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Eliana

Dinercio Americo Mauai

Helder Pedro Uamusse

LINGUAGEM E SOCIEDADE
Licenciatura em Português, com Especialização a Ensino

Universidade Save
Chongoene
2023
Eliana

Dinercio Americo Mauai

Helder Pedro Uamusse

LINGUAGEM E SOCIEDADE

Trabalho apresentado ao Departamento de


Letras e Ciências Sociais, no âmbito da
cadeira de Praatica e Anaalise de Discurso.

O Docente:

___________

Prof. Angeelo Ameerico Mauai

Universidade Save
Chongoene
2023
Índice
CAPÍTULO I: Introdução................................................................................................................4
CAPÍTULO II: Referencial Teórico.................................................................................................5
2.1. Discurso.............................................................................................................................5
2.2. Sociedade..........................................................................................................................5
2.3. Cultura...............................................................................................................................5
2.4. Ideologia............................................................................................................................5
2.4.1. Níveis de compreensão do conceito ideologia...........................................................6
2.4.1.1. Ideologia como distorção da realidade....................................................................6
2.4.1.2. Ideologia como uma legitimação da realidade........................................................6
2.4.1.3. Ideologia como integração......................................................................................6
2.5.Formação ideológica..........................................................................................................6
2.6. Formação Discursiva..........................................................................................................7
2.7. Distinção entre formação ideológica e formação discursiva.............................................8
2.8. Relação entre ideologia e Formação Discursiva................................................................8
CAPÍTULO III: Conclusão...............................................................................................................9
Referências bibliográficas...........................................................................................................10
Análise da ideologia em discursos políticos...............................................................................11
CAPÍTULO I: Introdução
Sendo a sociedade o conjunto de pessoas que compartilham costumes, propósitos, e que
interagem entre si a partir de uma determinada linguagem, há uma necessidade de
analisar a relação que pode existir entre a língua e pensamento, isto é, a ideologia por de
trás do discurso.

O presente trabalho, surge no contexto da cadeira de Prática e Análise de Discurso, e


tem como objectivo macro apresentar a relação entre o discurso, a sociedade e a
ideologia.

Especificamente, objectiva trazer a distinção e relação entre a formação ideológica e a


formação discursiva e fazer uma análise das ocorrências da ideologia nos discursos que
ocorrem na sociedade, quer seja política, social, religiosa, etc.

Do ponto de vista estrutural, esta pesquisa compreende os seguintes elementos: Pré-


textuais: onde temos a capa e contracapa; Textuais: Temos a Introdução – com uma
breve apresentação das principais abordagens que perfazem o trabalho; o Referencial
teórico – exposição e descrição dos conceitos-chave que nortearam as pesquisas
(Discurso, Cultura, Ideologia); Conclusão: Temos as apreciações feitas após a
realização do trabalho e os Pós-textuais: Temos as referências bibliográficas – obras
consultadas para a realização do trabalho.
CAPÍTULO II: Referencial Teórico

2.1. Discurso
Guimarães (2013) define discurso como sendo o lugar de intermediação entre a língua e
a fala. Nesse sentido é possível passar para um nível de análise específico que possui
suas próprias regularidades, suas estratégias, suas regras.
Na perspectiva de Bakhtin, cit. em Guimarães (2013), discurso é a parte integrante e
uma discussão ideológica em grande escala. O autor diz ainda que o discurso responde a
alguma coisa, refuta, confirma, antecipa respostas e objecções e procura apoio.

2.2. Sociedade
Segundo Giddens (2008), sociedade é um sistema de inter-relações que envolve os
indivíduos colectivamente. O que une uma sociedade é o facto de os seus membros se
organizarem em relações sociais estruturadas segundo uma única cultura.

2.3. Cultura
Segundo Giddens (2008), a cultura refere-se aos modos de vida dos membros de uma
sociedade, ou de grupos pertencentes a essa sociedade; inclui o modo como se vestem,
as suas formas de casamento e de família, os seus padrões de trabalho, cerimónias
religiosas e actividades de lazer.

2.4. Ideologia
Althusser (1980) concebe ideologia como sistema das ideias das representações que
dominam o espírito de um homem ou de um grupo social.
Paul Ricoceur (1991) cit. em Guimarães olha ideologia como conjunto de
representações que permitem ao sujeito reconhecer-se como tal e compreender o lado
social que o une aos demais e à sociedade em geral. Trata-se de um sinal de significação
que pode estar presente em qualquer tipo de mensagem, mesmo no discurso científico.
A ideologia tem uma grande capacidade de mobilizar as pessoas e as massas, enquanto
espelha uma visão de mundo, uma diversidade de valores, ou melhor ainda, um juízo de
valor sobre essa ou aquela situação. Ela, define-se como expressão de uma tomada de
posição determinada, configurando-se, por isso, como condição essencial na relação
mundo/linguagem.
2.4.1. Níveis de compreensão do conceito ideologia
Paul Ricoceur (1991) cit. em Guimarães apresenta três níveis de compreensão da
ideologia:

2.4.1.1. Ideologia como distorção da realidade


Na senda do mesmo autor, a realidade é distorcida a partir de um conjunto de
representações por meio do qual os homens tentam explicar e compreender sua própria
vida individual e social, e estabelecer as relações com o natural e o sobrenatural,
distorcendo a realidade.

2.4.1.2. Ideologia como uma legitimação da realidade


Não há nenhuma ordem social que opere exclusivamente pela força, procura o
assentimento daqueles que são governados por essa ordem social. É desse assentimento
que resulta a ideologia configurada como legitimação da realidade, como reflexo das
estruturas sociais: essas estruturas passam a impor aos sujeitos, sentidos
institucionalizados, tomados como naturais. Dá-se aí a inserção histórica, o
assujeitamento ideológico do falante.
Ideologia é um facto cuja natureza congrega indivíduos em torno de determinadas
crenças, de determinados propósitos ou ideais. No entanto, o ideológico de cada
discurso é apenas uma pequena parte do que se chama ideologia ou formação
ideológica.

2.4.1.3. Ideologia como integração


A ideologia se instaura na sociedade principalmente pela língua, da qual o sujeito se
apropria para comunicar-se, fazer-se entender, fato que justifica a definição de discurso
como ponto de articulação dos processos ideológicos e dos fenómenos linguísticos. Na
relação mundo/Linguagem entra como condição essencial a ideologia.

2.5.Formação ideológica
Na visão de Maingueneau (2000), constitui um conjunto complexo de atitudes que se
relacionam mais ou menos directamente com a posição de classes em conflito umas em
relação às outras.
Na visão de Paul Ricoceur (1991), formação ideológica é o conjunto de atitudes,
representações referidas a posições de classe, que é susceptível de intervir com força
confrontada a outras na conjunção ideológica que caracteriza uma formação social em
um dado momento. Este posicionamento constitui-se como uma das categorias de base
da análise de discurso, que diz respeito à instauração e à conservação de uma identidade
enunciativa forte. Emprega-se também o termo “posicionamento” para designar uma
identidade enunciativa fraca.
Nas duas concepções, o termo referencia a posição ocupada pelo sujeito num campo de
discussão, os valores que ele, consciente ou inconsciente, defende, uma demonstração
de marcas características de sua identidade social e ideológica.
Esses princípios enquadram-se bem no âmbito da formação ideológica ligada á
formação discursiva.
Assim, num discurso historiográfico por exemplo, a formação ideológica e a formação
discursiva podem ser analisadas dando ênfase:
 Aos princípios gerais que regiam a formação historiográfica característica da
época (o critério de verdade, por exemplo);
 À demarcação dos tipos discursivos próximos do discurso historiográfico
(exemplo a diferença entre história, crónica, etc,);
 À caracterização das macroestruturas comprometidas com o sentido geral do
discurso.
Conclui-se que o exame das formações ideológicas corporificadas nas formações
discursivas leva a compreender o campo do discurso como um conjunto de estratégias
que organizam e distribuem as condições enunciativas delimitadas pelo contexto
histórico-social.
A técnica apropriada para a captação da ideologia do discurso está concentrada nas
propostas da chamada análise do discurso.

2.6. Formação Discursiva


Foucault (1986) concebe ideologia como sendo um conjunto de regras anónimas,
históricas, sempre determinadas no espaço que definiram, em uma dada época, e para
uma área social, económica, geográfica ou linguística dada, as condições de exercício
da função enunciativa.
O autor salienta ainda que a formação discursiva é heterogénea a ela própria, ou seja,
não se estabelecem limites rígidos entre o interno e externo é preciso reconhecer as
várias linguagens em uma única, e, não uma única linguagem para todos.
Pêcheux destaca que existe uma formação discursiva (conjunto de regras que
controlamos enunciados o que o indivíduo pode e deve falar); afirma, ainda, que a
discursividade, controlada pela ideologia é que age na temporalidade sendo contínua,
advém da formação discursiva. Como o enunciado se repete apesar de ser um acto
único, o autor afirma que a formação discursiva traz uma heterogeneidade discursiva,
devido às formações ideológicas.

2.7. Distinção entre formação ideológica e formação discursiva


A diferença entre a formação ideológica e formação discursiva deve-se ao facto de a
primeira determinar aquilo que se deve pensar ao passo que a outra determina o que se
pode dizer.

2.8. Relação entre ideologia e Formação Discursiva


Segundo Maingueneau cit. em Guimarães (2013), a noção de ideologia está obviamente
ligada á concepção de formação ideológica, e decorrente dela à concepção de formação
discursiva.
A ideologia é o ponto essencial na construção do sujeito e desenvolve a partir das
formações discursivas adoptadas pelo mesmo sujeito, ou seja, as formações discursivas
nas quais se fixa o posicionamento do sujeito no decorrer do discurso.
CAPÍTULO III: Conclusão
Finda a realização do trabalho/ o grupo concluiu que a sociedade e um sistema que
envolve pessoas colectivas que comungam das mesmas ideias crenças ; e culturas vai
ser a forma como essas pessoas vivem numa determinada sociedade incluindo a forma
de vestir ‘a língua falada por essas cerimonias religiosas.

Depreendemos também que a ideologia vai ser aquilo no que o sujeito


acredita ;ideologia como distorção da realidade realiza se deste o momento em que
invocamos o sobre natural para justificar acções naturais distorcendo dessa forma a
realidade;ideologia como integração ns se manifesta na sociedade principalmente pela
lingua na qual o individuo usa para se comunicar e no que diz respeito a distorcao entre
a formacao ideologica e formação discursiva e que a formação ideologia observa
somente aquilo que se deve pensar enquanto a outra no que se pode falar.

Por último a ideologia e o ponto macro na construcao do sujeito e desenvolve apartir das
formações discursivas adoptadas pelo mesmo sujeito.
Referências bibliográficas
ALTHUSSER, L., 1980. Ideologia e Aparelhos ideológicos do Estado, Presença,
Lisboa.
BAKHTIN, Mikhail, 2006. Marxismo e Filosofia da Linguagem, Hucitec, São
Paulo.
FOUCAULT, Michel, 2005. Arqueologia do Saber. Forense Universitária. Rio
de Janeiro.
GIDDENS, Anthony, 2008. Sociologia, Edição da Fundação Calouste
Gulbenkian, Lisboa.
GUIMARÃES, Elisa, 2013. Texto, discurso e ensino, editora contexto, São
Paulo.
MAINGUENEAU, Dominique, 2000. Analisando discursos constituintes.
Revista GELNE, vol.2. Nº2. Universidade Federal do Ceará.
PÊCHEUX, Michel, 1999. Sobre (des) construção das teorias linguísticas. In:
Línguas e Instrumentos Linguísticos. Pontes, Campinas.
Análise da ideologia em discursos políticos
Este ponto é reservado à análise de algumas passagens de materiais audiovisuais
extraídos das redes sociais (youtube).

Num primeiro momento, faremos análise de ideologias diferentes em dois discursos


com o mesmo tópico (alimentação dos moçambicanos).

Audio I ‘’A população moçambicana tem 3 refeições por dia’’

Ideologia como uma legitimação da realidade

Ao analisar o áudio, podemos perceber que o falante legitima a realidade a partir do seu
discurso, este revela que a sua ideologia quando conta a sua visão da realidade do seu
meio e que existem.

No segundo ponto, o falante ao replicar o que um determinado falante disse revela-nos


uma distorção da realidade por parte do dono do discurso replicado.

Apartir do discurso e possível identificar a ideologia defendida pelo candidato da


FRELIMO (ideologia politica), o mesmo socore-se dos seus 40 anos de esperiencia para
fazer o povo acreditar que o seu partido e capaz de melhorar o assunto de crise, dando a
entender que mesmo com dificuldades eles gemrem a maneira deles os recursos ate
patrecer que não existe crise.

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