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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
Acção das águas marítimas e o aproveitamento económico do oceano mundial

Nome: Elisa Fernando Matsinhe – 708226177

Disciplina: Hidrogeografia

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia

Ano de Frequência: 2o Ano

Tutor: Nelson Gil António

Maputo, Agosto de 2023

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Formatação paragrafo, 1.0
gerais
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s 6ª edição em das
4.0
Bibliográfi citações e citações/referências
cas bibliografia bibliográficas

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ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4

1. ACÇÃO DAS ÁGUAS MARÍTIMAS E O APROVEITAMENTO ECONÓMICO


DO OCEANO MUNDIAL ............................................................................................... 5

1.1. Acção das águas marítimas na modelagem do relevo costeiro .......................... 5

1.1.1. Exemplos de algumas paisagens resultantes da acção das águas marinhas ... 5

1.2. Movimento das águas do mar ............................................................................ 7

1.2.1. Marés .............................................................................................................. 7

1.2.2. Ondas .............................................................................................................. 7

1.2.3. Correntes marítimas ....................................................................................... 8

1.2.3.1. Tipos de correntes marítimas...................................................................... 9

1.3. Importância económica dos oceanos ............................................................... 10

CONCLUSÃO ................................................................................................................ 12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 13

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INTRODUÇÃO
A superfície terrestre não é rectilínea, pelo contrário, há uma enorme irregularidade ao
longo da mesma, formando as diferentes formas de relevos, que são originados a partir
de factores internos (tectonismo e vulcanismo) e externos (vento, gelo, homem e água
pluvial, fluvial e oceânica). Portanto, as águas oceânicas não se encontram em repouso,
elas exercem grande influência na modelagem do relevo litorâneo.

Neste contexto, o presente trabalho, inserido na disciplina de Hidrogeografia, intitula-se


“Acção das águas marítimas e o aproveitamento económico do oceano mundial”,
sendo que para o seu desenvolvimento definimos como objectivo geral compreender a
acção das águas marítimas sobre o relevo e os mecanismos de aproveitamento
económico do oceano mundial, e especificamente:

(i) Descrever a acção das águas marítimas na modelagem do relevo costeiro;


(ii) Identificar os movimentos das águas do mar, bem como os factores por
detrás desta dinâmica;
(iii) Descrever a importância económica dos oceanos.

 Metodologia

Em termos metodológicos, o nosso trabalho é essencialmente bibliográficos. De acordo


com Gil (1999), a pesquisa bibliográfica “é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Assim, este
método permitiu a consulta de manuais físicos e electrónicos, citados nas referências
bibliográficas, de modo a dar suporte teórico, através da revisão da literatura.

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1. ACÇÃO DAS ÁGUAS MARÍTIMAS E O APROVEITAMENTO
ECONÓMICO DO OCEANO MUNDIAL

1.1. Acção das águas marítimas na modelagem do relevo costeiro


O relevo em qualquer ponto do planeta é formado através de factores internos
(endógenos) e externos (exógenos). No caso específico das águas, como um agente
modelador, é um factor externo, em razão de sua actuação sobre a superfície terrestre
(Freitas, 2019, p.17).

De acordo com Freitas (2019) o litoral, superfície do continente em contacto directo


com o mar, ou afectado por fenómenos característicos dessa faixa de transição, é um
sistema dinâmico que sofre alterações ao longo do tempo. Exposto à acção do mar e dos
elementos do clima, o litoral sofre processos erosivos (de desgaste e de
deposição/acumulação), que vão contribuindo para alterar as suas características físicas,
com impactes na paisagem e na actividade humanas. Segundo o mesmo autor, isso
ocorre quando as águas se chocam com as rochas, causando fendas na base das mesmas,
formando as falésias (paredões íngremes localizados a beira do mar). Esse processo é
provocado pelas águas do mar e recebe o nome de erosão marinha. Além disso, as águas
oceânicas depositam sedimentos no litoral, formando assim, praias e restingas.

Entretanto, Neto (2017) chama a atenção no sentido de que as alterações na


configuração do litoral podem levar centenas de anos, e a forma como a linha de costa
evolui depende muito do tipo de material: quanto mais duro for o material rochoso, mais
difícil é ser erodido. Por isso, podemos ter troços de costa alta e troços de costa baixa,
sendo os primeiros associados a litologias mais resistentes e, os segundos, a materiais
rochosos mais brandos e fáceis de desgastar.

1.1.1. Exemplos de algumas paisagens resultantes da acção das águas


marinhas
a) Cabos e penínsulas

De acordo com Neto (2017) as baías e cabos são formados quando os agentes erosivos
desgastam rocha com diferentes graus de dureza. Segundo este autor, um cabo é uma
massa rochosa mais resistente à erosão, que se projecta no mar. Por outro lado as
penínsulas são porções de terra quase que totalmente cercadas por agua, expecto uma
pequena faixa de terra que a conecta ao continente.

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b) Baías e golfos

Por oposição ao cabo, as baías são um corpo de água formando um recuo da costa
devido a acção erosiva das águas marinhas. As baías são geralmente mais protegidas do
mar e, por conseguinte, a menor energia erosiva do mar leva à formação de praias de
areia ou de seixos e calhaus (Neto, 2017). Por outro lado, os golfos “são baias em
grandes dimensões”, ou seja, apresentam uma forma mais abertas ao mar.

c) Arribas
De acordo com Húo (2011) as arribas são vertentes abruptas ou costas altas que podem
ou não estar sobre o ataque directo das águas do mar. Este autor, também explica que as
arribas podem classificar-se em (i) arribas vivas, quando sofrem a acção modeladora do
mar; (ii) ou arribas fósseis quando, afastadas em relação à linha de costa, já não sofrem
da abrasão marinha devido à acumulação, na sua base, de uma planície litoral que as
protege da acção do mar. As arribas mortas resultam, quer de fenómenos associados a
regressão marinha, quer do levantamento tectónico de placas, responsáveis pelo
“afastamento” do material rochoso da acção da abrasão marinha.

d) Praias

As praias são acumulações de areia junto ao mar, mais também ser construídas por
calhaus rolados (pequenas rochas eruditas) e cascalho fino. A areia não resulta do
desgaste dos elementos grosseiros mais é fornecida principalmente pelos rios que
desaguam nos mares. Esta forma de relevo criada pelo agente mar é muito instável,
alterando-se de quando em vez pela influência do mar em tempos diferentes. Por
exemplo, no mau tempo a areia é levada pelas ondas e contrariamente sucede em
tempos estáveis (Húo, 2011).

e) Dunas

Quando a largura das praias é suficientemente grande, o vento acumula a areia


formando dunas, podendo atingir dezenas de metros de altura. Se o vento for constante e
forte as dunas podem avançar mais para o interior.

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1.2. Movimento das águas do mar
Os oceanos são imensas massas de água salgada que abrangem grande parte da
superfície terrestre. De acordo com Cuamba (2014) a enorme quantidade de água
contida nos oceanos não permanece parada, pelo contrário, elas se movimentam o
tempo todo. Assim, a dinâmica das águas oceânicas refere-se aos movimentos que nela
se produzem. Estes movimentos diferem-se um do outro dependendo dos agentes que os
origina. Deste modo temos: (i) Movimentos periódicos: marés e ondas; (ii) Movimentos
permanentes: correntes marítimas.

1.2.1. Marés
Segundo Cuamba (2014) as marés correspondem ao movimento que as águas realizam
diariamente, as quais avançam e recuam, ou seja, as marés são oscilações periódicas do
nível do mar, isto é, caracterizam-se pelas subidas e descidas do nível das águas. (Húo,
2011, p. 182). O autor, explica que esse fenómeno se dá por meio de forças
gravitacionais que o Sol e a Lua exercem sobre a Terra. Existem dois tipos de marés: a)
maré alta ou preamar – quando as águas oceânicas avançam; b) maré baixa – quando as
águas oceânicas recuam, e geralmente ocorre em períodos de cerca de 6 horas.

Num outro desenvolvimento, Húo (2011, p.183) explica que A distância vertical entre
duas posições extremas denomina-se por amplitude da maré; o intervalo de tempo entre
duas referidas posições designa-se por período da maré; e a subida do nível das águas
corresponde ao fluxo ou montante e a descida o refluxo ou vazante.

1.2.2. Ondas
As ondas são movimentos provocados pelo vento, que sopra sobre a superfície das
águas oceânicas, ou seja, ondas são porções de água que alternadamente de elevam e
descem na superfície dos oceanos. De acordo com Húo (2011, 184) existem alguns
factores que ditam a origem das ondas, designadamente: a) transmissão de energia ao
oceano através de um terramoto uma erupção vulcânica ou uma escorrência da terra da
sua margem (Tsunami); b) o vento, que por sinal é o mais predominante na formação de
ondas.

Húo (2011, p.184) também explica que uma onda é constituída por elementos distintos
(ver figura 1), tais como, a crista, que á a parte mais alta da onda, a Cavado ou vale, é a
parte mais baixa, o comprimento, é a distância horizontal entre duas Cristas e a altura,
que é a distância vertical entre a crista e a vale.

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Figura 1: Ilustração dos elementos de uma onda

Fonte: www.google.com

1.2.3. Correntes marítimas


Cuamba (2014) define as correntes marítimas como sendo massas menores de água que
se deslocam por distintas direcções, mantendo suas características de cor, salinidade e
temperatura, isso quer dizer que elas não se misturam. Esse deslocamento é proveniente
da acção dos ventos e também pelo movimento de rotação da Terra. Por causa disso, as
correntes marítimas realizam deslocamentos distintos de acordo com os hemisférios em
que se encontram. No hemisfério Norte as correntes seguem no sentido horário e no
hemisfério Sul desloca no sentido anti-horário.

Por sua vez, Húo (2011, p.186) considera que as correntes marítimas são deslocamento
da água decorrente no oceano. Segundo este autor, elas são originadas pela impulsão do
vento e pela diferença da densidade das águas. Entretanto, o autor acrescenta que o
vento é a causa mais importante e mais evidente, havendo no oceano uma clara
correspondência entre sistema de ventos e as principais correntes marítimas.

Por causa do movimento de rotação da Terra e do consequente efeito coriólis (uma força
inercial que atua sobre um corpo cujo sistema de referência encontra-se em rotação), as
correntes marinhas circulam em sentidos diferentes entre os dois hemisférios: no norte,
elas percorrem o sentido horário e, no sul, elas percorrem o sentido anti-horário. A

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direcção que elas assumem é importante não só para o clima, mas também para definir a
direcção em que se deslocam várias espécies de animais marinhos, contribuindo para o
equilíbrio dos ecossistemas oceânicos e também para actividades económicas
relacionadas com a pesca (Silva, 2017, p.84).

1.2.3.1. Tipos de correntes marítimas


As principais correntes marítimas foram nomeadas conforme o seu local de origem,
com excecção da corrente de Humboldt, nomeada em homenagem ao naturalista alemão
que a descobriu, Alexander Von Humboldt. Assim, de acordo com Silva (2017, p.86)
como a temperatura é um dos principais factores relacionados com essa dinâmica das
águas dos oceanos, ela é utilizada como critério para a classificação das correntes
marítimas. Assim, o autor explica que as correntes são divididas dois tipos,
designadamente: Correntes quentes e Correntes frias.

a) Correntes quentes – originam-se na zona tórrida da Terra e se dirigem rumo às


zonas polares. Correntes quentes, ou seja, são provenientes das faixas
equatoriais do planeta, onde a insolação é maior e as temperaturas também.
Essas características fazem com que elas sejam mais superficiais e se desloquem
mais rapidamente do que as demais correntes. Nelas, o índice de evaporação é
maior, o que faz com que as áreas banhadas por elas recebam uma maior
quantidade de umidade. As principais correntes quentes são as correntes das
Guianas, do Golfo do México, do Brasil, correntes Norte e Sul Equatorial,
corrente do Japão, corrente das Monções, corrente Norte Atlântica, corrente do
Pacífico Norte, corrente Australiana, corrente quente do canal de Moçambique.
b) Correntes frias: inversamente, as correntes frias são provenientes de faixas
polares, com elevadas latitudes, sendo, portanto, mais frias. Elas deslocam-se em
direcção à Linha do Equador. Como as substâncias frias são naturalmente mais
densas, essas correntes costumam ser mais profundas e deslocam-se mais
lentamente. Da mesma forma, o índice de evaporação é menor, fazendo com que
as áreas próximas recebam menos umidade e chuvas.
Guitarrara (2018) explica que as correntes frias possuem uma relevante função
ambiental, pois, como são mais profundas, interferem na movimentação de
depósitos orgânicos existentes nas áreas mais submersas das áreas oceânicas.
Esses depósitos afloram, então, à superfície e atraem uma grande quantidade de
cardumes, de forma que favorecem a prática da pesca, em um fenómeno

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chamado de ressurgência. Principais correntes frias: corrente de Humboldt (ou
corrente do Perú), corrente das Falklands, corrente Antártica, corrente do
Atlântico Sul, corrente de Labrador, corrente da Groenlândia, corrente de
Benguela, corrente Oyashio.

Figura 2: Localização das principais correntes marítimas

Fonte: www.google.com

1.3. Importância económica dos oceanos


De acordo com Guitarrara (2018) os oceanos têm uma grande importância, tanto nos
aspectos naturais quanto no humano. No ambiente terrestre, os oceanos são grandes
produtores de oxigénio e também importantes reguladores da temperatura terrestre.
Além disso, influenciam na dinâmica atmosférica do planeta, como na formação e
distribuição de humidade e chuvas.

Por outro lado, os oceanos são formados por diferentes ecossistemas com grande
biodiversidade, sendo assim considerados de grande importância ambiental para o
planeta. Com relação às actividades humanas, os oceanos têm uma grande importância
para os transportes comerciais e de passageiros assim como para o fornecimento de

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alimentos, a exploração de recursos minerais, e o desenvolvimento de acções de turismo
e lazer.

Outrossim, a importância económica do mar inclui as actividades tradicionais como a


pesca, a aquacultura e as indústrias de processamento; a extracção de petróleo e gás
offshore; o transporte marítimo de carga e de passageiros; as instalações portuárias e a
logística; as infra-estruturas e obras marítimas; a construção naval e reparação; o fabrico
de estruturas marítimas; o turismo de cruzeiros, o turismo costeiro, a náutica de recreio,
o desporto e a cultura; e o ensino, formação e investigação científica. Inclui também as
actividades emergentes como as energias renováveis do oceano (eólica, ondas e marés);
a biotecnologia marinha (biocombustíveis, recursos genéticos, farmacêuticos); a
mineração em águas profundas; a defesa das áreas marítimas, a segurança de pessoas e
de bens, a vigilância marítima, entre outras Silva (2017).

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CONCLUSÃO
“Acção das águas marítimas e o aproveitamento económico do oceano mundial”,
foi o tema abordado ao longo do presente trabalho, do qual, em jeito de conclusão
tecemos as seguintes considerações finais:

Os oceanos são imensas massas de água salgada que abrangem grande parte da
superfície terrestre. A enorme quantidade de água contida nos oceanos não permanece
parada, pelo contrário, elas se movimentam o tempo todo. Dentre os principais
movimentos podemos citar: as ondas, as marés e as correntes marítimas, estes
movimentos são respectivamente causados por atracção gravitacional do sol e da lua e
os ventos.

As águas oceânicas não se encontram em repouso, elas exercem grande influência na


modelagem do relevo litorâneo, como é o caso da formação de praias, criação de cabos,
entre outras formas. Para além destas formas criadas, as águas marinhas apresentam
grandiosas potencialidades económicas, como por exemplo a existência de grandes
jazigos de petróleo e várias espécies biológicas úteis para o consumo humano. Estes
aspectos contribuem bastante para a dinâmica económica de vários países.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Cuamba, B. (2014). Influências da corrente quente do Canal de Moçambique nas
mudanças climáticas. (Dissertação de Mestrado). Maputo: UEM.

Freitas, E. (2019). As águas como modeladoras das paisagens brasileiras. São Paulo:
Atlas.

Gil, A.C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Atlas.

Guitarrara, P. (2018). Correntes marítimas. Brasil Escola. Recuperado em em:


https://brasilescola.uol.com.br/geografia/correntes-maritimas.htm.

Húo, E.F.J. (2011). Módulo de Hidrogeografia – 2º Ano. Beira: UCM-IED.

Neto, H. (2017). Geografia Física – 10º Ano. Lisboa: Texto Editores.

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