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ATIVIDADE AVALIATIVA
ASSÚ
2023
A Constituição de 1988 garantiu direito à igualdade a todos os indivíduos. Contudo, se
observa que esse poder não exerce suas funções de forma concreta e eficaz. Nesse sentido, é
preciso entender que há fatores políticos, culturais e econômicos que ao longo da história nos
levou até tal posição. Pode-se analisar que essa problemática permanece por ter vínculos
históricos e ideológicos.
A sociedade ainda não foi capaz de se desvincular do patriarcado. Se recordamos do
período de economia apoiada na escravidão, Fraga (2014), enfatiza que a escravidão foi muito
mais que um sistema econômico; ela moldou condutas, definiu hierarquias sociais e raciais,
forjou sentimentos, valores e etiquetas de mando e obediência, ou seja, foram silenciados e no
momento que a mesma foi abolida deixou inúmeras pessoas sem orientação, não restando
outra alternativa a não ser oferecer a sua força de trabalho em troca de pagamento, a força de
trabalho torna-se uma mercadoria, aprisionando o indivíduo, como se a vida se resumisse
unicamente ao trabalho, que, na verdade, é uma exploração camuflada, sendo homens
injustiçados e roubados.
Além disso, vê-se que a nítida realidade que permite evidenciar a maioria que são a
classe dominada trabalhar para manter os que estão no topo da pirâmide, isto é, a classe
dominante, dessa forma existe uma desigualdade em contextos diferenciados, dos que são
vistos como marginalizados, pois, estão à margem dos seus direitos e não os usufruem
completamente deles, os diversos direitos sociais são elitizados. Funcionando como obstáculo
para inserção desse direito. Assim, a desigualdade continua sendo perpetuada. Conforme
relata Freire em uma de suas obras, “é como homens que os oprimidos têm de lutar e não
como "coisas".” (FREIRE, 1983, p. 60)
A sociedade precisa se convencer de que essa batalha depende de todos, e que todos se
libertam em união. Tomar essa consciência de classe é fundamental para essa revolução, para
não aceitar sua exploração, quando essas massas se empenham sobre essa práxis concreta e
árdua na qual executa sua ação transformadora, mas estão inseridas criticamente. A formação
da consciência crítica não é um dever apenas da escola, é necessário equilibrar e identificar as
transformações históricas. Diante disso, é necessário também a contribuição de uma ação
pedagógica, que se impõe e participe do processo de libertação desses sujeitos, visando
romper com essa alienação, pela conquista da liberdade, superando esse vazio, essa realidade
opressora, fazendo com que os indivíduos não sejam esmagados pela minoria dominadora.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido,13. ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983.
NUNES, Clarice. Anísio Teixeira entre nós. A defesa da educação como direito de todos.
Educação & Sociedade, Campinas, v. 21, n. 73, p.9-40, dez. 2000.