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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN

CAMPUS AVANÇADO DE ASSÚ – CAA


DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA – DGE
CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRFIA
DISCIPLINA: ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
DOCENTE: MA. ZENIS BEZERRA FREIRE

PEDRO VALERO DE MELO NETO


YASMIM DOS ANJOS RODRIGUES

RESUMO EXPANDIDO

ASSÚ
2020
A INTERAÇÃO DO ESPAÇO
Pedro Valero de Melo Neto1; Yasmim dos Anjos Rodrigues2.

Palavras-chave: Geografia, Espaço, Conceitos.

INTRODUÇÃO
Este resumo é um estudo sobre a interação do espaço com as correntes do pensamento
geográfico, onde irá ser abordado diferentes formas de interpretação.
A definição de espaço para os economistas vão se diferenciar dos sociólogos, filósofos
e geógrafos, sendo, assim, pode e deve-se entender que a variação do conceito de espaço vai
de acordo com cada ciência. Os economistas empregam o conceito de espaço, diferenciado do
conceito abordado pela Geografia. A definição da palavra espaço muita das vezes é usada de
forma indiscriminada, por exemplo, em conversas informais usando o espaço como algo banal
sem uma definição e conceito.
A Geografia possui suas correntes do pensamento, dentre elas estão a corrente
Humanista e a Teorética Quantitativa, sabendo que a Geografia tem seus conceitos (chaves):
paisagem, lugar, região, território e espaço, esses conceitos de certa forma direcionam o
estudo da ciência geográfica se tornando os pilares do estudo da Geografia. Desse modo,
CORRÊA (1986), são usados em debates não só apenas por geógrafos, mas também por não
geógrafos que são eles sociólogos, filósofos e economistas, esses debates são levantados de
questionamentos, que é de suma importância a ciência geográfica, pois são assim que se
constrói ciência através de refutações das questões e não a crença em uma verdade absoluta.
Nesse contexto na Geografia Tradicional o conceito de paisagem e região, terá
prioridade, contudo o espaço é presente nas obras de Ratzel e Hartshorne. No conceito de
Ratzel o espaço é visto como uma base indispensável para vida do homem, onde também é
trabalhado território e espaço vital.
Desta forma MORAES (1990), interliga os dois conceitos chave, o espaço e território,
quando se é falado de espaço vital ele exprime que é uma apropriação do espaço por um
determinado grupo com necessidades territoriais havendo um equilíbrio entre homem e
natureza, tornando o espaço em um espaço político que seria um território através das
interações nele.
Para HARTSHORNE (1939), os conceitos espaciais são importantes para Geografia,
falando que a tarefa do geógrafo é descrever, analisar a integração e interação dos fenômenos
no espaço. Hartshorne fala que o espaço é absoluto onde é caracterizado pela sua área não
1
Estudante do curso de Licenciatura em Geografia do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; e-mail: pedrovalero@alu.uern.br
2
Estudante do curso de Licenciatura em Geografia do Departamento de Geografia da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte; e-mail: yasmimanjos@alu.uern.br
³ Professora orientadora do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-
mail: zenisbezerra@uern.br
ressaltar as relações humanas. Pode ser destacado o Determinismo Geográfico que acreditava
que o homem só se desenvolveria se estiver em um lugar propício para sobreviver criando um
estereótipo.
Pode-se falar da Geografia Teorética Quantitativa, onde é baseada no positivismo
lógico, criando a construção da estatística para a imposição de respeito sobre o estudo,
raciocinando sobre o método hipotético-dedutivo seria mais coerente na época onde as
pesquisas iriam levantar questionamentos para levantamentos de hipóteses e dados para uma
futura dedução, sendo necessário, testes para sua resolução. Como, por exemplo, temos uma
pessoa que acorda e sente dor de cabeça, falta de ar, etc. Esta pessoa levanta a hipótese de
estar com uma gripe comum ou infectada com a covid-19, mediante destas duas alternativas,
procura solucionar através de um teste, por intermédio do teste é constatado que ela não está
com a covid-19, descartando uma das hipóteses e estabelecendo uma certeza de que era só
uma gripe comum, e que deverá ser tratada corretamente.
Na Corrente Teorética Quantitativa o espaço é visto de uma planície isotrópica, onde é
vista de forma homogênea, compreendesse um pouco mais sobre a mesma, através dos
esquemas centro-periferia, questões interurbanas e rural. Dentro dessa planície isotrópica
temos o lugar como principal conceito, criando o espaço relativo, que é o oposto do espaço
absoluto, o relativo busca uma interação dos objetos e ser humano com os objetos, destacando
que o espaço relativo está em alvo de constante transformação. Na planície isotrópica os
espaços são iguais, mas as ações que ocorre nela mudam.
Assim sendo o espaço segundo SANTOS (1977), não depende da economia, mas a
economia e as outras estruturas estão ligadas ao espaço, não podendo ser desligados das
modificações ocorridas nele. Pois, o espaço é necessário nas questões territoriais capitalistas.
Contudo, surgiu a Geografia Crítica que busca a ruptura com a Geografia Tradicional
e Teorética Quantitativa, havendo muitos debates destacando que o espaço desempenha um
papel decisivo em um sistema não absoluto, mas vivido e social. LEFÉBVRE (1976), aponta
que o espaço não é nem o ponto de partida e espaço absoluto, nem ponto de chegada como
produto social, afirmando que o espaço é um todo, juntando uma combinação única dos
fenômenos sociais e naturais.
Geografia Humanista e Cultural contraria a Geografia Teorética Quantitativa e Critica,
ela está baseada na experiência, sentimentos e intuição. Tornando o lugar relevante sobre a
ciência geográfica, temos como um dos principais protetores do lugar o Tuam (1979), que
considera o sentimento sobre o espaço e lugar, criando o conceito de topofilia que pode ser
definido como os sentimentos referentes a um lugar. Nas argumentações de Tuam ele relata
vários tipos de espaço, o pessoal e o grupal onde é vivido a experiência do outro, pode ser
citado como exemplo a retirada dos moradores da antiga São Rafael/RN, onde hoje está
localizada a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves houve uma desapropriação do lugar
afetando os moradores que nele estavam habitando, afetando o sentimento deles pelo lugar.
As práticas espaciais podem ser definidas como conjunto de ações que impacta o
espaço. Primeira prática: seletividade espacial, onde um agricultor busca uma terra fértil para
poder plantar e ter uma boa colheita. Segunda: fragmentação – remembramento espacial que
pode ser dado como exemplo a loja gotter que é uma produtora de roupas do município de
Itajá/RN que busca abrir filiais nas cidades próximas, como Assú/RN aumentando seu lucro.
Terceira: antecipação espacial, pode ser caracterizada como pessoas que buscam áreas sem
valor para comprar, esperando que no futuro elas tenham valor. Quarta: marginalização
espacial, que é definida como as áreas com um baixo e precário volume habitacional, onde
pessoas não buscam morar nessas áreas. Quinta: reprodução da região produtiva, onde as
ações de propagandas estão desenvolvendo uma busca por mão de obra, buscando uma
migração dos trabalhadores da cidade para o campo visando a lucratividade.
Segundo CRUZ (2003), “O conceito de formação espacial nasce associado à categoria
de formação econômica e social cuja origem encontra-se no materialismo histórico e na
dialética marxista.” Ademais o espaço é como uma junção das atividades sociais, econômica
capitalista onde o território se torna uma fonte de produção dos produtos, criando uma relação
entre as classes sociais.
CONCLUSÕES
Desta forma, pode ser identificado neste referido resumo expandido os debates sobre
os conceitos (chaves) abordadas pela Geografia de acordo com cada corrente do pensamento;
a Humanista e cultural, Teorética Quantitativa, Crítica, como também os autores que abordam
os conceitos da Geografia, dentre eles estão o lugar, região, território e espaço. Destacando os
diversos conceitos que lhes são dados de acordo com sua evolução através dos estudos e
desenvolvimento, compreendendo assim, que os conceitos da Geografia não são meras
palavras representativas, mas palavras que afetam o social, pois não é possível está desligado
do conceito chave que é o espaço segundo Milton Santos.

REFERÊNCIAS
CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço um conceito chave para geografia. In: CASTRO, Iná
Elias.; GOMES, Paulo Cesar Costa.; _______ (Orgs.). Geografia: conceitos e temas. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 1995, p. 15-47.
CRUZ, M. C. Da. O conceito de formação espacial: sua gênese e contribuição para a
geografia. In: GEOgraphia -Ano V - No 9 – 2003, p.67-83.
SANTOS, Milton. Espaço como instância social. In:______. Por uma Geografia nova. 6 ed.
São Paulo: EDUSP, 2008, p.177-190.

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