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UNIVERSIDADE PAULISTA

NOME DO ALUNO

SOCIEDADE E RELIGIÃO

VALPARAISO DE GOIÁS
2021

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NOME DO ALUNO

SOCIEDADE E RELIGIÃO

Trabalho de curso para a obtenção do


título de graduação em Sociologia
apresentado à Universidade Paulista.

Orientador: Prof. ..............................

VALPARAISO DE GOIÁS
2021

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO...................................................................................................4
2.JUSTIFICATIVA................................................................................................7
3.OBJETIVOS.......................................................................................................8
3.1.Objetivo Geral..........................................................................................8
3.2.Objetivo Específico..................................................................................8
4.DESENVOLVIMENTO (FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA)................................9
4.1.Religião e Sociedade.................................................................................10
4.2.Importância da análise da Religião pela Sociedade.................................11
4.3.A importância dos valores Cristãos, Éticos e Morais................................12
4.4.A Religião como resposta aos problemas humanos e sociais..................13
4.5.Religião x Religiosidade: Qual a diferença?.............................................14
4.6.Problema social: Como combater a intolerância religiosa?......................15
4.7.Diversidade Religiosa................................................................................15
5.METODOLOGIA..............................................................................................17
REFERÊNCIAS..................................................................................................18

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INTRODUÇÃO (TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO)

SOCIEDADE E RELIGIÃO
COMO A RELIGIÃO É VITAL PARA A SOCIEDADE?

Os estudos referentes às dinâmicas entre religião e sociedade têm sido


proeminentes nos mais variados debates acadêmicos. Relacionado à religião, há
mais de um século os estudos dos fenômenos religiosos deixaram de ser
um domínio exclusivo da Teologia. Sua incorporação pela Antropologia, Sociologia,
Geografia e História trouxe aos estudos uma significativa versatilidade que permitiu
importantes estudos, pesquisas e debates sobre o assunto. Neste sentido, Religião
e Sociedade são entendidas na presente linha de pesquisa como conceitos-chave
para a compreensão das dinâmicas sociais e religiosas que tangenciam tanto as
relações de poder, do nível institucional ao individual, como as múltiplas
possibilidades de experiências individuais e coletivas que constituem as diversas
formas de religiosidade possíveis na história. Nesta presente linha de pesquisa
concentra-se nos campos de História das Religiões e Cultura Afro-Brasileira,
abarcando temática cujos objetos de estudo envolvam religiões e religiosidades
manifestadas sejam em sua dimensão institucional e normativa ou em suas
dinâmicas socioculturais que se exprimem tanto na experiência religiosa individual e
coletiva, como nas festividades, ritos, crenças e folclores.
A crença e a formação religiosa permanecem até hoje na alma da filosofia
moral da sociedade. A religião não só ensina a virtude, como estimula a ação moral.
Como tal, a religião desempenha um papel essencial na sociedade que lhe garante
uma consideração especial.
A religião é um dos assuntos mais comentados e discutidos atualmente, são
considerados estudos que tentem corrigir as implicações desta com as ciências que
orientam a vida humana. A que mais se identifica com a religião, é a Sociologia,
porque a religião se faz em meio às pessoas, as pessoas as comunidades e a
comunidade a população, com as mais variadas formas singulares de vida. Neste
sentido, a religião atua especificamente nessas formas singulares de vida,
contribuindo para um melhoramento dos indivíduos.
Qual a diferença entre religião e religiosidade? Pode-se dizer que religião é
um conjunto de crenças e filosofias que são seguidas por uma grande massa de
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pessoas de acordo com seus ensinamentos, doutrinas e costumes. E a
religiosidade, que é a qualidade de ser religioso, ou seja, ter uma religião.
Existem vários exemplos de crenças religiosas que inspiram comunidades a
atos de caridade e serviço altruísta. Estas contribuições salientam a necessidade de
preservar o direito humano que é fundamental a liberdade religiosa. Preservar a
liberdade religiosa também traz seus benefícios. A liberdade religiosa impulsiona o
progresso socioeconômico da sociedade e reduz os conflitos mais violentos.
Sendo assim a religião e a liberdade religiosa contribuem para uma sociedade
mais pacífica, estável e caridosa.  A liberdade religiosa deve incluir a proteção da
expressão pública de carácter religioso ou moral. As pessoas e as instituições
religiosas continuam a desempenhar um papel importante moldando as questões
morais e sociais por meio das vias democráticas apropriadas.
O espaço religioso é cada vez mais reduzido pela visão de que a religião é
uma questão exclusivamente privada. Esta tendência é desconcertante,
especialmente para as pessoas religiosas. O papel da religião na sociedade
continua a ser indispensável.
O comentador do século 19, Alexis De Tocqueville, disse, referindo-se à
democracia: “Quando uma religião, seja ela qual for, se enraíza profundamente
numa democracia... preservem-na cuidadosamente como a herança mais preciosa.”
Hoje em dia, a Religião continua a ser uma herança muito preciosa. Preservar
adequadamente esta herança exigirá um respeito renovado pela liberdade religiosa
e pelos princípios democráticos que a sustentam. Este respeito surgirá mais
rapidamente à medida que os indivíduos e os governos compreenderem e
reconhecerem o lugar vital que a religião tem na sociedade.
A análise sociológica da religião torna-se imperativa, uma vez que ela, de
certo modo, interfere diretamente nas funções sociais e por vezes altera
significativamente o modo de viver das pessoas. Mas esta análise não deve se
constituir em uma arma que tenta neutralizá-la e sim em um método que procura
compreendê-la e talvez, até confirmá-la, tendo como pressuposto a afirmação de
Durkheim em que “a própria natureza da sociedade é intrinsecamente religiosa”
(Martelli, 1995, p. 32).
Entende-se a religião como uma construção social, necessária à
sobrevivência do homem que, por sua vez, cria subsídios para sua existência. Para

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isso, é o próprio homem quem cria, com o propósito de validar a religião, leis e
outras exigências que passam a compor o código doutrinário das religiões. Essas
normas estabelecidas se tornam eficazes somente quando “se inscrevem nas
consciências individuais e nelas se incorporam como se naturais fossem,
transformando-se então em hábitos” (Oliveira, 2011, p. 181).
A intolerância religiosa é um problema social? Como combater? A intolerância
religiosa é uma forma de preconceito por conta da religião. Geralmente, a
intolerância religiosa manifesta-se por meio de discriminação, profanação e
agressões. O Brasil teoricamente e do ponto de vista jurídico é um país laico. Nós
respeitamos, enquanto Estado Nacional, as predisposições estabelecidas
na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O artigo 5º da Constituição Federal
de 1988 também assegura a igualdade religiosa e reforça a laicidade do Estado
brasileiro.
Ainda que sociedade atual seja secularizada, onde a interferência da Igreja,
enquanto representante oficial e concreta da religião, é praticamente exígua, isto em
tese, é possível constatar, na prática, alguns resquícios de sacralização da
sociedade. Em recentes fatos históricos ocorridos no Brasil, como as eleições
presidenciais do ano de 2010, foi possível observar o peso da religião na definição
das propostas dos candidatos, graças às exigências que os próprios eleitores
conservadores levantaram, notadamente a respeito do posicionamento desses
candidatos sobre o aborto. Ou seja, mesmo com a quebra do “dossel sagrado” que
outrora protegia a sociedade com costumes e leis pautados em tradições
essencialmente religiosas (Teixeira, 2011), ainda há um remanescente considerável
que é capaz de suscitar discussões e até mesmo decisões a favor da religião.
Portanto, não é possível tentar compreender a religião sem o auxílio da
Sociologia, tendo em vista que a religião tem implicações diretas nos indivíduos e a
Sociologia trata, basicamente, das relações sociais desses indivíduos.

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JUSTIFICATIVA

Para se entender a religião hoje, com suas diversas temáticas, com destaque
para o fenômeno religioso que marca o retorno ao sagrado na década de 1970, bem
como para compreender a própria religiosidade popular, onde se encontra inserido o
catolicismo popular, é preciso estabelecer a relação entre cultura, sociedade e
religião. Afirma-se que a religião, ao lado da família, é um sustentáculo da
sociedade.
Hoje, qualquer pesquisa sobre religiosidade popular, catolicismo popular,
romarias, devoções populares, dentre outros temas, se depara com essa questão
envolvendo a cultura, a sociedade e a religião. À sociedade e à função da religião
como um de seus elementos constitutivos, nos incursionando principalmente na área
da Antropologia, Sociologia e Ciências da Religião.
A religião é definida por Durkheim (1989, p. 79) como “um sistema de crenças
e práticas em relação ao sagrado, que unem em uma mesma comunidade social e
íntegra todos os que a ela aderem.” Assim sendo, só pode haver integridade se a
sociedade possuir um valor superior a de seus membros. Deus e a sociedade,
portanto, têm o mesmo significado, pois a religião é adoração da sociedade
transfigurada. A religião tem, assim, a função de agregar os indivíduos à sociedade,
servindo enquanto um instrumento de controle social, de manutenção da ordem,
funcionando como um código moral, um modelo a ser seguido por seus adeptos,
dando ênfase, enquanto valor agregado, à regularidade para a sociedade,
possibilitando uma reflexão do homem para além de si mesmo.
O pensamento social clássico subsidie na tentativa de compreender a
importância da religião na vida prática, como seus princípios e regras podem
modelar comportamentos. A análise da moral da convicção leva, assim, a uma
Sociologia da Religião.

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OBJETIVOS:

Objetivo Geral

Este projeto de pesquisa tem como objetivo geral analisar a religião como
uma necessidade social, construindo uma nova visão sob a leitura da sociologia,
desenvolvendo desta forma os valores, as atitudes e o conhecimento religioso do
homem e da sociedade em geral.

Objetivos Específicos

 Analisar a influência das religiões na sociedade;


 Reconhecer a importância dos valores cristãos, éticos e morais;
 A religião como uma Instituição Social e objeto de estudo da Sociologia;
 A religião e os problemas da sociedade;
 Analisar a diversidade religiosa nas sociedades modernas;

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DESENVOLVIMENTO (FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA)

Conceito
Religião é um sistema de regras e valores morais, estabelecido por meio de
crenças que caracterizam um grupo de indivíduos. Um aspecto importante das
religiões é servirem de ponte entre o mundo humano e o espiritual. As crenças
mencionadas são introduzidas por meio de narrativas que procuram atribuir sentido
à vida. Elas também explicam a origem das coisas, como o mundo e o universo. 
O termo religião vem de religio, que originalmente remonta-se ao universo
romano antigo e tem seu significado próximo a algo escrupuloso ou cuidadoso. A
vinculação de religio com religiosus, segundo Derrida, dá o sentido de “escrupuloso
em relação ao culto” (Derrida, 2000, p. 52) relacionado a uma espécie de cuidado ou
zelo com as práticas do culto romano aos deuses. Na célebre obra de Cícero, De
Natura Deorum, o termo religio recebe a denominação de relegere e reforça a ideia
de um fazer corretamente ou uma cuidadosa postura na prática do culto.
Já o autor Kerényi relata que religio pode estar relacionado com a questão da
escuta, de saber ouvir atentamente, no sentido de ouvir o que os deuses têm a nos
dizer. Desse modo, “a verdadeira religio é moderada, é uma abertura absoluta ao
acontecer divino do mundo, um sutil escutar atentamente seus signos e uma vida
encaminhada a ela e organizada em sua função” (Kerényi, 1972, p. 127). 
No que diz respeito à fé em divindades, a religião pode ser classificada como:
 Ateia, quando não se crê em nenhuma divindade. Por mais que o
ateísmo seja definido muitas vezes como a ausência de religião, ele pode, na
verdade, ser uma característica da religião. Esse é o caso do budismo,
confucionismo e taoísmo.
 Agnóstica, quando se afirma ser impossível saber, por meio da razão,
se existem ou se não existem divindades. Religiões assim foram criadas por
humanistas, como August Comte, fundador da Religião da Humanidade.
 Deísta, quando se crê na existência de um ou mais deuses. O
judaísmo, cristianismo e o islamismo são exemplos de religiões deístas e são
também as maiores do mundo.
Entre o Deísmo, há ainda dois tipos de religião:

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 As monoteístas, que creem em um Deus supremo. Esse é o caso das
religiões deístas citadas acima e também da umbanda e do candomblé. Essas duas
últimas, embora possuam outras figuras divinas, acreditam em um Deus acima de
todos os outros.
 As politeístas, que creem em mais de um deus. O hinduísmo, algumas
religiões tradicionais africanas e as religiões da Grécia e Roma antiga são exemplos
de politeísmo.

Religião e Sociedade

Como a religião é vital para a sociedade? A religião permite um conhecimento


maior dos valores que envolvem uma dada sociedade, principalmente seus valores
éticos. A crença e a formação religiosa permanecem até hoje na alma da filosofia
moral da sociedade. A religião não só ensina a virtude, como catalisa a ação moral.
Como tal, a religião desempenha um papel essencial na sociedade que lhe garante
uma consideração especial.
Apesar de, no passado, a grande maioria dos cristãos terem permanecido por
séculos unidos na mesma Igreja, a sociedade brasileira é hoje fortemente marcada
pelo pluralismo religioso. Segundo estudos apresentados na Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (1999), este pluralismo acentuou-se muito nos últimos anos,
tanto no plano quantitativo quanto na variedade das formas.
O homem é um ser social e, portanto, possui sua individualidade e
diversidade, pois ao conviver socialmente adquire novas características, novos
hábitos, atitudes, valores culturais. E, para sentir-se bem, precisa estar bem consigo
mesmo e com os diferentes grupos sociais que conviva. Com isto, o homem vai
adquirindo habilidades diversas, completando-se e completando a sociedade.
O poder da religião na sociedade e no comportamento dos indivíduos
manifesta-se através da imposição de uma cultura sobre outra. Somos responsáveis
para que no processo cultural as crenças religiosas, assim como os demais
aspectos do processo multicultural se espalhem pelo mundo como verdades
universais. Ou seja, o que pregam deve ser seguido pelos seus membros, sendo
assim, respeitadas e difundidas entre aqueles que consideram a religião como parte
fundamental para o seu desenvolvimento humano, enquanto ser social.

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Importância da análise da religião pela sociologia

Considerando a religião como uma das fundações mais antigas da


humanidade e que sua existência é garantida pela sociedade, tendo sua total
realização, a análise sociológica torna-se necessária, em vista de sua presença ativa
nas relações e funções sociais. A incerteza do futuro, as angústias do presente e a
compunção do passado comumente estão presentes na vida dos indivíduos.
Antes de haver uma sociedade secularizada, a religião determinava
completamente a cadência de todas as atribuições do ser humano. A elaboração
das leis é um exemplo disso, pois ao tentar compreendê-las, muitas vezes é
necessário seguir uma religião.
Isto demonstra a influência que a religião tem, “não somente como um
sistema de ideias, mas, como um sistema de forças” (Sanchis, 2011, p. 41). Não se
trata, portanto, de mera ideologia, mas de ação e influência direta nas relações
humanas e estas sociais. Esta força é representada através da coletividade em que
a religião comumente se encontra e se reifica através de objetos que passam a ser
sagrados (Sanchis, 2011).
Assim, mesmo em uma sociedade secularizada, a religião consegue, ainda
que agora em menor escala, estruturar as relações sociais de tal forma que
“transforma o ‘assim é’ em ‘assim deve ser’, ou em ‘assim não pode ser’” (Oliveira,
2011, p. 179,180). Isto é, ainda que sua influência não seja por todos percebida, ela
ainda consegue se tornar imprescindível nas relações sociais.
Mas antes de imaginar a Religião como o motor único que dá sustentabilidade
à sociedade, vale lembrar que ela se legitima, ou se torna plausível, através da
própria sociedade. Assim, Danièle Hervieu-Léger faz uma importante consideração
acerca da necessidade dos homens em criar “deuses”:
Os homens têm necessidade dos deuses para existir em sociedade, mas os
deuses dependem dos homens, que se dedicam, por meio do culto que lhes
prestam, a preservar sua existência. As práticas religiosas e as crenças que
racionalizam teologicamente sua necessidade social têm como função
reativar regularmente e perenizar a “emoção das profundezas”. Elas
relançam a própria dinâmicas da vida coletiva, garantindo a “restauração
moral” dos indivíduos que retornam à vida profana com mais coragem e
ardor. (Hervieu-Léger, 2009, p. 194).

Com isso surgem as mais variadas interpelações da religião na sociedade,


justificando o papel da Sociologia enquanto responsável pela análise desses
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eventos. É a interferência direta da religião na sociedade que a torna passível de
explicações e análises.

A importância dos valores Cristãos, Éticos e Morais

Conceito: Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do


homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição
e pelo cotidiano. Ética significa, etimologicamente, “costume, conjunto de atos que
uma comunidade ou uma pessoa realizam porque os consideram válidos”.
A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que
o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Enfim, Ética e Moral são
os maiores valores do homem livre. Ambos significam "respeitar e venerar a vida". O
homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou
ele apoia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim
ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral
se formam numa mesma realidade.
 A Moral e a Ética Cristã
O que são valores? Valor é um conjunto de qualidades que determina o
mérito e a importância de um ser referente ao binômio BEM e MAL. Por exemplo:
Caráter, Honra, Fidelidade, Idoneidade. Nós nascemos com valores, com razão,
independentes do credo, religião, porque todos nós nascemos com uma lei eterna
que sempre diz "Faça o bem e evite o mal" - este é o princípio da ética. E sabemos
quando agimos corretamente porque essa lei está dentro de cada um de na
faculdade que se chama consciência.
Se a Ética representa o costume ou conjunto de atos que uma comunidade ou
uma pessoa realizam porque os consideram válidos, então a Ética Cristã responderá
pelos costumes ou conjunto de atos praticados pelos cristãos.
A Ética Cristã não exclui a razão, mas aplica-se à obediência a Cristo. Na sua
essência é normativa, enquanto a Ética secular é descritiva. A Ética Cristã é também
ensino, mandamento, diretriz, enquanto os costumes são variáveis e flexíveis.
Há costumes dos povos que se desatualizam: as modas passam, e até outros
aspectos que caem em desuso devido à sua pouca expressividade. Porém, as

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nossas reações, a maneira de proceder, o comportamento, a apresentação e muitos
outros valores próprios não devem passar de moda.
A sociedade em que vivemos caracteriza-se pela predominância do
relativismo. As concepções de certo e errado tornaram-se cada vez mais comuns,
padrões valorativos tem se perdido em meio a sociedade. Para a maioria da
população as ideias que referenciam o apropriado e não apropriado devem ser
entendidas e relacionadas a concepções próprias de cada pessoa e que estas
concepções são corretas, pois dizem respeito à ideologia individual.

A religião como resposta aos problemas humanos e sociais

O papel Social da Religião


Indivíduos religiosos diferem daqueles que não são por uma série de razões,
que podem tanto ser negativas como positivas. Um estudo realizado em 2018
observou que as pessoas que seguiam alguma religião na China, um país
majoritariamente ateu, eram mais felizes que aquelas que não seguiam nenhuma
religião. Segundo esse estudo, religiões como o judaísmo, o cristianismo e o
islamismo aproximam seus fiéis, o que fazem com esses tenham mais interações
sociais e desenvolvam amizades baseadas nos valores morais em comum.
Além do aspecto social, a religião também influencia positivamente a vida das
pessoas de uma maneira mais intrínseca, pois muitas religiões incluem a prática
da meditação, que auxilia no bem-estar do indivíduo. Em adição, a religião também
pode ajudar pessoas de classes econômicas mais baixas, pelo seu efeito de “cura”
nas situações de dificuldade que enfrentam.
Problemas humanos e Sociais
Dar significado ao sofrimento e justificá-lo, é papel da religião. Talvez não seja
seu objetivo, se tomarmos como padrão as religiões ou expressões religiosas mais
antigas, a extirpação do sofrimento, apenas trazer alívio e possíveis respostas
àquela situação inconveniente. Peter Berger comentou que “nas situações de
intenso sofrimento, a necessidade de significado é tão forte quanto a necessidade
de felicidade” (Berger, 1985, p.70 apud Teixeira, 2011, p. 232) e Geertz buscou
mostrar que “o significado da religião não é tanto o de evitar o sofrimento, mas fazer
com que o mesmo seja algo tolerável e suportável” (Teixeira, 2011, p. 232).

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Assim, é na religião que o homem busca o amparo para suas idiossincrasias.
É ela, fruto do próprio homem, que dá sentido aos seus próprios problemas. Ela
constitui-se o ópio necessário para suportar a divisão, a miséria real. Nas situações
de agonia vivenciadas pelo homem, há a necessidade de uma ilusão capaz de
compensá-la. Esta ilusão o homem encontra na religião (Lesbaupin, 2011, p. 15).
Baseado nessas premissas, a religião tem sido utilizada em diversos meios a
fim de dar sentido às mais variadas situações da vida humana. Surge no cenário
atual, profissionais religiosos capazes de sanar quaisquer dificuldades através do
acesso de pessoas outrora agnósticas a um mundo “espiritual” capaz de resinificar
suas dores, sentimentos, desejos e incompreensões.
Existem, por outro lado, pessoas que têm uma prática religiosa assídua e que
também padecem em meio ao sofrimento. Ressalte-se que este padecer não
significa desistir ou entregar-se à situação. Esses fiéis testemunham da capacidade
que têm de relevar situações contrárias através da fé, que seria uma força maior que
lhe permite suportar as dificuldades da existência e vencê-las (Sanchis, 2011, p. 65).
Com isto, a religião continua sendo uma variável considerável nas discussões
da sociedade, não somente por impor-se a ela no sentido de estar sempre na
contramão, mas por ser cada vez mais intrínseca à sociedade. Obviamente ela
assume seu papel enquanto concebida pela própria sociedade.

Religião x Religiosidade: qual a diferença?

Religião é um termo de origem latina e que significa “religação” com o divino


(Deus). São diversas religiões espalhadas pelo mundo, onde cada indivíduo tem por
livre e espontânea vontade escolher qual deseja seguir, por exemplo, o cristianismo,
islamismo, budismo, hinduísmo e dentre outros.
Desde o princípio do mundo o homem buscou acreditar que existe uma força
suprema capaz de mudar, ajudar e transformá-lo em um ser melhor e para a maior
parte da população mundial esse ser supremo se chama Deus.
Para exaltar, adorar e louvar a Deus, no tempo passado foi construído
grandes templos para que todos pudessem se reunir em um só propósito para
cultuar e celebrar aos deuses ao qual acreditam e é assim, que fazemos hoje.

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Pode-se dizer que religião é um conjunto de crenças e filosofias que são
seguidas por uma grande massa de pessoas de acordo com seus ensinamentos,
doutrinas e costumes. Além da religião, também existe a religiosidade, que é a
qualidade de ser religioso, ou seja, ter uma religião.

Problema social: Como combater a intolerância religiosa?

A intolerância religiosa é o ato de discriminar, ofender e rechaçar religiões,


liturgias e cultos, ou ofender, discriminar, agredir pessoas por conta de suas práticas
religiosas e crenças. A intolerância religiosa está marcada na história da
humanidade, principalmente porque, no passado, era comum o estabelecimento de
pactos entre as religiões.
A religião foi um meio de demarcar o poder político e controlar a população.
Houve, inclusive, um período em que os cristãos foram perseguidos e criminalizados
no Império Romano. Hoje, o pensamento republicano e, em especial, a democracia
impedem que, ao menos teoricamente, exista um vínculo direto entre Estado e
religião, formando o que chamamos de Estado laico. Infelizmente, a intolerância
religiosa ainda é uma realidade que assola comunidades em todo o mundo.
Lei sobre a intolerância religiosa, para além da garantia constitucional e do
pacto estabelecido pela ONU por meio da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, existe a Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, que em seu primeiro artigo
prevê a punição para crimes motivados por discriminação de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional. Quem praticar, induzir ou incitar a discriminação por conta
dos motivos citados pode ser punido com um a três anos de reclusão e aplicação de
multa. Apesar da clara ofensiva de punição garantida pela lei 9.459/97, não há uma
lei específica para tratar somente dos casos de intolerância religiosa.

Diversidade Religiosa

A diversidade religiosa representa a grande quantidade e variedade de


religiões no mundo. Manifesta-se nas diferentes crenças, cultos e rituais ao redor do
mundo, professados por pessoas que vivem em diversos lugares e culturas.

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Representa também a liberdade religiosa dos indivíduos e a valorização de todas as
manifestações religiosas.
Algumas das religiões que existem no mundo, são: Cristianismo; Espiritismo;
Judaísmo; Sikhismo; Budismo; Religião Tradicional Chinesa; Hinduísmo; fé Baha'i;
Jainismo; Xintoísmo; Candomblé; Umbanda; Taoísmo; Tenrikyo; Wicca;
Zoroastrismo.
Há também as religiões populares ou tradicionais de um povo, como: as
religiões tradicionais africanas, como o Iorubá, Vodun e Mitologia Bandus; a religião
aborígene australiana: animista; as religiões e rituais indígenas.
O Brasil é um país que possui uma rica diversidade religiosa. A população
brasileira é majoritariamente cristã, sendo sua maior parte católica, devido à
colonização portuguesa. Inclusive, o catolicismo foi a religião oficial do Estado
brasileiro até 1890, quando o Decreto de número 119-A, decretou o Estado como
laico, ou seja, o Estado e as religiões foram separados.
Até 1890, poderiam existir outras religiões e crenças no Brasil, mas não havia
a liberdade de culto. Ou seja, outras religiões que não fosse o catolicismo, não
poderiam fazer cultos ou rituais públicos. Hoje, existem diversas religiões no Brasil,
como o espiritismo, o protestantismo, o budismo, e religiões afro-brasileiras, como o
Candomblé e a Umbanda.
A Constituição Brasileira (artigo 5º, VI) afirma que a liberdade de consciência
e escolha de religião é inviolável e a proteção de locais de cultos e suas liturgias é
garantida por lei. Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos todo
indivíduo tem direito a liberdade de pensamento, consciência e religião.
Este direito também inclui a liberdade de mudar de religião ou crença. A
liberdade de manifestar sua religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e
pela observância isolada ou coletiva.
Um dos principais comprometimentos dos Direitos Humanos com a
diversidade religiosa é assegurar os direitos, o respeito, a liberdade e o
reconhecimento de diferentes religiões ao redor do mundo. Assegura também os
direitos e liberdade de quem não professa fé alguma.
A diversidade religiosa modela cada vez mais as relações e as dinâmicas do
Ocidente. Não é coincidência que o termo sociedade pós-secular entra cada vez
mais nas características da contemporaneidade, mas essa imagem ainda precisa

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ser aprofundada, descrita e ajustada. Uma confirmação de que o sagrado não é
facilmente marginalizável, ou até mesmo suprimível, como o positivismo costumava
acreditar. A emancipação, a racionalidade, a ciência não substituem a fé, mas se
integram com ela, pois a demanda pela verdade, pelo absoluto e pelo eterno nunca
morre e só se torna mais premente à medida que o homem progride.

METODOGIA

Este estudo foi fundamentado por uma análise de pesquisa, nas referências
bibliográficas que investigam a religião na sociedade como formação de valores,
com ênfase na análise de obras de diversos autores que tratam do tema. Foi
efetuada por meio de pesquisa documental, bibliográfica e qualitativa sendo usada
como principal método de investigação ou associada a outras técnicas de coleta,
obtendo uma visão atual do assunto. Várias biografias de autores com expressão
significativa no campo científico foram pesquisadas, onde se extraem as principais
ideias com o escopo de fundamentar a proposta deste trabalho. Além disso, também
foram pesquisadas e coletadas informações relevantes e atuais na internet, acerca
do tema proposto, delineando a reflexão conforme se veem, bem como as
referências bibliográficas.

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REFERÊNCIAS

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Senado, 1988.

______. Decreto nº 119-A, de 07 de janeiro de 1890. Disponível em


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