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NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 1

EXTENSIVO PRÉ-IFMG/COLUNI
CICLO I - 2022

GEOGRAFIA
Sebastião M. Gonçalves
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 2

Prezado aluno,

É com muita satisfação que lhe apresento o nosso material de estudos


de GEOGRAFIA. Durante este curso EXTENSIVO para a prova do
IFMG/COLUNI, trabalharemos com as atividades propostas nesta apostila e
material complementar que será entregue em sala de aula (conforme
conteúdo estudado).
Pensando no prazo e nas exigências do edital, seguem algumas dicas
importantes para nos organizarmos em nossa jornada de estudos
orientados:

DESENVOLVA, NÃO PESQUISE RESPOSTAS!


Procure desenvolver as atividades propostas sem recorrer a
gabaritos prontos da internet. O desenvolvimento tornará o
processo de aprendizagem mais consistente e produtivo.
FOQUE NOS ESTUDOS, EVITE DISTRAÇÕES!
As atividades de interpretação de texto exigem concentração,
evite interrompê-las de forma desnecessária.
ANOTE AS DICAS DO PROFESSOR!
Além desta apostila e do material complementar, anote as dicas
que o professor dispor no quadro.
DEDIQUE-SE A LEITURA!
Para interpretar corretamente, antes de qualquer coisa o aluno
precisa ser um bom leitor. Neste período, dedique-se a leitura de
jornais, revistas, livros, etc.

Seja bem-vindo ao nosso núcleo de capacitação!

Bons estudos! Tião Gonçalves!


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UNIDADE 01
Ciência Geográfica

Os estudos de Geografia envolvem a compreensão do espaço a partir da relação dialógica entre


o homem e o meio.

A Geografia estrutura-se a partir da relação entre sociedade e espaço

A Geografia é a ciência responsável por compreender o espaço e a relação que ele possui com o
ser humano. Dizer que a Geografia é uma ciência implica considerar que ela possui as suas
próprias perspectivas metodológicas e o seu objeto de estudo, sendo uma área abrangente do
conhecimento e responsável por influenciar várias aplicabilidades, além de possuir várias
subáreas.

O que a Geografia estuda?


A Geografia estuda o espaço geográfico, ou seja, todo o espaço terrestre produzido pelo homem ou
que possui direta ou indireta relação com este. Sendo assim, o estudo das sociedades urbana e
rural, o uso e apropriação dos recursos naturais e as dinâmicas naturais fazem parte dos estudos
geográficos. Em termos gerais, a Geografia costuma ser dividida em Regional e Geral, sendo essa
última novamente subdividida em Física e Humana, muito embora os geógrafos venham
procurando, cada vez mais, estabelecer uma correlação entre os fenômenos humanos e naturais.
No organograma a seguir, podemos ter uma melhor noção da estruturação da Geografia.

Esquema simplificado da estrutura da Geografia

A Geografia Regional, como o próprio nome aponta, parte de estudos localizados, regionais,
pautando-se mais pelas características específicas dos locais do que por generalizações ou
raciocínios universais. Algumas correntes de pensamento, inclusive, acreditam na concepção de
unir o todo pelas partes, ou seja, sistematizar os conhecimentos regionais para, a partir deles,
compreender todo o mundo. Esse pensamento difundiu-se através de Vidal de La Blache, um
importante geógrafo francês do final do século XIX e início do século XX.
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A Geografia Física, por sua vez, estuda o relevo terrestre, bem como a intervenção da ação
humana sobre ele, atuando também em sistemas de planejamento ambiental, agrário e urbano.
Essa área sistematiza-se a partir da compreensão de quatro grandes compartimentações da
realidade: a litosfera (camada rochosa da Terra), a hidrosfera (os cursos d'água), a atmosfera (o
clima e seus efeitos) e a biosfera (as vegetações e a distribuição dos seres vivos).

Já a Geografia Humana é pautada em compreender a reprodução das atividades humanas


sobre o espaço, como o crescimento das cidades, a dinâmica do espaço econômico, o meio
agrário e rural, as dinâmicas demográficas, entre outros temas.

Além disso, existem alguns conceitos que, juntamente ao espaço geográfico, constituem-se como
o cerne do pensamento geográfico, com destaque para os seguintes temas: território, lugar,
paisagem e região.

O território é, basicamente, o espaço apropriado pelas relações de poder ou pertencimento. Ele


pode apresentar fronteiras naturais, políticas e culturais, nem sempre fixas ou plenamente
visíveis. Ele possui diferentes formas que variam com o tempo e com a área de abrangência,
além de também se apresentar estruturado em redes, a exemplo dos territórios dos traficantes,
que se estruturam em células interligadas que se constituem em diferentes lugares.

O lugar forma um característica mais compreensiva, sendo considerado como o espaço


conforme a percepção humana, constituindo-se a partir de relações de afeição e identidade. Um
exemplo de lugar, para uma pessoa, é a fazenda onde ela passou a infância ou a rua onde se
encontrava a sua escola.

A paisagem é, grosso modo, a expressão externa no espaço ou a forma como este é apreendido
pelos sentidos humanos: visão, audição, paladar, tato e olfato. Ela representa tudo aquilo que o
ser humano pode ver, tocar, cheirar, sentir e experimentar. Alguns exemplos são a paisagem das
cidades, do meio rural, das construções, entre outras.

A região é a compartimentação do espaço a partir de um critério previamente estabelecido. É


possível regionalizar, por exemplo, a área de uma cidade conforme a renda média dos habitantes
ou com base nos diferentes costumes culturais ou feições do relevo. Trata-se, então, de uma
apreensão intelectual da realidade.

Além desses conceitos, existiram ou ainda existem outras importantes categorias da Geografia,
como a posição geográfica, a localização, os gêneros de vida, o cotidiano, entre inúmeras outras.
A Geografia é, assim, uma ciência ampla que carrega consigo a importante missão de revelar as
diferentes características sociais e naturais reproduzidas no âmbito do espaço terrestre.

Antes de olhar para os dados representativos da população brasileira – que foram atualizados
recentemente após a realização do censo 2010, é importante ressaltar que mais do que uma
série de observações e dados quantitativos, as informações do censo são utilizadas como
referência para a formação de políticas públicas nas mais diferentes áreas da sociedade e
segmentos da economia, apontando as fragilidades, potenciais e a evolução histórica dos
aspectos mais importantes de nossa sociedade.
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Regiões Brasileiras
O Brasil segue, atualmente, a divisão regional
estabelecida em 1970, que divide o país em cinco
regiões: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sul e Sudeste.
O Brasil possui 26 estados que compõem as Unidades
Federativas, juntamente com o Distrito Federal.
O Brasil é um país com enorme extensão territorial:
apresenta área de 8.514.876 km², sendo seu território
dividido em Regiões.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é


o órgão responsável pela divisão regional do território
brasileiro. Para reunir estados em uma mesma região
são utilizados critérios como semelhanças nos aspectos
físicos, humanos, culturais, sociais e econômicos.

Muitas divisões regionais do território brasileiro já foram estabelecidas ao longo da história,


atualmente está em vigor a divisão estabelecida no ano de 1970, que é composta por cinco
Regiões: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sul e Sudeste.

A Região Centro-Oeste é composta pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
pelo Distrito Federal. Sua área é de 1.604.850 km², ocupando aproximadamente 18,8% do território
do Brasil, tendo a segunda maior extensão territorial entre as regiões brasileiras, sendo menor
apenas que a Região Norte. Conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população total do Centro-Oeste é de 14.058.094
habitantes, cuja densidade demográfica é de 8,7 habitantes por quilômetros quadrados.

O Nordeste brasileiro é formado pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Sua área é de 1.554.257,0 km². Abriga uma
população de aproximadamente 53.081.950 habitantes, esses estão distribuídos em nove estados.
O grande número de cidades litorâneas contribui para o desenvolvimento do turismo na região.

A Região Norte é composta pelos estados de Roraima, Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
Rondônia e Tocantins. Está localizada entre o maciço das Guianas, ao norte; o Planalto Central,
ao sul; a cordilheira dos Andes, a oeste; e o oceano Atlântico, a noroeste. Sua extensão territorial
é de 3.853.397,2 km², sendo a maior região do Brasil, corresponde a aproximadamente 42% do
território nacional. Possui uma população de cerca de 15,8 milhões de habitantes.

Os estados que formam a região Sudeste são: Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de
Janeiro. Situa-se na parte mais elevada do Planalto Atlântico, onde estão as serras da
Mantiqueira, do Mar e do Espinhaço. Sua extensão territorial é de 924.511,3 km². Abriga uma
população de 80.364.410 habitantes, correspondendo a aproximadamente 40% do
contingente populacional brasileiro. A densidade demográfica é de 87 habitantes por quilômetro
quadrado, sendo a região mais populosa e povoada do país.

O Sul do Brasil é formado pelos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Sua
extensão territorial é de 576.409,6 km². Sua população é estimada em 27,3 milhões de
habitantes.
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Regionalização no Brasil
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UNIDADE 02
Cartografia I

Orientação e Localização
A orientação pelos astros e estrelas é uma maneira primitiva de orientação geográfica.

Orientação pelo sol

Uma das maneiras mais primitivas de orientação era realizada através da observação de astros e
estrelas, no decorrer de muito tempo os viajantes usaram com frequência esse artifício, as
principais referências eram o Sol, a Lua e as estrelas. No entanto, a localização não era precisa
como as fornecidas por instrumentos de orientação modernos.

É possível se orientar sem possuir em mãos instrumentos de orientação como bússola, GPS,
mapas entre outros. A pessoa deve saber em que direção nasce o sol (leste). A partir daí é
possível posicionar o braço direito em direção ao sol, a parte frontal da pessoa corresponde ao
norte, automaticamente o sul se encontra atrás e, consequentemente, o oeste encontra-se na
direção do braço esquerdo, na qual o sol se põe.

A orientação realizada através da observação das estrelas tem seu uso difundido entre pessoas
do campo, pescadores e navegadores, essas geralmente conhecem as características gerais do
céu durante a noite, no entanto, existem diferenças entre os hemisférios em relação às
constelações. No hemisfério norte a orientação ocorre por meio da constelação Estrela Polar e no
hemisfério sul, pelo Cruzeiro do Sul.

Norte, Sul, Leste e Oeste são os quatro pontos cardeais.


Os pontos cardeais possuem pontos colaterais que são: sudeste, nordeste, noroeste e sudoeste.
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A necessidade de localizar-se e orientar-se no espaço geográfico é de grande relevância para o


homem e suas atividades em diferentes períodos da humanidade. Todos os meios de orientação,
desde a utilização de astros e estrelas até o GPS (Sistema de Posicionamento Global),
contribuíram com as navegações em busca de novas terras, com as rotas comerciais, guerras e
muitas outras aplicações.

Coordenadas Geográficas
As coordenadas geográficas servem para descrevermos a localização de qualquer ponto da
superfície terrestre.

As coordenadas geográficas são importantes elementos de localização

As Coordenadas Geográficas formam um sistema de localização que se estrutura através de


linhas imaginárias, traçadas paralelamente entre si nos sentidos norte-sul e leste-oeste, medidas
em graus. Com a combinação dessas linhas, criam-se “endereços” específicos para cada ponto
do mundo, permitindo a sua identificação precisa.

Essas linhas imaginárias são chamadas de paralelos e meridianos, e suas medidas em graus
são, respectivamente, as latitudes e as longitudes. Os paralelos cortam a Terra
horizontalmente, no sentido leste-oeste, enquanto os meridianos cortam a Terra verticalmente. A
junção dessas linhas é o fator responsável pela existência das coordenadas geográficas.

O principal paralelo é a Linha do Equador, pois representa a faixa da Terra que se encontra a
uma igual distância dos polos norte e sul. Já o principal meridiano é o de Greenwich e foi
escolhido a partir de uma convenção, realizada na cidade de Washington D.C., nos Estados
Unidos, no ano de 1884. Essas duas linhas representam o marco inicial da contagem das
latitudes e das longitudes.

Por esse motivo, tudo o que se encontra exatamente sobre a Linha do Equador possui uma
latitude 0º, aumentando à medida que se desloca para o norte e diminuindo à medida que se
desloca para o sul. Assim, as latitudes são a distância em graus de qualquer ponto da Terra
em relação à Linha do Equador. Suas medidas vão de -90º até 90º.
Da mesma forma acontece com o Meridiano de Greenwich em relação às longitudes. Tudo que
estiver sobre essa linha possui 0º de longitude, aumentando à medida que nos deslocamos para
leste e diminuindo à medida que nos deslocamos para oeste. Por isso, as longitudes são a
distância em graus de qualquer ponto da Terra em relação ao Meridiano de Greenwich.
Suas medidas vão de -180º até 180º.

Observação: É a partir das longitudes que são traçados os fusos horários.


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Diante desse conceito, podemos concluir que as latitudes negativas estão sempre se referindo a
lugares localizados no Hemisfério Sul, também chamado de Austral ou Meridional. As latitudes
positivas, obviamente, referem-se a lugares posicionados no Hemisfério Norte, também chamado
de Boreal ou Setentrional. Já as longitudes negativas fazem referência a pontos posicionados no
Hemisfério Oeste ou Ocidental, enquanto as longitudes positivas são relativas a pontos
localizados no Hemisfério Leste ou Oriental.

O mapa a seguir fornece as coordenadas geográficas globais estabelecidas a partir da


combinação das latitudes e das longitudes.

As coordenadas geográficas permitem a localização dos diferentes pontos no mapa

Acima, temos a representação de cinco pontos diferentes. Observando as suas latitudes e


longitudes, podemos, então, descrever as coordenadas geográficas de cada um deles, indicando
os seus hemisférios (Norte: N. Sul: S. Leste: E. Oeste: W).

Ponto A: Ponto B: Ponto C: Ponto D: Ponto E:


Lat.: -20º ou 20ºS Lat.: -40º ou 40ºS Lat.: -20º ou 20ºS Lat.: 0º Lat.: 40º ou 40ºN
Long.: -60º ou 60ºW Long.: 0º Long.: 90º ou 90ºE Long.: 0º Long.: 120º ou 120ºE

Observe que todos os pontos da superfície localizam-se em pelo menos dois hemisférios. O
território brasileiro, nesse caso, encontra-se em três hemisférios: uma pequena parte no norte,
uma grande parte no sul e todo ele no oeste.
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Movimentos da Terra
Ao todo, existem catorze movimentos da Terra. Alguns interferem diretamente na vida em
sociedade, outros, nem tanto.

A Terra realiza vários movimentos

O planeta Terra não é estático no universo, assim como acontece com todos os corpos celestes.
Ele realiza uma série de movimentos envolvendo a órbita em torno de si mesmo, ao redor do sol,
em conjunto com a Via Láctea e com o próprio universo. Portanto, estudar esses movimentos
significa entender uma parte da dinamicidade do espaço sideral.

Os principais movimentos da Terra, isto é, aqueles que possuem um efeito direto mais notório em
nossas vidas, são a rotação e a translação.

A rotação é o movimento que a Terra realiza em torno de si mesma, circulando ao redor do seu
eixo imaginário central durante um período aproximado de 24 horas, com uma velocidade de
1.666 km/h. A rotação ocorre no sentido anti-horário, ou seja, de oeste para leste, o que faz com
que o movimento aparente do sol seja de leste (nascente) para oeste (poente). A principal
consequência desse movimento é a sucessão dos dias e das noites.

A translação é o movimento elíptico que a Terra executa ao redor do sol, com uma duração de
365 dias, 5 horas e 48 minutos em uma velocidade de 107.000 km/h. Quando a Terra termina
uma volta completa em relação ao sol, dizemos que se passou um ano. A principal consequência
desse movimento é a origem das estações do ano, que ocorrem pelo fato de o eixo do planeta
apresentar uma inclinação de 23º27', ocasionando a sucessão dos solstícios e dos equinócios.
O movimento de translação também é chamado de revolução.
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UNIDADE 03
Cartografia II

Fusos Horários
O fuso horário é determinado pelo meridiano de Greenwich, ao total existem 24 fusos horários.

Mapa dos Fusos Horários

Os fusos horários, também denominados zonas horárias, foram estabelecidos através de uma
reunião composta por representantes de 25 países em Washington, capital estadunidense, em
1884. Nessa ocasião foi realizada uma divisão do mundo em 24 fusos horários distintos.

A metodologia utilizada para essa divisão partiu do princípio de que são gastos, aproximadamente,
24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para que a Terra realize o movimento de rotação, ou
seja, que gire em torno de seu próprio eixo, realizando um movimento de 360°. Portanto, em uma
hora a Terra se desloca 15°. Esse dado é obtido através da divisão da circunferência terrestre
(360°) pelo tempo gasto para que seja realizado o movimento de rotação (24 h).

O fuso referencial para a determinação das horas é o Greenwich, cujo centro é 0°. Esse
meridiano, também denominado inicial, atravessa a Grã-Bretanha, além de cortar o extremo oeste
da Europa e da África. A hora determinada pelo fuso de Greenwich recebe o nome de GMT. A
partir disso, são estabelecidos os outros limites de fusos horários.

A Terra realiza seu movimento de rotação girando de oeste para leste em torno do seu próprio
eixo, por esse motivo os fusos a leste de Greenwich (marco inicial) têm as horas adiantadas (+);
já os fusos situados a oeste do meridiano inicial têm as horas atrasadas (-).

Alguns países de grande extensão territorial no sentido leste-oeste apresentam mais de um fuso
horário. A Rússia, por exemplo, possui 11 fusos horários distintos, consequência de sua grande
área. O Brasil também apresenta mais de um fuso horário, pois o país apresenta extensão
territorial 4.319,4 quilômetros no sentido leste-oeste, fato que proporciona a existência de quatro
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fusos horários distintos, no entanto, graças ao Decreto n° 11.662, publicado no Diário Oficial de
25 de abril de 2008, o país passou a adotar somente três.
A compreensão dos fusos horários é de extrema importância, principalmente para as pessoas que
realizam viagens e têm contato com pessoas e relações comerciais com locais de fusos distintos
dos seus, proporcionado, portanto, o conhecimento de horários em diferentes partes do globo.

Fusos Horários no Brasil


O Brasil, desde setembro de 2013, possui novamente quatro fusos horários.

O horário no Brasil altera-se em quatro zonas diferentes

Como a Terra leva aproximadamente vinte e quatro horas para completar o ciclo do movimento
de rotação – que resulta na existência alternada entre dias e noites –, o planeta é dividido em 24
fusos horários, em que cada fuso representa uma hora em sua área de abrangência. Essa
contagem é feita a partir do Meridiano de Greenwich, uma linha imaginária estabelecida por
convenção e que “corta” a cidade de Londres e toda a sua extensão em direção ao sul.

Dessa forma, todos as localidades que se encontram a leste (oriente) em relação a Greenwich
tem suas horas somadas pelo número de fusos de distância, enquanto tudo o que se encontra a
oeste (ocidente) tem suas horas diminuídas.

O território brasileiro, por se encontrar no hemisfério ocidental, possui o seu horário atrasado em
relação ao meridiano mencionado. Além disso, em razão de o país possuir uma ampla extensão,
sua localização é dividida em quatro fusos horários, cuja demarcação oficial (a hora legal) é
estabelecida conforme o mapa a seguir:
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Mapa com os fusos horários brasileiros.


As linhas representam a hora real, e as cores indicam a hora legal.
As linhas verticais traçadas acima representam o horário “real” dos fusos, isto é, a hora exata em
relação ao distanciamento de cada um dos fusos horários. No entanto, se essa divisão fosse
adotada à risca, ficaria muito complicado para certas localidades que estariam posicionadas em
dois fusos diferentes ao mesmo tempo. Por isso, estabelece-se no Brasil – e também no mundo –
a hora legal, que é adotada oficialmente pelos governos, representada pelas diferenças de cores
no mapa acima.

O primeiro fuso horário brasileiro encontra-se duas horas atrasado em relação ao Meridiano de
Greenwich e uma hora adiantado em relação ao horário de Brasília. Esse fuso abrange apenas
algumas ilhas oceânicas pertencentes ao Brasil, como Fernando de Noronha e Penedos de São
Pedro e São Paulo.

O segundo fuso horário do país encontra-se três horas atrasado em relação a Greenwich e
abrange a maior parte do território nacional, com a totalidade das regiões Nordeste, Sudeste e
Sul, além dos estados do Pará, Amapá, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal. É o horário oficial
de Brasília.

O terceiro fuso horário encontra-se quatro horas atrasado em relação a Greenwich e uma hora
em relação ao horário de Brasília. No horário de verão, essa diferença aumenta para duas horas,
em relação ao horário de Brasília, nos estados de Roraima, Rondônia e Amazonas(que não
adotam esse horário especial) e permanece igual no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (estados
que adotam o horário de verão).

O quarto fuso horário encontra-se cinco horas atrasado em relação a Greenwich e duas horas
em relação ao horário de Brasília, aumentando para três horas durante o horário de verão.
Abrange somente o estado do Acre e uma pequena parte oeste do Amazonas. Esse fuso foi
extinto no ano de 2008, onde a área passou a integrar o fuso de -4, no entanto, em setembro de
2013, essa extinção foi revogada após aprovação em um referendo promulgado em 2010.
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UNIDADE 04
Cartografia III

Elementos de um mapa
Os elementos de um mapa são: título, legenda, escala, orientação e projeção cartográfica. Todos
eles ajudam-nos a ler e a compreender as representações que os mapas possuem.

Os mapas são formas de linguagem e possuem diferentes elementos para a sua comunicação

São vários os elementos de um mapa, isto é, aqueles itens e símbolos necessários para que
uma mera figura possa ser diferenciada de um verdadeiro mapa ou cartograma, que é feito com
rigor científico para representar uma determinada área da superfície terrestre. Em geral, os
mapas costumam apresentar as seguintes composições: título, orientação, legenda, escala e
projeção cartográfica.

Esses são elementos obrigatórios de um mapa, embora nem sempre estejam presentes em todos
os mapas que vemos por aí. De toda forma, para melhor interpretarmos as informações
cartográficas, é preciso conhecer esses instrumentos, procurando saber o que eles são, o que
indicam e quais são as suas funções no processo de comunicação, haja vista que os mapas
também são formas de linguagem.

Observemos, no mapa a seguir, como se apresentam as diferentes partes de um mapa:

Exemplo de mapa demográfico do Brasil elaborado pelo IBGE


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Título: O título, que por vezes vem acompanhado de um subtítulo, é o indicador do tema
retratado, quando se trata de um mapa temático. Em mapas históricos, o título também costuma
indicar o ano ou período do espaço representado. Para que se faça uma correta leitura de
qualquer cartograma, a primeira coisa a se fazer é sempre ler o título e compreender o que ele
indica.

Orientação: é importante no sentido de apontar a direção do mapa, indicando-nos para que lado
fica o norte e, consequentemente, os demais pontos cardeais. Ela pode apresentar-se com
uma rosa dos ventos completa ou apenas com uma seta indicando o norte geográfico. A
importância da orientação se dá, principalmente, em mapas que representam áreas muito
restritas, quando não conseguimos perceber facilmente para que lado o mapa está apontando.

Fonte: elaborada pelas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A fonte do
mapa é: Nome Completo do Autor, data que foi realizado e o local do mapa. Veja o exemplo:
IBGE. Atlas Geográfico Escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p.113.

Escala: indica a relação matemática entre o espaço real e a representação desse espaço no
mapa. Ela, portanto, aponta a quantidade de vezes que uma área teve de ser reduzida para caber
no local em que o mapa está representado. As escalas podem ser gráficas ou numéricas (ambas
presentes no exemplo acima). A escala numérica apresenta-se em números de uma divisão, e a
escala gráfica apresenta-se conforme uma representação de linhas e traços.

Legenda: As legendas são os significados dos símbolos existentes nos mapas. Esses símbolos
podem apresentar-se em forma de cores, ícones, hachuras, pontos, linhas e outros. Alguns
desses símbolos apresentam padronizações, como o azul para representar a água; o verde, para
as florestas e áreas verdes, linhas com traços para representar ferrovias; aviões para representar
aeroportos, entre outros inúmeros exemplos.

Escala Cartográfica
A escala cartográfica é fundamental para entendermos a proporção entre o espaço real e a sua
representação no mapa.

As escalas são importantes elementos cartográficos

A escala cartográfica é um importante elemento presente nos mapas, sendo utilizada para
representar a relação de proporção entre a área real e a sua representação. É a escala que indica
o quanto um determinado espaço geográfico foi reduzido para “caber” no local em que ele foi
confeccionado em forma de material gráfico.
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Sabemos que os mapas são reproduções reduzidas de uma determinada área. Mas essa redução
não ocorre de forma aleatória, e sim de maneira proporcional, ou seja, resguardando uma relação
entre as medidas originais e suas representações. A expressão numérica dessa proporção é a
escala.

Por exemplo: se uma escala de um determinado mapa é 1:500, significa que cada centímetro do
mapa representa 500 centímetros do espaço real. Consequentemente, essa proporção é de 1 por
500.

Existem, dessa forma, dois tipos de escala, isto é, duas formas diferentes de representá-la:
a escala numérica e a escala gráfica. A numérica, como o próprio nome sugere, é utilizada
basicamente por números; já a gráfica utiliza-se de uma esquematização.
A escala numérica representa em forma de fração a proporção da escala, havendo, dessa
maneira, o seu numerador e o seu denominador. Confira:

Exemplo de escala numérica e os seus termos

No esquema acima, podemos notar que o numerador representa a área do mapa e o


denominador a área real. Convém, geralmente, deixar o numerador sempre como 1, para assim
sabermos quanto cada unidade do mapa equivale. Quando ela não possui a medida indicada
(cm, m, km) em sua notação, significa, por convenção, que ela está em centímetros. Caso
contrário, essa unidade de medida precisa ser apontada.
Já a escala gráfica representa diretamente o espaço relacional e suas medidas.

Exemplos de escala gráfica

Nos esquemas acima, podemos perceber que cada intervalo entre um número e outro representa
uma distância específica, que é devidamente apontada pela escala. Esse tipo de escala possui o
mérito de aumentar e reduzir juntamente ao mapa. Assim, se eu transferir um mapa que estava
em um papel menor para um pôster grande, a escala continuará correta, o que não aconteceria
com a escala numérica, que, nesse caso, teria de ser recalculada.

Escala grande, escala pequena... Qual é a diferença?


Imagine que todo mapa é uma visão aérea sobre o determinado espaço. Dessa forma, para saber
se uma escala é grande ou pequena, ou se ela é maior do que outra, basta entender que a escala
nada mais é do que o nível de aproximação da visão aérea do mapa. Outra forma é observar a
escala numérica, lembrando que ela se trata de uma divisão. Assim, quanto menor for esse
denominador, maior será a escala.
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Exemplo. Considere essas duas escalas: a) 1:5000; b) 1:10000. A primeira escala é uma divisão
de 1 para cinco mil que, quando calculada, com certeza dará um número maior que uma divisão
de 1 para dez mil. Portanto, a primeira escala é maior do que a segunda.

Assim, é possível perceber que, quanto maior for a escala, menor será a área representada no
mapa e vice-versa, pois, quanto maior a escala, maior é a aproximação da visão aérea do local
representado. Isso nos permite, por sua vez, um maior nível de detalhamento das informações,
pois quanto mais próximos estamos de um local, mais detalhes conseguimos visualizar.

Em resumo, a sentença é:
Quanto maior a escala, menor a área representada e maior é o nível de detalhamento.
Um mapa-múndi possui uma escala muito pequena, com uma área grande representada e, com
certeza, apresentará menos detalhes do que, por exemplo, um mapa do estado da Bahia, que
teria, nesse caso, uma escala grande.

FÓRMULAS DE ESCALA E = escala do mapa


E=D d=D D = Distância real (distância na superfície terrestre)
D=dxE
d E d = distância gráfica (distância medida no mapa)

Projeções cartográficas
Projeção cartográfica: indica a técnica que foi empregada para fazer o mapa. Como sabemos,
as projeções cartográficas são as diferentes formas de representar o globo terrestre (que é geoide,
quase esférico) em um plano. Como essa representação apresenta distorções, se sabemos qual foi a
projeção utilizada em um determinado mapa, conseguimos ter uma melhor noção sobre elas.

As projeções cartográficas são a base para construção de um mapa, para isso existem diversas
formas de projeção.

Projeções de Mercator e Peters

Para a prática da ciência cartográfica é de fundamental importância a utilização de recursos técnicos,


e o principal deles é a projeção cartográfica. A projeção cartográfica é definida como um traçado
sistemático de linhas numa superfície plana, destinado à representação de paralelos de latitude e
meridianos de longitude da Terra ou de parte dela, sendo a base para a construção dos mapas.

A representação da superfície terrestre em mapas, nunca será isenta de distorções. Nesse


sentido, as projeções cartográficas são desenvolvidas para minimizarem as imperfeições dos
mapas e proporcionarem maior rigor científico à cartografia.
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No entanto, nenhuma das projeções evitará a totalidade das deformações, elas irão valorizar
alguns aspectos da superfície representada e fazer com que essas distorções sejam conhecidas.

Entre as principais projeções cartográficas estão:

- Projeção Cilíndrica: o plano - Projeção Cônica: a superfície - Projeção Plana ou Azimutal: a


da projeção é um cilindro terrestre é representada sobre superfície terrestre é
envolvendo a esfera terrestre. um cone imaginário representada sobre um plano
Depois de realizada a projeção envolvendo a esfera terrestre. tangente à esfera terrestre. Os
dos paralelos e meridianos do Os paralelos formam círculos paralelos são círculos
globo para o cilindro, este é concêntricos e os meridianos concêntricos e os meridianos,
aberto ao longo de um são linhas retas convergentes retos que se irradiam do polo.
meridiano, tornando-se um para os polos. Nessa projeção, As deformações aumentam
plano sobre o qual será as distorções aumentam com o distanciamento do ponto
desenhado o mapa. conforme se afasta do paralelo de tangência. É utilizada
de contato com o cone. A principalmente, para
projeção cônica é muito representar as regiões polares
utilizada para representar e na localização de países na
partes da superfície terrestre. posição central.

- Projeção Senoidal: executada por Mercator, Sanson e Flamsteed, tem os paralelos horizontais e
equidistantes. Trata-se de um tipo de projeção que procura manter as dimensões superficiais
reais, deformando a fisionomia. Esta deformação intensifica-se na periferia do mapa.

- Projeção de Mercator ou Projeção Cilíndrica Conforme: conserva a forma dos continentes,


direções e os ângulos verdadeiros. Muito utilizada para navegação marítima e aeronáutica.

- Projeção de Peters ou Projeção Cilíndrica Equivalente: não mantém as formas, direções e


ângulos, conserva a proporcionalidade das áreas, preservando as superfícies representadas.

- Projeção de Hölzel: Apresenta contorno em elipse, proporcionando uma ideia aproximada da


forma esférica da Terra com achatamento dos polos.

- Projeção Azimutal Equidistante Polar: O polo norte é o centro do mapa, e a partir dele as
distâncias estão em escala verdadeira, bem como os ângulos azimutais.

- Projeção de Robinson: é uma representação global da Terra. Os meridianos são linhas curvas
(elipses) e os paralelos são linhas retas.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 19

UNIDADE 05
Geologia (Estrutura da Terra)

A geologia contribui para o homem por ser a ciência que estuda a Terra, sua composição,
estrutura, propriedades físicas, história e os processos que lhe dão forma. Assim, todas as
questões relacionadas ao nosso planeta estão ligadas à geologia. Com o aquecimento global e as
agressões ao meio-ambiente, a ciência ganhou outra importante função: contribuir para a
preservação do planeta. O profissional formado em geologia investiga as alterações provocadas
no planeta ao longo dos anos, erosões, glaciações, etc.

Existem diferentes tipos de rochas, sendo elas: rochas ígneas ou magmáticas, rochas
sedimentares e rochas metamórficas.

A estrutura geológica é extremamente importante na formação dos recursos minerais, além de


estabelecer uma grande influência na consolidação dos relevos e automaticamente do solo. Para
compreender a estrutura geológica de um lugar é preciso analisar e conhecer os tipos de rochas
presentes no local. Rocha é a união natural de minerais, compostos químicos definidos quanto à
sua composição, podem ser encontrados no decorrer de toda a superfície terrestre.
Veja alguns exemplos de minerais: quartzo, grafita, calcita, mica, feldspato, talco, diamante.

As rochas são classificadas em:

• ígneas ou magmáticas: são • Sedimentares: esse tipo de • Metamórficas: esse tipo de


rochas formadas pelo rocha tem sua formação a rocha tem sua origem na
esfriamento e solidificação de partir do acúmulo de resíduos transformação de outras
elementos endógenos, no de outros tipos de rochas. São rochas, em virtude da pressão
caso, o magma pastoso. São exemplos de rochas e da temperatura. São
exemplos de rochas sedimentares: areia, argila, exemplos de rochas
magmáticas: granito, basalto, sal-gema e calcário. metamórficas: gnaisse
diorito e andesito. (formada a partir do granito),
ardósia (originada da argila) e
mármore (formação calcária).

As mais antigas rochas são as do tipo ígneas e metamórficas, que surgiram respectivamente na
era Pré-Cambriana e Paleozoica. Essas rochas são denominadas de cristalinas, por causa da
cristalização dos minerais que as formaram. Ao contrário das outras, as rochas sedimentares são
de formações mais recentes, da era Paleozoica à Cenozoica. Essas são encontradas em
aproximadamente 5% da superfície terrestre. Dessa forma, os minerais e as rochas compõem
uma parcela primordial da litosfera, que corresponde ao conjunto de elementos sólidos que
formam os continentes e as ilhas.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 20

Camadas da Terra
As camadas da Terra são a representação da estrutura interna do nosso planeta.

As principais camadas da Terra são crosta, manto e núcleo


A estrutura interna da Terra, isto é, toda a composição do planeta formada pela superfície e tudo
o que abaixo dela se encontra, é formada por várias formas, temperaturas, aspectos e
composições químicas. Para um melhor entendimento sobre como está estruturado o planeta,
elaborou-se uma classificação que deu origem ao que hoje compreendemos por camadas da
Terra.
Ao todo, o planeta apresenta três principais camadas e duas descontinuidades, que são as
estruturas encontradas entre uma camada e outra.
A primeira camada da Terra é a Crosta terrestre. É a menor das estruturas do planeta, mas é a
mais importante para as atividades humanas. Ela é fundamentalmente composta por rochas
leves, tendo como minerais predominantes o silício, o alumínio e o magnésio. Nas zonas
continentais, apresenta uma variação de 20 a 70 km de espessura, medidas que diminuem nas
zonas oceânicas, onde a variação é de 5 a 15 km.
Abaixo da crosta terrestre encontra-se a Descontinuidade de Mohorovicic ou
simplesmente Moho. Nela, as variações sísmicas costumam ser mais rápidas e mais fluidas em
relação à sua composição externa.
A segunda camada da Terra é o Manto. Este apresenta profundidades que vão dos 30 km abaixo
da superfície até 2900 km, além de temperaturas internas que chegam a alcançar os 2.000ºC, o
que propicia o derretimento das rochas, transformando-as em magma. No manto interno, o
material é mais líquido, haja vista que as temperaturas são maiores; já no manto externo o
material magmático é mais pastoso.
Logo abaixo do manto encontra-se outra descontinuidade, a de Wiechert-Gutenberg, também
conhecida somente como descontinuidade de Gutenberg. Ela encontra-se totalmente em
estado líquido e apresenta temperaturas maiores que as do manto.
A terceira e última das camadas da Terra é o Núcleo. Não se sabe exatamente qual é a sua
composição, mas há fortes indícios de que ele seja formado por uma liga de ferro e níquel, que
também deve envolver outro elemento químico ainda desconhecido. O núcleo externo encontra-
se no estado líquido e o núcleo interno é sólido em virtude da influência da pressão interna do
planeta sobre ele.
Atualmente, sabe-se que o núcleo interno da Terra gira a uma velocidade maior do que o próprio
movimento de rotação do planeta. Isso porque, como o núcleo externo é líquido, o núcleo interno
fica imerso nessa verdadeira “câmara” de magma derretido, que o isola das camadas restantes.
O fato de ele girar em grandes velocidades indica que o planeta também girava mais rápido em
tempos remotos.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 21

Escala do Tempo Geológico


Escala de tempo geológico representa a linha do tempo desde o presente até a formação da
Terra, dividida em éons, eras, períodos, épocas e idades, que se baseiam nos grandes eventos
geológicos da história do planeta.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 22

UNIDADE 06
Geomorfologia (Relevo)

A Geomorfologia é uma área das Ciências da Terra responsável pelo estudo das formas
superficiais de relevo, tanto em suas fisionomias atuais quanto em seu processo geológico e
histórico de formação e transformação. Esse campo do conhecimento é visto como uma área de
intersecção entre duas diferentes ciências: a Geografia e a Geologia.

Exemplo de formação montanhosa nos Alpes Suíços

O conceito de Geomorfologia está diretamente vinculado à etimologia da palavra: Geo =


“Terra”; morfo = “forma”; logia = estudo. Assim, trata-se do estudo sobre a forma da Terra, ou
seja, as manifestações do relevo e toda a dinâmica estrutural a ele relacionada. É, portanto, uma
importante ferramenta de compreensão da realidade, pois permite um maior e melhor
conhecimento sobre a composição natural do nosso planeta. Os relevos manifestam as
transformações superficiais da litosfera e são a principal expressão do dinamismo da Terra.

O relevo é a parte superficial da litosfera (camada sólida da Terra). É onde as transformações


geológicas se expressam mais nitidamente, sendo também o local de habitação do ser humano e
da maior parte dos animais terrestres. Em síntese, podemos definir o relevo como o conjunto de
formas físicas que compõem a superfície da Terra.

A ciência que estuda as composições e variações nas formas de relevo é a Geomorfologia, que
é um ramo do conhecimento que possui uma interface com duas ciências: a Geografia e a
Geologia. Para melhor estudar e compreender as suas dinâmicas de formação e transformação,
dividiu-se o relevo em alguns tipos principais, com base em suas fisionomias externas, são
eles: montanhas, planaltos, planícies e depressões.

Montanhas: são formas de relevo que apresentam elevações e altitudes superiores em


comparação com regiões imediatamente vizinhas. Alguns autores afirmam que uma elevação no
relevo só pode ser considerada como formação montanhosa se possuir mais de 300 metros de
altitude em relação ao relevo que se encontrar ao redor. Esse tipo de relevo geralmente é
caracterizado por ser geologicamente recente, possuindo essa forma mais acidentada por ter
sofrido por menos tempo a ação dos agentes modeladores da superfície terrestre.

As montanhas são formas de relevo que se caracterizam pela elevada altitude em comparação
com as demais altitudes da superfície terrestre. Quando tidas em conjunto, elas formam cadeias
chamadas de cordilheiras, a exemplo da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, e da
Cordilheira do Himalaia, na Ásia.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 23

Existem quatro tipos de montanhas: as vulcânicas, que se formam a partir de vulcões; as


de erosão, que surgem a partir da erosão do relevo ao seu redor, levando milhões de anos para
serem formadas; as falhadas, originadas a partir de falhamentos na crosta, que geram uma
ruptura entre dois blocos terrestres, ficando soerguidos um sobre o outro; e as dobradas, que se
originam a partir dos dobramentos terrestres causados pelo tectonismo. De todos esses tipos, o
último é o mais comum.

Quando grupos de montanhas ou serras localizam-se paralelamente uns aos outros, formando
uma espécie de “parede” em grandes extensões, há o que se chama de cordilheira, como a
Cordilheira dos Andes (América do Sul) e a Cordilheira do Himalaia (Ásia).

Planaltos: algumas vezes chamados de platôs, os planaltos são elevações de relevo que possuem
uma extensão um pouco ampla e a parte mais alta relativamente plana. Apresentam, em geral,
altitudes medianas, sendo menores que as montanhas e maiores que as planícies. São classificados
conforme a composição predominante de suas rochas, dividindo-se em planaltos
cristalinos (formados por rochas ígneas intrusivas e metamórficas), planaltos sedimentares (formados
por rochas sedimentares) e planaltos basálticos (formado por rochas ígneas extrusivas).

Os planaltos são definidos como áreas mais ou menos planas que apresentam médias altitudes,
delimitações bem nítidas, geralmente compostas por escarpas, e são cercadas por regiões mais
baixas. Neles, predomina o processo de erosão, que fornece sedimentos para outras áreas.

Existem três principais tipos de planaltos: os cristalinos, formados por rochas cristalinas (ígneas
intrusivas e metamórficas) e compostos por restos de montanhas que se erodiram com o tempo;
os basálticos, formados por rochas ígneas extrusivas (ou vulcânicas) originadas de antigas e
extintas atividades vulcânicas; e os sedimentares, formados por rochas sedimentares que antes
eram baixas e que sofreram o soerguimento pelos movimentos internos da crosta terrestre.

Planícies: são áreas mais ou menos planas e que possuem uma altitude menor em relação às
montanhas e aos planaltos. Caracterizam-se pela grande quantidade de sedimentos acumulados
em sua superfície, geralmente trazidos pela água das chuvas, dos rios ou, no caso das planícies
litorâneas, pela água dos oceanos e dos mares.

São áreas planas e com baixas altitudes, normalmente muito próximas ao nível do mar.
Encontram-se, em sua maioria, próximas a planaltos, formando alguns vales fluviais ou
constituindo áreas litorâneas. Caracterizam-se pelo predomínio do processo de acumulação e
sedimentação, uma vez que recebem a maior parte dos sedimentos provenientes do desgaste
dos demais tipos de relevo.

Depressão: são áreas que apresentam altitudes inferiores em relação ao relevo circundante
(depressão relativa) ou em relação ao nível do mar (depressão absoluta). Em geral, costuma
abranger regiões geologicamente antigas e que, portanto, sofreram bastante com ações de erosão
e sedimentação das rochas e dos solos, o que se revela em sua superfície geralmente ondulada.

São áreas rebaixadas que apresentam as menores altitudes da superfície terrestre. Quando uma
localidade é mais baixa que o seu entorno, falamos em depressão relativa, e quando ela se
encontra abaixo do nível do mar, temos a depressão absoluta. O mar morto, no Oriente Médio, é
a maior depressão absoluta do mundo, ou seja, é a área continental que apresenta as menores
altitudes, com cerca de 396 metros abaixo do nível do mar.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 24

Agentes externos e internos


O relevo é caracterizado como o conjunto de variações de nível da superfície terrestre. Os agentes
formadores do relevo são responsáveis por um processo contínuo e dinâmico na transformação
morfológica, sendo classificados em agentes internos (tectonismo, abalos sísmicos e vulcanismo) e
agentes externos (vento, chuvas, neve, alternâncias de temperatura, seres vivos, etc.).

As placas tectônicas estão em constante movimento, fato que pode desencadear a colisão entre
diferentes placas, desde que estejam em uma zona de convergência. Esse fenômeno é uma das
consequências das forças endógenas (internas) do planeta, atuando de forma decisiva na
formação e modelagem do relevo.

Os agentes internos provocam a elevação de determinadas áreas e o rebaixamento de outras. O


tectonismo, caracterizado pelo movimento da crosta terrestre, altera as rochas, que podem sofrer
enrugamentos, modificando o relevo. Os vulcões proporcionam que o magma (material líquido oriundo
do manto terrestre) atinja a superfície terrestre, atuando como um agente modelador do relevo.

As forças externas, também chamadas de forças exógenas, têm função importantíssima na


formação do relevo, assim como as forças internas. O intemperismo físico atua no processo de
“desgaste” das superfícies rochosas. Esse fenômeno consiste na alteração das rochas em razão
da alternância da temperatura, em que o calor provoca a dilatação das rochas; e o frio, a
contração. A repetição desse processo durante anos modela o relevo.
As águas das chuvas e dos rios, a neve e o vento também são agentes modeladores do relevo. A
água pode alterar a composição das rochas, causando o intemperismo químico. Com isso, ocorre
a desagregação das rochas, que podem se romper ou desencadear erosões. A ação dos ventos
também contribui para a aceleração desse processo.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 25

UNIDADE 07
Pedologia (Geografia dos Solos)

O solo é um recurso natural renovável que é responsável por abrigar as espécies vegetais e
também por ser o meio de sobrevivência do ser humano e dos animais.

Os solos são meios naturais de vida

O solo, mais do que simplesmente a camada superficial da Terra, é conceituado como o


substrato terrestre que contém matérias orgânicas e é capaz de sustentar plantas e vegetais
sobre si em um ambiente aberto, sendo resultante do intemperismo e da decomposição das
rochas. É o material orgânico ou mineral inconsolidado na porção superior da crosta terrestre que
serve de base para todas as atividades socioespaciais e naturais. A área do conhecimento que se
preocupa em estudar especificamente os solos é chamada de Pedologia.

Trata-se de um recurso renovável, ou seja, o solo é um elemento natural que pode ser por
diversas vezes utilizado pelo ser humano em suas atividades produtivas, embora a má utilização
e a não conservação dos solos façam com que eles se tornem incultiváveis. Para melhor
compreender a sua estrutura, elaboraram-se os conhecimentos a respeito dos horizontes do
solo, assim nomeados: O, A, B, C e rocha mãe. Confira o esquema a seguir:
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 26

A seguir, um detalhamento das características principais de cada perfil do solo.

Horizonte O – é o horizonte orgânico formado a partir da decomposição de materiais orgânicos


de origem animal e vegetal.

Horizonte A – é o horizonte mineralógico que, como o nome indica, é composto por compostos
minerais oriundos da rocha mãe (a rocha que se decompôs e deu origem ao solo) e também de
outras áreas. Geralmente, essa camada apresenta uma boa quantidade de material orgânico
decomposto, o que faz com que também se chame de solo humífero.

Horizonte B – é o horizonte de composição essencialmente mineral. Ele é formado pela


acumulação de argila e também de oxi-hidróxicos de ferro e alumínio.

Horizonte C – é a zona de transição entre o solo e a sua rocha formadora, sendo chamado
também de saprolito. É formado por alguns sedimentos maiores e menos decompostos,
representando o processo de decomposição da rocha.

Os elementos e as características do solo costumam seguir uma combinação de diferentes


características, tais como: o tipo de rocha mãe, idade do solo, transporte de sedimentos advindos
de outras áreas, presença de matéria orgânica resultante da decomposição de seres vivos, entre
outras. Por esse motivo, diferentes classificações são utilizadas com base em diferentes critérios
preestabelecidos.

Por exemplo, se levarmos em conta a profundidade, os solos dividem-se em rasos (menos de 50


cm), semiprofundos (50 a 100 cm), profundos (100 cm a 200 cm) e muito profundos (mais de 200
cm). Já pela drenagem, eles podem ser classificados em excessivamente drenados, bem
drenados e mal drenados. Existem ainda muitos outros critérios que originam nomes como
latossolos, luvissolos, solos argilosos, solos areníticos e muitos outros.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 27

UNIDADE 08
Climatologia (Clima)

O clima é o conjunto de fenômenos associados às variações do tempo da atmosfera terrestre em


um determinado local. Geralmente, o seu conceito aparece em oposição à ideia de “tempo”, que
seria o estado momentâneo da atmosfera. Portanto, para se conhecer um clima de um dado
lugar, é preciso vários anos de estudos e observações para, finalmente, estabelecer a conclusão
sobre um determinado tipo climático.

O clima representa o conjunto de elementos do tempo atmosférico

Quando dizemos que está chovendo em Recife, estamos falando em tempo, pois é algo
momentâneo, que acabará em breve. Isso não significa que o clima desse local será
predominantemente chuvoso, o que só poderá ser concluído após o registro da sucessão habitual
dos regimes de chuva e de estiagem da região em um período mínimo de trinta anos. Como um
elemento da atmosfera, o clima está em constante interação com os elementos e fenômenos da
hidrosfera, da atmosfera e da biosfera, alterando e sendo alterado por esses diversos componentes.

Existem inúmeros fatores climáticos responsáveis pela forma dinâmica com que o clima se
expressa. As inúmeras combinações dos fenômenos constituem a existência de uma ampla gama
de conjuntos climáticos sobre a Terra, havendo regiões mais úmidas, porém quentes, e aquelas
secas ou frias, além de muitas outras. Dentre os mais importantes fatores climáticos, podemos
citar as variações de latitude, a altitude, a continentalidade ou maritimidade, as massas de ar, os
oceanos e muitos outros. Eles influenciam e são influenciados pelas condições de temperatura,
pressão atmosférica, umidade do ar e as precipitações.

O clima é o conjunto de variações na atmosfera em um determinado local ou região. Trata-se de


uma dinâmica que dura um período superior a 30 anos, diferentemente do tempo, que são as
oscilações momentâneas nessa mesma atmosfera. Por exemplo, quando dizemos que uma
região possui duas estações bem definidas ao longo do ano, estamos falando do clima, mas ao
falarmos que hoje choveu e amanhã vai fazer sol, estamos nos referindo ao tempo. Nesse
sentido, o clima pode ser compreendido a partir de seus fatores e elementos, termos que,
aparentemente semelhantes, referem-se a questões totalmente diferentes.

Os elementos climáticos são as grandezas atmosféricas que podem ser medidas ou


instantaneamente mensuradas. São os elementos atmosféricos que variam no tempo e no
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 28

espaço e que se configuram como o atributo básico para se definir o clima da região. Os
principais elementos climáticos são: radiação, temperatura, pressão e umidade.
Os fatores climáticos são as condições que determinam ou interferem nos elementos climáticos e
os climas deles resultantes. São eles que ajudam a explicar o porquê de uma região ser quente e
úmida e outra ser fria e seca, por exemplo. Os principais fatores climáticos são: latitude, altitude,
maritimidade e continentalidade, massas de ar, vegetação, correntes marítimas e até o relevo.

Além de todos esses fatores, que são os de ordem natural, também é preciso lembrar que o
homem acaba se tornando um dos agentes mais intensos de transformação do clima. Ele pode
ser responsável tanto por fenômenos climáticos mais localizados (ilhas de calor, inversão térmica
e outros) quanto por processos mais amplos e diversificados.

Zonas térmicas da Terra


O globo terrestre está classificado em cinco zonas térmicas, as principais são: zona tropical ou
intertropical, zonas temperadas e zonas polares.

As zonas térmicas da Terra

A Terra realiza vários movimentos, um deles é o de rotação, durante o qual gira em torno de si
mesma e por isso toda face da Terra recebe luz solar.

Em virtude da forma esférica do planeta Terra, os raios solares incidem de forma diferente quanto
à intensidade em distintos lugares do planeta, sendo que nas áreas próximas à linha do Equador,
ou zona intertropical, a luz atinge a superfície terrestre de forma perpendicular, desse modo,
automaticamente, maior a intensidade e o calor.

A partir da zona intertropical em direção aos polos, os raios, devido à forma arredondada do
planeta, incidem na superfície dessas regiões com menor intensidade, pois atingem o planeta de
maneira inclinada e, consequentemente, as temperaturas são menores.

A partir dessa ideia, fica claro que entre dois polos existe uma grande oscilação de temperaturas,
decorrente principalmente do modo e da intensidade com que os raios solares incidem na
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 29

superfície, que determinam a existência de elevadas, baixas e médias temperaturas dispersas em


toda extensão do planeta.
Para regionalizar as áreas similares quanto ao recebimento de luz solar, o globo terrestre foi
classificado em cinco zonas térmicas, que são: zona tropical ou intertropical, zonas temperadas,
essa apresenta no norte e no sul, que ocorre também nas zonas polares.

Zonas Polares: os raios solares atingem a superfície terrestre de maneira bastante inclinada,
portanto, as temperaturas são as mais baixas da Terra.

Zonas temperadas: os raios incidem à superfície de forma relativamente inclinada em relação à


zona intertropical, desse modo as temperaturas são mais amenas.

Zona tropical: áreas que recebem luz solar de forma praticamente vertical em sua superfície, o
fato produz regiões com temperaturas elevadas, conhecida como zona tórrida do planeta.

Tipos de Climas
Os climas no mundo são bastante diversificados, provenientes das variadas massas de ar, localização
geográfica, entre outros. No mundo se classificam pelo menos dez climas, os principais são:

Equatorial: possui temperaturas médias acima de 25°C; clima quente e úmido, com índices
pluviométricos anuais acima de 2000 mm.

Tropical: temperatura variando em 20°C no inverno e 25°C no verão, com duas estações bem
definidas, uma seca e outra chuvosa.

Subtropical: possui temperaturas médias entre 15°C e 20°C no verão, e no inverno as médias
variam entre 0°C a 10°C, chuvas bem distribuídas.

Oceânico: recebe influência dos oceanos e mares, tornando os invernos menos rigorosos.
Continental: praticamente não recebe influência dos oceanos, possui um inverno mais rigoroso.

Mediterrâneo: possui invernos chuvosos e verões quentes, com quatro estações bem definidas.
Desértico: as temperaturas médias anuais variam entre 20°C e 30°C, os índices de precipitações
não ultrapassam 250 mm ao ano.

Semiárido: caracterizado por altas temperaturas podendo chegar a 32°C, os índices


pluviométricos são inferiores a 600 mm anuais e as chuvas são irregulares.

Frio (subpolar): possui índices pluviométricos anuais variando, dependendo da região, entre 200
mm e 1000 mm, características de um inverno negativo e verão com temperaturas por volta de
10°C.

Frio de montanha: temperatura determinada pela altitude, quanto mais alto mais frio, mesmo em
regiões tropicais.

Polar: caracteriza-se por longos invernos e verões secos e curtos, temperaturas anuais sempre
abaixo de zero, e marcante presença de neve e gelo.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 30

Climas do Brasil
O critério utilizado no Brasil para classificar os diferentes tipos de clima relaciona-se à origem,
natureza e, principalmente, movimentação das massas de ar existentes no país (equatoriais,
tropicais e polares). Conforme análises climáticas realizadas no território brasileiro, foi possível
estabelecer seis tipos de climas diferentes, são eles: equatorial, tropical, tropical de altitude,
tropical atlântico, subtropical e semiárido.

Massas de ar
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 31

UNIDADE 09
Fitogeografia (Vegetação)

A vegetação corresponde ao tipo de cobertura vegetal existente nos locais do mundo, as quais
são influenciadas sobretudo pelo clima.

Além dos aspectos climáticos, outros fatores são importantes para o desenvolvimento da
vegetação. São exemplos relevo, hidrografia, solo, pressão atmosférica, altitude, latitude e
movimentação das massas de ar.

Acresce que ações do homem estão causando fortes impactos na vegetação do planeta, desde a
extinção de espécies animais e vegetais, aumento do efeito estufa e aquecimento global.

Esses fatores, determinados por ações destituídas de consciência ambiental, têm sido um dos
temas mais importantes na atualidade. A cobertura vegetal do planeta tem apresentado
mudanças significativas nas últimas décadas e muitas delas podem sofrem com o processo de
extinção.

Classificação da vegetação
Segundo os aspectos que apresentem, a vegetação pode ser:
 Arbórea: árvores
 Arbustiva: arbustos
 Herbácea: ervas, gramíneas

Vocabulário da vegetação
ACICULIFOLIADA: diz-se de plantas com folhas em forma de agulha.
ARBUSTIVA: diz-se de formação vegetal de porte médio.
CONÍFERAS: árvores com aparelho reprodutor em forma de cone (pinheiros).
DECÍDUA: ou de folhas caducas; diz-se de plantas que perdem as folhas em certas épocas do ano.
HIGRÓFILA: diz-se de plantas adaptadas a climas muito úmidos.
LATIFOLIADA: diz-se de vegetais de folhas largas.
ORÓFILA: diz-se de plantas adaptadas às grandes altitudes.
PERENE: diz-se de floresta sempre verde, que não perde as folhas em nenhuma estação.
TROPÓFILA: diz-se de planta acostumada a alternância de uma estação seca e outra chuvosa.
VEGETAÇÃO HETEROGÊNEA: vegetação constituída de grande variedade de espécies.
VEGETAÇÃO HOMOGÊNEA: vegetação constituída de poucas ou de uma única espécie.
XERÓFITA: diz-se de planta adaptada a ambientes secos (climas áridos ou semiáridos). Pode
desenvolver espinhos no lugar de folhas, para diminuir a transpiração, por exemplo.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 32

Paisagens Vegetais do Brasil


O Brasil apresenta distintas paisagens vegetais que variam de acordo com as características
naturais e originais dos tipos de vegetações existentes no país.

O pantanal é um rico domínio vegetal brasileiro.

A palavra fitogeografia quer dizer geografia dos vegetais ou como eles estão dispersos e
classificados ao longo de um território. As vegetações presentes no planeta são derivadas de
uma série de elementos, tais como luminosidade, temperatura, variedade de solo e umidade.

Os elementos que mais determinam uma vegetação são o clima e o solo, esses são responsáveis
pela variedade de espécies da flora. Um exemplo disso são as zonas intertropicais que, em razão
do calor e da umidade, apresentam grandes florestas.

Os vegetais são distintos por causa de muitos fatores, um deles é proveniente da quantidade de
água que determinadas plantas necessitam para sua manutenção. Nesse caso, existem três tipos
distintos: as higrófilas, que se proliferam em ambientes com grande concentração de umidade; as
hidrófilas, que representam o grupo de vegetais que é adaptado à água; e as xerófilas, que
sobrevivem com a escassez de água.

No caso das vegetações presentes no território brasileiro, é bom ressaltar que o fato de estudar
as coberturas vegetais do Brasil não quer dizer que essas estão com seu aspecto natural, diante
disso, o que é abordado é o estudo dos aspectos vegetativos originais, pois o espaço geográfico
do país vem passando por uma série de transformações para atender aos interesses e às
atividades humanas.

O território brasileiro abriga uma variedade de coberturas vegetais proveniente de muitos fatores,
entre os principais estão: a localização geográfica onde há uma elevada temperatura, além de
possuir uma extensa área de aspecto continental, que também proporciona uma diversidade de
fusos, climas, vegetações entre outros.

Apesar da grande diversidade natural da flora presente no Brasil, atualmente existe somente 60%
de áreas conservadas, isso para atender às atividades produtivas, como a produção
agropecuária, o processo de urbanização e o extrativismo (vegetal, mineral e animal).
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 33

Levando em conta as características naturais e originais dos tipos de vegetações existentes no


Brasil, podemos encontrar as principais, que são:

Floresta Amazônica: é uma cobertura vegetal de


origem equatorial constituída por uma grande
variedade de espécies com grande concentração de
plantas higrófilas, as árvores são de grande porte e
copas largas, ou mata fechada, essa pode ser
encontrada nos Estados do norte do país. Apesar de
aparentemente apresentar uma cobertura homogênea
existem diferenças, dessa forma podem ser
classificadas em Mata de igapó (ocorre nas margens
de rios que se encontram alagadas o ano todo), Mata
de várzea (abriga uma imensa variedade de espécie e passa por inundações em determinados
períodos do ano) e Mata de terra firme (não sofre inundações e ocupa grande parte da região).

Mata Atlântica (domínio dos Mares de


Morros): corresponde a uma cobertura vegetal
tropical com árvores altas e densas, atualmente só
resta um pequeno percentual, cerca de 7% , dessa
importante vegetação que já cobriu grande parte do
Brasil, pois cobria desde o litoral do Rio Grande do
Sul até o Rio Grande do Norte e algumas partes mais
interiores como São Paulo, Minas Gerais e Paraná e
já abrigou uma riquíssima biodiversidade e
ecossistemas.

Caatinga: vegetação característica do clima


semiárido que ocorre no sertão nordestino,
constituída por plantas adaptadas à escassez de
água que possuem aspectos singulares, como caules
grossos e raízes profundas para garantir a
sobrevivência ao longo de extensos períodos sem
chuvas. Nesses momentos, essas plantas perdem
suas folhas para evitar a transpiração e perda de
umidade.

Floresta subtropical ou Araucária: ocorre na região


Sul onde prevalece o clima subtropical. Nessa
vegetação aciculifoliada, as árvores atingem até 30 m
e fazem parte da família das coníferas. Em virtude da
intensa exploração através da agricultura e extração
de madeira, só restam 3% do total original.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 34

Cerrado: vegetação composta em geral por vegetais


com troncos retorcidos e folhas grossas. É
influenciado pelo clima tropical típico, com duas
estações bem definidas, sendo uma seca e uma
chuvosa. Essa cobertura vegetal é mais comum no
Centro-Oeste do Brasil. O cerrado não é uma
vegetação homogênea, pois existem variações em
sua composição, desse modo existem os subsistemas
do cerrado, que são: cerradão, cerrado comum ou
típico, campos e cerrado. A tortuosidade das árvores
do cerrado é proveniente da acidez do solo e da alta concentração de hidróxido de alumínio.

Pantanal: nesse domínio é possível identificar uma


série de coberturas vegetais, desse modo, a região
pode ser compreendida como uma área de transição
entre diferentes tipos de ecossistemas apresentados
no território brasileiro. Diante da heterogeneidade do
Pantanal quanto à cobertura vegetal, podemos
destacar a presença de campos que periodicamente
permanecem inundados no período chuvoso, além
de floresta tropical e equatorial. Esse domínio ocorre
nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O Pantanal é conhecido como um refúgio ecológico.

Campos: vegetação que corresponde a um tipo de


vegetação que possui plantas rasteiras compostas
por gramíneas herbáceas e arbustos. Essa
característica vegetal ocorre com maior
concentração no estado do Rio Grande do Sul.

Vegetação litorânea: conhecida também por áreas


de mangues, essa vegetação é encontrada em
regiões costeiras. Ela é composta por arbustos e
espécies arbóreas e pode ser classificada em:
mangue-vermelho, mangue-branco e mangue-
siriúba.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 35

Principais biomas do mundo


Os principais biomas do mundo são: Tundra, Taiga, Floresta Temperada, Floresta Equatorial,
Floresta Tropical, Savanas, Campos e Deserto.

O que é bioma?
O bioma, de acordo com o IBGE, pode ser definido como o conjunto de vida vegetal e animal
presentes em um ambiente que possui condições naturais (clima, relevo, características
geológicas) parecidas e que historicamente foi influenciado pelo mesmo processo de formação.

É comum vermos em livros e materiais didáticos a adoção do conceito de bioma como sendo
sinônimo de ecossistema. Contudo, diferentemente do ecossistema, que leva em consideração
as interações entre os seus elementos, a classificação de bioma engloba essencialmente as
características da vegetação, da fauna e do ambiente em que estão inseridas.

Como a classificação em bioma leva em consideração as características das formas de vida e do


ambiente, um bioma, na maioria das vezes, ocupa grandes extensões do espaço geográfico e inclui
diversos ecossistemas. Um exemplo disso é a Mata Atlântica, a floresta tropical do Brasil, que ocupa
uma grande extensão de terra na faixa litorânea do país, indo do Piauí ao Rio grande do Sul, e agrega
vários ecossistemas, como a Mata de Araucária, os campos de altitude, as restingas e os manguezais.

Atualmente existem diferentes classificações de biomas. A maioria delas classifica-os


em: Biomas aquáticos e Biomas Terrestres. Os biomas aquáticos são formados pelos diversos
ecossistemas localizados nos rios, mares e oceanos e subdividem-se em: bioma marinho,
formado pelos ecossistemas adaptados à água salgada, e o bioma de água doce, constituído
pelos ecossistemas localizados nas bacias hidrográficas no interior do continente, em rios e
lagos. Já os Biomas Terrestres correspondem originalmente a cerca de 30% da biosfera e são
classificados de acordo com as características do ambiente (clima, relevo, tipos de solo), da fauna
e, principalmente, do tipo de vegetação.

Os principais tipos de biomas encontrados no planeta são:

Tundra: Localiza-se no extremo norte e sul da Terra, sendo muito encontrada no norte do
Canadá, da Europa e da Ásia e nas partes descongeladas da Antártica. Por estar localizada nas
zonas polares, apresenta as temperaturas mais baixas do planeta, pouca pluviosidade e dias e
noites com longa duração, dependendo da estação estudada (no inverno, as noites são mais
longas; e no verão, o dia possui uma maior duração). Como na maior parte do tempo o solo é
recoberto por gelo, a vegetação é escassa, composta principalmente por musgos e líquens, que
brotam no verão e praticamente desaparecem no inverno. A fauna é composta por animais
adaptados ao frio, como os ursos-polares (no Ártico), pinguins (na Antártica) ou animais que
migram para essa região atraídos por sua escassa vegetação no verão.
Taiga: Localiza-se em latitudes elevadas, ao sul das áreas de Tundra, e ocorre na maior parte do
território canadense, no norte da Europa e da Rússia. A vegetação é pouco diversificada, sendo
composta principalmente por coníferas, que possuem folhas em forma de agulhas (aciculares)
recobertas por uma cera que conserva a umidade e o calor, evitando, assim, o seu congelamento
no inverno. A fauna é composta por diversas espécies de insetos, aves, renas, alces, veados,
ursos, raposas e morcegos.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 36

Floresta Temperada: Origina-se nas zonas temperadas, principalmente nos países da América do
Norte, Europa e em alguns países da Ásia. Em virtude da existência das quatro estações do ano
bastante definidas, a vegetação é abundante e diversificada, possuindo espécies de diversos
tamanhos, cascas grossas e folhas largas que caem durante o outono e brotam na primavera. A
fauna é muito diversificada, com a presença de grandes mamíferos: como ursos e leões da montanha
e animais herbívoros, como cervos, coelhos, camundongos, toupeiras, insetos, caramujos etc.

Floresta Equatorial: Localizada em zonas tropicais bem próximas à linha do equador, com clima
muito úmido e quente e pouca amplitude térmica. A vegetação é densa (apresenta árvores de
grande, médio e pequeno porte), latifoliada (com folhas largas e grandes), perene (as folhas não
caem no outono) e, em muitos casos, adaptada à umidade (hidrófila). Apresenta uma das maiores
biodiversidades de animais, plantas e insetos do mundo.

Floresta Tropical: Localizada em áreas de clima tropical, principalmente próximas do litoral,


possui características semelhantes às da floresta equatorial. Recebe muita umidade e possui uma
vegetação densa, com vários extratos (tamanhos diferentes) e muita biodiversidade. O exemplo
de floresta tropical brasileira é a Mata Atlântica, que já foi praticamente toda devastada pela
atividade humana.

Savanas: Localizam-se entre as áreas de florestas tropicais e regiões de climas áridos ou


semiáridos, nas zonas tropicais, havendo predominância de uma estação úmida (verão) e outra
seca (inverno). Em razão da alternância entre estações secas e úmidas, a vegetação nas
savanas é constituída, principalmente, por arbustos e árvores de médio e pequeno porte com
raízes profundas, folhas grossas e troncos retorcidos. A fauna das savanas é muito diversificada,
com a presença de diversas espécies de grandes mamíferos, herbívoros, insetos e aves.

Campos: Muito comuns em área de clima subtropical e de relevos em que predominam as planícies.
São muito encontrados nos Estados Unidos, no sul do Brasil e em algumas regiões da Ásia. Em
virtude da irregularidade das chuvas, esse bioma possui poucas, ou nenhuma, espécies herbáceas e
arbóreas, sendo constituído principalmente por gramíneas e outras plantas que se adaptam a esse
tipo de clima. A fauna dessa região não é tão diversificada. Nos campos norte-americanos,
encontram-se espécies de antílopes, bisões, roedores, muitos insetos, gaviões e corujas. No Brasil,
os pampas abrigam vários animais, como as garças, marrecos, veados, lontras e capivaras.

Desertos: Localizam-se em áreas de clima árido ou desértico, com pouca umidade e chuvas
irregulares, solos arenosos e uma escassa vegetação, que está adaptada à baixa umidade
(xerófilas). A fauna dessa região também está adaptada à pouca umidade, com predomínio de
espécies de répteis (lagartos, cobras etc.), insetos, camelos (presentes na Ásia, África e Oceania)
e outros. Os principais desertos do mundo são: o deserto do Saara, o deserto do Kalahari, o
deserto de Gobi e o grande deserto australiano.

Com a alteração provocada pelo desenvolvimento das atividades humanas, a maioria dos biomas
do planeta Terra encontra-se ameaçado de extinção. A destruição parcial dos biomas pode
comprometer o equilíbrio ecológico dos ecossistemas que os compõem, provocando a destruição
de habitat e a extinção de animais e plantas. Assim, é essencial que o ser humano procure
promover um desenvolvimento sustentável de suas atividades para não comprometer a existência
das várias espécies de plantas e animais que habitam os diversos biomas mundiais e que são
essenciais para o desenvolvimento da vida humana no planeta.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 37

Biogeografia e a relação entre vegetação, clima e solo


O clima influencia a formação da vegetação, e a vegetação contribui para a dinâmica do solo.
Dessa forma, é clara a existência de uma relação entre vegetação, clima e solo.

A cobertura vegetal nativa de uma determinada região está diretamente ligada às características
do clima que abrange o espaço. Dessa forma, algumas espécies vegetais conseguem
desenvolver positivamente em condições climáticas de característica úmida, ao contrário de
outras que se adaptam a condições mais secas.

Onde há ocorrência de clima árido e semiárido as plantas apresentam espinhos no lugar de


folhas, como as espécies de cactáceas. Isso ocorre para diminuir a perda de umidade que
acontece com o processo de evapotranspiração, dessa forma, a água fica armazenada mais
tempo no interior do vegetal.

Assim como o clima influencia na formação vegetal, essa influencia no clima em determinados
lugares do mundo. Um exemplo disso são as florestas tropicais e equatoriais da Amazônia na
América do Sul, floresta do Congo na África que são responsáveis por emitir enormes percentuais
de umidade para a atmosfera, isso ocorre com a transpiração das folhas dos vegetais das
florestas, ou seja, evapotranspiração.

Além de contribuir na composição climática, a vegetação contribui diretamente no solo,


fertilizando-o com matéria orgânica derivada de folhas, galhos, frutos que caem e passam pelo
processo de decomposição transformando-se em nutrientes, sem contar que as raízes das
plantas impedem o desenvolvimento de erosões.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 38

UNIDADE 10
Hidrografia

Conhecer as partes de um rio ajuda-nos a analisar a dinâmica dos cursos d'água de maneira mais
profunda e completa.

Conhecer as partes de um rio é importante para analisar qualquer rede ou bacia hidrográfica

Rio é um curso de água natural que corre de uma parte mais elevada para uma mais baixa e que
deságua em outro rio, no mar ou em um lago. No Brasil, há uma grande variedade de
denominações para os cursos d'água: rio, riacho, ribeirão, córrego etc.

Os rios são de grande importância para a organização do espaço geográfico. Podem ser usados
para a irrigação, geração de energia elétrica, via de transporte e abastecimento de residências e
empresas. Além disso, a pesca constitui uma importante atividade econômica e fonte de alimento
para diversas famílias. Por essa razão, é indispensável conhecer melhor esses cursos d'água.

Partes de um rio
Nascente: é o local onde a água subterrânea atinge a superfície, dando origem a um curso
d’água. O ponto onde a água aflora é também chamado de olho d’água, mina, fonte, bica ou
manancial;

Leito: é o espaço ocupado pelas águas, isto é, é o caminho que o rio percorre;

Margem: é o local onde a água se encontra com a terra. Costuma-se utilizar esse termo em
referência à beira da água de um rio ou de um lago quando se encontra com a terra;
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 39

Afluente: é o curso d’água que deságua em um rio principal ou em um lago. São os afluentes
que alimentam o rio principal;

Subafluente: é o rio que deságua no rio afluente;

Confluência: é o ponto de junção entre dois fluxos d'água, que se reúnem para formar um novo
rio;

Meandro: é o caminho tortuoso de um curso d’água;

Foz ou embocadura: é o local onde uma corrente de água, como um rio, deságua. Sendo assim,
um rio pode ter como foz outro rio, um grande lago, uma lagoa, um mar ou o oceano;

Jusante: é o sentido da correnteza em um curso d’água da nascente para a foz;

Montante: é o sentido contrário ao que corre o fluxo do rio, em direção à nascente.

Os cursos d'água possuem partes classificadas como


nascente, foz, meandro, afluentes e subafluentes Título: Partes dos cursos d'água

Além das partes dos rios, há outros conceitos relacionados com a Hidrografia que são essenciais
para conhecer melhor os cursos d'água.

Vejamos algumas dessas definições:

Rios de planalto: correm em terras altas, geralmente são caudalosos, apresentam quedas de
água e podem ser aproveitados para geração de energia elétrica ou para o turismo;

Rios de planície: correm em áreas planas e são bons para a navegação quando não há
obstáculos.

Bacia hidrográfica: é o conjunto de todos os elementos de um rio e as terras drenadas pelo


curso d'água.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 40

Principais bacias hidrográficas do Brasil


O Brasil, por ser um país de dimensões continentais, possui em seu território 12 bacias
hidrográficas.

Rio Araguaia – um dos principais rios que compõem a Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia.

Bacia Hidrográfica, também conhecida como bacia de drenagem, consiste em uma porção da
superfície terrestre drenada por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. O Brasil, em
virtude de sua grande extensão territorial, apresenta 12 grandes bacias hidrográficas, de acordo
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Conselho Nacional de Recursos
Hídricos (CNRH), que são os órgãos nacionais responsáveis pelo planejamento ambiental e o uso
racional da água. Essas bacias de drenagem são delimitadas pela topografia do terreno.

Confira as características de cada uma:

Bacia Hidrográfica Amazônica: com sete milhões de quilômetros quadrados, essa é a maior
bacia hidrográfica do mundo. No Brasil, ela compreende uma área de 3.870.000 km², estando
presente nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Pará.

Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia: é a maior bacia de drenagem exclusivamente


brasileira (767.059 quilômetros quadrados). Os principais rios são o Tocantins, que nasce em
Goiás e desemboca na foz do rio Amazonas; e o rio Araguaia, que nasce na divisa de Goiás
com Mato Grosso e se junta ao rio Tocantins na porção norte do estado do Tocantins.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 41

Bacia Hidrográfica do São Francisco: com aproximadamente 640 mil quilômetros quadrados,
essa bacia hidrográfica tem como principal rio o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra
(MG) e percorre os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe até a foz, na divisa entre
esses dois últimos estados.

Bacia Hidrográfica do Paraná: essa é a principal porção da bacia Platina (compreende os


países da Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai). No Brasil, a bacia hidrográfica do
Paraná possui 879.860 quilômetros quadrados, apresentando rios de planalto e encachoeirados,
características elementares para a construção de usinas hidrelétricas: Furnas, Água Vermelha,
São Simão, Capivari, Itaipu (a maior usina do mundo), entre tantas outras.

Bacia Hidrográfica do Parnaíba: está presente nos estados do Piauí, Maranhão e na porção
extremo oeste do Ceará, totalizando uma área de 344.112 quilômetros quadrados.

Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental: com extensão de 287.348 quilômetros


quadrados, a bacia hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental está presente em cinco estados
nordestinos: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.
Bacia Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental: seus principais rios são o Gurupi, Pericumã,
Mearim, Itapecuru Munim e Turiaçu. Essa bacia de drenagem possui 254.100 quilômetros
quadrados, compreendendo áreas do Maranhão e Pará.

Bacia Hidrográfica Atlântico Leste: com extensão de 374.677 quilômetros quadrados, essa
bacia hidrográfica engloba os estados de Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. Em sua
região é possível encontrar fragmentos de Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e vegetação
costeira.

Bacia Hidrográfica Atlântico Sudeste: presente nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, a região hidrográfica Atlântico Sudeste apresenta 229.972
quilômetros quadrados. Ela é formada pelo rio Doce, Itapemirim, São Mateus, Iguape, Paraíba do
Sul, entre outros.

Bacia Hidrográfica Atlântico Sul: com área de 185.856 quilômetros quadrados, essa bacia
hidrográfica nasce na divisa entre os estados de São Paulo e Paraná, percorrendo até o Rio
Grande do Sul. Com exceção do Itajaí e Jacuí, os rios que formam essa bacia de drenagem são
de pequeno porte.

Bacia Hidrográfica do Uruguai: é composta pela junção dos rios Peixe e Pelotas. Com área de
174.612 quilômetros quadrados, essa bacia hidrográfica está presente nos estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina. Possui grande potencial hidrelétrico, além de ser importante
para a irrigação nas atividades agrícolas da região.

Bacia Hidrográfica do Paraguai: no Brasil, essa bacia hidrográfica está presente nos estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, englobando uma área de 361.350 quilômetros quadrados.
Tem como principal rio o Paraguai, que nasce na Chapada dos Parecis (MT). Possui grande
potencial para a navegação.
NÚCLEO DE CAPACITAÇÃO “CAMILA VIANA” 42

BIBLIOGRAFIA
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“Ensinar de fato
não é passar
conhecimento,
mas estimular o
aluno a buscá-lo.”
John Milton Gregory

Bons estudos! Prof. Tião Gonçalves!

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