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1.

Introdução

Geografia humana é uma ciência humana que se consagra ao estudo e à descrição da


interacção entre a sociedade e o espaço. Ela ajuda o homem a entender o espaço em que vive,
o espaço geográfico. Pode-se compreender o objecto da geografia humana como sendo a
leitura crítica das acções, usos e transformações humanas sobre o espaço, assim como a
incidência e o condicionamento exercidos pelo espaço sobre a sociedade e suas acções. Neste
trabalho irei abordar vários assuntos que compõem esta cadeira e que foram abordados ao
longo da primeira sessão tutorial. Debruçarei os aspectos fundamentais em Geografia
humana: paisagem, espaço, lugar, território e região. Mas em diante serão diferenciados os
conceitos acima já mencionados, serão citados os princípios, métodos e técnicas geográficos.
Finalmente serão diferenciados o método materialismo histórico do método dialéctico. Para o
conseguimento deste trabalho recorreu se a leitura de vários livros e artigos científicos
diversificados.

2.Objectivos

2.1.Objectivo Geral
 Criar uma noção adequada sobre aspectos metodológicos inerentes a pesquisa e
aprendizagem da Geografia Humana.

2.2.Objectivos Específicos
 Oferecer alguns instrumentos metodológicos o engajamento no mundo das pesquisas
e produção de relatórios de pesquisas em Geografia humana.
 Facilitar para a produção de informação científica mais sistematizada.

2.3.Metodologias
Para o conseguimento deste trabalho recorreu se a leitura de vários livros e artigos científicos
diversificados.

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3. Desenvolvimento

3.1. O papel do conceito do conhecimento da Geografia Humana.

O conceito do conhecimento da Geografia Humana é fundamental porque contribui para


melhor observar e entender muitos dos fenómenos que nos rodeiam. O seu campo de
percepção é o estudo da sociedade que produz modificações em permanente reconstrução.A
Geografia assume-se como uma área do saber capaz de dar maior contributo para a educação
do cidadão localmente até mesmo ao nível global (Diniz & Silva 2018).

3.2. Conceitos de espaços


O espaço é, portanto anterior, preexistente a qualquer acção. O espaço é, de certa forma,
"dado" como se fosse uma matéria-prima. Preexiste a qualquer acção. "Local" de
possibilidades, é a realidade material preexistente a qualquer conhecimento e a qualquer
prática dos quais será o objecto a partir do momento em que um actor manifeste a intenção de
dele se apoderar (Raffestin, 1993, p. 144).
Espaço é constituído pelas superfícies, pelas distâncias e propriedades
reorganizadas, que têm seu significado dado pelos atores sociais. Dessa
forma, em estreita relação com o espaço real, há um “espaço abstracto”
simbólico, ligado à acção das organizações. É de certa forma, o espaço
relacional “inventado” pelos homens e cuja permanência se inscreve em
escalas de tempo diferentes do espaço real “dado” (Raffestin, 1993, p. 48).
3.3. Paisagem
Paisagem é uma categoria de análise da Geografia que nos auxilia no estudo e compreensão
do espaço a partir de um recorte específico. Ela é definida como tudo aquilo que nós
podemos identificar e interpretar por meio dos nossos sentidos (visão, audição, olfacto, tacto
e paladar) em um determinado lugar.

3.4.Defina território
O território não é apenas o conjunto dos sistemas naturais e de sistemas de coisas super
postas. O território tem que ser entendido como o território usado, não o território em si. O
território usado é o chão mais a identidade. “A identidade é o sentimento de pertencer àquilo
que nos pertence. O território é o fundamento do trabalho, o lugar da residência, das trocas
materiais e espirituais e do exercício da vida” (Pozzo, 2012,p.36).

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O território é um importante conceito para os estudos geográficos e possui diferentes
abordagens. O território é usualmente definido como uma área do espaço delimitada por
fronteiras a partir de uma relação de posse ou propriedade, seja essa animal ou humana.

3. 5. Definição de região
Na Geografia, a região refere-se a uma porção superficial designada a partir de uma
característica que lhe é marcante ou que é escolhida por aquele que concebe a região em
questão. Assim, existem regiões naturais, regiões económicas, regiões políticas, entre muitos
outros tipos (Pozzo, 2012).

3.6. A diferença entre espaço e território


O termo espaço pode referir-se também ao espaço geográfico. O qual é utilizado pela
Geografia para definir o local onde o ser humano atua para fazer alterações no meio
ambiente.E foi através de pessoas que habitam (e também das que habitaram) em distintos
lugares, utilizando a organização econômica, social, cultural e técnica, que esse espaço fora
modificado. Por isso diz-se que ele sofre e sofreu alterações ao longo da história, já que tal
processo nunca para.

Pozzo (2012) o espaço geográfico compreende ainda as áreas do planeta terra que podem ser
catalogadas e classificadas por meio da geografia.Ja O território é um importante conceito
para os estudos geográficos e possui diferentes abordagens. O território é usualmente
definido como uma área do espaço delimitada por fronteiras a partir de uma relação de posse
ou propriedade, seja essa animal ou humana

3.7. A diferença entre lugar e região


Na geografia, a palavra lugar constituía um conceito científico, pois era utilizada
frequentemente do mesmo modo que no senso comum, ou seja, como sinónimo de
localização. Quando usada no plural, servia geralmente para fazer referência à variabilidade
das combinações de elementos na superfície da Terra e, por conseguinte, ao conjunto de
características naturais e humanas que particularizam uma determinada porção da superfície
terrestre. Isso era visível quando Paul Vidal de La Blache afirmava que “a geografia é a
ciência dos lugares, não dos homens” e quando autores como Richard Hartshorne diziam que
“os lugares são únicos. Enquanto a região refere-se a uma porção superficial designada a

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partir de uma característica que lhe é marcante ou que é escolhida por aquele que concebe
a região em questão. Assim, existem regiões naturais, regiões económicas, regiões políticas,
entre muitos outros tipos.

3.8. Quais os sub ramos da Geografia Humana


Geografia Física:  focaliza-se no estudo das características naturais, como clima, vegetação,
hidrografia, relevo e os impactos decorrentes da exploração.
Geografia Humana:   tem como objectivo o estudo da dinâmica populacional e suas
particularidades.
Geografia Económica:  estudo de todas as relações económicas realizadas no mundo e seus
fluxos.
Geografia Cultural:  focaliza a atenção para a identidade cultural das pessoas e dos lugares.
Geografia Política:  estudo das relações do poder político e seus resultados.
Geografia Médica:  realiza mapeamento de focos de doenças e sua distribuição no espaço
geográfico.

3. 9. A distribuição e as características dos povos - área de estudo especifica da


Geografia das Populações

3.9.1. Distribuição da população


Em termos de distribuição, pode-se afirmar que a densidade demográfica mundial (número de
habitantes por quilômetro quadrado) é concentrada e desigual. Isso ocorre, pois a maior parte
da população mundial está concentrada no continente asiático (60% da população mundial
encontra-se na Ásia). Nesse sentido, é importante diferenciar país populoso de país povoado.

Populoso: conceito relacionado à população absoluta de um país. Em números absolutos,


corresponde a quantos habitantes vivem em determinado lugar. Nesse sentido, quando a
população absoluta é bastante expressiva, fala-se em país populoso, cidade populosa.

Povoado: conceito que expressa a relação entre o número total de habitantes e sua
distribuição no território por quilômetro quadrado. Essa relação corresponde à divisão da
população absoluta de um país pela área desse mesmo território. Essa informação constitui o
dado denominado Densidade Demográfica (hab./km²). 

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É importante ressaltar portanto que existem fatores físicos e sociais que determinam a
concentração da população em determinados locais. Vamos pensar em aspectos gerais que te
ajudarão a entender e pensar os casos apresentados. É importante ter em mente que esses
fatores se interrelacionam, e muitas vezes são interdependentes.

3.9.2.Fatores físicos - fatores naturais que influenciam a distribuição da população.


Clima: Em contraposição aos lugares desérticos e polares, é possível notar que nas áreas
tropicais e temperadas, sobretudo úmidas há maior concentração populacional.

Relevo: As primeiras áreas ocupadas em grande parte do mundo foram as áreas litorâneas,
sobretudo pelas grandes navegações maritimas e o processo de colonização. A exploração das
colônias deu início as primeiras cidades, que até hoje concentram população. Além disso, era
pelo litoral que o comércio era feito, possibilitando o intercâmbio comercial entre os países.
As planícies portanto de modo geral eram mais ocupadas.

Solo: Sobre os solos é importante lembrar que foi no entorno dos rios o incío de grandes
civilizações humanas. Isto porquê, além da importância do rio para sobrevivência, no entorno
deles está o solo aluvial, que permite agricultura.

3.9.3.Fatores sociais
Histórico: Populações muito antigas possuem mais raízes culturais e tendem a concentrar
maior população. Como exemplo podemos dar a ásia e áfrica, berço das primeiras
civilizações humanas.

Econômico: A infraestrutura urbana é feita de modo a aglomerar a população. A exemplo


disso temos o fenômeno da verticalização. Na mesma área que antes cinco pessoas moravam
numa casa por exemplo, se constroe um prédio, que cabe muito mais pessoas na mesma área.
Chama-se verticalização pois os prédios são aglomerados de casas na vertical. Portanto nas
areas de maior infraestrutura urbana tem maior concentrando populacional. O meio urbano
porém é desigual, e mesmo que parte da população não consiga acessar essa infraestrutura, se
concentra nas periferias, porque ali se concentram também oportunidades de
desenvolvimento e emprego. Importante ressaltar que esse fator influencia tambem os fatores
ditos naturais, uma vez que nem sempre é possivel acessar as regiões de maior amenidade
ambiental e climática.

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Político: Uma boa estabilidade politica pode atrair pessoas, além de que existem fatores
politicos que direcionam a ocupação. A atração de migrantes do sul que ganhavam grandes
glebas de terra com o intuito de colonizar, levar desenvolvimento e infraestrutura econômica
por meio da expanção da fronteira agropecuária. Isto é feito por meio de planos políticos de
desenvolvimento para determinados locais, direcionando a ocupação.

Cultural: O exemplo de Israel e Palestina ajuda a visualizar o aspecto cultural influenciando a


distribuição.Quando há uma raíz cultural num determinado local pode gerar inclusive
conflitos entre povos. Outro ponto é que, com a globalização, as culturas americanas e
europeias possuem maior projeção e aceitação mundial, permeando o imaginário e
aumentando também o desejo de imigração.

3.10. Os princípios de Geografia Humana


O estudo da geografia deve obedecer às regras metodológicas dessa ciência. Os princípios
científicos da Geografia que servem de base para sua pesquisa, ensino e estudo são:
Princípio da extensão: desenvolvido por Ratzel – localizar os fatos a serem estudados,
mensuração ou medição do fato (área, tamanho) e quantificação dos fatos que requer
interpretação de tabelas e gráficos. Esse princípio faz uso da interdisciplinaridade
(cartografia, geodésia, estatística)
Princípio da analogia – Ritter- necessidade de comparar os fatos para ver suas diferenças e
semelhanças;
Princípio da causalidade – Humboldt – necessidade de estabelecer causas e consequências –
uma geografia explicativa que procura estabelecer uma hierarquia entre causas e
consequências dos fatos;
Princípio da conexidade – Brunhes – os fatos geográficos nunca ocorrem isoladamente –
indica a necessidade de interligar os conhecimentos geográficos às ciências circunvisinhas
(interdisciplinaridade – fundamental a geo moderna);
Princípio da atividade – Brunhes – demonstra que os fatos geográficos estão em constante
mutação e que seu entendimento depende de uma análise do passado para compreender o
presente – Permite analisar as tendências de evolução dos fatos. Reconhecer o presente como
um produto ou herança do passado e analisar as transformações ocorridas ao longo do tempo,
constituem importantes bases da geografia moderna.

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3.11. Os importantes geógrafos na geografia humana
 Milton Santos (1926-2001).

 Carl Ritter (1779 – 1859);

 Paul Vidal de la Blache (1845 - 1918) - Fundador da Escola Francesa de Geopolítica e


possibilismo;

 Sir Halford John Mackinder (1861 – 1947);

 Walter Christaller (1893 – 1969);

 Richard Hartshorne (1899 – 1992);

3.12. Métodos geográficos quantitativos/geoestatistica em que consiste


Os métodos de pesquisa têm importante papel em um trabalho científico. Segundo Diniz e
Silva (2018) o método corresponde a uma importante fracção de um trabalho científico, com
sua inexistência não haveria conhecimento propriamente científico, complementa, que na
ciência geográfica o método geralmente é ignorado, mesmo que presente em muitos
trabalhos, com isso, se tem uma ausência de estudos que introduz o método e suas aplicações
em geografia.
Segundo Gil (2006) as pesquisas quantitativas consideram que tudo possa ser contável, ou
seja, que seja gerado informações a partir de números para assim classificá-los e analisá-los,
já as qualitativas consistem em colectas de dados por meio de observação, relato, entrevista e
outros, por meio de uma dinâmica entre o mundo e o sujeito, não traduzida por números. “Na
ciência geográfica a pesquisa quantitativa e a qualitativa são importantes para construir o
pensamento científico, devendo ser vista como ferramenta de interpretação” (Rodrigues et al.,
2019).
Sendo que “a quantificação é a transposição de acontecimentos em dados numéricos”, para
elaboração de representações cartográficas: mapas, cartas e outros que “utilizam atributos
matemáticos e estatísticos para a análise dos fenómenos, permitindo mensurar variáveis
numéricas” (Rodrigues et al., 2019 p.82).

3.13. O impacto do método etnográfico para o estudo da geografia humana


Quando falamos de etnografia, estamos nos referimos a uma metodologia das ciências sociais
que tem como base a antropologia. Seu objetivo principal é estudar a cultura e o
comportamento de alguns grupos sociais.Embora seja um estudo acadêmico, essa área vem

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ganhando espaço no mundo corporativo, principalmente em empresas com foco no marketing
por meio de mídias sociais. Com pesquisas etnográficas, gestores podem receber insights e
relatórios que embasam suas ações diretas com o público, permitindo um trabalho específico
para melhorar a experiência desses clientes..

Mas, com o surgimento da pesquisa etnográfica, o estudo passou a se basear em uma análise
aprofundada de determinados comportamentos, crenças, costumes e outras características de
uma comunidade — ou, no caso das empresas, do seu público.

3.14. As principais técnicas e métodos em geografia humana


Nesse contexto, existem muitas técnicas que os geógrafos podem utilizar em suas
investigações, as entrevistas são técnicas adequadas para colectar dados para as pesquisas
qualitativas na Geografia Humana. “De modo geral, as entrevistas qualitativas são muito
pouco estruturadas, sem um fraseamento e uma ordem rigidamente estabelecidos para as
perguntas, assemelhando-se muito a uma conversa “ (Rodrigues, 2019).
Método: É um instrumento organizado que procura atingir resultados estando directamente
ligado a teoria que o fundamenta, é um conjunto de procedimentos racionais, baseados em
regras, que visam atingir um objectivo determinado. Conforme Lalande (1999, p.678) o
método é “o caminho pelo qual se chegou a determinado resultado”. Portanto, o método é
uma maneira de obter os resultados, utilizando-se de uma teoria para fundamentar, citando,
por exemplo, método dialéctico, positivista, fenomenológico, hermenêutico, entre outros
(Lalande, 1999).

3.15. A importância do estudo das técnicas e métodos na leccionação da geografia


humana
Os métodos de ensino servem para nortear as acções tomadas pela escola em direcção aos
objectivos de aprendizagem. Eles são um fio condutor que devem ser escolhidos com base na
realidade de seus alunos e nas demandas da comunidade escolar

3.16. Diferença entre técnicas e métodos.


Método: é um instrumento organizado que procura atingir resultados estando directamente
ligado a teoria que o fundamenta. É um conjunto de procedimentos racionais, baseados em
regras, que visam atingir um objectivo determinado. Conforme Lalande (1999, p.678) o
método é “o caminho pelo qual se chegou a determinado resultado”.

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Portanto, o método é uma maneira de obter os resultados, utilizando-se de uma teoria para
fundamentar, citando, por exemplo, método dialéctico, positivista, fenomenológico,
hermenêutico, entre outros. Já a técnica é um procedimento que tem como objetivo a
obtenção de um determinado resultado, seja na ciência, na tecnologia, na arte ou em qualquer
outra área (Lalande, 1999).

Uma técnica é um conjunto de regras, normas ou protocolos que se utiliza como meio para
chegar a uma certa meta. A técnica supõe que, em situações semelhantes, uma mesma
conduta ou um mesmo procedimento produzirão o mesmo efeito. Como tal, trata-se do
ordenamento de uma forma de atuar ou de um conjunto de acções.

3.17. As linhas de força do método materialismo histórico


O materialismo histórico-dialético criado por Karl Marx e Friedrich Engels é um enfoque
teórico, metodológico que busca compreender a realidade do mundo a partir das grandes
transformações da história e das sociedades humanas.

É importante colocar que o termo “materialismo” diz respeito à condição material da


existência humana, e o termo “histórico” revela a compreensão de que existência do ser
humano é condicionada historicamente, e o termo dialético, é o movimento da contradição
produzida na própria história. Karl Marx foi um crítico ferrenho do sistema capitalista de sua
época, e foi em Paris que conheceu seu companheiro Engels, onde vivenciou a realidade dos
trabalhadores da grande indústria do século XIX (Marx, 2002).

A pesquisa não pode envolver somente um aspecto, por isso o enfoque postulado por Marx,
contempla nossa necessidade de fazer pesquisa, uma vez que, como bem cita Lukács, o ser
não pode ser entendido sem entender o complexo que o cerca, principalmente após a década
de 1990 quando há um arrocho das políticas neoliberais, se torna essencial compreender
qualquer pesquisa a partir do enfoque materialista.

Outrossim, concordamos com Frigotto (1991), quando aponta a relevância do materialismo


histórico-dialético para produção de um conhecimento crítico no qual tenhamos a
consistência de conhecer o objeto pesquisado não apenas superficialmente ou sobre a
perspectiva da metafísica apontada por Konder (1981).

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A perspectiva materialista revela um conhecimento sobre categorias como: totalidade,
contradição, reprodução, hegemonia que vai além de uma reflexão teórica gerando
possibilidades de uma transformação social.Dentro do enfoque teórico materialista histórico-
dialético precisamos compreender a importância das categorias na pesquisa. A categoria
contradição é o oposto a linearidade que prevaleceu historicamente dentro da ciência.

3.18. A diferença entre método materialismo histórico com método dialéctico.


O método dialético é um método de abordagem que tem como características centrais o uso
da discussão, da argumentação e da provocação. O conhecimento científico existe com o
objetivo de resolver problemas e facilitar a vida das pessoas. Para compreender o método
dialéctico, se precisa entender onde o que é cada qual separado, ou seja, compreender o que é
o método e, o que é a dialéctica. Ja O materialismo histórico-dialético criado por Karl Marx e
Friedrich Engels é um enfoque teórico, metodológico que busca compreender a realidade do
mundo a partir das grandes transformações da história e das sociedades humanas.

3.19. O espaço faz parte da dialéctica social que o funda


Gomes considera que o espaço faz parte da dialéctica social que o funda porque ele utilizam o
método dialéctico que permite a passagem da imagem caótica do real para uma estrutura
racional, organizada e operacionalizada em um sistema de pensamento. Através do
materialismo dialéctico o conceito de espaço social na Geografia Crítica ganha importância,
pois traduz a ideia das contradições a dinâmica social inscrita em um espaço que é, ao mesmo
tempo, reprodutor de desigualdades e a condição de sua superação, o reflexo de uma ordem e
um dos meios possíveis para transformar esta mesma ordem; enfim, o espaço faz parte da
dialéctica social que o funda (Gomes, 1996, p. 297).
Portanto, uma Geografia Crítica resgata uma dimensão histórica, além da relação entre sujeito
e objecto serem dadas contraditoriamente na medida em que o sujeito se constrói ele se
modifica, em um movimento conflituante, onde o método dialéctico analisa a realidade, indo
do real ao abstracto oferecendo um papel importante para o processo de abstracção. No
materialismo histórico, o elemento básico na produção científica, literária ou artística é que as
criações humanas, nos mais diferentes planos são expressões de uma visão do mundo e que as
visões do mundo não são fatos individuais, mas sim fatos sociais

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3.20. A era da geografia como ciência de encruzilhada.
No início a geografia era conhecida como História Natural ou Filosofia Natural. Como
maiores contribuintes deste início do desenvolvimento desta disciplina podemos citar Tales
de Mileto, Heródoto, Eratóstenes, Hiparco, Aristóteles, Estrabão e Ptolomeu. Com a
expansão grega promovida por Alexandre da Macedónia (Alexandre, o Grande), o interesse
pelo estudo das novas terras colonizadas aumenta consideravelmente, em especial pelos
factores práticos que o conhecimento da matéria proporcionava, como incremento das
técnicas de navegação, que contribuiriam para uma actividade comercial mais intensa, e bem
como os melhoramentos que a geografia adicionava à agricultura, indicando épocas, climas e
solos ideais a um melhor cultivo.
No período de auge do Império Romano, a geografia irá contribuir com mais uma gama de
conhecimentos, como por exemplo o chamado "périplo", ou seja, a descrição dos portos,
rotas e escalas que os navegantes da época dispunham para realizar o comércio, tão
necessário ao funcionamento do Império, e também, por outro lado, garantindo sua eficaz
proteção militar. A partir de então, a Geografia passa a adotar conhecimentos acessórios
como a estatística, além de novos equipamentos, como o computador e o satélite.

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4. Conclusão

Por meio dessa pesquisa foi possível concluir que as dificuldades em encontrar um método e
técnicas para a Geografia Humana são um desafio para quem trabalha com o social, devido à
dinâmica e a velocidade de transformações que o espaço social sofre. E nessa pequena
apreciação sobre métodos e técnicas ficou evidente que o geógrafo tem a liberdade para
seleccionar seu aporte teórico metodológico, bem como as técnicas e materiais mais
apropriados para sua investigação. A utilização de apenas um método para uma
complexidade diversa, como é o caso do espaço geográfico, não dá conta ou suporte para o
geógrafo.
Conforme informações colectadas durante a pesquisa, é preocupante pensar que nem sempre
há essa preocupação de professores e organizadores de cursos de formação profissional, pois
sem estratégias didácticas adequadas é quase impossível que a sociedade consiga ser
qualificada através de cursos que não se preocupam com a forma de ensinar e aprender.
Talvez seria possível melhorar a qualidade do ensino em cursos de formação profissional se
houvesse um controle do governo para autorizar a regularização para instituições para o
oferecimento de cursos.
O governo poderia criar políticas que incentivem professores de cursos de formação
profissional a se qualificarem para aturarem na área, a qualidade dos cursos poderia melhorar
muito e com isso o nível dos profissionais também o aumento da produtividade no mercado
de trabalho e por consequência o aumento do PIB (Produto Interno Bruto), que traria
benefícios para toda sociedade.

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5. Referências bibliográficas

 Diniz, M. T. M.; Silva, S. D. R. (2018).O Método Indutivo e a pesquisa em


Geografia: aplicação no mapeamento de unidades da Paisagem. Caderno de
Geografia, v.28, n.54.
 Gil, Antônio C. (2006). Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo:
Atlas.
 Gomes, P. C. da C. (1996), Geografia e Modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil.
 Konder, Leandro.  (2008), O que é Dialéctica?  São Paulo: Brasiliense.
 Lalande, A. (1999), Vocabulário técnico e crítico da filosofia. 3.ed. São Paulo:
Martins Fontes.
 Marx, K. (2002), O capital: crítica da economia política: Livro I; tradução de
Reginaldo Santana, 18 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
 Pozzo, Clayton Ferreira Dal. (2012), Pelo espaço ou pelo território? Possibilidades
de articulação para se compreender a territorialidade e a fragmentação socioespacial.
 Raffestin, Claude. (1993), Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática.
 Rodrigues, T. T. et al. (2019), O método indutivo e as abordagens quantitativas e
qualitativa na investigação sobre a aprendizagem cartográfica de alunos
surdos.Brazil.

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Índice
1. Introdução..............................................................................................................................1

2.Objectivos...............................................................................................................................1

3.Desenvolvimento---------------------------------------------------------------------------------------3

3.1. O papel do conceito do conhecimento da Geografia Humana............................................2

3.2. Conceitos de espaços...........................................................................................................2

3.3. Paisagem.............................................................................................................................2

3.4.Defina território....................................................................................................................2

3. 5. Defina região......................................................................................................................3

3.6. A diferença entre espaço e território...................................................................................3

3.7. A diferença entre lugar e região..........................................................................................3

3.8. Quais os sub ramos da Geografia Humana.........................................................................4

3.10. Os princípios de Geografia Humana.................................................................................6

3.11. Os importantes geógrafos na geografia humana...............................................................7

3.12. Métodos geográficos quantitativos/geoestatistica em que consiste..................................7

3.13. O impacto do método etnográfico para o estudo da geografia humana............................7

3.14. As principais técnicas e métodos em geografia humana...................................................8

3.15. A importância do estudo das técnicas e métodos na leccionação da geografia................8

3.16. Diferença entre técnicas e métodos...................................................................................8

3.17. As linhas de força do método materialismo histórico.......................................................9

3.18. A diferença entre método materialismo histórico com método dialéctico......................10

3.19. O espaço faz parte da dialéctica social que o funda........................................................10

3.20. A era da geografia como ciência de encruzilhada...........................................................11

4. Conclusão.............................................................................................................................12

5. Referências bibliográficas....................................................................................................13

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:

Primeiro trabalho de campo

Nome do Estudante: Mónica Simão Mateus

Código: 708193503

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia


Ano de frequência: 4o
Turma: B
Disciplina: Técnicas e Metodologias em
Geografia Humana
Trabalho de campo: um
Docente: Samissone Samisone

Chimoio, Maio, 2022

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