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O Chefe do Departamento
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(Assistente Universitário)
UNIVERSIDADE PÚNGUÈ
FACULDADE DE LETRAS, CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANIDADES.
Uso do Teatro como Recurso Didáctico para a Leccionação Sobre de Textos Dramáticos – Caso
dos Professores de Português da 8ª e 9ª Classe da Escola Secundária 7 de Abril.
Projecto de Pesquisa
Chimoio
Maio, 2023
Cudakwache Jambo Campira
Chimoio
Maio, 2023
Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................1
1.2. Objectivos..............................................................................................................................2
1.3. Justificativa........................................................................................................................2
1.4. Problematização.....................................................................................................................3
1.5. Hipóteses................................................................................................................................3
2.4. Relações de interdependência entre texto dramático escrito e texto dramático oralizado
ou representado.............................................................................................................................5
4. Cronograma de Actividades.......................................................................................................10
5. Orçamento..................................................................................................................................10
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA............................................................................................11
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
O presente trabalho com o tema Uso do teatro como recurso didáctico para a facilitação da
compreensão dos textos dramáticos insere-se nos estudos de Linguística ao ensino de língua
portuguesa, e convoca à cena acadêmico-científica a discussão de uma proposta de escolarização
do gênero discursivo texto dramático. Entende-se que o texto dramático (texto escrito para o
teatro) acompanha uma historicidade milenar e tem no diálogo e na acção características
primordiais, conforme asseguram os estudos teatrais (Pavis, 2008). A compreensão decorre dos
estudos e actuação no teatro ao longo de dez anos, e da observação das possibilidades de um
investimento que recobrisse as duas áreas de ensino com as quais nos envolvemos nas Artes, o
teatro, na Língua Portuguesa, os gêneros discursivos (Uberfeld, 2010).
O texto dramático restabelece o vínculo entre estrutura e acção, linguagem e corpo, saber e
prática, exatamente o que a escola denegou como necessidade histórica de se legitimar como
forma social autônoma (Soares, 2002). Em outras palavras, possibilitar que o gênero discursivo
texto dramático circule em uma instituição que preconiza o saber escritural significa encontrar
desafios, em vários sentidos: no trabalho do professor (administração do tempo escolar,
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1.2. Objectivos
1.3. Justificativa
A escolha deste tema surge na necessidade de contribuir para a minimização das dificuldades dos
alunos na compreensão e interpretação dos textos dramáticos. Visto que, o teatro é uma forma de
arte que pode ser utilizada como uma ferramenta pedagógica para o ensino de literatura e para o
desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita e interpretação de textos dramáticos. Isso
pode ajudar na interação professor-aluno, também a desenvolver as habilidades interpessoais dos
alunos, tais como a comunicação, trabalho em equipe, autoconfiança e criatividade.
Assim, a pesquisa sobre o uso do teatro como recurso didático para a facilitação da compreensão
dos textos dramáticos pode melhorar o ensino de literatura nas escolas secundárias e ajudar a
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identificar as melhores práticas para a utilização do teatro, bem como os desafios que os
professores enfrentam na leccionação dos textos dramáticos.
1.4. Problematização
Durante o estágio das práticas pedagógico, constatou-se que os alunos da 8ª e 9ª classe na Escola
Secundária 7 de Abril, apresentam dificuldades para entender os textos dramáticos, pois esses
textos são diferentes dos textos literários tradicionais, e muitas vezes são escritos em uma
linguagem arcaica e com uma estrutura incomum. O teatro pode ser usado como uma forma de
tornar esses textos mais acessíveis e interessantes para os alunos, pois o teatro é uma forma de
arte visual que pode ajudar a trazer esses textos à vida e torná-los mais compreensíveis.
Os demais programas de ensino de língua a falta de recursos e preparo dos professores para
utilizar essa metodologia, pode afectar a eficácia do ensino.
A questão que se coloca neste estudo se volta para a problemática da escolarização do texto
dramático: de que modo podem-se correlacionar texto dramático (na concepção de gênero teatral
e como arte), teorias linguísticas e ensino de língua português. Para subsidiar essa discussão,
recorremos, primeiramente, aos aportes teóricos dos estudos teatrais para conceituação e
caracterização de nosso objecto de pesquisa. Na sequência, existem as teorias linguísticas que nos
autorizam pensar texto dramático como objeto de ensino de língua portuguesa.
Diante dessa situação, algumas questões passam a nortear esta pesquisa: Que estrategias –
pedagogicas podem ser aplicadas pelos professores para ajudar aos alunos a entender textos
dramáticos?
1.5. Hipóteses
A partir de uma concepção de gênero teatral considerando as características e
peculiaridades de cada gênero teatral específico,
Analisar um texto dramático a partir da sua concepção de gênero teatral tais como
tragédia, comédia, drama, farsa, entre outros, escolhendo autor em relação à estrutura
narrativa, personagens e linguagem,
Através da identificação dos diferentes gêneros teatrais existentes, e estudar as
características específicas de cada um deles, bem como a influência dessas escolhas na
interpretação do texto e na encenação da peça.
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Ao longo do século XX, o ensino de artes dentro da educação formal sofreu diversas mudanças e
conquistas. Durante a primeira metade do século, em contraposição à escola tradicional e em
busca de valorização do aluno como centro do processo de aprendizagem, a arte vinha ocupando
o lugar de livre expressão do aluno, caracterizada muitas vezes pelo “deixar fazer”. A
criatividade dos alunos se desenvolveria naturalmente, dadas as condições, sem um necessário
direcionamento de um professor. Sendo, por um lado, o reconhecimento da importância da livre
expressão da criança através das artes, por outro desvalorizava as artes como área de
conhecimento em suas especificidades.
Diversas questões acompanham a história do ensino de artes em geral, como: “Que tipo de
conhecimento caracteriza a arte?”, “Qual a função da arte na sociedade?”, “Qual a contribuição
específica que a arte traz para a educação do ser humano?” . Neste sentido, estudos tem buscado
compreender actualmente o ensino das artes centrado tanto na importância dos conteúdos
específicos de cada uma das linguagens, como no processo de desenvolvimento do aluno.
Esta investigação sustenta-se na vertente didática da pesquisa sobre gênero teatral, conforme
Dolz e Schneuwly (2004, p.44), para quem “o trabalho escolar, no domínio da produção de
linguagem, faz-se sobre os gêneros teatrais, quer se queira ou não”. Segundo os autores, do ponto
de vista do uso e da aprendizagem, o gênero teatral pode ser considerado um Mega instrumento
que fornece um suporte para a actividade, nas situações de comunicação, e uma referência para os
aprendizes.
Nesta perspetiva, a introdução do teatro como um recurso didático na escola, resulta de uma
decisão didática que visa a objectivos precisos de aprendizagem: aprender a dominar um gênero
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para melhor conhecê-lo ou apreciá-lo, para melhor saber compreendê-lo, para melhor produzi-lo
na escola ou fora dela. Dolz, Schneuwly e Haller (2004, p.144) salientam que o trabalho com os
gêneros em sala de aula oferece um quadro de condições efetivas para a produção e a receção de
textos, no que respeita à “análise dos conteúdos, da organização do conjunto do texto e das
sequências que o compõem”.
Conforme constatam os trabalhos de Mello (2004) e Pavis (2011), nos estudos teatrais, há aqueles
que buscam propor uma visão separatista do texto dramático escrito e do texto dramático
oralizado ou representado: se a preferência é dada ao texto, a tendência é denominada
textocentrismo, se é dada à representação, é denominada cenocentrismo.
Rosenfeld (1993, p.75-76) assevera que o texto dramático, enquanto obra literária, apresenta
diálogos livrescos e por maiores que sejam suas virtudes teatrais inerentes, tais como ritmo,
movimento, dramaticidade, diálogo, é na encenação que lhes dá sua verdadeira vida, pois é no
palco que adquirem riqueza plena, devido à cooperação de técnicos, atores, cenógrafos, entre
outros. Nas palavras do autor (1993, p.75-76), “sua verdadeira força não se revela ao leitor, mas
somente ao espectador”.
Essa posição é assegura também por Magaldi (1997), para quem a leitura de um texto dramático
traz um enriquecimento artístico e cultural, mas não chega a constituir o fenômeno do teatro. Para
o autor, a existência de uma peça marca o início da preparação do espetáculo, já o texto,
“alinhado na biblioteca, sem alguém que o encene, também não é teatro. Será sempre mais
fecundo pensar a arte dramática na totalidade dos seus elementos” (Magaldi, 1997, p.15-16).
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Entendemos, assim, que o texto dramático, quando apenas lido, assume uma feição diferente da
que possui quando representado. No primeiro caso, o texto não foi ativado por uma voz humana
além do seu autor que não está presente para pronunciá-lo; no segundo caso, o texto é dito pelo
ator e já está servido por uma cena, por signos prosódicos, visuais, gestuais dos quais já não se
pode mais fazer abstração (Pavis, 2011).
A autora constata, ainda, a presença de um discurso enunciado (II), que tem como locutor a
personagem (IIA) e, como interlocutor, outra personagem (IIP). Consideramos, assim, que a
produção oral do texto dramático prevê a colaboração de um dramaturgo (quem escreve o texto),
de atores (quem efetivamente interpreta o papel no palco) e de encenadores/diretores
(responsáveis por organizar e dinamizar a apresentação como um todo); de modo amplo, essa
coletividade tem por interlocutor o público de teatro.
Em relação ao fenômeno artístico que caracteriza a apresentação teatral, Peixoto (1986) assinala
que entre ator e plateia existe a consciência de uma cumplicidade fundamental para existência da
representação cênica: ambos se reconhecem como participantes de uma farsa ensaiada, que
procura imitar a realidade. Segundo Chacra (2010), tal cumplicidade é gerada pela ilusão do
teatro realidade de palco ou o “como se” e suas convenções. Somente juntos ator e espectador
podem constituir aquilo que se chama teatro. Com enfeito, um pouco, mas interativo onde os
alunos poderão facilmente compreender matérias relacionadas a textos dramáticos.
Aos professores que pretendem enveredar por essas trilhas do teatro, um nome que não podemos
deixar de citar quando se trata desse universo cultural é o de Viola Spolin (1906 – 1994) que foi
uma atriz, educadora, diretora, autora e criadora de jogos de teatro.
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Em uma de suas principais obras, ela defende a importância do trabalho com jogos teatrais em
sala de aula: Os jogos teatrais podem trazer frescor e vitalidade para a sala de aula. As oficinas de
jogos teatrais não são designadas como passatempos do currículo, mas sim como complementos
para a aprendizagem escolar, ampliando a consciência de problemas e ideias fundamental para o
desenvolvimento intelectual dos alunos. [...] São fontes de energia que ajudam os alunos a
aprimorar habilidades de concentração resolução de problemas e interação em grupo (Spolin,
2007, p.29).
O teatro é uma ferramenta valiosa na educação, fornecendo aos estudantes habilidades socio-
emocionais, de comunicação, de pensamento crítico e criatividade.
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Na Análise Documental, a partir do que propõem Lüdke e André (1986), e selecionamos para
observação e análise livros didáticos. O critério de seleção do material compreendeu a leitura do
Guia do Programa Nacional do Ensino secundário em Moçambique, o texto dramático como
objecto de estudo de livros didáticos voltados a 8ª classe e a 9º classe do ensino secundário.
Como categorias de análise, elegemos: abertura do capítulo, actividades de leitura e compreensão
textual, propostas de produção escrita e oral.
Para que os dados obtidos num levantamento sejam significativos, é necessário que a amostra
seja constituída por um número adequado de elementos, Gajardo, (2004).
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Vai se analisar o universo total da população, que é os professores e alunos da Escola Secundaria
7 de Abril, na Cidade de Chimoio, Província de Manica.
Vai-se trabalhar com cinco (15) Professores dos quais, dois (10) serão do sexo masculino e duas
(5) do sexo aposto da escola em referência.
4. Cronograma de Actividades
Especificação/Ano 2023
Meses Março Abril Maio Junho Julho
Levantamento Bibliográfico
Leitura das Obras
Compilação das Obras
Colecta de Dados
Analise Critica do Material
Redacção Provisória do Projecto
5. Orçamento
Material a Usar/Consumir
Especificação Quantidade Valor Unitário Valor Total Fonte de
(mtn) Financeamento
Blocos de 01 100 X 1 100,00 Autora
notas
Resma 01 350 X 1 350,00 Autora
Esferográficas 02 100 X 2 200,00 Autora
Lápis 02 50 X 2 100,00 Autora
Borrachas 02 20 X 2 40,00 Autora
Serviços
Cópias 50 3 X 50 300, 00 Autora
Impressão 20 3 X 20 60,00 Autora
Recargas de 1000 1000 X 1 1000,00 Autora
Telemóvel
Transporte Todos /dia 20 X 20 400, 00 Autora
Total 2.550.00
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6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1. AZEREDO, Cristina Soares de Lara. Projeto Eco. 8ª ano. São Paulo: Positivo, 2009,
p.131- 150. BELTRÃO, Eliana Lúcia Santos; GORDILHO, Tereza Cristina Santos.
Diálogo Edição Renovada. 8ª ano. São Paulo: FTD, 2009, p.85-94.
2. CAMPOS, João Carlos Rocha; OLIVEIRA, Gabriela Rodella de. Português a Arte da
Palavra. 8º classe. São Paulo: AJS, 2009, p.46-81.
8. BAKHTIN, Mikhail Mikhaĭlovich. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. São
Paulo: Martins Fontes, 2003[1979].
9. _____; Problemas da Poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Forense
Universitária, 2005[1928].
11. COPE, Bill; KALANTZIS, Mary (Ed.). Multiliteracies: Literacy Learning and the Design
of Social Futures. Routledge: Psychology Press, 2000.
12. GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1991.
Questão 1 – Levando em conta os gêneros da ordem do narrar, assinale aquele(s) que você já
ensinou:
( ) Conto
( ) História em quadrinhos
( ) Fábula
( ) Texto dramático
( ) Outro(s)
Questão 2 – Caso utilize ou venha a utilizar o teatro em suas aulas, você o faria para:
( ) Sim
( ) Não
Em caso afirmativo, indique qual(is)?
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Questão 5 – Em suas aulas, você já trabalhou com alguma peça de teatro?
( ) Sim
( ) Não
Se a resposta for “sim”, indique, por gentileza, quais foram selecionadas:
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