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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema do Trabalho:
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Nome e Código do Estudante


Agra Torres António Achane
708213171

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Hidrogeografia
Ano de Frequência: 2º

Milange, Novembro 2022


Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
Máxima Tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Revisão bibliográfica
Conteúdo nacional e
internacionais 2.0
Análise e relevantes na área de
discussão estudo
 Exploração dos dados
2.0

 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
Gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência das
Referências edição em citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução................................................................................................................................. 1

1.1. Objectivos ......................................................................................................................... 2

1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 2

1.1.2. Específicos ................................................................................................................. 2

1.2. Metodologia ...................................................................................................................... 2

2. Águas Subterrâneas .................................................................................................................. 3

2.1. Conceito de águas subterrâneas ........................................................................................ 3

2.2. Origem de águas subterrâneas .......................................................................................... 3

2.3. Distribuição e movimento da água no subsolo ................................................................. 4

2.3.1. O conceito de superfície freática ou nível da água .................................................... 4

2.3.2. Porosidade ................................................................................................................. 7

2.3.3. Permeabilidade .......................................................................................................... 7

2.3.4. O fluxo de água no subsolo ....................................................................................... 8

2.4. Tipo e função dos aquíferos .............................................................................................. 8

2.4.1. Aquíferos: reservatórios da água subterrânea ............................................................ 8

2.4.2. Aquífero e tipos de porosidade .................................................................................. 9

2.4.3. Funções dos Aquíferos ............................................................................................ 11

3. Conclusão ............................................................................................................................... 13

4. Referencias Bibliográficas ..................................................................................................... 14


1. Introdução
Este trabalho tem por objectivo discutir a formação das águas subterrâneas bem como o impacto
das actividades humanas implementadas muitas vezes nas áreas de recarga de aquíferos. Por meio
de análise e discussão da literatura acerca do assunto, busca-se destacar a importância destas
áreas de recarga bem como da necessidade do entendimento dos processos de origem, ocorrência
e movimentação das águas subterrâneas para que exista uma preocupação por parte da sociedade
no que tange a protecção das áreas de recarga de aquíferos, fato muitas vezes negligenciado.

Para se entender a origem da água subterrânea é necessário tratar do ciclo hidrológico, ao


constante movimento da água sobre, na e sob a superfície da Terra. Desta forma, o autor chama a
atenção para importância da compreensão do que vem a ser este ciclo, pois o conceito de ciclo
hidrológico é central ao entendimento da ocorrência de água e ao desenvolvimento e
administração de suprimentos em água. Actualmente sabe-se que a origem da água subterrânea
está ligada ao ciclo hidrológico, que é um sistema natural em que a água circula do oceano para a
atmosfera, para depois ser precipitada nos continentes e então retornar ao oceano
superficialmente e/ou subterraneamente.

O trabalho obedecera a seguinte estrutura: capa; Folha de Feedback; Folha para recomendações
de melhoria: A ser preenchida pelo tutor; índice; introdução; objectivos; metodologia; análise e
discussão (desenvolvimento); considerações finais (conclusão); e referencias bibliográficas.

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1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
 Falar dos Águas Subterrâneas

1.1.2. Específicos
 Definir o Conceito de águas subterrâneas;
 Descrever a origem de águas subterrâneas;
 Identificar os tipos e função dos aquíferos.

1.2.Metodologia
O trabalho desenvolveu-se utilizando-se a metodologia de pesquisa bibliográfica e a abordagem
qualitativa, que é uma técnica de pesquisa que utiliza como base de dados conteúdos materiais já
publicados em revistas, livros, artigos e teses, assim como também materiais disponíveis na
internet.

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2. Águas Subterrâneas
2.1.Conceito de águas subterrâneas
De acordo com Húo (s/d), chama-se de águas subterrâneas os recursos hídricos que se encontram
sob a superfície terrestre, preenchendo completamente os poros das rochas e dos sedimentos,
constituindo os aquíferos. As águas subterrâneas sustentam diversos sistemas aquáticos como
rios, lagos, mangais e pântanos e são essenciais para manutenção de florestas em regiões de clima
tropical ou seco. Ainda segundo o autor acima citado, refere-se que:

O fluxo das águas subterrâneas impede o ingresso da água salgada marinha no continente
e consequentemente, a não salinização de aquíferos costeiros. Sem ela, o planeta séria
muito mais seco e menos biodiverso. Por outro lado, por estarem escondidas no
subterrâneo, o controle, o diagnóstico e a consolidação de políticas públicas específicas
são dificultados. Além disso, o desconhecimento sobre sua importância social, ambiental e
económica as deixam vulneráveis ao mau uso e à contaminação (p. 99).
Para Von Sperling (2005) água subterrânea é toda a formação geológica com capacidade de
armazenar e transmitir a água e cuja exploração seja economicamente rentável, por outro
podemos simplesmente dizer que são águas que se encontram debaixo da superfície da Terra.

De acordo com Silva & Albertoni (1996), as águas subterrâneas representam toda a água
armazenada abaixo da superfície terrestre, ou seja, no subsolo. De maneira geral, é o
armazenamento encontrado em falhas rochosas, poros ou fracturas, que representam espaços
grandes, como cavernas subterrâneas.

Segundo os autores acima citados, podemos afirmar que quando as reservas de água são maiores
que a quantidade de rios, por exemplo, estas conseguem suprir, de forma satisfatória, diversas
regiões, como cidades e estados. Sendo assim, o tamanho das reservas subterrâneas hídricas
depende do nível de infiltração da água no subsolo.

2.2.Origem de águas subterrâneas


A existência destas águas está associada com a origem da hidrosfera. Ela origina-se a partir de
três fontes, nomeadamente, a infiltração da água proveniente das chuvas no subsolo; a água
armadilhada em grandes profundidades durante a sedimentação; e a água proveniente de maiores
profundidades durante a actividade vulcânica (água juvenil). De maneira simplificada, toda água
que ocupa vazios em formações rochosas ou no regolito é classificada como água subterrânea
(Húo, s/d).

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De acordo com Húo (s/d), quando se fala de águas subterrâneas trata-se da fracção de água que
sofre infiltração, acompanhando seu caminho pelo subsolo, onde a força gravitacional e as
características dos materiais presentes irão controlar o armazenamento e o movimento das águas.
Infiltração é o processo mais importante de recarga da água no subsolo. O volume e a velocidade
de infiltração dependem de vários factores. Neste caso, a infiltração da água ocorre de formas
diferentes dependendo de factores, como:

 Porosidade do solo: representam os solos menos porosos ou menos permeáveis. Isso


significa que a água infiltra com maior dificuldade, como no caso das rochas argilosas.
Nestes casos, o nível de impermeabilidade é maior (Húo, s/d).
 Declividade: quando o solo é menos inclinado, a água permanece mais tempo sobre o
solo e, consequentemente, consegue se infiltrar com maior facilidade. Assim, as áreas
mais íngremes possuem maiores chances de escoamento da água (Húo, s/d).
 Presença de vegetação: favorece a infiltração e o abastecimento das reservas de água,
pois deixa o solo em melhor forma para receber a água, bem como auxilia na velocidade
com o que a água é escoada para o subsolo (Húo, s/d).
 Velocidade de queda da chuva: quando ocorrem chuvas intensas é normal que a
quantidade de água se infiltre com mais facilidade e rapidez no solo, já que o nível de
escoamento da água é mais elevado. Em todos os casos, a água que se infiltra no subsolo
ocorre nas zonas saturadas de água, formando o que chamamos de aquíferos (Húo, s/d).

2.3.Distribuição e movimento da água no subsolo


2.3.1. O conceito de superfície freática ou nível da água
De acordo com Branco (2006), além da força gravitacional e das características dos solos,
sedimentos e rochas, o movimento da água no subsolo é controlado também pela força de
atracção molecular e tensão superficial. A atracção molecular age quando moléculas de água são
presas na superfície de argilominerais por atracção de cargas opostas, pois a molécula de água é
polar. Este fenómeno ocorre principalmente nos primeiros metros de profundidade, no solo ou
regolitos, rico em argilominerais.

A tensão superficial tem efeito nos interstícios muito pequenos, onde a água fica presa nas
paredes dos poros, podendo ter movimento ascendente, contra a gravidade, por
capilaridade. A absorção de água em argilominerais e nos capilares dificulta seu

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movimento nas proximidades da superfície, reduzindo sua evaporação e infiltração.
Assim, conforme o tamanho do poro, a água pode ser hidroscópica e praticamente imóvel,
capilar quando sofre acção da tensão superficial movendo-se lentamente ou gravitacional
em poros maiores, que permitem movimento mais rápido (p. 109).

O limite inferior da percolação de água é dado quando as rochas não admitem mais espaços
abertos (poros) devido a pressão da pilha de rochas sobrejacentes. Esta profundidade atinge um
máximo de 10.000m, dependendo da situação topográfica e do tipo de rocha. Pode-se imaginar
então que toda água de infiltração tende a atingir este limite inferior, onde sofre um
represamento, preenchendo todos os espaços abertos em direcção a superfície (Branco, 2006).

Estabelece-se assim uma zona onde todos os poros estão cheios de água, denominada zona
saturada ou freática. Acima desse nível, os espaços vazios estão parcialmente preenchidos por
água, contendo também ar, definindo a zona não saturada, também chamada de vadosa ou zona
de aeração. O limite entre estas duas zonas é uma importante superfície denominada superfície
freática (SF) ou nível da água subterrânea (nível da água, NA), facilmente identificado na pratica,
ao se perfurarem poços, nos quais a altura da água marca a posição do nível da água. A superfície
gerada pro vários pontos do nível da água constituem a superfície freática (Branco, 2006).

O nível freático acompanha aproximadamente as irregularidades da superfície do terreno, o que


pode ser visualizado pelo traçado da superfície através de uma rede de poços. Sua profundidade é
função da quantidade de recarga e dos materiais terrestres do subsolo. Em áreas húmidas, com
alta pluviosidade, tende a ser mais raso, enquanto em ambientes áridos tende ser mais profundo.
De modo geral, é mais profundo nas cristas de divisores topográficos e mais raso nos fundos de

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vales. Quando o nível da água intercepta a superfície do terreno, aflora, gerando nascentes,
córregos ou rios. A maioria dos leitos fluviais com água são afloramentos do NA (Branco, 2006).

O nível freático tem uma relação íntima com os rios. Os rios cuja vazão aumenta para jusante são
chamados de rios efluentes, e são alimentados pela água subterrânea, situação típica de regiões
húmidas. Ao contrário, nos rios influentes, a vazão diminui a jusante, como consequência de
recarga da água subterrânea pelo escoamento superficial. Nestes casos a água do rio infiltra-se
para o nível freático e o rio poderá secar se o nível for rebaixado, abandonando o leito do rio,
como é comum em áreas semi-áridas ou áridas (Branco, 2006).

Em áreas áridas, onde a evaporação é intensa e suplanta a precipitação, pode ocorrer a inversão
sazonal da infiltração, quando uma parte da água subterrânea tem movimento ascendente por
capilaridade, atravessando a zona vadosa para alimentar a evaporação na superfície do solo. Este
processo é responsável pela mineralização dos horizontes superficiais do solo, pois sais
dissolvidos na água subterrânea acabam precipitando e cimentando os grãos do regolito
(salinização do solo). O caliche é um exemplo de solo endurecido pela precipitação de carbonato
de cálcio pelas águas ascendentes em áreas semi-áridos e áridos (Branco, 2006).

Fig. – O nível freático e o relevo da superfície

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2.3.2. Porosidade
A porosidade é uma propriedade física definida pela relação entre o volume de poros e o volume
total decerto material. Existem dois tipos fundamentais de porosidade nos materiais terrestres:
primária e secundária. A porosidade primária é gerada juntamente com o sedimento ou rocha,
sendo caracterizada nas rochas sedimentares pelos espaços entre os clastos ou grãos (porosidade
intergranular) ou planos de estratificação.

Nos materiais sedimentares o tamanho e forma das partículas, o seu grau de selecção e a presença
de cimentação influenciam a porosidade. A porosidade secundaria, por sua vez, se desenvolve
após a formação das rochas ígneas, metamórficas ou sedimentares, por facturamento ou
falhamentos durante sua deformação (porosidade de fracturas). Um tipo especial de porosidade
secundaria se desenvolve em rochas solúveis, como calcários e mármores, através da criação de
vazios por dissolução, caracterizando a porosidade cárstica (Fig. abaixo).

2.3.3. Permeabilidade
O principal factor que determina a disponibilidade de água subterrânea não é a quantidade de
água que os materiais armazenam, mas a sua capacidade em permitir o fluxo de água através dos
poros. Esta propriedade dos materiais conduzirem água é chamada de permeabilidade, que
depende do tamanho dos poros e da conexão entre eles.

Um sedimento argiloso, por exemplo, apesar de possuir alta porosidade, é praticamente


impermeável, pois os poros são muito pequenos e a água fica presa por adsorção. Por outro lado,
derrames basálticos, onde a rocha em si não tem porosidade alguma, mas possui abundantes
fracturas abertas e interconectadas, como disjunções colunares (juntas de resfriamento), podem

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apresentar alta permeabilidade devido a esta porosidade primária. Assim como os tipos de
porosidade, a permeabilidade pode ser primária ou secundária.

2.3.4. O fluxo de água no subsolo


Além da força gravitacional, o movimento da água subterrânea também é guiado pela diferença
de pressão entre dois pontos, exercida pela coluna de água sobrejacente ao pontos e pelas rochas
adjacentes. Esta diferença de pressão é chamada de potencial da água (potencial hidráulico) e
promove o movimento da água subterrânea de pontos com alto potencial, como nas cristas do
nível freático, para zonas de baixo potencial, como em fundo de vales.

Esta pressão exercida pela coluna de água pode causar fluxos ascendentes da água subterrânea,
contrariando a gravidade, como no caso de porções profundas abaixo de cristas, onde a água
tende a subir para zonas de baixo potencial, junto a leitos de rios e lagos. A união de pontos com
o mesmo potencial hidráulico em subsuperficie define as linhas equipotenciais do nível freático,
semelhantes a curvas de nível topográficas. O fluxo de água, partindo de um potencial maior para
outro menor, define uma linha de fluxo, que segue o caminho mais curto entre dois potenciais
diferentes, num traçado perpendicular às linhas equipotenciais (Fig. abaixo).

Fig. – Percolação da água subterrânea com linhas de fluxo equipotenciais

2.4.Tipo e função dos aquíferos


2.4.1. Aquíferos: reservatórios da água subterrânea
Unidades rochosas ou de sedimentos, porosas e permeáveis, que armazenam e transmitem
volumes significativos de água subterrânea passível de ser explorada pela sociedade são

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chamadas de aquíferos (do latim “carregar água”). O estudo dos aquíferos visando a exploração
de proteção da água subterrânea constitui um dos objectos mais importante da Hidrogeologia
(Rodrigues; Moreira & Guimarães, 2018).

Em oposição ao termo aquífero, utiliza-se o termo aquiclude para definir unidades geológicas
que, apesar de saturadas, e com grandes quantidades de água absorvida lentamente, são incapazes
de transmitir um volume significativo de água com velocidade suficiente para abastecer poços ou
nascentes, por serem rochas relativamente impermeáveis. Por outro lado, unidades geológicas
que não apresentam poros interconectados e não absorvem e nem transmitem água são
denominadas de aquíferos (Rodrigues; Moreira & Guimarães, 2018).

Recentemente os hidrogeólogos têm utilizado os termos aquífero e aquitarde para exprimir


comparativamente a capacidade de produção de água por unidades rochosas, onde a unidade com
produção de água corresponde ao aquífero e a menos produtiva ao aquitarde. Por exemplo, numa
sequência de estratos intercalados de arenitos e siltitos, os siltitos, menos permeáveis que os
arenitos, correspondem ao aquitarde. Numa outra sequência, formada de siltitos e argilitos, a
unidade siltosa pode representar o aquífero (Rodrigues; Moreira & Guimarães, 2018).

Portanto, o aquitarde corresponde à camada ou unidade geológica relativamente menos


permeável numa determinada sequência estratigráfica. Bons aquíferos são os materiais com
média a alta condutividade hidráulica, como sedimentos inconsolidados (por exemplo, cascalhos
e areias), rochas sedimentares (por exemplo, arenitos, conglomerados e alguns calcários), além de
rochas vulcânicas, plutónicas e metamórficas com alto grau de facturamento (Rodrigues; Moreira
& Guimarães, 2018).

2.4.2. Aquífero e tipos de porosidade


Conforme os três tipos fundamentais de porosidade, identificam-se aquíferos de porosidade
intergranular, de fracturas e de condutos. Os aquíferos de porosidade granular ocorrem no
regolito e em rochas sedimentares clásticas com porosidade primária. Os arenitos, de modo geral,
são excelentes aquíferos deste tipo. A produtividade em água dos arenitos diminui com o seu
grau de cimentação, como é o caso de arenitos silicificados, quase em permeabilidade
intergranular (Rodrigues; Moreira & Guimarães, 2018).

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A maioria dos aquíferos de fracturas forma-se em consequência de deformação tectónica, na qual
processos de dobramento e falhamento geram sistemas de fracturas, normalmente seladas, devido
à profundidade. Posteriormente sofrem aberturas submilimétricas, permitindo a entrada e fluxo de
água, pela expansão das rochas devido ao alívio de carga litostática causado pelo soerguimento
regional e erosão das rochas sobrejacentes. É óbvio que o fluxo de água somente se instala
quando as fracturas que compõem o sistema estão interconectadas (Rodrigues; Moreira &
Guimarães, 2018).

Fracturas não tectônicas, do tipo disjunção colunar em rochas vulcânicas, como nos derrames de
basaltos, podem ser geradas durante as etapas de resfriamento e contracção, possibilitando que
estas rochas tornem-se posteriormente importantes aquíferos. Aquíferos de condutos
caracterizam-se pela porosidade cárstica, constituída por uma rede de condutos, com diâmetros
milimétricos a métricos, gerados pela dissolução de rochas carbonáticas. Constituem aquíferos
com grandes volumes de água, mas extremamente vulneráveis à contaminação, devido à baixa
capacidade de filtração deste tipo de porosidade (Rodrigues; Moreira & Guimarães, 2018).

Na natureza, esses aquíferos ocorrem associados, reflectindo a variedade litológica e estrutural de


sequências estratigráficas. Situações transitórias entre os tipos de aquíferos ocorrem, como por
exemplo, em regiões calcárias, onde aquíferos de fracturas passam a aquíferos de condutos, ou de
porosidade granular nos depósitos de cobertura.

2.4.2.1.Aquíferos livres, suspensos e confinados


Aquíferos livres são aqueles cujo topo é demarcado pelo nível freático, estando em contato com a
atmosfera. Normalmente ocorrem a profundidades de alguns metros a poucas dezenas de metros
da superfície, associados ao regolito, sedimentos de cobertura ou rochas. Aquíferos suspensos são
acumulações de água sobre aquitardes na zona instaurada, formando níveis lentiformes de
aquíferos livres acima do nível freático principal (Rodrigues; Moreira & Guimarães, 2018).

Aqüíferos confinados ocorrem quando um estrato permeável (aquífero) está confinado entre duas
unidades pouco permeáveis (aquitardes) ou impermeáveis. Representam situações mais
profundas, a dezenas, varias centenas ou até milhares de metros de profundidade, onde a água
está sob acção da pressão não somente atmosférica, mas também de toda a coluna de água
localizada no estrato permeável (Rodrigues; Moreira & Guimarães, 2018).
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Fig. – Aquíferos livres e suspensos. Aquíferos suspensos ocorrem quando uma camada
impermeável intercepta a infiltração.

2.4.3. Funções dos Aquíferos


Além de suprir água suficiente para manter os cursos de águas superficiais estáveis (função de
produção), os aquíferos também ajudam a evitar seu transbordamento, absorvendo o excesso da
água da chuva intensa (função de regularização). Na Ásia tropical, onde a estação quente pode
durar até nove meses e onde as chuvas de monção podem ser bastante intensas, esse duplo
serviço hidrológico é crucial (Rodrigues; Moreira & Guimarães, 2018).

Os aquíferos também proporcionam uma forma de armazenar água doce sem muita perda pela
evaporação - outro serviço particularmente valioso em regiões quentes, propensas à seca, onde
essas perdas podem ser extremamente altas. Na África, por exemplo, em média, um terço da água
extraída de reservatórios todo ano perde-se pela evaporação. Os pântanos, habitats importantes
para as aves, peixes e outras formas de vida silvestre, nutrem-se, normalmente, de água
subterrânea, onde o lençol freático aflora à superfície em ritmo constante.

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De acordo com Rodrigues; Moreira & Guimarães (2018), refere-se que onde há muita exaustão
de água subterrânea, o resultado é, frequentemente, leitos secos de rios e pântanos ressecados.
Portanto, os aquíferos podem cumprir as seguintes funções:

 Função de produção: corresponde à sua função mais tradicional de produção de água para
o consumo humano, industrial ou irrigação (Húo, s/d).
 Função de estucassem e regularização: utilização do aquífero para estocar excedentes de
água que ocorrem durante as enchentes dos rios, correspondentes à capacidade máxima
das estações de tratamento durante os períodos de demanda baixa (Húo, s/d).
 Função de filtro: corresponde à utilização da capacidade filtrante e de depuração
biogeoquímica do maciço natural permeável. Para isso, são implantados poços a
distâncias adequadas de rios perenes, lagoas, lagos ou reservatórios, para extrair água
naturalmente clarificada e purificada, reduzindo substancialmente os custos dos processos
convencionais de tratamento (Húo, s/d).
 Função transporte: o aquífero é utilizado como um sistema de transporte de água entre
zonas de recarga artificial ou natural e áreas de extracção excessiva (Húo, s/d).
 Função estratégica: a água contida em um aquífero foi acumulada durante muitos anos ou
até séculos e é uma reserva estratégica para épocas de pouca ou nenhuma chuva.

O gerenciamento integrado das águas superficiais e subterrâneas de áreas metropolitanas,


inclusive mediante práticas de recarga artificial com excedentes da capacidade das estações de
tratamento, os quais ocorrem durante os períodos de menor consumo, com infiltração de águas
pluviais e esgotos tratados, originam grandes volumes hídricos (Húo, s/d).

Esses poderão ser bombeados para atender o consumo essencial nos picos sazonais de demanda,
nos períodos de escassez relativa e em situações de emergência resultantes de acidentes naturais,
como avalanches, enchentes e outros tipos de acidentes que reduzem a capacidade do sistema
básico de água da metrópole em questão (Húo, s/d).

 Função energética: utilização de água subterrânea aquecida pelo gradiente geotermal


como fonte de energia eléctrica ou termal (Húo, s/d).
 Função mantedora: mantém o fluxo de base dos rios (Húo, s/d).

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3. Conclusão
Conclui-se que chama-se de águas subterrâneas os recursos hídricos que se encontram sob a
superfície terrestre, preenchendo completamente os poros das rochas e dos sedimentos,
constituindo os aquíferos. As águas subterrâneas sustentam diversos sistemas aquáticos como
rios, lagos, mangais e pântanos e são essenciais para manutenção de florestas em regiões de clima
tropical ou seco. O fluxo das águas subterrâneas impede o ingresso da água salgada marinha no
continente e consequentemente, a não salinização de aquíferos costeiros. Sem ela, o planeta séria
muito mais seco e menos biodiverso.

Por outro lado, por estarem escondidas no subterrâneo, o controle, o diagnóstico e a consolidação
de políticas públicas específicas são dificultados. Além disso, o desconhecimento sobre sua
importância social, ambiental e económica as deixam vulneráveis ao mau uso e à contaminação.
Água subterrânea é toda a formação geológica com capacidade de armazenar e transmitir a água e
cuja exploração seja economicamente rentável, por outro podemos simplesmente dizer que são
águas que se encontram debaixo da superfície da Terra. As águas subterrâneas representam toda a
água armazenada abaixo da superfície terrestre, ou seja, no subsolo.

De maneira geral, é o armazenamento encontrado em falhas rochosas, poros ou fracturas, que


representam espaços grandes, como cavernas subterrâneas. Podemos afirmar que quando as
reservas de água são maiores que a quantidade de rios, por exemplo, estas conseguem suprir, de
forma satisfatória, diversas regiões, como cidades e estados. Sendo assim, o tamanho das reservas
subterrâneas hídricas depende do nível de infiltração da água no subsolo.

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4. Referencias Bibliográficas
Húo, E. F. J. (s/d). Hidrogeografia: Manual de Curso de licenciatura em Ensino de Geografia –
2o ano. Universidade Católica de Moçambique Centro de Ensino a Distância. Beira:
Moçambique

Branco, O. E. A. (2006). Avaliação da disponibilidade hídrica: Conceitos e aplicabilidade.


Brasil.

Rodrigues, C. M.; Moreira, M. & Guimarães, R. C. (2018). Apontamentos para as aulas de


hidrologia. Universidade de Évora: Departamento de Engenharia Rural. São Paulo –
Brasil.

Von Sperling, M. (2005). Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos.


DESA/UFMG. Belo Horizonte. 452p

Silva, C. P. & Albertoni, E. (1996). Características Físicas e Químicas da Água. Universidade


federal do Rio Grande. Brasil.

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