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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

Relações de Sentido

Lina Elvira Mário: 91220312

Pemba, Agosto de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em História

Relações de Sentido

Trabalho de campo a ser submetido na


coordenação de Licenciatura em Ensino
de Português da UnISCED.

Tutor: Henrique Mateus

Lina Elvira Mário: 91220312

Pemba, Agosto de 2022


Índice
1. Introdução ................................................................................................................................ 4

2. Semântica – Conceito .............................................................................................................. 5

2.1 Semântica Lexical ................................................................................................................. 5

2.2 Relações de sentido ou Ralações semânticas ........................................................................ 6

2.2.1 Sinonímia ........................................................................................................................ 6

2.2.2 Hiponímia e Hiperonímia ............................................................................................... 7

2.2.3 Paráfrase ......................................................................................................................... 7

2.2.4 Antonímia ....................................................................................................................... 7

2.2.5 Polissemia ....................................................................................................................... 9

2.2.6 Ambiguidade ................................................................................................................ 10

2.2.7 Homonímia ................................................................................................................... 10

2.2.8 Denotação e Conotação ................................................................................................ 11

3. Conclusão ....................................................................................................................... 12

4. Referências ............................................................................................................................ 13
1. Introdução
O presente trabalho de caracter investigativo – avaliativo cujo tema é relações de sentido ira
debruçar sobre este assunto de forma sistemática, no sentido de garantir uma fonte de aquisição
de conhecimento de alta credibilidade.

A semântica interessa-se, portanto, pelo estudo das relações entre as expressões linguísticas e os
conceitos mentais associados a elas, sendo importante ressaltar o grande impulso dado ao estudo
da linguagem a partir do século XX, em especial a partir da apresentação das ideias dicotômicas
de Ferdinand de Saussure (1857-1913), linguista suíço, cujas ideias estruturalistas influenciariam
o desenvolvimento da teoria linguística.
Objectivo Geral: conhecer as relações de sentido (identidade ou igualdade).

Objectivos Específicos:

➢ Distinguir as principais relações de sentido.


➢ Classificar antónimos, sinónimos, etc.
➢ Caracterizar e distinguir as principais relações de sentido.

Para a realização do trabalho recorreu – se a pesquisa e revisão bibliográfica. Nas páginas


subsequentes constam o desenvolvimento, conclusão e bibliografia, que são foram
ferramentas fundamentais na elaboração deste trabalho.
2. Semântica – Conceito
As relações de sentido, é um assunto abordado na semântica, dai a importância de dar uma visão
geral do que seria a semântica para melhor enquadramento contextual do assunto em abordo.

Segundo (Matsuque, 2018) O vocábulo semântico “σημαντικός”, derivado de sema, (sinal);


refere-se ao estudo do significado, em todos os sentidos do termo. A semântica opõe-se com
frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda
se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso (por
exemplo, escritos ou falados).

Segundo (Pinto, Coelho, Cabral, & Ribeiro, 2016) a semântica, área da Linguística que estuda o
significado das línguas naturais, subdivide-se em vários tipos, de acordo com as variadas visões
dos especialistas nessa área. Desta forma, há a semântica textual, formal, lexical, discursiva,
cognitiva, dentre outras, ligadas por um ponto comum: em todas elas o objeto de estudo é o
significado.
Segundo (da Silva, 2018) a semântica esta, em geral, associada aos significados relativamente
estáveis que uma língua constituiu ao longo do tempo e que podem ser estudados sem que seja
necessário considerar as intenções do falante que produziu o enunciado e o contexto
comunicativo em que ele foi produzido
A semântica é, portanto, a componente da gramática que estuda o significado e sentido que as
palavras veiculam numa determinada língua. A semântica como componente da gramática é
muito recente, mas o seu objecto de estudo que é o significado é remoto, já se estudava em
filosofia, lógica, etc.

A semântica, é por sua vez, subdividida em diferentes partes, dentre estes importa falar da
semântica lexical. Pois, é nesta área da semântica onde são abordadas as relações de sentidos das
palavras (identidade ou igualdade de sentido).

2.1 Semântica Lexical


Segundo (Pinto, Coelho, Cabral, & Ribeiro, 2016) A semântica lexical estuda o significado
individualizado dos itens lexicais e as relações semânticas que mantêm com outros itens lexicais.
Pode-se dizer que é o estudo do que itens lexicais individuais significam, porque eles querem
dizer o que dizem e como podemos representar tudo isto.
Segundo (da Silva, 2018) A semântica Lexical é uma subárea da semântica que lida com a
significação das palavras, ou, mais precisamente, com a significação das lexemas que constituem
o léxico de uma língua.
o conceito de lexema em outros momentos e, provavelmente, se lembrasse de que cada lexema
tem um significado lexical. Significados lexicais são significados que podem ser reconhecidos
como pertencentes a uma palavra da língua, mesmo quando essa palavra não esta sendo usada
em uma sentença.
Segundo Figueiredo (2009:110) citado por (Fernandes, 2009) define o léxico como a “chave de
acesso ao sistema conceptual das línguas”, pois é a partir dele “que o aluno interioriza
progressivamente a língua e constrói um pensamento consciente acerca do povo que fala essa
língua”.

2.2 Relações de sentido ou Ralações semânticas


2.2.1 Sinonímia
Segundo (Matsuque, 2018) Há presença de sinonímia quando duas os mais palavras apresentam
igualdade de sentido.
Segundo (da Silva, 2018) A sinonímia e uma relação entre palavras que tem significados
próximos. Ela pode ocorrer entre hiperónimos, mas também ocorre comumente entre hipónimos.
Segundo Lyons (1981a, p. 143) citado por (Pinto, Coelho, Cabral, & Ribeiro, 2016) define
sinonímia como “identidade de significado”, mas observa que não existe sinonímia absoluta.
Segundo Vilela (1994:29) citado por (Fernandes, 2009), “os sinónimos estão sujeitos a restrições
de natureza estilística, sintática, preferências idiossincráticas, contextuais e textuais (…)”.
O problema de sinónimos é muito discutido, porque existem palavras embora sejam sinónimas
não se podem substituir em todos os contextos. Com efeito, determinadas palavras podem ser
sinónimas, mas observar-se a restrição delas em termos de contexto. Exemplo: investigação =
pesquisa.
Frase 1: Estou a fazer trabalho de investigação.
Frase 2: Estou a fazer trabalho de pesquisa.
Os sinónimos podem ser:
➢ Sinónimos absolutos - Os sinónimos absolutos são, a aceitar-se a sua existência, muito
raros, uma vez que há a necessidade de encontrar o mesmo significado conceptual e o
mesmo significado estilístico no par de lexemas. Por tal razão, este tipo de sinonímia cria
alguma controvérsia entre os linguistas.
➢ Sinónimos relactivos - as lexemas podem ser substituídas em qualquer expressão com
propriedades verdadeiras sem as afectar. Daí que os traços ‘envolvimento’ ou
‘implicação’ entre lexemas estejam na base deste tipo de sinónimo. Assim, em certos
contextos, as lexemas «guitarra» e «viola» aparentam o mesmo significado, pelo que o
facto de serem instrumentos musicais ligeiramente diferentes não faz deles sinónimos
absolutos, mas, sim, relativos.
2.2.2 Hiponímia e Hiperonímia
Segundo (Matsuque, 2018) hiponímia, relação de identidade de sentido estabelecida entre duas
ou mais palavras, onde o conteúdo de uma delas está contido no conteúdo da outra em que um é
termo geral ou hiperónimo e outros são as partes ou hipónimo.
Segundo (Duarte, 2000) hiponímia é a relação de um termo mais específico num termo mais
geral. Entretanto, muitos semantistas formalizam a inclusão em função da logica das classes, isto
é, da noção de referência.
Exemplo: Gato, Cão, Coelho – Hipónimo; Animais – Hiperónimo.
2.2.3 Paráfrase
A paráfrase acontece quando duas ou mais frases apresentam igualdade de sentido ou ambas
apresentam a mesma proposição.
Atualmente, o termo paráfrase tem vários sentidos, e, além da linguagem não verbal, é um
fenômeno tratado também na linguagem verbal, tanto no nível da frase quanto no nível do texto.
Exemplo:
a) Estes aviões chocaram-se.

b) Estes aviões envolveram-se em acidente


Nestas frases houve alteração de mais de um elemento, mas o sentido não se alterou. Com feito,
estamos perante um caso de paráfrase porque ambas expressam a mesma proposição ou veiculam
o mesmo sentido
2.2.4 Antonímia
Os itens linguísticos além de apresentarem a relação de igualdade de sentido, apresentam
também a relação de oposição de sentido, que se denomina antonímia.
Definir antonímia como oposição de sentidos entre as palavras não é um caminho seguro, nem é
suficiente, para que se entenda tal mecanismo, uma vez que os sentidos podem se opor de várias
formas. Podemos afirmar, inclusive, que não há oposição verdadeira.
É possível estabelecer oposições de três maneiras básicas:
➢ Quando opomos pares de palavras em que uma necessariamente nega a outra.
Exemplo: morto/vivo, casado/descasado, igual/diferente.
➢ Quando uma palavra descreve uma relação entre duas coisas ou pessoa se outra palavra
descreve essa mesma relação, mas em uma ordem inversa.
Exemplo: pai/filho
➢ Quando as palavras estão em lados opostos de uma escala contínua de valores.
Exemplo: quente/frio, alto/baixo.
Os antónimos podem ser:
➢ Antónimos ou opostos graduáveis - considerados os verdadeiros antónimos, na medida
em que representam os extremos de uma escala graduável, em que a polaridade das
lexemas se encontra mais aberta à existência de termos intermédios. Estes por sua vez
podem ser polares, indicam propriedades que podem medir-se de maneira objectiva, por
exemplo frio e quente; E equipolente se caracteriza por uma consignação entre os pares
de lexemas, ou seja, um compromisso entre os dois opostos, por exemplo doce e amargo.
➢ Opostos complementares ou não-graduáveis - usados como expressões predicativas e
que dividem os objectos de que são predicados em conjuntos complementares. Os
opostos complementares constituem uma forma básica de oposição e mostram o contraste
binário na sua forma mais pura, por exemplo vivo e morto.
➢ Opostos inversos ou conversos - envolvem reciprocidade na relação que é estabelecida
entre os pares de lexemas. Os pontos de vista são diferentes, mas a sua relação de
significação é a mesma, por exemplo marido e mulher.
➢ Opostos direcionais - esta oposição centra-se no movimento feito numa de duas direções
opostas que os pares de lexemas poderão expressar numa determinada situação e tendo
como ponto de partida um dado ponto 15. Estes opostos indicam um movimento que
conduz a uma mudança de estado em direções opostas, como «entrar» e «sair» ou «abrir»
e «fechar». Exemplo, “O João saiu” implica “O João está fora”.
2.2.5 Polissemia
Segundo (Matsuque, 2018) polissemia tem a ver com termos que possuem vários sentidos
relacionados. O termo polissemia subdivide-se em poli, que significa muitos e sema, que
significa significado.
Em semântica discute-se desde muito tempo sobre a diferença entre homonímia vs. polissemia,
porque parecem ser termos idênticos, mas não. Portanto, a diferença entre estes dois termos é que
enquanto que na homonímia as palavras não apresentam sentidos relacionados, na polissemia
apresentam sentidos relacionados.
De acordo com Ullmann (linguista húngaro), há um limite tênue entre homonímia e polissemia,
mas a distinção deve considerar “o modo como surgem e o efeito que têm na língua. O autor lista
três modos de surgimento da homonímia e cincode surgimento da polissemia.
A homonímia surge, segundo ele, por:
a) convergência fonética – quando duas ou mais palavras desenvolvem-se foneticamente de
modo a coincidirem.
b) influência estrangeira – Ullmann afirma que é raro, mas pode ocorrer de um empréstimo
sofrer mudanças com base no sistema fonético da língua que o recebeu e acabar tendo uma forma
que coincida com outra já existente nessa língua. É um tipo de convergência fonética.
c) divergência semântica – “quando dois ou mais significados da mesma palavra se separam de
tal modo que não haja nenhuma conexão evidente entre eles, a polissemia dará lugar à
homonímia e a unidade da palavra será destruída.
E a polissemia surge, segundo Ullmann, por:
a) mudança de aplicação – ocorre quando alguma nuança de sentido de uma palavra distancia-se
das demais de modo permanente, consideramos aquela nuança como um sentido diferente dessa
mesma palavra. Por exemplo: bonito (para pessoas, animais, objetos, ações etc.).
b) especialização em um meio social – ocorre quando uma palavra ganha um sentido restrito. Por
exemplo: ação (direito: processo; economia: parcela de sociedade anônima).
c) linguagem figurada – ocorre quando uma palavra adquire um sentido metafórico (ou seja,
quando é usada abstratamente, por semelhança.
2.2.6 Ambiguidade
Uma palavra, sintagma ou frase apresenta relação de ambiguidade quando possui mais de um
significado.
A ambiguidade é uma propriedade semântica das palavras, estruturas e situações que podem ser
interpretadas de mais de uma maneira.
Exemplo: O Pedro e Rosa são casados.
Tipos de Ambiguidade
➢ Lexical - que é aquela que ao nível da palavra, ou é a duplicidade de sentido gerada pelos
homófonos homógrafos. Ex: Ele estava na minha companhia (comigo ou empresa).
➢ Estrutural - quando uma frase apresenta diferentes sentidos, ou corresponde à dupla
interpretação causada pela estrutura sintática, não pelas palavras que compõem a
sentença, embora a ambiguidade homonímica possa coexistir com a estrutural. Ex: – Vi o
homem de binóculos.
2.2.7 Homonímia
É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes,
possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homónimos.
As homónimas podem ser:
➢ Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto
(substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / conserto
(substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo consertar).
➢ Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela
(substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) -
serrar (verbo).
➢ Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura
(substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio).

➢ Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem
significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os
parónimos: Exemplos: comprimento – cumprimento; aura (atmosfera) - áurea (dourada);
conjetura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos); descriminar
(desculpabilizar) - discriminar (diferenciar); desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear
(passar as folhas de uma publicação); despercebido (não notado) - desapercebido
(desacautelado); geminada (duplicada) - germinada (que germinou); mugir (soltar
mugidos) - mungir (ordenhar); sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar);
veicular (transmitir) - vincular (ligar).
2.2.8 Denotação e Conotação
Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto.
Exemplos: Você tem um coração de pedra.

Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo duro e
sólido.
Denotação Conotação
Significado geral Uso específico
Não figurado (literal; neutro) Figurado (metafórico)
Uso automatizado, do dicionário Uso criativo, da imaginação
Significação restrita Significação
Não varia de contexto para contexto Varia de contexto para contexto
3. Conclusão
Apos ter se introduzido, desenvolvido o presente trabalho pode-se concluir que, a semântica é,
portanto, a componente da gramática que estuda o significado e sentido que as palavras veiculam
numa determinada língua. A semântica como componente da gramática é muito recente, mas o
seu objecto de estudo que é o significado é remoto, já se estudava em filosofia, lógica, etc. E,
esta por sua vez, subdividida em diferentes partes, dentre estes importa falar da semântica
lexical. Pois, é nesta área da semântica onde são abordadas as relações de sentidos das palavras
(identidade ou igualdade de sentido), que envolve sinonímia, antonímia, hiponímia, paronímia,
paráfrase, ambiguidade, etc.
4. Referências
da Silva, M. C. (2018). A Semantica. s.l: Editora e Distribuidora Educacional S.A.

Duarte, P. M. (2000). Introducao a semantica. Fortaleza: EUFC.

Fernandes, N. J. (2009). Relações Semânticas de Sinonímia e Antonímia: Contributo para o


Desenvolvimento na Aula de Português Língua Estrangeira. s.l: s.ed.

Matsuque, J. (2018). Curso de Licenciatura em Ensino de Portugues- Manual de Linguistica 1.


ISCED-Beira: ISCED.

Pinto, D. C., Coelho, F. A., Cabral, M. P., & Ribeiro, R. M. (2016). Introducao a Semantica. Rio
de Janeiro: Fundacao Cecierj.

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