Você está na página 1de 9

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Português

O Léxico mental: formas e modelos de processamento

Nome e Código
Rosa Rodrigues Jornal Chicombo
51200025

Chimoio, Maio de 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Departamento de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Português

O Léxico mental: formas e modelos de processamento

Trabalho de Campo a ser submetido


na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Ensino de Português
do ISCED.
Tutor:

Nome e Código
Rosa Rodrigues Jornal Chicombo
51200025

Chimoio, Maio de 2023


Índice

1. Introdução .................................................................................................................. 4

2. Desenvolvimento do trabalho ......................................................................................... 5

Contextualização ................................................................................................................... 5

2.2 Formas e modelos de processamento ............................................................................... 6

2.2.1 Os modelos interativistas .............................................................................................. 6

2.2.2 Os modelos modularistas .............................................................................................. 7

2.2.3 A Hipótese da Activação Contínua ............................................................................... 7

3. Conclusão ................................................................................................................... 8

Bibliografia ........................................................................................................................... 9

3
1. Introdução
Objectiva-se nesse trabalho, compreender que se formas e apresentar os modelos de
processamentos. Os objectivos específicos definir o léxico mental; identificar as formas e
modelos de processamento mental. De ante mão, importa referir que a lexicologia é o ramo
da linguística que se ocupa do léxico de uma língua. O léxico, por sua vez, consiste no
conjunto de palavras de uma dada língua. Neste presente trabalho vamos esmiuçar sobre o
Léxico mental: formas e modelos de processamento.
Para efectivação deste trabalho e o comprimento dos objectivos ora delineados no trabalho,
usei como metodologia: consulta bibliográfica-que consistiu em avergoar e ler algumas obras
que abordam o tema em questão; a internet- que por sua vez, consiste em buscar as
informações nos motores de pesquisa e por fim a introspecção – refere-se a auto reflexão.
O trabalho de pesquisa está estruturado da seguinte maneira: primeiramente, temos a
introdução do trabalho, seguidamente temos o desenvolvimento do trabalho, onde consta os
conteúdos básico do trabalho, onde procuramos compreender de forma sucinta os papéis
temáticos, e finalmente, temos as conclusões e as respectivas referências bibliográficas
consultadas.

4
2. Desenvolvimento do trabalho
Contextualização
Conforme a definição de Dubois, no Dicionário de Linguística (1988, p. 364), léxico
“designa o conjunto das unidades que formam a língua de uma comunidade, de uma
actividade humana, de um locutor, etc.”, sendo o termo léxico reservado à língua, e o termo
vocabulário reservado ao discurso.

Segundo Saussure (1986) citado em França, (2005), o léxico, do grego lexis – palavra, pode,
ainda, ser usado na acepção de dicionário de uma língua, ou seja, conjunto de palavras
ordenado. Considerando essa definição, léxico mental seria algo como uma memória onde
estocamos o léxico, isto é, todas as palavras que conhecemos da língua. No momento em que
o léxico é qualificado com o termo ‘mental’, passamos do léxico em seu uso social para o
léxico no cérebro. Portanto, essa denominação se refere ao léxico em seu aspecto cognitivo,
que, ao ser utilizado na comunicação, materializa-se na fala ou na escrita.

Saussure (1986, p. 80) já considerou o aspecto cognitivo do signo, ao defini-lo como sendo
“uma entidade psíquica de duas faces” formada por conceito ou significado, e pela imagem
acústica ou significante, esclarecendo que ambos os componentes são psíquicos e estão
unidos no cérebro por meio de associações.
A denominação léxico ‘mental’ é própria da Psicolinguística, tendo sido utilizada pela
primeira vez por Ann Triesman em 1961. Primeiramente, o léxico mental foi concebido como
sendo um estoque de conhecimento que funciona como um dicionário na mente, permitindo o
fácil acesso às formas escritas e orais de palavras e de seus significados (Libben, 2008 citado
em França, 2005).
Primeiramente, o léxico mental foi concebido como sendo um estoque de conhecimento que
funciona como um dicionário na mente, permitindo o fácil acesso às formas escritas e orais
de palavras e de seus significados (LIBBEN, 2008). No entanto, percebeu-se que essa
comparação era muito simplista. Aitchison (1987, p.10-11) enumera algumas diferenças:
a) O léxico mental não está organizado por ordem alfabética; outros aspectos
fonológicos como terminação e padrão de tonicidade, e aspectos semânticos como
proximidade de sentido são relevantes - uma prova disso é o tempo que levamos para
acessar as palavras: se estivessem organizadas em ordem alfabética demoraríamos
muito tempo, especialmente, para acessar as que começam pelas últimas letras do
alfabeto;

5
b) O conteúdo do léxico mental não é fixo, não existe um número limite de palavras, as
pessoas estão sempre aprendendo novas palavras e actualizando seus significados; o
léxico é um dos aspectos da língua que mais sofre alterações e actualizações, sua
estrutura é muito mais flexível que os padrões sintácticos e fonológicos; actividades
como a leitura são grandes colaboradoras para o aprendizado de novas palavras;

c) O léxico mental contém um número imensamente maior e mais aprofundado de


informações sobre cada palavra do que um dicionário: diferentes padrões de
pronúncia, aspectos pragmáticos que orientam o uso, frequência, padrões sintácticos,
grau de formalidade, relações lexicais, informação morfológica, etc - isso porque no
léxico mental as palavras são conectadas em redes semânticas e suas relações são
actualizadas conforme o uso, a cada nova experiência com uma determinada palavra
outro aspecto de informação pode ser integrado à rede. O aspecto pragmático é
certamente o mais difícil de ser registrado no dicionário, o que implica em uma
grande diferença qualitativa entre o dicionário e o léxico mental. Além da analogia
com o dicionário, outras foram feitas comparando o léxico mental a uma biblioteca, à
memória de um computador, etc. No entanto, nenhuma delas demonstrou adequação
ao funcionamento do léxico mental.

2.2 Formas e modelos de processamento


Primeiramente, o léxico mental foi concebido como sendo um estoque de conhecimento que
funciona como um dicionário na mente, permitindo o fácil acesso às formas escritas e orais
de palavras e de seus significados (LIBBEN, 2008 citado em França, 2005).

2.2.1 Os modelos interativistas


A abordagem interativista, adoptada amplamente pela literatura médica de neurociências e de
neurologia na vertente do Conexionismo, suscita uma intuição bastante próxima daquela que
motiva dicionaristas e enciclopedistas. Tal qual uma palavra em um dicionário, cujo verbete
reúne vários tipos de informações indexadas a ela, o léxico mental interacionista teria como
unidade domínios informacionais não hierarquizados, semânticos, sintácticos, fonotáticos,
fonológicos e gráficos, que se relacionam a uma forma: [...] Os sistemas conexionistas
baseiam-se no processamento paralelo de unidades subsimbólicas e usam propriedades
estatísticas, em vez de regras lógicas, para transformar informações. (Françoso, 2005, p. 444).

6
A conectividade entre as unidades de tais redes artificiais é assegurada por sinapses que têm
um determinado peso modulável. Cada unidade computa sua activação de forma cumulativa.
Ao atingir um certo patamar em um certo espaço de tempo esta unidade transmite sua
informação para outra unidade: princípio associativista (Hinton, 1992). O tipo de rede mais
encontrado tem três níveis: um nível de entrada (input), outro intermediário oculto e um de
saída (output).

2.2.2 Os modelos modularistas


Em contraste com a arquitectura do léxico mental integracionista estão os modelos
modularistas, com outras intuições e outras formas de testá-las. É difícil achar quem acredite
na ideia da uniformidade [da mente] [...] Não se pode encontrar um organismo complexo,
nem mesmo uma ameba, que não possua subsistemas que funcionem de maneiras distintas.
[...] Seria um milagre de estarrecer se o mais complicado dos objectos no universo, o cérebro
humano, fosse de alguma forma homogéneo, e tivesse um único modo de fazer tudo.
(Chomsky, 1998, p. 51 Citado em França, 2005).
As directrizes epistemológicas modularistas claramente sugerem que os achados
consolidados de Teoria Linguística nos últimos cinquenta anos em relação à computação
lingüística em um grande número de línguas naturais devem definir os alvos da pesquisa
neurolinguística (MARANTZ, 2005; POEPPEL, EMBICK, 2004 citado em França, 2005).
A forma do input é a variável independente desta tarefa e o conceito relacionado à forma é a
variável dependente. Portanto, a forma do input tem que ser derivada e processada
ativamente, e em pouquíssimo tempo, para vencer as pressões da tarefa alvo do acesso
lexical.

2.2.3 A Hipótese da Activação Contínua


É consenso entre os modelos modularistas de acesso lexical que, para acessarmos a
representação mental correspondente a uma palavra ouvida ou lida, acabamos por activar
milhares de representações mentais de palavras que estavam desactivadas na mente (cf.
Figuras 3).
Já se tem vasta evidência empírica de que o primeiro critério para esta activação múltipla é a
semelhança fonológica (Zwitserlood, 1989; Shillcock, 1990; Marslen-Wilson, 1990;
Vroomen, Gelder, 1995, 1997; Allopenna et al., 1998 citado em França, 2005). Uma
característica indesejável inerente a este processo é que, em uma fracção de segundos, temos
muitas representações activadas, mas somente uma delas é a representação ideal.
7
3. Conclusão
Terminado o trabalho, fica claro que o modelo de Activação Contínua reúne achados de uma
enorme gama de experimentos psico e neurolingüísticos e os compatibiliza com o modelo
teórico da Morfologia Distribuída. É um modelo com recursos poderosos capazes de fazer
ressaltar sutilezas de computações diminutas e domínios cognitivos modulares com grande
especialização para tarefas cognitivas. Porém, há que se notar que o inglês, língua-alvo
preponderantemente testada nos experimentos relatados, não possui uma morfologia
suficientemente rica para a investigação das previsões mais importantes da teoria. A
explicação conexionista em termos de ligações semânticas e fonológicas nem de longe
explicam as diferenças entre os pares teach-tea; teacher-reach e, principalmente entre teach-
teacher.

8
Bibliografia
Françoso, E. Modelos conexionistas do processamento sintáctico. In: MAIA, M.; FINGER, I.
(org.) Processamento da linguagem. Pelotas: Educat, 2005. Série Investigações em
Psicolingüística, GT de Psicolingüística da Anpoll, v. 1, p.433-458.
Marantz, A. Generative linguistics within the cognitive neuroscience of language.
Cambridge, MA: Department of Linguistics and Philosophy, MIT, ms, 2005.
França, A. I. (2005). O léxico mental em ação: muitas tarefas em poucos milissegundos.
Linguística, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 45-80, junho de 2005

Você também pode gostar