Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

O PENSAMENTO DA IGREJA CATÓLICA EM QUESTÕES DE BIOÉTICA E


OS PRINCÍPIOS PERMANENTES DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA.

LAIZA SALZONE NHEREZERANE

CHIMOIO, NOVEMBRO DE 2022


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

O Pensamento da Igreja Católica em Questões de Bioética e os princípios permanentes da


Doutrina Social da Igreja.

Laiza Salzone Nherezerane-708214760

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia


Disciplina: Fundamentos de Teologia Católica
Ano de Frequência:2º
Tutor: Dr.João Bastos

Chimoio, Novembro de 2022


Índice pág.
1. Introdução ..................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos ................................................................................................................. 1

1.2. Geral ......................................................................................................................... 1

1.3. Especifico .................................................................................................................. 1

1.4. Metodologia de pesquisa ........................................................................................... 1

2.O Pensamento da igreja católica em questões de Bioética ............................................ 2

2.1. Conceitos básicos da Bioética ................................................................................... 2

2.2. A vida humana ........................................................................................................... 2

2..2.1. O início da vida humana ........................................................................................ 2

2.3. Sexualidade Humana Conceito .................................................................................. 2

2.3.1. Desvios sexuais ...................................................................................................... 3

2.3.2. Pecados de natureza sexual..................................................................................... 4

2.4. Actos contra a vida Humana a Contracepção ............................................................ 4

2.4.1. O impacto ético cristão do uso dos contraceptivos na saúde reprodutiva .............. 4

3.Evolução da Doutrina Social da Igreja ao longo da História ........................................ 6

3.1.Pensamento social da igreja Católica ......................................................................... 7

3.2.Doutrina social da igreja: história e desafios .............................................................. 8

4. Conclusão ..................................................................................................................... 9

5. Referências bibliográficas .......................................................................................... 10


1. Introdução

O presente trabalho, discute sobre: O Pensamento da Igreja Católica em Questões de


Bioética e os princípios permanentes da Doutrina Social da Igreja, O reconhecimento
da dignidade pessoal do ser humano e sua fundamentação última na semelhança de sua
imagem à Deus é a herança crista decisiva, cuja fecundidade deve ser repetidamente
resgatada para a configuração do mundo e da Sociedade. À compreensão crista do ser
humano, dá sua personalidade e dignidade tem consequências necessárias ao
ordenamento e a configuração do convívio dos homens. Porém, a tradição da doutrina e
ética social cristãs, três princípios sociais fundamentais cristalizaram-se com vistas a essa
compreensão cristã do ser humano: O principio do bem comum, principio da
solidariedade e o principio subsidiariedade.

1.1. Objectivos

1.2. Geral

 Compreender o Pensamento da Igreja Católica em Questões de Bioética.

1.3. Especifico

 Explicar o pensamento da igreja católica em questões de Bioética;


 Trazer o Pensamento da Igreja Católica em Questões de Bioética;
 Descrever os impactos éticos cristão do uso dos contraceptivos na saúde
reprodutiva.

1.4. Metodologia de pesquisa

Para a realização do presente trabalho de pesquisa teve como metodologia de pesquisa a


pesquisa Bibliográfica, Segundo Marconi & Lakatos, (2009) Pesquisa Bibliográfica e
aquela que e elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de
livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins,
monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet, com o objectivo de
colocar o pesquisador em contacto directo com todo material já escrito sobre o assunto
da pesquisa.

1
2.O Pensamento da igreja católica em questões de Bioética

É imperioso discutir aspectos da bioética no uso dos contraceptivos, pois a bioética é o


estudo sistemático da conduta humana, no âmbito das ciências da vida e da saúde,
considerada á luz de valores e de princípios morais.

O âmbito das ciências da vida e da saúde compreende a consideração da biosfera para


além da medicina. A bioética é a orientação que diz respeito às intervenções sobre a vida,
entendida em sentido extensivo que deve compreender também as intervenções sobre a
vida e saúde do homem.

2.1. Conceitos básicos da Bioética

A bioética é o estudo sistemático da conduta humana, no âmbito das ciências da vida e


da saúde, considerada á luz de valores e de princípios morais.
O âmbito das ciências da vida e da saúde compreende a consideração da biosfera para
além da medicina.
A bioética é a orientação que diz respeito às intervenções sobre a vida, entendida em
sentido extensivo que deve compreender também as intervenções sobre a vida e saúde do
homem.

2.2. A vida humana

2.2.1. O início da vida humana

A - Reprodução natural
O ser humano começa a existir quando no acto sexual o óvulo que sempre tem o
cromossoma X fica fecundado pelo espermatozóide que tem ou cromossoma X ou Y,
resultando numa menina - XX, ou num rapaz -XY, dependendo do tipo de espermatozóide
que fecunda o óvulo.

2.3. Sexualidade Humana Conceito

O relacionamento íntimo do casal condiz plenamente com a vontade de Deus e nada tem
de pecaminoso. Deus instituiu a família e ordenou a procriação. É preciso ter em mente
que a única finalidade da união sexual não é a procriação “esta é a primeira e mais
importante, a outra finalidade da união sexual é contribuir para o ajustamento do casal”.

2
A ideia de que o sexo foi feito exclusivamente para a procriação não nos parece ter origem
na Bíblia e muito menos no cristianismo, mas em outras religiões antigas Lima, (1986, p.
153).

A regulamentação da sexualidade humana é firmemente radicada na carne e no sangue e


toca um conjunto de factores:
1. Sexo cromossómico: depende da constituição genética que distingue cromossomas
sexuais diferentes, XX na mulher e XY no homem. Essa fórmula preside todas as
diferenciações ulteriores.
2. Sexo gonádico: distingue na mulher órgãos genitais do tipo feminino, os ovários, e no
homem, os testículos, órgãos do tipo masculino. Nesse contexto, distingue-se também o
sexo enzimático, isto é, a existência de substâncias químicas provenientes dos ganes que
provocam as determinações gonádicas que aparecem no crescimento do indivíduo
(Laversin, 755).
3. Sexo endócrino: concerne as secreções hormonais das glândulas endócrinas que ficam
derramadas directamente no sangue do indivíduo para permear todo o organismo. O sexo
endócrino é essencialmente mas não unicamente relacionado as gônatas e determina o
aspecto exterior do indivíduo (Laversin, 755).
4. Sexo morfológico: concerne as características sexuais secundárias exteriores – órgãos
genitais externos, estatura, abundância, disposição do pêlo, o tom da voz etc. Trata-se do
sexo do estado civil (Laversin, 755).
5. Sexo psicológico: constituído pelas características afectivas e intelectuais de cada sexo
(Laversin, 755).
6. Sexo funcional: toca o papel do indivíduo de realizar um acto sexual seguido ou não
por procriação (Laversin, 756).
7. Sexo social: refere à vida na sociedade, segundo o papel de cada sexo fora do acto
sexual, por exemplo, na vida familiar, no campo profissional.

2.3.1. Desvios sexuais

São considerados desvios sexuais todas as condutas sexuais contrárias às normas


comummente estabelecidas numa determinada sociedade.
a) Homossexualidade: Atracção erótica predominante e persistente entre pessoas do
mesmo sexo. Os actos homossexuais são intrinsecamente uma desordem por falta de uma
união sexual genuína com a parte unitiva e ou procriativa.

3
b) Pederastia ou Pedofilia actividade sexual entre um(a) adulto(a) e um(a) menor
(Peschke,
1989, 454).
c) Zoofilia – coito com um animal
d) Sadismo – prazer sexual conseguido mediante crueldade exercida sobre o outro.
e) Masoquismo – prazer sexual conseguido mediante suporte da crueldade e humilhação.

2.3.2. Pecados de natureza sexual

a) Prostituição – é a prática do acto sexual como moeda de comércio.


b) Adultério – é a prática do acto sexual fora do matrimónio. Ele ofende a justiça, e a
fidelidade (Peschke, 1989, 444).
c) Violação – é a prática do acto sexual com uma pessoa contra a sua vontade. O violador
usa a força física, e o engano ou busca uma pessoa sem o uso da razão.
d) Incesto – prática sexual entre pessoas com afinidade de parentesco.
e) Fornicação – toda a relação sexual fora do quadro social do matrimónio ou do
casamento.
f) Concubinato é o estado do homem e da mulher que vivem como cônjuges sem contrair
o matrimónio cristão.

2.4. Actos contra a vida Humana a Contracepção

É o mecanismo de interferência no processo natural da fecundação. Esta pode ser


preventiva, impedindo a fecundação, ou abortivo, impedindo o desenvolvimento do óvulo
fecundado.

2.4.1. O impacto ético cristão do uso dos contraceptivos na saúde reprodutiva

Autores teólogos apontam como a principal finalidade do casamento e consequentemente


da vida amorosa entre conjugues a geração de filho. Outra finalidade é a expressão de
amor entre o casal, como afirma Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, (Anápolis, 2001). A
maioria das religiões condena ora abertamente, ora de forma velada, o uso dos métodos
anticoncepcionais, chegando a rotulá-los como “pecaminosos”, causando nos indivíduos
que fazem uso deles um mal psíquico, “peso de consciência”.

4
Alguns religiosos tomam ao pé da letra a expressão de Génese. 1:28 (“frutificai e
multiplicai-vos e enchei a terra.”) e fazem uma exegese de Génese. 3:16 (“Multiplicarei
grandemente a tua dor e a tua conceição com dor terás filhos...”) querendo provar que a
maternidade pode apagar os pecados da mulher. (“E será salva através do dar à luz”).

Como a experiência religiosa é repassada para as novas gerações não apenas pela
escritura, mas também pela tradição, pelos líderes religiosos e pela própria família, é
imperioso que a sociedade moderna e seus organismos tanto religiosos quanto os de saúde
despertem para a necessidade premente de desmistificar essa questão para que a mulher
possa fazer uso do seu corpo e também escolher livre e conscientemente por um método
anticoncepcional que melhor se adapte a sua condição de vida religiosa e sociocultural.

Dizia Bispo (2000, p. 20) que devemos fazer hermenêutica bíblica de género dizendo:
“Deve partir das coisas vividas, do concreto, do quotidiano no ser e viver como mulher e
homem-prazer: do bem-estar, da vitalidade, do doar, a alegria do abraço, do beijo, da
carícia, do êxtase; -No gerar vida tendo ou não filhos”. Esse assunto é palpitante, mas a
motivação principal é a situação social em que se encontram muitas mulheres de nossa
sociedade. Assim, pretendemos, contribuir para um despertar de consciência que
promova libertação e melhores condições de vida para essas mulheres.

Vidal, (2002) em sua obra ética da sexualidade classifica os métodos anticoncepcionais


utilizando um critério de maior ou menor aproximação com a vida humana:

 Métodos abortivos: interrupção da gestação, uma vez que o indivíduo já está


implantado no útero.

O aborto é a interrupção da gestação que pode ser espontânea ou provocada.

O aborto espontâneo é aquele que acontece sem a concorrência humana.

O aborto provocado pode ser terapêutico ou por outros motivos. O aborto terapêutico é
interrupção da gravidez para salvar a vida salvável da mãe ou da criança, trata-se daqueles
casos em que se deve escolher entre deixar as duas vidas morrer ou salvar uma das duas
vidas (Häring, 1982, p.32). A Igreja apenas condena o aborto provocado por outros
motivos que não sejam a questão terapêutica.

5
 Métodos interceptivos: (anti-anidatórios, anti implantados): impedem que o
óvulo fecundado chegue a se implantar no útero, provocando assim sua
destruição; DIU.
 Métodos esterilizantes: causam a infecundidade permanente, embora não
necessariamente irreversível a laqueadura e vasectomia.
 Métodos propriamente anti conceptivos: interrupção do ato sexual. Método
Billings. Métodos de barreira e preparados hormonais”. Vidal, (2002, p. 251)

A Igreja Católica aceita que os seus fiéis usem só os métodos denominados naturais. O
próprio Papa Paulo VI se pronunciou na, Popular um Progressivo, Vidal, (2002, p. 68)
escrita a fim de esclarecer que a Igreja Católica, não era a favor de uma corrida
demográfica, mas de um equilíbrio. Internacionalmente, católicos e não católicos, foram
usando qualquer método desde que não fosse abortivo, pois as Igrejas evangélicas se
omitiram sobre o assunto ou pelo menos deixaram de pronunciar em um documento
escrito, deixando os seus fiéis na dúvida ou sobre a orientação de leigos e não de suas
lideranças religiosas. A encíclica que foi citada acima, à primeira vista, têm a ver com os
cristãos católicos, mas os cristãos de outras denominações, inclusive a Igreja Assembleia
de Deus, têm muitos costumes e tradições que coincidem com os ensinos e as tradições
do catolicismo e um deles diz respeito à sexualidade.

3.Evolução da Doutrina Social da Igreja ao longo da História

De Leão XIII a João Paulo II, da Rerum Novarum à Centessimus Annus, decorreu um
século de reflexão sobre a Doutrina Social da Igreja. Passados hoje mais de cem anos
desse pensamento social, é possível identificar certa periodização, a qual aponta para uma
inegável evolução no tempo. Embora cientes de que todo corte histórico é arbitrário, não
será difícil perceber determinadas etapas no percurso da DSI. Seguindo aproximadamente
o esquema de Camacho, podemos falar em cinco períodos em que a doutrina social e a
história do ocidente apresentam inquestionável correspondência. O primeiro período é o
próprio contexto do surgimento da DSI, no final do século XIX e início do século XX.
Como já ficou claro, a Igreja está diante de duas ameaças: o liberalismo e o comunismo.
De um lado, os males provocados por uma economia centralizada na maximização do
lucro e na acumulação capitalista. Destacam-se nesse quadro, entre outras coisas, a
exploração do trabalho, as precárias condições de habitação e salubridade, o uso
indiscriminado da mão-de obra infantil e feminina, os baixos salários, as longas penosas

6
jornadas de trabalho e os deslocamentos humanos de massa. Em rumo, e o cenário já
descrito referente as consequências da revolução industrial. À produção e a produtividade
dão salto nunca visto na historia, mas a grande maioria da população fica a margem desse
progresso. E o que leva a solicitude pastoral de leão XIII a preocupar se com a condição
dos operários.

3.1.Pensamento social da igreja Católica

A missão da Igreja é a de anunciar e comunicar a salvação realizada em Jesus Cristo,


ouseja, a comunhão com Deus e os homens. A Igreja trabalha para tornar mais humanaa
família dos homens e a sua história, ea pôr-se como baluarte contra
qualquer tentação totalitarista, indicando ao homem a sua vocação ao amor de Deus. AI
greja é, na humanidade e no mundo, o sacramento d o amor de Deus e, por issotem o
empenho de libertação e promoção humana.

Ao homem «enquanto inserido na complexa rede de relações das sociedades modernas»,


a Igreja se dirige com a sua doutrina social. «Perita em humanidade”, a Igreja busca
compreender homem, na sua vocação e nas suas aspirações, nos seus limites e nos seus
apuros, nos seus direitos e nas suas tarefas, e a ter para ele uma palavra de vida
que ressoe nas vicissitudes históricas e sociais da existência humana. Com o seu
ensinamento social a Igreja quer fecundar e fermentar o Evangelho na sociedade.

A doutina social é parte integrante do ministerio de evangelização da igreja,daquilo que


diz respeito a comunidade dos homens –situacoes e problemas referentes a justiça a
libertaçao ,ao desenvolvimento,as relaçoes entre os povos,a paz ,pessoale social do
homem.Para a igreja ensinar e difundir a doutrina social pertence a sua missao
envangelizadora e faz parte enssencial da mensagem crista,porque essa doutrina propoe
as suas cosequencias directas na vida da sociedade e enquadra o trabalho diario e as lutas
pela justiça no testemunho de Cristo Salvador.

«A missão própria que Cristo confiou à sua Igreja não é de ordem política,económica e
social. Pois a finalidade que Cristo lhe prefixou é de ordem reli giosa.Mas, na verdade,
desta mesma missão religiosa decorrem benefícios, luzes e
forçasque podem auxiliar a organização e o fortalecimento da comunidade humanasegu
ndo a Lei de Deus» ( Gaudium etspes, n. 42).

7
3.2. .Doutrina social da igreja: história e desafios

A expressão Doutrina Social da Igreja (DSI) designa o conjunto de escritos e


mensagenscartas, encíclicas, exortações, pronunciamentos, declarações – que compõem
o pensamento do magistério católico a respeito da chamada “questão social”. Mas não b
asta conhecer os documentos reunidos sob essa denominação. O estudo da DSI coloca-
nos diante de uma tarefa bem mais exigente em suas implicações e desafios. Trata-se, no
fundo, de recriar para os dias actuais, a dimensão sociopolítica da Boa Nova de Jesus
Cristo.

Um rápido olhar sobre dois textos bíblicos pode nos dar uma ideia do que
significaretomar o estudoda DSI. O primeiro é do evangelista Lucas: Jesus encontra-se
recolhido num lugar à parte e, sob a insistência dos discípulos, ensina o Pai-nosso
(Lc11,1-4). No segundo texto, o evangelista Mateus faz um breve resumo das actividades
de Jesus (Mt 9,35-38). No primeiro caso, Jesus está na montanha em oração; no segundo,
Jesus “percorre as cidades e aldeias”, compadecendo-se das multidões “cansadas e
abatidas”.

Ou seja, na prática de Jesus montanha e rua não se excluem, mas se complementam se


interpelam e se enriquecem mutuamente. Quanto mais Jesus aprofunda sua intimidade
com o Pai, na montanha, mais se desdobra no compromisso com os pobres, pelas ruas. A
montanha exige a rua e a rua exige a montanha. Oração e acção social constituem duas
dimensões indissociáveis de uma mesma prática. Tudo isso ficará ainda mais evidente em
episódios como o Bom Samaritano (Lc 10,25-37), a narração do Juízo Final (Mt 25,31 -
46) ou os retratos das primeiras comunidades cristãs (At 2,42-47; 4,32 -37). Se, por um
lado, a mensagem do Evangelho tem como centralidade inquestionável a preocupação
com o Reino de Deus, por outro, no coração do Reino encontram-se os pobres como os
prediletos de Jesus.

8
4. Conclusão

Ao longo desse artigo, demonstramos o surgimento e o fortalecimento de uma ofensiva


da Igreja Católica em relação às questões de gênero, sexualidade e bioética que extrapola
as fronteiras nacionais. A grande batalha travada pela alta hierarquia católica desde
meados da década de 90, que parte do Vaticano e se reproduz nas conferências episcopais
nacionais, diz respeito a esses temas. O Magistério Católico investe em uma ofensiva
teológica e acadêmico-científica, produzindo um grande número de textos oficiais, nos
quais embasa suas concepções de teologia moral em gramáticas dos direitos dos homens
e das ciências. O Lexicon, publicado pelo Pontifício Conselho para a Família, é o exemplo
mais bem organizado dessa ofensiva teológica e científica.

Dessa maneira, observa-se que a Igreja Católica produz as categorias, produz a expertise
para defendê-las em termos não doutrinais, mas sim científicos e jurídicos, e coloca essas
categorias em circulação, utilizando-se de todo o seu aparato institucional na
disseminação dessas concepções. Quando essas questões são colocadas em pauta nas
agendas nacionais, a Igreja Católica já está preparada para dar início às mobilizações.

9
5. Referências bibliográficas

 Bourdieu.P.(1978). A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Editora


 Lima, E. R, (1986). de A família cristã nos dias atuais. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora das Assembléia de Deus.
 Marconi, M. de A. e Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de Metodologia
Científica. 5ª Edição. São Paulo. Editora Atlas S.A.
 Silva J.A. (2004). Bétel Dominical, Rio de Janeiro, Ano 14. n. 52. jul./set.
 Silva. C. A, (2003). Zeus e a lógica do Mito. Goiânia: descubra.
 Tede2.pucgoias.edu.br:8080/distraem/tede/972/1/Berenice vaz de Almeida
Ferreira.pdf
 Vidal, M.(s/d). Ética da sexualidade. Tradução de Maria Stela Gonçalves. São
Paulo.
 Weber, Max. (1991). A economia e a sociedade, Brasília: Ed. UnB. Souza, E. Â,
(1987) de. Jovens e Adultos CPAD Dominical, Rio de Janeiro.
 João Paulo II (1992). Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Editora Loyola.
 Concílio Vaticano II (2002). Constituições, Decretos e Declarações. Coimbra:
Gráfica de Coimbra.

10

Você também pode gostar