planeta estão ligadas à geologia. Com o aquecimento global e as
agressões ao meio-ambiente, a ciência ganhou outra importante função: contribuir para a
preservação do planeta. O profissional formado em geologia investiga as alterações provocadas
no planeta ao longo dos anos, erosões, glaciações, etc.
Existem diferentes tipos de rochas, sendo elas: rochas ígneas ou magmáticas, rochas
sedimentares e rochas metamórficas.
As mais antigas rochas são as do tipo ígneas e metamórficas, que surgiram respectivamente na
era Pré-Cambriana e Paleozoica. Essas rochas são denominadas de cristalinas, por causa da
cristalização dos minerais que as formaram. Ao contrário das outras, as rochas sedimentares são
de formações mais recentes, da era Paleozoica à Cenozoica. Essas são encontradas em
aproximadamente 5% da superfície terrestre. Dessa forma, os minerais e as rochas compõem
uma parcela primordial da litosfera, que corresponde ao conjunto de elementos sólidos que
formam os continentes e as ilhas.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 20
Camadas da Terra
As camadas da Terra são a representação da estrutura interna do nosso planeta.
UNIDADE 06
Geomorfologia (Relevo)
A Geomorfologia é uma área das Ciências da Terra responsável pelo estudo das formas
superficiais de relevo, tanto em suas fisionomias atuais quanto em seu processo geológico e
histórico de formação e transformação. Esse campo do conhecimento é visto como uma área de
intersecção entre duas diferentes ciências: a Geografia e a Geologia.
A ciência que estuda as composições e variações nas formas de relevo é a Geomorfologia, que
é um ramo do conhecimento que possui uma interface com duas ciências: a Geografia e a
Geologia. Para melhor estudar e compreender as suas dinâmicas de formação e transformação,
dividiu-se o relevo em alguns tipos principais, com base em suas fisionomias externas, são
eles: montanhas, planaltos, planícies e depressões.
As montanhas são formas de relevo que se caracterizam pela elevada altitude em comparação
com as demais altitudes da superfície terrestre. Quando tidas em conjunto, elas formam cadeias
chamadas de cordilheiras, a exemplo da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, e da
Cordilheira do Himalaia, na Ásia.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 23
Quando grupos de montanhas ou serras localizam-se paralelamente uns aos outros, formando
uma espécie de “parede” em grandes extensões, há o que se chama de cordilheira, como a
Cordilheira dos Andes (América do Sul) e a Cordilheira do Himalaia (Ásia).
Planaltos: algumas vezes chamados de platôs, os planaltos são elevações de relevo que possuem
uma extensão um pouco ampla e a parte mais alta relativamente plana. Apresentam, em geral,
altitudes medianas, sendo menores que as montanhas e maiores que as planícies. São classificados
conforme a composição predominante de suas rochas, dividindo-se em planaltos
cristalinos (formados por rochas ígneas intrusivas e metamórficas), planaltos sedimentares (formados
por rochas sedimentares) e planaltos basálticos (formado por rochas ígneas extrusivas).
Os planaltos são definidos como áreas mais ou menos planas que apresentam médias altitudes,
delimitações bem nítidas, geralmente compostas por escarpas, e são cercadas por regiões mais
baixas. Neles, predomina o processo de erosão, que fornece sedimentos para outras áreas.
Existem três principais tipos de planaltos: os cristalinos, formados por rochas cristalinas (ígneas
intrusivas e metamórficas) e compostos por restos de montanhas que se erodiram com o tempo;
os basálticos, formados por rochas ígneas extrusivas (ou vulcânicas) originadas de antigas e
extintas atividades vulcânicas; e os sedimentares, formados por rochas sedimentares que antes
eram baixas e que sofreram o soerguimento pelos movimentos internos da crosta terrestre.
Planícies: são áreas mais ou menos planas e que possuem uma altitude menor em relação às
montanhas e aos planaltos. Caracterizam-se pela grande quantidade de sedimentos acumulados
em sua superfície, geralmente trazidos pela água das chuvas, dos rios ou, no caso das planícies
litorâneas, pela água dos oceanos e dos mares.
São áreas planas e com baixas altitudes, normalmente muito próximas ao nível do mar.
Encontram-se, em sua maioria, próximas a planaltos, formando alguns vales fluviais ou
constituindo áreas litorâneas. Caracterizam-se pelo predomínio do processo de acumulação e
sedimentação, uma vez que recebem a maior parte dos sedimentos provenientes do desgaste
dos demais tipos de relevo.
Depressão: são áreas que apresentam altitudes inferiores em relação ao relevo circundante
(depressão relativa) ou em relação ao nível do mar (depressão absoluta). Em geral, costuma
abranger regiões geologicamente antigas e que, portanto, sofreram bastante com ações de erosão
e sedimentação das rochas e dos solos, o que se revela em sua superfície geralmente ondulada.
São áreas rebaixadas que apresentam as menores altitudes da superfície terrestre. Quando uma
localidade é mais baixa que o seu entorno, falamos em depressão relativa, e quando ela se
encontra abaixo do nível do mar, temos a depressão absoluta. O mar morto, no Oriente Médio, é
a maior depressão absoluta do mundo, ou seja, é a área continental que apresenta as menores
altitudes, com cerca de 396 metros abaixo do nível do mar.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 24
As placas tectônicas estão em constante movimento, fato que pode desencadear a colisão entre
diferentes placas, desde que estejam em uma zona de convergência. Esse fenômeno é uma das
consequências das forças endógenas (internas) do planeta, atuando de forma decisiva na
formação e modelagem do relevo.
UNIDADE 07
Pedologia (Geografia dos Solos)
O solo é um recurso natural renovável que é responsável por abrigar as espécies vegetais e
também por ser o meio de sobrevivência do ser humano e dos animais.
Trata-se de um recurso renovável, ou seja, o solo é um elemento natural que pode ser por
diversas vezes utilizado pelo ser humano em suas atividades produtivas, embora a má utilização
e a não conservação dos solos façam com que eles se tornem incultiváveis. Para melhor
compreender a sua estrutura, elaboraram-se os conhecimentos a respeito dos horizontes do
solo, assim nomeados: O, A, B, C e rocha mãe. Confira o esquema a seguir:
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 26
Horizonte A – é o horizonte mineralógico que, como o nome indica, é composto por compostos
minerais oriundos da rocha mãe (a rocha que se decompôs e deu origem ao solo) e também de
outras áreas. Geralmente, essa camada apresenta uma boa quantidade de material orgânico
decomposto, o que faz com que também se chame de solo humífero.
Horizonte C – é a zona de transição entre o solo e a sua rocha formadora, sendo chamado
também de saprolito. É formado por alguns sedimentos maiores e menos decompostos,
representando o processo de decomposição da rocha.
UNIDADE 08
Climatologia (Clima)
Quando dizemos que está chovendo em Recife, estamos falando em tempo, pois é algo
momentâneo, que acabará em breve. Isso não significa que o clima desse local será
predominantemente chuvoso, o que só poderá ser concluído após o registro da sucessão habitual
dos regimes de chuva e de estiagem da região em um período mínimo de trinta anos. Como um
elemento da atmosfera, o clima está em constante interação com os elementos e fenômenos da
hidrosfera, da atmosfera e da biosfera, alterando e sendo alterado por esses diversos componentes.
Existem inúmeros fatores climáticos responsáveis pela forma dinâmica com que o clima se
expressa. As inúmeras combinações dos fenômenos constituem a existência de uma ampla gama
de conjuntos climáticos sobre a Terra, havendo regiões mais úmidas, porém quentes, e aquelas
secas ou frias, além de muitas outras. Dentre os mais importantes fatores climáticos, podemos
citar as variações de latitude, a altitude, a continentalidade ou maritimidade, as massas de ar, os
oceanos e muitos outros. Eles influenciam e são influenciados pelas condições de temperatura,
pressão atmosférica, umidade do ar e as precipitações.
espaço e que se configuram como o atributo básico para se definir o clima da região. Os
principais elementos climáticos são: radiação, temperatura, pressão e umidade.
Os fatores climáticos são as condições que determinam ou interferem nos elementos climáticos e
os climas deles resultantes. São eles que ajudam a explicar o porquê de uma região ser quente e
úmida e outra ser fria e seca, por exemplo. Os principais fatores climáticos são: latitude, altitude,
maritimidade e continentalidade, massas de ar, vegetação, correntes marítimas e até o relevo.
Além de todos esses fatores, que são os de ordem natural, também é preciso lembrar que o
homem acaba se tornando um dos agentes mais intensos de transformação do clima. Ele pode
ser responsável tanto por fenômenos climáticos mais localizados (ilhas de calor, inversão térmica
e outros) quanto por processos mais amplos e diversificados.
A Terra realiza vários movimentos, um deles é o de rotação, durante o qual gira em torno de si
mesma e por isso toda face da Terra recebe luz solar.
Em virtude da forma esférica do planeta Terra, os raios solares incidem de forma diferente quanto
à intensidade em distintos lugares do planeta, sendo que nas áreas próximas à linha do Equador,
ou zona intertropical, a luz atinge a superfície terrestre de forma perpendicular, desse modo,
automaticamente, maior a intensidade e o calor.
A partir da zona intertropical em direção aos polos, os raios, devido à forma arredondada do
planeta, incidem na superfície dessas regiões com menor intensidade, pois atingem o planeta de
maneira inclinada e, consequentemente, as temperaturas são menores.
A partir dessa ideia, fica claro que entre dois polos existe uma grande oscilação de temperaturas,
decorrente principalmente do modo e da intensidade com que os raios solares incidem na
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 29
Zonas Polares: os raios solares atingem a superfície terrestre de maneira bastante inclinada,
portanto, as temperaturas são as mais baixas da Terra.
Zona tropical: áreas que recebem luz solar de forma praticamente vertical em sua superfície, o
fato produz regiões com temperaturas elevadas, conhecida como zona tórrida do planeta.
Tipos de Climas
Os climas no mundo são bastante diversificados, provenientes das variadas massas de ar, localização
geográfica, entre outros. No mundo se classificam pelo menos dez climas, os principais são:
Equatorial: possui temperaturas médias acima de 25°C; clima quente e úmido, com índices
pluviométricos anuais acima de 2000 mm.
Tropical: temperatura variando em 20°C no inverno e 25°C no verão, com duas estações bem
definidas, uma seca e outra chuvosa.
Subtropical: possui temperaturas médias entre 15°C e 20°C no verão, e no inverno as médias
variam entre 0°C a 10°C, chuvas bem distribuídas.
Oceânico: recebe influência dos oceanos e mares, tornando os invernos menos rigorosos.
Continental: praticamente não recebe influência dos oceanos, possui um inverno mais rigoroso.
Mediterrâneo: possui invernos chuvosos e verões quentes, com quatro estações bem definidas.
Desértico: as temperaturas médias anuais variam entre 20°C e 30°C, os índices de precipitações
não ultrapassam 250 mm ao ano.
Frio (subpolar): possui índices pluviométricos anuais variando, dependendo da região, entre 200
mm e 1000 mm, características de um inverno negativo e verão com temperaturas por volta de
10°C.
Frio de montanha: temperatura determinada pela altitude, quanto mais alto mais frio, mesmo em
regiões tropicais.
Polar: caracteriza-se por longos invernos e verões secos e curtos, temperaturas anuais sempre
abaixo de zero, e marcante presença de neve e gelo.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 30
Climas do Brasil
O critério utilizado no Brasil para classificar os diferentes tipos de clima relaciona-se à origem,
natureza e, principalmente, movimentação das massas de ar existentes no país (equatoriais,
tropicais e polares). Conforme análises climáticas realizadas no território brasileiro, foi possível
estabelecer seis tipos de climas diferentes, são eles: equatorial, tropical, tropical de altitude,
tropical atlântico, subtropical e semiárido.
Massas de ar
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 31
UNIDADE 09
Fitogeografia (Vegetação)
A vegetação corresponde ao tipo de cobertura vegetal existente nos locais do mundo, as quais
são influenciadas sobretudo pelo clima.
Além dos aspectos climáticos, outros fatores são importantes para o desenvolvimento da
vegetação. São exemplos relevo, hidrografia, solo, pressão atmosférica, altitude, latitude e
movimentação das massas de ar.
Acresce que ações do homem estão causando fortes impactos na vegetação do planeta, desde a
extinção de espécies animais e vegetais, aumento do efeito estufa e aquecimento global.
Esses fatores, determinados por ações destituídas de consciência ambiental, têm sido um dos
temas mais importantes na atualidade. A cobertura vegetal do planeta tem apresentado
mudanças significativas nas últimas décadas e muitas delas podem sofrem com o processo de
extinção.
Classificação da vegetação
Segundo os aspectos que apresentem, a vegetação pode ser:
Arbórea: árvores
Arbustiva: arbustos
Herbácea: ervas, gramíneas
Vocabulário da vegetação
ACICULIFOLIADA: diz-se de plantas com folhas em forma de agulha.
ARBUSTIVA: diz-se de formação vegetal de porte médio.
CONÍFERAS: árvores com aparelho reprodutor em forma de cone (pinheiros).
DECÍDUA: ou de folhas caducas; diz-se de plantas que perdem as folhas em certas épocas do ano.
HIGRÓFILA: diz-se de plantas adaptadas a climas muito úmidos.
LATIFOLIADA: diz-se de vegetais de folhas largas.
ORÓFILA: diz-se de plantas adaptadas às grandes altitudes.
PERENE: diz-se de floresta sempre verde, que não perde as folhas em nenhuma estação.
TROPÓFILA: diz-se de planta acostumada a alternância de uma estação seca e outra chuvosa.
VEGETAÇÃO HETEROGÊNEA: vegetação constituída de grande variedade de espécies.
VEGETAÇÃO HOMOGÊNEA: vegetação constituída de poucas ou de uma única espécie.
XERÓFITA: diz-se de planta adaptada a ambientes secos (climas áridos ou semiáridos). Pode
desenvolver espinhos no lugar de folhas, para diminuir a transpiração, por exemplo.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 32
A palavra fitogeografia quer dizer geografia dos vegetais ou como eles estão dispersos e
classificados ao longo de um território. As vegetações presentes no planeta são derivadas de
uma série de elementos, tais como luminosidade, temperatura, variedade de solo e umidade.
Os elementos que mais determinam uma vegetação são o clima e o solo, esses são responsáveis
pela variedade de espécies da flora. Um exemplo disso são as zonas intertropicais que, em razão
do calor e da umidade, apresentam grandes florestas.
Os vegetais são distintos por causa de muitos fatores, um deles é proveniente da quantidade de
água que determinadas plantas necessitam para sua manutenção. Nesse caso, existem três tipos
distintos: as higrófilas, que se proliferam em ambientes com grande concentração de umidade; as
hidrófilas, que representam o grupo de vegetais que é adaptado à água; e as xerófilas, que
sobrevivem com a escassez de água.
No caso das vegetações presentes no território brasileiro, é bom ressaltar que o fato de estudar
as coberturas vegetais do Brasil não quer dizer que essas estão com seu aspecto natural, diante
disso, o que é abordado é o estudo dos aspectos vegetativos originais, pois o espaço geográfico
do país vem passando por uma série de transformações para atender aos interesses e às
atividades humanas.
O território brasileiro abriga uma variedade de coberturas vegetais proveniente de muitos fatores,
entre os principais estão: a localização geográfica onde há uma elevada temperatura, além de
possuir uma extensa área de aspecto continental, que também proporciona uma diversidade de
fusos, climas, vegetações entre outros.
Apesar da grande diversidade natural da flora presente no Brasil, atualmente existe somente 60%
de áreas conservadas, isso para atender às atividades produtivas, como a produção
agropecuária, o processo de urbanização e o extrativismo (vegetal, mineral e animal).
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 33
O que é bioma?
O bioma, de acordo com o IBGE, pode ser definido como o conjunto de vida vegetal e animal
presentes em um ambiente que possui condições naturais (clima, relevo, características
geológicas) parecidas e que historicamente foi influenciado pelo mesmo processo de formação.
É comum vermos em livros e materiais didáticos a adoção do conceito de bioma como sendo
sinônimo de ecossistema. Contudo, diferentemente do ecossistema, que leva em consideração
as interações entre os seus elementos, a classificação de bioma engloba essencialmente as
características da vegetação, da fauna e do ambiente em que estão inseridas.
Tundra: Localiza-se no extremo norte e sul da Terra, sendo muito encontrada no norte do
Canadá, da Europa e da Ásia e nas partes descongeladas da Antártica. Por estar localizada nas
zonas polares, apresenta as temperaturas mais baixas do planeta, pouca pluviosidade e dias e
noites com longa duração, dependendo da estação estudada (no inverno, as noites são mais
longas; e no verão, o dia possui uma maior duração). Como na maior parte do tempo o solo é
recoberto por gelo, a vegetação é escassa, composta principalmente por musgos e líquens, que
brotam no verão e praticamente desaparecem no inverno. A fauna é composta por animais
adaptados ao frio, como os ursos-polares (no Ártico), pinguins (na Antártica) ou animais que
migram para essa região atraídos por sua escassa vegetação no verão.
Taiga: Localiza-se em latitudes elevadas, ao sul das áreas de Tundra, e ocorre na maior parte do
território canadense, no norte da Europa e da Rússia. A vegetação é pouco diversificada, sendo
composta principalmente por coníferas, que possuem folhas em forma de agulhas (aciculares)
recobertas por uma cera que conserva a umidade e o calor, evitando, assim, o seu congelamento
no inverno. A fauna é composta por diversas espécies de insetos, aves, renas, alces, veados,
ursos, raposas e morcegos.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 36
Floresta Temperada: Origina-se nas zonas temperadas, principalmente nos países da América do
Norte, Europa e em alguns países da Ásia. Em virtude da existência das quatro estações do ano
bastante definidas, a vegetação é abundante e diversificada, possuindo espécies de diversos
tamanhos, cascas grossas e folhas largas que caem durante o outono e brotam na primavera. A
fauna é muito diversificada, com a presença de grandes mamíferos: como ursos e leões da montanha
e animais herbívoros, como cervos, coelhos, camundongos, toupeiras, insetos, caramujos etc.
Floresta Equatorial: Localizada em zonas tropicais bem próximas à linha do equador, com clima
muito úmido e quente e pouca amplitude térmica. A vegetação é densa (apresenta árvores de
grande, médio e pequeno porte), latifoliada (com folhas largas e grandes), perene (as folhas não
caem no outono) e, em muitos casos, adaptada à umidade (hidrófila). Apresenta uma das maiores
biodiversidades de animais, plantas e insetos do mundo.
Campos: Muito comuns em área de clima subtropical e de relevos em que predominam as planícies.
São muito encontrados nos Estados Unidos, no sul do Brasil e em algumas regiões da Ásia. Em
virtude da irregularidade das chuvas, esse bioma possui poucas, ou nenhuma, espécies herbáceas e
arbóreas, sendo constituído principalmente por gramíneas e outras plantas que se adaptam a esse
tipo de clima. A fauna dessa região não é tão diversificada. Nos campos norte-americanos,
encontram-se espécies de antílopes, bisões, roedores, muitos insetos, gaviões e corujas. No Brasil,
os pampas abrigam vários animais, como as garças, marrecos, veados, lontras e capivaras.
Desertos: Localizam-se em áreas de clima árido ou desértico, com pouca umidade e chuvas
irregulares, solos arenosos e uma escassa vegetação, que está adaptada à baixa umidade
(xerófilas). A fauna dessa região também está adaptada à pouca umidade, com predomínio de
espécies de répteis (lagartos, cobras etc.), insetos, camelos (presentes na Ásia, África e Oceania)
e outros. Os principais desertos do mundo são: o deserto do Saara, o deserto do Kalahari, o
deserto de Gobi e o grande deserto australiano.
Com a alteração provocada pelo desenvolvimento das atividades humanas, a maioria dos biomas
do planeta Terra encontra-se ameaçado de extinção. A destruição parcial dos biomas pode
comprometer o equilíbrio ecológico dos ecossistemas que os compõem, provocando a destruição
de habitat e a extinção de animais e plantas. Assim, é essencial que o ser humano procure
promover um desenvolvimento sustentável de suas atividades para não comprometer a existência
das várias espécies de plantas e animais que habitam os diversos biomas mundiais e que são
essenciais para o desenvolvimento da vida humana no planeta.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 37
A cobertura vegetal nativa de uma determinada região está diretamente ligada às características
do clima que abrange o espaço. Dessa forma, algumas espécies vegetais conseguem
desenvolver positivamente em condições climáticas de característica úmida, ao contrário de
outras que se adaptam a condições mais secas.
Assim como o clima influencia na formação vegetal, essa influencia no clima em determinados
lugares do mundo. Um exemplo disso são as florestas tropicais e equatoriais da Amazônia na
América do Sul, floresta do Congo na África que são responsáveis por emitir enormes percentuais
de umidade para a atmosfera, isso ocorre com a transpiração das folhas dos vegetais das
florestas, ou seja, evapotranspiração.
UNIDADE 10
Hidrografia
Conhecer as partes de um rio ajuda-nos a analisar a dinâmica dos cursos d'água de maneira mais
profunda e completa.
Conhecer as partes de um rio é importante para analisar qualquer rede ou bacia hidrográfica
Rio é um curso de água natural que corre de uma parte mais elevada para uma mais baixa e que
deságua em outro rio, no mar ou em um lago. No Brasil, há uma grande variedade de
denominações para os cursos d'água: rio, riacho, ribeirão, córrego etc.
Os rios são de grande importância para a organização do espaço geográfico. Podem ser usados
para a irrigação, geração de energia elétrica, via de transporte e abastecimento de residências e
empresas. Além disso, a pesca constitui uma importante atividade econômica e fonte de alimento
para diversas famílias. Por essa razão, é indispensável conhecer melhor esses cursos d'água.
Partes de um rio
Nascente: é o local onde a água subterrânea atinge a superfície, dando origem a um curso
d’água. O ponto onde a água aflora é também chamado de olho d’água, mina, fonte, bica ou
manancial;
Leito: é o espaço ocupado pelas águas, isto é, é o caminho que o rio percorre;
Margem: é o local onde a água se encontra com a terra. Costuma-se utilizar esse termo em
referência à beira da água de um rio ou de um lago quando se encontra com a terra;
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 39
Afluente: é o curso d’água que deságua em um rio principal ou em um lago. São os afluentes
que alimentam o rio principal;
Confluência: é o ponto de junção entre dois fluxos d'água, que se reúnem para formar um novo
rio;
Foz ou embocadura: é o local onde uma corrente de água, como um rio, deságua. Sendo assim,
um rio pode ter como foz outro rio, um grande lago, uma lagoa, um mar ou o oceano;
Além das partes dos rios, há outros conceitos relacionados com a Hidrografia que são essenciais
para conhecer melhor os cursos d'água.
Rios de planalto: correm em terras altas, geralmente são caudalosos, apresentam quedas de
água e podem ser aproveitados para geração de energia elétrica ou para o turismo;
Rios de planície: correm em áreas planas e são bons para a navegação quando não há
obstáculos.
Rio Araguaia – um dos principais rios que compõem a Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia.
Bacia Hidrográfica, também conhecida como bacia de drenagem, consiste em uma porção da
superfície terrestre drenada por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. O Brasil, em
virtude de sua grande extensão territorial, apresenta 12 grandes bacias hidrográficas, de acordo
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Conselho Nacional de Recursos
Hídricos (CNRH), que são os órgãos nacionais responsáveis pelo planejamento ambiental e o uso
racional da água. Essas bacias de drenagem são delimitadas pela topografia do terreno.
Bacia Hidrográfica Amazônica: com sete milhões de quilômetros quadrados, essa é a maior
bacia hidrográfica do mundo. No Brasil, ela compreende uma área de 3.870.000 km², estando
presente nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Pará.
Bacia Hidrográfica do São Francisco: com aproximadamente 640 mil quilômetros quadrados,
essa bacia hidrográfica tem como principal rio o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra
(MG) e percorre os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe até a foz, na divisa entre
esses dois últimos estados.
Bacia Hidrográfica do Parnaíba: está presente nos estados do Piauí, Maranhão e na porção
extremo oeste do Ceará, totalizando uma área de 344.112 quilômetros quadrados.
Bacia Hidrográfica Atlântico Leste: com extensão de 374.677 quilômetros quadrados, essa
bacia hidrográfica engloba os estados de Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. Em sua
região é possível encontrar fragmentos de Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e vegetação
costeira.
Bacia Hidrográfica Atlântico Sudeste: presente nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, a região hidrográfica Atlântico Sudeste apresenta 229.972
quilômetros quadrados. Ela é formada pelo rio Doce, Itapemirim, São Mateus, Iguape, Paraíba do
Sul, entre outros.
Bacia Hidrográfica Atlântico Sul: com área de 185.856 quilômetros quadrados, essa bacia
hidrográfica nasce na divisa entre os estados de São Paulo e Paraná, percorrendo até o Rio
Grande do Sul. Com exceção do Itajaí e Jacuí, os rios que formam essa bacia de drenagem são
de pequeno porte.
Bacia Hidrográfica do Uruguai: é composta pela junção dos rios Peixe e Pelotas. Com área de
174.612 quilômetros quadrados, essa bacia hidrográfica está presente nos estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina. Possui grande potencial hidrelétrico, além de ser importante
para a irrigação nas atividades agrícolas da região.
Bacia Hidrográfica do Paraguai: no Brasil, essa bacia hidrográfica está presente nos estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, englobando uma área de 361.350 quilômetros quadrados.
Tem como principal rio o Paraguai, que nasce na Chapada dos Parecis (MT). Possui grande
potencial para a navegação.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 42
BIBLIOGRAFIA
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<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/>.
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FREITAS, Eduardo de. "A relação entre vegetação, clima e solo "; Brasil Escola. Disponível em
<https://brasilescola.uol.com.br/geografia/a-relacao-entre-vegetacao-clima-solo.htm>. Acesso em
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FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. "Principais bacias hidrográficas do Brasil "; Brasil Escola.
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“Ensinar de fato
não é passar
conhecimento,
mas estimular o
aluno a buscá-lo.”
John Milton Gregory