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Instituto Superior Mutassa

Delegação de Chimoio
Curso: Licenciatura em Psicologia Clinica
Cadeira: Neuropsicologia

3° Ano-Curso Nocturno

Estrutura Psicológica da fala e sua organização cerebral

Chimoio, Junho de 2022


Instituto Superior Mutasa
Delegação de Chimoio
Curso: Licenciatura em Psicologia Clinica
Cadeira: Neuropsicologia
3° Ano-Curso Nocturno

Estrutura Psicológica da fala e sua organização cerebral

Estudantes: Trabalho de carácter avaliativo a ser


Hilton Suande apresentado no Instituto Superior Mutasa
do curso de Licenciatura em Psicologia
Sandra Melina
Clinica 3° Ano I° Semestre de 2022,
Disciplina de Neuropsicologia, Curso
nocturno, sob orientação da Docente:
Suzana Gabriel
Chimoio, Junho de 2022

Índic

e
1. Introdução...........................................................................................................4

2.1. Objectivo Geral...................................................................................................4

2.2. Específicos..........................................................................................................4

3. Metodologia...............................................................................................................4

4. Estrutura Psicológica da fala e sua organização cerebral...........................................5

4.1. Fala impressiva (receptiva).................................................................................8

4.2. Fala expressiva..................................................................................................10

5. ORGANIZAÇÃO CEREBRAL NO USO DA LINGUAGEM...........................11

6. Conclusão.................................................................................................................13

7. Referências bibliográficas........................................................................................14
1. Introdução

O estágio seguinte na fala impressiva é a compreensão do significado de uma frase inteira cm de


Ioda uma expressão de fala conexa. A organização cerebral deste processo é evidentemente muito mais
complexa do que a da decodificação simples, directa, do significado de palavras. No momento, parece
que há três mecanismos principais envolvidos neste processo. Eles se apoiam na participação de
diferentes zonas cerebrais e assumem formas diversas. (Luria, 1972).

2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral

 Analisar a estrutura Psicológica da fala e sua organização cerebral

2.2. Específicos

 Conceituar a Estrutura Psicológica da fala e sua organização cerebral

 Identificar o Estrutura Psicológica da fala e sua organização cerebral

3. Metodologia

A Metodologia usada para a realização deste trabalho foi levantamento bibliográfico retrospectivo
de vários outros autores e que abordam de diferentes formas o tema em estudo.

A revisão bibliográfica é vantajosa na medida em que desenvolve, esclarece e modifica conceitos e


ideias, permitindo a formulação precisa de problemas ou hipóteses pesquisáveis, proporcionam uma
visão geral acerca de determinados factos. Mais também corremos o risco de lermos tudo que é livro,
artigos, esperando encontrar qualquer coisa que explique o objectivo do trabalho. Mas a maior
dificuldade encontrada no local aquando do pedido de documentos oficiais, material e documentação
específica sobre o assunto em análise.

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4. Estrutura Psicológica da fala e sua organização cerebral

A linguagem refere-se à capacidade de comunicação, especialmente na neuropsicologia e na


psicologia cognitiva, a comunicação verbal. Possui diversos componentes que podem ser estudados,
tais como o processamento fonológico, sintaxe e semântica e mesmo a capacidade de articulação das
palavras. As alterações da linguagem, genericamente chamadas de afasias, são produtos de lesões
cerebrais em áreas relacionadas com a linguagem (MIOTTO, 2010)

A psicologia moderna considera a fala como um meio especial de comunicação que usa a
linguagem para a transmissão dc informações. Encara a fala como urna forma complexa e
especificamente organizada de actividade consciente que envolve a participação do indivíduo que
formula a expressão falada e a do indivíduo que a recebe. Correspondentemente, distingue duas formas
e dois mecanismos de actividade de fala (Vygotsky, 1934)

Existe a fala expressiva, que começa com o motivo ou ideia geral da expressão, que é
codificada em um esquema de fala e posta em operação com o auxílio da fala interna; finalmente, estes
esquemas são convertidos em fala narrativa, baseada em uma gramática “generativa” (Vygotsky, 1956)

Há a fala impressiva, que segue o curso oposto, começando pela percepção de um fluxo de fala
recebido de outra fonte, processo esse seguido por tentativas de descodificar o referido fluxo; isto é
feito por análise da expressão falada percebida, identificação de seus elementos significativos e redução
desses elementos a um determinado esquema de fala-, este, por meio da mesma fala interna, é
convertido na ideia geral do esquema que permeia a expressão, e, finalmente, o motivo por trás da
expressão é descodificado (Vygotsky, 1960)

Actividade de fala (seja expressiva ou impressiva) é claramente uma estrutura psicológica


altamente complexa que incorpora vários componentes diferentes. As características gerais da
actividade de fala como uma forma especial de comunicação social representam apenas um aspecto
deste processo. Existem, contudo, outros aspectos da fala: como um instrumento para a actividade
intelectual, e, finalmente, como um método para regular ou organizar processos mentais humanos
(Luria, 1947)

A fala, baseada na palavra, a unidade básica da linguagem, e na frase (ou sintagma, ou


combinação de palavras) como a unidade básica da expressão narrativa, usa automaticamente essas
facilidades historicamente formadas, em primeiro lugar, como um método de análise e generalização de

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informações recebidas, e, em segundo lugar, como um método de formular decisões e tirar conclusões
(Vygotsky, 1956)

É por isto que a fala, um meio de comunicação, se tornou ao mesmo tempo também um
mecanismo de actividade intelectual — um método a ser usado em operações de abstracção e de
generalização e uma base para o pensamento categórico. Pela distinção de certos aspectos, pela fixação
das intenções e pela formulação de programas de actividade, a fala se torna ao mesmo tempo um
método para regular o comportamento e para fixar o curso de processos mentais, como já descrevi.
Somente pela consideração de todos esses aspectos é que se pode fazer uma abordagem apropriada da
análise da actividade dc fala humana, como foi estudado por psicólogos nas últimas décadas
(Vygotsky, 1934; 1956; 1960; Luria, 1947; 1956; 1958b; 1961; 1966a; 1970a)

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Entretanto, a fala humana, que usa a linguagem como o seu principal instrumento, tem também
o seu aspecto executivo ou operante, e uma análise cuidadosa dos componentes deste aspecto operante
da organização dos processos de fala será tão importante para o nosso propósito quanto a análise da
estrutura da actividade de fala como um todo. (Vygotsky, 1934; 1956).

O primeiro componente desta organização operante ou executiva da fala é o mecanismo de seu


aspecto frásico ou acústico. Este mecanismo inclui a análise acústica do fluxo de fala, que converte um
fluxo contínuo de sons em unidades individualizadas ou fonemas, cada um dos quais se baseia no
isolamento de sons úteis que desempenham um papel decisivo na discriminação do significado,
diferindo tais fonemas de idioma para idioma. Elas incluem a descoberta das pistas articulatórias
necessárias, permitindo que o fonema requerido seja pronunciado e convertendo-o na unidade da fala
expressiva o articulem. (Vygotsky, 1934; 1956).

O aspecto frásico (acústico) da fala é apenas o primeiro componente na organização da função


executiva do processo de fala. O componente seguinte é a organização léxico-semântica do ato de falar,
o que exige domínio do código léxico-morfológico da linguagem para possibilitar a conversão de
imagens ou conceitos em seus equivalentes verbais, o que em si mesmo se compõe da simbolização
radical (ou categorização objectiva) da fala e é a função de sua generalização ou “significação” , ou, em
outras palavras, a função de incorporação de qualquer coisa que precise ser designada em um sistema
concreto de conexões baseadas em critérios morfológicos ou semânticos. (Vygotsky, 1934; 1956).

A formação de uma tal rede de grupos morfológicos (ícYicidade, maldade ou ansiedade;


solidão, devassidão ou ingratidão, e assim por diante) ou semânticos (hospital, escola, delegacia, de
acordo com o princípio de “instituições públicas”, ou director, enfermeira-chefe, inspector, de acordo
com o princípio da pessoa que dirige o pessoal de um estabelecimento) ilustra apenas exemplos
especiais das categorias semânticas altamente complexas em que cada palavra que constitui a unidade
generalizada da fala é incluída. (Vygotsky, 1934; 1956).

As palavras são apenas a unidade básica do aspecto executivo (operante) do processo de fala. O
componente seguinte em sua organização é a frase ou expressão, que pode variar em complexidade e
que pode ser convertida em fala narrativa, conexa. Esta expressão não é tanto um processo de
generalização categórica, que é uma qualidade de palavras individuais, quanto um processo de
transição de pensamento para fala, ou uma codificação de um plano original em um sistema expandido

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de frases, baseado em códigos sintácticos objectivos de linguagem e que incorpora a fala interna, que,
com sua estrutura condensada e predicativa, é o elo essencial de qualquer expressão narrativa
(Vygotsky, 1934; 1956).

4.1. Fala impressiva (receptiva)

Com o seu poderoso sistema de conexões com a zona pós-central (cinestésica) e com a zona
inferior do córtex pré-motor, as zonas póstero-superiores da região temporal esquerda são
particularmente adaptadas para o isolamento e a identificação das características fonémicas
fundamentais, ou, em outras palavras, para a análise acústica altamente especializada. É esta função
fisiológica (e não a “imagem sensorial de palavras” postulada por Wernicke) que constitui a
contribuição directa desta região cortical para a estrutura dos processos de fala.

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Uma lesão dessas zonas naturalmente interfere com a identificação dessas características
fonémicas, perturba a audição verbal altamente especializada e leva ao desenvolvimento do quadro
familiar de afasia temporal ou “acústico-gnóstica”.

O distúrbio de audição fonémica como um resultado directo de uma lesão das zonas temporais
superiores do hemisfério esquerdo (área de Wernicke) é um caso típico de retirada de uma condição
essencial para o aspecto operante da fala impressiva. Ele deixa intacta a intenção do paciente de
analisar o significado das palavras percebidas e não destrói tentativas activas de descodificar a fala
audível, mas torna essas tentativas frustradas em virtude de um distúrbio da condição fundamental
essencial para o desempenho dessa tarefa.

Conquanto deixe intacta a actividade intelectual fundamental do paciente (o que é claro a partir do
fato de que as suas actividades aritmética escrita e construtora visual permanecem normais), o distúrbio
em pauta impede completamente as formas de actividade intelectual que dependem da formulação pela
fala e da integridade das operações de fala intermediárias. É por isto que, como ainda veremos
novamente, a compreensão que o paciente tem do significado geral do que lhe é dito pode permanecer
intacta em tais casos, em consequência de suas adivinhações acerca do contexto do que se lhe diz e de
seu estudo da entonação geral da fala audível, ao passo que é quase completamente impossível o
entendimento preciso e concreto do significado das palavras. (Luria, 1972)

Já mencionei as consequências secundárias (sistémicas) de um distúrbio desse tipo e não me deterei


mais nelas em particular. Contudo, um distúrbio de audição fonémica é apenas uma, e a mais
elementar, forma de distúrbio do componente inicial envolvido na decodificação da fala. (Luria, 1972)

A segunda forma é aquela característica desordem de compreensão da fala que pode ser comparada
à “cegueira mental associativa” de Lissauer; neste caso permanece intacta a composição fonémica da
fala, mas há graves distúrbios no reconhecimento do seu significado. Não se conhece ainda a natureza
desta forma associativa de afasia sensorial, nem os mecanismos fisiológicos subjacentes, e apenas
podemos postular, como já o fiz, que a possível base deste distúrbio (em cujo caso o foco patológico
mais coinumente se situa nas zonas posteriores da região temporal ou têmporo-ocipital do hemisfério
esquerdo) é um prejuízo do funcionamento em concerto dos analisadores da audição de fala e visuais,
como resultado do que a palavra articulada não mais evoca a sua imagem correspondente. Entretanto,
dispomos de insuficientes evidências fidedignas para apoiar esta hipótese, e, enquanto não houver

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novos fatos disponíveis, não poderemos nem aceitá-la e nem rejeitá-la. Procurarei analisar este
problema em comunicações futuras e em outros estudos no campo da neurolinguística. (Luria, 1972)

O estágio seguinte na fala impressiva é a compreensão do significado de uma frase inteira cm de


Ioda uma expressão de fala conexa. A organização cerebral deste processo é evidentemente muito mais
complexa do que a da decodificação simples, directa, do significado de palavras. No momento, parece
que há três mecanismos principais envolvidos neste processo. Eles se apoiam na participação de
diferentes zonas cerebrais e assumem formas diversas. (Luria, 1972)

A primeira condição essencial para a decodificação da fala narrativa é a retenção de todos os


elementos da expressão na memória para fala. Se esta condição não for satisfeita é impossível para o
paciente entender uma frase longa ou uma expressão de fala narrativa que exija a comparação de seus
elementos. (Luria, 1972)

Segunda condição essencial para a compreensão da fala narrativa é a síntese simultânea de seus
elementos e a capacidade não somente de reter todos os elementos da estrutura da fala narrativa como
também de “inspecioná-la” simultaneamente e de plasmá-la em um esquema lógico simultaneamente
percebido. Esta condição não é igualmente essencial para a compreensão de expressões que diferem em
sua estrutura. Ela não é, de maneira alguma, essencial para a compreensão de muitas formas de fala
narrativa simples pertencentes à categoria do que Svedelius (1897) chamou dc “comunicação dc
acontecimentos’', que não incorporam relações gramaticais complexas.

A terceira condição, muito importante, para a compreensão da fala narrativa e a decodificação do


seu significado é a análise activa de seus elementos mais significativos. Dificilmente se exigirá esta
análise activa para a decodificação de frases simples e das formas mais elementares de fala narrativa.
Ela se torna, entretanto, uma condição indispensável para a decodificação do significado de frases
complexas, ou, mais especialmente, para a compreensão do significado geral, e, mais especialmente
ainda, do sentido sugerido nas entrelinhas de uma afirmação narrativa complexa.

4.2. Fala expressiva

A fala expressiva consiste na codificação de pensamento em uma expressão expandida, e inclui


uma série de componentes operantes. Entretanto, para explicar a sua organização cerebral, seguimos
em sentido inverso e começamos por examinar as suas formas mais elementares a fim de elucidar os
seus mecanismos cerebrais. O tipo mais elementar de fala expressiva é a fala repetitiva.

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O tipo seguinte de fala expressiva, a nomeação de objectos, é muito mais complexo. Neste caso não
existe um modelo acústico da palavra requerida e o indivíduo terá de encontrá-la por si mesmo,
partindo da imagem visual do objecto percebido (ou imaginado) e codificando, então, a imagem por
meio de uma palavra apropriada de linguagem oral. A realização desta tarefa depende, naturalmente, de
uma série de novas condições, e, consequentemente, da participação de outras zonas corticais.

5. ORGANIZAÇÃO CEREBRAL NO USO DA LINGUAGEM

Sim, podemos dizer que a semelhanças. A língua de sinais é organizada no cérebro da mesma
forma que a língua oral, e que as especializações hemisférica do lado esquerdo usam a mesma forma de
comunicação, tanto nos surdos como nos ouvintes a expressão facial é o que se faz capaz de distinguir
o que ambos tentam transmitir. Porém o surdo por sua vez possui estímulos periferia do campo visual
maior.

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Que mesmos os pacientes leccionados o prejuízo na língua de sinais não produz afasia e que
estes estudos nos ilustra que a existência de uma língua na qual as formas são desenvolvidas e

comunicadas através de instrumentos visuais fornece uma oportunidade única.

O problemas encontrado nesses pacientes está na capacidade de expressão, por exemplos os


pacientes com lesão hemisfério no lado esquerdo apesar de possuir erro gramaticais permitia-se avaliar
tanto a expressão facial linguística com a afectiva que a acompanham, já os que possuíam lesão no
hemisfério direito produzia expressões faciais linguísticas apropriadas quando requeridas, mas
nenhuma expressão facial afectiva, tanto para os ouvintes como para os surdos.

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6. Conclusão
Depois de explanação do trabalho concluímos que, O estágio seguinte na fala impressiva é a
compreensão do significado de uma frase inteira cm de Ioda uma expressão de fala conexa. A
organização cerebral deste processo é evidentemente muito mais complexa do que a da decodificação
simples, directa, do significado de palavras. No momento, parece que há três mecanismos principais
envolvidos neste processo. Eles se apoiam na participação de diferentes zonas cerebrais e assumem
formas diversas. (Luria, 1972) A concepção de que a articulação e a percepção envolvem a mesma
interface (representação fonética) é controversa, os problemas obscuros relacionados à interface C-I
(conceptual-intencional) é ainda mais. O termo “articulatório” é tão restrito que sugere que a faculdade
da linguagem apresenta uma modalidade específica, com uma relação especial aos órgãos vocais. O
trabalho nos últimos anos em língua de sinais evidencia que essa concepção é muito restrita. Eu
continuarei a usar o termo, mas sem quaisquer implicações sobre a especificidade do sistema de output,
mantendo o caso das línguas faladas. (Chomsky, 1995:434)

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7. Referências bibliográficas

LURIA, A. R., SOKOLOV, E. N„ e KLIMKOVSKY, M. (1967b), “ Towards a n e u rodynam ic


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LURIA, A. R., e TSVETKOVA, L. S. (1965a), “ The program m ing of constructive activity in local
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VYGOTSKY, L. S. (1934), Thought and Speech, Sotsekgiz (russo).

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VYGOTSKY, L. S. (I960), D evelopm ent of the Higher Mental Functions, Izd. Akad. Pedagcg. Nauk
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