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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA

Desconhecimento da aplicação das preposições “a”, “com” e “para” nos textos


produzidos pelos alunos da 9ª Classe, da Escola Primária do 1º e 2º Grau de
Fíngoè

Candidata: Regina Pais Rosse

Tete, Julho de 2016


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS

Desconhecimento da aplicação das preposições “a”, “com” e “para” nos textos


produzidos pelos alunos da 9ª Classe, da Escola Primária do 1º e 2º Grau de
Fíngoè

Projecto de Pesquisa a ser apresentado no


Centro de Ensino a Distância da UCM, para a
elaboração do Trabalho final (Monografia),
no Curso de Licenciatura em Ensino de
Português.

Supervisor: dr. Horeste Morais Anicene

Tete, Julho de 2016


Índice
PARTE I – INTRODUÇÃO........................................................................................................1
1.1 Contextualização................................................................................................................1
1.2 Tema.......................................................................................................................................2
1.3 Delimitação do tema...............................................................................................................2
1.4 Justificativa.............................................................................................................................4
1.5 Objectivos...............................................................................................................................5
1.5.1. Objectivo geral....................................................................................................................5
1.5.1.1 Objectivos específicos......................................................................................................5
1.6. Problema................................................................................................................................6
1.7. Hipóteses................................................................................................................................6
1.7.1.Hipotese primaria.................................................................................................................6
1.7.2.Hipoteses Secundárias.........................................................................................................6
1.7.3. Localização geográfica da escola.......................................................................................6
PARTE II – FUNDAMENTACÃO TEORICA...........................................................................8
2.1. Origem da palavra Preposição...............................................................................................8
2.2. Conceito de Preposição..........................................................................................................8
2.3. Classificação das preposições................................................................................................9
2.4. Causas do desconhecimento da aplicação das preposições em textos produzidos pelos
alunos..........................................................................................................................................10
2.4.1. O uso das preposições.......................................................................................................11
2.5. Estratégias metodológicas a serem usadas com vista a solucionar a problemática da
dificuldade do emprego das preposições....................................................................................12
PARTE III – METODOLOGIA DE TRABALHO....................................................................14
3.1. Metodologia.........................................................................................................................14
3.2. Tipo de Pesquisa..................................................................................................................14
3.2.1. Quanto aos objectivos.......................................................................................................14
3.2.2. Quanto aos procedimentos técnicos..................................................................................14
3.2.3. Quanto à abordagem.........................................................................................................15
3.3 Universo ou população.........................................................................................................15
3.3.1. Amostra ou dados concretos.............................................................................................15
3.4. Técnicas de recolha de dados...............................................................................................15
3.4.1. Questionário......................................................................................................................15
3.4.2. Entrevista ou Inquérito......................................................................................................16
3.4.3. Observação directa ou sistemática....................................................................................16
PARTE IV - CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES E ORÇAMENTO..................................17
4.1. Cronograma.........................................................................................................................17
4.2 Orçamento.............................................................................................................................17
5. Referências Bibliográficas......................................................................................................18

IV
PARTE I – INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
Hoje, a escola deve ser definida em torno do desenvolvimento das competências da criança
(organizar as actividades de acordo com o modo, o contexto e as necessidades do aluno),
mudando constantemente os métodos de ensino - aprendizagem, para impulsionar o
desenvolvimento integral do indivíduo

O ensino de Língua Portuguesa baseia-se tradicionalmente na repetição das regras e


gramaticais encontradas nos compêndios e em outros manuais, estabelecendo no falante a ideia
de que a língua que se fala é a mesma que se escreve e vice-versa, disseminando assim a falsa
imagem de homogeneidade linguística.
Neste projecto, com o tema: “As dificuldades da aplicação das preposições “a”, “com” e
“para” nos textos produzidos pelos alunos da 9ª Classe, da Escola Primária do 1º e 2º Graus de
Fíngoè”, oralmente e/ou por escrito, procuramos reflectir sobre o funcionamento da língua, com
especial enfoque à selecção e uso das preposições, em conformidade com o Português europeu
(PE), ou seja, mostrar que a selecção e uso das preposições não é feito de forma aleatória ou
arbitraria, mas que se deve observar regras para a opção de uma e não outra preposição.
Procuraremos, ainda neste projecto, recordar, mostrar a necessidade do conhecimento
explícito da gramática. Pois, ela é sempre tida como fundamental na melhoria dos desempenhos
nas outras competências, no desenvolvimento da consciência linguística dos alunos, num trabalho
de observação, comparação e manipulação de dados, para descoberta de regularidades no
funcionamento da língua; a sistematização e a explicitação dessas regularidades, com recurso ou
não à metalinguagem; a mobilização dos conhecimentos adquiridos na compreensão e na
produção de textos orais e escritos (Reis et al., 2009: 86).
O desconhecimento da aplicação das preposições “a”, “para” e “com” em textos
produzidos pelos alunos é um tema que pela sua dimensão, não só preocupa os professores de
língua portuguesa da escola em estudo, mas também a sociedade em geral, uma vez que esse
problema irá se reflectir negativamente na formação do Homem no seu todo, enfraquecendo as
capacidades crítica/argumentativa, no que tange as competência linguística e comunicativa de
acordo com Travaglia (2009), é a capacidade do usuário da língua de produzir e compreender
textos adequados à produção de efeitos de sentido desejados em situações específicas e concretas
de interacção comunicativa. Portanto, é a capacidade de utilizar os enunciados da língua em
situações concretas de comunicação. A competência comunicativa envolve a competência
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linguística ou gramatical para produzir frases que sejam vistas não só como pertencentes à língua,
mas apropriadas ao que se quer dizer em dada circunstância.   E consequentemente no
aproveitamento pedagógico escolar do aluno.
Para tal, servirão como referências, para o presente trabalho, algumas antologias e obras
didácticas de autores que abordam sobre as preposições, tais como: Nova Gramática do
Português Contemporâneo, de CUNHA e CINTRA, 2ᵃ edição, Gramática da Língua Portuguesa
de MATEUS et alli. 6ᵃ edição, Gramática da Língua Portuguesa de VILELA, 14ᵃ edição.
Metodologia do trabalho científico de LAKATOS, E. M. MARCONI, entre outros.
Assim, o presente trabalho de pesquisa apresenta a seguinte estrutura: na parte I, uma
introdução que contém a contextualização, seguida da definição do tema e sua delimitação,
problematização, hipóteses, definição dos objectivos, e a justificativa. Na parte II, sobre a
fundamentação teórica, apresentamos os principais pressupostos teóricos que sustentarão a nossa
pesquisa fazendo referência aos seguintes aspectos: origem e conceito de preposições,
classificação e uso das preposições. No que diz respeito às metodologias, portanto, parte III, estão
descritos os tipos de pesquisa, o método de estudo, as técnicas de recolha de dados, o universo e
amostra. Na parte IV, apresentamos o cronograma das actividades que serão levadas a cabo, bem
como o orçamento previsto para o trabalho e na parte final apresentamos a bibliografia
consultada.

1.2 Tema
As dificuldades da aplicação das preposições “a”, “com” e “para” nos textos
produzidos pelos alunos da 9ª Classe, da Escola Primária do 1º e 2º Grau de Fíngoè”.
1.3 Delimitação do tema
O presente estudo enquadra-se na disciplina de Língua Portuguesa e subjaz do tema: Uso
correcto das preposições e, para o alcance dos objectivos, irá cingir-se no grupo de alunos da 9ª
classe do curso diurno, com idades compreendidas entre 14 e 17 anos, da Escola Primária do 1º e
2º Graus de Fíngoè, onde o problema foi detectado.

A selecção desse grupo alvo deve-se ao facto de se detectar que a maior parte de alunos
desse nível de escolaridade apresenta problemas na aplicação adequada das preposições
mencionadas no tema, em textos orais e escritos por eles produzidos.

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1.4 Justificativa

O facto de a Língua Portuguesa ser Oficial e de ensino no nosso país nos remete a ideia de
que seja bem usada pelos falantes, pois Moçambique é um país multilingue. Não obstante, há
evidências de que apesar da mesma ser a base do ensino, ainda se verificam dificuldades no seu
uso por alunos e até por professores, tanto os que leccionam o Português assim como os de outras
disciplinas, no concerne a aplicação das preposições “a”, “para” e “com”. Daí que, achamos
imperioso abordar o problema.
Nisto, urge a necessidade de estudar para compreender as causas que estão na origem
desses problemas linguísticos para, posteriormente, para propormos soluções para a sua
resolução. Estes factos levam aos profissionais da área e a sociedade em geral, a reflectirem sobre
as estratégias que poderão ser usuais para que no futuro esses problemas possam ter solução.
Relevância do tema

De maneira geral, as preposições não têm tido um tratamento adequado nas gramáticas, uma vez
que as descrições são fragmentadas e esparsas, localizadas em partes não relacionadas entre si.
Além disso, é comum, na maior parte das gramáticas, a falta de referência ao aspecto semântico
das preposições.

A relevância que se atribui ao ensino das preposições pelos professores de português, também
poderá estar na origem dessa problemática, para além da falta de conhecimento profundo sobre o
uso da língua por parte dos alunos e, em alguns casos, associado aos hábitos da língua locais.

O presente problema enquadra-se nos desafios que se tem em fornecer ferramentas teóricas e
práticas relevantes para que os alunos sejam bem sucedidos como cidadãos úteis a família e a
comunidade.

A falta de domínio das classes gramaticais por parte dos alunos contribui para o desconhecimento
da aplicação das preposições em referência;
Conhecer causas de desconhecimentos das preposições “a”, “para” e “com” em textos
produzidos por aqueles alunos;

O tema irá contribuir para campo cientifico na abordagem de novas pesquisa das preposições
“a”, “para” e “com”, na gramática da língua. Para a boa conscientização da gramática
Portuguesa como língua oficial do nosso país.
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A Pesquisa irá trazer melhoria não só na vida académica como também nas interacções
comunicativas na sociedade empregando boa semântica e sintaxe na língua portuguesa.

1.5 Objectivos

1.5.1. Objectivo geral


Conhecer as causas que estão na origem do As dificuldades da aplicação das preposições
“a”, “com” e “para” nos textos produzidos pelos alunos da 9ª Classe, da Escola Primária do 1º
e 2º Grau de Fíngoè”.

1.5.1.1 Objectivos específicos


Identificar as causas que estão por detrás do desconhecimento da aplicação das
preposições em textos produzidos por aqueles alunos;
Propor estratégias metodológicas com vista a facilitar o trabalho do professor face a
problemática da dificuldade do emprego de preposições na aula de língua Portuguesa, como
forma de solucionar o problema.
Contribuir no uso de competências linguísticas como a leitura e escrita da língua
Portuguesa.

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1.6. Problema
Segundo Gil (1991), “nem todo problema é passível de tratamento científico, é preciso
identificar o que é científico daquilo que não é. Um problema é de natureza científica quando
envolver variáveis que podem ser tidas como testáveis”.
O presente problema enquadra-se nos desafios que se tem em fornecer ferramentas
teóricas e práticas relevantes para que os alunos sejam bem sucedidos como cidadãos úteis a
família e a comunidade. E, existindo problema deste género, todos os actores da educação se
preocupam em perceber a origem e as circunstâncias do mesmo. Daí que se questiona: Porque é
que os alunos da 9ª Classe, da Escola Primária do 1º e 2º Grau de Fíngoè apresentam
dificuldades na aplicação das preposições “a”, “com” e “para” nos seus textos”?

1.7. Hipóteses

1.7.1.Hipotese primaria

O desconhecimento da aplicação das preposições “a”, “com” e “para” em textos


produzidos pelos alunos dessa escola explica-se pelo facto de os alunos não aperfeiçoarem
hábitos de leitura de conteúdos.

1.7.2.Hipoteses Secundárias

A falta de domínio das classes gramaticais por parte dos alunos contribui para o
desconhecimento da aplicação das preposições em referência;
A irrelevância que se atribui ao ensino das preposições pelos professores de português,
também poderá estar na origem dessa problemática, para além da falta de conhecimento profundo
sobre a selecção e uso por parte dos mesmos e, em alguns casos, associado aos hábitos e falares
locais.
Exiguidade de material de pesquisa na escola, nomeadamente: gramáticas, compêndios,
dicionários e textos de ápio actualizados para a consulta.

1.7.3. Localização geográfica da escola


A Escola Primária do 1˚ e 2˚ Graus de Fíngoè, situa-se no Bairro Mˋpeta na sede do
distrito da Marávia, a esquerda faz fronteira com a estrada que vai a Zumbo para quem sai da

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cidade de Tete, a Sul o rio Mˋpeta nome que ostenta o bairro e a Oeste delimita-se com as Serras
do planalto Angónia – Marávia.
Em termos de quilometragem de Marávia para cidade de tete, são 257,2km da distância.
Questão Linguística (A língua materna ou L1), falada com os alunos no distrito de
Marávia é N`senga, dado isso, a quase totalidade das crianças quando entra para a escola, não
falam português e, naturalmente, não lê e não escreve. Esta é a situação do meio rural, onde
prevalece o uso das línguas locais, as línguas bantu e onde o português ou L2 é praticamente uma
língua estrangeira, é aprendido e usado na sala de aula, sobretudo através do contacto com o
professor e com os livros escolares, sendo pouco frequentes as situações de comunicação em que
é falado em ambiente natural.
Esta língua é usada pelos membros da comunidade em que as crianças vivem, incluído a sua
própria família.

A diferença relativamente ao acesso à língua portuguesa por parte dos alunos do campo e da
cidade é praticamente importante nas primeiras classe do ensino primário. Para a maior dos
alunos do campo, é apenas quando entram para escola que têm o primeiro contacto com a língua
portuguesa, ao passo que os da cidade já têm algum conhecimento desta língua quando iniciam a
sua vida escolar.
Além disso, para os alunos do campo, ao longo da sua vida estudantil, a escola é
praticamente o único espaço em que falam e ouvem enunciados em língua portuguesa, ao passo
que os da cidade têm outras ocasiões em que podem treinar o seu conhecimento desta língua.

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PARTE II – FUNDAMENTACÃO TEORICA

2.1. Origem da palavra Preposição


Etimologicamente o nome preposição vem do latim prepositione e significa “posicionar à
frente”. No latim culto, a relação entre os vocábulos era marcada, frequentemente, pelas flexões
de caso, expressas, algumas vezes, apenas pela diferença na quantidade da vogal final do
vocábulo. As preposições também eram elementos de relação, porém usadas para maior clareza
ou ênfase, já que os casos morfológicos latinos exprimiam as relações funcionais entre os
elementos. THOMÉ VIEGAS (2008).
As perdas das declinações e dos casos latinos levaram ao maior uso das preposições como
compensações do sistema no estabelecimento das relações entre os constituintes das sentenças e
dos sintagmas.

2.2. Conceito de Preposição


Tradicionalmente, a definição de preposições aponta para o carácter relacional do item:
CUNHA & CINTRA (1999:551), “preposições como sendo palavras invariáveis que relacionam
dois termos de uma oração, de tal modo que o sentido do primeiro é explicado ou completado
pelo segundo”.
Ainda no âmbito do tratamento das preposições, MATEUS et alli (2003:392) acrescentam
que o facto de as preposições (e locuções prepositivas) se aproximarem dos advérbios e das
conjunções (por não serem flexionadas) e, com efeito, são categorias lexicais porque seleccionam
complementos e estão-lhes associados valores semânticos.
De acordo com BECHARA (1999), chama-se preposição a uma unidade linguística
desprovida de independência, isto é, não aparece sozinha no discurso (…) que se junta a
substantivos, adjectivos, verbos e advérbios para marcar as relações gramaticais que elas
desempenham no discurso, quer nos grupos unitários nominais, quer nas orações.
FERREIRA e FIGUEIREDO (s/d: pp. 21), afirmam que “as palavras que servem para relacionar
dois elementos da mesma oração, mostrando a dependência que há entre eles, chamam-se
preposições.”
Estes autores, apresentam como exemplos de preposições, as seguintes: a, ante, após, ate,
com, conforme, consoante, contra, de, desde, durante, em, entre, excepto, mediante, para, perante,
por, salvo, segundo, sem, sob, sobre, trás, etc.

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Enquanto MOURA, (2009:221), define a preposição, como sendo uma palavra invariável
que liga elementos sintácticos de natureza diferente, dando como exemplo a seguinte sentença:
Exemplo: “Caminhou com o filho de Matilde por montes e vales.”
O termo adoptado – preposição – mostra-se adequado às suas funções, pois esse elemento
passou a relacionar diferentes classes de palavras, verbos, substantivos, adjectivos ou pronomes
circunstanciais, como a primeira palavra do sintagma preposicional (SP). O enriquecimento
funcional foi, entretanto, acompanhado de um empobrecimento quanto às formas concretas que
constituem as preposições. Assim, um elemento que inicialmente era usado para reforço, tornou-
se essencial e, consequentemente, mais frequente. A frequência no uso das preposições conduz ao
esvaziamento do sentido individual das mesmas, o que dificulta o estabelecimento do sentido
base ou originário.
Para o autor deste trabalho, preposição é a palavra invariável que liga duas palavras ou
orações, estabelecendo entre elas relações de sentido e de dependência. Sintacticamente, as
preposições não desempenham uma função, são conectivos, ou seja, estabelecem apenas
conexões entre termos da oração. Apesar de não exercer propriamente uma função sintáctica, o
emprego adequado das preposições é essencial para a coesão do texto.

2.3. Classificação das preposições


As preposições podem ser classificadas em essenciais e acidentais. As essenciais são
aquelas que sempre funcionam como preposições. Já as acidentais são palavras de outras
categorias gramaticais que, em determinados contextos, agem como preposição. Vejamos alguns
exemplos:
Essenciais: A, ante, após, ate, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sobre,
etc.
Acidentais: Afora, como, conforme, consoante, durante, excepto, salvo, segundo, visto, etc.
ROCHA LIMA (1996) define as preposições como elementos responsáveis pela
subordinação de um elemento da frase a outro, tornando o segundo complemento do primeiro.
Diferencia preposições fortes, que exprimem significação, como contra, entre, sobre e fracas,
que não expressam significado em si mesmas, apenas um sentido de relação fornecido pelo
contexto, como a, com, de. Classifica as preposições com base na relação que denotam: lugar,
tempo, modo, instrumento, causa e fim. Igualmente

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2.4. Causas do desconhecimento da aplicação das preposições em textos produzidos pelos
alunos
De acordo com SANTANA, (2014:23), as causas do desconhecimento da aplicação das
preposições em textos produzidos pelos alunos deve-se a alguns verbos, levando em consideração
o contexto em que são empregados, como transitivos directos, ora como transitivos indirectos,
por essa razão surge o descuido ou até mesmo falta de conhecimento por parte do emissor –
aluno, no uso das preposições deixando a desejar, tendo em vista o padrão formal que rege a
língua. Dessa forma, o autor avança alguns casos relevantes:
* Este é o livro que me refiro.
É simples, sempre quando nos referimos, fazemos referência a algo ou a alguém. Portanto:
Este é o livro “a” que me refiro.
Como pode ver, na primeira frase o autor mostra como é que as preposições são mal
empregues nos discursos quotidianos assim como na escrita, e na segunda a forma correcta do
uso da preposição “a”.
Exemplo2
“Vou a Paris”, reflecte uma deslocação efectuada em relação a uma determinada Direcção ou
Destino, tendo em consideração o seu retorno próximo, contrastando, assim, com a ideia de
Permanência ou de Intencionalidade transmitida pela preposição “para‟. Batoréo, (2000: 505).
Sustentando-se as ideias do autor em muitos casos os alunos expressam-se erradamente
por exemplo quando dizem: Vou “em” casa. CUNHA & CINTRA (2002), mostram ainda o uso
da preposição “para” por intencionalidade e muitas das vezes os alunos mal empregam, quando
são casos de não intencionalidade.
À expressão de intencionalidade da acção, difere do movimento não intencional conforme
ilustram os seguintes exemplos: “Deitar ao chão”, em que o movimento é entendido como não
intencional; e “Deitar para o chão”, que demonstra um movimento intencional. Portanto,
independentemente de ser intencional ou não, os alunos aplicam nos seus discursos a preposição
“para”.
2.4.1. O uso das preposições
Ao buscar informações sobre o emprego das preposições em gramáticas normativas, usuários da
língua não encontram menção a norma de uso de tal forma. De modo geral, após conceituar as
preposições, as gramáticas apresentam listas desses vocábulos.

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O uso das preposições está relacionado à nossa competência linguística. Sendo assim,
conhecê-las e utilizá-las correctamente é, sobretudo, papel decisivo na construção de nossos
discursos quotidianos. De tal modo, ocupemo-nos a discorrer acerca de algumas características a
elas relacionadas, principalmente no que diz respeito à transitoriedade verbal e,
consequentemente, à regência de alguns verbos.
De acordo com VILELA, (1999), as preposições são palavras gramaticais que não têm
conteúdo semântico e servem para relacionar dois termos de uma frase. Ao ligarem palavras ou
orações estabelecem determinados valores semânticos, isto é, determinados sentidos que serão
definidos pelo contexto. A mesma preposição pode adquirir vários significados, dependendo da
relação que estabelece com os termos da frase. Vejamos alguns sentidos que as preposições
podem assumir:
Vou à escola todos os dias. (lugar)
A biblioteca fica a duas quadras da minha casa. (distância)
A última partida do campeonato foi disputada com garra. (modo)
Gostaria de ir com você ao cinema. (companhia e destino)
A árvore foi cortada com um machado antigo. (instrumento)
O avião veio de Fortaleza. (lugar)
O professor estará aqui em 10 minutos. (tempo)
As lojas foram decoradas para o Natal. (finalidade)
As preposições são de fundamental importância  para a construção da coesão textual. É
uma classe de palavras invariáveis que não se flexionam nem em género nem em número,
mantém sempre a mesma forma. Sua principal função é relacionar duas palavras em que uma
passa a depender da outra para formar sentido.
A preposição serve de instrumento de ligação entre dois segmentos do enunciado, em que
a sequência colocada após a preposição fica dependente, de um certo modo, da sequência que
precede a preposição.” As preposições não devem ser usadas aleatoriamente, mas seguindo
intenções, pois elas expressam relações de lugar, modo, tempo, causa, companhia, instrumento,
posse, assunto, matéria. (Ibidem).
Confira-se a tabela abaixo com as principais preposições e suas relações.
Preposições Principais Relações Exemplos
a Lugar O time viajou a Belém.
Modo Ele foi a pé.

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Tempo Sempre gostara de passear à noite.
Com Causa Morreu com o próprio veneno.
Companhia Dança com a namorada.
Instrumento Escreve com a caneta.
Meio Escreve com todos os dedos.
Modo Agiu com toda lealdade.
Tempo Acordou com o sol já alto.
De Lugar A equipe já chegou de Maputo.
Causa Lamentava de saudades da mulher.
Posse O carro do coronel já está pronto.
Assunto Falou-se de você na festa.
Em Lugar Ela mora em uma casa alugada.
Matéria Fazias suas pinturas em madeira.
Modo Após show, a plateia estava em êxtase.
Por Lugar Caminhou por várias terras estranhas.
Causa Não quis acompanhá-la por se sentir feio.
Finalidade Trabalho para aquecer.
Lugar para onde Veio para Maputo há muito tempo.
Para
Tempo para quando Fica adiado para melhor oportunidade.
Relação Para aquela idade esta muito desenvolvido.

2.5. Estratégias metodológicas a serem usadas com vista a solucionar a problemática da


dificuldade do emprego das preposições
SANTANA (2014:59), propõe as seguintes estratégias metodológicas para o ensino das
preposições:
 Seleccionar um texto que contenha as possibilidades de preposições necessárias à aula
(preposições em complementos e em adjuntos; ligadas a verbos e a nomes);
 O conteúdo do texto, deve ser condizente com a série em que a actividade será
desenvolvida;
 Na escolha de um texto devem ser considerados outros assuntos como: interpretação e
produção de textos (e inclusive a possibilidade de interacção com outras disciplinas);

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 Destacar os sintagmas preposicionados e estimular os alunos a descrever o papel da
preposição em cada sentença (é válido, nesta etapa, ainda não chamar o vocábulo de
preposição);
 O professor deve seleccionar textos com trechos que contenham vários formatos de
preposições (essenciais, acidentais; lexicais, funcionais) e várias possibilidades de
conexão do português (ligados a substantivos, adjectivos, verbos e advérbios);
 Buscar nas ocorrências de preposições destacadas: o valor semântico que cada preposição
pode ter (isso pode ser feito por meio de substituição de preposições).

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PARTE III – METODOLOGIA DE TRABALHO
3.1. Metodologia
Etimologicamente, metodologia significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos
utilizados para fazer uma pesquisa científica. Por outra, metodologia é o caminho pelo qual se
chega a determinado resultado, (MORESI, 2003).
3.2. Tipo de Pesquisa
Para o alcance dos objectivos anteriormente propostos, privilegiaremos os seguintes tipos
de pesquisa:
3.2.1. Quanto aos objectivos
Quanto aos objectivos será privilegiada a pesquisa explicativa, de modo a identificarmos
os factores que determinam ou que contribuem para a ocorrência do fenómeno, conforme a visão
de GIL (2007, p. 43). Este tipo de pesquisa ira aprofundar o conhecimento da realidade, pois
tentará explicar a razão e as relações de causa e efeito do fenómeno.
Usando este tipo de pesquisa, será possível identificar as causas do desconhecimento da
aplicação das preposições em textos produzidos pelos alunos daquela escola.
Para LAKATOS & MARCONI (2001), este tipo de pesquisa visa estabelecer relações de
causa - efeito por meio da manipulação directa das variáveis relativas ao objecto de estudo,
buscando identificar as causas do fenómeno.
3.2.2. Quanto aos procedimentos técnicos
Quanto aos procedimentos técnicos serão usadas as pesquisas, bibliográfica e estudo de
caso. A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos,
páginas de web sites, etc.
Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao
pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas
que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas
com o objectivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito
do qual se procura a resposta FONSECA, (2002, p. 32).

Por outro lado, o estudo de caso permitirá conhecer com profundidade o como e o porquê
da situação e procurar descobrir o que há de essencial e característico sem intervir sobre o
objecto. Conforme defende FONSECA, (2002, p. 33).

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3.2.3. Quanto à abordagem
Quanto à abordagem será uma pesquisa, qualitativa que irá permitir de acordo com os
objectivos espelhar a qualidade, eficiência e a eficácia das aulas dadas na disciplina de Português
na Escola Primária do 1˚ e 2˚ Graus de Fíngoè.
Nesta pesquisa a abordagem qualitativa será materializada através de um estudo de caso
que, de acordo com LUDKE E ANDRÉ (1986), possibilita a descoberta de aspectos novos ou
poucos conhecidos do problema estudado.

3.3 Universo ou população


De acordo com MATTOS, SOARES e FRAGA,( S.d), o universo ou população são todos os
indivíduos do campo de interesse da pesquisa ou seja do fenómeno observado. Para tal, o
universo da nossa pesquisa será de 144 indivíduos, sendo: 138 alunos da 9 ͣ Classe (3 turmas) e 6
professores de português.

3.3.1. Amostra ou dados concretos


A amostra será de 49 indivíduos, correspondente a um terço do universo ora apresentado,
deste grupo alvo 46 serão alunos, de entre eles 26 homens e 20 mulheres do curso diurno, e serão
seleccionados de forma aleatória e 3 professores da disciplina de português naquele nível de
ensino.

3.4. Técnicas de recolha de dados


Importa referir que nesta pesquisa serão usadas três técnicas de recolha de dados
nomeadamente, a observação directa ou sistemática, o questionário e a entrevista estruturada.

3.4.1. Questionário
Na óptica de GIL, (2008:140) o questionário é uma técnica de investigação basicamente
composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter
informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas,
aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc. No entender do autor o questionário
é um conjunto de questões pré-elaboradas que pode ser submetido a um conjunto de pessoas de
forma individual respondendo por escrito as questões que foram colocadas.

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No entanto, serão submetidos ao questionário intencionalmente com perguntas fechadas 46
alunos e 3 professores de Português, dos quais iremos colher o seu sentimento e conhecimento da
problemática do desconhecimento da aplicação das preposições “a”, “com” e “para” em textos
por eles produzidos.
3.4.2. Entrevista ou Inquérito.
De acordo com GIL (1999), a entrevista é uma das técnicas de colecta de dados mais
utilizadas nas pesquisas sociais. Esta técnica de colecta de dados é bastante adequada para a
obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, crêem, esperam e desejam, assim como
suas razões para cada resposta. O autor apresenta ainda algumas vantagens na utilização da
técnica de entrevista, tais como maior abrangência, eficiência na obtenção dos dados,
classificação e quantificação.
De acordo com o autor, a entrevista é uma técnica em que o investigador se apresenta
frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objectivo de obtenção dos dados que
interessam à investigação ou seja uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes
busca colectar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. No caso concreto, serão
formuladas perguntas ao grupo alvo, neste caso, alunos da 9ᵃ classe, para a obtenção de dados,
referentes ao problema em estudo.
3.4.3. Observação directa ou sistemática
A observação directa ou sistemática ajuda ao pesquisador a identificar e obter provas a
respeito de objectivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu
comportamento” MARCONI & LAKATOS, (1996, p. 79).
A observação também obriga o pesquisador a ter um contacto mais directo com a
realidade.Também podemos dizer que a observação é uma técnica de recolha de dados com
auxílio dos órgãos de sentido na obtenção das informacões, não basta ser observador ver ou
ouvir, mas sim, analisar o que observou. Ainda nesta observação directa o autor assistirá duas
aulas da disciplina de Português, as quais serão objecto de pesquisa para complementar o seu
trabalho.

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PARTE IV - CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES E ORÇAMENTO

4.1. Cronograma
Meses
Actividades Jun. Julho Agosto Set. Out. Nov.
Levantamento da Literatura
Desenho do projecto de pesquisa
Colecta de dados
Análise e tratamento de dados
Elaboração do trabalho final
Revisão do texto
Entrega do trabalho final

4.2 Orçamento
A avaliação das necessidades do projecto será feita de acordo com a tabela abaixo:
Ordem Descritivo Quantidade Preço Unitário/Mt Total/Mt

1 Papel 1 resma 150.00 150.00

2 Impressão 5 exemplares 50.00 250.00

3 Encadernação 2 exemplares 50.00 100.00

4 Fotocópia 5 exemplares 30.00 150.00

5 Deslocações 2 vezes 600.00 1.200.00

6 Internet 500.00 500.00

Total 2.350.00

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5. Referências Bibliográficas

_______________. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ᵃ ed. São Paulo: Atlas.

Bechara, Evanildo. (1999). Moderna Gramática Portuguesa, Rio de Janeiro: Editora Lucerna.

Cunha e Cintra. (1999). Nova Gramática do Português Contemporâneo, 14.ª ed., Lisboa: Edições
Sá da Costa.

Ferreira, A. Gomes e Figueiredo, J. Nunes. (s.d).. Compêndio de Gramática Portuguesa. Porto


Editora.

Gil, A. Carlos et all. (1991). Como Elaborar um Projecto de Pesquisa. São Paulo. Editora Atlas.

Lakatos, E. M. Marconi, M. A. (1996). Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas.

Lakatos, E. M. Marconi, M. A. (2001). Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas.

Lima, Rocha. (1996). Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 33ᵃ Edição. Rio de Janeiro:
José Olympio.

Mateus et alli. (2003). Gramática da Língua Portuguesa, 6ª edição, Lisboa: Editorial Caminho.

Moura, José de Almeida. (s.d.). Gramática do Português Actual. Lisboa Editora,

Reis, Carlos et al. (2009). Programas de Português do Ensino Básico. Lisboa: Ministério Da
Educação/DireçãoGeral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.

Santana, E. G. (2014). Ensino de preposições na educação básica: uma abordagem gerativista.


Brasília,

Thomé Viegas, Elaine Marques. (2008). Preposições de, em, com e para em adjuntos
adnominais: uma análise variacionista. Dissertação de Mestrado em Língua Portuguesa – Curso
de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, Rio de Janeiro: UFRJ, Faculdade de Letras, Mimeo.

Travaglia, L. C. (2009). Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. São
Paulo: Cortez.

Vilela, Mário. (1999).Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, Livraria Almedina, Coimbra.


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