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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CENTRO DE RECURSO DE LICHINGA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

Elementos da Comunicação

NOME DO ESTUDANTE: ABEL ELÍSIO SERAFIM


CÓDIGO: 96230474

Lichinga, Março de 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CENTRO DE RECURSO DE LICHINGA


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

Elementos da Comunicação

NOME DO ESTUDANTE: ABEL ELÍSIO SERAFIM


CÓDIGO: 96230474

Trabalho de campo da cadeira de Técnicas de


Expressão Oral e Escrita a ser submetido na
coordenação do Curso de licenciatura em ensino de
Biologia da UNISCED.
Tutor:

Lichinga, Março de 2023


Índice
Introdução............................................................................................................................... 4

Conceito de comunicação....................................................................................................... 5

Elementos essenciais do Processo de Comunicação...............................................................7

Funções de linguagem.............................................................................................................8

Função emotiva ou expressiva................................................................................................ 8

Função apelativa ou conativa..................................................................................................8

Função fática ou de contato.................................................................................................... 9

Função referencial ou denotativa............................................................................................ 9

Função metalinguística........................................................................................................... 9

Função poética...................................................................................................................... 10

Conclusão..............................................................................................................................10

Referencias bibliográficas.....................................................................................................11
Introdução
A comunicação consiste na transmissão de conteúdos entre duas entidades. A comunicação é
uma actividade imanente à prática do professor e representa um dos fenômenos mais
importantes da espécie humana. Portanto, compreendê-la, implica voltar no tempo, buscar
as origens da fala, o desenvolvimento das linguagens e verificar como e por que ele se
modificou ao longo da história, isto é, um processo que envolve as individualidades,
histórias, sentimentos, valores e modos de ver o mundo, pelo qual provoca mudanças na
forma de sentir, pensar e agir dos sujeitos na vida em sociedade.

Dentro do processo comunicativo, existem seis elementos principais que fazem com que a
comunicação ocorra sem impedimentos, que são: fonte, o emissor, receptor, canal de
comunicação, código, mensagem e contexto. Contudo, na falta de um desses elementos a
comunicação é tida com ruídos, por isso, reconhecê-los pode ser proveitoso ao professor no
sentido de poder incorporar esse conhecimento à sua prática já constituída.

Neste contexto, o presente trabalho de investigação da cadeira de Técnicas de expressão


oral e escrita tem por objectivo geral, conhecer os elementos da comunicação, bem como as
funções de linguagem do processo comunicativo.

No que tange aos objectivos específicos, o autor delimitou os seguintes:

 Dar conceito de comunicação,

 Descrever os elementos da comunicação;

 Explicar a importância da comunicação;

 Identificar as funções de linga aguagem.

Para a materialização deste trabalho, o autor baseou-se na metodologia de pesquisa


bibliográfica que consistiu na leitura de varias obras de autores que falam sobre o tema em
estudo com mais detalhe, leitura essa que culminou com a compilação do trabalho final.

Em termos de estrutura, o trabalho apresenta índice, introdução, desenvolvimento,


conclusão e uma referencia bibliográfica de todos autores citados ao longo do mesmo.

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Conceito de comunicação
Segundo a Etimologia da palavra, Marques de Melo (1975, p. 14) explica que
“comunicação vem do latim ‘communis’, comum. O que introduz a ideia de comunhão,
comunidade”

Segundo Rocha (1997, p.154), classificando a palavra comunicação conforme propõem os


dicionários, o termo seria apenas mais um substantivo feminino: “1. acto de comunicar;
informação, aviso; 2. passagem, caminho, ligação”.

Sousa (2006, p. 28), entende o conceito de comunicação como processo, em razão de que o
termo “designa um fenômeno contínuo [...] com sua evolução em interação”. Não faltaram,
ao longo dos estudos da comunicação, contribuições coerentes à compreensão de fenômeno
tão complexo.

Os fundamentos científicos sobre a comunicação encontram-se ancorados na biologia


mencionada por Teles (1973, p. 19) para quem “Uma rocha se comunica, à medida que suas
partículas nucleares se atraem ou se repelem na intimidade de sua estrutura atômica”.

Como podemos perceber, comunicação implica movimento. Por convenção, chamou-se


vida ao auto-movimento imanente. Sua extensão foi restrita ao campo biológico, plantas e
animais, em função da imanência.

Na antropologia, considerada por Souza Brasil (1973, p. 80) quando questiona sobre a
capacidade da fala já que não estamos estudando especificamente a evolução dos primatas,
nem mesmo a gênese humana em si, resta-nos, portanto, saber por que se diz que o homem
é sabido, já que só os sabidos pensam e falam? [...]. Quando e por que um determinado
animal poderia ser classificado como homem e quando outro, que apresenta estrema
semelhança anatômica, não o poderia?

Na psicologia, com Pereira (1973, p. 108) que procura lançar luzes sobre os elementos
sensoriais e, concomitantemente, sobre importantes aspectos da experiência estética o ser
humano é um “sistema” aberto em constante intercâmbio consigo próprio (vida interior
mental e visceral) e com o mundo ambiental.
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Isso só é possível graças aos elementos e órgãos que forma o Conjunto sensorial (órgãos do
sentido, sensibilidade à dor, etc., etc.) e às funções perceptivas.

[...] durante a transmissão de sinais ou símbolos, no trabalho de comunicação, o colorido


emocional e a tonalidade afetiva têm fundamental importância [...] (grifos do autor).

Cloutier, (1975), autor que destaca o papel do ser comunicante enquanto “Emerec”, atesta
que o homem possui duas características distintas (o de emissor e receptor), num processo
não linear e nem estático, encontrando-se este em movimento e variando conforme as
diferentes formas de comunicação.

O código, segundo Cunha; Rego; Cunha & Cabral-Cardoso (2003), é um sistema de


significados comuns aos membros de uma cultura ou subcultura. O resultado dessa
codificação é a mensagem, seja ela verbal ou não verbal, onde qualquer acontecimento,
comportamento ou objeto pode ser percepcionado, a qual pode ser emitida e/ou interpretada
independentemente da vontade.

De acordo com Argile (1978), a linguagem engloba os diferentes sinais corporais e, quando
fala do sistema “não verbal” aponta os seguintes canais: expressão facial; olhar; gestos e
movimentos posturais; contato corporal; comportamento espacial; roupas, aspecto físico e
outros inerentes a aparência.

Ao receber uma mensagem, o receptor a descodifica, o que consiste na tradução dos seus
aspectos verbais e não-verbais, de forma que lhe é atribuída um determinado significado
(percepção). Esta aparente simplicidade é, todavia, permeada por inúmeras dificuldades
inerentes aos sistemas de significação, uma vez que tais significados são muito mais o
produto de uma cultura particular do que os significantes (Cunha; Rego; Cunha & Cabral-
Cardoso, 2003).

Desse modo, as pessoas diferem em suas maneiras de perceber, pensar, sentir e agir, e essas
diferenças individuais influenciam a dinâmica interpessoal, a formação de grupos e a
própria cultura das instituições.

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Elementos essenciais do Processo de Comunicação
O termo comunicar significa basicamente interagir, estabelecer um contacto que tem por
objetivo transmitir informações, buscar entendimento e compreensão. A comunicação,
nesse sentido, é, como já dito, constitutiva da atividade do professor.

Contudo, pode dizer verdades sem que estas tenham o efeito de verdades ou até não
aparentem ser verdades. O sucesso de sua comunicação dependerá do modo como trabalha
os elementos que a constituem.

Assim, a teoria tradicional da comunicação (VANOYE, 2007.), estabelece que esta deve-se
processar a partir, basicamente de sete elementos:

 Fonte - a origem da mensagem;

 Emissor - o responsável pela transmissão da informação proveniente desta fonte,


seja pela linguagem verbal (oral ou escrita) ou por qualquer outro sistema de
códigos;

 mensagem - a informação a ser transmitida, que é veiculada pelo sistema de


códigos manipulado pelo emissor;

 receptor - elemento a que se destina a mensagem (um indivíduo, grupo ou


auditório);

 canal de comunicação - o campo de circulação da mensagem, este é o responsável


pelo deslocamento espacial e/ou temporal da mensagem;

 código - aquilo que veicula a mensagem e que é trabalhado pelo emissor, o sistema
de signos, o qual pode ser verbal ou não verbal, o primeiro utiliza-se da palavra
falada e/ou escrita e o segundo pode ser constituído pelos mais variados meios e
técnicas; e por fim

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 contexto da comunicação - o sistema de comunicação se completa com o elemento
ao qual a mensagem se refere, que pode corresponder a objetos materiais ou a
aspectos abstratos que compõem a situação.

A recepção da mensagem não significa, necessariamente, a sua compreensão. Pode haver


falhas de comunicação em qualquer um dos níveis acima mencionados, por exemplo, a
mensagem pode ser recebida, mas não compreendida, quando o emissor e o receptor não
possuem signos em comum; ou quando a comunicação é restrita, pois poucos são os signos
em comum.

A comunicação pode ser eficiente quando há uma completa compreensão dos signos
emitidos, contudo, não basta que o código seja comum para que se realize uma
comunicação satisfatória. Outras variáveis que incidam sobre os outros elementos da
comunicação podem atrapalhar o seu sucesso. Alguns problemas podem, por exemplo, ser
originados de interferências indesejáveis na transmissão da mensagem, a esse tipo de
problema dá-se o nome de ruído.

A perturbação da comunicação originária de uma desorganização da mensagem caracteriza


aquilo que se entende por entropia, já a repetição indevida de informações durante o
processo de comunicação leva o nome de redundância.

Funções de linguagem
Dos elementos do processo comunicacional derivam as funções de linguagem. Um dos
primeiros estudiosos a considerar que a linguagem não tem apenas a função de transmitir
informações foi Roman Jakobson (1986-1982) (cf. VANOYE, 2007).

Para esse linguista Russo, há basicamente seis funções da linguagem, determinadas de


acordo com o elemento em que a ênfase da mensagem recai e são descritos a seguir:

Função emotiva ou expressiva


Esta função linguística reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e
emoções. Um dos indicadores da função emotiva num texto é a presença de interjeições e
de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de exclamação.

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Exemplos:

1) Ah, que coisa boa!

2) tenho um pouco de receio...

3) Nós te amamos muito!

Função apelativa ou conativa


Esta função tem por objectivo influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de
convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o
uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. É a linguagem
usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.

Exemplos:

1) Ele já comeu?

2) pai, vem cá!

3) Não perca esta promoção!

Função fática ou de contato


A função fática estabelece, prolonga ou interrompe a comunicação. É aplicada em situações
em que o mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contacto entre o
emissor e o receptor. Assim, fática quer dizer "relativa ao facto", ao que está ocorrendo.
Aparece geralmente nas fórmulas de cumprimento como por exemplo:

 Como vai, tudo certo?

Ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido como por
exemplo:

 Sim, claro, sem dúvida, entende? não é mesmo?

É a linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.

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Função referencial ou denotativa
Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos,
fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso
científico e de qualquer exposição de conceitos.

Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere. Numa


cesta de vime temos um cacho de uvas, uma maçã, uma laranja, uma banana e um morango.
(Este texto informa o que há dentro da cesta, logo, há função referencial).

Função metalinguística
Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código
usando o próprio código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto
que comenta outro texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.

Por Exemplo:

 Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado. (Para dar a definição
de frase, usamos uma frase.)

Função poética
É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em
como dizer do que com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas
habituais e expressão, buscando deixar mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lógica
ou provocar um efeito humorístico.

Embora seja própria da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da
literatura em geral, pois se encontra com frequência nas expressões cotidianas de valor
metafórico e na publicidade

Exemplos:

1) “... a lua era um desparrame de prata”. (Jorge Amado);

2) Em tempos de turbulência, voe com fundos de renda fixa. (Texto publicitário);

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3) Se eu não vejo a mulher que eu mais desejo nada que eu veja vale o que eu não
vejo (Daniel Borges).

Conclusão
Ao longo deste trabalho de campo da cadeira de técnicas de expressão oral e escrita,
orientado pela Universidade Aberta ISCED, teve como tema “os elementos da
comunicação”.

Assim, conclui-se que, etimologicamente o termo “comunicação vem do latim ‘communis’,


comum e introduz a ideia de comunhão, comunidade”.

No mesmo contexto, os dicionários da língua portuguesa e outros, definem a comunicação


como sendo o acto ou acção de comunicar, troca de mensagens entre o emissor e o receptor.

No processo de comunicação, percebemos que existem sete elementos importantes que na


falta de um, a comunicação é tida com ruídos. Esses elementos são: a fonte que é a
proveniência da comunicação, o emissor sendo a pessoa que transmite a mensagem, o
receptor a pessoa que recebe a mensagem, o canal de comunicação onde a mensagem
circula, a própria mensagem que é aquilo que se transmite ou o conteúdo da comunicação,
o código aquilo que veicula a mensagem e que é trabalhado pelo emissor e pode ser verbal
ou não verbal e por fim o contexto que é o elemento ao qual a mensagem se refere e que
pode corresponder a objectos materiais ou a aspectos abstractos que compõem a situação.

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Enfim, A comunicação é uma actividade essencial para a vida em sociedade. Não é
verosímil que pudéssemos sobreviver, quer enquanto indivíduos, quer enquanto
comunidades, se não houvesse qualquer tipo de comunicação entre os seres humanos.

Referencias bibliográficas
ARGYLE, M. (1978). Bodily communication. London: Metheuen.

CLOUTIER, J. (1975). A era do Emerec ou a comunicação áudio-escripto-visual na hora

dos selfs media. Lisboa: I.T.E.

CUNHA, M.; REGO, A.; CUNHA, R. & CABRAL-CARDOSO, C. (2003). Manual de

comportamento organizacional e gestão. Lisboa: Editora RH.

MARQUES DE MELO, José (1975). Comunicação Social: teoria e pesquisa. 4. ed.

Petrópolis.

PEREIRA, J. M. N. (1973). Fundamentos psicológicos da comunicação. In: Adísia Sá

(Coord.). Fundamentos científicos da comunicação. Petrópolis.

ROCHA, R. (1997). Minidicionário. 10ª Ed. Rio de Janeiro: Scipione.

SOUSA, J. P. (2006). Elementos da teoria e pesquisa da comunicação e dos media. 2. ed.

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Porto: Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação.

SOUZA BRASIL, João Pompeu (1973). Fundamentos antropológicos da comunicação. In:

Adísia Sá (Coord.). Fundamentos científicos da comunicação. Petrópolis: Vozes.

TELES, E. (1973). Fundamentos biológicos da comunicação. In: Adísia Sá (Coord.)

Fundamentos científicos da comunicação. Petrópolis: Vozes.

VANOYE, F. (2007). Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e


escrita.

São Paulo: Martins Fontes.

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