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RESUMO CRÍTICO DO TEXTO

O Texto “Gestão da Educação com Justiça Social. Que Gestão de Injustiçados?” traz um
compilado de interrogações que permeiam a forma como se dá a gestão política da educação
nacional.

Inicialmente a autor responsabiliza o Estado como agente político detentor do poder capaz
de interferir nos rumos históricos da sociedade que foi martirizada a tempos e ainda vive as
repercussões da colonização, do regime escravista e das desigualdades étnicas e sociais. Ele
afirma que a gestão da educação nunca ocorreu de forma separada da gestão política. O que
de fato é verdade.

O texto ainda afirma historicamente que o Estado decretou que negros, indígenas,
quilombolas como violentos e sem valor a fim de legitimar suas ações de repressão e se
apropriar de seus territórios, e poder administrá-los. E esse processo se repete quando o
Estado intervem nas manifestações de militâncias na luta pelos seus direitos.

Uma estratégia de manter o controle sobre os oprimidos e poder violentá-los de forma


legitima é decretá-los como violentos. Assim, eles deixam de ser as vistos como vítimas e
passam a ser os opressores que devem ser administrados com medidas rígidas de controle.

A escola é um espaço politizado e, se há política, entende-se então que ela se torna um


lugar de repressão, onde as estratégias de controle do Estado se firmam. Desta forma, é
necessário entender como a gestão da educação tem atuado ao longo da história e como
podemos intervir e interferir nesse processo. Quando a escola assume uma postura de querer
punir os educandos populares porque são violentos e indisciplinados, e sem valor, apenas
está assumido a lógica política do Estado de reprimir os mesmos sujeitos que historicamente
deveriam ser escravizados porque eram ignorantes e rudes, sem controle de si, devendo ser
controlado pelo mais educados. Desta forma, se questiona o papel educador da escola e sua
capacidade de melhorar a vida dos educandos.
Outro ponto importante a ser relevado no artigo é como se dá a justiça na gestão da
educação, pois o termo justiça nos dá a idéia de igualdades de direitos e cumprimento
desses direitos, porém o Estado propõe como justiça reproduzir injustiças contra o povo.
Então, a justiça social é uma justiça de direitos ou uma justiça de exclusão dos oprimidos?
O Estado é de proteção ou de extermínio? Esses questionamentos propõe que resistência
ativa para que o Estado firme ações democráticas com justiça social.

Nossa história é cheia de injustiças sociais e carregamos essas injustiças na estrutura


política que se estabelece. O Estado controla os injustiçados através de suas políticas sociais
e educativas que são partes dessa estrutura política. Assim, ele enfrenta uma dicotomia
estrutural: sustentar os injustiçados que suas estruturas produzem.

Outro ponto preocupante é a forma como a gestão da educação se limita a administrar os


processos de aprender e reprimir as condutas indisciplinadas. Mas a existe uma falha na
construção de valores pelas famílias que trazem isso desde suas origens. Assim, como a
escola pode administrar valores que se formam fora de suas paredes? Valores que são frutos
de uma história de repressão e exclusão? A gestão da educação persiste em decretar os
injustiçados como desumanos, irracionais e imorais. Daí surge outra interrogação, se os
injustiçados são irracionais e imorais como podem se tornar trabalhadores capazes de
produzir Ordem e Progresso?

O autor propõe trazer as vítimas de injustiça para debater sobre a gestão da educação, sobre
as políticas, sobre a formação de gestores-professores. Essa ação pode causar uma
transformação na forma como a justiça social atinge os injustiçados. Propõe reconhecer os
educandos como vítimas de injustiças e privilegiar os seus interesses. Mas para isso
primeiro é necessários identificá-los e conhecê-los, no sentido de entender os seus
sofrimentos e suas reais necessidades. Essa demanda exige uma docência além da
pedagogia atual, que administra conhecimentos. Uma pedagogia capaz de acompanhar as
vidas injustiçadas.

Os educadores precisam entender as estruturas sociais, econômias, culturais e políticas e as


injustiças que produzem os educandos como vítimas. E precisam reconhecer que os
educandos são injustiçados pelo próprio Estado que estabelece a Ordem e Progresso. Somos
obrigados a entender os processos de desumanização com que a sociedade os vitima.

Uma das injustiças mais violentas da sociedade e decretar que os injustiçados são
responsáveis pelos sofrimentos e violências que vivem. O autor afirma que vivemos tempos
de decretar a educação sem sentido, pois tamanha é a incoerência das instituições públicas
que ameaçam aqueles a quem tentam moralizar. A pedagogia tem a função social, cultural,
moral de acreditar que todo humano é viável, e construir infâncias humanizáveis. Sem isso a
gestão pedagógica perde o sentido.

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