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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Educação e Comunicação

Tema: Demonstrações Financeiras

Estudantes: Daiane Márcia


Eliane D’Lena Lobo
Hadia Gani
Guidione da Conceição
Maya Milleryoux
Wivine Jossar

Curso: Economia e Gestão

Nampula, Setembro 2023


Universidade Católica de Moçambique
Faculdade de Educação e Comunicação

Tema: Demonstrações Financeiras

Trabalho avaliativo da disciplina de


Contabilidade Financeira submetido a
Faculdade de Educação e Comunicação de
Universidade Católica de Moçambique.

Estudantes: Daiane Márcia


Eliane D’Lena Lobo
Hadia Gani
Guidione da Conceição
Maya Milleryoux
Wivine Jossar
Docente: Florença Liso, MBA
Nampula, Setembro 2023
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1

1.1. Objectivos..........................................................................................................................1

1.1.1. Geral...........................................................................................................................1

1.1.2. Específicos..................................................................................................................1

2. Demonstrações Financeiras.......................................................................................................3

2.1. Definição............................................................................................................................3

2.2. Características de Demonstrações Financeiras..................................................................5

2.3. Os elementos que compõem as demonstrações financeiras...............................................7

2.4. Estruturas das demonstrações financeiras........................................................................10

3. Exemplos.................................................................................................................................14

4. Conclusão................................................................................................................................16

5. Referências Bibliográficas......................................................................................................17
1. Introdução

Em um cenário empresarial caracterizado por mudanças rápidas e desafios constantes, a


capacidade de avaliar a saúde financeira de uma organização e tomar decisões informadas é
essencial. É nesse contexto que as projeções financeiras emergem como um instrumento vital de
comunicação e transparência financeira. Esses documentos contábeis fornecem um panorama
detalhado da posição financeira e do desempenho de uma empresa, funcionando como uma
bússola para investidores, credores, reguladores e gestores.

Nesta análise aprofundada sobre as projeções financeiras, mergulharemos nas características


distintivas que conferem a esses relatórios seu valor intrínseco. Vamos explorar a estrutura
complexa que organiza os dados financeiros e examinar em detalhes os elementos que compõem
cada uma das principais projeções. Para enriquecer nossa compreensão, utilizaremos exemplos
concretos para ilustrar como esses relatórios não apenas refletem, mas também moldam as
decisões estratégicas das organizações.

Portanto, embarcamos em uma jornada pelo universo das projeções financeiras, onde
entenderemos não apenas sua relevância e confiabilidade, mas também seu papel crítico na
condução dos negócios modernos e na avaliação do desempenho empresarial. Estas empresas são
as janelas pelas quais vislumbramos a verdadeira condição financeira das empresas, uma
ferramenta indispensável no ambiente econômico em constante evolução.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Analisar e compreender o papel das projeções financeiras como ferramenta fundamental


na avaliação da saúde financeira das organizações e na tomada de decisões estratégicas.

1.1.2. Específicos
 Investigar as características das projeções financeiras, destacando como elas prevêem
informações relevantes para os diversos stakeholders, incluindo investidores, credores e
investidores;
 Explorar a estrutura das projeções financeiras, examinando como os diferentes relatórios
(Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado, Demonstração dos Fluxos de Caixa e
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido) organizam as informações
financeiras de uma empresa;
 Analisar os elementos que compõem cada uma das principais projeções financeiras,
identificando como receitas, despesas, ativos, passivos, e patrimônio líquido são
representados e como suas variações ao longo do tempo relacionadas à interpretação da
situação financeira de uma organização.

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2. Demonstrações Financeiras

2.1. Definição

Demonstrações Financeiras são relatórios contábeis elaborados pelas empresas com o


objetivo de apresentar informações financeiras e contábeis de forma estruturada, permitindo
uma análise detalhada da posição financeira, desempenho operacional e fluxos de caixa da
organização em um determinado período. As projeções financeiras são uma "ferramenta
essencial para avaliar o desempenho financeiro de uma empresa" (Weygandt et al., 2018, p.
5) e servem como "um meio importante de comunicação financeira com os stakeholders"
(Kimmel et al., 2019, pág. 4).

De acordo com Ribeiro (2004, p.40) as “demonstrações financeiras são relatórios ou quadros
técnicos que contêm dados extraídos dos livros, registros e documentos que compõe o
sistema contábil de uma entidade”. Nesse caso, possuindo as demonstrações financeiras é
possível realizar análise externa na empresa, cuja mesma, é efetuada fora da empresa por
profissional externo e tem objetivo informar aos interessados da análise acerca da situação
econômica ou estabilidade da entidade para se concretizar negócios, realizar novas linhas de
créditos e financiamentos.

Ora, as demonstrações financeiras têm como finalidade essencial proporcionar informações


úteis aos diversos utilizadores e stakeholders, avaliar a capacidade da empresa de gerar
fluxos de caixa e equivalentes de caixa, bem como informar sobre os recursos econômicos
controlados pela empresa, incluindo sua estrutura financeira, liquidez e solvência (Carpinetti,
2019).

Para atender a esses objetivos, as demonstrações financeiras fornecem uma série de


informações fundamentais sobre a entidade, que incluem:
 Activos;
 Passivos;
 Capital Próprio;

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 Rendimentos (réditos e ganhos);
 Gastos (gastos e perdas);
 Outras alterações no Capital Próprio; e
 Fluxos de Caixa.

Com a adoção do Sistema de Normalização Contabilística (SNC), houve uma reforma na


forma como os dados são agregados, visando aprimorar a qualidade e a compreensibilidade
das demonstrações financeiras. O SNC manteve a criação de um código de contas
regulamentado e automatizado em relação ao Plano Oficial de Contabilidade (POC) (Portaria
n.º 1011/2009) (Iudícibus et al., 2019).

Portanto, as demonstrações financeiras desempenham um papel crucial na comunicação da


posição financeira e do desempenho de uma empresa, fornecendo informações relevantes
para a tomada de decisões econômicas e estratégicas pelos utilizadores e stakeholders.

Os relatórios elaborados refletem o resultado final do processo de escrituração que constitui


de rotina contábil, agora, cabe um analista interpretar e retirar o máximo de informações para
tomadas de decisões futuras com base no passado e presente.

Esses relatórios contábeis incluem os seguintes componentes principais:


 Balanço Patrimonial: Apresenta os ativos (bens e direitos), passivos (obrigações) e o
patrimônio líquido da empresa em um momento específico. O balanço é “uma
fotografia instantânea da posição financeira de uma empresa” (Horngren et al., 2019,
p. 58). Os bens e direitos ficam do lado esquerdo do Balanço, chamado de ativo e no
lado direito ficam as obrigações e o Patrimônio Líquido chamado de Passivo

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 Demonstração do Resultado (ou Demonstração do Resultado do Exercício):
Mostra as receitas, custos e despesas durante um período determinado, resultando no
lucro ou prejuízo líquido. É um relatório que fornece uma visão do desempenho
operacional da empresa.

 Demonstração dos Fluxos de Caixa: Detalha as entradas e saídas de caixa da


empresa ao longo de um período, categorizando-os em atividades operacionais,
atividades de investimento e atividades de financiamento. Esta demonstração
“fornecerá informações sobre a capacidade da empresa de gerar futuros fluxos de
caixa” (Kimmel et al., 2019, p. 6).

 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido: Registra as mudanças no


patrimônio líquido da empresa, incluindo lucros, perdas, contribuições de capital e
distribuições de dividendos. É essencial para rastrear a evolução do patrimônio dos
acionistas.

2.2. Características de Demonstrações Financeiras

As demonstrações financeiras possuem várias características que as tornam cruciais para a


comunicação da posição financeira e do desempenho de uma entidade. Essas características
incluem:

 Confiabilidade: As demonstrações financeiras devem ser confiáveis e isentas de


erros materiais. Isso significa que elas devem refletir com precisão a realidade
financeira da entidade. A confiabilidade é essencial para a tomada de decisões
informadas por parte dos usuários das demonstrações financeiras.

 Relevância: As informações nas demonstrações financeiras devem ser relevantes


para os usuários. Elas devem ser capazes de influenciar as decisões econômicas dos
usuários, ajudando-os a entender a situação financeira atual e futura da entidade.

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 Compreensibilidade: As demonstrações financeiras devem ser apresentadas de
maneira clara e compreensível para os usuários. Isso significa que a terminologia e as
informações técnicas devem ser explicadas de forma que pessoas com conhecimento
razoável em contabilidade possam entender, mas também acessíveis o suficiente para
outros usuários.

 Comparabilidade: As demonstrações financeiras devem permitir a comparação ao


longo do tempo e com outras entidades. Isso é fundamental para que os usuários
possam avaliar o desempenho e a posição financeira da empresa em relação a
períodos anteriores e concorrentes.

 Consistência: A consistência é importante para que as informações nas


demonstrações financeiras sejam comparáveis ao longo do tempo. Mudanças nas
políticas contábeis devem ser divulgadas e explicadas para que os usuários possam
entender como elas afetaram os resultados.

 Materialidade: As informações nas demonstrações financeiras devem ser relevantes


o suficiente para afetar as decisões econômicas dos usuários. Itens que não são
materialmente relevantes podem ser agrupados ou resumidos para evitar a sobrecarga
de informações.

 Verificabilidade: As informações nas demonstrações financeiras devem ser baseadas


em evidências verificáveis e objetivas. Isso significa que os métodos de
contabilização e as estimativas devem ser apoiados por documentação e registros
apropriados.

 Prudência: As demonstrações financeiras devem adotar uma abordagem


conservadora ao reconhecimento de ganhos e ao tratamento de perdas potenciais. Isso
ajuda a evitar a superestimação dos ativos e lucros da empresa.

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 Neutralidade: As demonstrações financeiras devem ser preparadas de forma neutra,
sem viés em direção a nenhum interesse particular. A neutralidade é fundamental para
garantir a objetividade das informações.

 Exatidão: Todas as informações nas demonstrações financeiras devem ser precisas e


livres de erros substanciais. Qualquer erro deve ser identificado e corrigido
prontamente.

Essas características são fundamentais para garantir a utilidade e a eficácia das demonstrações
financeiras como ferramenta de comunicação financeira. Elas ajudam os usuários a avaliar a
situação financeira e o desempenho de uma entidade, tomando decisões informadas com base
nessas informações.

2.3. Os elementos que compõem as demonstrações financeiras

Esses elementos são fundamentais para a compreensão e análise das demonstrações financeiras,
fornecendo informações essenciais sobre a saúde financeira e o desempenho de uma entidade.
Eles são a base da contabilidade financeira e das tomadas de decisão empresariais (Marion,
2019).

O parágrafo 47 estabelece os elementos das demonstrações financeiras e a forma como eles são
agrupados e mensurados. De acordo com esse parágrafo, as demonstrações financeiras refletem
os efeitos financeiros das transações e eventos, classificando-os em grandes categorias com base
em suas características econômicas. Essas categorias são conhecidas como elementos das
demonstrações financeiras (Marion, 2019).

Figura 2: Mensuração e elementos das demonstrações financeiras

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Assim, os elementos das demonstrações financeiras são definidos como (Iudícibus et al.,
2019):
 Elementos da posição financeira: Ativos, passivos e capitais próprios.
 Elementos do desempenho: Rendimentos e gastos.
 Alterações na posição financeira: Refletem elementos do balanço e da demonstração
de resultados.

Certamente, vamos aprofundar ainda mais sobre os elementos que compõem as demonstrações
financeiras, incluindo citações relevantes e listando as referências:

i. Ativos:
Os ativos são recursos econômicos controlados pela entidade, resultantes de eventos passados,
dos quais se espera que fluam benefícios econômicos futuros para a empresa (IASB, 2018). Os
ativos são classificados em ativos circulantes e não circulantes, refletindo a capacidade de
realização a curto ou longo prazo (Iudícibus et al., 2019). "Um ativo é um recurso econômico
controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam
benefícios econômicos futuros para a entidade." (IASB, 2018)

ii. Passivos:
Os passivos representam obrigações presentes da entidade para com terceiros, cuja liquidação se
espera que resulte na saída de recursos que incorporam benefícios econômicos (IASB, 2018).
Assim como os ativos, os passivos também podem ser classificados como circulantes
(obrigações de curto prazo) ou não circulantes (obrigações de longo prazo) (Marion, 2019).

"Um passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja
liquidação se espera que resulte na saída de recursos que incorporam benefícios econômicos."
(IASB, 2018)

iii. Capital Próprio:

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O capital próprio, também conhecido como patrimônio líquido, representa a diferença entre os
ativos e passivos da entidade. Ele reflete o valor residual pertencente aos proprietários da
empresa e pode incluir ações ordinárias, ações preferenciais, reservas e resultados acumulados
(Horngren et al., 2019). "O patrimônio líquido é a parte residual dos ativos da entidade depois de
deduzidos todos os passivos." (IASB, 2018)

iv. Rendimentos (Réditos e Ganhos):


Os rendimentos representam aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, na
forma de entradas ou aumentos de ativos, que resultam em aumentos no capital próprio e não se
relacionam com contribuições dos proprietários (Iudícibus et al., 2019). Isso inclui receitas de
vendas, juros ganhos e ganhos não operacionais.

"Rendimento é o aumento nos benefícios econômicos durante o período contábil na forma de


entradas ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos que resultam em aumentos no
patrimônio líquido e que não se relacionam com contribuições dos detentores desse patrimônio
líquido." (IASB, 2018)

v. Gastos (Gastos e Perdas):


Os gastos representam diminuições nos benefícios econômicos durante o período contábil, na
forma de saídas ou diminuições de ativos, que resultam em diminuições no capital próprio e não
se relacionam com distribuições aos proprietários (IASB, 2018). Isso inclui despesas
operacionais, juros pagos e perdas não operacionais.

"Gasto é a diminuição nos benefícios econômicos durante o período contábil na forma de saídas
ou diminuições de ativos ou aumento de passivos que resultam em diminuições no patrimônio
líquido e que não se relacionam com distribuições aos detentores desse patrimônio líquido."
(IASB, 2018)

vi. Outras Alterações no Capital Próprio:


Essas alterações incluem eventos que afetam o capital próprio da entidade, mas não decorrem de
transações com os acionistas. Isso pode envolver ajustes de reavaliação, reclassificação de itens
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de capital próprio e outros eventos que impactam o patrimônio líquido (Horngren et al., 2019).
"Outras alterações no capital próprio incluem ajustes de reavaliação e outros itens que não
decorrem de transações com detentores do capital próprio como tal." (Horngren et al., 2019)

vii. Fluxos de Caixa:


Os fluxos de caixa representam as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa durante um
período específico. Eles são divididos em três categorias: fluxos de caixa operacionais, fluxos de
caixa de investimento e fluxos de caixa de financiamento (IAS 7 - IASB, 2016). "Fluxos de caixa
são entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa durante um período. São compostos por
fluxos de caixa operacionais, fluxos de caixa de investimento e fluxos de caixa de
financiamento." (Carpinetti, 2019).

2.4. Estruturas das demonstrações financeiras

i. Estrutura do Ativo
Segundo Weygandt, Kimmel e Kieso (2018), apontam que o ativo representa os bens e direitos
que a empresa possui, então o ativo é dividido em 3 grupos. Cada um dos 3 grupos do Ativo
definem prazos diferentes para a realização de cada Ativo. Realizar um ativo significa transforma-lo em
dinheiro.

CIRCULANTE
Até 1 ano CIRCULANTE

Ativos que a empresa irá receber ou realizar no prazo


máximo de 1 anos a partir da data do Balanço.
Principais contas: Caixa e Bancos, Aplicações Financeiras,
REALIZÁVEL Duplicatas a Receber e Estoques.
LONGO PRAZO
Mais de 1 anos REALIZÁVEL LONGO PRAZO

Ativos que serão recebidos ou realizados após 1 anos.


Principais contas: Créditos de Coligadas/Controladas.
PERMANENTE
Investimentos PERMANENTE
Imobilizado 10
Diferido Ativos de uso e utilização nas atividades da empresa e cuja
realização é lenta e demorada. A princípio, estes ativos não
estão disponíveis para venda.
Principais contas: Investimentos em Coligadas e
BENS OU DIREITOS
APLICAÇÕES DE
RECURSOS
Os ativos são a manifestação das alocações e utilização de recursos. Geralmente, consideramos
um recurso como um ativo quando investimos na sua aquisição ou compra.

ii. Estrutura do Passivo


O Passivo engloba as dívidas e compromissos que uma empresa mantém. Essas obrigações
podem ser categorizadas em três grupos distintos, cada um deles estabelecendo prazos distintos
para o pagamento das dívidas. Em termos de análise, o Passivo pode ser essencialmente
subdividido em duas categorias principais: Passivo Externo (representando dívidas contraídas
com terceiros) e Passivo Interno (constituído por recursos pertencentes aos sócios, porém
utilizados pela empresa) (Carpinetti, 2019).

CIRCULANTE
CIRCULANTE
Até 1 ano
Dividas que a empresa deve pagar no prazo máximo de 1 anos a partir
da data do Balanço.
Principais contas: Fornecedores, Salários e Encargos, Impostos a Pagar,
Empréstimos Bancários, Contas a Pagar, Adiantamentos de clientes e
Imposto de Renda.
EXIGÍVEL LONGO
PRAZO
Mais de 1 anos EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Dívidas que a empresa deve pagar a partir de 1 ano.
Principais contas: Financiamentos, Impostos Parcelados, Dívidas de
PATRIMÔNIO Concordata.
LÍQUIDO
Capital
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Reservas de Capital Recursos que são de propriedade dos sócios e que permanecem com a
Reservas de Lucro empresa para seu uso próprio.
Lucros Acumulados Principais contas: Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de
Lucros e Lucros Acumulados.
DÍVIDAS E
OBRIGAÇÕES
FONTES DE
RECURSOS
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O passivo representa as fontes ou origens dos recursos. Todos os recursos que as empresas têm
em seus ativos são financiados por recursos do Passivo. Por esta razão o Ativo é sempre igual ao
Passivo. No Balanço, identificamos como a empresa está financiando seus ativos e qual é o
volume total destes recursos (Carpinetti, 2019). As fontes que financiam a empresa são (Marion,
2019):

Recursos de Terceiros  Passivo Circulante (curto prazo) e


Exigível Longo Prazo (longo prazo)

Recursos Próprios  Capital integralizado pelos sócios e Lucros

A relação entre Recursos de Terceiros e Recursos Próprios é que vai definir quanto a empresa
depende de terceiros. Recursos de terceiros são fontes que provêm de empresas ou pessoas que
não têm vínculo societário com a empresa (Marion, 2019).

Quanto maior o volume de recursos de terceiros (fornecedores, impostos, salários, empréstimos,


etc.) representa maior risco financeiro, pois a empresa passa a trabalhar muito mais com recursos
de outros que com seus próprios recursos (Marion, 2019).

iii. Estrutura da Demonstração de Resultados

A Demonstração de Resultado mostra (Brigham & Houston, 2009).:

Mostra a performance financeira de uma empresa ao longo de um período, detalhando receitas,


despesas e lucros, sendo uma ferramenta fundamental para avaliação financeira.

Receita  são FONTES de recursos

Despesas e Custos  são APLICAÇÕES de recursos

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Diferentemente do Ativo e Passivo, que refletem os saldos de contas individuais, a
Demonstração de Resultados apresenta a soma dos valores ao longo de um período, geralmente
anual (Horngren, Sundem, Elliott, Philbrick, & South-Western, 2008).

Ela tem como objetivo evidenciar os resultados financeiros, ou seja, lucro ou prejuízo, obtidos
nesse período. Como indicado por Brigham e Houston (2009), "a Demonstração de Resultados é
elaborada somando-se as receitas e subtraindo-se as despesas ou custos, oferecendo uma visão
abrangente do desempenho financeiro da entidade."

A principal informação destacada na Demonstração de Resultados é, indiscutivelmente, o


resultado final. Conforme destacado por Brigham e Houston (2009), “a Demonstração de
Resultados é uma ferramenta fundamental para avaliação financeira". Quanto maiores forem os
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lucros que uma empresa conseguir obter, maior será a sua capacidade de investir em seus ativos,
utilizando recursos próprios. É importante ressaltar que muitas empresas enfrentam dificuldades
em sobreviver ou expandir suas operações quando geram lucros muito baixos ou mesmo
prejuízos.

As empresas que continuamente apresentam prejuízos requerem uma atenção especial. O


prejuízo implica na utilização de recursos para cobri-lo, e as opções disponíveis para uma
empresa nessa situação incluem a venda de ativos ou a busca de financiamento de terceiros, o
que pode resultar no aumento de suas dívidas. Portanto, o desempenho financeiro refletido na
Demonstração de Resultados é um indicador crítico da saúde e da sustentabilidade de uma
empresa (IASB, 2016).

3. Exemplos
Exemplo 1:
Considere o Balanço Patrimonial a seguir:

Assinale a opção que caracteriza o capital circulante líquido da empresa XYZ.


a) Negativo, no valor de $620,00.

b) Positivo, no valor de $6.200,00.


c) Negativo, no valor de $520,00.

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d) Positivo, no valor de $200,00.
e) Positivo, no valor de $700,00.

Resolução 1:
Capital Circulante Líquido= Ativo Circulante−Passivo Circulante
Capital Circulante Líquido=(100+900)−(920−700)
Capital Circulante Líquido=−620($ 620 , 00 negativo)Ou seja ,Capital Circulante Líquido
(CCL) é a diferença entre Ativo Circulante (AC) e Passivo Circulante (PC). Se:
CCL > 0 -> CCL - Positivo
CCL < 0 -> CCL - Negativo
CCL = 0 -> CCL – Nulo

Exemplo 2:
Considere o Balanço Patrimonial da empresa Gama S/A referente ao exercício financeiro de
X2:

Com base nessas informações, é correto afirmar que:


a) a dívida da empresa representa 200% do seu capital próprio.
b) o capital de terceiros representa mais de 70% das fontes de recursos da empresa.
c) o capital próprio é suficiente para cobrir os investimentos em ativos permanentes.
d) a maior parte da dívida da empresa tem vencimento no longo prazo.

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e) o índice de imobilização dos recursos não correntes é de 0,80.

Resolução 2:
Passivo circulante (PC)+ Passivo não circulante(PNC )=dívidas da empresa

Logo , PC + PNC=$ 6.000+ $ 4.000=$ 10.000


O valor do Capital próprio (PL)da empresa é de $ 5.000 .
Sendo assim :10.000 /5.000=2(o dobro=200 %)

4. Conclusão

Em conclusão, as demonstrações financeiras desempenham um papel fundamental na


comunicação da saúde financeira e do desempenho de uma entidade. Elas são uma ferramenta
essencial para avaliar a posição financeira de uma empresa, sua capacidade de geração de lucros
e a eficiência com que utiliza seus recursos. Ao longo deste tema, exploramos em detalhes as
características, estruturas e elementos que compõem as demonstrações financeiras. Essas
características, como confiabilidade, relevância, comparabilidade e outros, garantem que as
informações apresentadas nas demonstrações sejam úteis e confiáveis para os usuários, incluindo
investidores, credores, gestores e analistas financeiros.

As estruturas das demonstrações financeiras, como o balanço patrimonial, a demonstração do


resultado do exercício, a demonstração dos fluxos de caixa e outras, fornecem informações
específicas sobre diferentes aspectos financeiros da empresa. Cada demonstração tem sua própria
finalidade e contribui para a imagem geral da entidade.

É importante notar que as demonstrações financeiras são regidas por padrões contábeis
internacionais, como as IFRS (Normas Internacionais de Relato Financeiro) e os princípios de
contabilidade geralmente aceitos em cada país. Isso garante a uniformidade e a comparabilidade
das demonstrações financeiras em todo o mundo.

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Portanto, as demonstrações financeiras são uma ferramenta poderosa que fornece informações
essenciais para a tomada de decisões empresariais, avaliação de investimentos e análise
financeira. Elas são um reflexo da saúde financeira de uma empresa e desempenham um papel
crítico na transparência e prestação de contas no mundo dos negócios. Portanto, a compreensão
dessas demonstrações é fundamental para qualquer pessoa envolvida no campo financeiro e
empresarial.

5. Referências Bibliográficas
1. Brigham, E. F., & Houston, J. F. (2009). Fundamentos da moderna administração
financeira. São Paulo: Cengage Learning.
2. Horngren, C., Sundem, G., Elliott, J., Philbrick, D., & South-Western, C. (2008).
Contabilidade. São Paulo: Pearson Prentice Hall.
3. IASB (International Accounting Standards Board). (2016). IAS 7 Statement of Cash
Flows.
4. Carpinetti, L. C. R. (2019). Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas.
5. Horngren, C. T., Sundem, G. L., Schatzberg, J. O., & Burgstahler, D. (2019).
Introduction to Financial Accounting. Pearson.
6. Iudícibus, S., Martins, E., Gelbcke, E. R., & Santos, A. (2019). Manual de Contabilidade
Societária: Aplicável a Todas as Sociedades. São Paulo: Atlas.
7. Marion, J. C. (2019). Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas.
8. Weygandt, J. J., Kimmel, P. D., & Kieso, D. E. (2018). Financial Accounting: IFRS.
Wiley.

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