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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Formação a Distância

Fases da Evolução da Geografia

Docente: José Olímpio Bombe

Nome do estudante: Eva Daniel Macário


Código de Estudante: 708214567

Curso: Geografia
Disciplina: Evolução ao Pensamento
Geográfico
Ano de frequência: 1º ano

Quelimane, Novembro de 2021


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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
Nota do tutor
máxima
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
(expressão escrita 2.0
Conteúdo cuidada,
coerência / coesão
textual)
Análise e
 Revisão
discussão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas

Normas APA  Rigor e coerência


Referências
6ª edição em das
Bibliográfica 4.0
citações e citações/referências
s
bibliografia bibliográficas
5
Índice
Introdução......................................................................................................................4
1.1. Objectivos:..........................................................................................................4
1.1.1. Geral:...............................................................................................................4
1.1.2. Especifocos.....................................................................................................4
1.2. Metodologias......................................................................................................4
2. A Evolução da Geografia Enquanto Ciência..........................................................4
2.2. Fases da Evolução da Pensamento Geográfico.......................................................5
2.3. Geografia Clássica..............................................................................................6
2.4. Geografia Quantitativa ou Nova Geografia........................................................6
2.5. Geografia Crítica.................................................................................................7
2.6. Geografia Humanista..........................................................................................7
3. As Grandes Correntes Geográficas........................................................................7
3.1. Corrente Determinista.........................................................................................8
3.2. Os Princípios do Determinismo..........................................................................8
3.3. Corrente Possibilista...........................................................................................8
3.4. Críticas ao Possibilismo Geográfico...................................................................9
3.5. Corrente Cronológica..........................................................................................9
3.6. Ambiente do seu surgimento..............................................................................9
4. Conclusão.............................................................................................................11
5. Referências Bibliográfica.....................................................................................12
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Introdução
o presente trabalho de pesquisa tem como tema as fases de evolução da geografia. Portanto,
ao longo dos séculos a geografia passou por grandes e importantes transformações,
certamente acompanhando as mudanças ocorridas na sociedade e objectivando suprir os
anseios desta ciência, ao longo dos anos. No entanto cada escola contribuiu de alguma forma
para o desenvolvimento desta ciência, procurando estabelecer novas explicações e parâmetros
para compreender a sociedade e suas relações, também mutantes.
Sendo assim, o principal foco de estudo deste trabalho é a análise das influências da evolução
do pensamento geográfico no desenvolvimento da geografia no intuito de compreender qual
linha do pensamento geográfico os autores de cada época seguiram na construção dos marcos
geográficos, que por sua vez influenciaram e influenciam os alunos e professores que os tem
como apoio.

1.1. Objectivos:
1.1.1. Geral:
 Analisar a Evolução da Geografia Enquanto Ciência
1.1.2. Específicos
 Descrever os passos da evolução da geografia enquanto ciência;
 Caracterizar as grandes correntes geográficas.

1.2. Metodologias

Metodologia é o conjunto de técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e


resolver problemas de aquisição objectiva do conhecimento de maneira sistemática (Lakatos
& Marconi, 2009). No que tange a metodologias para este trabalho foi usado uma abordagem
bibliográfica, visto que a pesquisa bibliográfica consta da verificação de livros, artigos,
jornais, todo meio didáctico já publicados.
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2. A Evolução da Geografia Enquanto Ciência

A ciência geográfica era realizada desde o surgimento do ser humano ao formar afinidades
com a natureza com estratégias de sobrevivência e coordenação como povos nómades,
navegadores e agricultores.

Na antiguidade os habitantes da Mesopotâmia e do Egito, procuravam identificar a natureza,


estudavam as regiões fluviais e da geometria para aperfeiçoar a agricultura. Momento este em
que a atividade mercantil foi responsável pelo alargamento do planeta.

Perante as precisões de representar o espaço geográfico e traçar os caminhos marítimos,


outras investigações passam a ser feitas, de modo especulativo, apesar de a geografia não ser
analisada como um campo da ciência. A partir do século XVI com a náutica, os navegantes
colonialistas dão início à descrição e representação dos dados adquiridos nos territórios
coloniais, suas riquezas naturais e aspectos humanos; assuntos que passam fazer parte da
ciência geográfica.

As investigações arranjadas nas expedições serviam de elementos para os


educandários nacionais de pensamentos geográficos, enfatizando as escolas: francesa e
alemã. A sistematização da obra geográfica só ocorre a partir do século XIX, pois até esta
ocasião os estudos relativos a este campo de conhecimento ficavam dispersos desde as
diversas em obras literárias até as notificações administrativas. A geografia passa evoluir
como ciência a partir da idade moderna com Friedrich Ratzel, Paul Vidal de La Blache,
Milton Santos, etc. Com Friedrich Ratzel, constrói-se a Escola Determinista ou o Pensamento
do Determinismo Ambiental, o qual dizia que “o meio determina o homem”. Ratzel instituiu o
conceito de espaço vital que justificou as conquistas das novas explorações territoriais na
África

2.2. Fases da Evolução da Pensamento Geográfico


Para melhor entender como e por que este processo reflectiu e vem reflectindo nos livros
didácticos, primeiramente é necessário tratar sobre a evolução do pensamento geográfico,
quais foram às perspectivas da geografia, os principais focos de estudo e autores. Então se
fará uma exposição dos livros escolhidos acompanhados de uma análise de suas abordagens.
Foram selecionadas algumas obras consideradas mais marcantes em décadas diversificadas.

2.3. Geografia Clássica


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A geografia clássica repercutiu a partir de um período que o avanço industrial e o capitalismo


já se encontravam em auge na Europa, em meados do século XIX e início do XX. Os
cientistas viram a necessidade de conhecer melhor o espaço para o avanço das explorações e
produção, realizando estudos e análises da paisagem em seus aspectos naturais, inicialmente
e, posteriormente, preocupou-se com a acção antrópica no mesmo. Mas devido às dificuldades
metodológicas para tratar a acção do homem no espaço, a princípio, os geógrafos o
trabalharam de modo superficial, focando seus estudos na descrição e caracterização da
paisagem. Ao relacionar as características do espaço com a acção do homem no mesmo,
originou-se a Geografia Regional, sendo uma das principais características desta escola
(Andrade, 1987).

As influências de La Blache nas pesquisas desta ciência foram bastante marcantes: seus
seguidores limitaram pequenas áreas de trabalho – regiões – focando na descrição dos
aspectos físicos, sobrepondo os humanos e económicos. Fortalecendo o regionalismo na
geografia, conciliando o físico e o homem. Entretanto, pode-se dizer que “Na realidade não
havia uma integração, mas apenas uma justaposição” (Andrade, 1987 p. 70).

Neste mesmo período, devido às divergências técnicas e conceituais entre a geografia geral e
geografia regional, resultou na fragmentação da geografia. A geografia geral e a geografia
regional objectivavam estudar a distribuição dos fenómenos na superfície da terra.

2.4. Geografia Quantitativa ou Nova Geografia

Christofoletti (1976) considera as denominações geografia quantitativa e geografia teorética,


adjetivos:

A primeira expressa a aplicação intensiva das técnicas estatísticas e matemáticas nas


análises geográficas e o procedimento quantitativo pode ser considerado entre as
características básicas da Nova Geografia. A segunda salienta o aspecto teórico e
metodológico, subentendendo como imprescindível toda a analise quantificava e
englobando os processos de abstracção necessários às etapas da metodologia científica
e da explicação (Christofolertti, 1976, p. 71)

Diante das transformações espaciais, dos meios naturais, o desenvolvimento urbano e


industrial, contribuiu para um novo olhar sobre a noção de paisagem, não sendo mais tratada
como na geografia tradicional. Neste novo paradigma contemporâneo, ela passou a ser tratada
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com sistema espacial ou organização espacial. As organizações espaciais se ligam com as


actividades relacionadas entre o homem e o meio (Christofoletti, 1976).

2.5. Geografia Crítica

A geografia crítica analisa e trabalha a região, de modo bem diferente nas escolas geográficas
que a antecedem, rompendo com o naturalismo da geografia clássica. “Na realidade, por todos
os impasses conceituais e metodológicos da dimensão regional dos fenómenos, a região
deixou de ser um problema para uma parte importante da comunidade geográfica” (Castro,
1993 apud Castro, 2002, s.p.).

O modo de produção também exerce influência nas relações sociais de toda humanidade,
alterando a noção de espaço socialmente produzido. “O espaço social é muito mais que o
conjunto dos habitats, graças ao novo tipo de relação cujo âmbito ultrapassou o das
comunidades isoladas, e mesmo dos países, para tornar-se mundial” (Santos, 1996, p.169).

2.6. Geografia Humanista

A denominação geografia humanista se deve ao fato dos geógrafos que seguem esta
perspectiva estudarem os sentimentos, valores, significados e propósitos do homem com o
espaço em que vive. Já o lugar é caracterizado como aquele em que o sujeito se familiariza e
integra, ele faz parte do seu mundo e relaciona-se com as afinidades afectivas que a pessoa
possui pelo lugar.

A geografia Humanística procura valorizar a experiência do indivíduo ou do grupo,


visando compreender o comportamento e as maneiras de sentir das pessoas em
relação aos seus lugares. Para cada indivíduo, para cada grupo humano, existe uma
visão do mundo, que se expressa através das suas actividades e valores para com o
quadro ambiente. É o contexto pelo qual a pessoa valoriza e organiza o seu espaço e
o seu mundo, e nele se relaciona. (...) O lugar não é toda e qualquer localidade, mas
aquela que tem significância afectiva para uma pessoa ou grupo de pessoas
(christofoletti, 1982, p. 22).

3. As Grandes Correntes Geográficas

O século XIX foi particularmente rico em transformações políticas e sociais que tiveram
impacto no domínio do pensamento em geral e da Geografia em particular. Entre esses
factores, há a destacar o ambiente económico da época em especial a, Revolução Industrial na
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Europa, cujo impacto pode ser resumido no seguinte: Considerável evolução da sociedade e
da curiosidade científica e intelectual, que estimularam o debate sobre a diferenciação do
espaço e o estudo da relação Homem-Meio.

Todas essas premissas criaram condições para uma nova abordagem da Geografia apoiada por
ciências naturais e sociais, incidindo na perspectiva ecológica e corológica da Geografia. As
principais correntes são: Corrente determinista geográfico, Corrente possibilista geográfico e
Corrente corológica.

3.1. Corrente Determinista

A corrente determinista também conhecida por determinismo geográfico, foi fundada por
Frederich Ratzel (1844-1904) pertencente à escola alemã. Os trabalhos de F. Ratzel marcaram
o início de um debate de ideias sobre a Geografia, mais tarde seguidas pela escola francesa,
americana, Círculo de Viena e um pouco por todo lado. De acordo com esta teoria, o objecto
de estudo é o Homem-Meio, numa relação unívoca, por isso acredita-se na submissão do
Homem às leis da Natureza.

3.2. Os Princípios do Determinismo

O determinismo de Ratzel sustentou-se em dois princípios

1. «Todo o facto geográfico é explicável através das suas causas».

2. «Quando as causas estão reunidas, o facto produz-se.»

Contribuição e aplicação do determinismo As ideias de Friedrich Ratzel tiveram eco nos


círculos científicos e políticos da Europa e da América do Norte, particularmente os políticos,
que encontraram na base teórica a justificação do expansionismo colonial, ao defender que os
estados fortes deviam aumentar os seus espaços à custa dos estados fracos; as raças fortes
deviam dominar as fracas e submeter povos tropicais à dominação colonial, expandindo assim
a civilização europeia de orientação cristã.

3.3. Corrente Possibilista

O possibilismo nasceu na França, no final do século XIX e início do século XX, com o
pensador Paul Vidal de La Blache. Para ele, o homem (sociedade) consegue adaptar o meio
pela técnica, pelo trabalho. La Blache dedicou-se à ideia de gênero de vida, com base na
relação entre sociedade e espaço. Neste, o ser humano não é um produto do meio, mas, sim, o
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contrário, uma vez que, pela técnica, com o advento das revoluções tecnológicas, o ser
humano consegue transformar o espaço, adaptando o relevo, adaptando-se ao clima,
transformando cursos dos rios, construindo hidrelétricas, por exemplo.

3.4. Críticas ao Possibilismo Geográfico

Vários círculos científicos opuseram-se ao possibilismo geográfico, particularmente na


questão de criar dois objectos de estudo para a Geografia e por negar a formulação de leis
gerais mesmo para os fenómenos físicos.

Por outro lado, critica-se no Possibilismo o facto de prestar mais atenção à análise das zonas
rurais em detrimento das cidades numa altura em que a cidade já era o Pólo de
desenvolvimento da humanidade.

3.5. Corrente Cronológica

As origens desta corrente remontam antiguidade, mas foram revigoradas por Kant no século
XVIII, ao acentuar o carácter regional, descritivo e ideográfico da Geografia e tem Alfred
Hettner seu fundador.

A corrente corológica analisa a região em termos de estrutura e funções, pretendendo criar


uma ciência unificada, através de uma análise lógica, baseada em novos conceitos de Física e
com uma linguagem comum a todas as ciências.

De acordo com Wilson (2017), em termos metodológicos, a corrente corológica usa um


método dedutivo, ao considerar que todo o trabalho científico consiste em propor teorias e
avaliá-las. Os neopositivistas apoiaram-se nas teorias de jogos e teorias de sistemas para
resolver os problemas globais e erguer um futuro seguro.

3.6. Ambiente do seu surgimento

Como as demais correntes de pensamento e em particular geográficas, o surgimento da


corrente corológica esteve ligado ao contexto do século XX que se caracterizava por:

 Crises sociais e económicas dos anos 30/40 do século;


 Europa abalada pela 2a Guerra Mundial;
 Falsa urbanização;
 Excessos populacionais;
 Desemprego e conflitos sociais.
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Diante desta realidade, muitos países europeus colocaram o Estado na direcção das
economias, impondo o que se chamou capitalismo monopolista do Estado. O
desenvolvimento implicaria uma nova divisão do trabalho, tornando-se imprescindível uma
planificação regional e urbana.

Havendo situações de crise na Europa e na América era preciso encontrar soluções vindas das
ciências sociais e em particular da Geografia. Entre os principais suportes filosóficos da
corrente corológica podem-se apontar o Neopositivismo ou Positivismo Lógico do Círculo de
Viena, o Existencialismo e a Fenomenologia.

Segundo Wilson (2017), com base nas ideias das referidas ciências, a Geografia passou a ser
uma ciência unificada, recorrendo às ciências exactas e à Lógica. Mais ainda, procura uma
linguagem comum, um raciocínio lógico, nega a divisão das ciências geográficas, dá muita
importância à probabilidade e procura formas de expressão com outras ciências,
particularmente o uso da linguagem Matemática e Estatística, servindo-se da Informática e da
Cibernética.
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4. Conclusão

No conteúdo deste trabalho podemos perceber a importância de conhecermos a


história da evolução da geografia até mesmo antes de sua sistematização. Ao relatarmos que
na Antiguidade com a expansão política, comercial e marítima no Mediterrâneo, aconteceu a
construção de mapas marítimos contendo a descrição de lugares e de seus habitantes e na
Idade Média a reorganização do espaço vem com a queda do Império Romano no Ocidente é
de total relevância pois, mesmo sem a sistematização da Geografia como ciência, o
pensamento geográfico estava inserido nestas transformações, pois o espaço geográfico estava
sendo alvo de debate.

Ao pensarmos na sistematização da Geografia no seu período clássico, as


máximas geográficas sendo elaboradas e transmitidas, sendo tratadas como elementos
principais do pensamento geográfico, mesmo o homem não fazendo parte de tais
discussões, porém a partir destas máximas o pensamento geográfico foi desenvolvido.
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5. Referências Bibliográfica

Andrade, M, C de(1992). Geografia, ciência da sociedade: uma introdução à análise do


pensamento geográfico. 2.ed.São Paulo: Atlas.

Ferreira, C; Simões, N (1994). A evolução do pensamento geográfico. 8.ed. Lisboa: Gradiva.

Gomes, P, da C. (2007) Geografia e Modernidade. 6.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Moraes, A, C, R. (1992). Geografia Pequena História Crítica. 11.ed.São Paulo: Hucitec.

Christofoletti, A. (org) (1982). Perspectivas da Geografia. São Paulo:Difel,. Cap.5, p. 71 –


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Santos, M. (1996) Por uma Geografia Nova: Da Crítica da Geografia a uma Geografia
Crítica. 4 ed. São Paulo: Hucitec.

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