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Delegação de Chimoio
Curso: Licenciatura em Psicologia Clinica
Cadeira: Neuropsicologia
3° Ano-Curso Nocturno
Índic
e
1. Introdução...........................................................................................................4
2.2. Específicos..........................................................................................................4
3. Metodologia...............................................................................................................4
6. Conclusão.................................................................................................................13
7. Referências bibliográficas........................................................................................14
1. Introdução
2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral
2.2. Específicos
3. Metodologia
A Metodologia usada para a realização deste trabalho foi levantamento bibliográfico retrospectivo
de vários outros autores e que abordam de diferentes formas o tema em estudo.
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4. Estrutura Psicológica da fala e sua organização cerebral
A psicologia moderna considera a fala como um meio especial de comunicação que usa a
linguagem para a transmissão dc informações. Encara a fala como urna forma complexa e
especificamente organizada de actividade consciente que envolve a participação do indivíduo que
formula a expressão falada e a do indivíduo que a recebe. Correspondentemente, distingue duas formas
e dois mecanismos de actividade de fala (Vygotsky, 1934)
Existe a fala expressiva, que começa com o motivo ou ideia geral da expressão, que é
codificada em um esquema de fala e posta em operação com o auxílio da fala interna; finalmente, estes
esquemas são convertidos em fala narrativa, baseada em uma gramática “generativa” (Vygotsky, 1956)
Há a fala impressiva, que segue o curso oposto, começando pela percepção de um fluxo de fala
recebido de outra fonte, processo esse seguido por tentativas de descodificar o referido fluxo; isto é
feito por análise da expressão falada percebida, identificação de seus elementos significativos e redução
desses elementos a um determinado esquema de fala-, este, por meio da mesma fala interna, é
convertido na ideia geral do esquema que permeia a expressão, e, finalmente, o motivo por trás da
expressão é descodificado (Vygotsky, 1960)
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informações recebidas, e, em segundo lugar, como um método de formular decisões e tirar conclusões
(Vygotsky, 1956)
É por isto que a fala, um meio de comunicação, se tornou ao mesmo tempo também um
mecanismo de actividade intelectual — um método a ser usado em operações de abstracção e de
generalização e uma base para o pensamento categórico. Pela distinção de certos aspectos, pela fixação
das intenções e pela formulação de programas de actividade, a fala se torna ao mesmo tempo um
método para regular o comportamento e para fixar o curso de processos mentais, como já descrevi.
Somente pela consideração de todos esses aspectos é que se pode fazer uma abordagem apropriada da
análise da actividade dc fala humana, como foi estudado por psicólogos nas últimas décadas
(Vygotsky, 1934; 1956; 1960; Luria, 1947; 1956; 1958b; 1961; 1966a; 1970a)
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Entretanto, a fala humana, que usa a linguagem como o seu principal instrumento, tem também
o seu aspecto executivo ou operante, e uma análise cuidadosa dos componentes deste aspecto operante
da organização dos processos de fala será tão importante para o nosso propósito quanto a análise da
estrutura da actividade de fala como um todo. (Vygotsky, 1934; 1956).
As palavras são apenas a unidade básica do aspecto executivo (operante) do processo de fala. O
componente seguinte em sua organização é a frase ou expressão, que pode variar em complexidade e
que pode ser convertida em fala narrativa, conexa. Esta expressão não é tanto um processo de
generalização categórica, que é uma qualidade de palavras individuais, quanto um processo de
transição de pensamento para fala, ou uma codificação de um plano original em um sistema expandido
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de frases, baseado em códigos sintácticos objectivos de linguagem e que incorpora a fala interna, que,
com sua estrutura condensada e predicativa, é o elo essencial de qualquer expressão narrativa
(Vygotsky, 1934; 1956).
Com o seu poderoso sistema de conexões com a zona pós-central (cinestésica) e com a zona
inferior do córtex pré-motor, as zonas póstero-superiores da região temporal esquerda são
particularmente adaptadas para o isolamento e a identificação das características fonémicas
fundamentais, ou, em outras palavras, para a análise acústica altamente especializada. É esta função
fisiológica (e não a “imagem sensorial de palavras” postulada por Wernicke) que constitui a
contribuição directa desta região cortical para a estrutura dos processos de fala.
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Uma lesão dessas zonas naturalmente interfere com a identificação dessas características
fonémicas, perturba a audição verbal altamente especializada e leva ao desenvolvimento do quadro
familiar de afasia temporal ou “acústico-gnóstica”.
O distúrbio de audição fonémica como um resultado directo de uma lesão das zonas temporais
superiores do hemisfério esquerdo (área de Wernicke) é um caso típico de retirada de uma condição
essencial para o aspecto operante da fala impressiva. Ele deixa intacta a intenção do paciente de
analisar o significado das palavras percebidas e não destrói tentativas activas de descodificar a fala
audível, mas torna essas tentativas frustradas em virtude de um distúrbio da condição fundamental
essencial para o desempenho dessa tarefa.
Conquanto deixe intacta a actividade intelectual fundamental do paciente (o que é claro a partir do
fato de que as suas actividades aritmética escrita e construtora visual permanecem normais), o distúrbio
em pauta impede completamente as formas de actividade intelectual que dependem da formulação pela
fala e da integridade das operações de fala intermediárias. É por isto que, como ainda veremos
novamente, a compreensão que o paciente tem do significado geral do que lhe é dito pode permanecer
intacta em tais casos, em consequência de suas adivinhações acerca do contexto do que se lhe diz e de
seu estudo da entonação geral da fala audível, ao passo que é quase completamente impossível o
entendimento preciso e concreto do significado das palavras. (Luria, 1972)
A segunda forma é aquela característica desordem de compreensão da fala que pode ser comparada
à “cegueira mental associativa” de Lissauer; neste caso permanece intacta a composição fonémica da
fala, mas há graves distúrbios no reconhecimento do seu significado. Não se conhece ainda a natureza
desta forma associativa de afasia sensorial, nem os mecanismos fisiológicos subjacentes, e apenas
podemos postular, como já o fiz, que a possível base deste distúrbio (em cujo caso o foco patológico
mais coinumente se situa nas zonas posteriores da região temporal ou têmporo-ocipital do hemisfério
esquerdo) é um prejuízo do funcionamento em concerto dos analisadores da audição de fala e visuais,
como resultado do que a palavra articulada não mais evoca a sua imagem correspondente. Entretanto,
dispomos de insuficientes evidências fidedignas para apoiar esta hipótese, e, enquanto não houver
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novos fatos disponíveis, não poderemos nem aceitá-la e nem rejeitá-la. Procurarei analisar este
problema em comunicações futuras e em outros estudos no campo da neurolinguística. (Luria, 1972)
Segunda condição essencial para a compreensão da fala narrativa é a síntese simultânea de seus
elementos e a capacidade não somente de reter todos os elementos da estrutura da fala narrativa como
também de “inspecioná-la” simultaneamente e de plasmá-la em um esquema lógico simultaneamente
percebido. Esta condição não é igualmente essencial para a compreensão de expressões que diferem em
sua estrutura. Ela não é, de maneira alguma, essencial para a compreensão de muitas formas de fala
narrativa simples pertencentes à categoria do que Svedelius (1897) chamou dc “comunicação dc
acontecimentos’', que não incorporam relações gramaticais complexas.
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O tipo seguinte de fala expressiva, a nomeação de objectos, é muito mais complexo. Neste caso não
existe um modelo acústico da palavra requerida e o indivíduo terá de encontrá-la por si mesmo,
partindo da imagem visual do objecto percebido (ou imaginado) e codificando, então, a imagem por
meio de uma palavra apropriada de linguagem oral. A realização desta tarefa depende, naturalmente, de
uma série de novas condições, e, consequentemente, da participação de outras zonas corticais.
Sim, podemos dizer que a semelhanças. A língua de sinais é organizada no cérebro da mesma
forma que a língua oral, e que as especializações hemisférica do lado esquerdo usam a mesma forma de
comunicação, tanto nos surdos como nos ouvintes a expressão facial é o que se faz capaz de distinguir
o que ambos tentam transmitir. Porém o surdo por sua vez possui estímulos periferia do campo visual
maior.
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Que mesmos os pacientes leccionados o prejuízo na língua de sinais não produz afasia e que
estes estudos nos ilustra que a existência de uma língua na qual as formas são desenvolvidas e
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6. Conclusão
Depois de explanação do trabalho concluímos que, O estágio seguinte na fala impressiva é a
compreensão do significado de uma frase inteira cm de Ioda uma expressão de fala conexa. A
organização cerebral deste processo é evidentemente muito mais complexa do que a da decodificação
simples, directa, do significado de palavras. No momento, parece que há três mecanismos principais
envolvidos neste processo. Eles se apoiam na participação de diferentes zonas cerebrais e assumem
formas diversas. (Luria, 1972) A concepção de que a articulação e a percepção envolvem a mesma
interface (representação fonética) é controversa, os problemas obscuros relacionados à interface C-I
(conceptual-intencional) é ainda mais. O termo “articulatório” é tão restrito que sugere que a faculdade
da linguagem apresenta uma modalidade específica, com uma relação especial aos órgãos vocais. O
trabalho nos últimos anos em língua de sinais evidencia que essa concepção é muito restrita. Eu
continuarei a usar o termo, mas sem quaisquer implicações sobre a especificidade do sistema de output,
mantendo o caso das línguas faladas. (Chomsky, 1995:434)
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7. Referências bibliográficas
LURIA, A. R., e TSVETKOVA, L. S. (1965a), “ The program m ing of constructive activity in local
brain lesions” , Voprosy Psikhologii, n? 2 (russo).
LURIA, A. R., e TSVETKOVA, L. S. (1967), Les troubles de la résolution des problèm es: analyse
neuropsychologique, G autier Villar, Paris.
VYGOTSKY, L. S. (1956), Selected Psychological Investigations, Izd. Akad. P edagog. Nauk RSFSR,
Moscou (russo).
VYGOTSKY, L. S. (I960), D evelopm ent of the Higher Mental Functions, Izd. Akad. Pedagcg. Nauk
R SFSR, Moscou (russo).
VYGOTSKY, L. S., e LURIA, A. R. (1930), Studies in the History o f Behaviour, OGIZ, Moscou
(russo).
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