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1 INTRODUÇÃO
As constantes mudanças na sociedade – como o avanço da tecnologia, a
facilidade na comunicação social, o acesso a livros e informações – tem proporcionado
à sociedade uma maior facilidade em discutir, opinar e definir conceitos que lhes
favorece. Diante de tudo isso, as famílias que presam por uma intimidade maior com
Deus acabam sofrendo com a dificuldade em viver e educar seus filhos nos valores
morais pautados na fé e na tradição.
Este ensaio busca fazer uma abordagem conceitual da família na sociedade atual.
Como o poder civil enxerga a instituição familiar e o que diz a Igreja Católica
Apostólica Romana em seu catecismo? Em seguida, uma análise de como a Igreja
Católica trata e ensina sobre a espiritualidade familiar e conjugal de acordo com o
capítulo nove da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, analisando-a com outros
documentos da Igreja.
1
Acadêmico do Curso Bacharelado em Teologia pelo Instituto Católico de Estudos Superiores do Piauí-
PI
2
BECHARA, Evanildo. Minidicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
sejam elas heterossexual ou de cunho homossexual. Diversas noções de família são
apresentadas: as mais elementares que são grupos com adultos e seus filhos por eles
gerados ou até mesmo adotados; os grupos que se relacionam com um mesmo objetivo;
e também as relações homoafetivas, casais do mesmo sexo que se unem e formam uma
família.
Criar os filhos com amor é o antidoto para uma banalização dos valores
espirituais e humanos que a sociedade vive nos dias atuais. Os meios tecnológicos e de
comunicação muitas vezes prejudicam a educação das crianças com uma programação
totalmente distante do que é essencial para uma vida espiritualizada. Só com amor é
possível que a família cresça na espiritualidade e na santidade. O Papa reafirma a
questão da santidade daqueles que veem Cristo nas coisas simples do dia a dia, os que
ele chama de santos ao pé da porta, ou seja, aqueles que conseguem refletir a imagem de
Deus na sua vida diária.
A espiritualidade conjugal existe no casamento onde habita o amor divino, em
que ele é expressado no simples, no ordinário da vida. Esse amor se dá em comunhão. O
Papa João Paulo II compreende a família como uma comunidade de pessoas que vivem
6
FRANCISCO, Papa. Exortação Apostólica Amoris Laetitia (Sobre o amor na família). São Paulo:
Paulus, 2016
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FRANCISCO, Papa. Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate (Sobre o chamado à Santidade no
mundo atual). São Paulo: Paulus, 2018.
juntas, ou seja, em comunhão. E continua: Somente as pessoas são capazes de viver em
comunhão. A família tem início na comunhão conjugal, na qual o homem e a mulher
mutuamente se dão e se recebem um ao outro (CARTA ÀS FAMÍLIAS, 1994) 8. A
comunhão familiar bem vivida é um verdadeiro caminho de santificação na vida
ordinária e de crescimento místico, um meio para a união íntima com Deus (AMORIS
LAETITIA, 2016, p.266)
318. A oração em família é um meio privilegiado para exprimir e
reforçar esta fé pascal. Podem-se encontrar alguns minutos cada dia
para estar unidos na presença do Senhor vivo, dizer-Lhe as coisas que
os preocupam, rezar pelas necessidades familiares, orar por alguém
que está atravessando um momento difícil, pedir-Lhe ajuda para amar,
dar-Lhe graças pela vida e as coisas boas, suplicar à Virgem que os
proteja com o seu manto de Mãe. Com palavras simples, este
momento de oração pode fazer muito bem à família. As várias
expressões da piedade popular são um tesouro de espiritualidade para
muitas famílias (...) (AMORIS LAETITIA, 2016, p. 268).
CONCLUSÃO
Concluo este ensaio com a certeza de que a espiritualidade familiar não é
simplesmente a pertença a este ou aquele tipo de espiritualidade, algo “engessado”,
longe do alcance dos casais, mas a prática constante, os gestos inumeráveis de amor,
seja na comunhão familiar, ou no dia a dia, no ordinário da vida; gestos que dão
sustento à vida da família
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JOÃO PAULO II, Papa. Carta às famílias. 8ª ed. São Paulo: Paulus, 2010.