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Índice

I. Introdução.................................................................................................................. 3

Objectivos ......................................................................................................................... 3

II. Metodologia ........................................................................................................... 3

1. Comunicação e Religião ............................................................................................... 4

1.1 Origem da comunicação ............................................................................................. 4

1.2 Comunicação .............................................................................................................. 4

1.3 Religião....................................................................................................................... 4

1.4 O papel da religião na sociedade ................................................................................ 5

1.5 Contribuição para a Coesão Social ........................................................................ 5

1.6 Contribuição da religião para a Integração de Valores.......................................... 5

1.7 Relação entre comunicação e religião ........................................................................ 6

1.8 Ciber religião .............................................................................................................. 7

1.9 Religião: comunicação e espiritualidade .................................................................... 8

III. Conclusão ............................................................................................................ 11

IV. Referências Bibliográficas ................................................................................... 12


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I. Introdução

Vivemos hoje a chamada era de informação, em que a mesma encontra-se na sociedade


e ajuda os indivíduos a se fazerem face as diferentes realidades. Percebe-se que
actualmente a religião está conectada a comunicação. Para a difusão da palavra de Deus
várias religiões no mundo usam a comunicação.

Sabe-se que a comunicação oral foi e é a mais usada pelas religiões para difundir suas
doutrinas, mas, nos dias que correm e com o advento da tecnologia a religião também
faz uso de plataformas digitais na propagação das suas ideologias.

O trabalho tem em vista, trazer a ribalta a relação existente entre a comunicação e a


religião, como uma pode actuar sobre a outra.

No decurso do trabalho, existem alguns exemplos que nos remetem a existência de


igrejas que usam muito a comunicação digital no exercício das suas funções, que com as
páginas e blogues virtuais vão dando acompanhamento espiritual aos seus fiéis em todo
mundo, hoje muitas ceitas religiosas têm na comunicação digital um aliado forte para a
realização de seus objectivos.

Objectivos

 Geral
 Perceber qual é a relação entre a comunicação e religião na propagação
de princípios religiosos.

 Específicos
 Identificar as razões para o uso da comunicação digital na religião;
 Saber como é aplicada a comunicação na religião.

II. Metodologia

Para a realização do trabalho, pautou-se pela revisão bibliográfica, leitura de artigos


buscados na internet, posteriormente discussões em grupo em torno tema.
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1. Comunicação e Religião

1.1 Origem da comunicação

Falar da origem da comunicação é para Briggs e Burke (2006 apud Vieira 2015),
realizar uma viagem ao princípio da história humana, quando através de gestos, os seres
humanos tentavam se fazer entender.

Como percebe-se nos dias actuais, existem escolas especializadas no estudo e ensino de
gestos e sinais para as pessoas portadoras de necessidades especiais (surdos e mudos),
com o que pode-se afirmar que Briggs e Burke (2006 apud Vieira 2015), estão
correctos, já que os gestos utilizados pelos homens da pré-história diferiam de grupo
para grupo para remeter a uma mesma informação.

Isso demonstra que a comunicação deve se moldar de acordo com o público, e


actualmente o número de pessoas que acessam a internet aumenta dia-a-dia, sendo
assim a comunicação para internet, no segmento religioso, vem se transformado ao
longo desse avanço.

1.2 Comunicação
Conceitos

Para Deetz (2010 apud Vieira 2015), “a comunicação é um processo que transmite
significado, informação e conhecimento a outros”.

Baldissera (2004 apud Vieira 2015), afirma que a comunicação é entendida como
“processo de construção e disputa de sentidos”.

No cômputo geral a comunicação pode ser entendida, como o acto de partilha, de tornar
comum uma dada informação, acima de tudo é a forma mais usada de interacção entre
os seres humanos.

1.3 Religião

Panzini et al. (2007 apud Camboim e Rique 2010), definem religião como sendo a
crença na existência de um poder sobrenatural, criador e controlador do Universo,
dando ao Homem uma natureza espiritual que continua a existir depois da morte do
corpo.
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Entre as definições mais simples encontram-se a de Tylor (1920 apud Coutinho 2012),
“crença em seres espirituais” e a de Berger (1990 apud Coutinho 2012),
estabelecimento de um cosmos sagrado.

Religião é também um conjunto de princípios, crenças e práticas de doutrinas


religiosas, baseadas em livros sagrados, que unem seus seguidores numa mesma
comunidade moral, chamada Igreja.

1.4 O papel da religião na sociedade

Segundo Matos (2008), os elementos da cultura se acham agrupados em sistemas


conforme a função que desempenham, tendo sempre como objectivo principal a
manutenção da estrutura mencionada.

Tendo em vista, a "função" de qualquer cultura como um todo é assegurar a


sobrevivência e o bem-estar da sociedade a que está associada, a Religião como parte da
herança social do homem, atendendo sua funcionalidade dentro do campo cultural como
informador do equipamento mantedor da sociedade e como fornecedor de elementos
que possibilitam a integração de seus valores.

1.5 Contribuição para a Coesão Social

A religião como toda instituição integrada numa Estrutura Social recebe e emite um
impacto visando, através de mecanismos e promoções variadas, o equacionamento do
consenso sobre a origem e a natureza do conteúdo das obrigações sociais, procurando
favorecer os valores necessários à canalização das atitudes dos membros da sociedade e
para conceituar e definir satisfatoriamente para eles o contendo de seus papeis.

Essa tendência mostra claramente o papel coesivo da religião que tenta atenuar e
eliminar diferenças sociais fortalecendo, deste modo, as relações entre os diversos
agrupamentos humanos, biológica e culturalmente diferentes.

1.6 Contribuição da religião para a Integração de Valores

A principal função social do elemento na sociedade é o de integrador que pretende


estabelecer e gizar as interacções dos componentes do grupo. Entretanto, devemos
lembrar que, sem embargo, a religião não exerce necessariamente um papel conservador
ou estabilizador que procurasse estabelecer equilíbrio total. Algumas vezes, em épocas
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de mudanças ou revoluções de natureza socioeconómico ou mesmo políticas, a religião


se mostra eminentemente inovadora senão revolucionária.

Como o elemento religioso tende a estabelecer valores supremos ele possibilita e ajuda
a hierarquização de todos os valores. Tais valores são primeiramente fornecidos dentro
da categoria de sagrados, tornando-se assim menos passíveis de mudança ou
substituição.

Das implicações dialécticas mútuas da escala de valores supremos com a conduta,


derivam o significado da qualidade da relação que o grupo acredita existir entre seus
membros, suas divindades, seus cultos, suas doutrinas e outros procedimentos e
objectos de fé religiosa.

As funções da religião na sociedade, como é óbvio, extrapolam a rigidez de qualquer


esquema, pois, como sabemos, ela possui múltiplas interligações recorrentes na
sociedade.

Consideraremos aqui tipos societários mais comumente encontrados, procurando


estabelecer para cada um as funções religiosas que nos parecem mais aliciantes. Na
sociedade do tipo comunitário que possui como características básicas interacções de
natureza comunista, simpática, íntima, apresentando também grande grau de
coalescência, cada membro participa da religião de modo total, identificando o
pertencer à sociedade ao grupo religioso. Assim, a actividade religiosa é de natureza
abrangente, interferindo de maneira directa em todos os ramos da actividade comum.

1.7 Relação entre comunicação e religião

Segundo Albuquerque, (2011), na Igreja Católica, a comunidade foi a primeira forma de


comunicação utilizada pela Igreja. Por meio dela, a fé e as crenças da Igreja Católica
eram divulgadas.

Após a criação da prensa que abriu caminho para constituição da imprensa por
Gutenberg, o catolicismo passa a se preocupar com os meios de comunicação impressos
com desconfiança e censura.
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A partir do documento do papa Inocêncio VIII, o Inter multíplices, de 1487, a


inquisição podia censurar os livros que julgasse nócuos aos fiéis. Foi só a partir do papa
Leão XIII (1878-1903) que a Igreja começou uma maior abertura à imprensa.

O sumo pontífice concedeu, por exemplo, uma audiência colectiva aos jornalistas em
1879.

A Igreja raciocinou do seguinte modo: se a sociedade estava utilizando os meios de


comunicação social para difundir o mal, então a Igreja também deveria usar esses
mesmos recursos para difundir a boa mensagem, de modo a combater esse mal.

Sabe-se que a comunicação deve penetrar no entendimento do receptor para que haja a
possibilidade de obter respostas positivas a respeito da mensagem enviada.

A comunicação tem a capacidade de fazer com que a mensagem atinja o intelecto, e a


interpretação dessa informação é externalizada com um significado e valor que não
necessariamente coincide com as regras e os valores a que o indivíduo pertence.

Para Albuquerque (1963):

cada indivíduo é um átomo isolado que reage isoladamente às ordens e


às sugestões dos meios de comunicação de massa monopolizados.
Naturalmente, há a necessidade de o indivíduo estar ao alcance das
mensagens ou ainda que a mensagem alcance o indivíduo para que a
persuasão possa ser eficiente. Nesse contexto, encontramos a
mobilização social como processo de comunicação: quando um grupo
de pessoas, uma comunidade, ou uma sociedade decide e age com um
objetivo comum, buscando, quotidianamente, resultados decididos e
desejados por todos.

1.8 Ciber religião

O campo da religião na Web pode ser interpretado como o efeito não só das inéditas
possibilidades oferecidas pelo desenvolvimento tecnológico aplicado à comunicação,
também religiosa, mas como uma mudança mais profunda que caracteriza uma nova
modalidade de se colocar na posição de indivíduo em relação ao sagrado.

A religião em rede, em outros termos, ao mesmo tempo registra e incentiva uma


mudança que os sociólogos da religião rotularam como passagem da religião à
espiritualidade.

Um deslocamento de atenção que se coloca no sulco ao longo da “revolução silenciosa”


descrita por Inglehart (1983 apud Pace e Giordan 2013) como passagem dos valores
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materialistas aos valores pós-materialistas: da segurança física e económica, à ênfase


sobre a autorrealização pessoal e sobre necessidades intelectuais e estéticas.

Uma passagem que evidencia tanto o crescente papel do indivíduo dentro das diversas
dinâmicas sociais, como também o declínio da legitimidade reconhecida à autoridade
hierárquica e às instituições em geral, inclusive as religiosas.

As reflexões de Inglehart são retomadas por Bellah (1996 apud Pace e Giordan
2013) quando, ilustrando os elementos expressivos de nossa cultura, afirma que eles
levam a interpretar o sentido da existência na perspectiva do bem estar individual mais
que como resposta a compromissos e obrigações de tipo moral.

Embora o fundar por si mesmo o significado da própria existência seja um apoio


frágil para efetuar escolhas importantes, isto torna possível a construção de um sistema
de significados que tem condições de adaptar-se rapidamente às situações sempre novas
da vida quotidiana.

Além disso, estes fundamentos, apesar de frágeis, têm todavia a vantagem de fazer com
que se perceba o curso da vida como um “tornar-se cada vez mais si mesmos”, sem
fixar-se rigidamente em um ou outro ponto do percurso: um caminho em descoberta de
si mesmo, sem se deter demais sobre aquilo que poderia tornar-se um peso ou um
obstáculo.

1.9 Religião: comunicação e espiritualidade


Desde os tempos antigos o Homem tem se comunicado espiritualmente com um ser
Superior, comumente chamado de Deus, e até os dias actuais a sociedade busca
preencher essa necessidade.

Silva (2006 apud Vieira 2015):

chama de necessidade tudo aquilo que de um modo ou de outro,


verdadeiramente ou falsamente, objectivamente ou subjectivamente,
conscientemente ou inconscientemente, faz falta, não existe, precisa
ser preenchido, completado, suprido.
Nascido incompleto, cheio de necessidades o homem buscará em seu
ambiente os diversos e variados meios e recursos que possam apagar
sua sensação de falta e trazer-lhe o sentimento de satisfação. [...] o
campo religioso em geral, as distintas igrejas credos e instituições
religiosas tem compreendido progressivamente que o dialogo com o
homem do século XXI deve ser estabelecido pelo uso dos meios de
comunicação, especialmente por meio da televisão e das Tecnologias
se Informação e Comunicação (TIC‟s), como as de maior potencial de
sedução.
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Conforme Borelli (2010 apud Vieira 2015), assim, o discurso religioso tem passado do
púlpito para o palco das representações mediáticas, e podemos encontrá-lo hoje nas suas
diversas manifestações radiofónicas, televisivas, cinematográficas, publicitárias, digitais
e todos os tipos de dispositivos móveis.

A autora abrange todos os tipos de dispositivos móveis, incluindo até mesmo aqueles
que ainda não foram desenvolvidos, criados ou programados e realmente os tablets e
smartfones são actualmente mais usados que os notebooks, quando se refere a estar on-
line. E através destes pequenos aparelhos é possível se ter o púlpito na palma das mãos.

Borelli (2010 apud Vieira 2015 ), entende que “o certo é que as estruturas religiosas se
seguirão sofrendo indefinidamente o impacto dos fortes vendavais da midiatização,
flutuando no ambiente o „novo bios‟ religioso midiático.” E de fato com o advento dos
aparelhos telefônicos que usam programas como facebook, instagrame whatsap, as
denominações religiosas tem buscado o quanto antes, desenvolver aplicativos android
para se fazer presentes directamente nas mãos dos fiéis, através dos aparelhos
telefónicos.

Conforme assinala Thompson (1998 apud Vieira 2015), as novas formas de interação
social “modificam ou subvertem velhas formas de interação, criam novos focos e novas
situações para a ação e interação, e com isso, servem para reestruturar relações sociais
existentes”.

Desse modo, “a tecnologia digital possibilita ao usuário interagir, não mais apenas com
o objeto (a máquina ou a ferramenta), mas com a informação, isto é, como conteúdo”
Essa interação pode ser correspondida directamente ou semi-indirectamente:
directamente quando a resposta é instantânea, na hora e semi- indirectamente quando
a resposta não é dada no momento em que a pergunta é lançada, mas sim ao longo do
dia ou da semana.

Ainda existe a possibilidade de a resposta permanecer on-line a vista de todos os


internautas ou de ir diretamente para o e-mail do questionador, dependendo do teor do
assunto abordado, bem como receber uma oração e participar da mesma juntamente
com o pastor online.
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Todos esses recursos à disposição da religião, que se molda pelos critérios e lógica do
campo midiático, são típicos de uma demanda pós-moderna onde o que predomina é a
cultura da visibilidade.

É uma nova realidade de sociabilidade midiática na qual, de acordo com Maffesoli


(2004 apud Vieira 2015), “as pessoas não querem só informação na mídia, mas também
é fundamental ver-se, ouvir-se, participar, contar o próprio cotidiano para si mesma e
para aqueles com quem convivem”.

A religião sempre foi mediada, mas cada vez mais, ela depende em maior ou menor
grau da mídia. Não se trata de uma questão puramente técnica já que a mídia possibilita
que as igrejas contactem seus fiéis sem a necessidade da presença nos templos pois, a
partir do momento em que o campo religioso reestrutura a sua prática e o seu discurso,
geram-se distintos sentidos.

Portanto, estamos diante de uma nova religião que carrega símbolos e marcas das
lógicas da mídia e de seus processos de produção de sentido. O desafio passa a ser o de
prender o praticante fiel diante do computador ou conectado ao seu aparelho celular.

Esta afirmação se transporta para as demais modalidades de religião, tudo depende da


visão e investimento dos líderes religiosos, afinal a internet ainda não tem um limite,
uma barreira que seja capaz de impossibilitar o acesso ou a livre prática religiosa.
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III. Conclusão

Desde os tempos antigos o homem tem-se comunicado espiritualmente com um ser


Superior, comumente chamado de Deus, e até os dias actuais a sociedade busca
preencher essa necessidade.

A religião está conectada à comunicação. Não existe a primeira sem a segunda, haja
vista que a transmissão de preceitos de fé se baseia exclusivamente em alguns processos
comunicacionais entre duas ou mais pessoas.

Com o surgimento das mídias de massa, a comunicação religiosa também ganhou


maior visibilidade.

Assim, os sectores de comunicação religiosa começaram a se estruturar e se


profissionalizar para conceder cada vez mais os espaços que os meios de
comunicação televisiva, impressa e radiofónica ofereciam.

As assessorias de comunicação vieram como suporte a essas transformações e as


instituições religiosas se tornaram referência para muitos jornalistas na hora de
procurar pautas para elaboração de matérias.

O campo da religião na web pode ser interpretado como o efeito não só das inéditas
possibilidades oferecidas pelo desenvolvimento tecnológico aplicado à comunicação,
também religiosa, mas como uma mudança mais profunda que caracteriza uma nova
modalidade de se colocar na posição de indivíduo em relação ao sagrado.
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IV. Referências Bibliográficas

1. ALBURQUERQUE, Bruna. Estrutura e Análise da Assessoria de


Comunicação da Arquidiocese, Brasil, 2011.
2. CAMBOIM, Aurora e RIQUE, Júlio. Religiosidade e espiritualidade de
adolescentes e jovens adultos. Revista Brasileira de História das Religiões.
ANPUH, Ano III, n. 7, ISSN 1983-2850, 2010.
3. COUTINHO, José Pereira - Religião e outros conceitos. Sociologia, Revista da
Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Vol. XXIV, 2012.
4. MATTOS, Roberto Carvalho: religião e sociedade, 2008
5. PACE, Enzo e GIORDAN, Giuseppe. A religião como comunicação na era
digital. 2013.
6. VIEIRA, Daniel. Comunicação, internet e religião: Análise do programa
Duelo dos Deuses. Universidade Federal do Pampa São Borja/RS, 2015.

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