Você está na página 1de 42

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ

LICENCIATURA EM LETRAS/ESPANHOL

GEOVANE SOUSA DA CONCEIÇÃO

O ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA PROPOSTA


PARA DIVERSIFICAR O ENSINO E ATRAIR A ATENÇÃO DOS ALUNOS DO
ENSINO MÉDIO

MACAPÁ
2022
GEOVANE SOUSA DA CONCEIÇÃO

O ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA PROPOSTA


PARA DIVERSIFICAR O ENSINO E ATRAIR A ATENÇÃO DOS ALUNOS DO
ENSINO MÉDIO

Monografia apresentada como Trabalho de


Conclusão de Curso à Universidade do Estado
do Amapá, como requisito final para a
obtenção do grau de Licenciatura em Letras.

Linha de pesquisa: Formação de professores


e desenvolvimento da oralidade.

Orientador: Prof. Esp. Jorge Luís Miranda


Andrade

MACAPÁ
2022
Dados Internacionais de Catalogação na publicação (CIP)
Processamento Técnico da Biblioteca da Universidade do Estado do Amapá

C744e Conceição, Geovane Sousa da.


O ensino de espanhol como língua estrangeira: uma proposta para diversificar o
ensino e atrair a atenção dos alunos do ensino médio / Geovane Sousa da Conceição.
– Macapá, 2022.
42f.
Orientador(a): Prof. Esp. José Luís Miranda Andrade.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade do Estado do


Amapá, Curso de Licenciatura em Letras-Espanhol, 2022.

1. Espanhol. 2. Ensino Médio. 3. Gramática. 4. BNCC. I. Andrade, José Luís


Miranda. II. Universidade do Estado do Amapá- Curso de Licenciatura em Letras-
Espanhol. III. Título.

CDD 23 ed. 400


GEOVANE SOUSA DA

O ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA PROPOSTA


PARA DIVERSIFICAR O ENSINO E ATRAIR A ATENÇÃO DOS ALUNOS DO
ENSINO MÉDIO

Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso à


Universidade do Estado do Amapá, como requisito final para a obtenção
do grau de Licenciatura em Letras.

Aprovada em: _/_ / _

BANCA AVALIADORA

Prof. Esp. Jorge Luís Miranda Andrade (Orientador) Universidade


do Estado do Amapá-UEAP

Profª. Espª. Elane da Silva Viana (Avaliadora) Universidade do


Estado do Amapá-UEAP

Profª. Espª. Aline Barbosa Correa (Avaliadora) Universidade do


Estado do Amapá-UEAP

MACAPÁ
2022
RESUM

Este artigo remonta o tema do ensino do Espanhol para alunos do Ensino Médio e aborda o contexto histórico
do Espanhol, o uso da gramática dentro de sala de aula e sua importância para o ensino e aprendizagem dos
alunos. O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de ensino e aprendizagem para ser diversificado
dentro de sala de aula para os alunos do Ensino Médio. Além disso, são apresentados vários exemplos de
métodos que podem ajudar os professores a tornar as aulas mais envolventes e, por fim, é apresentada uma
visão geral da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a instabilidade por conta das alterações nas leis em
seus artigos. Este trabalho é de cunho bibliográfico, com base em artigos, livros, periódicos, sites científicos
que abordam o tema em questão e sua análise feita na premissa da abordagem qualitativa. Para tal, é de se
esperar que a exclusão da Lei nº 11.161/2005 fosse gerar um grande impacto na estrutura de ensino da rede
pública do Brasil, o que ocasionou desemprego por parte de profissionais que se formaram para lecionar nesta
área.

PALAVRAS – CHAVE: Espanhol; Ensino Médio; Gramática; BNCC.

ABSTRACT

This article goes back to the topic of teaching Spanish to high school students and addresses the historical
context of Spanish, the use of grammar within the classroom and its importance for the teaching and learning of
students. In addition, several examples of methods that can help teachers make courses more engaging are
presented and, finally, an overview of the National Common Curricular Base (BNCC) and the instability due to
changes in laws is presented in its articles. This work is of a bibliographic nature, based on articles, books,
periodicals, scientific websites that address the topic in question and its analysis made on the premise of a
qualitative approach. To this end, it is to be expected that the exclusion of Law nº 11.161/2005 would generate a
great impact on the teaching structure of the public network in Brazil, which caused unemployment on the part
of professionals who were trained to teach in this area.

KEYWORDS: Spanish; High school; Grammar; BNCC


SUMÁRI

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................7
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................................8
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO SOBRE A LÍNGUA ESPANHOLA..............................................9
2.2 O USO DA GRAMÁTICA DA LÍNGUA ESPANHOLA PARA UM ENSINO
SIGNIFICATIVO PARA OS DISCENTES....................................................................................11
2.3 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DA LÍNGUA ESPANHOLA POR MEIO DE
RECURSOS TECNOLÓGICOS......................................................................................................17
2.4 MÉTODOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA......................21
2.5 A BNCC SOBRE O ENSINO DE ESPANHOL NO ENSINO MÉDIO..................................30
3 METODOLOGIA..................................................................................................................34
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................35
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................38
7

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como tema “O Ensino do Espanhol como língua estrangeira para
alunos do Ensino Médio das escolas públicas” e aborda o contexto histórico da língua
espanhola, perpassando pelo uso da gramática e de como ela é importante para o ensino e
aprendizagem do aluno. Além disso, são demonstrados diversos exemplos de metodologias que
podem ajudar o professor a realizar uma aula mais atraente e por fim, um apanhado geral sobre a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o que ela precariza em seus artigos. Condizente a
isso, o autor abaixo preconiza que:
A importância do ensino de uma língua estrangeira [...] em nossas escolas é clara:
podemos auxiliar a construção de uma sociedade futura livre de preconceitos e
estereótipos” favorecendo aos alunos à liberdade de falsos nacionalismos que,
atualmente, estão cada vez mais marcados (VILLANI, 2013, p. 14).

Partindo desse ponto, surgiu-se o interesse em pesquisar sobre um ensino de Espanhol


nas escolas públicas de forma bibliográfica, o qual ajude alunos ingressantes no Ensino Médio
a aprender a língua espanhola de maneira leve e descontraída para que esses possam se sentir
cada vez mais motivados e, além disso, que esses tenham a visão de ter oportunidades sociais,
culturais e políticas que este idioma oferta dentro e fora do Brasil, pois, o país faz parte do
Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), o que torna ainda mais importante adquirir uma
segunda língua neste âmbito para que o estudante se torne um cidadão proativo dentro da
sociedade.
Além disso, o ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras nas escolas públicas é
influenciado por diversos fatores pedagógicos em termos de metodologia que podem ter um
impacto positivo nos alunos do ensino médio público na aprendizagem de línguas estrangeiras,
também pelo fator de valor percebido quando outros conhecidos, sendo mais importante
acumulá-lo e porque os fatores emocionais se convertem em motivação para aprender uma
língua estrangeira.
Destarte, acredita-se que aprender uma língua estrangeira (LE) pode trazer muitos
benefícios, como no campo pessoal e profissional. O interesse em aprender LE pode facilitar a
compreensão de outros costumes e formas de pensar, ao passo que, no campo profissional, o
domínio da LE pode nos levar a uma elevação em uma direção profissional.
Com isso, este trabalho vem problematizar de que forma o ensino do Espanhol como
língua estrangeira pode auxiliar no ensino aprendizagem dos alunos do Ensino
8

Médio. Para tanto, traçou-se como objetivo geral mostrar de que forma o ensino da gramática
nas aulas de Espanhol para os alunos do Ensino Médio auxilia na aprendizagem significativa
para os estudantes. Já como objetivos específicos traçou- se três: entender como o ensino de
gramática da língua espanhola contribui para uma aprendizagem significativa dos alunos
ingressantes no Ensino Médio para que esses atuem de forma ativa; propor metodologias para
que o professor possa desenvolver uma aula mais atrativas aos discentes, os quais se sintam mais
interessados pela aprendizagem da língua espanhola e apontar indicativos da BNCC que
ofereçam alternativas didático-pedagógicas para o ensino de Espanhol no Ensino Médio das
escolas públicas a fim de contribuir com uma aprendizagem significativa dos alunos.
Com base nisso, formulou-se as seguintes hipóteses: os alunos possuem dificuldades em
aprender a gramática da língua espanhola por conta da metodologia utilizada em sala de aula e a
oferta da língua espanhola de maneira facultativa no Ensino Médio abre brechas para o não
interesse do aluno para com o aprendizado do idioma.
Esta pesquisa é de caráter bibliográfico baseando-se em sites específicos sobre o ensino
de língua espanhola, livros, revistas e outros suportes e será feita com o enfoque qualitativo,
pois inclui levantamento de dados por meio de análise de material bibliográfico como livros,
revistas, internet etc. para que esta tenha sustentação teórico-metodológica e suas
particularidades gerem insights profundos.
Para uma análise mais sustentada consultou-se teóricos como Batistella (2019), Martín
Sánchez (2010), Moran (2019) e Pedreiro (2013), que são autores que abordam diretamente o
assunto em questão, levando em consideração o ensino aprendizagem, o ensino da gramática e
as novas metodologias ativas para o ensino de espanhol em sala de aula.
Com o ensino de Espanhol tendo como foco os alunos da 1ª série do Ensino Médio, as
hipóteses foram postas em contrapontos umas com as outras com base no referencial teórico,
com a utilização do acesso aos trabalhos encontrados na literatura, algumas hipóteses foram
confirmadas e que serão demonstradas ao longo deste artigo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
9

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO SOBRE A LÍNGUA ESPANHOLA

De acordo com Batistella (2019), o Espanhol é uma língua poderosa. Sabe- se que é
uma língua falada por mais de 420 milhões de pessoas, é a segunda língua mais seguida no
mundo ocidental e tornou-se uma língua oficial em mais de 21 países e/ou regiões. Para
entender a importância do Espanhol no currículo escolar, deve-se observar suas origens.
Segundo Lobo (2020), o Espanhol (español) é uma língua românica do grupo românico
ibérico, que evoluiu de vários dialetos latinos falados no centro-norte da Península Ibérica por
volta do século IX. Durante a Idade Média, espalhou-se gradualmente à medida que o Reino de
Castela (no norte da Espanha) se expandiu para o centro e o sul da Península Ibérica.
Werner (2009) assevera que a língua também é conhecida como Castelhano e se originou
no Reino Medieval do Castilho e se estendeu pela região dos cristãos sobre os muçulmanos na
península, encerrando-se em 1932 e se tornando língua oficial em 22 países, como Argentina,
Uruguai, Peru, Costa Rica, Cuba, Guiné Equatorial, cidades celtas e outras.
Silva (2013) comenta que em meados do século XIII, o domínio de Castela foi imposto
aos demais territórios da região que hoje formam a Espanha, e como resultado dessa liderança
houve também uma expansão da língua castelhana, língua fortemente influenciada pelo
latim. Mais tarde, o castelhano começou a ser usado como língua oficial do novo país em 1492,
os reinos que compõem a atual Espanha foram unificados.
Conforme Lobo (2020), a transição do espanhol medieval para o moderno foi
marcada pelas consoantes cambiantes e ensurdecedoras da língua antiga, que começa no
século XV. No início de sua história, o vocabulário espanhol foi enriquecido pelos
contatos com o basco e o árabe, e a língua continuou adotando palavras emprestadas de
várias outras línguas, bem como o desenvolvimento de novas palavras. Com a expansão
do Império Espanhol dos séculos XV ao XIX, o espanhol foi trazido principalmente para as
Américas, bem como para a África e Ásia-Pacífico, tornando-se a linguagem mais importante
para o governo e negócios. Nas Américas, descendentes de hispânicos, hispânicos-crioulos e
mestiços continuaram a usar o idioma e o estenderam a toda a população para fortalecer a
1

unidade nacional após as guerras revolucionárias do século XIX que libertaram essas
colônias.
Embora o espanhol seja falado em várias regiões relativamente distantes, as regras de
ortografia e gramática garantem a integridade do idioma. É responsabilidade das várias
academias espanholas ao redor do mundo manter essa unidade. A Real Academia Espanhola
foi criada em 1713, estabeleceu os critérios para a aprovação de novas palavras e a inclusão do
vocabulário no âmbito internacional, além disso, suas principais tarefas eram “velar por que
los cambios que experimente la Lengua Española en su constante adaptación a las
necesidades de sus hablantes no quiebren la esencial unidad que mantiene en todo el
ámbito hispânico” (REAL ACADEMIA ESPAÑOLA, 2013).
Dessa forma, Silva (2013) menciona que o Espanhol é usado como segunda língua em
países como Itália, Portugal, França e Brasil por motivos muito importantes e também porque
essas línguas são derivadas do latim, até por proximidade geográfica e até por motivos
econômicos e comerciais. No entanto, como muitos lugares são falantes nativos de espanhol,
há diferenças sutis no que é dito em um lugar em comparação com outro, especialmente quando
se trata do léxico.
A partir desse período de transição, na atualidade, aprender um segundo
idioma é essencial para quem deseja ingressar no mercado de trabalho, e dominar outro idioma
significa crescer e se desenvolver com as rápidas mudanças das novas tecnologias,
principalmente do século de melhores condições.
Então, Silva (2013) discursa que é sábio entender que o aprendizado de outra pessoa
sobre os idiomas oferece não apenas benefícios profissionais, como melhores vagas de
emprego ou entrada mais rápida no mercado de trabalho, mas também intelectuais e
econômicas.
O método do Espanhol no processo de ensino e aprendizagem é um dado importante da
expansão dos mercados e acordos políticos. As mudanças ampliadas no ensino desta língua são
o resultado de conceitos políticos e históricos atuais. Os princípios orientadores do Mercado
Comum do Sul (MERCOSUL) provaram o terreno comum e os pontos básicos, e considera a
educação como o processo e o ponto de necessidade e manutenção dos objetivos do tratado.
Lovisi de Abreu (2016) relata que um de seus objetivos é fazer coesão e harmonia entre
países relacionados. Este processo tende a ser o projeto com maior
1

probabilidade de consolidação, e o MERCOSUL foi desvelado, possibilitando que as duas


partes se comunicassem (português-espanhol).
De acordo com Batistella (2019), o Espanhol espalhou-se pelo mundo e é falado no
MERCOSUL, com exceção do Brasil, como língua oficial, dando a entender a sua importância
como componente curricular nas escolas públicas do país.
O ensino do Espanhol como língua estrangeira focado para alunos em sala de aula
envolve o professor, fazendo com que ele se reinvente para oferecer aos alunos algo novo sobre
o ensino de gramática, atrelado à realidade do estudante para que este se sinta motivado e
busque o aprendizado da língua espanhola (SILVEIRA et al., 2015). Nesse interim:
Nos últimos anos, a questão que gramática ensinar foi muito discutida por
estudiosos, por pesquisadores no ensino de língua espanhola. Desde a busca pelo tipo
de exercícios, de atividades, de tarefas que se configuram mais pertinentes para a
aprendizagem dos aspectos gramaticais, até as abordagens de ensino que
privilegiam um contexto de comunicação são fontes de pesquisa, de estudos atuais
(VIAPIANA & PAVIANI, 2012).

Desse modo, percebe-se que o professor tem a capacidade de amparar e mostrar o


caminho da aprendizagem da língua espanhola e acompanhar o aluno até o momento em que
ele se sinta capaz de aprender sozinho, defrontando-se com o novo e se tornando um aprendiz
autônomo.
Assim sendo, é importante presumir que existem vários fatores na aquisição de línguas
estrangeiras, incluindo o interesse dos alunos, os materiais utilizados, o ambiente e
principalmente a metodologia do professor como intermediário no processo de ensino. Dessa
forma, como relata Tafarel (2018), além de compreender a teoria de sua disciplina, os
professores devem compreender métodos de ensino de línguas.
O capítulo que segue trata um pouco sobre a questão de usar a gramática da língua
espanhola em sala de aula para atrair a atenção dos estudantes e promover um ensino
significativo a eles, de modo que estes se sintam motivados a aprender a língua espanhola e não
vejam as aulas de espanhol como algo somente para passar o tempo ou até mesmo como algo
completamente importuno e que em nada contribui com o contexto no qual os discentes estão
inseridos.

2.2 O USO DA GRAMÁTICA DA LÍNGUA ESPANHOLA PARA UM ENSINO


SIGNIFICATIVO PARA OS DISCENTES
1

Segundo Schulz (2012), no Ensino Médio, percebe-se que uma das dificuldades mais
comuns é a falta de interação, diálogo e interpretação na língua- alvo, bem como a aplicação de
conteúdos extracurriculares. Normalmente, os cursos são instrumentais, apoiados por métodos
de tradução gramatical, e os professores trabalham com um grupo muito grande, que não
consegue atender às necessidades de todos.
No que concerne a isso, compreende-se atualmente que muitos professores não se
adequaram a realidade do aluno e a dele próprio, em que têm a possibilidade de oferecer uma
aula mais participativa e dinâmica, com base em metodologias atuais e o uso da tecnologia,
por meio de aplicativos que ensinam língua espanhola.

No século XXI, as pessoas perceberam que os parâmetros tradicionais não estão


mais de acordo com a realidade. Se o ensino de leitura não se baseia em conceitos
teóricos firmes relacionados aos aspectos cognitivos da compreensão de textos,
então é um fator de risco. É necessário usar métodos comprovados, mas levando em
consideração as necessidades dos alunos de línguas. É necessário considerar a
capacidade de leitura do próprio discente e estabelecer o princípio do conhecimento
reflexivo do aluno, para que ele possa formar suas próprias ideias, tendo uma
amplitude de concordância ou discordância com essa afirmação. (KLEIMAN,
1997).

De acordo com a autora, foi perceptível que os métodos tradicionais de ensino não
correspondiam mais à realidade do aluno. A compreensão leitora passa a ser um elemento de
risco se não houver um incentivo da leitura aliado aos pressupostos teóricos relacionados às
exterioridades cognitivas, sendo que deve ser levado em consideração o conhecimento prévio do
aluno para que ele possa ter sua própria ideia do meio que o cerca.
Gutierrez (2004) argumenta que as novas tendências neste segmento e a necessidade de
preparação de professores, adaptando cada vez mais o conteúdo e sua prática às ferramentas
disponíveis, levam a uma ampla e nova reflexão. Também se considera a necessidade de um
conhecimento adequado de forma a permitir que os professores compreendam essas diferentes
opções e suas implicações.
Dessa forma, as novas tendências no ensino da língua espanhola não são apenas sobre as
habilidades de aprendizagem dos alunos, mas também sobre aprender a se comunicar e ser
capaz de se comunicar efetivamente em todos os domínios. O ensino de línguas no Ensino
Médio é complexo porque os professores não podem fornecer apenas as informações
necessárias sobre a língua ou suas
1

funções, mas também precisam abordar as emoções, interesses, objetivos, necessidades e


habilidades dos alunos.
Para Celani & Collins (2003), a compreensão da leitura em Espanhol nem sempre é
valorizada, pois se concentra no livro didático, e o livro didático privilegia as regras
gramaticais, embora sua função sempre tenha sido a de trazer conhecimento de mundo para a
sala de aula. Além disso, a compreensão leitora nos cursos de Espanhol deve ser vista como
uma nova sugestão de ensino em desenvolvimento.
Não há dúvida de que o livro didático é a ferramenta mais poderosa para aprender uma
língua. No entanto, há uma enorme lacuna entre as regras linguísticas declaradas no livro
didático e as habilidades linguísticas que realmente os alunos possuem. Se parar para pensar no
processo de aprendizagem de línguas como social, então o livro didático é apenas uma das
ferramentas utilizadas pelo professor para transmitir a mensagem. As regras gramaticais no livro
didático são apenas uma parte da comunicação do professor com os alunos em sala de aula.
Partindo desta perspectiva, para promover o domínio da compreensão leitora na Língua
Estrangeira Espanhol, cita-se aqui uma pesquisa realizada em 2014, mas que bastante válida
para os dias atuais, dos autores Sellanes Garrasini, Murce Filho e Matias Freitas (2014). De
acordo com eles, foi perceptível a dificuldade em utilizar um material didático que norteasse o
ensino e aprendizagem da língua. Seu objetivo, neste trabalho, era de analisar todo o processo e
constatar os efeitos da Atividade de Leitura Colaborativa (ALC) para uma Aprendizagem
Significativa Crítica (ASC) do conhecimento e para o aperfeiçoamento da compreensão leitora
na Língua Espanhola, além de destacar as percepções dos participantes sobre a proposta e as
contribuições da ALC para a Educação Básica e o ensino-aprendizagem de LE.
Em outros tempos, era difícil entender a língua espanhola usando o material didático,
pois ele era muito técnico e complicado. Atualmente, com o advento da Internet, é possível não
só entender a língua, mas como descobri-la. A ALC e a ASC contribuíram de forma
significativa para o ensino do idioma em questão, porquanto é possível desenvolver e exercitar
os músculos de expressão, imaginação, julgamento e memória através de exercícios formais.
Com base nisso, Moreira (2011) propõe o modelo ASC, um processo de ensino que não
só tem um significado relevante para os alunos, mas também leva em consideração seus
conhecimentos prévios, a importância da interação, uma
1

linguagem, a formação social e cultural, o uso de estratégia e a diversificação dos recursos


disponibilizados para analisar e atuar em diferentes situações para obter posturas mais positivas
e conscientes no processo de aprendizagem.
Assim sendo, propor atividades que promovam uma interação e a troca de informações e
estratégia de aprendizagem, ajudam na busca de soluções, estimulam a produção de
materiais e facilitam a construção do conhecimento, a fim de promover esta interação entre os
alunos e de alcançar uma ASC. Desse modo, acredita-se que aprofundar a pesquisa em
intertextualidade é considerar soluções que levem em conta a dificuldade e a importância da
compreensão leitora para os alunos de espanhol como língua estrangeira.
Partindo deste ponto, Sellanes Garrasini et al. (2014) mencionam em seu trabalho que a
interação com diversos textos (notícias / reportagens) mobiliza o processo cognitivo
(inconsciente), permite o uso de diferentes métodos de leitura para determinar objetivos e
resolver problemas de compreensão e noções dos alunos (conhecimentos prévios) e novas
informações, aprofundado na colaboração entre os pares e nas atividades em sala de aula. Nessa
perspectiva, os alunos podem negociar significados, trocar experiências, conhecimento e
adquirem mais vocabulário em Espanhol, o que favorece o aprimoramento da compreensão de
leitura.
A automação das habilidades de reconhecimento de palavras e acesso ao léxico
espanhol permite a liberação de recursos cognitivos, como memória de trabalho, que podem
ser usados para compreender e construir o significado de textos complexos, o que torna o
aluno com capacidade leitora mais compreensiva e efetiva. Sateles e Almeida Filho (2010, p.
1) corroboram que “[...] a gramática sempre esteve presente, mesmo que de forma
implícita, na organização e no suporte ao ensino de línguas nas escolas do país”.
Concernente a isso, infere-se que uma aprendizagem por recepção significativa envolve
aquisição de novos significados presente em uma gramática a partir do material de
aprendizagem já apresentado como por exemplo, a utilização das redes sociais torna a
aprendizagem mais atrativa para os jovens, o que faz parte do dia a dia de um aprendiz:
interfaces virtuais, softwares, aplicativos e blogs permitem coletar vários dados em um
pôster online interativo para formar grupos específicos, ambiente fechado e seguro com
acesso apenas aos alunos e professores responsáveis pelo login por senha em uma aula
de Espanhol.
1

Não há dúvida de que o ensino eficaz aumenta a compreensão dos alunos e os ajuda
a entender melhor como as coisas funcionam. Ensinar de forma eficaz significa garantir que o
professor ajude os alunos a pensar de forma crítica e criativa. Além disso, ele deve tentar
despertar o interesse e o entusiasmo deles.
Sendo assim, Eres Fernández (2010) corrobora que a aprendizagem por recepção tem por
objetivos levar os estudantes a ler textos literários da Língua Estrangeira, fazer traduções diretas
e inversas, memorizar regras e apropriar-se do vocabulário. Neste método, os erros não se
toleram e a avaliação, por meio de provas, trata de medir a quantidade de conteúdos aprendidos.
De acordo com Aebersold e Field (1997), a capacidade de compreensão de texto escrito
depende de vários fatores, dentre os quais, pode-se citar: reconhecimento de códigos escritos,
capacidade de decodificar rapidamente palavras, capacidade de memória de trabalho (MT),
conhecimento prévio, uso das características do próprio texto, a geração de inferências, a
análise de novas palavras, a identificação das funções gramaticais das palavras, a busca pelo
significado do texto, a conservação do objetivo e o ajuste da estratégia de abordagem do
texto, a identificação e distinção da ideia principal e a ideia secundária, e a compreensão das
partes que compõem o texto e o uso do contexto para construir significado e compreensão e
manter no texto mesmo que a compreensão não seja bem-sucedida.
O que os autores asseveram é que há diversos fatores para a compreensão de um
texto. A primeira é a capacidade de leitura. O que se lê depende do próprio conhecimento e
vocabulário. O segundo é o nível de educação. Pode-se entender o texto escrito mais facilmente
se souber seu significado e contexto. O terceiro é o tipo de material de leitura que se está lendo.
O texto escrito em um idioma, no caso o Espanhol, se a pessoa não conhece pode ser difícil de
entender.
Atualmente, segundo Martín Sánchez (2010), o professor de gramática espanhola precisa
dominar técnicas e ter habilidades didáticas. É de suma importância que o professor escolha
um método apropriado para o ensino de língua espanhola, sendo que a metodologia escolhida
terá importante influencia substancial no resultado do processo educativo.
Os professores de línguas devem sempre melhorar aprendendo uma nova língua, seja
línguas modernas, literatura, teatro, etc. Portanto, para os professores, essa habilidade é
necessária para compensar a falta de vocabulário e conhecimento
1

gramatical. Claro, o professor deve ter conhecimento de Espanhol e entender as regras


gramaticais do idioma.
A aquisição de uma língua estrangeira deriva de vários fatores, dentre eles o empenho do
estudante, o material empregado, o clima físico e principalmente o procedimento do docente.
Martín Sánchez (2010) sentencia que o professor de LEE (Língua Estrangeira Espanhol) é uma
figura chave para o método de ensino/aprendizagem do idioma. Ou seja, é importante que o
professor saiba métodos eficazes para lecionar uma língua.
Um professor LEE, como qualquer outro professor do mundo, tem um conjunto de
metodologias de instrução que usa para ensinar seus alunos. Esses métodos podem ser usados
para instruir qualquer idioma, mas são mais frequentemente usados para lecionar Espanhol. A
chave para ensinar é poder aproveitar ao máximo tempo com os alunos e, para isso, é
imprescindível saber ensinar de forma eficaz.
Ferreira et al. (2018) acreditam que, para os professores atualmente, apenas usar
métodos tradicionais de ensino de línguas, dado a riqueza de informações fornecidas pela
tecnologia, é fútil, não há dúvida que se eles não aceitarem isso, esses professores estão
fadados ao fracasso com seus alunos, haja vista que a educação mudou e professor precisa
acompanhar essa mudança, além de estar em constante atualização para promover um ensino
que faça sentido na vida do alunado.
É importante usar a gramática entrelaçada com a realidade do aluno. Com isso, pode-
se trabalhar os adjetivos, por exemplo, para os estudantes atribuírem características aos seus
colegas e professores, bem como entenderem a carga semântica que eles desempenham nas
orações, além de saber claramente a diferença dos adjetivos atrelados aos aspectos físicos,
psicológicos e qualificativos. Nesse contexto, Behar (2009) verbaliza que a aprendizagem
significativa é alcançada por meio da interação de alunos que conectam e compartilham
novos conhecimentos, processam e publicam informações, e autores e coautores de atividade
material potencialmente importante. Desta forma, os alunos são capazes de interpretar e dar
sentido às informações que recebem e aprendem, de modo a
alcançar o processo de aprendizagem final.
Dessa forma, a aprendizagem significativa é alcançada através da interação de
alunos que se conectam e compartilham novos conhecimentos. Portanto, uma boa experiência
de aprendizagem requer interação entre os alunos, bem como professores que possam
proporcionar aos alunos o melhor ambiente de
1

aprendizagem. A maneira mais eficaz de melhorar a experiência de aprendizado dos alunos é


incentivá-los a se conectar e participar de atividades de trabalho em grupo.

2.3 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DA LÍNGUA ESPANHOLA POR MEIO DE


RECURSOS TECNOLÓGICOS

Com o advento da tecnologia, novas metodologias e novos saberes foram sendo


desenvolvidos para uma aprendizagem mais significativa para o aluno que está aprendendo
um idioma, especialmente o Espanhol, por ter vários países que cercam o Brasil, que falam a
língua hispânica. A Web veio para auxiliar os professores em sala de aula, tornando-se cada
vez mais comum, principalmente depois da Covid-19, com aulas remotas, em que a tecnologia
se tornou mais usada em meio a educação.
Conforme corroboram Coelho e Pinheiro (2017), dada a abrangência da web, o uso de
recursos tecnológicos como apêndices em sala de aula tornou-se prática comum para alguns
professores. A conectividade está associada à mobilidade e interatividade, permitindo acesso
irrestrito e sem fronteiras à rede.
Acredita-se que essas mudanças na prática educativa podem ocorrer de forma
produtiva e são amparadas por cenários atuais em que a tecnologia digital como elemento
adicional de instrução é dinâmica e produtiva, o que ajuda muito na produção de uma aula
significativa para o discente que quer aprender uma nova língua.
Nesse viés, Santos (2020) comenta que o professor precisa ampliar a formação para
que sua sala de aula não apenas considere os métodos tradicionais de ensino, mas também lhe
permita ter sempre novos temas de acordo com as necessidades da sociedade e da comunidade,
o que lhe permite sempre entusiasmar os alunos, buscando uma educação para a libertação de
metodologias defasadas.
Segundo Schmidt e Cohen (2013), essa nova era da informação deve ser muito
benéfica para a educação, pois a expansão da conectividade muda as convenções tradicionais e
oferece novos caminhos para o aprendizado. Se as escolas continuarem a integrar a tecnologia
disponível em seu currículo, muitos alunos poderão desenvolver suas habilidades por meio de
experiências mais flexíveis para acomodar diferentes estilos e ritmos de aprendizagem. Nesse
sentido, a prática infere o tempo e o espaço da prática docente.
1

Assim sendo, na atualidade, observa-se que realmente a tecnologia tem se mostrado


muito útil dentro de sala de aula, o que deu ao professor mais opções para se trabalhar um
conteúdo mais aprofundado acerca dos assuntos de gramáticas de Espanhol e podendo até
mesmo tirar as dúvidas que antes não podiam ser tiradas na hora da aula. Além disso, trouxe
significativamente novas abordagens de ensino e usado de forma correta, o aluno pode
desenvolver uma grande habilidade de leitura inserido em meio às atividades do idioma com a
ajuda da tecnologia.
No entanto, reconhece-se que o uso da tecnologia por si só não garante resultados
satisfatórios no ensino e aprendizagem de línguas, pois, “se ensinar só dependesse de
tecnologias já teríamos achado as melhores soluções há muito tempo” (MORAN, 2008, p.12).
O autor acima já tinha em mente as dificuldades enfrentadas pelos professores, pois sabia
que não apenas a tecnologia seria o bastante, mas o conhecimento do docente quanto ao uso
correto da ferramenta tecnológica. Moran (2009) mencionava claramente que os alunos estão
prontos para multimídia, os professores geralmente não. Os professores estão cada vez mais
conscientes do descompasso no campo técnico e, em geral, vão se ater a ele o máximo possível,
fazendo pequenas concessões sem mudar a essência.
Também, observa-se que é necessário que o professor se dedique cada vez mais aos
trabalhos de sala de aula. Faustino e Candia (2010) argumentam que eles precisam considerar a
variedade de tecnologias para escolher as mais adequadas e aconselhar os alunos sobre a
melhor maneira de usá-las. Os professores devem ter ou adquirir conhecimentos básicos como
cursos de informática, como usar DVDs, como usar bancos de dados, como usar programas de
busca, e ser capaz de combinar esses conhecimentos com conhecimentos básicos de
linguística, pedagogia, etc., para garantir uma colaboração eficaz com os alunos. O uso de
múltiplos estilos de ensino/aprendizagem por meio da tecnologia fornece uma fonte de
motivação para professores e alunos.
Segundo Moran (2009), as tecnologias são as pontes que abrem as salas de aula para o
mundo, elas representam e mediam a compreensão do mundo do alunado. Existem diferentes
formas de representar a realidade, de formas mais abstratas ou concretas, mais estáticas ou
dinâmicas, mais lineares ou paralelas, mas todas essas formas se combinam e se integram
para melhor compreender a
1

realidade e desenvolver todo o potencial dos alunos, diferentes tipos de inteligência, habilidades
e atitudes.
De acordo com Faustino e Candia (2010), o uso de diferentes tecnologias contribuiu
muito para o enriquecimento dos métodos, recursos e atividades de ensino de espanhol, que
fornecem subsídios que o ensino tradicional não pode fornecer, como a busca pelo
conhecimento pessoal para garantir a sustentabilidade e a diversidade de meios, pois novos
produtos de software surgem a cada dia, e novas formas de utilização de determinadas
tecnologias podem estimular e aumentar a criatividade, favorecendo o desenvolvimento
pessoal de cada aluno.
Nesse sentido, cabe entender que é uma dura realidade atual, em que a maioria dos
professores ainda não se deram conta de que, usar a tecnologia ao seu favor seria o caminho
para uma aula mais dinâmica, resultando assim, em um aprendizado do idioma Espanhol mais
eficiente e globalizado.
Em uma pesquisa realizada por Faustino e Candia (2010), com 10 professores, apenas
um respondeu que não usava com frequência a tecnologia em sala de aula, sobre o argumento de
que o que era fundamental no ensino aprendizagem era a figura do professor, que representa
muito mais do que a tecnologia. No entanto, admitiu que fazia uso “eventualmente” de qualquer
outro tipo de tecnologia.
Partindo deste ponto, observa-se que ainda há professores que relutam no uso da
tecnologia em sala de aula para o ensino de um idioma, colocando sua imagem como sendo
mais importante do que o processo de ensino aprendizagem do aluno.
De acordo com Faustino e Candia (2010), o uso da tecnologia, principalmente da
Internet, está ajudando cada vez mais a motivar os alunos. Usando a Internet, materiais atuais
em espanhol, como jornais e vídeos, estão disponíveis. Os alunos podem encontrar todos os
tipos de arquivos ou documentos do mundo em minutos, podem encontrar artigos de revistas,
noticiários, resenhas de livros e resenhas de filmes, e também podem usá-la para publicar seus
próprios textos e materiais para compartilhar com colegas e ao público esses materiais.
Isso era possível há alguns anos e se tornou uma realidade ainda maior nos dias atuais.
De fato, a Internet ajuda bastante os alunos em suas pesquisas e até mesmo tradutores são
usados para facilitar o entendimento do discente e fazer com que sua compreensão da língua
seja a mais natural possível.
2

Não só o uso da Internet em sala de aula pode propiciar um bom ensino da língua
espanhola, mas, também, em algumas escolas, principalmente nos particulares, já é possível
ver atividades com Realidade Aumentada (RA), que permite ao usuário uma interação mais
real do mundo, tornando a ferramenta mais inovadora, atraente e motivadora. Krewer et al.
(2020) corroboram que o real não é substituído pelo virtual, mas complementado pela
informação virtual. Nenhum dos suportes perde seu valor, pois o real é preservado enquanto o
virtual agrega informações. Nessa mesma perspectiva, Ortiz (2012) ajuda a entender que:

Mediante esta tecnología se pueden complementar escenas del mundo real con
información digital en forma de texto, imagen, audio, vídeo y modelos 3D. Estos
“aumentos” pueden ayudar a mejorar la percepción del individuo y permitirle un
mayor grado de conocimiento de la realidad. (ORTIZ, 2012, p.176)

O fato de o conteúdo ser apresentado por meio de ferramentas como imagens, vídeos,
animações, etc. de uma forma aumentada da realidade faz dele uma ferramenta diferenciadora
que pode mudar completamente a compreensão de determinada informação.

O ciberespaço abre novas possibilidades e configurações para as pessoas


aprenderem. Dispostas, informais, com muita vontade de aprender o que lhes
interessa, sem discriminações, sem deslocamentos físicos reunidas virtualmente em
“comunidades virtuais”, essas pessoas inauguram uma nova era para educação.
(KENSKI 2012, p.102)

Sendo assim, é notório que é necessário que o professor use e abuse de ferramentas
tecnológicas e promova um ensino mais adequado para os alunos dessa geração, que já
nascem em meio a tecnologia. Também é preciso que o discente saiba usar estas ferramentas
para que ela não se torne uma vilã dentro da sala de aula nas horas da aprendizagem de
Espanhol.
Nesse contexto, conforme precariza Santos (2020), com a integração das tecnologias
digitais para o ensino do Espanhol nos espaços escolares, abre-se possibilidades de
conhecimento do mundo para além da sala de aula. O que proporciona aporte e imersão natural
na língua e cultura dos países "espanhóis", criando ensejos e desenvolvendo habilidades de
leitura, interpretação, escrita, escuta e escrita.
O capítulo a seguir mostra alguns métodos de ensino que podem favorecer no
ensino de gramática da língua espanhola para alunos ingressantes no Ensino
2

Médio, de maneira que os estudantes se sintam partícipe do processo de ensino e


aprendizagem.

2.4 MÉTODOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA

Os métodos de ensino de línguas estrangeiras, Almeida Filho (2001, p. 19) corrobora que
“os professores de línguas precisam, entre outras coisas, produzir o seu ensino e buscar
explicar por que procedem das maneiras como o fazem”. Acerca disso, apresenta-se aqui, alguns
modelos de metodologia que são utilizadas atualmente no ensino de língua espanhola para
favorecer uma aprendizagem significativa para os estudantes que estão ingressando no Ensino
Médio.
Leffa (1988) relata sobre o Método Tradicional de Gramática e Tradução, sendo um
dos métodos mais utilizados no ensino da língua espanhola e que tem mais críticas atualmente.
Há três passos a serem seguidos neste método; (a) memorizar palavras a partir de uma lista,
(b) conhecer regras básicas para a junção dessas palavras em frases, e (c) exercícios de tradução
e tema.
Mesmo este método sendo antigo e não eficiente, foi necessário colocá-lo para
informação acerca do tópico que abrange diversas metodologias de ensino e aprendizagem da
língua espanhola. Esse método ainda é bastante utilizado em algumas escolas públicas
brasileiras. Além disso, esta prática era bastante utilizada para ensinar a gramática do Espanhol
aos alunos.
Sendo assim, segundo Jalil e Procailo (2009), um outro propósito dessa abordagem era
transferir conhecimento sobre a linguagem, e a gramática que assumia um papel normativo e
era um dos focos centrais da sala de aula. Para que os alunos compreendessem as regras
gramaticais, amplamente, a memorização ocorria na forma de exercícios estruturalistas
alternativos e/ou repetitivos. Essas estruturas funcionavam de forma dedutiva, onde o
professor interpretava as regras e o aluno aplicava-as por meio de exercícios gramaticais
tradicionais.
O Método de Base Estrutural é defendido por Souza et al. (2009), que corroboram
que o objetivo desta metodologia é a competência gramatical e o desenvolvimento de entender
auditivamente as frases e expressão oral, em que o aluno fica apto a escutar e falar a língua e
depois, ler e escrever. Ou seja, este método foca na compreensão do texto a partir do contextual.
2

É necessário que os alunos devam ser capazes de se comunicar e ouvir, escrever e ler e
aprender gramática por meio de situações comunicativas. Aqui, o professor não é considerado o
protagonista da aula, ele é apenas o guia; o educando deve ser o protagonista.
Para Cabo (2010), a ênfase nos componentes comunicativo e funcional, da linguagem
demarca claramente a abordagem estrutural e caracteriza efetivamente o surgimento de uma
nova abordagem - a abordagem nocio-funcional; em outras palavras, a reflexão sobre a
linguagem torna-se o fator mais decisivo nas mudanças metodológicas, assim começando a
delinear os princípios da metodologia comunicativa.
Antes de chegar ao próximo método, é importante salientar que o método Nócio-
Funcional surge devido às críticas sobre o Método Situacional, que segundo Sanchez (2000),
partia das necessidades dos alunos. Essas necessidades, segundo o autor, são analisadas em
termos de indigências de comunicação aluno/educando. Como resultado, a prioridade nos
critérios de seleção de alvos mudou do domínio gramatical usual para o domínio funcional. “De
acordo com a perspectiva actual, os programas nócio-funcionais constituem uma espécie de
ponte entre a metodologia de base estrutural e a metodologia comunicativa.” (Cabo, 2010).
O Enfoque Comunicativo é bastante usado atualmente. Segundo Pedreiro (2013), este
método surgiu nos anos 70 na Europa. Mesmo não sendo um método atual, com a necessidade
de se estudar o discurso, os linguistas buscaram um modo de ensinar voltado para a
comunicação, ajudando de forma considerável no desenvolvimento do aprendiz.
Cabo (2010) dispõe que o ensino da comunicação recolhe alguns princípios do
audiovisual/situacional e do audiovisual (usando a linguagem na vida cotidiana, a fala tem
precedência sobre a escrita) e assenta em dois princípios básicos, a saber: Na sala de aula, está
mais relacionado ao uso da língua do que ao conhecimento dela, ou seja, o objetivo principal é
que o aprendiz desenvolva habilidades interpretativas (leitura e escuta) e expressivas (fala e
escrita) no alvo, e na linguagem de uso na prática para aprender de forma mais eficaz. Esses
princípios são complementados pelo fato do aluno estar no centro do aprendizado, das suas
necessidades, levando em consideração suas expectativas, diferenças e a experiência de
aprender outra língua é fundamental para o processo de aprendizagem.
2

As habilidades comunicativas desempenham um papel fundamental no aprendizado e no


comportamento dos estudantes. Os alunos estudam a comunicação efetivamente em
apresentações orais, ouvindo, falando e respondendo adequadamente as dúvidas e comentários
de outros indivíduos. Isso permite que eles recebam feedback sobre como os outros alunos
receberam suas apresentações.
Abadia (2000) concebia em sua ideia que o ensino comunicativo possuía aspectos
intencionais, como por exemplo, no ensino de gramática, buscando o equilíbrio entre precisão
gramatical e eficiência comunicativa, o ensino de recursos linguísticos deve ser conduzido de
forma indutiva, considerando que a linguagem é melhor aprendida quando usada como meio de
comunicação, em vez de ser aprendida explicitamente. A gramática deve ser aprendida passo a
passo, o aprendiz não precisa dominá-la completamente, ela deve ser seletiva, específica, clara e
peculiar para o uso da língua.
Ainda na mesma ideia do autor acima citado, assim como o desenvolvimento da
gramática segue o princípio da complexidade crescente das formas gramaticais, existem outros
fatores que são muito relevantes para o ensino comunicativo e contribuem para o progresso da
aprendizagem, a saber: intenção comunicativa (da qual a gramática é derivada), assunto
(determinado dicionário), contexto comunicativo e nosso papel na comunicação. A sequência
das atividades de aprendizagem é definida por critérios de controle, do mais controlado ao
mais livre, e eles parecem estar vinculados.
A abordagem comunicativa do ensino de Espanhol é baseada na compreensão de que a
língua faz parte da vida de quem aprende e deve ser ensinada aos alunos da forma mais
natural possível. As experiências de vida de um discente dão-lhe a linguagem que ele usa. São
as experiências de vida do alunado que lhe dão a linguagem da comunicação. A Abordagem
Comunicativa para o Ensino de Espanhol é um método de ensino projetado para aceitar que
os alunos exerçam um papel ativo no ensino e aprendizagem do idioma. Geralmente, ressalta a
importância da aprendizagem de línguas, a importância de instruir uma primeira língua e a
importância da capacidade comunicativa.
Martinez (2009) aponta que a abordagem comunicativa no ensino de línguas estrangeiras
realiza precisamente essa nova perspectiva. No que diz respeito à descentralização da imagem
do professor no processo de ensino, uma abordagem
2

mais integrada e dinâmica dos conteúdos semânticos (conceitos, funções) está sempre inscrita
no jogo das atividades discursivas. Isso não significa que a perspectiva "atômica" dos
conceitos de enumeração tenha desaparecido, mas abriu as portas para propostas inovadoras
que visam fazer as pessoas refletirem e analisarem sobre a classificação em vez de acumular.
Dessa forma, o professor se torna o facilitador/mediador das interações em sala de aula
e pode focar sua autonomia na prática do aluno, buscando sempre revisar seus atos dentro da
sala no que diz respeito às atividades inseridas. Além destas, outras metodologias foram
desenvolvidas para o uso do ensino de língua espanhola, o qual será apresentada a seguir.
A partir de então, surge a Metodologia Por Tarefas, que de acordo com Souza et al.
(2009), no ensino de Espanhol, os exercícios que os alunos realizam podem ser
conceituados como uma tarefa para que eles compreendam e se comuniquem na língua-alvo.
Esta tarefa é projetada para facilitar o aprendizado do Espanhol, desde exercícios simples até
atividades complexas. Aqui, a aprendizagem dos alunos é considerada contínua, levando em
consideração seus conhecimentos prévios somados aos novos conhecimentos que serão
apresentados a eles.
Conforme Cabo (2010) enfatiza, o trabalho de tarefa ou projeto inclui a realização de
ações concretas significativas para os alunos, que precisam abordar as seguintes situações de
comunicação que requer a aprendizagem de certos elementos sociolinguísticos. As principais
características deste método são as complexidades de se comunicar de forma global, focando no
processo, lidando com todos os seus elementos de forma interligada, assim como na vida real.
Ao programar, o professor organiza a tarefa final e com base nisso prepara as tarefas
intermediárias, objetivos, conteúdos, métodos e a própria avaliação.
Outro método bastante conhecido entre o ensino de língua espanhola é o Método
Audiolingual, facilita o desenvolvimento de habilidades da fala. Aqui, as estruturas e os
neologismos são apresentados através de um diálogo artificial, destinado a proporcionar aos
alunos uma visualização do possível contexto em que a estrutura é utilizada.
No que tange a isso, Larsen-Freeman (2000) acredita que os padrões estruturais de
aprendizagem de uma língua ocorrem por meio de condicionamentos ou formação de hábitos,
ou seja, quanto mais repetições, melhor o aprendizado. O desenvolvimento das habilidades de
fala é priorizado para seguir a "ordem natural"
2

da aquisição da primeira língua: compreensão auditiva, produção de fala, compreensão de texto


e, finalmente, produção de texto.
Nesse interim, Tafarel (2018) assevera que a abordagem audiolingual coloca o
professor no centro do processo, direcionando e controlando o comportamento verbal dos
alunos. Os professores são modelos de uso da língua que os aprendentes imitam.
Seguindo as perspectivas dos autores, percebe-se que este método parte da interação
entre o aluno e o professor e vice-versa, concentrando a aprendizagem do aluno em habilidades
comunicativas, permitindo que os professores criem aulas mais significativas e interativas.
Com todos estes métodos disponíveis, houve um desenvolvimento maior acerca do
ensino de língua em Espanhol, o que favoreceu a um período de transição, que segundo Leffa
(1988), o ensino de línguas não morreu com a linguagem auditiva; com o ecletismo geral que se
seguiu ao seu fim, as abordagens floresceram, muitas vezes ligadas a um nome, às vezes
envoltas em uma aura de misticismo, e propondo conselhos não convencionais de ensino de
línguas. Dentre eles, destacam-se alguns métodos mencionados a seguir.
Entre essas metodologias, há a Sugestologia de Lozanov (1978), que foca a
aprendizagem em fatores psicológicos que são favorecidos pelo meio ambiente físico. Nessa
perspectiva, a sala deve ter um ambiente agradável, proporcionando a redução da inibição e
ansiedade. Neste modelo, o desenvolvimento do vocabulário é a característica mais enfatizada e
desse modo, as quatro habilidades podem ser trabalhadas ao mesmo tempo.
Junqueira e Marcondes (2012) sintetizam que é a ciência do conselho, ou seja, da
sugestão. Um de seus propósitos é estudar como a aprendizagem e a comunicação são afetadas
pelo aconselhamento. Originou-se na prática da psicoterapia, na qual Lozanov utilizava a
sugestão como meio de tratar o processo do paciente. Em seu livro, Lozanov oferece várias
considerações sobre como a sugestão pode afetar os indivíduos.
A Sugestopedia, como também é conhecido a Sugestologia de Lozanov, para Aguillar
(2010) é considerada um método revolucionário em todo o mundo e tem alcançado resultados
milagrosos, aceita por companhias aéreas, corporações, empresários, espiões (em suma, toda
necessidade de aprender uma língua estrangeira em muito pouco tempo que uma pessoa
precisava) com métodos de
2

ensino de linguagem estrangeira, e para poder usá-la em suas relações comerciais, políticas,
acadêmicas e investigativas, etc.
Como verbaliza Aguilar (2016), a Abordagem Sugestopédica baseia-se no desejo do
aluno de aprender, com base na estimulação rápida e fácil, organizada de tal forma que as
funções conscientes e inconscientes, os aspectos lógicos e emocionais da aprendizagem e a
ativação das reservas de personalidade do aluno existam sob a orientação do professor.
A ideia da terapia de sugestão é aconselhar alguém ou ensiná-lo o que se quer e ajudá-
lo. É como um processo hipnótico. É uma forma de aprender apresentando ideias às pessoas. A
terapia de sugestão é um novo método de aprendizagem que incentiva os alunos a terem ideias
em vez de ouvir o professor.
De acordo com Taffarel (2018), uma outra abordagem usada em sala de aula para o
ensino de língua espanhola é o Método de Curran, que consiste em usar procedimentos de
terapia de grupo no ensino de idiomas. Os alunos ficam em círculo, cara a cara, enquanto o
professor caminha do lado de fora. Quando alguém quer dizer alguma coisa, o professor se
aproxima e traduz a frase do aluno em voz baixa para a língua espanhola, neste caso. Os alunos
usam um gravador para repetir a frase traduzida pelo professor em voz alta. Com o tempo, os
alunos começam a fazer frases diretamente na segunda língua e podem desempenhar o papel
do docente fora do círculo.
Outra característica dessa abordagem é o uso de línguas nativas em sala de aula. Em
uma sala de aula típica, a informação vem primeiro na língua nativa e depois na língua
estrangeira. O aluno entende o significado da língua estrangeira a partir das frases que produz
em sua língua nativa. Ele começa a construir uma linguagem a partir dessas informações.
Taffarel (2018) apresenta também o Método de Asher, que consiste na inclusão do
ensino de uma segunda língua por meio de comandos emitidos pelo professor e executados pelo
aluno. No início, esses comandos são simples (por exemplo: "levantar", "senta"), mas à medida
que a aula avança, eles se tornam mais complexos (por exemplo: "Carlos, vá até o quadro-negro
e desenhe uma mão com cadeiras, de giz amarelo, uma mesa, de giz branco e armários, de giz
vermelho”). A premissa básica do método é que as pessoas aprendam melhor uma língua
depois de ouvi-la e compreendê-la. Portanto, a prática da fala do aluno começa apenas quando
ele está interessado em falar.
2

Este tipo de metodologia também é conhecido como Tipical Physical Response


(TPR). Segundo Falcão et al. (2015), essa abordagem envolve a utilização dos movimentos
corporais como ferramenta de aprendizagem da linguagem e pressupõe maior estimulação da
escuta dos alunos por meio dos professores, levando à sua compreensão.
De acordo com os autores citados, metodologicamente, aprender por meio de TPR é
semelhante aos métodos naturais, os métodos que se usa para aprender a primeira língua quando
criança. Desde cedo, os infantes são estimulados a “ouvir”. Segundo Saha e Talukdar (2008),
ouvir significa “ouvir e compreender o que ouvimos ao mesmo tempo”. Ainda nesse contexto,
Scott e Ytreberg (2011) apontam que a escuta é relevante para uma criança em fase de
aprendizagem por ser a primeira habilidade adquirida, principalmente se ela ainda não
aprendeu a ler.
O Método Asher é um método de ensino baseado na ideia de que os alunos podem
aprender mais facilmente se uma língua for ensinada de uma forma diferente. No Método Asher,
os alunos aprendem gramática e vocabulário, pois precisam entender o significado das frases.
Neste método, os alunos são instruídos a traduzir citações para sua língua nativa e podem então
apreender as regras gramaticais. Eles também são ensinados a construir sentenças com a ajuda
da gramática que aprenderam.
Para Taffarel (2018), Abordagem Natural é um método que tem como objetivo
desenvolver a aquisição da linguagem (uso inconsciente de regras gramaticais) ao invés de
aprendizagem (uso consciente). A premissa básica é que o aluno deva receber entrada de
linguagem quase totalmente compreensível para expandir sua compreensão da língua. A
apresentação deve ocorrer naturalmente, sem a pressão do professor.
Esse método foi desenvolvido por Krashen e Terrell, em 1983, conforme corrobora
Jamacocean (2018). Segundo os autores, há uma sequência de três etapas neste processo, as
quais, primeiro, o aluno desenvolve uma compreensão da língua; segundo, ele demonstra o
conhecimento adquirido sem medo de errar; e terceiro, ele é capaz de realizar atividades mais
complexas e se envolver em conversas e discussões.
Cameron (2001) concorda que, no estágio inicial, os alunos devam receber uma grande
variedade de insumos compreensíveis para garantir a aquisição da língua estrangeira. Desta
forma, este tipo de atividade contribui para uma melhor
2

compreensão e aprendizagem da língua de forma quase “inconsciente”, conforme assevera a


autora.
Jamacocean (2018) relata que além do TPR, existem outras técnicas de ensino de
idiomas que também podem fornecer informações inteligíveis. Uma delas é a utilização do
contexto inserido no aluno, potencializando-o para facilitar a percepção e aquisição de
significado.
Para as metodologias atuais, no livro de José Moran (2019), o autor verbaliza sobre as
Metodologias Ativas, que são alternativas pedagógicas com foco do ensino e aprendizagem
nos alunos, em que o objetivo é inseri-los na aquisição do conhecimento por meio da
descoberta, investigação e resolução de problemas.
Em suma do que foi citado acima, sobre as metodologias que podem ser utilizadas em
salas de aulas, a preocupação é em promover um ensino aprendizagem para os estudantes do
Ensino Médio preocupando-se com a compreensão leitora, que pode ser ofertada por aulas que
abarquem o gênero notícias ou histórias em quadrinhos.
É importante ressaltar que o professor deva utilizar metodologias de ensino e
aprendizagem que foquem em temas do cotidiano dos discentes. Pensando nisso, a professora
Iris de Souza, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) criou uma
metodologia para a língua espanhola focada nos “erros” dos alunos.

O que as pessoas costumam chamar de ‘erro’, dentro desta metodologia, é um


elemento fundamental para a construção da aprendizagem, pois não aponta as
falhas produzidas pelos aprendizes e nem faz paralelos com a língua em sua norma
culta e gramática correta. O foco aqui é efetivar a aprendizagem de forma contínua,
o ato de errar torna-se fundamental, visto que só erra quem tenta, e ao estimularmos
que os alunos tentem sem medo do erro, conseguimos avançar no conhecimento,
que é o objetivo principal de qualquer pessoa que se dispõe a aprender outro idioma
(SOUZA, 2021, p. 01 apud ASCOM, 2021, p. 01)

De acordo com Souza (2021), o “erro” presente no processo de aprendizado de uma


língua estrangeira favorece o seu aprendizado, sendo um forte aliado no processo de ensino
aprendizagem, caso seja bem discutido e analisado. Pois a autora acredita que a língua é um
elemento de interação social que se ajusta à diversidade de gêneros discursivos alinhados a
inúmeros contextos de comunicação, onde a enunciação é marcada pelo usuário da língua.
Além disso, o ensino da gramática é de suma importância para o processo de
aprendizagem do aluno, em que a sala de aula é um complemento necessário para o
desenvolvimento da prática. Segundo Souza e Conceição (2015, p. 2), “o ato de ler e
2

escrever não é apenas uma decodificação das palavras, é necessário diferenciar os tipos de textos
escritos de forma a possibilitar um entendimento do que o autor quis dizer”.
Ainda segundo os autores acima, durante anos a gramática de LE ensinou a memorizar e
a classificar gramaticalmente, no entanto, ao longo do século XX o ensino gramatical evoluiu,
principalmente no campo da Análise do Discurso e da Linguística Textual, passando assim, a
gramática a ser concebida nos campos sociais, culturais e histórico, com finalidades
comunicativas.
Desse modo, o ensino da gramática da Língua Espanhola por meio de textos
paradidáticos é importante para o aluno em sala de aula quanto no seu dia a dia. Assim sendo, o
uso da gramática contextualizada na 1ª série do Ensino Médio pode promover a habilidade e
aprimorar o conhecimento de língua espanhola, além de trabalhar a interpretação textual e
interagir com outros discentes, usando o pensamento criativo, de acordo com as instruções do
professor em sala de aula (SOUZA & CONCEIÇÃO, 2015).
Destarte, Taffarel (2018) sentencia que, surpreendentemente, o desenvolvimento de
novos métodos de ensino de línguas estrangeiras não significa o fim dos problemas e
obstáculos associados ao processo de ensino/aprendizagem. Inspirados por essa constatação e
pela consequente insatisfação com o próprio conceito de método, alguns autores e pesquisadores
passaram a defender a impossibilidade de um método perfeito.
Souza, Fortes e Oleques (2009) complementam: O Espanhol, assim como outras línguas,
foi ensinado de diversas formas ao longo dos anos, pois cada época tem suas peculiaridades e
necessidades. Portanto, os professores de espanhol têm acesso a uma variedade de métodos e
recursos, desde gramática até métodos comportamentais comunicativos, e de lousas a
computadores. Desta forma, os professores de espanhol devem ter sucesso no processo de
ensino de várias maneiras.
É necessário que o professor, caso queira adotar uma metodologia eclética, precisa estar
atento às necessidades e realidade que cerca os educandos, principalmente quanto aos seus
objetivos durante a realização das atividades, levando em consideração o contexto do ensino
e aprendizagem.
O capítulo que segue, faz uma abordagem a respeito da BNCC e como essa pode ser
usada para favorecer o ensino significativo da língua espanhola no ensino
3

médio, principalmente na 1ª série, haja vista que muitos estudantes apresentam muitas
dificuldades advindas do ensino fundamental, além de apontar o vazio deixado com a não
obrigação da língua espanhola nesse nível escolar.

2.5 A BNCC SOBRE O ENSINO DE ESPANHOL NO ENSINO MÉDIO

No que tange ao ensino de Espanhol no Ensino Médio, em 2005 foi sancionada a Lei nº
11.116, que implementava a língua em todas as escolas brasileiras até 2010 de âmbito
obrigatório. No entanto, com mudanças significativas a nível nacional, a língua espanhola foi
precarizada e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deixou de prever o ensino de
Espanhol como obrigatório (SILVEIRA, 2020).
De acordo com Silva e Tramallino (2020), o fato que está acontecendo atualmente no
Brasil, e a proposta e aprovação de uma lei restringindo o ensino da língua espanhola, quebra e
promove culturalmente a ligação histórica do conhecimento aos países que nos rodeiam.
Deixa um rastro de desemprego, falta de prestígio, desvalorização dos profissionais que há
anos se preparam para ingressar nas instituições de ensino superior, onde investiram seus
sonhos, tempo, dinheiro e trabalho, agora se encontram desvalorizados diante de um mercado
que sucumbe às políticas públicas verticalizadas, promovendo o que é conveniente para poucos.
Em 2005, quando a lei tinha sido sancionada, os motivos eram fronteiriços, com países
próximos que falavam a língua espanhola e que mantinham relações internacionais promovidas
pelo MERCOSUL. Isso levou o governo brasileiro a introduzir o idioma espanhol como oferta
obrigatória nas escolas por meio da Lei nº 11.161, de 5 agosto de 2005, a qual assegurava que:

Art. 1º O ensino da língua espanhola, de oferta obrigatória pela escola e de


matrícula facultativa para o aluno, será implantado, gradativamente, nos currículos
plenos do ensino médio.
§ 2º É facultada a inclusão da língua espanhola nos currículos plenos do ensino
fundamental de 5a a 8 a séries. (BRASIL, 2005)

No entanto, esta lei foi revogada em 2017. Comparando a referida lei com a lei
promulgada posteriormente na Argentina, Arnoux (2015) observou que existem graves
incompatibilidades. Segundo ela, diferentemente do Brasil, que já tornou obrigatório o ensino
do espanhol por meio da Lei nº 11.1612/05, a Argentina só ratificou uma lei semelhante quatro
anos depois, para ensinar português como língua
3

estrangeira apenas no Ensino Secundário, o que, para o nosso sistema educacional, é o


equivalente ao Ensino Médio.
No Brasil, A BNCC é um documento normativo com objetivo de legalizar os
procedimentos relacionados à Educação. Quanto a isso, Silva e Tramallino (2020) argumentam
que em sua filiação, há uma definição de aprendizagem básica que todos os alunos devem
passar programaticamente pelas etapas e um modelo de educação básica voltado para a
aprendizagem e o desenvolvimento de acordo com o Plano Nacional de Educação e a Lei
Nacional de Orientação e Fundamentos da Educação.
No entanto, é observável que o ensino de espanhol foi deixado de lado pelo governo e
colocou no caminho o ensino de Inglês como mais importante na educação básica das escolas
do Brasil. Ou seja, a BNCC defende o ensino da língua inglesa na Educação Básica.
De acordo com a BNCC (2018), a incorporação do inglês ao ensino é justamente um
aspecto do multiculturalismo relevante para a prática social no mundo digital, ou seja, o
conhecimento dessa língua permite a inserção de um mundo que se aproxima e entrelaça
múltiplos símbolos e linguagens que citam o "processo contínuo de contextualização, diálogo e
significado ideológico" dessa linguagem e, portanto, o suporte comunicativo em que se
baseiam as tecnologias que criam.
A Lei 13.415/2017, comumente conhecida como Reforma do Ensino Médio, segue
fielmente o que a BNCC já considerou sobre tal ensino, afirmando:

Os currículos do ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua


inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo,
preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de oferta, locais e
horários definidos pelos sistemas de ensino. (BRASIL, 2017)

Da forma como é tratada, a BNCC apenas cita a língua espanhola como um idioma
estrangeiro que pode ser ofertado de maneira optativa, no entanto, não concebe as habilidades e
competências básicas para a utilização de disciplina nos currículos, subconscientemente,
abandonaram o espanhol do currículo escolar brasileiro.
Além disto, destaca-se a alteração na Lei nº 9.394/1996 e a revogação da Lei nº
11.161/2005, que mencionava sobre a disponibilidade do ensino de língua espanhola sendo
obrigatória no Ensino Médio (BRASIL, 2018). Segundo Lopes e Gregolin (2021), no que diz
respeito à área de atuação profissional e acadêmica –
3

Ensino de Línguas Estrangeiras (LEs) – a Lei nº 13.415/17, tem levado à ruptura da formação
do aluno com as visões multilíngues ainda tímidas, mas existentes. Assim, já foi possível
ensinar e aprender uma língua estrangeira moderna, escolher entre as comunidades escolares
impostas dentro de um limite: o inglês é considerado uma língua franca por causa de seu papel
social e político no mundo, de acordo com a BNCC.
Esse retrocesso exclui grandes profissionais de língua estrangeira, como a do Espanhol,
que leva a refletir sobre este contexto educacional, que conduz ao silenciamento e a
invisibilização no que concerne à formação discursiva destes profissionais.
Diante de tudo isso, Silva e Tramallino (2020) comentam que a questão sobre os
idiomas a serem reconhecidos neste documento não é exatamente um argumento em defesa de
um idioma ou outro, mas em que se encontra a base legal para o ensino do espanhol no
sistema educacional e nas escolas brasileiras. Historicamente, isso está tão intimamente
relacionado ao idioma que falam que geograficamente se estão cercados por países cuja língua
oficial é o Espanhol, com os quais compartilha-se laços históricos, culturais, educacionais e
comerciais.
Nessa perspectiva, questiona-se se poderia o currículo diversificado inserir o Espanhol
na rede de ensino em Estados que fazem fronteiras com países hispânicos, e se fosse possível,
se esses Estados, municípios ou sistemas de ensino podem incluir o Espanhol em suas matrizes
curriculares, porque os documentos mais recentes que orientam o desenvolvimento deste
documento têm pouca ou nenhuma referência a esse idioma, muito menos às habilidades e
competências que os alunos esperam aprender.
De fato, cada Estado tem sua realidade e suas peculiaridades e que devem analisar a
oferta do ensino de Espanhol para os alunos do Ensino Médio, sendo necessário ou não. No que
tange a esse questionamento, os principais acontecimentos nos arquivos jurídicos do sistema
de articulação das possibilidades de ensino e aprendizagem do espanhol ainda repercutem, e
outros estão em andamento.
Carvalho (2019) destaca a “Oferta de Língua Espanhola nas escolas estaduais será

mantida”, que ocorreu em Sergipe com o Movimento Fica Espanhol e a continuidade da oferta
do ensino do idioma nas escolas da rede estadual de ensino.
3

Ainda de acordo com a autora, na Paraíba, em 2018, houve uma matéria publicada abordando
sobre a publicação da Lei n° 11.191 no Diário Oficial do Estado (DOE), que previa a oferta do
ensino de Espanhol nas escolas públicas do Estado. Em Rondônia foi sancionada a Lei N°

4.394, em 3 de outubro de 2018, que determinava no artigo 1º, que “A oferta da disciplina de
Língua Espanhola fica introduzida obrigatoriamente no currículo do ensino médio da rede
estadual de ensino do Estado de Rondônia, ao lado da Língua Inglesa”.
Em uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou recentemente, em
Brasília, a proposta de ofertarem obrigatoriamente na grade do Ensino Médio o ensino da língua
espanhola, todavia este texto ainda não está presente na Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional – LDB. A proposta provoca divergências e deixa em caráter optativo a oferta do
idioma para o Ensino Fundamental. Para a BNCC, O ensino do espanhol será em caráter
optativo, a depender da realidade da escola. No que se refere à qualidade do ensino, a proposta
tem como objetivo garantir aos estudantes um preparo melhor para o ENEM (CÂMARA DOS
DEPUTADOS, 2021).

Tem a opção do inglês ou do espanhol e 63% deles fazem a opção pelo espanhol
achando que o ‘portunhol’ vai facilitar na prova, e não vai, porque tem uma
diferença profunda. O substitutivo incluirá obrigatoriamente tanto o estudo da língua
inglesa quanto da língua espanhola, e poderá haver a oferta de outras línguas, em
caráter optativo (Agência Câmara de Notícias, 2021)

Essa é uma grande vitória, tanto para a língua espanhola quanto para outras línguas.
Entretanto, a proposta ainda segue em análise pelo plenário para receberem um parecer
favorável, para que se possa estabelecer parâmetros curriculares da educação básica e suas
diretrizes com introdução do estudo da Constituição Federal. Porém, há um caminho muito
grande a ser percorrido tendo em vista que mesmo antes em que havia a Lei nº 11.161 de 2005
muitas escolas não a cumpriam e ofertavam outras línguas em vez do espanhol o que bloqueia o
aprendizado efetivo por parte do alunado, uma vez que para se aprender uma língua estrangeira,
como é o caso do espanhol, necessita-se de no mínimo dois anos.
Esses eventos redefinem o conflito do processo de textualização dos eventos discursivos
através do discurso da educação política da Lei nº 11.161/2005 e seu impacto negativo no
ensino de espanhol como língua estrangeira. Sendo assim, Carvalho (2019) critica a
historicidade, formulando intenções discursivas,
3

questionando as implicações das políticas de linguagem equivocada e lutando com coesão e


clareza com o propósito educacional da integração regional e da diversidade linguística e
cultural, que se deve enfrentar o projeto de ignorância e desigualdade escolar lançado no
final da gestão anterior, que esteve no poder entre 2016 e 2018, mantendo a força no discurso da
atual gestão, que começou em 2019. No contexto atual das políticas públicas brasileiras
voltadas para a reforma,
ou seja, reconstruir o velho sem discutir com a sociedade o que será o novo e suas
consequências, presencia-se estratégias discursivas voltadas para a frustração, a cassação e o
engano e a desvalorização do sistema de ensino, da assistência social e previdência social.

3 METODOLOGIA

Para a realização desta pesquisa foi levada em consideração a importância que o


ensino da língua espanhola tem para os alunos do Ensino Médio como meio de motivá-los a
aprender uma segunda língua e propor metodologias atrativas que os façam ter esse interesse,
tendo a oportunidade de conhecer novas culturas e costumes.
Esta pesquisa é de cunho bibliográfico e de natureza qualitativa, e conta com a
utilização de trabalhos acadêmicos voltados para o ensino da língua espanhol no Ensino
Médio, a revogação da Lei do Espanhol pela Reforma do Ensino Médio e metodologias
atrativas para ser usadas em sala de aula, com a realização da pesquisa em fontes extraídas
da internet e de livros com autores que abordam o tema em questão. Nesses termos,
buscou-se a veracidade dos dados obtidos, observando as possíveis incoerências ou
contradições que as obras apresentaram.
Para uma sustentação teórica contextualizada e atual, consultou-se teóricos como Lobo
(2020), Lopes (2021), Batistella (2019), Santos (2020) e Silva (2020). Também, foram feitos
levantamentos de informações importantes para a construção deste artigo. Dessa forma, foi feito
um fichamento que levasse em conta os principais autores sobre o assunto. Em seguida, foi feita
a estruturação lógica do trabalho cientifico.
O que motivou esta pesquisa foi o de encontrar metodologias que ajudasse o professor
de espanhol a utilizar em sala de aula para que assim, possa dar um
3

significado mais enfático e prazeroso ao aluno e que este possa se identificar com a língua e
assim, aprender uma L2, com o intuito de conhecer novas culturas.
Espera-se que este trabalho possa ajudar os profissionais do ensino de espanhol a
formularem novos conhecimentos e novas metodologias, mais atrativas para os alunos, com o
uso da tecnologia, envolvendo assim, o mundo digital, em meio às redes sociais, o que ajudará
bastante para o desenvolvimento e aprendizado do discente.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como foi possível observar nesta pesquisa, infere-se que muitos professores perderam
oportunidades de estar em sala de aula por conta da revogação da Lei do Espanhol, o que gerou
resultados negativos na educação brasileira e ocasionou a criação de movimentos em prol do
ensino de espanhol continuar a ser obrigatória na grade curricular dos discentes do Ensino
Médio. Também, foi possível perceber que muitos ainda possuem uma relutância quanto ao uso
de alguns aplicativos dentro de sala de aula, o que poderia ajudar bastante no ensino
aprendizagem do aluno, que assimilaria com mais rapidez a língua em questão.
O ensino de Espanhol no Brasil tem-se mostrado muito importante para os alunos do
Ensino Médio por causa das fronteiras com países hispanos e das relações do MERCOSUL. Isso
mostra o quão importante é para o aluno dessa modalidade de ensino aprender mais sobre uma
cultura que aos poucos foi sendo extinto da rede ensino público.
Se parar para analisar, atualmente no Brasil, o ensino do espanhol é realizado de três
formas diferentes. Primeiro, os alunos recebem treinamento geral e teórico. Eles estudam
gramática espanhola, literatura espanhola e história espanhola. Nesse tipo de ensino, não há
ênfase no uso da linguagem na vida cotidiana. Segundo, os alunos formulam uma hipótese; para
resolver esse problema, ele tenta simplificar a linguagem aplicando o que aprendeu em situações
semelhantes ou transferindo a informação que obteve da L1 ou usando o raciocínio. Terceiro,
os professores aplicam automaticamente hipóteses comprovadas a várias situações. Essa
automação facilita a criação contínua de novas hipóteses, que por sua vez passam pelos três
processos descritos acima.
A retirada do ensino de Espanhol da BNCC trouxe um grande impacto na estrutura de
ensino do Brasil, levando ao desemprego de um grande número de
3

professores da disciplina, à baixa demanda por cursos de espanhol nas universidades e à


alienação do Brasil de outros países vizinhos com os quais temos vínculos comerciais,
educacionais e culturais; separando-nos daqueles com quem compartilham laços históricos e
linguísticos nos deixando mais isolados.
No subcapítulo 2.1, foi abordado sobre a questão da realidade sobre o ensino e
aprendizagem da língua espanhola nas escolas públicas brasileiras. Os aspectos da leitura não
se baseiam em conceitos teóricos firmes relacionados aos cognitivos da compreensão leitora. É
necessário usar as características, mas levando em consideração os aprendizes de língua
espanhola e sua realidade. A compreensão leitora é importante no resultado do processo
educacional.
Com o advento da tecnologia novas metodologias e novos conhecimentos foram
desenvolvidos para uma aprendizagem mais significativa para o aluno que está aprendendo
um idioma, como o Espanhol. A Web veio para ajudar os professores em sala de aula,
tornando-se cada vez mais comum, principalmente após a Covid-19, com aulas remotas.
Dessa forma, além da ajuda de ferramentas tecnológicas em sala de aula, as abordagens
inovadoras, como novas metodologias foram significativas para o ensino da língua espanhola. É
necessário que o professor saiba usar de forma eclética tanto metodologias inovadoras aliadas às
tecnologias que ajudam ao aluno a entender a gramática do Espanhol.
Na abordagem a respeito da BNCC e como essa pode ser usada para favorecer o
ensino significativo da língua espanhola no Ensino Médio é observável que esta poderia
expandir sua iniciação educacional acerca da língua espanhola e fazê-la obrigatória novamente
para o ensino e aprendizagem das escolas públicas, para que o aluno do Ensino Médio tivesse as
mesmas oportunidades que outros discentes de escolas particulares, podendo assim, se envolver,
trocar ideias e conhecer outras situações macros recorrentes ao se deparar com uma nova
cultura e outra economia.
Com isso, a hipótese de que os alunos possuem dificuldades em aprender a gramática da
língua espanhola por conta da metodologia utilizada em sala de aula se torna positiva, por haver
metodologias que são utilizadas ainda na atualidade e que não correspondem com a realidade
do aluno.
Já a hipótese de que a oferta da língua espanhola de maneira facultativa no ensino médio
abre brechas para o não interesse do aluno para com o aprendizado do
3

idioma é de fato verdadeiro, pois, sem a obrigatoriedade do ensino do Espanhol, os alunos não
terão conhecimento de uma cultura, de novos costumes e nem saberão por onde podem
aprender o idioma.
Diante dos argumentos acima, pode-se dizer que o ensino de espanhol engloba
claramente a importante função do crescimento intelectual dos alunos e, claro, o
reconhecimento e o respeito aos valores culturais, Muitas vezes desmentido e estigmatizado.
Em vista de uma solução para o problema da pesquisa, os professores devem escolher,
com um olhar crítico, o que será realizado em sala de aula, como as metodologias citadas neste
trabalho, para que a seleção de materiais didáticos e a criação de materiais autênticos
complementem os livros desenvolvidos pela escola, para que o conhecimento contenha o ponto
de vista do manual, e atenda às necessidades dos alunos.
O uso das redes sociais para tornar o aprendizado mais atrativo para os jovens passou
a fazer parte do cotidiano dos aprendizes: interfaces virtuais, softwares, aplicativos e blogs
permitem a coleta de diversos dados em um único pôster online e interativo, em formato
específico, em grupos fechados e em ambiente seguro, apenas o aluno e o professor responsável
possuem acesso por senha. Com isso, o ensino do espanhol como língua estrangeira se torna um
aprendizado mais efetivo e faz com que o aluno busque mais conhecimento e interaja mais
com o mundo real, adquirindo assim, uma nova cultura, um novo saber político e crítico acerca
do meio em que vive.
Espera-se que este trabalho sirva para novas reflexões acerca do ensino de língua
espanhola e que estudantes, professores e escolas possam lutar para que o Espanhol volte a ser
ofertado de forma obrigatória no Brasil, sendo que ela aproxima as culturas e povos que são
considerados “vizinhos” na América do Sul, mantendo assim uma relação econômica efetiva
para a população e dando oportunidades para profissionais que escolheram lecionar o Espanhol.
REFERÊNCIAS

AEBERSOLD, J. A.; FIELD, M. L. From Reader to Reading Teacher. Cambridge:


Cambridge Language Education, 1997;

AGUILAR, L. Sugestopedia e Método Sugestopédico: Uma Revolução no Processo de


Ensino - Aprendizagem de Línguas Estrangeiras. 2016. Disponível em: <
https://teiaportuguesa.tripod.com/webquestslinguaportuguesa/metodosugestopedico. htm >
Acesso em: 27 abr 2022;

ALMEIDA FILHO, J. C. P. O ensino de línguas no Brasil de 1978. E agora?. Revista


Brasileira de Linguística Aplicada (1), Belo Horizonte, Faculdade de Letras da
UFMG/ALAB, 2001;

BATISTELLA, M. A. A. O surgimento e a importância da língua espanhola. Revista


Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 03, Vol. 06, pp. 106-
113. 2019. ISSN: 2448-0959. Acesso em: <
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/lingua-espanhola > Acesso em: 22 out
2021;

BEHAR, P. A. Modelos pedagógicos em educação a distância. Porto Alegre: Artmed,


2009;

BRASIL. LEI Nº 11.161, DE 5 DE AGOSTO DE 2005. Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11161.htm > Acesso em: 29 abr
2022;

BRASIL, Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio. Brasília, MEC, 2018.
(Documento homologado pela Portaria nº 1.570, de 21/12/2017) BRASIL. Ministério da
Educação, Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018;

CABO, I. L. P. Metodologia do Ensino do Espanhol como Língua Estrangeira:


Recursos e Actividades Didácticas. Universidade da Beira Interior, 2010. Disponível em: <
https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/1800/1/Metodologia%20do%20Ensino%2 0do
%20Espanhol%20como%20L%C3%ADngua%20Estrangeira%20-
%20%20Recursos%20e%20Actividades%20Did%C3%A1cticas%20-
%20%20Isabel%20Cabo.pdf > Acesso em: 26 abr 2022;

CAMERON, L. (2001). Teaching Languages to Young Learners. Cambridge:


Cambridge University Press;

CARVALHO, F. P. Possibilidades e (in)viabilidades do espanhol na educação básica: as leis da


metade. 2019. Disponível em: < file:///C:/Users/strel/Downloads/158173- Texto%20do
%20artigo-415953-1-10-20200624.pdf > Acesso em: 30 abr 2022;

CELANI, M. A. A.; COLLINS, H. Formação contínua de professores em contexto


presencial e a distância: respondendo aos desafios. Reflexão e Ações no Ensino-
Aprendizagem de Línguas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003, 69-105;
ERES FERNÁNDEZ, G. Entre enfoques y métodos: algunas relaciones (in) coherentes en la
enseñanza del español lengua extrajera. In: Coleção Explorando o Ensino. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010;

FALCÃO, C. V.; SILVA, M. G. K. O.; JÚNIOR, L. S. O Uso Do TPR Nas Aulas De


Língua Inglesa: Um Relato De Experiência. V ENID – Encontro de Iniciação à Docência
da UEPB. 2015. Disponível em: <
https://editorarealize.com.br/editora/anais/enid/2015/TRABALHO_EV043_MD1_SA8
_ID331_26062015213613.pdf > Acesso em: 29 abr 2022;

FERREIRA, K. G.; MEDEIROS, J. C.; VELASCO, M. T. P. O Impacto das


Metodologias de Ensino e Aprendizagem de Espanhol No Ensino Médio Público.
V Congresso Internacional das Licenciaturas - COINTER/PDVL 2018. Disponível em:
< https://cointer.institutoidv.org/inscricao/pdvl/uploadsAnais/O-IMPACTO-DAS-
METODOLOGIAS-DE-ENSINO-E-APRENDIZAGEM-DE-ESPANHOL-NO-ENSINO- M
%C3%89DIO-P%C3%9ABLICO-.pdf > Acesso em: 22 out 2021;

GUTIERREZ, S. Mapeando caminhos de autoria e autonomia: a inserção das


tecnologias educacionais informatizadas no trabalho de professores que cooperam em
comunidades de pesquisadores. Porto Alegre: UFRGS, 2004. Dissertação (Mestrado). Programa
de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, 2004;

JALIL, S. A.; PROCAILO, L. Metodologia De Ensino De Línguas Estrangeiras:


Perspectivas E Reflexões Sobre Os Métodos, Abordagens E O Pós-Método. IX
Congresso Nacional de Educação – PUCPR, 2009. Disponível em: <
https://educere.bruc.com.br/cd2009/pdf/2044_2145.pdf > Acesso em: 26 abr 2022;

JAMACOCEAN, G. A Abordagem Natural e o Ensino da Gramática de Língua


Inglesa no 1.º CEB. Universidade de Lisboa, 2018. Disponível em: <
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/35008/1/ulfpie048999_tm.pdf > Acesso em: 29 abr
2022;

KENSKI, V. M. Tecnologias e Ensino Presencial e a Distância. Campinas, Papirus,


2012;
KLEIMAN, A. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 5ª ed. Campinas SP: Pontes,
1997;

KREWER, E.; FAGUNDES, A.; FONTANA, M. V. L. O Ensino e a Aprendizagem de Língua


Espanhola Com o Uso de Realidade Aumentada. Revista de Estudos Híbridos na Área
da Linguagem (REHAL), Bagé, v. 01, n.02, p. 01-19, 2021. Disponível
em: <
https://periodicos.unipampa.edu.br/index.php/REHAL/article/download/104594/25275
/ > Acesso em: 26 abr 2022;

LARSEN-FREEMAN, D. Teaching Techniques in English as a Second Language.


Oxford: Oxford University Press, 2000;
LEFFA, V. J. Metodologia do ensino de línguas. 1988. Disponível em: <
http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/Metodologia_ensino_linguas.pdf > Acesso em: 22
out 2021;

LOBO, A. J. A Origem da Língua Espanhola. 2020. Disponível em: <


https://docplayer.com.br/190534901-A-origem-da-lingua-espanhola.html > Acesso em: 05 abr
2022;

LOPES, C. F.; GREGOLIN, M. do R. A lei n. 13.415/17 e a BNCC como agentes de


silenciamento e invisibilização dos docentes de “linguano francas”. Policromias – Revista de
Estudos do Discurso, Imagem e Som, v. 6, n. 3, p. 292-317, set.-dez. 2021;

LOVISI DE ABREU, Z. H. A Língua Espanhola, O Mercosul e o Brasil. Centro de


Pesquisas Estratégicas “Paulino Soares de Souza” – Universidade Federal de Juiz de Fora. 2016.
Disponível em: < file:///C:/Users/iasdm/Downloads/silo.tips_a-lingua- espanhola-o-mercosul-e-
o-brasil.pdf > Acesso em: 09 nov 2021;

LOZANOV, G. Suggestology and Outlines of Suggestopedy. Philadelphia: Gordon and


Breach Science Publishers, 1978;

MARTÍN SÁNCHEZ, M. A. Apuntes a la historia de la enseñaza de lenguas


extranjeras. Tejuelo, Nºo 8, 2010. In: TAFAREL, G. Metodologias no ensino da
Língua Espanhola. Disponível em: <
https://www.webartigos.com/artigos/metodologias-no-ensino-da-lingua- espanhola/158959 >
Acesso em: 22 out 2021;

MORAN, J.M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas.


In: MORAN, J. M.; MASETTO, M.; BEHRENS, M. Novas tecnologias e mediação
pedagógica. 14 ed. São Paulo: Papirus, p. 11-66, 2008;

MORAN, J. E. A integração das tecnologias na educação. 2009. Disponível em: <


https://www.eca.usp.br/prof/moran/textos.htm > Acesso em: 25 abr 2022;

MORAN, J. Metodologias Ativas de Bolso. São Paulo: Editora do Brasil, 2019;

MOREIRA, M. A. Aprendizagem Significativa: a teoria e textos complementares. São


Paulo: Editora Livraria da Física, 2011;

ORTIZ, R. R. Posibilidades de la Realidad Aumentada en Educación. Tendencias


emergentes em Educacióncon TIC. Barcelona. 1 ed. p.175-197, 2012;

PEDREIRO, S. Ensino de Línguas Estrangeiras – Métodos e seus Princípios.


2013. Disponível em: < https://ipog.edu.br/aluno/revista- ipog/download/ensino-de-linguas-
estrangeiras-metodos-e-seus-principios/ > Acesso em: 22 out 2021;

REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Breve história. Orígenes y fine. Disponível em:


<
http://www.rae.es/rae/gestores/gespub000001.nsf/voTodosporId/CEDF300E8D943D
3FC1271360037CC94?OpenDocument&i=0 >. Acesso em: 05 abr 2022;
SAHA, M; TALUKDAR, A. R. Teaching English as an English Language Skill.
Disponível em: < http://www.eltworld.net/howto/2008/12/teaching-listening-as-an-
englishlanguage-skill/ > Acesso em: 29 abr 2022;

SÁNCHEZ, P. A. Los métodos en la Enseñanza de Idiomas. 2. ed. Madrid: SGEL, S.A.,


2000;

SANTOS, P. K. O uso da tecnologia digital como ferramenta facilitadora para o ensino de


língua espanhola. Revista Devir Educação, Lavras-MG. Edição Especial – Ago./2020.
Disponível em: <
http://devireducacao.ded.ufla.br/index.php/DEVIR/article/view/237/143 > Acesso em: 29 abr
2022;

SATELES, L.M.D.; ALMEIDA FILHO, J.C. Breve histórico da abordagem


gramatical e seus matizes no Ensino de Línguas no Brasil. In: Revista História do
Ensino de Línguas no Brasil, n. 4, 2010. Disponívelem: <
http://www.helb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=144:breve- historico-
da-abobreve-historico-da-abordagem-gramatical-e-seus-matizes-no-ensino- de-linguas-no-
brasil&catid=1095:ano-4-no-&Itemid=13 > Acesso em: 29 out 2021;

SCHMIDT, E.; COHEN, J. A nova era digital: como será o futuro das pessoas, das nações
e dos negócios. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2013;

SCHULZ, C. V. A. H.; GIESEL, D. R.; COSTA, H. G.; SOUZA, R. C. O Ensino e a


Aprendizagem de Língua Espanhola Por Meio de Redes Sociais – O Relato de
Uma Experiência. In: Educadores. 2012. Disponível em: <
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/marco2012/espanhol_artigos/
art_schulz.pdf > Acesso em: 29 out 2021;

SCOTT, W. A.; YTREBERG, L. H. Teaching English to Children.Longman Keys to


Language Teaching. 2.ed. Longman, 2011;

SILVA, R. W. S. DA PENÍNSULA À AMÉRICA: UM PANORAMA DO USO DA


LÍNGUA ESPANHOLA PELO MUNDO. 2013. Disponível em: <
http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2189/1/PDF%20-
%20Robson%20Wendell%20Sampaio%20Silva.pdf > Acesso em: 05 abr 2022;

SILVA, N. S. M.; TRAMALLINO, C. P. O Ensino Do Idioma Espanhol Pós-Bncc E


Reforma Do Ensino Médio: Seus Impactos Na Carreira De Letras E Nas Relações Do
Brasil Com Seus Vizinhos. XI Congresso Brasileiro de Hispanistas. 2020. Disponível
em: <
https://editorarealize.com.br/editora/anais/hispanistas/2020/TRABALHO_COMPLET
O_EV143_MD8_SA101_ID274_05062020095939.pdf > Acesso em: 29 abr 2022;

SILVEIRA, F. L.; BARBOSA, M. C. B.; SILVA, R. Exame Nacional do Ensino Médio


(ENEM): Uma análise crítica. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 37, n. 1, 1101 –
2015. Disponível em: <
https://www.scielo.br/j/rbef/a/TpSdTxpHR3XBgFttPmgmyPF/?format=pdf&lang=pt > Acesso
em: 09 nov 2021;
SILVEIRA, M. R. (coord). Ensino de Língua Espanhola e a BNCC: estratégias e
desafios no contexto atual. UPF – Universidade de Passo Fundo 2020. Disponível em:
< https://www.upf.br/escoladeextensao/agenda/ensino-de-lingua-espanhola-e-a- bncc-
estrategias-e-desafios-no-contexto-atual > Acesso em: 22 out 2021;

SOUZA, Í. N. Nadar contra a correnteza: navegar com o erro promovendo-o de antagonista


a protagonista nas aulas de língua espanhola como língua estrangeira. Belo horizonte – Ed.
Dialética, 2020. Disponível em: < https://play.google.com/books/reader?
id=dakWEAAAQBAJ&pg=GBS.PP1&hl=pt > Acesso em; 09 nov 2021;

TAFAREL, G. Metodologias no ensino da Língua Espanhola. In: WebArtigos. 2018.


Disponível em: < https://www.webartigos.com/artigos/metodologias-no-ensino-da- lingua-
espanhola/158959 > Acesso em: 22 out 2021;

VIAPIANA, S.; PAVIANI, N. M. S. O Ensino da Gramática Nas Aulas de Língua


Espanhola: algumas reflexões. IX ANPED – Seminário de Pesquisa em Educação da Região
Sul. 2012. Disponível em: <
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/748
/490 > Acesso em: 22 out 2021;

VILLANI, F. L. A implantação do ensino e a aprendizagem de língua inglesa no currículo


regular do ensino fundamental i nas escolas regulares: a necessidade de se rever o processo
formativo dos professores pré e em serviço. RECORTE – Revista Eletrônica. V. 10, n° 1.
Jan-julho 2013. Disponível em: < https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/4791932.pdf >
Acesso em: 09 nov 2021.

Você também pode gostar