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Catarina José Campira

José Jorge Faustino


Palmira Eufrásio David
Wisman João Severiano

Licenciatura em ensino de Biologia com Habilitações em Química

Universidade Púnguè
Tete
2022
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Catarina José Campira


José Jorge Faustino
Palmira Eufrásio David
Wisman João Severiano

A Personalidade do Professor e a Actividade de EnsinoAprendizagem

✓ Ensinar com eficiência

✓ Competências essenciais no Ensino

✓ O Conhecimento dos professores


Trabalho da Cadeira de Psicologia da
✓ A personalidade dos professores
Aprendizagem, do Curso de Licenciatura em
Ensino de Biologia, Grupo 14, 2º Ano, a ser
entregue Faculdade de Ciências Biológicas
como requisito de Avaliação Parcial.
Docente: Mestre Leonel Elias Bene

Universidade Púngue
Tete
2022
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Índice
1. Introdução............................................................................................................................................3
1.2. Objectivo Geral...................................................................................................................................4
1.3. Objetivos Específicos..........................................................................................................................4
1.4. Metodologia.........................................................................................................................................4
2. Casamento...........................................................................................................................................4
2.1. Acontecimento de um casamento........................................................................................................5
2.1.1. Tipos de casamentos....................................................................................................................5
2.1.2. Laços de afinidade.......................................................................................................................6
2.2. Limites da afinidade............................................................................................................................7
2.2.1. levirato e o Sororato.....................................................................................................................7
2.2.2. Exogamia e endogamia................................................................................................................8
2.2.3. Monogamia e Poligamia..............................................................................................................8
2.2.4. Hipergamia e hipogamia..............................................................................................................9
2.2.5. Homogamia...............................................................................................................................10
3. Conclusão..........................................................................................................................................11
4. Bibliografia........................................................................................................................................12
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1. Introdução
O presente trabalho tem como temática principal Casamento e laços de afinidade em
Moçambique, e estão abordados no trabalho aspectos como: endogamia, exogamia, monogamia,
poligamia, (poliginia e poliandria), hipergamia, hipogamia, homogamia ou isogamia, levirato,
sororato.

Casamento: Casamento é um vínculo estabelecido entre duas pessoas, mediante o


reconhecimento governamental, cultural, religioso ou social que pressupõe uma relação
interpessoal de intimidade, cuja representação arquetípica é a coabitação, embora possa ser visto
por muitos como um contacto. Em outras partes do mundo o casamento é feito por pessoas da
mesma família. Uma pessoa deve se casar com seu primo: Uma mulher deve se casar com filho
da irmã de seu pai e um homem deve se casar com a filha do irmão de sua mãe, este é
normalmente o caso de uma sociedade que tem uma regra de "Rastreamento" de parentesco
exclusivamente através de grupo de descendência patrilinear e matrilinear, como entre o povo de
Akan/África. (Bozon e Héran, 1988: 139). Laços por afinidade: refere-se aos parentes originados
não por vínculo sanguíneo ou adoção, mas por vínculo matrimonial.

1.1. Objectivos
1.2. Objectivo Geral
 Conceituar os conceitos casamento e laços por afinidade

1.3. Objetivos Específicos


 Identificar os tipos de casamento;
 Diferenciar os diferentes tipos de casamento;
 Descrever os conceitos de endogamia, exogamia, monogamia, poligamia, (poliginia e
poliandria), hipergamia, hipogamia, homogamia ou isogamia, levirato, sororato

1.4. Metodologia
Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica porque consistiu no levantamento
de todas bibliografias já publicadas em forma de livros, revista, publicações avulta e impressa
escrita” (LAKATOS & MARCONI, 1991:45). Sua finalidade é colocar o pesquisador em
contacto directo com aquilo que foi escrito, fazendo uma análise paralela.
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2. Casamento
A palavra casamento é derivado de "Casa" enquanto matrimónio tem origem no radical "matir"
(Mãe), seguindo o mesmo modelo lexical de património. Também pode ser proveniente mediával
casamento.

Casamento é um vínculo estabelecido entre duas pessoas, mediante o reconhecimento


governamental, cultural, religioso ou social que pressupõe uma relação interpessoal de
intimidade, cuja representação arquitípica é a coabitação, embora possa ser visto por muitos
como um contacto. Embora seja marcado por um acto solene segundo a biblia (Livro sagrado
cristão) o primeiro casamento foi no inicio do Mundo no jardim de Éden que teve o espirito
santo no meio deles. Roussel, 1975).

Na legislação Portugesa, o casamento é infinitamente definido como um contrato. Entretanto, na


legislação brasileira, admite-se que o casamento é, ao mesmo tempo contrato e instituição social.
Pois apesar de presumir a forma de um contrato (Sendo, na verdade bem mais do que um mero
contrato). As pessoas casam-se por vários motivos, mas normalmente fazen-no para dar
visibilidade a sua relação afectiva outros para basear estabilidade económica e social. E algum
para formar família, procriar e educar filhos, e legitimar o relacionamento sexual ou para Obter
direitos como nacionalidade.

O casamento, para Lévi-Strauss, envolve três sujeitos, é uma relação a três, uma mulher e dois
homens, um que dá essa mulher, e o outro que a recebe. É uma forma de comunicação entre
tribos que de outra forma estariam em antagonismo.

O casamento estabelece a norma em relação à legitimidade dos filhos e a ideia do incesto cria a
norma em relação ao fato biológico das relações sexuais. Os elementos que definem a família em
Antropologia têm um caráter positivo e negativo: definindo o incesto, define-se o que pode e o
que não pode ser feito. Define-se o legítimo e o proibido. O mesmo se passa com a divisão
sexual do trabalho, outro princípio fundamental na constituição da família: estabelece o que os
homens e as mulheres podem e não podem fazer, instituindo a reciprocidade. O casamento
destrói a naturalidade da relação entre mãe e filho, estabelecendo a mediação do pai. O incesto
destrói a naturalidade das relações sexuais. Através da definição do casamento e do tabu do
incesto, tal como é feita pela Antropologia, fica muito claro o caráter social dessas duas
instituições.
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2.1. Acontecimento de um casamento


Para iniciar o processo do casamento civil, os noivos devem comparecer a uma conservatória 30
a 60 dias antes da cerimónia eles têm de pedir a habilitação do casamento na qual o cartório
verifica se ambos estão livres para casar.

Um casamento é frequentemente iniciado pela celebração de uma dos noivos que pode ser
oficializado por um ministro religioso (Padre, Habino ou pastor), ou por um oficial de registro
civil (Juíz do casamento), ou por um individuo que goza de duas pessoas que pretendem se unir.

Em qualquer casamento não pode faltar o anel ou aliança. Porque a palavra aliança vem do latin
que significa "alligare" que em Português significa relação de proximidade ou de união. Portanto
uma aliança é fazer um acordo, um pacto e uma união. Assim o anel com o nome de aliança e
uma lembrança do pacto entre os novos

2.1.1. Tipos de casamentos


Há uma grande variedade dependendo de factores culturais nas regras sociais que regem a
seleção de um parceiro para o casamento. A seleção de parceiros pode ser uma decisão
individual dos parceiros ou uma decisão coletiva por parte dos seus parentes.

Em outras partes do mundo o casamento é feito por pessoas da mesma família. Uma pessoa deve
se casar com seu primo: Uma mulher deve se casar com filho da irmã de seu pai e um homem
deve se casar com a filha do irmão de sua mãe, este é normalmente o caso de uma sociedade que
tem uma regra de "Rastreamento" de parentesco exclusivamente através de grupo de
descendência patrilinear e matrilinear, como entre o povo de Akan/África. (Bozon e Héran,
1988: 139).

Portanto devemos saber que existem muitos outros tipos de casamentos mais além desses já
falados vamos citar cinco que são:

 Casamento aberto: Casamento em que é permitido aos conjuges ter outros parceiros
sexuais por concentimento mutua.
 Casamento branco: Sem relações sexuais.
 Casamento arranjado: Celebrado antes do desenvolvimento afectivo dos contraentes e
normalmente cambiados por terceiros (pais, irmão, chefes de clãs ou tribos)
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 Casamento civil: celebrado sobre os princípios das legislação vigente em determinado


estado (Nacional ou sub-nacional).
 Casamento misto: entre pessoas de distintas origens (Racial, Religiosa, Étnica etc.).

2.1.2. Laços de afinidade


O termo laços por afinidade refere-se aos parentes originados não por vínculo sanguíneo ou
adoção, mas por vínculo matrimonial. Quando a pessoa se casa, seus sogros e cunhados se
tornam, legalmente, seus parentes por afinidade. Isso porque, segundo a lei, as pessoas criam um
vínculo familiar a partir do momento em que a pessoa e seu cônjuge se casaram. Esse vínculo vai
além de uma mera relação de amizade, que é subjetiva: ele passa a ser uma relação formal, que é
objetiva. Em outras palavras, é relativamente difícil apurar o grau de amizade ou inimizade entre
duas pessoas. Por isso as relações de amizade e inimizade são subjetivas. Mas uma relação de
parentesco – sanguíneo ou por afinidade – é fácil de ser identificada. São necessários apenas
algumas certidões (de casamento e de nascimento), que são públicas, para provar a relação. O
juiz não precisa saber se a pessoa gosta ou não gosta de seus sogros ou cunhados, ou o quanto ela
gosta ou desgosta deles. Tudo o que é preciso é saber que vocês são, legalmente, parentes. Por
isso a relação é objetiva. Por fim, vale lembrar que embora sogros e cunhados sejam
parentes, cônjuge não é parente. Cônjuge é cônjuge. Se a lei se refere aos parentes mas não diz
explicitamente cônjuge (ou marido/esposa), ela não se aplica ao cônjuge. (Almeida, 1995)

2.2. Limites da afinidade


 O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do
cônjuge ou companheiro. Ou seja, não ultrapassa o 2º grau (vai somente até o (a) cunhado
(a). Portanto, concunhado (a) (casado (a) com o (a) cunhado (a) não têm qualquer vínculo
de parentesco nem vínculo de afinidade.
 Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união
estável;
 Assim, da mesma forma que o parentesco comum (natural ou civil), a afinidade também
ocorrerá em linha reta ou em linha colateral.
 Os parentes comuns em linha reta de um dos cônjuges serão parentes por afinidade em
linha reta do outro cônjuge: o sogro, o genro, a nora, o enteado, o padrasto e a madrasta
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- parentesco que jamais se extingue, ainda que tenha se dissolvido o casamento. Não há
ex-sogro ou ex-sogra.

2.2.1. levirato e o Sororato

De acordo com (Shorter, 1975) afirma que levirato consiste na obrigação que uma mulher tem
em casar com irmão do seu marido falecido. Com efeito, quando um homem morre, a viúva
torna-se esposa de irmão mais novo do defunto e permanece na mesma família. Os filhos nascido
neste novo casamento não serão considerados filhos do genitor mas do defunto considerado
como pai social. Em certas sociedades poligâmicas, quando um homem morre os filhos
partilham entre si as esposas deste, com excepção da sua própria mãe. Sublinhado assim a
qualidade de pertença da esposa ao grupo social do marido, tanto quanto possível com um dos
irmãos deste, sobretudo se tiver filhos, dado este deverem ser criados nas terras do seu pai
falecido.

Na modalidade inversa ao levirato, o sororato consiste no princípio segundo o qual quando a


esposa morre, o seu grupo de parentes de origem tem a obrigação de fornecer uma outra em
substituição da primeira. Sobretudo, nos casos em que as circunstâncias do falecimento foram
obscuras e a mulher sendo jovem não tenha deixado a esperada progenitura. Ou ainda no caso
em que não tendo falecido é no entanto uma esposa estéril. Em qualquer destas situações, uma
irmão mais nova de referida esposa pode substitui-la e os filhos nascidos da união serão
considerados filhos da primeira esposa.

2.2.2. Exogamia e endogamia

Qualquer sistema de parentesco pressupõe uma forma de proibição do incesto. A regra de


exogamia que obriga os homens de um grupo de parentes a casarem-se fora deste grupo, é uma
expressão social alargada da proibição de incesto. (Kellerhals et al., 1982).

A exogamia fixa-se em termos de grupos uma interdição que a proibição do incesto se limita a
formar em termos individuas. Qualquer sociedade é, em simultâneo, exógama e endógama. As
regras de casamento interditam sempre um círculo de parentes, é a regra exogâmica. Mas
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recusam também reconhecer a possibilidade de casamento fora de um grupo definido por


determinados critérios: raça, etnia, condições sociais, casta, religião. E a regra da endogamia.

2.2.3. Monogamia e Poligamia


Os termos monogamia, poligamia vem do grego mono (um), poli (muitos) e gamia (casamento).
a monogamia segundo dicionários, é o regime em que se pode ter apenas um cônjuge durante a
vigência do casamento. Os pesquisadores biológicos modernos usam a teoria da
evolução humana aproximar a monogamia como o mesmo em espécies animais não-humanos e
humanos . Eles postulam os quatro aspectos da monogamia seguintes:

 Monogamia civil: refere-se a casamentos de apenas duas pessoas.


 Monogamia social: refere-se a dois parceiros que vivem juntos, tem relações sexuais e
colaboraram na aquisição de recursos básicos, como moradia, comida e dinheiro.
 Monogamia sexual: refere-se a dois parceiros exclusivamente sexuais, que não têm
outros parceiros sexuais;
 Monogamia genética: refere-se relações sexualmente monogâmicas com evidência
genética de paternidade

Quando os antropólogos culturais ou sociais e outros cientistas sociais usam o termo monogamia,
o significado é a monogamia social, ou marital. A monogamia civil podem distinguir-se ainda
entre: casamento uma vez na vida; casamento com apenas uma pessoa de cada vez, em contraste
com a bigamia ou a poligamia, e monogamia em série, um novo casamento após a morte do
cônjuge ou o divórcio. Aspectos legais da monogamia humana são ensinados nas faculdades de
direito.

A poligamia é o regime em que se pode ter mais de um cônjuge durante a vigência do(s)
casamento(s). A poligamia, em muitos casos, tem a ver com contextos religiosos e entra em
conflito com diversas legislações,. A poligamia implica em casamentos simultâneos, mas não
entre todos os membros, tendo um indivíduo central que se casa mais de uma vez. (Almeida,
1995). A poligamia pode ser dividida em:

 Poliginia: quando um homem se casa com diferentes mulheres;


 Poliandria: quando uma mulher se casa com diferentes homens.
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Em ambas as situações, as relações não são das mulheres entre si, mas sim delas com seu marido.
E nem são dos homens entre si, mas deles com sua esposa. A poligamia tende a ser associada a
religião mulçumana e a alguns grupos de mórmons. No Brasil, a bigamia (dois casamentos
concuminantes) é proibida em legislação.

2.2.4. Hipergamia e hipogamia


A hipergamia é um termo usado em sociologia para o ato ou prática de uma pessoa de uma
determinada condição social de se casar com outra de classe social ou atributos superiores.
Almeida, Sobral e Ferrão, 1997: 889). Já a palavra "hipogamia" refere-se a instâncias do inverso
ocorrendo: casar-se com alguém de posição social inferior à sua. Ambos os termos foram
cunhados na Índia, no século XIX, a partir da tradução dos vocábulos sânscritos, conceitos
encontrados nos livros clássicos hinduístas.

A palavra hipergamia se aplica, maioritariamente, a uma tendência intrínseca à natureza feminina


na qual as mulheres procuram por pretendentes que possuam uma situação que passe mais
segurança comparado a outros homens. Isso se materializa em uma atração por indivíduos com
uma situação financeira comparativamente superior, maior idade e altura, um prestígio com
relação a um determinado grupo a ela inserido, maior bagagem cultural, maior e melhor estatura
corporal, melhor desempenho verbal e não verbal em relação a um conjunto de indivíduos do
sexo oposto. Esses comportamentos podem ser explicados dentro da psicologia evolutiva, em
que os animais do sexo feminino ficam incapazes tempestivamente por conta da criação de sua
prole em que é necessário um controle parental por um determinado tempo até que atinjam a
independência, consequentemente será necessário uma vinculação buscando sempre a proteção.
Isto garante a probabilidade do sucesso reprodutivo da espécie, tal fato explica o motivo das
mulheres serem mais seletivas na hora da busca de um companheiro. A hipergamia feminina é
por diversas vezes confundido a concupiscência, ganância.

2.2.5. Homogamia

A homogamia, segundo Singly (1987a: 27), determina que “duas pessoas com características
sociais idênticas se escolham com mais frequência do que duas pessoas diferentes” ou, por outras
palavras, a eleição de “alguém próximo, um par, uma pessoa que pertence ao mesmo contexto
social” (Almeida, 1995: 107).
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O caminho percorrido desde os casamentos “arranjados” que caracterizavam as sociedades pré-


industriais, e desde a visão da família europeia enquanto uma unidade de produção económica,
até à valorização dos laços afetivos e conjugais (Almeida, 1995) induzirá que o amor foi o
grande vencedor da batalha pela livre escolha do cônjuge. Quando a seleção do parceiro era
desprovida de afeto, seguindo critérios de propriedade e linhagem (Shorter, 1975), era
compreensível que os níveis de homogamia fossem tão elevados, principalmente nas classes
superiores onde, mesmo no século XX, a escolha do cônjuge era o resultado de uma estratégia
hermética de manutenção de riqueza (Roussel, 1975).

Contudo, estudos mais recentes, do período pós-industrial e realizados sobre a sociedade


portuguesa, continuam a verificar a regra homogâmica (Almeida, Sobral e Ferrão, 1997; Rosa,
2004, 2008).

Um forte contributo para a subsistência desta regra é o papel das cenas de encontro. A questão
geográfica assume tanta importância que é apontada por Kellerhals et al. como sendo a
interpretação probabilística para a homogamia.1 De acordo com esta linha de pensamento, a
homogamia é fruto de uma probabilidade: se pessoas semelhantes frequentam e se movimentam
nos mesmos espaços sociais, a probabilidade de cruzamento com um par é superior à
probabilidade de cruzamento com um ser com características díspares (Kellerhals et al., 1982).
Quer isto também dizer que “cena de encontro atípica, escolha de cônjuge atípica” (Bozon e
Héran, 1988: 139).

Assim, a heterogamia, por sua vez, significa a tendência para as uniões entre pessoas com
características díspares e, existindo, importa conhecer a natureza dessa diferença. Quando o
homem apresenta um capital global superior ao da mulher estamos perante o fenómeno de
hipergamia (o tipo de heterogamia mais comum). Se a balança pende a favor do sexo feminino,
fala-se em hipogamia. A prevalência da hipergamia explica-se pelos papéis sociais distintos que
homem e mulher ocuparam ao longo dos últimos séculos. A evolução das sociedades modernas
ocidentais ditou que a mulher se mantivesse relativamente à margem da escola e do trabalho, em
Portugal, pelo menos até à década de 60 do século XX (Almeida, 1995). Nas últimas décadas “o
aparecimento de mulheres trabalhadoras de sucesso e de maridos que cuidam da casa desarranjou
as classificações de classe tradicionais baseadas no homem como fonte de sustento de um
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agregado familiar dependente” (Giddens, 2008: 301). Este “desarranjo” conduz aos casos, cada
vez mais frequentes, de hipogamia.

3. Conclusão
A Lei moçambicana define casamento como sendo uma união voluntária e singular entre um
homem e uma mulher, com o propósito de constituir família, mediante comunhão plena da vida.
O casamento pode ser civil, religioso ou tradicional. Em Moçambique, ao casamento
monogâmico, religioso e tradicional é reconhecido valor e eficácia igual à do casamento civil,
isto quando tenham sido observados os requisitos que a lei estabelece para o casamento civil.
É importante ter uma compreensão clara da nomenclatura do termo "monogamia", porque os
cientistas usam-no para diferentes tipos de relacionamentos. Os biólogos, antropólogos
biológicos, comportamentais e ecologistas costumam usar o termo monogamia no sentido sexual,
se não genético. Os pesquisadores biológicos modernos usam a teoria da evolução humana
aproximar a monogamia como o mesmo em espécies animais não-humanos e humanos

Os contornos da homogamia e da heterogamia fazem sobressair que, nas gerações intermédias,


são questões como a escolaridade e a situação perante o trabalho que distanciam os cônjuges,
reforçando que o processo de RVCC seja parte de uma estratégia individual de aproximação ao
cônjuge.
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4. Bibliografia
ALDA Botelho Azevedo, «Homogamia, distância global e educativa
entre os cônjuges », Sociologia, Problemas e Práticas, 79 | 2015, 109-131.

ALMEIDA, Ana, José Sobral, e João Ferrão (1997), “Destinos cruzados: estruturas e processos
da homogamia”, Análise Social, XXXII (143-144), pp. 875-898.

ALMEIDA, João (coord.) (1995), Introdução à Sociologia, Lisboa, Universidade Aberta.

ALONSO, Luísa, Luís Imaginário, Justino Magalhães, Guilhermina Barros, José Manuel Castro,
António Osório, e Fátima Sequeira (2001, 2002), Referencial de Competências-Chave.
Educação e Formação de Adultos, Lisboa, ANEFA.

Bettencourt, Ana Maria (org.) (2011), Estado da Educação 2011: A Qualificação dos
Portugeses, Lisboa, Conselho Nacional de Educação.

BOZON, Michel, e François Héran (1988), “La découverte du conjoint”, Population, janeiro e
fevereiro, pp. 121-150.

ROUSSEL, Louis (1975), Le Mariage dans la Société Française, Paris, Institut National
d’Etudes Démographiques / Presses Universitaires de France.
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SHORTER, Edward (1975), A Formação da Família Moderna, Lisboa, Terramar.

SINGLY, François (1987a), Fortune et Infortune de la Femme Mariée, Paris, Presses


Universitaires de France (2.ª edição).

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