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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED


Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Elementos da comunicação

Nomes do aluno:
Isabel Maria Manuel Saene: 11231180

Beira, Março de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Elementos da comunicação

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de Biologia da UNISCED.

Tutor:
Chimica Francisco

Nome do aluno:
Isabel Maria Manuel Saene: 11231180

Beira, Março de 2023


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Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................. 4

1. Contextualização ................................................................................................................ 4

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 4

1.1.1. Geral ..................................................................................................................... 4

1.1.2. Específicos ............................................................................................................ 4

1.2. Metodologias de Pesquisa ............................................................................................ 4

1.3. Método de consulta bibliográfica ................................................................................ 4

1.4. Método documental ..................................................................................................... 5

CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 6

2. Conceito e Elementos da Comunicação ............................................................................. 6

2.1. Conceito de Comunicação ........................................................................................... 7

2.2. Teoria da Comunicação, de Roman Jakobson ............................................................. 8

2.2.1. Função de Linguagem vs. Factor Constitutivo ..................................................... 9

2.3. Barreiras da Comunicação ........................................................................................... 9

2.4. Conclusão................................................................................................................... 11

2.5. Referência bibliográfica ............................................................................................. 12


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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1. Contextualização
A comunicação é uma atividade imanente à prática do professor. Assim, o profissional de
qualquer área do conhecimento que tenha sido atraído a assumir o desafio de ensinar, de algum
modo, já o fez pelo fato de ser, naturalmente, um bom comunicador. Trata-se, portanto, de uma
competência inerente à atividade do professor e que é aprimorada ao longo de anos de
experiência didática.

Estamos tratando, então, de uma competência que se constrói de maneira muito particular, a
partir de experiências muito variáveis: o que pode funcionar para um professor pode não
funcionar para outro, o que é eficaz com uma determinada classe pode não ser com outra, um
determinado tipo de assunto pode aceitar um tipo de tratamento e ser menos adequado a outro.
Não há uma fórmula pronta disponível que possa ser sacada a qualquer momento no sentido da
aplicação das técnicas de comunicação. Contudo, é possível isolar de maneira mais ou menos
esquemática os elementos constitutivos da prática comunicacional.

1.1.Objectivos
Os objectivos ditam as metas do que pretendemos alcançar no determinado fim. Neste estudo
foram traçados os seguintes objectivos:

1.1.1. Geral
 Conceituar a comunicação.
1.1.2. Específicos
 Mencionar os elementos da comunicação.
 Descrever a teoria da comunicação de Jakobson.

1.2.Metodologias de Pesquisa
Para Fonseca (2002), methodos significa organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa,
investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem
percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma
pesquisa científica.
1.3.Método de consulta bibliográfica
Segundo Marconi e Lakatos (1992:29) a pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda
bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e impressa escrita.
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A sua finalidade é fazer com que entre em contacto directo com todo material escrito sobre um
determinado assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de
sua informação.

Este consistiu na recolha de dados de informações sobre a actuação do professor em várias


literaturas ligadas ao tema, criando deste modo suportes científicos para uma abordagem
consciente no âmbito do ensino nas escolas. Para a fundamentação do presente estudo, usou-se
uma pesquisa na modalidade qualitativa e exploratória por haver uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito e necessidade de se familiarizar com o tema com vista a melhorar com
o tema com vista a tornar explicitas as descrições das características da pesquisa ou refutar os
dados observados, não menos importantes.

1.4.Método documental
De acordo com Gil (1999), citado por Silva e Meneses (2001:23), esta técnica consiste na
recolha de dados sobre um dado tema de pesquisa. Para Lakatos e Marconi (1979:29), esta
técnica consiste na recolha e revisão das fontes secundarias. A mesma ajuda a fazer a recolha e
a selecção de fontes secundarias que tornaram possível o desenvolvimento do trabalho tais
como: obras, encíclicas, revistas e artigos científicos que versem sobre a problemática em
estudo.
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CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA


2. Conceito e Elementos da Comunicação
Do latim ‘communicare’, a comunicação significa pôr em comum, conviver. Este “pôr em
comum” implica que o transmissor e o receptor estejam dentro da mesma linguagem, caso
contrário não haverá compreensão.

O estabelecimento dos elementos essenciais da comunicação e de seu sistema é feito a partir do


entendimento pressuposto de alguns conceitos importantes. O primeiro deles é o de linguagem.
Esta pode ser entendida como sendo um código, já que este pode ser definido como um conjunto
de regras para um sistema de signos que permite a construção e a compreensão de mensagens.
A linguagem verbal é, pois, um dentre muitos outros códigos. Trata-se, portanto, segundo o
lingüista Émile Benveniste (cf. VANOYE, 2007.), de um sistema de signos socializado. Isso
significa dizer que a linguagem se constitui como um conjunto de signos que se determinam
em suas inter-relações, ou seja, um conjunto no qual os seus termos integrantes não significam
nada por eles próprios, mas todos significam em função dos outros. Nesse caso, portanto, o
sentido de um termo na linguagem é constituído em função do contexto em que ele ocorre.
As línguas são, portanto, casos particulares de um fenômeno geral que é a linguagem e
constituem-se como o objeto primordial do interesse de um campo de estudos que se denomina
de lingüística geral, a qual trabalha, grosso modo, no sentido de descrever e investigar tanto as
características comuns quanto as variáveis das diferentes línguas.

Um dado importante sobre a linguagem verbal e que contribui para o entendimento de sua
especificidade é o fato de esta ser um tipo de código, dentre vários, que pode falar dos próprios
signos que constituem o seu sistema ou mesmo referir-se a outros signos. Esse caráter meta-
referencial da linguagem verbal possibilita, ainda, a criação de “jogos” com os seus signos e
suas significações. Daí o caráter de abertura inventiva que a linguagem verbal permite.

Mas, se a linguagem é um “sistema de signos”, resta o entendimento do que seja o signo. Este
deve ser pensado a partir da compreensão da relação entre três termos: o significante, o
significado e o referente. O elemento “material” do signo (sonoro ou escrito), perceptível
sensorialmente, é o que se entende por significante. O elemento conceptual, não perceptível, a
idéia geral do que aquele dado material pode significar é entendido como sendo o significado.
Já o referente é o objeto real ao qual remete o signo numa determinada instância de enunciação.
Assim, como exemplifica Vanoye,
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[...] no caso do signo mesa, diversos significantes (um som, ou melhor, uma combinação
de sons ou uma combinação gráfica, etc.) correspondem a um significado (o conceito
de mesa) que, por sua vez, designa uma classe de referentes (mesa de um só pé, mesa
redonda, mesa baixa, etc.). Em outros casos, um mesmo significante pode remeter a
vários significados (por exemplo, o significante folha remete aos significados ‘folha de
árvore’ e ‘folha de papel’); é o contexto que elimina a ambigüidade. (VANOYE, 2007.)

Este entendimento do signo permite a compreensão do seu caráter convencional e, portanto,


aponta para a arbitrariedade da linguagem. O signo é convencional já que entre o significante o
significado não há outra ligação senão o acordo (implícito ou explícito) que se estabelece entre
os usuários de uma mesma língua. A significação construída a partir desse acordo, portanto, é
o que garante a ligação entre o significante, o significado e o referente. Esse processo de
construção de significação pode ser entendido como pertinente a uma qualidade mais
abrangente entendida como sendo o processo simbólico. Ao usarmos uma determinada palavra
para nos referirmos a um determinado objeto (seja animado, inanimado ou abstrato) designado
por esse nome, não há nada no próprio objeto que se relacione com o signo verbal que foi usado
para designá-lo. É pelo uso que o processo de representação simbólica se estabelece.

2.1.Conceito de Comunicação
O individuo relaciona-se com os seus semelhantes e adquire a forma de agir e de pensar
dominantes na sociedade em que está inserido. Ao adquirir as regras e normas que regem uma
determinada sociedade, o ser humano desenvolve as suas capacidades de comunicação.

Assim, de uma forma sintética, comunicação é a acção, efeito ou meio de entrar em relação
com o outro. Podemos dizer que é o processo realiza a transmissão interpessoal de ideias,
sentimentos e atitudes entre dois (ou mais) indivíduos ou organizações: para além de permitir
a troca de informação, possibilita e garante a dinâmica de grupo e a dinâmica social.

As várias versões do EU no processo comunicativo


Quando comunicamos com alguém, devemos, sempre, recordar-nos de que há um número de
interpretações em relação a si próprio, de acordo com o número de pessoas em presença.

EU SOU
O que na realidade sou O que querem que eu seja
O que eu acredito ser O que eu gostaria que acreditassem que eu sou
O que os outros gostariam que eu fosse O que eu creio que os outros gostariam que fosse
O que eu suponho que pensam que eu sou O que pensam que me considero ser
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Os antagonismos entre estas diferentes versões do eu geram – ou podem gerar – tensões e


conflitos de difícil gestão, sendo habitual procurarmos adaptar os nossos comportamentos à
imagem que as pessoas desejam ou pensam ter de nós.
Por passarmos grande parte da vida a partilhar emoções, sonhos, medos, afectos, saberes e
experiencias, trabalhando lado a lado com outras pessoas, uma das principais características da
comunicação é o da interacção com os outros indivíduos.

Sempre que à interacção se alia a inter-relação – capacidade de estabelecer elos afectivos –


surge a comunicação.

INTERACÇÃO + INTER-RELAÇÃO = COMUNICAÇÃO

2.2.Teoria da Comunicação, de Roman Jakobson


Jakobson, no âmbito do Circulo Linguístico de Praga, dedicou-se ao estudo das funções de
linguagem. O linguista buscava compreender a finalidade com que a língua é utilizada, ou seja,
a sua função na comunicação estabelecida entre o remetente (emissor) e o destinatário
(receptor).

Para estabelecer as funções de linguagem, Jakobson tomou por referência as três funções
básicas da língua – função expressiva, função conotativa, função de representação – e também
os factores constitutivos do acto comunicativo verbal. Como factores constitutivos, Jakobson
apresenta:

 Remetente (codificador);
 Mensagem (conteúdo ou objecto da comunicação);
 Destinatário (decodificador);
 Contexto (ao qual se faz referencia durante a comunicação e deve ser de possível
compreensão ao destinatário);
 Código (deve ser parcial ou totalmente comum ao remetente e ao destinatário);
 Contacto (canal físico a partir do qual se estabelece a comunicação; pode envolver a
conexão psicológica entre o remetente e o destinatário).

Conforme explica Jakobson, cada um desses seis factores determina uma diferente função de
linguagem.
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2.2.1. Função de Linguagem vs. Factor Constitutivo


A função emotiva ou expressiva tem por objectivo central expressar emoções, sentimentos,
estado de espirito, visando uma expressão directa em relação àquilo que está falando. Essa
função centra-se na primeira pessoa do discurso, isto é, no próprio remetente. A função
conotativa tem sua atenção centrada no destinatário. Essa função encontra sua expressão
gramatical mais pura no vocativo e no imperativo.

No que se refere à função referencial, ela é empregada quando o remetente tem por finalidade
traduzir a realidade para o destinatário. Assim, centra-se no contexto, referindo-se a algo,
alguém ou algum acontecimento. Há predominância da terceira pessoa gramatical.

Quanto à função poética, Jakobson menciona que, nesta função, a enfase recai sobre o processo
de elaboração da própria mensagem. O emissor constrói seu texto de maneira especial,
realizando um trabalho de selecção e combinação de palavras, de ideias e imagens, de sons e
ritmos.

Quanto à função fáctica, Jakobson a considera como aquela cujo foco é o contacto/canal e seu
único propósito é prolongar a comunicação (“Alô, está me ouvindo.” “Humm-Humm.”).

Na função metalinguística, o foco está no próprio código. Essa função desempenha papel
importante na nossa linguagem quotidiana, quando o remetente e/ou destinatário tem
necessidade de verificar se estão usando o mesmo código. Usar a língua para explicar a própria
língua.

2.3.Barreiras da Comunicação
Comunicar é uma base de bem gerir mensagens, enviadas ou recebidas, nos processos
interaccionais.
A COMUNICAÇÃO É SEMPRE UM ACTO IMPERFEITO.
O que dificulta a comunicação?
 Falta de espontaneidade devido às convenções sociais ou pressões morais;
 Dificuldade de expressar uma determinada ideia;
 Inadequação da linguagem ao universo sociocultural do interlocutor;
 Desinteresse relativamente à informação recebida;
 Manipulação do interlocutor para aceita o seu ponto de vista.

Devemos sempre recordar que:


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“NÃO HÁ ABSOLUTIZAÇÃO DA IGNORÂNCIA, NEM ABSOLUTIZAÇÃO DO


SABER.”

Seis grandes factores que constituem barreira à comunicação:


 Pessoais (nível de conhecimento, postura, aparência, timbre de voz)
 Sociais (educação, cultura, as crenças, quadros teóricos de referencia)
 Personalidade (‘o individuo sabe-tudo’, avaliação congelada, timidez)
 Fisiológicos (dificuldade de interacção com os outros)
 Linguagem (polarização, palavras abstractas)
 Psicológicos (efeito de hallo-generalizações, efeito lógico-associação)

Factores que facilitam a comunicação


 Feedback ou informação de retorno;
 Capacidades e habilidades;
 Atitude dos intervenientes;
 Conhecimento;
 Estatuto sociocultural.
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2.4.Conclusão
Elementos da comunicação dizem respeito a cada aspecto presente no fluxo comunicativo,
desde o momento em que a mensagem é emitida, até quando é recebida e compreendida. É
importante salientar que esses elementos estão presentes em qualquer tipo de comunicação e
podem sofrer alterações para adequarem-se ao contexto em questão.

Essa estrutura com a presença de seis elementos da comunicação foi divulgada por Roman
Jakobson, linguista russo e um dos grandes teóricos que apresentaram ao mundo estudos
referentes à linguagem e à comunicação.

De acordo com os seus estudos, em todos os atos comunicativos podemos perceber a presença
de seis elementos: emissor (locutor), receptor (interlocutor), mensagem, canal, código e
referente. Na ausência ou no mau uso de um dos elementos, diz-se que houve ruído na
comunicação, o que significa dizer que ela não foi bem-sucedida. Nesse sentido, é importante
conhecermos os elementos, para que possamos fazer um bom uso deles e estabelecermos atos
comunicativos eficazes.
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2.5.Referência bibliográfica
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3a. ed. São Paulo: Altas. 1991.

LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Cientifica. 2a. ed. São
Paulo: Editora Atlas. 1991.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de Monografias 2a. ed. São Paulo:

JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. 22.ed. Tradução de Izidoro Blikstein; José Paulo


Paes. São Paulo: Cultrix, 2010.

MANUAL DE TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO, Edição CGTP, Projecto ADAPT-CRETA.

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