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UNIVERSIDADE A BERTA -ISCED

CENTRO DE RECURSOS DE LICHINGA


LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL

RAIMUNDO CALISTO

TRABALHO ACADÉMICO DA CADEIRA DE ANTROPOLOGIA CULTURAL DE


MOÇAMBIQUE

TEMA
O Casamento

Lichinga, Maio de 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CENTRO DE RECURSO DE LICHINGA


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

TEMA:
O Casamento

NOME DO ESTUDANTE: RAIMUNDO CALISTO

Trabalho de campo da cadeira de Antropologia Cultural de


Moçambique ser submetido na coordenação do Curso de licenciatura
em ensino de Biologia da UNISCED.
Tutores: Mestre Efraime Manuel Nhabanga
Mestre Hélder Pires Amâncio

Lichinga, Maio de 2023


Índice
Introdução........................................................................................................................................4

Fundamentação Teórica...................................................................................................................5

Conceito de casamento....................................................................................................................5

Origem do casamento......................................................................................................................6

Formas de Casamento......................................................................................................................6

Casamento civil...............................................................................................................................7

Pressupostos da celebração do casamento................................................................................................7

Declaração para casamento..............................................................................................................7

Forma externa da declaração...........................................................................................................7

Casamentos Religioso e tradicional.................................................................................................8

Finalidades do casamento................................................................................................................8

Conclusão........................................................................................................................................9

Referências bibliográficas.............................................................................................................10
Introdução

“O casamento é entendido como uma união consensual ou com legitimação civil ou religiosa”.
(ANTONY, 1991; COSTA e KATZ, 1992; DALL’AGNOL, 1998). Esta união estabelece
direitos e deveres, bem como entre o casal e seus filhos, e entre o casal e seus sogros.

Assim, a definição de casamento, varia de acordo com a cultura e religião e ao longo do tempo.
No nosso país por exemplo, existem distinções de três tipos de casamento, o religioso, civil e
tradicional. O casamento, e tipicamente uma instituição em que as relações interpessoais,
geralmente as sexuais são reconhecidas. Para algumas culturas, o casamento é orientado ou até
uma obrigação ser antes de iniciar qualquer relação sexual entre o casal.

Neste contexto, ao longo deste trabalho de investigação da cadeira de antropologia cultural de


Moçambique, orientado pela universidade ISCED, iremos desenvolver de forma sumariada sobre
conteúdos relacionados com o casamento com objectivo de compreender o casamento em todas
as suas vertentes, desde a sua definição, origem e formas de casamento existentes.

O mesmo tem como objectivos específicos os seguintes:

 Conceituar o casamento;
 Explicar a origem do casamento;
 Identificar as formas de casamento existentes; e
 Descrever a finalidade do casamento.

O trabalho está geralmente estruturado em índice, desenvolvimento\revisão da literatura, uma


breve conclusão, e finalmente a referência bibliográfica de todos materiais consultados para fazer
face aos objectivos previamente traçados.

Para a produção deste trabalho a colecta de dados aconteceu através de


revisão bibliográfica de livros com temas relacionados com o Casamentos  e em forma de
pesquisa qualitativa. Depois da recolha dos dados, os textos foram compilados para decisão da
ordem e relevância das informações para a produção da revisão do presente trabalho.

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Fundamentação Teórica

Nesta parte do trabalho, irei trazer ideias de alguns autores que detalham sobre o tema em estudo,
confrontando sempre que possível com as minhas ideias relativamente ao tema em estudo.

Conceito de casamento

Embora o conceito de família tenha adquirido novas feições com a evolução da sociedade, o
casamento continua sendo a base da formação da família.

Embora continue patriarcal a sociedade, o homem, hoje, já não exerce mais a liderança absoluta
em sua casa. O papel da mulher se torna cada vez mais activo e importante. O sustento do lar é
provido por ambos; os papéis activos e passivos se revezam. Em outras palavras, ora manda o
homem, ora manda a mulher. Depende do assunto e do momento. (FIUZA, 2004, p. 893)

De acordo com o portal do governo de Moçambique, a lei que define o casamento como sendo
uma união voluntaria e singular entre um homem e uma mulher, com o propósito de constituir
uma família mediante comunhão plena da vida.

Assim, no nosso país, ao casamento monogâmico, religioso e tradicional é reconhecido o valor e


eficácia igual à do casamento civil.

Segundo Chiavenato, (2001, p. 69), o matrimónio, sinónimo de casamento, origina do latim


matrimonium e significa união de um homem e de uma mulher, realizado através de alguns ritos
ou trâmites legais.

Os laços matrimoniais, são reconhecidos a nível social, tanto a partira das normas legais como
pelos costumes. Ao contrair o matrimónio, os cônjuges passam a compartilhar dos mesmos
direitos e obrigações por se tratar de facto civil legitimando assim, a filiação dos filhos
procriados pelos seus membros.

O casamento à luz do Direito Cânone, no art. 1.013 é destinado em primeiro plano a procriação e
educação dos filhos, mas em segundo plano a mútua assistência e a satisfação sexual. O sexo e a
procriação fora do casamento não são admitidos pela Igreja Católica, pois é um sacramento
instituído por Jesus. Como examinamos, durante muitos séculos foi considerado acto de natureza
religiosa e privativa da Igreja.

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A liberdade de crença e multiplicidade de cultos prepararam terreno para a secularização do
matrimónio. Hoje, embora ainda existam países de religião oficial na qual tem proeminência o
conteúdo religioso, entre nós o negócio eminentemente civil. (VENOSA, 2009, p.27).

Uma das finalidades sociais do casamento é a respeitabilidade diante da sociedade. No entanto as


finalidades jurídicas tais como a de procriação e satisfação sexual deixaram de ser finalidades
essenciais do casamento. Actualmente para se ter um filho e se satisfazer sexualmente não é mais
necessário o casamento.

Origem do casamento

De acordo com conhecimentos teológicos, o casamento teve a sua origem quando Deus instituiu
como uma parceria igual que se iniciou no jardim do Éden entre Adão e Eva (GENESIS, 2:24).

Portanto, o casamento é essencial ao plano de Deus para a felicidade da pessoa humana nesta
vida e na vida que há-de vir.

Assim, de forma como conhecemos hoje, o casamento teve a sua origem na Roma antiga, na
época surgiram as primeiras cerimónias religiosas com a presença formal de um noivo e uma
noiva. Uma cerimonia de casamento naquela época trazia elementos iguais aos que nos num
casamento dos nossos dias. A noiva também se vestia com roupas especiais, nos cabelos flores
brancas, espinhos, no lugar dos actuais grampos, a fim de fixar os cabelos ou penteado.

As flores simbolizam a felicidade e os espinhos significavam o afastamento de maus espíritos. O


véu simbolizava a deusa romana vesta, a protectora dos lares, símbolo da honestidade e da
virgindade da noiva. A simbologia do casamento e muito interessante. O buqué da noiva tem a
sua origem na idade média ou medieval e cada flor tinha o seu significado.

Formas de Casamento

A análise das várias formas de casamento existentes é de fundamental importância, quando se


estuda famílias, tanto ao nível da sua estrutura interna como ao nível das relações que
desenvolvem com a estrutura social envolvente.

Neste contexto, existem varias formas de uniões conjugais de acordo com cada tradição, povo,
ou pais e que merecerão a sua atenção a seguir.

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Na perspectiva de Andrade, (2000, p. 63), “a nível mundial distinguem-se pelo menos dois
grandes tipos de casamento o matrimónio civil (feito na presença das autoridades estatais
competentes) e religioso (que legitima a união aos olhos de Deus) ”.

Casamento civil

Pressupostos da celebração do casamento

 A celebração do casamento é precedida de um processo de publicações, regulado na legislação


do registo civil e destinado à verificação da inexistência de impedimento. A organização do
processo preliminar de publicações para casamento compete à conservatória ou delegação do
registo civil da área em que qualquer dos nubentes tiver domicílio ou residência estabelecida por
meio da habitação contínua durante, pelo menos, os últimos trinta dias anteriores à data da
declaração ou da apresentação do requerimento a que se refere os seguintes:

Declaração para casamento

Aqueles que pretendem contrair casamento deverão declará-lo, pessoalmente ou por intermédio
de procurador, perante o funcionário do registo civil e requerera instauração do processo
preliminar.

Forma externa da declaração

A declaração para casamento deverá constar de documento assinado pelos nubentes, com
dispensa de reconhecimento das assinaturas, ou de auto lavrado em impresso a ser
disponibilizado pela conservatória ou delegação do registo civil, se souberem e puderem fazê-lo.
A declaração deverá conter os seguintes elementos:

 Os nomes completos, idade, estado, naturalidade e residência habitual dos nubentes;


 Os nomes completos e estado dos pais e, no caso de algum deles ter falecido, a menção
desta circunstância;
 O nome completo e estado do tutor, se algum dos nubentes for menor e tiver tutela
instituída;
 No caso de segundas núpcias de alguém dos nubentes, a menção desse facto e se existem
ou não filhos de matrimónio anterior.

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As formas de casamento religioso e tradicional só podem ser celebrados por quem tiver a
capacidade matrimonial exigida por lei. Neste tipo de casamentos a capacidade matrimonial dos
nubentes é comprovada por meio de processo preliminar de publicações, organizado nas
repartições do registo civil a requerimento dos nubentes ou do dignatário religioso, nos termos da
lei de registo.

Verificada no despacho final do processo preliminar de publicações a inexistência de


impedimentos à realização do casamento, o funcionário do registo civil extrai o certificado
matrimonial, que é remetido ao dignatário religioso e sem o qual o casamento não pode ser
celebrado.

O consentimento dos pais, legais representantes ou tutor, relativo ao nubente menor, pode ser
prestado na presença de duas testemunhas perante o dignatário religioso, o qual lavra auto de
ocorrência, assinando-o todos os intervenientes. Para a realização do casamento religioso é
indispensável a presença:

 Dos nubentes ou de um deles e o procurador do outro;


 Do signatário religioso competente para a celebração do acto; e
 De duas testemunhas;

Para a realização do casamento tradicional é indispensável a presença:

 Dos contraentes;
 Da autoridade comunitária; e
 De duas testemunhas.

Finalidades do casamento

Das várias finalidades do casamento pode-se dizer que as principais consistem em estabelecer
uma comunhão de vida entre o casal regulando relações sexuais, gerar filhos, e dar-lhes educação
condigna, respeito, primar pela assistência e manutenção mútua entre os cônjuges, e gerar
estabilidade financeira da família. Por isso que o casamento deve ser um vinculo jurídico entre o
casal com o objectivo de construir uma família que é a célula inicial da sociedade.

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Conclusão

No conteúdo deste trabalho de pesquisa, debruçamos sobre conteúdos relacionados com o


casamento, onde tratamos da origem, formas e finalidades do casamento.

Neste contexto, de acordo com as várias fontes consultadas, conclui-se que o casamento é um
acto legal que consiste na união de duas pessoas (homem e mulher), e que passam a viver na
mesma casa, comungando os mesmos direitos e deveres e compartilhando os mesmos bens.

No que tange a classificação do casamento, conclui-se que existem três formas de casamento
que são: o casamento tradicional, civil e religioso.

O casamento tem como finalidade estabelecer uma comunhão de vida entre o casal regulando
relações sexuais, gerar filhos, e dar-lhes educação condigna, respeito, primar pela assistência e
manutenção mútua entre os cônjuges, e gerar estabilidade financeira da família.

Nesta senda, o Código Civil regulamenta os costumes, a vida no seu quotidiano. Quando uma
pessoa encontra seu companheiro ideal, o qual atenda suas necessidades e do outro também, o
casamento surge como uma opção de oficializar a união, conferindo a esta notoriedade e
respeitabilidade perante a sociedade.

Não desmerecendo as outras formas de satisfação pessoais, mesmo porque as pessoas são livres
para escolher. O direito ao uso do nome de casado é direito da personalidade, onde se encontra
associado à identidade de cada cônjuge. Os nubentes possuem a faculdade de optar pelo regime
matrimonial que melhor represente seus interesses.

Enfim, o casamento deve estar dissociado da ideia de dinheiro, pois o que conta em uma união é
o respeito, cumplicidade e amor sem limites entre o casal. Estas características influenciam na
criação dos filhos, tornando a relação do casal e destes saudáveis e frutíferos para toda a vida.

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Referências bibliográficas

ANDRADE, M. (2000). Saúde pública, 7ª ediçao., Atlas, São Paulo.

ANTONY, C.I. (1991). A escolha do cônjuge. Motivações inconscientes. Sagra, porto Alegre.

BÍBLIA Sagrada. (Génesis, Cp. 2:24).

Moçambique, (2004). Lei de Família, aprovada pela lei nr. 10\2004 De 25 de Agosto.

CHIAVENATO, I. (2001). Eu e o Mundo. V.1. 6ª ediçao. Editora Campos, São de Janeiro.

COSTA, P.G., KATZ, G. (1992). Dinâmica das relações conjugais. Artes Medicas, Porto

Alegre.

DALL’AGNOL, R. de S. (1998). Avaliação e tratamento em Terapia conjugal. Psico.

FIÚZA, C. (2004). Direito Civil, 8° Edição, Belo Horizonte: Ed. Del Rey.

VENOSA, S. de Salvo (2009). Direito Civil: 9ª Edição, V. VI, Ed. Atlas. São Paulo.

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