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I. Introdução.................................................................................................................. 3
Objectivos ......................................................................................................................... 3
1.3 Religião....................................................................................................................... 4
I. Introdução
Sabe-se que a comunicação oral foi e é a mais usada pelas religiões para difundir suas
doutrinas, mas, nos dias que correm e com o advento da tecnologia a religião também
faz uso de plataformas digitais na propagação das suas ideologias.
Objectivos
Geral
Perceber qual é a relação entre a comunicação e religião na propagação
de princípios religiosos.
Específicos
Identificar as razões para o uso da comunicação digital na religião;
Saber como é aplicada a comunicação na religião.
II. Metodologia
1. Comunicação e Religião
Falar da origem da comunicação é para Briggs e Burke (2006 apud Vieira 2015),
realizar uma viagem ao princípio da história humana, quando através de gestos, os seres
humanos tentavam se fazer entender.
Como percebe-se nos dias actuais, existem escolas especializadas no estudo e ensino de
gestos e sinais para as pessoas portadoras de necessidades especiais (surdos e mudos),
com o que pode-se afirmar que Briggs e Burke (2006 apud Vieira 2015), estão
correctos, já que os gestos utilizados pelos homens da pré-história diferiam de grupo
para grupo para remeter a uma mesma informação.
1.2 Comunicação
Conceitos
Para Deetz (2010 apud Vieira 2015), “a comunicação é um processo que transmite
significado, informação e conhecimento a outros”.
Baldissera (2004 apud Vieira 2015), afirma que a comunicação é entendida como
“processo de construção e disputa de sentidos”.
No cômputo geral a comunicação pode ser entendida, como o acto de partilha, de tornar
comum uma dada informação, acima de tudo é a forma mais usada de interacção entre
os seres humanos.
1.3 Religião
Panzini et al. (2007 apud Camboim e Rique 2010), definem religião como sendo a
crença na existência de um poder sobrenatural, criador e controlador do Universo,
dando ao Homem uma natureza espiritual que continua a existir depois da morte do
corpo.
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Entre as definições mais simples encontram-se a de Tylor (1920 apud Coutinho 2012),
“crença em seres espirituais” e a de Berger (1990 apud Coutinho 2012),
estabelecimento de um cosmos sagrado.
A religião como toda instituição integrada numa Estrutura Social recebe e emite um
impacto visando, através de mecanismos e promoções variadas, o equacionamento do
consenso sobre a origem e a natureza do conteúdo das obrigações sociais, procurando
favorecer os valores necessários à canalização das atitudes dos membros da sociedade e
para conceituar e definir satisfatoriamente para eles o contendo de seus papeis.
Essa tendência mostra claramente o papel coesivo da religião que tenta atenuar e
eliminar diferenças sociais fortalecendo, deste modo, as relações entre os diversos
agrupamentos humanos, biológica e culturalmente diferentes.
Como o elemento religioso tende a estabelecer valores supremos ele possibilita e ajuda
a hierarquização de todos os valores. Tais valores são primeiramente fornecidos dentro
da categoria de sagrados, tornando-se assim menos passíveis de mudança ou
substituição.
Após a criação da prensa que abriu caminho para constituição da imprensa por
Gutenberg, o catolicismo passa a se preocupar com os meios de comunicação impressos
com desconfiança e censura.
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O sumo pontífice concedeu, por exemplo, uma audiência colectiva aos jornalistas em
1879.
Sabe-se que a comunicação deve penetrar no entendimento do receptor para que haja a
possibilidade de obter respostas positivas a respeito da mensagem enviada.
O campo da religião na Web pode ser interpretado como o efeito não só das inéditas
possibilidades oferecidas pelo desenvolvimento tecnológico aplicado à comunicação,
também religiosa, mas como uma mudança mais profunda que caracteriza uma nova
modalidade de se colocar na posição de indivíduo em relação ao sagrado.
Uma passagem que evidencia tanto o crescente papel do indivíduo dentro das diversas
dinâmicas sociais, como também o declínio da legitimidade reconhecida à autoridade
hierárquica e às instituições em geral, inclusive as religiosas.
As reflexões de Inglehart são retomadas por Bellah (1996 apud Pace e Giordan
2013) quando, ilustrando os elementos expressivos de nossa cultura, afirma que eles
levam a interpretar o sentido da existência na perspectiva do bem estar individual mais
que como resposta a compromissos e obrigações de tipo moral.
Além disso, estes fundamentos, apesar de frágeis, têm todavia a vantagem de fazer com
que se perceba o curso da vida como um “tornar-se cada vez mais si mesmos”, sem
fixar-se rigidamente em um ou outro ponto do percurso: um caminho em descoberta de
si mesmo, sem se deter demais sobre aquilo que poderia tornar-se um peso ou um
obstáculo.
Conforme Borelli (2010 apud Vieira 2015), assim, o discurso religioso tem passado do
púlpito para o palco das representações mediáticas, e podemos encontrá-lo hoje nas suas
diversas manifestações radiofónicas, televisivas, cinematográficas, publicitárias, digitais
e todos os tipos de dispositivos móveis.
A autora abrange todos os tipos de dispositivos móveis, incluindo até mesmo aqueles
que ainda não foram desenvolvidos, criados ou programados e realmente os tablets e
smartfones são actualmente mais usados que os notebooks, quando se refere a estar on-
line. E através destes pequenos aparelhos é possível se ter o púlpito na palma das mãos.
Borelli (2010 apud Vieira 2015 ), entende que “o certo é que as estruturas religiosas se
seguirão sofrendo indefinidamente o impacto dos fortes vendavais da midiatização,
flutuando no ambiente o „novo bios‟ religioso midiático.” E de fato com o advento dos
aparelhos telefônicos que usam programas como facebook, instagrame whatsap, as
denominações religiosas tem buscado o quanto antes, desenvolver aplicativos android
para se fazer presentes directamente nas mãos dos fiéis, através dos aparelhos
telefónicos.
Conforme assinala Thompson (1998 apud Vieira 2015), as novas formas de interação
social “modificam ou subvertem velhas formas de interação, criam novos focos e novas
situações para a ação e interação, e com isso, servem para reestruturar relações sociais
existentes”.
Desse modo, “a tecnologia digital possibilita ao usuário interagir, não mais apenas com
o objeto (a máquina ou a ferramenta), mas com a informação, isto é, como conteúdo”
Essa interação pode ser correspondida directamente ou semi-indirectamente:
directamente quando a resposta é instantânea, na hora e semi- indirectamente quando
a resposta não é dada no momento em que a pergunta é lançada, mas sim ao longo do
dia ou da semana.
Todos esses recursos à disposição da religião, que se molda pelos critérios e lógica do
campo midiático, são típicos de uma demanda pós-moderna onde o que predomina é a
cultura da visibilidade.
A religião sempre foi mediada, mas cada vez mais, ela depende em maior ou menor
grau da mídia. Não se trata de uma questão puramente técnica já que a mídia possibilita
que as igrejas contactem seus fiéis sem a necessidade da presença nos templos pois, a
partir do momento em que o campo religioso reestrutura a sua prática e o seu discurso,
geram-se distintos sentidos.
Portanto, estamos diante de uma nova religião que carrega símbolos e marcas das
lógicas da mídia e de seus processos de produção de sentido. O desafio passa a ser o de
prender o praticante fiel diante do computador ou conectado ao seu aparelho celular.
III. Conclusão
A religião está conectada à comunicação. Não existe a primeira sem a segunda, haja
vista que a transmissão de preceitos de fé se baseia exclusivamente em alguns processos
comunicacionais entre duas ou mais pessoas.
O campo da religião na web pode ser interpretado como o efeito não só das inéditas
possibilidades oferecidas pelo desenvolvimento tecnológico aplicado à comunicação,
também religiosa, mas como uma mudança mais profunda que caracteriza uma nova
modalidade de se colocar na posição de indivíduo em relação ao sagrado.
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