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INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ

Itinerário para Formar Discípulos Missionários

Encontros Mensais de Maio a Outubro


2018
DIOCESE DE CAXIAS DO SUL
A fé em
Jesus Cristo
nos insere em sua vida,
em seus sentimentos,
em sua própria pessoa
e em sua missão.
(Doc.105, 91).
A
vocação
O cristão
específica do
leigo, como
leigo impregnado
sujeito no mundo,
do Evangelho, é
é chamado agir de
estar no meio do
forma consciente,
mundo à frente de
responsável,
tarefas variadas
autônoma e livre.
da ordem
(Doc. 105, 66).
temporal.
(Doc. 105, 63).

A
vivência
dos carismas
e o exercido
A experiência do
dos ministérios
encontro pessoal
no interior da Igreja
com Jesus, sempre
não devem substituir
renovada, é a única
nem mesmo diminuir
capaz de sustentar
o empenho dos
a missão.
cristãos leigos e
(Doc. 105, 187).
leigas no campo
do mundo.
(Doc. 105, 88).
A partir de
Jesus Cristo,
os cristãos leigos e leigas
infundem uma inspiração
de fé e de amor nos
ambientes e realidades
em que vivem e trabalham.
(Doc. 105, 185).
APRESENTAÇÃO
Querido irmão, querida irmã!
A vida cristã é um projeto de vida para a vida toda. Ser cristão, muito
mais do que ter práticas religiosas, é ter um estilo de vida coerente com
aquele apresentado e vivido por Jesus de Nazaré. Os bispos brasileiros
assim se referem a esse modo de viver de Jesus e o que isso acarretou
na vida dos seus seguidores e seguidoras:
“Jesus formou discípulos e discípulas, instruindo-os com sua original
atitude de acolhida, de compreensão e de valorização das pessoas, prin-
cipalmente as marginalizadas. A vida de Jesus transformou de tal modo
essas mulheres e esses homens que, aos poucos, foram compreendendo
que a salvação é vida concreta, existência cotidiana, de relação pessoal
com Deus e com os irmãos e as irmãs. É, também, libertação do pecado,
das injustiças e das limitações humanas. A palavra ‘novo’ é fundamen-
tal nas atitudes de Jesus: odres novos (Mt 9,17), mandamento novo (Jo
13,34), nova aliança (Lc 22,20). Tudo isto teve seu ponto alto na entrega
pessoal de Jesus, da sua própria vida na cruz, na certeza da sua ressur-
reição, para permanecer conosco para sempre. ” (CNBB, Doc. 107, 40).
Para que todos os cristãos que frequentam nossas comunidades pos-
sam fazer a experiência do discipulado missionário, oferecemos estes
roteiros de oração e partilha da Palavra de Deus. A cada mês, apresenta-
mos um percurso de encontro com o Senhor Jesus, a partir de um texto
bíblico que deverá ser lido, meditado, orado e contemplado, levando o
discípulo missionário a uma verdadeira assimilação da Palavra de Deus
e à consequente transformação da vida. Sugerimos que esses roteiros
sejam realizados em pequenas comunidades (grupos de famílias, grupos
de jovens, círculos bíblicos, etc.), exatamente para que uns apoiem os
outros na caminhada. A comunidade, de fato, é o sujeito indispensável
na formação da personalidade do discípulo missionário. Temos que re-
cuperar, neste mundo que prioriza o indivíduo, a dimensão comunitária
da fé. “A Iniciação dos chamados ao discipulado se dá pela comunidade
e na comunidade. ” (CNBB, Doc. 107, 106).

Comissão de Iniciação à Vida Cristã


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ORIENTAÇÕES À REALIZAÇÃO DOS ENCONTROS
•O
 s roteiros para os encontros de maio a outubro têm o objetivo de
reunir as famílias e os grupos existentes nas comunidades da diocese
(zeladoras, ministros, conselhos paroquiais e comunitários, catequis-
tas e outros), uma vez por mês, com o intuito de percorrer o caminho
da Iniciação à Vida Cristã conforme iluminação do Documento 107 da
(CNBB)
•O
 livrinho contém seis encontros para serem realizados com os grupos
e duas celebrações para que se realizem nas comunidades durante a
Celebração Eucarística: a entrega do Creio no mês de julho, logo após
a realização do terceiro encontro. A entrega das Bem-aventuranças
no domingo de Celebração de Todos os Santos.
•O
 roteiro de oração segue os passos da Leitura Orante da Palavra de
Deus. É importante que todos levem e usem a Bíblia no encontro.
•A
 leitura da Palavra de Deus, referente ao tema do encontro, deve ser
feita diretamente na Bíblia, conforme a indicação que está no roteiro.
•O
 s cantos sugeridos podem ser substituídos por outros conhecidos,
mas que respeitem o tema e o tempo litúrgico.
•O
 animador do grupo deverá preparar bem os encontros, lendo-os
e distribuindo as tarefas com antecedência para os leitores, animar
a participação ativa do grupo de modo especial da meditação da Pa-
lavra, através das perguntas que o roteiro propõe. Articular com o
padre as celebrações que serão realizadas na comunidade com a pre-
sença de todos os participantes.
•O
 ambientador deverá responsabilizar-se pela preparação do espaço
onde acontecerá o encontro, organizar a simbologia conforme indica-
do no início de cada encontro e prover o necessário para as celebra-
ções que acontecem na comunidade.
•A
 os leitores cabe a tarefa de colaborar com o animador na proclama-
ção dos textos indicados em cada encontro.

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PREPARAÇÃO
Ambientação: Quem anuncia, proclama a fé cristã de maneira atraente e
bela. A beleza estimula nossa busca de Deus. Por isso, é preciso preparar
sempre o ambiente com muito esmero. Para o primeiro encontro sugeri-
mos que se prepare o ambiente com flores, uma vela, a Bíblia e uma jarra
transparente com água.

MÉTODO DE ORAÇÃO
São quatro os passos a serem desenvolvidos durante a Leitura Orante da
Palavra de Deus:
1) Lectio, ou leitura: depois de lermos uma vez o texto, fazer uma segunda
leitura e, se preciso, até uma terceira leitura para se familiarizar com o
texto bíblico. A pergunta iluminadora é: O que o texto diz em si mesmo?
Uma técnica bastante interessante nesse primeiro passo, é a recons-
trução do texto, que pode ser feita por meio de perguntas ou de algum
subsídio especializado. Utilizamos, aqui, alguns elementos destacados
pelos bispos brasileiros no Documento 107 da CNBB – Iniciação à Vida
Cristã. Itinerário para formar discípulos missionários.
2) Meditatio, ou meditação: após a lectio, fazemos sempre a seguinte per-
gunta: O que o texto diz para mim ou para nós, neste momento da nossa
história? Ele tem algo a nos dizer? O que Deus está nos falando nestes dias?
3) Oratio, ou oração: é um dos momentos mais importantes da Leitura
Orante, porque formulamos a nossa oração pessoal e a comunitária a
Deus, a partir do texto lido e meditado. O que o texto nos leva a dizer
ao Senhor? Lembre-se de que essa oração deve ser feita sempre da pri-
meira para a segunda pessoa. Ex.: “Senhor, eu te agradeço...”, “Senhor,
eu te peço perdão...”
4) Contemplatio, ou contemplação: é o último degrau de nossa oração. O
que fazemos nesse momento? Praticamente revisitamos os passos da-
dos e, do alto do quarto degrau temos mais condições para ver o hori-
zonte que está diante de nós. Após um instante de oração silenciosa e
profunda, nos colocamos à disposição de Deus para fazer algo em vista
de nossa conversão ou de nossa família e comunidade, etc. Na contem-
plação, tentamos responder: O que o texto me faz fazer?
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PRIMEIRO ENCONTRO

“DÁ-ME DE BEBER”!

PREPARAÇÃO DO AMBIENTE:
Bíblia, uma vela, um recipiente com água.

Animador/a:
Queridos irmãos e queridas irmãs, estamos reunidos neste dia para ini-
ciar um percurso com a leitura e a meditação da Palavra de Deus. Que-
remos crescer no nosso ser cristão. E, para isso, muito se faz necessária
a partilha da vida em comunidade.
Pelo Batismo, tornamo-nos membros da família de Deus e, a partir dis-
so, iniciamos o percurso cristão. Com a Crisma, confirmamos nossa de-
cisão de seguir o Senhor Jesus. A Eucaristia é o alimento do caminho.
Esses encontros nos ajudarão a discernir a presença de Deus em nossa
vida e a nossa presença cristã na vida do mundo.

Acolhamo-nos mutuamente, dando-nos um abraço forte e dizendo:


Irmão/ã, bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

Sinal da cruz: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Escutar a Palavra de Deus (O que o texto diz em si mesmo?)

Animador/a:
Vamos invocar o Espírito Santo, o mesmo que inspirou o texto sagrado.
Cantemos:
A nós descei Divina luz, a nós descei Divina luz
E em nossas almas acendei o amor, o amor de Jesus.

(Alguém deve acender a vela que está ao lado da Bíblia. Ler o texto uma
vez com a Bíblia que está na mesa da Palavra. Nesse momento, as pes-
soas devem somente escutar o texto.)

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Animador/a:
Agora sim, todos podem pegar sua Bíblia e acompanhar o texto que
será lido pela segunda vez: Jo 4, 5-42.

(Deixar um momento de silêncio para fazer memória do texto lido.)

O texto que lemos nos mostra o encontro de duas sedes: a sede do ser hu-
mano que busca Deus (representada na pessoa da samaritana) e a sede de
Deus que, constantemente, busca o ser humano (representada em Jesus).

Leitores:
L – Jesus precisava passar pela Samaria para chegar à Galileia? Na ver-
dade, havia dois caminhos: um deles considerava a Samaria como per-
curso. “Era preciso passar pela Samaria” quer dizer que “Deus quer que
seu Filho passe por lá, justamente pela região em que viviam os consi-
derados distantes do verdadeiro culto.” (CNBB, Doc. 107, 15).

L – Jesus senta-se no poço, pois está cansado. Ele quer água. O “poço”,
na Bíblia, é sempre lugar de encontro e de comunhão. Era meio-dia, ho-
rário em que os discípulos tinham ido à cidade para providenciar comi-
da. As pessoas não tinham muito o costume de ir ao poço nessa hora por
ser um horário de muito calor. Talvez, por isso mesmo, uma samaritana
foi ao poço naquela hora. Ela não esperava se encontrar com alguém.
L – Ao vê-la, Jesus lhe pede água. “A Samaritana se surpreende com a
solicitação. Afinal, segundo o costume da época, não era esperado que
judeus e samaritanos tivessem um bom relacionamento. Mas o evan-
gelista quer mostrar a disposição de Jesus em revelar-se àquela mulher.
Ele se apresenta reconhecendo, primeiramente, que ela pode oferecer-
lhe algo de que está precisando.” (CNBB, Doc. 107, 17).
L – E começa um diálogo. “Ele apresenta àquela mulher ‘distante’ três gran-
des possibilidades: o dom de Deus, a água viva e quem naquele momento
oferece (Jo 4,10). ” (CNBB, Doc. 107, 18). A samaritana está com a cabeça
no elemento material água. Quando Jesus fala em água, ela pensa em H2O:
“Nem sequer tens um balde.” (Jo 4,11). Mas, na verdade, Jesus está falan-
do de si próprio como aquele que pode saciar toda e qualquer sede.
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L – A samaritana conhecia sua tradição religiosa. O poço de Jacó era
um dos lugares da tradição bíblica. No diálogo, Jesus parte do que ela
conhece sobre a tradição. Ele considera essa realidade como uma opor-
tunidade para aprofundar a conversa. A água, mesmo a proveniente do
poço de Jacó, saciará a sede momentaneamente. Jesus quer ajudar a
samaritana a sair da esfera física e entender a água como a vida que ele
oferece. “A oferta de Jesus e sua promessa de vida despertaram o an-
seio da mulher: ‘Senhor, dá-me desta água, para que eu não tenha mais
sede, nem tenha de vir aqui para tirá-la.” (CNBB, doc.107, 25).

L – A mulher ainda fica na esfera física: “Senhor, dá-me dessa água para
que eu não tenha mais sede nem precise vir aqui tirá-la” (Jo 4,14), mas
Jesus instiga-lhe a pensar além e provoca uma viagem da mulher à sua
interioridade. “Em sua narrativa, o evangelista faz entrar, de modo ines-
perado, a temática dos maridos da Samaritana (Jo 4,16). Parece uma
mudança abrupta de assunto, mas, quando se trata de ‘água viva’, o
confronto com o passado, a partir do encontro com Jesus, requer outra
direção, quanto ao hoje e ao futuro. É preciso mudança de vida. É pre-
ciso conversão.” (CNBB, doc.107, 26).

L – Quando Jesus fala dos maridos, ela o reconhece como profeta. Ele a
trata com misericórdia. Não a condena e nem a julga. Acolhe-a em sua
situação. E isso a faz confiante em Jesus. Razão que abriu a possibilida-
de de revelação. Jesus revela o Pai que deve ser “adorado em espírito e
verdade” e se revela como o Messias esperado, como o “Eu sou.” “Che-
ga-se aqui ao ápice daquele encontro. Ela, até então, falara do Messias.
Agora fala diretamente com Ele, em pessoa. O que antes era esperança
indefinida, agora é presença, é pessoa encontrada. Até o cântaro para
levar água, antes um instrumento indispensável para saciar a sede de
água do poço, agora perde relevância. Aquele cântaro apontava para
um cotidiano escravizador. Agora, a mulher descobrira que sua fonte
de vida vem não do poço, mas de Jesus, que se aproximara e se deixara
encontrar.” (CNBB, Doc. 107, 29).

L – Depois dessa revelação, a mulher se torna missionária diante dos


samaritanos: “Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz.”
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(Jo 4,29). “Seu conhecimento acerca daquele ‘homem’ estava apenas
no início, mas ela já sentia o desejo de propor a outros a mesma experi-
ência.” (CNBB, Doc. 107, 33).

L – A partir dessa comunicação da samaritana, muitos passam a acredi-


tar em Jesus e tem por ele sua vida transformada. Diz o texto que Jesus
permaneceu dois dias com eles. Com isso, podemos perceber o resulta-
do do anúncio da samaritana. Muitos samaritanos, depois de escutá-la,
foram ao encontro de Jesus, tiveram com ele uma experiência pessoal
e, podemos supor, sua vida transformada.

Meditar a Palavra de Deus (O que este texto quer dizer para mim hoje?)

Animador/a:
Já tive ume experiência de encontro com Jesus em minha vida? Obje-
tivamente, onde foi o poço do encontro? Em que local e quando isto
aconteceu? O que este encontro produziu em minha vida? Quais são os
frutos desta experiência de amor?
E em nível comunitário: nossa comunidade cristã (nosso grupo, nosso
círculo bíblico) já bebeu da água viva?
Sentimo-nos impelidos a comunicar aos outros esta experiência de sal-
vação? Como Igreja, quais são os meios que estamos utilizando para
tornar Jesus conhecido e amado por nossos irmãos?

Rezar a Palavra de Deus (O que este texto me faz/ nos faz dizer a Deus?)

Animador/a:
Procuremos nos colocar diante de Jesus, água viva, e façamos nossa
oração de agradecimento pela experiência com a Palavra de Deus.

Rezemos, em dois coros, o Salmo 42, com a seguinte resposta:


A minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo.

— A minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo.


Quando terei a alegria de ver a face de Deus?
R: A minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo.
11
—P
 eregrino e feliz caminhando para a casa de Deus,
entre gritos, louvor e alegria da multidão jubilosa
R: A minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo.

— E nviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia;


que me levem ao vosso monte santo, até a vossa morada!
R: A minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo.

— E ntão, irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria.


Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!
R: A minha alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo.

Contemplar a Palavra de Deus (O que o texto me faz fazer?)

Animador/a:
Em um instante de silêncio, coloquemo-nos diante de Deus e nos com-
prometamos a fazer o mesmo que fez a samaritana. Depois de fazer
uma experiência com Jesus, água viva, ela se tornou uma missionária
apaixonada pelo Senhor.

A seguir, podemos elencar quais serão as estratégias que, como comu-


nidade de fé, podemos realizar para tornar Jesus Cristo conhecido e
amado. Como podemos nos tornar mais missionários?
(Partilhar uns instantes).

Compromisso:
•D
 iante das sedes do mundo, que compromisso vamos assumir?

Bênção:
Animador/a:
Com a água que está diante de nossos olhos, tracemos o sinal da cruz,
de modo que nos sintamos enviados a comunicar o Evangelho de Jesus
a quem está sofrendo. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém!

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SEGUNDO ENCONTRO

“ESTE É O MEU FILHO MUITO AMADO


QUE ME DÁ MUITA ALEGRIA!”

PREPARAÇÃO DO AMBIENTE: Bíblia, uma vela, frase: “Este é o


meu Filho muito amado” (Mc 1,11), uma vasilha com água.

Animador/a:
Estamos reunidos como grupo para rezar e caminhar juntos, como dis-
cípulos missionários de Jesus. Somos convidados a fazer memória do
Batismo de Jesus e do nosso. Convidamos todos a tocar na água que nos
fez irmãos na fé e pelo sinal que nos identifica: tracemos em nós o sinal
da cruz, cantando: Em nome do Pai...

(Fazer memória do encontro anterior e acolher as pessoas novas que


integram o grupo.)

Escutar a Palavra de Deus (O que o texto diz em si mesmo?)

(Convidar todos para acender a vela e cantar um canto de aclamação


da Palavra.)

Animador/a:
Proclamação do Evangelho de Mc 1, 9-11 (proclamar em lugar destacado).

(Silêncio para fazer memória do texto lido.)


(Convidar para que os participantes abram sua Bíblia na citação indica-
da e outra pessoa proclama o mesmo texto.)

Animador/a:
Após termos escutado a Palavra de Deus, vamos espontaneamente,
destacar alguma palavra ou frase do texto bíblico que tenha chamado
a nossa atenção.
13
Leitores:
L – Antes da chegada de Jesus a Nazaré, João já o anunciava: “Depois
de mim, vai chegar alguém mais forte do que eu. E eu não sou digno
sequer de me abaixar para desamarrar as suas sandálias” (Mc 1,7).

L – Ao chegar em Nazaré, Jesus desce às águas do rio Jordão para rece-


ber o Batismo. João Batista batizava com água, mas o Messias batizará
com Espírito Santo.

L – O Evangelho narra a manifestação do Deus Trindade: “Logo que Je-


sus saiu da água, viu o céu se rasgando, e o Espírito, como pomba, des-
ceu sobre ele. E do céu veio uma voz: ‘Tu és o meu Filho amado em ti
encontro o meu agrado.” (Mc 1, 10-11).

L – Com essa confirmação amorosa do Pai, Jesus inicia uma nova etapa
de sua vida: a missionária. O Batismo de Jesus no rio Jordão revela a
identidade do nazareno, Filho de Maria: Ele é o Filho de Deus, o Messias
esperado para “anunciar a Boa-Notícia aos pobres; para proclamar a
libertação dos presos, e dos cegos a recuperação da vista, para libertar
os oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor.” (Lc 4,18-19).

L – O Batismo de Jesus é considerado a sua segunda manifestação ao


mundo. A primeira foi quando, recém-nascido, foi mostrado aos magos.
No Batismo, por sua vez, Jesus é revelado à comunidade presente. Na-
quela cerimônia, o que era sinal de arrependimento para o povo, para
ele era sinal de justiça. E justiça, na Bíblia, significa o amor de Deus para
todos. Para todos! Assim, ungido, Jesus declara sua missão.

L – Quando Jesus saiu da água, aconteceu a manifestação da Santíssima


Trindade: “Viu o Espírito de Deus descer” e ouviu o testemunho amoro-
so do Pai: “Este é o meu Filho amado.”

L – Por que Jesus foi batizado, visto que era Deus? Jesus não veio des-
fazer a lei, mas cumpri-la. E é por isso que mesmo o Batismo, que não
faz parte da antiga aliança de Deus com o povo, foi cumprido por Jesus.
Ele não precisava se arrepender de nada, pois nunca havia pecado, mas
quis dar exemplo para tantos quantos fossem segui-lo no futuro.
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L – Logo depois do seu Batismo, o Espírito desceu do céu como uma
pomba, e o próprio Deus diz que Jesus é o seu Filho amado. Esse sinal
reforçou a certeza de que Jesus era, de fato, o Messias enviado por
Deus. Para o povo de Israel essa realidade, provavelmente, ainda não
era compreendida.
(Fazer uma nova leitura do texto bíblico.)
Meditar a Palavra de Deus (O que este texto diz para nós hoje?)
Animador/a:
L – O nosso Batismo deriva do Batismo de Cristo. Ser batizado é perten-
cer a ele. É aceitar que o Evangelho de Jesus nos desafia a fazer a sua
mesma experiência de amor no rio Jordão. No Batismo de cada cristão,
ouve-se a proclamação: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Es-
pírito Santo.” No dia do nosso Batismo, a voz do Pai ressoou em nossos
ouvidos e no nosso coração: “Este é o meu Filho amado!”
Como vivo meu Batismo em minha família, na minha comunidade, no
trabalho, com as pessoas que fazem parte de minha vida?
L – Como filhos amados de Deus, somos convidados a celebrar e renovar
nosso Batismo, no qual cada um recebeu a identidade de filhos adotivos
de Deus e, por isso, também missionários. O Batismo nos gera e consagra
na mesma missão de Jesus Cristo. Somos ungidos pelo Espírito Santo para
que todos os nossos povos tenham vida e vida em abundância. Precisa-
mos, como Jesus, descer ao rio Jordão e tomar contato com as necessida-
des das pessoas, de nosso povo, solidarizando-nos com seu sofrimento e
escutando seus clamores de libertação. Jesus mostra-se solidário a toda a
humanidade que peregrina, necessitada do amor misericordioso de Deus.
Sinto-me filho(a) amado(a) de Deus? Sou capaz de ir ao encontro dos
outros e testemunhar com alegria a vivência do Evangelho?
L – O Papa Francisco afirma que “anunciar Cristo significa mostrar que
crer nele e segui-lo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também
belo e capaz de cumular a vida de um novo esplendor e de uma alegria
profunda, mesmo no meio das provações”. (EG 167).
15
Tenho coragem de anunciar Jesus?
L – A Iniciação à Vida Cristã é o caminho para conhecer e seguir os passos
de Jesus, conhecê-lo e aprender a ser discípulo missionário. A formação
cristã, diz o Papa Francisco “é o aprofundamento do querigma que se vai
cada vez mais e melhor, fazendo carne, que nunca deixa de iluminar a
tarefa catequética, e permite compreender adequadamente o sentido de
qualquer tema que se desenvolve na catequese. É o anúncio que dá res-
posta ao anseio infinito que existe em todo o coração humano.” (Doc 107).
Rezar a Palavra de Deus (O que o texto me faz dizer a Deus?)
Renovemos nossa fé e o compromisso cristão rezando o Creio.
Canto: Prometi no meu santo Batismo
1. Prometi no meu santo Batismo, ser fiel a Jesus sem cessar
O que os pais e padrinhos falaram, hoje mesmo vim confirmar.
Fiel sincero, eu mesmo quero a Jesus prometer seu amor (bis)
Creio, pois na divina Trindade, Pai Filho e inefável amor.
2. Creio, pois, na divina Trindade, Pai Filho e inefável amor.
No mistério do Verbo Encarnado, Paixão de Jesus redentor.
3. Eu prometo da Igreja de Cristo, os preceitos sublimes guardar
Sua voz, como um eco divino, saberei obediente escutar.

Contemplar a Palavra de Deus (O que o texto me faz fazer?)


Vou viver a vida cristã do meu Batismo em contínua conversão, dando
testemunho de minha fé na comunidade e anunciando quem é Jesus
para mim.

Compromisso:
•Q
 ue compromisso podemos assumir como grupo?

Bênção (Utilizar a água para aspergir todos.)


- Deus nos abençoe em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Amém!

16
TERCEIRO ENCONTRO

“OUÇA, ISRAEL! O SENHOR, NOSSO DEUS,


É O ÚNICO SENHOR”!

PREPARAÇÃO DO AMBIENTE:
Bíblia e uma vela.

Animador/a:
Caros irmãos e irmãs, hoje nos reunimos para agradecer ao bom Mes-
tre que nos ensina o caminho à vida cristã. No encontro passado, me-
ditamos sobre o imenso amor de Deus que nos tornou filhos e filhas.
Como é bom poder caminhar nas estradas do Evangelho! O Senhor nos
reuniu porque quer falar-nos. Ele próprio nos convida a escutar sua voz.
É por meio da escuta atenta da Palavra de Deus que encontramos as
setas que nos guiam no caminho do amor a Deus e ao próximo. Inicie-
mos nosso encontro acolhendo com alegria quem está ao nosso lado,
desejando-lhe a paz do Senhor.

Sinal da cruz: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Escutar a Palavra de Deus (O que o texto quer dizer em si mesmo?)

Animador/a:
Enquanto nosso irmão __________________ acende a vela, cantemos:

“Vem, Espírito Santo, vem! Vem, iluminar!


Nossos caminhos vem, iluminar!
Nossa memória vem, iluminar!
Nossas ideias vem, iluminar!
As incertezas vem, iluminar!”

O próprio animador se dirige até onde está a Bíblia e faz dali solene
proclamação.
17
Proclamação do Evangelho de Mc 12,28-34.

Após a primeira leitura, convida os participantes a abrir sua Bíblia e re-


ler o texto uma segunda vez.
(Alguém pode ser convidado para fazer esta segunda leitura.)

(Silêncio para fazer memória do texto lido e reler pessoalmente.)

Animador/a:
Após termos escutado a Palavra de Deus, vamos reconstruir o texto
para melhor rezar.

 Quem havia escutado a discussão de Jesus? (Deixar tempo para as


pessoas responderem.)

Leitores:
L – Os doutores da Lei eram as pessoas que mais conheciam a Bíblia.
Sabiam de cor os textos da Torá, dos Profetas e outros escritos. O grupo
dos doutores era a classe mais hostil a Jesus em todo o Evangelho (são
os primeiros a ser desacreditados 1,22; os primeiros a criar polêmicas
com Jesus 2,6-7 e os primeiros a colocar os discípulos em dificuldade
2,16). No entanto, ao ver Jesus debatendo com outros doutores da Lei
sobre a ressurreição dos mortos, um deles ficou impressionado com
sua sabedoria e lhe fez uma pergunta. Qual foi a pergunta que o doutor
da Lei fez para Jesus? (Deixar tempo para as pessoas responderem.)

L – Ao fazer essa pergunta, o doutor da Lei não estava buscando uma


ordem ou uma prioridade entre os diversos mandamentos. Ele queria
saber se Jesus conhecia a essência da Lei.

 E qual foi a resposta dada por Jesus? (Deixar tempo para as pessoas
responderem.)

L – A resposta de Jesus uniu significativamente o texto do Deuteronô-


mio 6,4-5 ao Levítico 19,18. Ambos são parte da oração que tanto o
18
doutor da Lei como Jesus, sendo judeu, faziam ao menos uma vez ao
dia. Os textos colocados um ao lado do outro sublinham a unidade pro-
funda existente entre o amor a Deus e o amor ao próximo, dimensões
que na Bíblia são relacionadas entre si.

L – Jesus não fala nas alturas como faziam os doutores da Lei, mas acen-
tua a dimensão da escuta a um “eu” que se volta a um “tu” reconhecido
nas fundamentais dimensões da sua identidade (o coração, a alma, a
mente e as forças), e que reconduz à unidade do ato de amar aquele
que é o Único Senhor.

L – A seguir, Jesus acrescenta algo que ninguém lhe havia perguntado:


“O segundo mandamento é semelhante: ‘Amarás o teu próximo como a
ti mesmo’.” Aqui se encontra a síntese do existir: a capacidade de colo-
car em prática a bondade, o perdão, o cuidado do outro.

 Qual foi a palavra do Doutor da Lei dada a Jesus, depois que o escu-
tou? (Deixar tempo para as pessoas responderem.)

L – De fato, amar não é simplesmente mais uma norma. Não está no


plano dos deveres. Amar é, sim, uma resposta ao Amor de Deus. Jesus
ama Deus porque se entende amado por Ele: “Este é meu Filho muito
amado.” E ama os irmãos porque sabe que o amor passa pelas atitudes
de cuidado, de perdão e de bondade. É uma verdadeira resposta ao Pai.
Os dois amores (a Deus e aos irmãos) estão muito interligados: “Pois
quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus a quem
não vê.” (1Jo 4,20).

 Ao escutar a fala do Doutor da Lei, o que lhe responde Jesus?


(Deixar tempo para as pessoas responderem.)

Meditar a Palavra de Deus (O que este texto diz para nós hoje?)

Animador/a:
A Palavra de Deus nos enriquece toda vez que a lemos e que nos mostra
a imagem de um Deus apaixonado e comprometido com seus filhos e fi-
19
lhas. No mínimo precisamos responder a esse amor com o nosso amor.
Como estamos respondendo ao amor infinito de Deus?
O Papa Francisco, na Encíclica sobre o cuidado com a Casa Comum, afir-
ma que “a existência humana se baseia em três relações fundamentais
intimamente ligadas: as relações com Deus, com o próximo e com a
terra. Segundo a Bíblia, essas três relações vitais romperam-se não só
exteriormente, mas também dentro de nós. Esta ruptura é o pecado. A
harmonia entre o Criador, a humanidade e toda a criação foi destruída
por termos pretendido ocupar o lugar de Deus, recusando reconhecer-
nos como criaturas limitadas. (Papa Francisco, Laudato Sì, 66).
Pecar é romper com o Criador, com o próximo e com a Terra.
Quais são os sinais na sociedade que refletem o rompimento destas re-
lações vitais do ser humano com Deus, com o próximo e com a terra?
Quais são os pecados que estão ferindo o coração de Deus hoje?

Rezar a Palavra de Deus (O que o texto me faz dizer a Deus?)

Animador/a:
(Convidar todos a fazerem um exame de consciência em silêncio. Alguém
lê pausadamente as seguintes perguntas:)
Amo a Deus de todo o meu coração, com toda a mente e com todas as
forças?
• Como vai minha relação com o Senhor?
• Deus é realmente a fonte de minha alegria?
• Estar com ele em oração é um prazer ou um grande peso?
•M inha participação na comunidade de fé é frequente?
Comprometo-me com as coisas de Deus e da Igreja?
•A minha espiritualidade repercute em minha vida, em minhas
escolhas e em meu comportamento? Ou tenho uma vida dupla?
• Amo a mim mesmo sem ser individualista?
• Amo a vida? Sou grato a Deus pelo dom da vida?
• Amo o próximo? Sinto-me responsável pela vida dos irmãos e irmãs?
• Faço aos outros o que gostaria que fizessem a mim?

Canta-se um refrão no final: Misericórdia nosso Deus, perdão...


20
Contemplar a Palavra de Deus (O que o texto me faz fazer?)

Quero fazer a experiência de realizar todas as noites, antes de dormir,


um exame de consciência, seguindo o roteiro indicado:

1. Louvar e agradecer a Deus pelo dia.


2. Pedir ao Espírito Santo que ilumine a mente para discernir os
movimentos da alma ao longo do dia.
3. Pedir perdão a Deus pelas rupturas cometidas contra Ele, contra os
irmãos, contra mim mesmo e contra as outras criaturas.
4. Comprometer-se com Deus em crescer no amor.
5. Agradecer novamente a Deus a sua presença entre nós.

Compromisso
•O
 que podemos assumir como grupo para conhecer mais a Palavra de
Deus?

Bênção
•Q
 ue o Senhor de misericórdia abençoe a todos: Em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo. Amém!

(Canto: à escolha do grupo.)

A Iniciação à Vida Cristã há de caracterizar toda a catequese,


de modo que todos os membros da Igreja e os que nela e
inserem, ou a ela retornam, encontrem o Cristo Ressuscitado,
façam verdadeira experiência do amor de Deus e se tornem
autênticos discípulos missionários do Evangelho de Cristo.
(CNBB, Doc. 94,72-74)

21
Renovação das promessas do Batismo
(A renovação das promessas batismais acontecerá durante a celebração na
comunidade, logo após a realização do terceiro encontro, durante o mês de
julho. O acendimento do círio pascal acontecerá logo após a procissão de
entrada, convidando a assembleia para cantar um mantra. A celebração
até a homilia segue os ritos normais.)

(Providenciar com antecedência o texto do Creio que será entregue a


todos os presentes e definir as pessoas que farão a entrega).

Após a homilia: O momento da profissão de fé seguirá com esse rito:

Animador/a:
Como comunidade, nos reunimos em grupos mensalmente para parti-
lhar nossa vida à luz da Palavra de Deus. Hoje viemos diante da comuni-
dade renovar nossa fé a fim de continuar nossa caminhada fortalecidos
pelo Espírito do Senhor. Pelo Batismo tornamo-nos cristãos. Por Cristo,
nascemos para a Igreja, nossa mãe. Somos família de Deus e queremos
renovar as promessas do Batismo. Revestidos de sua luz, queremos vi-
ver e testemunhar o amor de Deus e ao próximo.

(Canta-se o refrão: “Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu
ser, permanece em nós”, apontando a mão em direção ao Círio Pascal.)

Presidente: Irmãos e irmãs, pelo mistério pascal fomos, no Batismo, se-


pultados com Cristo, para vivermos com ele uma vida nova. Por isso,
renovamos as promessas do nosso Batismo, por meio das quais renun-
ciamos ao mal e prometemos servir a Deus em sua Igreja.
(Ao responder, estendam a mão direita em direção ao Círio.)

Presidente: Para viver na liberdade dos filhos e filhas de Deus, renun-


ciais ao pecado?
Assembleia: Renuncio.

Presidente: Para viver como irmãos e irmãs, renunciais a tudo que pos-
sa desunir, para que o mal não domine sobre vós?
22
Assembleia: Renuncio.

Presidente: Para seguir Jesus Cristo, renunciais ao demônio, autor e


princípio do pecado?

Assembleia: Renuncio.

Presidente: Promete ser cristão autêntico, vivendo em comunidade as-


sim como Jesus viveu?

Assembleia: Prometo.

Animador/a: No dia do Batismo, nossos pais e padrinhos professaram a


fé em nosso nome. Hoje nós professamos com a própria voz que Deus
enviou seu Filho Jesus para nos salvar, e ele nos enviou o Espírito Santo
para nos santificar. Essas são as verdades que o cristão crê e estão con-
tidas no Creio que vamos receber.

Presidente: Recebam a oração do Creio, a oração da comunidade cristã.


Vivam estas verdades da fé com amor. Professar com fé a oração do
Creio é entrar em comunhão com a Trindade Santa e com toda a Igreja
que nos transmite a fé.
(Entregar a oração do Creio a todos os presentes).

Juntos rezemos: Creio em Deus Pai...

Presidente: Essa é a nossa fé que da Igreja recebemos e sinceramen-


te professamos, razão de nossa alegria, em Cristo, nosso Senhor. Que
Deus vos faça firmes na fé, fortes na esperança e seguros na caridade,
com a proteção de Maria, nossa mãe e de todos os santos de Deus.

Animador: Pelo dom da fé que recebemos, demos graças a Deus.


Canto:
/: Demos graças ao Senhor, demos graças, demos graças ao Senhor. :/

(Seguem-se as preces.)

23
QUARTO ENCONTRO

“FILHO DE DAVI, TEM COMPAIXÃO DE MIM!”

Preparação do ambiente: Cruz ou imagem de Jesus,


flores, folhagem ou outros elementos da natureza,
Bíblia aberta em Mc 10, 46-52.

Animador/a:
Irmãos e irmãs! Bem-vindos! A fé e a esperança nos reúnem neste nosso
encontro. Somos Igreja, seguidores de Jesus, nosso Senhor e Salvador. A
decisão de segui-lo transforma radicalmente a nossa vida. Coloquemos
nele nossa confiança e clamemos como o cego Bartimeu: “Jesus, Filho
de Davi, tem compaixão de mim”!
Nascido de Maria, enviado por Deus, Jesus realizou a missão de anun-
ciar o Reino. Mostrou-nos o caminho da defesa da vida e da harmonia
da criação. Ofereceu ao mundo a maior prova de amor: entregou sua
vida para a salvação da humanidade. Iniciemos, cantando o refrão: Je-
sus Cristo ontem, hoje e sempre.
Animador/a):
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
Invocação do Espírito Santo:
Todos: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acen-
dei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito, e tudo será cria-
do, e renovareis a face da terra.
Oremos: Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do
Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas e goze-
mos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso! Amém.
Escutar a Palavra de Deus (O que o texto quer dizer em si mesmo?)
Animador/a:
Vamos aclamar o Evangelho cantando: Pela Palavra de Deus
Evangelho: Mc 10, 46-52 (Ler diretamente na Bíblia.)
24
Animador/a:
•O
 que diz a palavra que ouvimos?
•Q
 uais os personagens do texto?
•C
 om que palavras o cego se dirigiu a Jesus?
•Q
 ual foi a atitude de Jesus?
•Q
 ual foi a atitude do cego curado por Jesus?
Leitores:
Quem era (quem é) Bartimeu?
L – Bartimeu era filho de Timeu, era cego e mendigo. Vivia angustiado
com sua cegueira, triste, sem esperança alguma de mudar o quadro
de sua condição. Naquela época, nem todo o dinheiro do mundo nem
a medicina poderiam curar sua cegueira. Provavelmente Bartimeu se
tenha acomodado à condição de cego e tentado ser feliz dentro dessa
condição.
Ao saber da aproximação do Senhor, começou a gritar implorando-
-lhe a cura.
L – Em certa ocasião, ouviu falar de Jesus, de suas palavras e ações e
ficou atento. Ao saber que Jesus estava passando pelo caminho rumo
a Jericó, tentou aproximar-se dele apesar da multidão e da resistência
dos discípulos. A convicção de fé de que Jesus era sua única solução, ele
voltou a clamar ainda mais alto.
Clamou Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim!
L – Ao clamar, Bartimeu reconheceu duas coisas importantes: reconhe-
ceu Jesus como seu Salvador (filho de Davi = O Messias), e reconheceu
sua situação de miserável e de necessitado da ajuda de Jesus ao pedir
misericórdia.
Jesus então o convidou a ir ter com ele
L – Nessa hora, Bartimeu deixou sua capa. Deixou para trás o seu sím-
bolo de mendigo, o seu passado. O manto, estendido à sua frente, no
qual as pessoas depositavam as esmolas. Foi deixado, e Bartimeu saltou
para uma vida nova, de liberdade.
25
Quando Jesus perguntou o que ele queria Bartimeu respondeu: Que
eu veja!
L – Ao pronunciar essas palavras, Bartimeu estava convicto de que Jesus
podia curá-lo. Ao ser restituída sua visão, sua vida mudaria, não poderia
ser mais um mendigo, teria que ganhar o seu pão, portanto admitiria e
aceitaria a necessidade de mudar de vida.
Jesus respondeu: Vai, a tua fé te salvou.
L – A fé de Bartimeu associada à sua ação de procurar Jesus o salvaria e
curaria sua cegueira.
E logo que “viu” seguiu Jesus.
L – Bartimeu não só foi salvo, mas também seguiu Jesus, cheio de ale-
gria, glorificando e agradecendo ao Senhor durante a caminhada.
Bartimeu acreditou na cura divina para a sua vida, acreditou numa mu-
dança em sua vida, teve a convicção e fé inabalável de que só Jesus
podia mudar o quadro da sua vida, que Jesus era o único com poder
para o restaurar.
Meditar a Palavra de Deus (O que este texto diz para nós hoje?)
Animador/a:
Meditemos em silêncio.
•O
 que este Evangelho diz para mim e para nós aqui reunidos?
Leitores:
L – O cego Bartimeu estava à beira do caminho. Jesus escutou seu cla-
mor e não foi indiferente. Como nós, cristãos batizados, seguidores
de Jesus, reagimos diante do apelo dos excluídos, dos necessitados de
amor e dignidade que estão à beira da estrada?
L – Bartimeu reconhece em Jesus, o Filho de Davi, o Messias Salvador e
nele coloca sua confiança. Suplica sua compaixão. Nós, em nossas difi-
culdades, confiamos em Cristo Salvador?
L – Permanecemos fiéis a Jesus ou corremos em busca de superstições,
de promessas de cura e outras práticas que nada têm a ver com nossa fé?
26
L – Jesus liberta Bartimeu de sua cegueira. Abre seus olhos e seu cora-
ção. E ele passa a seguir Jesus, como verdadeiro discípulo. Em nossos
dias, de que cegueiras devemos ser curados? Em nosso tempo, como
deve agir o verdadeiro discípulo de Jesus?

Animador/a:
Ele é a esperança e a salvação para um povo cego que, como Bartimeu,
se encontra à beira do caminho, mas que tem clareza e certeza do po-
der divino. Cantemos o refrão:

Seu nome é Jesus, seu nome é Jesus.


Deus de Deus e luz da luz.

Leitores:
L – Seguir Jesus, Filho de Davi, reconhecê-lo como nosso Salvador im-
plica despertar para “a certeza de que Cristo assumiu em si mesmo este
mundo material e agora, ressuscitado, habita o íntimo de cada ser, en-
volvendo-o com seu carinho e com sua luz.” (LS 221).

L – Sua Palavra e seus gestos refletem o respeito e o amor por todas as


criaturas. Em sua missão neste mundo – “Eu vim para que todos tenham
vida” – promoveram a dignidade humana e nos resgataram do pecado.
Seus ensinamentos trazem, no íntimo, a beleza e a harmonia entre to-
dos os seres.

Cantemos: Seu nome é Jesus, seu nome é Jesus. Deus de Deus e luz
da luz.

Rezar a Palavra de Deus (O que o texto me faz dizer a Deus?)

Animador/a:
Confiantes, supliquemos após cada prece: Senhor, Filho de Davi, tem
compaixão do teu povo!
1. A nossa Igreja enfrenta muitos desafios para anunciar e testemu-
nhar que Jesus Cristo é o Salvador. Para o Papa Francisco continuar
orientando a Igreja com coragem e sabedoria na defesa da vida e da
criação, pedimos:
27
2. Muitas vezes o povo sente-se cansado, oprimido, com dificuldade
para “ver” a solução de seus problemas e se afasta de Deus. Para
que o povo seja liberto de sua cegueira e renove sua fé e esperança,
pedimos:
3. O ser humano tem direito de viver com dignidade e de ser feliz. Para
que o clamor dos pobres seja ouvido e sejam implementados proje-
tos que atendam às suas necessidades, protejam nosso planeta e as
gerações futuras, pedimos:
4. A criação, dom de Deus, está sendo desrespeitada e destruída em
nome da economia e do progresso. Para que o ser humano, dotado
de inteligência, respeite as leis da natureza e o equilíbrio ecológico,
fazendo, cada um, o que lhe cabe, pedimos:

Animador/a:
Reunindo as nossas intenções, rezemos a oração que Jesus nos ensinou:
Pai-Nosso...

Contemplar a Palavra de Deus (O que o texto me faz fazer?)

Animador/a:
Motivados pelo Evangelho e pelas palavras do Papa, permaneçamos em
silêncio. Contemplemos a beleza da criação e a vida que nos cerca. Per-
mitamos que se renove em nós a fé, a esperança e o respeito por todas
as criaturas de Deus.

Compromisso:
•C
 omo grupo, qual nosso compromisso com as necessidades das pes-
soas que se encontram em dificuldades?
Bênção:
Oremos: Pai Santo, infundi em nossos corações o desejo de testemu-
nhar ao mundo vosso Filho Jesus, nosso Salvador. Fortalecei-nos quan-
do nossa cruz se tornar pesada. Concedei-nos professar nossa fé com
coragem e confiança para alcançar a salvação que vem de vós. Amém!

28
QUINTO ENCONTRO

“SE ALGUÉM QUISER ACOMPANHAR-ME,


NEGUE A SI MESMO, TOME SUA CRUZ E SIGA-ME.”

PREPARAÇÃO DO AMBIENTE:
Bíblia, vela e imagem de Jesus.

Animador/a:
O Senhor nos reúne para conhecê-lo mais profundamente através de
sua Palavra, deixando-nos guiar por ele a fim de nos tornar sempre mais
Igreja, casa da Iniciação à Vida Cristã. A Iniciação à Vida Cristã nos insere
na vida plena de Deus, realizada em Jesus Cristo, que nos convida à con-
versão e a testemunhar nossa fé em atitudes concretas de seguimento,
tomando sua cruz.

Iniciemos nosso encontro acolhendo com alegria quem está ao nosso


lado, desejando a paz do Senhor.

Sinal da cruz: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Escutar a Palavra de Deus (O que o texto quer dizer em si mesmo?)

Animador/a:
Acendamos a vela para iluminar o nosso encontro através da Palavra
que vamos ouvir e rezar cantando: Ó luz do Senhor...
(O próprio animador se dirige até onde está a Bíblia e faz solene procla-
mação.)

Proclamação do Evangelho de Mc 8, 27-38

(Após a primeira leitura, convidar os participantes para abrirem suas


Bíblias e relerem o texto uma segunda vez. Alguém pode ser convidado
para fazer essa segunda leitura).
(Silêncio para fazer memória do texto lido e reler pessoalmente.)
29
Animador/a:
Após termos escutado a Palavra de Deus, vamos reconstruir o texto
para melhor rezarmos.

“Que dizem as pessoas que eu sou?” Essa é a pergunta que Jesus faz aos
seus discípulos, depois de caminhar com eles. O que Pedro responde?

“Tu és o Cristo”, o Messias, o Ungido de Deus, disse Pedro a Jesus. O


que Pedro entende por Cristo? Como imagina o Messias prometido?

“Quem é Jesus”? Questão central e decisiva na comunidade de Mar-


cos, diante do surgimento de várias lideranças populares por volta do
ano 70. Para a comunidade, que professava Jesus morto e ressuscitado
como Cristo, a compreensão da identidade e da missão de Jesus era, ao
mesmo tempo, a compreensão da missão dos cristãos: Quem eram os
verdadeiros discípulos e discípulas de Jesus de Nazaré?

A provocação de Pedro a Jesus lembra também a tentação de Jesus no de-


serto. Pedro não age como discípulo de Jesus. Ao contrário, torna-se por-
ta-voz de satanás. A palavra satã vem do hebraico e significa adversário.

O discurso também é dirigido à multidão juntamente com os discípu-


los. O convite para seguir Jesus apresenta três exigências: “Negue a si
mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Negar a si mesmo supõe superar o
egoísmo e arriscar a vida por conta de Jesus e do Evangelho. A morte
na cruz era uma extrema humilhação. A cruz era instrumento de cruel-
dade e desumanização e representava a opressão romana. No tempo
dos romanos, era o castigo aplicado aos escravos e aos rebeldes. Um
condenado à cruz tinha que carrega-la até o lugar da crucifixão.

Meditar a Palavra de Deus (O que este texto diz para nós hoje?)

Animador/a:
Quem é Jesus Cristo para mim? Aceito Jesus Cristo como realmente é
ou faço conforme me convém?  Acolho a Palavra como ele é ou a inter-
preto segundo meu modo de ver, para justificar minhas atitudes?
30
As palavras que ouvimos e falamos formam imagens em nossa mente,
imagens verdadeiras ou falsas. A imagem que os discípulos tinham de
Jesus não era totalmente exata. O Cristo que estava diante deles não
era bem o que esperavam. Não podiam imaginar um Cristo sofredor, e
menos ainda, morto numa cruz. Pedro chama Jesus de lado e o censura
por ter dito que devia sofrer, ser rejeitado, morto, e que só depois res-
suscitaria. Este é o momento da opção.

De que lado nós estamos?

O Documento 107 – Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discí-


pulos missionários afirma que a Iniciação à Vida Cristã requer a decisão
livre da pessoa. Pela obediência da fé, a pessoa se entrega inteira e livre-
mente a Deus e lhe oferece adesão total de sua inteligência e vontade.

Qual é a minha adesão ao projeto de Jesus como cristão?

Leitores:
L – O Papa Francisco alerta: “Contemplando a vida de Jesus e olhando a
nossa vida de peregrinos neste mundo, com tantos desafios, sentimos
a necessidade de uma conversão profunda e a urgência de reavivar a fé
nele. Somente assim poderemos servir ao nosso próximo na caridade! ”

L – O Papa nos encoraja a prosseguir com alegria e esperança seu ca-


minho, atuando com ímpeto renovado para despertar a fé e reacender
a caridade, especialmente entre as camadas mais frágeis da população,
pobres espiritual e materialmente.

L – “Pensemos muito, muito seriamente, na nossa conversão, para que


possamos avançar no caminho da nossa vida cristã.” E “recordemos
que a Palavra de Deus faz apelo à memória, de protegê-la, de vigiar e
também de obedecer à Palavra de Deus, porque começamos uma vida
nova, convertida”, diz o Papa Francisco.
(Palavras do Papa Francisco aos membros da União do Apostolado Ca-
tólico – Vaticano 10/10/16.)
31
Rezar a Palavra de Deus (O que o texto me faz dizer a Deus?)

Animador/a:
Quem confessa Jesus de Nazaré como um dos caminhos para construir
o Reino de Deus é chamado a segui-lo nas atividades cotidianas, sen-
do solidário com os mais desprezados e rejeitados pelos poderes do
mundo, seduzidos pela ambição das riquezas e honras que promovem
a morte. Pois o Reino de Deus se constrói nos movimentos de solidarie-
dade entre as pessoas no dia a dia da vida: conscientizar e promover a
dignidade humana; defender a vida e a natureza.

Olhemos para o rosto de Jesus que está no cenário e lhe dirijamos nossa
prece.

“Tome sua cruz e siga-me.” O seguimento de Jesus é o caminho da cruz,


na contramão da sociedade dominada pelos vícios do egoísmo, consu-
mismo e tantos outros. Quem professa Jesus de Nazaré como Cristo,
estabelece relações de serviço, comunhão, solidariedade e partilha. Re-
zemos juntos a oração do Pai-Nosso.

Contemplar a Palavra de Deus (O que o texto me faz fazer?)


•V
 iverei a partir de agora com um novo olhar: a certeza de que Jesus
Cristo em quem acredito é o Filho de Deus vivo e acolho a sua cruz.
Sou seu/sua discípulo missionário na minha comunidade.

Compromisso:
• J untos vamos escolher um compromisso para viver até o próximo en-
contro.

Bênção
Que o Deus da esperança encha vocês de completa alegria e paz na fé,
para que transbordem de esperança, em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo. Amém.

Canto: à escolha da comunidade.

32
SEXTO ENCONTRO

O ESPÍRITO SANTO E A IGREJA

PREPARAÇÃO DO AMBIENTE: Bíblia, vela, dons do Espírito Santo


ou imagem que represente o Espírito Santo.

Animador/a:
Irmãos e irmãs! Os discípulos são enviados para continuar a missão de
Jesus. Como cristãos, somos convidados a partir de Jesus Cristo com a
força do Espírito Santo, evangelizar desde nossa família, trabalho, vida
social, enfim onde estivermos. Invoquemos o Espírito do Senhor rezando:

Todos: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acen-
dei neles o fogo do vosso amor.
Animador/a: Enviai o vosso Espírito e tudo será criado
Todos: E renovareis a face da terra.

Oremos:
Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espí-
rito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o
mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo nosso
Senhor. Amém!

Animador/a:
Acendamos a vela para iluminar o nosso encontro através da Palavra
que vamos ouvir e rezar cantando (escolher um canto adequado).

Escutar a Palavra de Deus (O que o texto quer dizer em si mesmo?)

Em alguns versículos anteriores, Jesus enfrentou diversas rejeições na


sua missão mesmo na sua terra natal. Mas isso não retira o ânimo de
Jesus, pelo contrário, agora faz com que seus apóstolos participem ati-
vamente de sua missão. Até esse momento, eles se limitaram a segui-lo.
Agora vão receber de Jesus autoridade e o mandato missionário. A mis-
são da Igreja acontece com a força do Espírito Santo.
33
(O próprio animador se dirige até onde está a Bíblia e faz solene procla-
mação.)
Proclamação do Evangelho de Mc 6,7-13.
Após a primeira leitura, convidar os participantes a abrir sua Bíblia e a
reler o texto uma segunda vez. Alguém pode ser convidado para fazer
esta segunda leitura.
(Silêncio para fazer memória do texto lido e reler pessoalmente e recons-
truir o texto.)
Meditar a Palavra de Deus (O que este texto diz para nós hoje?)
Animador/a:
Quais são as recomendações que Jesus faz aos doze?
Mc 6, 7: Os Doze, refere-se aos 12 apóstolos chamados por Jesus para
continuarem seus gestos. Jesus faz uma partilha da sua missão, conce-
de autoridade para realizar suas obras. O que o texto deixa claro nessa
primeira atividade apostólica é que a missão cristã continua a missão
de Jesus. Eles são enviados dois a dois, para dar maior credibilidade ao
testemunho dos apóstolos. A Palavra é confirmada pelo duplo testemu-
nho, um confirma o testemunho do outro.
Quem Jesus envia hoje?
Mc 6,8- 9: Antes do envio, Jesus adverte acerca da liberdade dos discí-
pulos para realizar essa missão. Essa mensagem não deve ser obscureci-
da pelos bens materiais e pelas preocupações deste mundo que podem
atrapalhar a realização da missão dos discípulos. Eles levam apenas o
necessário para a viagem (cajado e sandália), mas nada do sustento (pão,
bolsa de dinheiro, roupas extras). Diante do mundo, o apóstolo é total-
mente dependente e confiante na providência de Deus. Normalmente,
um viajante precisa apenas de um cajado, mas também de alimento,
dinheiro e bolsa. No entanto, o enviado de Jesus não deve ter nada ma-
terial para dar em troca durante sua viagem, mas apenas o oferecimen-
to da salvação de Jesus. É a única riqueza que o apóstolo tem para ofe-
recer. Somente nessa confiança absoluta em Deus, o missionário teria
credibilidade no seu anúncio. Se o apóstolo se preocupar com as coisas
terrenas pode relaxar no seu compromisso com as coisas eternas.
34
Quais são as exigências hoje para alguém ser discípulo/a de Jesus?
Mc 6, 10-13: Jesus passa a falar da acolhida e da rejeição dos missioná-
rios. Começa pelo aspecto positivo, daqueles que acolhem em sua casa
e fazem dela um centro irradiador da mensagem de Jesus. Mas também
os que não aceitam na sua casa e nem aceitam a sua palavra. É a total
rejeição ao projeto de Jesus. Em sinal de seu protesto, sacodem o pó
dos seus pés.

Como podemos anunciar hoje?


O Papa Francisco lembra:
Para manter vivo o ardor missionário, é necessária uma decidida con-
fiança no Espírito Santo, porque Ele ‘vem em auxílio da nossa fraqueza’
(Rm 8,26). Mas essa confiança generosa tem de ser alimentada e, para
isso, precisamos invocá-lo constantemente. Ele pode nos curar de tudo
o que nos faz esmorecer no compromisso missionário. (EG 280).

Rezar a Palavra de Deus (O que o texto me faz dizer a Deus?)

Animador/a:
Jesus envia seus discípulos de todos os tempos para realizar a continui-
dade de sua obra. Envia para anunciar e realizar as obras que ajudam as
pessoas a se libertarem de todo tipo de escravidão. A missão faz parte
da própria constituição da Igreja. Somos missionários, mas não fazemos
esse serviço com apenas nossas capacidades e forças, mas fazemos im-
pulsionados pela autoridade de Jesus e do seu Espírito. Toda a missão
da Igreja é realizada na animação do Espírito Santo. Sem ele, nós não
temos força, coragem e ânimo para fazer o que Jesus nos pede.

1. Como está nossa disponibilidade para realizar a missão de Jesus?


2. Pedimos ao Espírito Santo que nos acompanhe ou queremos fazer
tudo com nossas forças?
3. Quem são e quais as situações mais carentes de nossa comunidade
que precisam de nossa ação missionária?

Animador/a:
Respondamos depois de cada prece: Senhor, envia-nos em missão !
35
1. Jesus, missionário do Pai, desperta nossa sensibilidade para as situ-
ações dolorosas de nossa realidade que chamam por nossa ajuda,
rezemos:
Senhor, envia-nos em missão!

2. Jesus Cristo, nossa paz, ajudai com teu espírito a renovar a Igreja, nos
tornando anunciadores alegres do teu Evangelho, rezemos:
Senhor, envia-nos em missão!

3. Jesus, nosso Mestre, com a ajuda do teu espírito, renova nossa fé e


nosso ardor evangelizador, rezemos:
Senhor, envia-nos em missão!

Rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria.

Contemplar a Palavra de Deus (O que o texto me faz fazer?)


Viverei, a partir de agora com novo olhar: a certeza de que Jesus Cristo
em quem acredito é o Filho de Deus vivo e acolho sua cruz. Sou seu/sua
discípulo(a) missionário(a) na minha comunidade.

Compromisso:
•A
 ssumir um compromisso como grupo.

Bênção:
Senhor Jesus Cristo, agradecemos pelo dom do Espírito Santo, vivo em
nós pelo Batismo; agradecemos por haver experimentado este dom em
nossa comunidade: a tua presença consoladora entre nós. Agradece-
mos porque preenches em nosso coração a docilidade da tua ação. Que
Jesus possa ser em nós mestre da verdade, fonte de perdão e força no
testemunho e na consolação do caminho. Em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo. Amém.

Canto: à escolha da comunidade.

36
CELEBRAÇÃO DA ENTREGA
DAS BEM-AVENTURANÇAS

(A entrega das Bem-Aventuranças será feita na comunidade, no do-


mingo, na Solenidade de Todos os Santos. A celebração até a homilia
segue os ritos próprios.)
(Providenciar cartões com o texto das Bem-Aventuranças para ser en-
tregue após a homilia.)

Homilia (reflexão e explicação das bem-aventuranças e do compromis-


so como cristãos.)

Após a homilia:

Animador/a:
Celebramos a festa das Bem-Aventuranças. Esta celebração expressa o
compromisso de vivermos e transmitirmos a fé recebida no Batismo e
confirmada em todos os dias de nossa vida. Que a luz do Senhor Jesus
inunde o nosso coração e a vida da nossa comunidade, ilumine nossos
passos, para que sejamos fiéis aos compromissos assumidos no Batismo
e ao longo dos encontros mensais realizados.

Presidente: As Bem-Aventuranças são os ensinamentos que Jesus Cris-


to pregou no Sermão da Montanha, para ensinar e revelar aos homens
a verdadeira felicidade. São o anúncio da vinda do Reino de Deus. Con-
vidamos todos para que se aproximem e recebam este feliz anúncio, as
Bem-Aventuranças.

(Os ministros podem ajudar a entregar o cartão com as Bem-Aventu-


ranças, enquanto se canta um hino à escolha da comunidade).

Canto: à escolha da comunidade.

37
Preces da comunidade:

Após cada prece, digamos: Escuta-nos, Senhor da glória!

1. Olhai, Senhor por estes vossos filhos e filhas, fazei que se deixem
atrair pela luz de Jesus e possam segui-lo como seus discípulos e dis-
cípulas. Rezemos...

2. Fortalecei, Senhor, os grupos que se reúnem para rezar, que vivam


como seguidores da luz de Deus e possam ser exemplo de fé e de
amor ao Evangelho e na vivência cristã. Rezemos...

3. Fazei, Senhor que todos nos deixemos guiar pelo Espírito que forta-
lece, anima e dá vida para sermos anunciadores da vossa Palavra.
Rezemos...

4. Animai, Senhor, cada um de nós na vivência das Bem-Aventuranças


e nos tornai felizes por viver este caminho que Jesus nos propõe. Re-
zemos...

(Segue a Celebração Eucarística como de costume.)

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