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MANUAL DE CAPELANIA

MANUAL DE CAPELANIA
“Arte de Fazer o bem”

Lopes Editora

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“Arte de Fazer o bem”

Copyright © 2017 by Lopes, Jamiel de Oliveira


Capa e designer:
Diagramação: Jamiel de Oliveira Lopes
Editoração e revisão: Antonio Mesquita
Supervisão editorial: Jamiel de O. Lopes

Manual de Capelania – “Arte de fazer o bem”

Alexandre Santos; Pr. Jair Soares, Pr. Mário Luiz de


Araújo.
Organização: Pr. Jamiel de Oliveira Lopes
Assunto: Capelanias
Campinas: Lopes Editora
ISBN:
Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os
direitos reservados aos Autores;
CDD: Alexandre Santos, Jair Xavier
Soares, Mário Luiz de Araújo.

Direitos autorais de arte gráfica reservada pela


LOPES EDITORA.
Brasil: Campinas/SP..

Obs.: O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade dos


autores cabendo ao editor apenas a organização deste conteúdo.
Proibida a reprodução total ou parcial deste livro

Edições: Lopes Publicações e Serviços Educacionais Ltda.


www.lopespublicacoes.com.br
contato@lopeseditora.com.br

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MANUAL DE CAPELANIA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 05

PRIMEIRA PARTE – O Ministério da Capelania 07


Capítulo I - A História da Capelania 09
Capítulo II - A Vocação do Capelão 13
Capítulo III - A Postura do Capelão 23
Capítulo IV - Jesus o maior Capelão de todos os tempos 31

SEGUNDA PARTE – Atividades da Capelania 39


Capítulo V - A Capelania Escolar 41
Capítulo VI - A Capelania Hospitalar 53
Capítulo VII - Capelania no Leprosário 69
Capítulo VIII - Capelania Militar 73
Capítulo IX - Capelania Carcerária ou Prisional 83
Capítulo X- Capelania Fúnebre 87
Capítulo XI - Capelania para a Terceira Idade 99
Capítulo XII - Outros Tipos de Capelania

TEREIRA PARTE – A Responsabilidade do Capelâo 129


Capítulo XIII - O Capelão e a Ética 131
Capítulo XIV - A Capelania e a Legislação Brasileira 153

PRÓLOGO 157

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INTRODUÇÃO

Capelania é uma Assistência Religiosa e Social, prestada


aos serviços civis e militares, prevista e garantida pela
Constituição Federal de 1988, sob a Lei 6923, artigo 5, e inciso
VII. É a prática do ofício realizado pelo capelão.
Configura como atividade do Capelão, a oferecer
oportunidade de conhecimento, reflexão, desenvolvimento e
aplicação dos valores e princípios ético-cristãos e da revelação
de Deus, para o exercício saudável da cidadania. É uma área do
evangelismo, que atinge sua total atuação nos serviços sociais e
instituições públicas e privadas, permitindo ao pastor,
evangelistas e obreiros o livre acesso a prisões, hospitais,
creches, escolas, orfanatos e outros. O “status” de capelão
facilita o trânsito nesses locais, expandindo o evangelho para
áreas ainda não atingidas.
O termo capelão, em francês chapelain, trata-se de um
ministro religioso autorizado a prestar assistência e a realizar
cultos em comunidades religiosas, conventos, colégios,
universidades, hospitais, presídios, corporações militares e

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outras organizações ou corporações, e que geralmente é


oficiado por um capelão.
A Capelania ganhou muita força nestes últimos anos,
principalmente no Brasil, em função da forte presença de
lideranças evangélicas, já que os hospitais, presídios, escolas,
universidades e outras instituições se preocupam com a
qualidade no atendimento das pessoas com carências
espirituais, afetivas e emocionais. Há, portanto, um espaço
aberto a essa pessoa capacitada e dotada de estímulo e
entusiasmo.
Especialização em Capelania é um dos cursos mais
procurados pelas lideranças evangélicas do mundo inteiro. O
objetivo da Capelania é o de oficializar esta atividade conforme
as leis do país. Para isto é necessário o treinamento e
capacitação do candidato à Capelania, para desenvolver suas
habilidades e qualificação, dentro das áreas social e religiosa.

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Capítulo I
HISTÓRIA DA CAPELANIA

O termo capelania é derivado do latim e significa


capellaus. O termo foi aplicado pela primeira vez na França.
De acordo com a Enciclopédia Britânica, na França
costumava-se levar uma relíquia de capela ou oratório de São
Martin de Tours, preservada pelo rei da França, para o
acampamento militar, em tempos de guerra. A relíquia era
posta numa tenda especial, que levava o nome de capela. Um
sacerdote era mantido para o ofício religioso e aconselhamento.
O mesmo era chamado de capelão. A ideia progrediu e mesmo
em tempo de paz, a capela continuava no reino, sempre sob os
cuidados de sacerdote, considerado conselheiro. O costume
passou a ser observado também em Roma.
Em 1857, o ofício de capelão foi reconhecido pelo papa
Pio IX. O serviço passou a ter outros focos e chegou ao
parlamento, colégios, cemitérios e prisões.
O movimento moderno e mais definido de capelania,
com tendências à institucionalização da atividade, ganhou
muita força no final do século 19, quando uma forte discussão

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sobre experiência religiosa, liderada por Washington Gladden,


pastor congregacional de Columbus, no Estado de Ohio (EUA).
Ele insistia na necessidade de cooperação entre o clero (líderes
religiosos) e a classe médica.
O movimento cresceu, principalmente quando um grupo
de psicólogos, teólogos, clérigos, médicos e psicoterapeutas
discutiam o tema Cura para Todos, O objetivo era o de se
buscar saúde para “o homem inteiro”, de forma holística.
Logo surgiram outros nomes como Anton Boisen, que
dedicou-se com muito sucesso à teologia pastoral. Formado
pela Universidade de Harvard, depois de muitas lutas e
discussões, assumiu uma capelania no Hospital Estadual de
Worcester, para doentes mentais.
Boisen foi o primeiro a introduzir estudantes de Teologia
num hospital psiquiátrico, para treinamento pastoral clínico,
que fazia parte dos trabalhos normais do hospital. Este trabalho
cresceu e se estabeleceu durante dez anos. Dado o seu trabalho
e sua relevância, Boisen passou a ser considerado pela
literatura moderna um dos fundadores do treinamento pastoral
clínico.
No Brasil a capelania iniciou em 1858, na área militar,
conhecida como Repartição Eclesiástica. O movimento durou

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poucos anos. Foi abolido em 1899 e restabelecido durante a


Segunda Guerra Mundial, em 1944, com o nome de
Assistência Religiosa das Forças Armadas.
Na mesma época, foi criada também a Capelania
Evangélica para assegurar a também presença de capelães
evangélicos na Força Expedicionária Brasileira (FEB), que
lutou heroicamente na Itália, contra os nazistas.
Um grande nome de destaque como capelão evangélico
foi o pastor João Filsen Soren, então pastor da Primeira Igreja
Batista do Rio de Janeiro. Depois que voltou da missão na
Itália, ainda permaneceu no pastorado daquela igreja por mais
de 50 anos. Faleceu em 2002.
.

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Capítulo II
A VOCAÇÃO DO CAPELÃO

O Capelão, integrante da equipe multidisciplinar de


saúde, é uma pessoa capacitada e sensível às necessidades
humanas, dispondo-se a dar ouvidos, confortar e encorajar,
ajudando o enfermo a lutar pela vida, com Fé em Deus e
esperança na medicina. Oferece aconselhamento espiritual e
apoio emocional tanto ao paciente e seus familiares, como aos
profissionais da Saúde. É importante elo com a comunidade
local.

O Capelão é um Assistente Religioso e Social

O Capelão com suas habilidades contribui com a saúde


da sociedade e desenvolve um trabalho produtivo nas áreas da
anunciação de Cristo, por meio de evangelização.
Para tanto, conta com leis, que embasam a atividade da
Capelania no Brasil, conforme a Lei Federal 6.923, em seu
artigo 5o., inciso VII, que diz: “é assegurada nos termos da lei
a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e

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militares de internação coletiva (hospitais, presídios)”, de


acordo com a Constituição Federal de 1988.
No contexto do Reino de Deus, todo o discípulo de Jesus
Cristo é vocacionado e tem a missão de testemunhar e pregar o
Evangelho de Cristo (1Co 1.2,9; 4.1 e Ef 1.11-12). Do mesmo
modo ser um capelão depende de vocação, que não se adquire,
mas é outorgada pelo SENHOR.
O texto de Mateus 28.19 é um imperativo. O termo “Ide”,
ali usado, vem do grego poreuomai, um imperativo, isto é, uma
ordem, não algo opcional, mas imposto, conforme citamos,
com as respectivas referências, a seguir:

 Proclamar o Evangelho (Mc 16.15-18 e Jo 20.21)


 Fazer Discípulos (Mt 28.19-20)
 Testemunhar (Lc 24.44-48 e At 1.8)

Existem, na Capelania, várias áreas de atuação e cada


pessoa tem aptidões para uma ou mais áreas (Mt 28.18-20).
Considerando essa questão, o aluno de Capelania precisa
perguntar a si mesmo:

1. Porque estou participando deste curso?


2. Pretendo ser um capelão?

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3. Tenho compaixão pelos necessitados?


4. Na Capelania o que mais me atrai?

As principais áreas de atuação do capelão são: Prisional,


Social, Hospitalar, Escolar, Militar, Familiar e Eclesiástica.
O capelão deve ter o objetivo de orientar, confortar e
consolar o indivíduo, que estaria a passar por momentos
difíceis. Os interessados em dedicar-se à Capelania devem
buscá-la como um chamado espiritual, e não para acrescentar
mais um ponto no currículo

Tornando-se um Capelão

Para tornar-se um capelão, é preciso atender a alguns pré-


requisitos, como:

1) Crescer na Graça e no Conhecimento de Deus (2Pd


3.18 e 2Tm 3.17). O capelão deve aplicar-se ao
conhecimento das Escrituras: “...a palavra de Cristo...”
(Cl 3.16); criando raízes: “E respondeu Jesus: Errais,
não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”
(Mt. 22.29);

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“Arte de Fazer o bem”

2) Tornar-se um Leitor Assíduo da Bíblia, pois não há


como ensinar aquilo que não se conhece;

3) Orar Diariamente (1Pd 5.7). O autor Peter Wagner,


em seu livro Igrejas que oram, diz: “Nos momentos de
calamidades as pessoas estão propensas a ouvir Deus”
“...regozijai-vos na esperança, sede pacientes na
tribulação, na oração, perseverantes” (Rm 12.11).

4) Aprender a Depender do Espírito Santo (Jo 14.16-


17,26). Reviewand Herald afirma: “Jamais o coração
humano conhecerá a felicidade enquanto não se
submeter para ser moldado pelo Espírito Santo de
Deus”.

Quem depende do Espírito Santo:


 Tem Identidade – “Porque, esta mesma noite,
um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo,
esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas!” (At
27.23-24). A sua identidade não é atribuída por
consideração externas, mas sim pelo seu
relacionamento com Deus.

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 Tem Experiência – “Bendito seja o Deus e Pai


de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de
misericórdia e Deus de toda consolação! É ele
que nos conforta em toda a nossa tribulação, para
podermos consolar os que estiveram em qualquer
angústia, com a consolação com que nós mesmos
somos contemplados por Deus”, 2Co 1.3-4.

5) Frequentar uma Igreja Regularmente – Adorando,


aprendendo e servindo com outros cristãos, aprendemos
melhor a Palavra de Deus e nos tornamos aptos a
ensinar.

6) Estar a Serviço dos Outros (Ef 2.20) – Não pensa


apenas em si, mas nas necessidades dos outros. Não
mede esforços para ajudar aqueles que precisam.

7) Aprender a Livrar-se das Dúvidas – Sermos convicto


de que, se já recebemos Jesus Cristo pela fé, agora
somos filhos de Deus (1Jo 2.1);

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8) Aprender a Lidar como Sofrimento e as


Dificuldades – Estamos sujeitos a passar por
dificuldades, enfermidades e outros tipos de infortúnios,
entretanto, quando temos Jesus Cristo em nossas vidas,
em vez de ficarmos desesperados com os problemas,
poderemos ser fortalecidos.

9) Aprender a Lidar com a Tentação – A tentação faz


parte da vida e, portanto, também estamos sujeitos a ter
maus pensamentos. O pecado está em cedermos à
tentação, escolhendo abrigar tais pensamentos em
nossas mentes. Há uma reflexão que diz que: “O pecado
não está em que o pássaro sobrevoe nossos
pensamentos, mas, sim, que deixemos que faça ninho
em nossa mente”. A Bìblia diz: "Vigiai e orai, para que
não entreis em tentação. Na verdade, o espírito está
pronto, mas a carne é fraca", Mt 26.41; e ainda:
“Aquele, pois, que cuida estar em pé, veja que não
caia”, 1Co 10.12.

10) Falar aos Outros Sobre Jesus Cristo (1Pd 3.15) – A


mensagem principal do capelão é Jesus. Uma

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mensagem cristocêntrica, que apresenta Jesus como


modelo e solução para todos os problemas.

11) Ser Paciente – A paciência é uma das características


indispensáveis ao capelão. Ser paciente e maduro,
mantendo-se leal à sua fé e aos seus propósitos, mesmo
quando está debaixo das maiores tribulações ou
sofrimentos. Em geral, não crescemos quando estamos
em plena calmaria de problemas. Em todos os ramos, o
desenvolvimento aparece em hora de crise ou
sofrimento. O apóstolo Paulo afirma que “A paciência
produz experiência e a experiência a esperança” (Rm
5.4); “...regozijai-vos na esperança, sede pacientes na
tribulação, na oração, perseverantes” (Rm 12.12).

12) Ter Equilíbrio Emocional – O capelão precisa ter


equilíbrio emocional e autocontrole. Se perder o
equilíbrio emocional diante dos "entraves" que a vida
possa lhe oferecer, além de se sentir sem força interior,
para enfrentar tais problemas, sua mente estará
literalmente bloqueada, impedindo-o de pensar,
raciocinar e analisar tal questão; logo, dificilmente, terá

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“Arte de Fazer o bem”

condições de exercer o seu ministério. O autocontrole e


a maturidade andam de mãos dadas. Todos os nossos
comportamentos e atitudes são norteados pelo
autocontrole quando se tem certa maturidade; logo,
obtém-se o equilíbrio emocional em meio a quaisquer
circunstâncias da vida.

13) Cuidar do Asseio – Outro aspecto importante para o


capelão é o seu asseio pessoal. Não vá, por exemplo, a
um hospital sem antes ter cuidado com o asseio pessoal.
Apresentação de modo geral, a aparência, a higiene
pessoal, vestuário adequado para a função, são
imprescindíveis para o sucesso do trabalho do capelão.

Chamado para Servir

O capelão é um servo que foi escolhido para servir e


ajudar as pessoas. Apóstolo Pedro escreveu:
“Servindo uns aos outros conforme o dom que cada
um recebeu, como bons despenseiros da multiforme
graça de Deus. Se alguém fala, fale como entregando
oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre

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segundo a força que Deus concede; para que em tudo


Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, ma
quem pertencem a glória e o domínio para todo o
sempre. Amém”, 1Pd 4.10-11.

Um capelão deve servir:

 Segundo o seu dom;


 Os outros;
 Com fidelidade;
 Reconhecendo e respeitando a diversidade;
 Na força de Deus;
 Para a glória de Deus

Exercendo a Misericórdia

Um capelão verdadeiro tem o dom da misericórdia. O


apóstolo Paulo destaca este dom ao escrever sua carta aos
Romanos:

"Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi


dada. Se alguém tem o dom de profetizar use-o na

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proporção da sua fé. Se o seu dom é servir, sirva; se é


ensinar, ensine; se é dar ânimo, que assim faça; se é
contribuir, que contribua generosamente; se é exercer
liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar
misericórdia, que o faça com alegria”, Rm 12.6-8/NVI.

O dom de misericórdia é a capacidade de sentir e


expressar compaixão e solidariedade incomum para com
aqueles em situações difíceis ou em crise, e proporcionar-lhes
ajuda e apoio necessários, para atravessar tempos difíceis.
Uma pessoa com o dom de Misericórdia não está
preocupada com títulos, credenciais ou status, mas seu intuito é
ajudar as pessoas necessitadas. Ela se coloca no lugar do outro
e é capaz de sentir a dor e o fardo que outro carrega. Ela deseja
fazer a diferença na vida de pessoas que sofrem, sem ser
crítico. Por vezes, poderá ter dificuldade de avaliar as intenções
dos outros, pois as pessoas que agem com misericórdia
parecem até ingênuas.

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MANUAL DE CAPELANIA

Capítulo III
A POSTURA DO CAPELÃO

O Capelão cristão deve estar ciente que seu


trabalho é uma vocação espiritual acima de tudo. Esse
ministério é desenvolvido de forma voluntária.
Espiritualmente a recompensa do Capelão será concedida
naquele dia:
“Porque todos nós temos de nos apresentar diante
de Cristo para sermos julgados por ele. E cada um vai
receber o que merece, de acordo com o que fez de bom ou
de mau na sua vida aqui na terra”, 2Co 5.10/NTLH.

Vamos entender o que é um trabalho voluntário e


qual deve ser a postura desse serviçal do Reino de Deus.
Segundo o Dicionário Aurélio, trabalho voluntário
é aquele que é feito sem constrangimento ou coação,
espontâneo. Veja também o que disse 5 de dezembro de
2009, o Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon: “O
trabalho voluntário é uma fonte de força comunitária,
superação, solidariedade e coesão social. Ele pode trazer

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“Arte de Fazer o bem”

uma mudança social positiva, promovendo o respeito à


diversidade, à igualdade e à participação de todos. Está
entre os ativos mais importantes da sociedade”.

COMO SER UM BOM VOLUNTÁRIO?

Nem sempre uma boa intenção é seguida de uma


atitude correta. É preciso informação para uma boa ação.
Isso ajuda muito no serviço voluntário e chama-se
responsabilidade. Qualquer pessoa que se preste a algum
serviço voluntário deve ter boa vontade e responsabilidade.
Anote algumas virtudes imprescindíveis ao
Capelão cristão:

1. Seja Humilde

Às vezes, pode acontecer de haver críticas e, portanto, ele


não deve esperar tapinhas nas costas.

Existem regras: Cada Instituição atua de acordo em seus


regimentos internos, seus códigos e regras.

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2. Esteja Pronto para Aprender

Novas experiências promovem uma renovação na mente


e nos ajudam a crescer como pessoa. O Capelão nunca deve
se posicionar como dono da verdade.

3. Coloque-se na Condição de Servo

Esqueça a autopromoção ou fama. Lembre-se que um


dos princípios do Reino: O maior é aquele que serve.

4. Dê Sempre o Melhor

Nunca atenda alguém por pura e simples obrigação.


Lembre-se que deve haver harmonia entre o que falamos com
nossa boca e o que expressamos com o corpo. O corpo nunca
mente.
As pesquisas mostram que voluntários vivem mais e
também com mais saúde. A sensação de utilidade faz um bem
enorme à alma do voluntário.

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ACERCA DA ÉTICA

A Capelania cristã deve ser exercida sem nenhuma


conotação religiosa ou sectária. Religião está fora de questão,
incluindo qualquer instituição eclesiástica, inclusive àquela
que o Capelão porventura pertença. A missão do Capelão é
estritamente espiritual e durante o seu exercício deve
esquecer a sua e quaisquer outras religiões.
Deus quando observa as pessoas não as vê segundo
a sua religião. D mesma maneira deve agir o capelão.
Devemos aprender que a principal característica do
amor é o respeito. O próprio Cristo desenvolveu seu
ministério espiritual sem vínculo religioso, embora
religiosamente pertencesse ao judaísmo.
O alvo do Capelão no exercício da Capelania é
suprir espiritualmente o necessitado. É preciso discernir que
emocionalmente existe a psicologia e fisicamente a
medicina. Deve-se ter cuidado para não invadir outra área a
qual não é o alvo.

CAPELÃO NÃO É PASTOR NEM TERAPÊUTA

É muito importante diferenciar as funções e as

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responsabilidades pertinentes a cada uma delas. O curso e a


credencial de Capelão não evoca ao seu possuidor nem a
chamada e nem a unção pastoral ou terapêutica.
Capelania caracteriza-se por um trabalho voluntário. O
capelão não possui rebanho ou característica eclesiástica e que
circunstancialmente atende pessoas carentes de assistência
espiritual. Lida individualmente com pessoas, cada uma com
seus problemas, e na área espiritual não ministra doutrina
denominacional alguma.
O Capelão é apenas um pronto-socorro espiritual. Em
caso de “tratamento”, deve encaminhar a pessoa a alguém
mais qualificado. Fosse o seu trabalho em um hospital, seria
um residente, que nunca faria nenhuma cirurgia; apenas
encaminharia os pacientes sob seus cuidados, para o
especialista. Fica como exemplo a seguinte passagem bíblica:

“Jesus respondeu assim:Um homem estava descendo de


Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o
assaltaram, tiraram a sua roupa, bateram nele e o
deixaram quase morto. Acontece que um sacerdote
estava descendo por aquele mesmo caminho. Quando
viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da
estrada.Também um levita passou por ali. Olhou e

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“Arte de Fazer o bem”

também foi embora pelo outro lado da estrada.Mas um


samaritano que estava viajando por aquele caminho
chegou até ali.Quando viu o homem, ficou com muita
pena dele.Então chegou perto dele, limpou os seus
ferimentos com azeite e vinho e em seguida os enfaixou.
Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio
animal e o levou para uma pensão, onde cuidou dele.No
dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono
da pensão, dizendo: Tome conta dele. Quando eu
passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a
mais com ele.Então Jesus perguntou ao mestre da Lei: -
Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do
homem assaltado? Aquele que o socorreu! - respondeu
o mestre da Lei. E Jesus disse: - Pois vá e faça a mesma
coisa, Lc 10.30-37.

Nos moldes bíblicos a ação capelânica abrange uma


boa parte no cumprimento do segundo e grande
mandamento:

“Jesus respondeu: É este: "Escute, povo de Israel!


O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Ame o
Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a

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alma, com toda a mente e com todas as forças.E o


segundo mais importante é este: Ame os outros
como você ama a você mesmo. Não existe outro
mandamento mais importante do que esses dois”,
Mc 12.29-31.

Já é conhecido e entendido por muitos que o amor é


muito superior a qualquer sentimento. Muito mais que isso,
amor na prática significa cuidado.
Deus não ama o ser humano apenas sentimentalmente.
Ao contrário, o amor de Deus é algo prático e que visa além
de um relacionamento pessoal entre Ele e cada ser humano,
também a provisão das necessidades humanas.
Portanto, amar é suprir necessidades e só descobrimos
as reais necessidades através de relacionamentos com as
pessoas.
Temos um exemplo prático dessa verdade. Como
descendentes de Adão todo o ser humano é pecador por causa
do pecado adâmico. A principal consequência do pecado de
Adão sobre a raça humana é a morte espiritual.
Dessa forma o homem sem Cristo Jesus em sua vida é
espiritualmente morto. Jesus tratou desse assunto com

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“Arte de Fazer o bem”

Nicodemos, em João 3.3, e Paulo também falou sobre ele em


Efésios 2.1. Assim, forma o homem se tornou um necessitado
espiritual.
Deus em seu grande amor (cuidado) deu providência
para essa necessidade. Jesus Cristo tem sido essa providência
de Deus e é por Ele que somos salvos e herdeiros da Vida
Eterna.
“Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu
único Filho, para que todo aquele que nele crer
não morra, mas tenha a vida eterna”,
João3.16/NTLH.

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Capítulo IV
JESUS O MAIOR CAPELÃO
DE TODOS OS TEMPOS

A Bíblia em sua plenitude nos revela a fantástica e


maravilhosa narrativa acerca da vida de Jesus Ele é o maior
exemplo de capelão para todos nós tanto na antiguidade
quanto na atualidade.
O maior segredo de todos os tempos, para todas as
conquistas está dentro dos princípios do Reino de Deus.
Quando nos atentamos a estes princípios, descobrimos um
universo muito mais real do que o que costumamos viver.
Pensar nos cuidados oferecidos por Jesus aos que
tiveram a oportunidade de caminhar com Ele, é uma fonte
inesgotável de exemplos, vida e amor.
Durante todo o seu ministério, Jesus nos demonstrou
como cuidar do físico, emocional, moral, social, bem como
do espiritual. E todos esses cuidados não eram dissociados
uns dos outros.
Um bom exemplo está nos textos de Mateus 14.13-21
e João 6. Em primeiro momento, Jesus se preocupa em
ensinar a multidão, por que se compadecia dela, e isto pode

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“Arte de Fazer o bem”

ser destacado como cuidado espiritual.


Com o avançar das horas, Jesus se preocupou com a
fome do povo, afinal, já se fazia tarde. Então, cuidou da
multidão providenciando alimento para todos,
indistintamente, e também curou os enfermos, o que é
expressão do cuidado com o físico.
Jesus também se preocupava com a saúde moral e
social daqueles que o Pai lhe havia confiado. Vejamos o
exemplo de João 4 e 8. Em ambos os casos, Jesus se
preocupou em devolver a dignidade, a identidade dessas
mulheres para com Deus e para com a sociedade, sem se
compactuar com o pecado, mas amando intensamente todas
as pessoas.
Nos Evangelhos podemos acompanhar o amor e a
compaixão como característica marcante de seu ministério.
Todos os que o buscavam encontravam respostas, aceitação
e cura. Ricos ou pobres, a todos Jesus cuidou com
deferência e respeito, zelo e carinho. Jesus nos chama a
fazer o mesmo que Ele fez. Suas orientações são para que
ensinemos a outros as Boas-Novas de Salvação.
Este é o cuidado integral que nos desafia e nos chama
por meio do exemplo de Jesus: Enxergar o outro, o nosso

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MANUAL DE CAPELANIA

próximo, por fora e também por dentro. Cuidar do físico,


mas não se esquecer dos cuidados com a alma atormentada, a
fé abalada, a dignidade perdida.
Jesus Cristo, nosso maior exemplo de cuidado integral!
Sejamos como Ele.

EXEMPLOS DE CAPELANIA
NA VIDA DE CRISTO

Nenhum serviço aos necessitados foi maior do que


aquele que foi prestado pelo Senhor Jesus Cristo. Ele é o
nosso exemplo maior e devemos imitar suas obras de
compaixão.

1º) Capelania Infantil (Mt 19.13-15)


2º) Capelania Social (Mt 14.15-16).
3º) Capelania Hospitalar (Mt 14.14 e Mc 6.55).
4º) Capelania com os Desprezados (Jo 5.2-9).
5º) Capelania Fúnebre (Lc 7.12-16).
6º) Através do escritor do livro de Hebreus Ele nos
ordena a praticar a Capelania Prisional (Hb 13.3).

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“Arte de Fazer o bem”

Prestar auxílio espiritual, visitação é, portanto, o ato de


juntar-se a uma pessoa em crise com o objetivo de fortalecê-
la, consolá-la e acompanhá-la em momento difícil.
Encontramos exemplo de "visitação" já no Jardim do
Éden, quando Deus passeava e visitava a Adão e Eva (Gn
3.8). Assim sendo, "visitar" é uma ação que começou com
nosso Deus, o qual também visitou Israel várias vezes de
forma direta: Abrão (Gn 12.1; 15.1-21; 17.1-22; 18.1; 22.1);
Sara (Gn 21.1); Moisés (Ex 3.1-5; 3.16; 6.1-3); Josué (Js 1.1-
9); Gideão (Jz 6.11); Samuel (1Sm 3.4; 15.10-11); Jeremias
(Jr 1.4-10; 33.6).
A visita divina ao seu povo se tornou completa com a
vinda de Jesus Cristo (Jo 3.16-17). No Evangelho de Mateus
1.23, lemos: “Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um
filho, e chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, que traduzido
é: Deus é Conosco”.
No Evangelho de João 1.14, temos o relato da visita
quando “o verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de
graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do
unigênito filho de Deus”.
Este Verbo divino nos disse que não veio para os sãos,

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MANUAL DE CAPELANIA

mas para os doentes (Mc 2.17), e ainda nos diz: “eu irei e lhe
darei saúde” (Mt 8.7). Então, a visita de Deus através de
Jesus Cristo é fundamental para toda a humanidade, porque
por meio dela temos a saúde eterna.
O SENHOR Jesus também treinou seus discípulos para
que visitassem (Mt 9.35; 10.6), e deu seu exemplo quando
foi à casa de Zaqueu (Lc 19.5); quando visitou com Tiago a
casa de Pedro (Mc 1.29-31), e nessa ocasião, curou a sogra
de Pedro.
Jesus também visitou a casa do principal da Sinagoga
(Mc 5.38-43). Convém ainda lembrar que o primeiro milagre
foi numa casa, quando o Mestre transformou a água em
vinho (Jo 2.1-9). Diante destas evidências percebemos que
Jesus dava enorme importância à visitação.
Este ato cristão de "visitar" também era percebido na
Igreja Primitiva. Paulo foi convidado a ir à casa de Lídia (At
16.15); Paulo e Silas foram à casa do carcereiro (At 16.31-
33); Pedro foi visitar a casa do centurião Cornélio, por ordem
divina (At 10.1-48).
Precisamos, como Igreja do SENHOR, levar uma
palavra de paz para as pessoas que vivem enfermas, em
dificuldades, sobrecarregadas e oprimidas. Precisamos

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“Arte de Fazer o bem”

anunciar o amor e o zelo de Deus pelas suas vidas. Imitando


Jesus Cristo, que sempre ouvia o clamor dos enfermos (Mt
9.1-8).
O amor que moveu Jesus a morrer por nós é o principal
elemento a mover-nos neste ministério de apoio e consolação
aos necessitados.
Portanto, visitar, prestar auxílio espiritual e confortar
equivalem a:
 Empatizar com os que sofrem.
 Levar uma palavra de esperança aos desesperados.
 Dizer que vale a pena viver apesar das dificuldades
existentes.
 Amar a Deus e ao próximo.
 Levar alguém a ter alegria de aceitar o que é e, se
conformar, com o que tem.
 Fazer uma vida feliz e ser feliz também.
 Compartilhar o amor, a paz e realização que Deus nos
dá.
 Excluir da nossa vida as palavras: Derrota e
Desesperança.
 Levar aos pés de Cristo, toda causa dos oprimidos,
amargurados, desesperançosos.

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MANUAL DE CAPELANIA

 Compartilhar a alguém que o sofrimento, as


dificuldades da vida é um meio pelo qual crescemos em
direção a Deus, do próximo, e de nós mesmos (Ref.
Professor Eder G. Costa).

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“Arte de Fazer o bem”

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MANUAL DE CAPELANIA

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“Arte de Fazer o bem”

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MANUAL DE CAPELANIA

Capítulo V
A CAPELANIA ESCOLAR

A Capelania Escolar é um serviço de apoio espiritual,


centrado nos princípios da Bíblia, comprometida com a
formação integral do ser humano, no resgate dos valores
construtivos, transmitido por meio de palavra de orientação e
encorajamento às pessoas, em momentos especiais ou de crise.
Tanto por causa das vicissitudes da vida moderna, que
abalaram os princípios da moral, da Família e
consequentemente da sociedade, como devido à complexidade
da adolescência e da própria escola, se faz necessário o
exercício da capelania escolar.
Vamos abordar alguns aspectos desse importante tema,
visto que, boa parte da formação de uma pessoa é realizada nas
escolas, onde o que se aprende é teoria da evolução. Hoje
também se ensina a livre liberdade na sexualidade e tantas
outras questões, que estão claramente opostas aos
ensinamentos bíblicos.
Em seu livro Filosofia para Jovens, Maria Luiza Silveira
Teles, considera que o homem, enquanto realidade

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“Arte de Fazer o bem”

biopsicossocial, já é uma assertiva aceita, e que devemos,


contudo, acrescentar a dimensão espiritual, senão, jamais
teremos o desenvolvimento do homem de maneira integral.
Bio diz respeito à vida, portanto ao físico. Psico, diz
respeito à psiquê, mente (alma), e social diz respeito ao meio
em que interagimos (relacionamento). Portanto biopsicossocial
compõe a tricotomia do homem contemporâneo. Se o homem
tem algum problema em alguma destas áreas podemos dizer
que ele sofre de algum distúrbio, seja de natureza física,
psíquica ou social.

Objetivos da Capelania Escolar

A Capelania Escolar visa atuar na prática de um


ministério relevante nas questões de espiritualidade do homem.
Sua missão primordial, é ajudar os indivíduos a enfrentarem
mais eficazmente os problemas da vida, promovendo
fortalecimento do 'homem interior'.
O objetivo principal da Capelania Escolar é dar
assistência e orientação espiritual aos alunos, bem como
oferecer aconselhamento em tempos de situações adversas, que
interferem na vida escolar.

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MANUAL DE CAPELANIA

A Capelania faz um trabalho de prevenção e educação


usando a comunicação a criatividade e a interação.

Quem é o Capelão Escolar

O capelão escolar é uma pessoa tão humana como todas


as demais, porém, interessada pelas coisas espirituais como
poucos. Tem como alicerce o amor a Deus acima de todas as
coisas e o amor ao próximo como a si mesmo. Tem como sua
maior ferramenta de trabalho os princípios das Escrituras e
entende que gente é obra prima da graça de Deus.

O que faz o Capelão Escolar

Expressa palavras de afirmação e de esperança: de afeto,


de elogio,de encorajamento, de exortação, de instrução, de
oração e de orientação. Empreende tempo e ouvidoria
atenciosa, esforçando-se para valorizar os sentimentos dos
outros. Que se esforça por compreender as pessoas, com
paciência e habilidade, para lidar com problemas
complexos.Cabe ao capelão ter:

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“Arte de Fazer o bem”

 Palavras de Amor
 Palavras de Esperança
 Valorização dos sentimentos
 Compreensão e Paciência
 Habilidade e Orientação

Tarefas da Capelania Escolar

Dentre as tarefas de um Capelão Escolar estão:

 Presença na escola
 Visitação
 Cultos e devocionais
 Distribuição de literatura espiritual
 Fortalecimento de valores e princípios que garantam a
boa convivência mútua
 Planejamento Estratégico
 Palavra espiritual em comemorações especiais do
calendário da escola
 Presença e apoio em atividades extracurriculares e
extraclasses
 Produção e distribuição de textos

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MANUAL DE CAPELANIA

 Trabalho de orientação pessoal em sala própria para


aconselhamento

Quem vê o ser humano na sua totalidade, e quer


contribuir para a formação integral do ser humano, investirá na
Capelania Escolar como parte preponderante do processo de
formação integral do ser espiritual que o homem também é.

Procedimentos da Capelania Escolar

São vários os procedimentos de um capelão escolar


dentre eles: Esclarecer as próprias dúvidas antes de falar aos
alunos; auto avaliar-se; usar linguagem acessível aos juvenis;
pensar bem antes de prometer algo; conhecer a fundo os
programas e objetivos da escola; dialogar particularmente com
cada aluno e sempre que possível orar juntos; demonstrar
cortesia para com todos; ter domínio próprio firmeza e
bondade; cuidar da tonalidade da voz: agradável e positiva; ter
posição definida e coerente (sim, sim; não, não); respeitar as
diferenças e limitações dos alunos, e não esperar deles o
impossível; planejar tudo o que vai fazer; usara motivação
adequada; orar com os alunos; ter alvos definidos e buscá-los;

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“Arte de Fazer o bem”

dar sempre atenção aos alunos; pedir a direção divina para seu
trabalho; sorrir com os que se alegram e chorar com os que
choram.

Princípios Fundamentais da Capelania Escolar

A Capelania Escolar é uma atividade religiosa de cunho


espiritual, que lida com indivíduos em formação física, mental
e espiritual, que frequentam escolas públicas e particulares.
Busca dar-lhes orientação religiosa e espiritual, dentro do
respeito à liberdade religiosa de cada pessoa e de cada família.
O Capelão deve inteirar-se do regimento interno da
escola em que atua, e das normas disciplinares dos alunos,
professores e funcionários, respeitando-os plenamente.
A atuação do capelão não deve contrariar o trabalho de
professores, pedagogos, psicopedagogos, psicólogos e
diretores, nem lhes embaraçar os programas, mas sim, cooperar
para o bom desempenho de todos, especialmente dos alunos.
Os programas do capelão devem ser elaborados dentro de
uma visão integrada aos programas educacionais da escola,
para que possa contribuir para o aproveitamento dos
estudantes.

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MANUAL DE CAPELANIA

O trabalho do capelão com os alunos não deve contrariar


orientações das famílias. Quando alguma família não permitir
que seu filho participe dos programas da Capelania, isto deve
ser respeitado.
A área de educação a ser trabalhada pelo capelão é
apenas a “educação religiosa” com “aconselhamento
espiritual”. Não deverá ter acesso às áreas dos profissionais da
Escola, mesmo que tenha habilitação profissional na área. Se
na sua atividade surgirem casos dessa área, deverá encaminhar
os alunos para àqueles profissionais.
Assuntos de disciplina não deverão ser acolhidos pelo
Capelão, a menos que seja solicitado pela direção da escola.
Igualmente, casos de avaliação pedagógica, em que
alunos se julguem injustiçados por professores e educadores,
não devem ser acolhidos ou tratados pelo capelão,
especialmente quando exercerem suas atividades em escola
pública ou particular não confessional.

Ética do Capelão em Escolas Públicas

Em escolas públicas, caso haja permissão para a


atividade de Capelania, todo o trabalho do capelão deve ser

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“Arte de Fazer o bem”

posto em prévia programação, que será submetida à direção da


escola.
A metodologia do ensino religioso deverá ser colocada
de modo a não provocar reclamações por parte de alunos, pois
isto significará o fim da oportunidade.
Se tiver de tratar de algum problema especial de algum
estudante com os pais, isto deverá ser feito com expressa
permissão da direção da escola, depois de dar-lhe pleno
conhecimento do problema.

Relacionamento dos Capelães com o Sexo Oposto

Um capelão deverá agir com cuidado com pessoas do


sexo oposto, evitando aproximação íntima demais, que possa
provocar suspeitas diversas.
O capelão não deverá sair para programações especiais a
sós com estudantes do sexo oposto, e até mesmo com
professores ou funcionários, quando as circunstâncias possam
ser interpretadas para um lado ou sentido negativo.
Capelães solteiros ou divorciados não deverão entrar em
relação de namoro com pessoas que fazem parte da sua
assistência de Capelania, seja aluno, funcionário ou professor.

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MANUAL DE CAPELANIA

Do mesmo modo, capelão não deve entrar em relação de


intimidade com membros da família de estudantes.

Vida Particular do Capelão

O capelão não deverá expor sua vida particular diante de


alunos, professores ou funcionários, seja em conversação
comum, seja em palestras.
Não deverão também falar de suas dificuldades
financeiras a alunos, professores ou mesmo familiares de
estudantes.
Se tiver problemas em casa, com esposa, esposo, filhos, o
capelão jamais deverá mencionar este fato a alunos,
professores ou funcionários da escola, nem mesmo a título de
ilustração ou exemplo didático.
Se o capelão for também psicólogo e exercer essa
atividade fora da escola, não deverá encaminhar para o seu
consultório alunos da escola com problemas da área, para não
configurar vantagem econômica auferida através da sua
condição de capelão.

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“Arte de Fazer o bem”

A Capelania no Ensino Fundamental

Fazer capelania para crianças é oferecer apoio emocional,


social, recreativo e educacional nas instituições de ensino,
ajudando-as na formação de um caráter cristão, além de
desenvolver nelas a cidadania.
O capelão precisa estar atento para questões como
violência doméstica, abuso sexual infanto-juvenil, pornografia
e pedofilia. Deve orientar quanto ao uso da internet e tevê,
mostrando os perigos implícitos nesses meios de comunicação.

A Capelania para Alunos Secundaristas e


Universitários

Estudantes secundaristas estão em fase importante da


vida, na qual buscam um significado e um propósito real. Eles
querem liberdade e o direito de determinar o seu próprio
futuro.
O capelão deve ajudar o aluno secundarista a encontrar o
real significado da vida em Cristo, apresentando-lhe o Plano da
Salvação.

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MANUAL DE CAPELANIA

Fazer capelania para universitários não é uma tarefa


muito fácil. Os campus universitários muitas vezes parecem
“uma cidade dentro de outra cidade”. Eles têm sua própria
cultura, seus próprios calendários, sua própria (e estreita)
demografia.
De acordo com a revista JeraçãoJC (CPAD), periódico
direcionado a jovens evangélicos, na evangelização
universitária existem dois tipos de desafios: organizacionais e
práticos.

 O Desafio Organizacional – Diz respeito à forma


como se executa o trabalho dentro das faculdades e,
nesse ponto, a maior dificuldade é a continuidade das
atividades. Geralmente o jovem universitário fica na
faculdade pelo período de mais ou menos quatro a
cinco anos. Nesse período, ele ingressa no grupo de
evangelismo e colabora com as atividades. Entretanto,
após sair da faculdade, a maioria perde o vínculo.
Assim, é preciso renovar constantemente as equipes que
efetivamente atuam nas universidades, de forma a
utilizar basicamente os próprios acadêmicos.

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“Arte de Fazer o bem”

 Desafios práticos – Quanto ao aspecto prático, os


jovens que trabalham no campus enfrentam o desafio
intelectual. Existe certo receio de serem confrontados
por seus colegas de classe e professores com teorias que
contrariam a essência do Evangelho, baseados em
pensadores e filósofos ateus, agnósticos ou céticos que
formularam críticas ferrenhas contra Deus e a Igreja,
como é o caso de Voltaire, Nietzche, Bertrand Russel,
David Hume, Michel Foucault e outros. E esse tipo de
desafio se vence lendo as Escrituras, fortalecendo a
apologética cristã (1Pd 3.15), por meio da leitura de
bons livros e periódicos.

Atividades da Capelania Escolar

Podem ser realizados impactos evangelísticos;


distribuição de folhetos; uso do rádio, jornal e mural da escola;
aulas de ensino religioso; torneios esportivos; testemunho
pessoal; promoção de palestras e filmes etc.

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MANUAL DE CAPELANIA

Capítulo VI
A CAPELANIA HOSPITALAR

A Capelania Hospitalar é uma prestação de serviço de


caráter filantrópico ou não, devendo o capelão reverter em
benefício da mesma, toda e qualquer colaboração financeira
eventualmente recebida. Para sua manutenção, a Capelania
Hospitalar poderá receber ofertas voluntárias, doação e verbas
liberadas pelas instituições.

Lei que Institui a Capelania Hospitalar

Existem leis estaduais que regulamentam a capelania nos


hospitais. Elas dispõem sobre a prestação de assistência
religiosa nas entidades hospitalares públicas e privadas, bem
como nos estabelecimentos prisionais, sanatórios, quartéis das
Forças Armadas e forças auxiliares, como as policiais militares.

Base Legal

Na Constituição Federal brasileira está garantido o direito


à Assistência Religiosa aos cidadãos que estiverem em locais
de internação coletiva, conforme artigo 5, inciso VII: “é

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“Arte de Fazer o bem”

assegurada nos termos da lei, a prestação de assistência


religiosa, na entidade civil e militar de internação coletiva”.
Há uma lei federal nº 9.982, de 14/7/2000, que dispõe
sobre esse inciso Constitucional acima. Segundo esta lei, em
seu artigo 1º, essa assistência religiosa, compreende o seguinte:
“Às religiões, de todas as confissões, assegura-se o acesso aos
hospitais da rede pública ou privada… para dar atendimento
religioso aos internados, desde que, em comum acordo com
estes, ou com os familiares, em caso dos doentes que não mais
estejam no gozo de suas faculdades normais”.
Diz ainda em seu artigo 2º, a seguinte afirmação: “Os
religiosos chamados a prestar assistência nas entidades
definidas no artigo 1º deverão, em suas atividades, acatar as
determinações legais e normas internas de cada instituição
hospitalar ou penal, a fim de não por em risco as condições do
paciente ou a segurança do ambiente hospitalar ou prisional.”
Observe-se que não é o Estado brasileiro o responsável
pela prestação de serviço religioso, já que o Brasil é um Estado
que adota a laicidade e a liberdade religiosa.
Logo, a administração pública está, até mesmo, impedida
de exercer tal função. Essa assistência tem caráter privado e
deve ser assumida pelos representantes de cada religião/igreja,

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MANUAL DE CAPELANIA

com sua respectiva equipe. Este direito é caracterizado em


função de quem está confinado, sem se importar o motivo.
Todas as pessoas que se encontram internadas poderão,
se assim o desejarem, ou a pedido da família, receber visitas de
representantes habilitados, de suas respectivas instituições
religiosas, de sua religião ou igreja ou de outra que preferirem
livremente.

O Serviço da Capelania Hospitalar

O Serviço de Capelania tem como objetivo junto às


entidades hospitalares públicas e privadas, estabelecimentos
prisionais civis ou militares, sanatórios, quartéis da Forças
Armadas e forças auxiliares, prestar os seguintes serviços:

 Atendimento diário diuturnamente leito a leito;


 Cultos com pacientes e familiares e servidores;
 Aconselhamento bíblico e estudos bíblicos;
 Atendimento espiritual aos familiares;
 Aconselhamento aos pacientes terminais;
 Programação especial em datas comemorativas;

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“Arte de Fazer o bem”

 Palestras para profissionais de Saúde e servidores que


voluntariamente manifestarem o desejo de estudar a
Bíblia, gratuitamente.

O Papel do Capelão Hospitalar

São atribuições do Capelão Hospitalar:

 Coordenar todo o serviço de Capelania evangélica,


respondendo diretamente junto às entidades
hospitalares públicas e privadas, estabelecimentos
prisionais civis ou militares, sanatórios, quartéis das
Forças Armadas e forças auxiliares;
 Designar os capelães-auxiliares no atendimento a
pacientes e a funcionários;
 Dirigir e coordenar os serviços dos capelães-auxiliares;
 Organizar as atividades da Capelania;
 Aprovar todo material impresso a ser distribuído;
 Estabelecer praxes acerca dos deveres e direitos dos
pastores e leigos visitadores;
 Empreender conferências hospitalares e comunitárias,
cabendo-lhe a seleção de conferencistas de fora;

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MANUAL DE CAPELANIA

 Observar o cumprimento dos regulamentos da


Capelania, zelando pelo bom convívio com outros
religiosos e pessoal da equipe de saúde;
 Escrever ou aprovar artigos para publicação e boletins
do hospital ou da Capelania;
 Dirigir ofícios fúnebres a pedido da família do paciente
ou do hospital;
 Convocar reuniões com a equipe da Capelania;

São Atribuições do capelão-auxiliar:

 Trabalhar sob a supervisão do capelão-titular;


 Participar da visitação leito a leito dos internados;
 Participar dos cultos, coordenando as equipes
eclesiásticas e também pregando;
 Suprir a capelania hospitalar de literatura religiosa para
uso no hospital;
 Distribuir literaturas aos internados e servidores;
 Informar ao capelão-titular os casos de pacientes mais
graves;
 Providenciar o discipulado de pacientes e internados,
que se convertam no hospital;

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“Arte de Fazer o bem”

 Incentivar e ajudar as equipes eclesiásticas;


 Receber e encaminhar correspondências da Capelania;
 Suprir os capelães com aquilo que precisam para o bom
desempenho de seus ministérios;
 Suprir os capelães, encaminhando-lhes relação dos
pacientes clínicos, fornecendo-lhes literatura evangélica
disponível e aprovada pelo capelão-titular;
 Manter a sala da Capelania aberta durante o período
estipulado pelo capelão-titular, para ajudar àqueles que
venham a recorrer aos serviços de Capelania.

Os Benefícios para os Pacientes e sua Família

A visita hospitalar e o cuidado espiritual oferecem


benefícios distintos para os pacientes e seus familiares, o
pessoal de cuidado médico profissional, o próprio hospital, e a
comunidade dentro os quais reside. Estes benefícios são
demonstrados por meio de estudos e de pesquisas.

Apoio Espiritual e sua Prática

Um corpo crescente de pesquisa demonstra os benefícios


da saúde relacionados à religião, fé e sua prática. Um estudo

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MANUAL DE CAPELANIA

publicado, envolvendo 42 mortalidades e aproximadamente


126 mil participantes, demonstrou que as pessoas que ajudadas
com envolvimentos religiosos frequentes ficou
significativamente provado viver mais tempo comparado a
pessoas que eram não frequentemente envolvidas.
Não é pura intervenção, mas interação. Por conseguinte,
pode-se reiterar que só recebemos zelo se cuidarmos de outras
pessoas. Portanto, nessa dimensão, apenas nos tornamos pessoa
no encontro com outra. Percebe-se, então, que a categoria
cuidado tem conotações que superam as noções comuns que
lhe são aplicadas.
Estes e outros estudos demonstram que a fé traz impacto
de bem-estar prático emocional e físico.

A Importância do Cuidado Espiritual para enfrentar


a Doença

Um estudo com pacientes de câncer de peito informou


que 76% tinham orado sobre a situação deles, como um modo
para enfrentar o diagnóstico.

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“Arte de Fazer o bem”

Estudos demonstram que estar bem espiritualmente ajuda


as pessoas a moderar os sentimentos dolorosos, que
acompanham a doença: ansiedade, desesperança, e isolamento.

Cuidando das Famílias

Frequentemente os familiares sofrem angústia


semelhante ou mais intensa que os que estão hospitalizados.
Em alguns estudos, pacientes indicaram que as funções da
Capelania mais importantes são aquelas, que ajudam os seus
familiares com os sentimentos associados com doença e
hospitalização.
Em outro estudo, 56% das famílias identificaram a
religião como o fator mais importante para ajudar a enfrentar a
doença de um ente querido.

Cuidando do Seu Próximo

Nesse sentido, pode-se afirmar que uma atitude de


cuidado abarca o ser humano em sua totalidade de vida. No que
tange ao relacionamento humano, tanto a pessoa que toma uma
atitudede cuidar de alguém, quanto o indivíduo para o qual é

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MANUAL DE CAPELANIA

dirigida tal atitude, há um contato não meramente físico, mas


também afetivo-emocional, concretizando uma relação de
sujeito para sujeito e não de sujeito para sujeito-objeto, ou seja,
o cuidado possibilita a dignidade, pois abre mão do poder
dominador e afirma uma comunhão entre seres reais. “A
relação não é de domínio sobre, mas de convivência”.

Evitando Infecção

Bactérias, vírus e outros microorganismos podem ser


transmitidos de uma pessoa para outra. O risco de infecção
pode ser reduzido em grande escala se for posto em prática um
hábito simples de higiene: a lavagem das mãos.
O capelão precisa ter cuidado de lavar bem suas mãos
antes de entrar em ambiente hospitalar para visitar um paciente,
evitando de servir de veículo dos agentes de contaminação.

 Aprendendo a lavar as mãos: “As mãos devem ser


umedecidas antes de colocar o sabão, de preferência
líquido, para evitar que se toque no reservatório. Em
seguida, esfregam-se bem o dorso, a palma, os dedos e
o vão dos dedos. É preciso tomar cuidado também com

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“Arte de Fazer o bem”

a área embaixo das unhas. Se a pessoa tem unhas mais


longas, deve colocar sabão e esfregar embaixo delas.
Na hora de enxaguar, os dedos devem ser virados para
cima, na direção da água que cai. Não devem ser usadas
toalhas de pano para secar as mãos, e sim toalhas de
papel, que servirão também para fechar a torneira. De
que adiantará lavar bem as mãos se, depois, tocarmos
na torneira contaminada?” (Unipas).

Normas Práticas para a Visitação Hospitalar

 Não entre em qualquer quarto ou apartamento


sem antes bater à porta.
 Verifique se há qualquer sinal expresso de:
"Proibido Visitas"
 Respeite sempre o horário preestabelecido para
sua atuação.
 Observe se a luz está acesa e a porta do quarto
fechada. Em caso de positivo, espere que o doente
seja atendido pela enfermeira ou médico, antes de
entrar.

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MANUAL DE CAPELANIA

 Tome cuidado com qualquer aparelhagem em


volta da cama. Evite esbarrar na cama ou sentar-
se nela.
 Avalie a situação logo ao entrar, a fim de poder
agir objetivamente quanto ao tipo e duração da
visita (Se o paciente está disposto, indisposto).
 Fale num tom de voz normal. Não cochiche com
outras pessoas no quarto. Também não é
conveniente gritar na hora da oração.
 Se estiver doente, gripado, não deve visitar. Deve
estar em boa saúde.

Pacientes nas UTIs

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) recebe pacientes


com doenças agudas, que possuem chances de sobreviver, mas
para isso precisam de monitoramento e completa vigilância.
Para ter acesso à UTI (ou CTI), o capelão precisa de uma
roupa especial, além de ter que lavar as mãos na entrada e
saída.
O tempo de visita é bastante limitado, por isso precisa ser
bem aproveitado.

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“Arte de Fazer o bem”

Algumas regras básicas:

 Fale baixo e próximo da pessoa e não comente


nada sobre o seu estado de saúde;
 Se a pessoa estiver em coma fale
compassadamente, em voz mansa. Está provado
que elas são capazes de ouvir;
 Recite versículos bíblicos fáceis;
 Fale que Jesus ama e perdoa todos os seus
pecados. Encoraje-a a confiar em Jesus como seu
Salvador e Senhor;
 Ore pela pessoa e transmita para ela esperança.
Agradeça a Deus pela vida dela.

Fundamentação Bíblico-teológica do Enfermo e a


Enfermidade

A maneira como se vê a enfermidade tem grande


influência na maneira como você ira tratar o paciente que
visita. Por isso, é necessário temos uma visão clara do que a
Bíblia nos diz sobre a enfermidade.

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MANUAL DE CAPELANIA

Visitar e confortar são:


 Empatizar com os que sofrem,
 Levar uma palavra de esperança aos
desesperados,
 Dizer que vale a pena viver apesar das
dificuldades existentes na vida.

Cristãos são Responsáveis pelo Cuidado dos


Enfermos

Por meio de suas palavras e atos, Jesus ensinou que


doença, embora comum, é também indesejável. Ele passou
grande parte do seu tempo curando os enfermos, encorajaram
outros a fazerem o mesmo e mostrou a importância do cuidado
e do amor aos necessitados e doentes. Mesmo dar a alguém um
gole de água era considerado digno de elogio, e Jesus indicou
que ajudar um doente era o mesmo que ministrar a Ele.
A doença é uma questão que a Bíblia menciona em
muitos textos. A doença de Naamã, Nabucodonosor, o filho de
Davi, Jó, Paulo, Timóteo, a sogra de Pedro, e vários outros,
descritos tanto no Velho como no Novo Testamento.

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“Arte de Fazer o bem”

Quando Jesus veio pessoalmente à terra, seu interesse


pelos doentes se destacou tanto que praticamente um quinto
dos Evangelhos é dedicado ao tema da cura, e o Livro de Atos
registra como a primeira igreja cuidou dos enfermos.

 Amar a Deus e ao próximo.


 Levar alguém a ter alegria de aceitar o que é e, se
conformar, com o que tem.
Fazer uma vida feliz e ser feliz também.
 Compartilhar o amor, a paz e realização que Deus
nos dá.

A Bíblia nos fornece sobre a enfermidade ao menos


quatro conclusões, que podem ser úteis nas visitas hospitalares.

 Excluir da nossa vida as palavras: Derrota e


Desesperança.
 Levar aos pés de Cristo toda causa dos oprimidos,
amargurados, desesperançosos.
 Compartilhar a alguém que o sofrimento, as
dificuldades da vida é um meio pelo qual

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MANUAL DE CAPELANIA

crescemos em direção Deus, do próximo, e de nós


mesmos.
 “Vinde a mim, todos os que estai cansados e
oprimidos, e eu vos aliviarei”, Mt 11.28.

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“Arte de Fazer o bem”

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MANUAL DE CAPELANIA

Capítulo VII
CAPELANIA EM LEPROSÁRIO

Jesus ordenou aos discípulos: “Curem os enfermos,


ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os
demônios. Vocês receberam de graça; dêem também de graça”,
Mt 10.8.

Amor Incondicional

O SENHOR teve dois encontros inesquecíveis com os


leprosos e, ainda, ao comissionar seus discípulos, lembrou-se
dessa gente, tão humilhada e ignorada pela sociedade,
dizendo: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os
mortos, expulsai os demônios. De graça recebestes, e de graça
dai.” (Mt. 10.8.)
Jesus estava instruindo os seus discípulos a não se
esquecerem dos necessitados, dos rejeitados, dos segregados do
arraial, dos impuros. Jesus queria vê-los retomando suas
atividades, voltando a frequentar as sinagogas, sabendo que
Jesus é o Salvador. Glórias!

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“Arte de Fazer o bem”

O que é a Hanseníase, a Lepra?

A Hanseníase, antigamente chamada de lepra, é uma


doença transmissível causada por uma bactéria. É transmitida
pela saliva ou por gotículas do nariz por pessoas contaminadas,
mas não estejam sendo medicadas. Em encontros corriqueiros
não existe as chances de contaminação são mínimas.
Afeta majoritariamente a pele e os nervos. Ela progride
lentamente, com uma média de período de incubação de 3
anos. A hanseníase pode afetar todas as idades e ambos os
sexos, mas pode ser curada. O medicamento chamado MDT
mata a bactéria e interrompe a transmissão da doença. O doente
de lepra pode levar uma vida completamente normal. Quando
detectado cedo e tratado com MDT, a hanseníase não deixará
deformidades.

Função do Capelão no Leprosário

A função do capelão no leprosário é dar assistência


espiritual ao enfermo e a família. A assistência espiritual deve
ser aquela que põe o paciente em harmonia com Deus e
consigo mesmo.

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MANUAL DE CAPELANIA

Como Diagnosticar Sinais da Hanseníase?

 Um doente de hanseníase apresenta mancha ou


manchas na pele com perda de sensibilidade. Manchas
da hanseníase podem ser hipopigmentadas,
avermelhadas ou da cor de cobre. Podem ser planas ou
elevadas e não dão comichão. Normalmente não doem.
Apresentam falta de sensibilidade ao calor, tato ou dor.
Podem aparecer em qualquer parte do corpo.
 Outros sinais de lepra incluem nódulos avermelhados
ou da cor da pele; infiltração difusa e brilhante da pele,
sem perda de sensibilidade.
 O Brasil é o segundo com o maior número de casos de
hanseníase no mundo, perdendo somente para a Índia,
segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
 Em 2016, foram registrados mais de 26 mil novos
casos.
 Diagnostico da hanseníase pode ser realizado em
qualquer Unidade Básica de Saúde.
 O tratamento é gratuito

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71
“Arte de Fazer o bem”

O capelão diante da sua chamada deve prestar assistência


espiritual, emocional e psicológica ao paciente. Capaz de
promover uma situação consoladora, revitalizado a esperança
por meio do nível espiritual e do aconselhamento cristão.

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MANUAL DE CAPELANIA

Capítulo VIII
CAPELANIA MILITAR

O Serviço de Capelania Militar tem por finalidade prestar


assistência religiosa e espiritual aos militares, aos civis das
organizações militares e às suas famílias, bem como atender a
encargos relacionados com as atividades de educação moral
realizadas nas Forças Armadas. Neste caso, ele é um
concursado, que trabalha na área militar. Atende também pelo
nome de capelania castrense. É encarregada de prestar
assistência religiosa a alguma corporação militar do país, na
Marinha, Exército, Aeronáutica, polícias militares e aos Corpos
de Bombeiros Militares. Considera-se aqui que existem
Estados, como no Rio de Janeiro, em que o Corpo de
Bombeiros pertence à Defesa Civil.

A Legislação Brasileira

A Assistência Espiritual nas entidades civis e militares de


internação coletiva é dispositivo previsto na Constituição
brasileira de 1988, nos seguintes termos: é assegurada, nos

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“Arte de Fazer o bem”

termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades


civis e militares de internação coletiva (Art. 5º, VII).
A lei 6.923, de 29/6/1981, alterada pela lei 7.672, de
23/9/1988, organizou o Serviço de Assistência Religiosa nas
Forças Armadas. A partir desta legislação temos definido que:
(1) O Serviço de Assistência Religiosa tem por finalidade
prestar assistência religiosa e espiritual aos militares, aos civis
das organizações militares e às suas famílias, bem como
atender a encargos relacionados com as atividades de educação
moral realizadas nas Forças Armadas (Lei 6.923, art. 2º).
(2) O Serviço de Assistência Religiosa será constituído
de Capelães Militares, selecionados entre sacerdotes, ministros
religiosos ou pastores, pertencentes a qualquer religião que não
atente contra a disciplina, a moral e as leis em vigor (Lei 6.923,
art. 4º).
(3) Cada Ministério Militar atentará para que, no posto
inicial de Capelão Militar, seja mantida a devida
proporcionalidade entre os Capelães das diversas regiões e as
religiões professadas na respectiva Força (Lei 6.923, art. 10).
Nota-se a seriedade e a boa procedência da Capelania,
quando esta se dedica à observância das leis federais, estaduais
e municipais, bem como cumpre com os estatutos e

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MANUAL DE CAPELANIA

regulamentos das instituições em que estão inseridas, a


exemplo das instituições hospitalares.

Capelães Militares

“O capelão militar é um ministro religioso


encarregado de prestar assistência religiosa a
alguma corporação militar Marinha, Exército,
Aeronáutica, polìcias”.

Os capelães militares prestarão serviços nas Forças


Armadas, como oficiais da ativa e da reserva remunerada. A
designação dos capelães da reserva remunerada será
regulamentada pelo Poder Executivo. Os capelães militares
designados, da ativa e da reserva remunerada, terão a situação,
as obrigações, os deveres, os direitos e as prerrogativas
regulados pelo Estatuto dos Militares, no que couber. O acesso
dos Capelães Militares aos diferentes postos, que obedecerá
aos princípios da Lei de Promoção de Oficiais da Ativa das
Forças Armadas, será regulamentado pelo respectivo Ministro.
O Capelão Militar que, por ato da autoridade eclesiástica
competente, for privado, ainda que temporariamente, do uso da

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“Arte de Fazer o bem”

ordem ou do exercício da atividade religiosa, será agregado ao


respectivo quadro, a contar da data em que o fato chegar ao
conhecimento da autoridade militar competente, e ficará adido,
para o exercício de outras atividades não religiosas, à
organização militar que lhe for designada.

Para ser Capelão Militar

Para o ingresso no Quadro de Capelães Militares será


condição o prescrito no art. 4º desta Lei, bem como:

I - ser brasileiro nato;


II - ser voluntário;
III - ter entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade;
IV - ter uso de formação teológica regular de nível
universitário, reconhecido pela autoridade eclesiástica de sua
religião;
V - possuir, pelo menos, 3 (três) anos de atividades
pastorais;
VI - ter consentimento expresso da autoridade
eclesiástica da respectiva religião;
VII - ser julgado apto em inspeção de saúde;

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MANUAL DE CAPELANIA

VIII - receber conceito favorável, atestado por 2 (dois)


oficiais superiores da ativa das Forças Armadas.

Os candidatos que satisfizerem às condições do artigo


anterior serão submetidos a um estágio de instrução e de
adaptação com duração de até dez meses, durante o qual serão
equiparados a Guarda Marinha ou a Aspirante-Oficial, fazendo
jus somente à remuneração correspondente.

O estágio de instrução e adaptação deverá,


obrigatoriamente, constar:

A) um período de instrução militar geral na Escola de


Formação de Oficiais da Ativa da Força Singular respectiva;
B) um período como observador em uma Escola de
Formação de Sargentos da Ativa, da Força singular,
C) um período de adaptação em navio, corpo de tropa ou
base aérea, no desempenho de atividade pastoral, devendo
ainda colaborar nas atividades de educação moral. Os Capelães
Militares com estabilidade assegurada de acordo com o artigo
50 da Lei nº 4.242, de 17 de julho de 1963, serão incluídos no
Quadro de Capelães Militares da Ativa, no posto atual, e terão

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“Arte de Fazer o bem”

sua antiguidade contada desde o seu ingresso no Serviço de


Assistência Religiosa nas Forças Armadas. Os Capelães que
atualmente servem às Forças Armadas, na qualidade de
militares, poderão ser aproveitados no Quadro de Capelães
Militares da Ativa, desde que satisfaçam às exigências dos
incisos I, II e IV do artigo 18 desta Lei. Os atuais Capelães
contratados da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, de
conformidade com os artigos 4º e 16 da Lei nº 5.711, de 8 de
outubro de 1971, poderão ser aproveitados, a critério do
respectivo Ministro Militar e desde que satisfaçam às
exigências previstas nos incisos I, II e IV do artigo 18 desta
Lei.

Trabalho Religioso do Capelão

Capelão Militar ao ingressar terá como atribuições, as


mesmas de um ministro religioso, ou seja, oficiar as cerimônias
religiosas, batizar, aconselhar, desenvolver o trabalho pastoral,
receber os recém-convertidos, oficiar os funerais e fazer visitas
aos pacientes internados nos hospitais e aos reclusos internados
em estabelecimentos prisionais.

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MANUAL DE CAPELANIA

É importante destacarmos que há uma prática da


religiosidade por parte dos que ingressam na Polícia Militar do
Estado de São Paulo (PMESP), fato este, constatado através
das mais variadas expressões, como por exemplo, a fé
evangélica que tem crescido bastante.
A Polícia Militar de São Paulo mantém um grupo de
capelães oficiais, que são militares da própria corporação, mas
integrados ao mesmo grupo, existem os capelães voluntários.
São pastores das diversas denominações evangélicas, que são
convidados. Grande parte das atividades capelânicas é
realizada pelos voluntários. O grupo, que se organiza em cada
região administrativa, os Comandos de Policiamento de Área
(CPIs), tem plena liberdade e atua em praticamente todos os
batalhões e respectivas subunidades.
É necessário que o Capelão possua um diálogo
interconfessional permanente, para que faça a harmonia entre
os diferentes credos, para o exercício da capelania. Nesse
sentido, o capelão tem o dever de se comportar como padrão a
ser imitado dentro e fora do quartel. O Capelão deve olhar o
indivíduo como alguém que tem capacidade e desenvolver nele
potencialidades.

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“Arte de Fazer o bem”

Segundo Martin Buber (1878-1965), conhecer Deus é ter


um relacionamento entre pessoas: a pessoa humana e a pessoa
de Deus, pois Deus é um ser pessoal. Todo relacionamento
entre pessoas deve haver diálogo, aliás, afirma Buber, a Bíblia
é o Diálogo de Deus com a humanidade. O capelão não só
utilizará o diálogo como a própria vida. A comunidade
protestante tem a característica de tomar a iniciativa para a
realização dos cultos e reuniões. Este fator é, ainda hoje, o
responsável por haver muitos trabalhos religiosos regulares na
rotina de muitos quartéis, uma vez que não dispõe oficialmente
de uma capelania militar protestante.
Estas manifestações religiosas, na sua maioria, sempre
ocorrem no horário de intervalo do almoço, ao menos, uma vez
por semana, de acordo com a conveniência do grupo e
autorização do comandante do quartel. As manifestações
gestuais, denominadas "Momentos com Deus", são organizadas
pelos Núcleos da Associação dos Policiais Militares
Evangélicos do Estado de São Paulo (APMESP), também
conhecida como "PMs de Cristo", fundada em 25 de junho de
1992, possuindo caráter religioso, social, filantrópico e
representativo, atuando, informalmente, no serviço de
capelania militar protestante.

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MANUAL DE CAPELANIA

O Policial Militar trabalha com as limitações humanas,


sofre a influência perniciosa de substâncias químicas liberadas
na corrente sanguínea, que reduzem a imunidade orgânica,
trabalha no "pico do estresse", deve cuidar e proteger, mas não
tem quem o cuide e o proteja. Os problemas vivenciados dentro
de órgãos militares podem prejudicar essencialmente a vida
familiar e social do Policial Militar. Pressões psicológicas a
que estão sujeitos esses profissionais influenciam
comportamentos, deixando-os frágeis no campo espiritual.
Neste ambiente, a forma de assistência religiosa, através
do aconselhamento pastoral, tem-se revelado como
oportunidade de influência do Capelão tanto na contribuição
para a saúde espiritual do Policial Militar, quanto para o auxílio
às organizações militares, bem como a familiares. Apresentar
Cristo a estes profissionais é cumprir o „Ide‟ de Jesus, pois,
todos necessitam de ouvir a mensagem do Evangelho.
É um grupo de pessoas que sofrem muitas pressões
sociais e com dificuldade de manter o equilíbrio, em função do
estresse, que acarreta uma descarga emocional muito grande, às
vezes desequilibrando relacionamentos.
Também a atividade entre as unidades são sempre sob
pressão espiritual, em função da própria necessidade desses
profissionais da segurança. São sempre reservados, mas abrem

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“Arte de Fazer o bem”

a alma diante da assistência espiritual do capelão, depois da


confiança estabelecida. Nota-se ainda a expressão de
agradecimento de muitos, pelo trabalho prestado pelo capelão.
A graça divina inclui a salvação dos militares, a base
oferecida pelas Escrituras está em Lucas 23.47. O texto trata do
Centurião comandante da guarnição que crucificou Jesus. Este
é o exemplo mais dramático e horrendo de todos que se possam
imaginar: trata-se do centurião do Exército Romano que
comandou a guarnição que escoltou o Senhor Jesus até o
Calvário e procedeu a sua execução na cruz. Portanto, alguém
cujo coração e mente deveria estar dominada por total
indiferença a tudo que é humano, um ser petrificado e
profissionalmente muito bem preparado para comandar
execuções sumárias, inclusive de inocentes. É impossível ser
apenas ator ou mero profissional em tais circunstâncias sem
perder a condição humana, por mais artista que alguém seja.
Este centurião afirma “verdadeiramente este é o Filho de
Deus”. A afirmação do centurião é resultante, sem sombra de
dúvida, de alguma medida da operação da graça proveniente
em seu coração. Desta forma temos um grande exemplo de que
Deus não faz acepção de pessoas seja ela quem for e de
qualquer classe, todos precisam ter a oportunidade de ouvir o
Evangelho

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MANUAL DE CAPELANIA

Capítulo IX
CAPELANIA CARCERÁRIA
OU PRISIONAL

A Bíblia exorta-nos: “Lembrai-vos dos presos, como se


estivésseis presos com eles, e dos maltratados sendo-o vos
mesmo também no corpo”, Hb 13.3.
Muitas vezes ouvimos frases de efeito, como por
exemplo: Missões se faz orando, indo, contribuindo. Em outras
ocasiões escutamos. Você pode fazer missões na sua casa, com
sua família, no trabalho, no banco, no mercado etc. Em tudo
isso não há nada de errado, mas tanto Missões, que indica
atividade além-fronteira, língua ou cultura quanto a
evangelização que é local, regional ou urbana.
Segundo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o
crescimento da população carcerária aumentou mais de 400%
em 20 anos. São mais de 700 mil presos, em 1.436 unidades
prisionais no país, cuja faixa etária chega a 55% de jovens
entre 18 e 25 anos (2016). Somando a membros familiares, que
sofrem junto do indivíduo preso, esse número pode chegar a 4
milhões de pessoas.

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“Arte de Fazer o bem”

Lembre-se que o nosso propósito não é o de defender,


acusar, indagar, servir de mediador, interlocutor, entregador
etc, mas de apresentar a visão cristã e as Boas-Novas do Reino
(Lc 23.39-43). Jesus não ignorou o malfeitor e esse deve ser o
nosso grande exemplo.

Entendendo a Capelania Prisional

A Capelania Prisional é a atividade desempenhada por


um capelão, com atendimento bíblico-espiritual.
É uma assistência religiosa que ampara o cidadão no
direito constitucional, por meio do artigo 5, inciso 7, da
Constituição brasileira.
Artigo 5=> Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo ser aos brasileiros, aos
estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito a
vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade no
termo seguinte:
Inciso 7=> E assegurada nos termos da lei a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva.

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MANUAL DE CAPELANIA

Fundamentos da Capelania Prisional

A Capelania Prisional é formada por três pilares: Ética,


Aconselhamento e Assistência. Esses pilares definem como
deverá ser o atendimento do capelão.

Público Alvo do Capelão

 Detentos
 Familiares
 Agentes
 Funcionários
 Público do lado externo do presídio (visitantes)

Ganhando almas lá fora onde estão os pecadores.

Objetivos da Capelania Prisional

Cabe ao Capelão Prisional:

 Acompanhar os presos ajudando-os nas suas


necessidades espirituais, dando assistência
espiritual também aos familiares;

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“Arte de Fazer o bem”

 Verificar as condições de vida e sobrevivência


dos presos;
 Levar a Salvação aos presos por meio da
mensagem do Evangelho de Jesus cristo;
 Acompanhar o processo de conversão e
discipulado dos presos;
 Visitar os presos quando estes estiverem doentes,
ou nas celas especiais;
 Realizar estudos bíblicos e orações;
 Intermediar relações entre presos e familiares.

O Capelão Prisional deve evitar:

 Perguntar a razão porque o preso está na cadeia;


 Fazer perguntas pessoais ao preso apenas por
curiosidade;
 Insistir demais com o preso para ele tomar a decisão de
aceitar Cristo;
 Ignorar os sinais de perigo indicados pelos agentes
penitenciários;
 Desconhecer e desobedecer as normas da instituição
prisional;
 Fazer promessas para o preso que não possa cumprir.

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MANUAL DE CAPELANIA

Capítulo X
CAPELANIA FÚNEBRE

A Capelania Fúnebre é uma prestação e serviço espiritual


psicológico e físico, oferecendo ombro amigo aos enlutados e
acolhimento. Oportunidade única para proclamar o Reino dos
Céus

O Ser Humano e a Morte

A morte é a interrupção da vida humana. Não é um


processo natural e sim um processo de correção divina. O ser
humano não aceita a morte, como a chegada da velhice e as
limitações físicas e doenças.
Ele não aceita o fato de ter sua vida interrompida. Isto já
caracteriza como defesa do nosso próprio extinto, onde
brigamos pela vida.
Além da morte ser vista como um tabu é certo afirmar
que há um mistério por trás dela. Somos apegados à vida e
resistimos a todo e qualquer tipo de pensamento que julgamos
“negativo”, que possa sugerir um mau agouro. Acredita-se até

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“Arte de Fazer o bem”

que falar da morte atrai-a. O próprio desconhecimento dos


ensinos bíblicos nos induz ao conformismo teológico simplista
de que “Deus levou”, “Deus quis”, “Foi a vontade de Deus”,
“Deus deu e Deus tomou”.
Nesta incapacidade de discutir a morte nos tornamos
alheios a assuntos proeminentes às suas características, e até
mesmo a tudo o que a morte está intrinsecamente ligada, nos
fazendo a cada momento, desconhecidos dela, distantes,
afastados.
Nós a tratamos com repúdio e temor, como se nela
houvesse uma força dominante, nos esquecendo de que a vida,
por passageira que possa ter sido para alguém, tomou tempo,
espaço, fez-se presente, existiu deixando marcas e ficou
registrada.
Enquanto o Inimigo pretende roubar, destruir, matar, o
SENHOR nos oferece a vida abundante, conforme João 10.10.
Éla é definida pela lìngua grega como „vida zoë‟. Aqui
distinguimo-la da existência humana, efêmera, portanto,
usando o termo Vida, justamente em oposição à Morte. Como
Deus é Vida em essência, zoë tenta indicar essa excelência
vivificante (1Co 15.45), apontando para Vida eterna, paraa
natureza divina, espiritual.

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MANUAL DE CAPELANIA

Consolar aqueles que passam por perdas humanas e


afetivas é uma tarefa nobre e, acima de tudo, indispensável e
imposta por DEUS.
“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir a casa onde há
banquete; porque naquela se vê o fim de todos os homens, e os
vivos o aplicam ao seu coração”, Ec 7.2.
O luto é um sentimento indescritível e atemporal,
caracterizado por uma síndrome que demonstra apatia, tristeza
profunda, sensação de alienação e até recusa ao consolo. Mas,
a Capelania Funerária deve estar presente e pode oferecer
ombro amigo aos enlutados, acolhimento e, se houver
oportunidade, proclamar o Reino dos Céus.
Nesse repertório de perdas existem significativas
situações que representam o luto sem sepultamento, onde o luto
é sentido da mesma forma e talvez até contundente. A dor da
separação e do divórcio é equivalente e emocionalmente mais
duradoura. As crianças, normalmente, são as maiores
prejudicadas nesse contexto, e precisam de acompanhamento
capelânico sistêmico ou ajuda psicológica por várias razões.
Entre elas, por se sentirem culpadas ou responsabilizadas pelo
divórcio.

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“Arte de Fazer o bem”

Assim, a Capelania Funerária é mais abrangente do que


possamos imaginar e não está confinada ou limitada aos
portões do cemitério, nem se instala aos cortejos fúnebres e
tampouco aos corredores hospitalares. Ela prossegue com os
enlutados.
“Preciosa é á vista do SENHOR a morte dos seus
santos”, Sl 116.15.

O Luto

O luto e um sentimento indescritível, levando o homem a


uma recusa de consolo. Consolar aqueles que passam por
perdas humanas é uma tarefa nobre e acima de tudo
indispensável.

O Capelão e a Cerimônia Fúnebre

O ministro se posicionará ao lado do féretro e lerá as


seguintes passagens:

"Disse Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê


em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele

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MANUAL DE CAPELANIA

que vive e crê em mim, nunca morrerá. Crês isto?", Jo


11.25-26.
"Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede
também em mim. Na casa de meu Pai há muitas
moradas. Se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou
preparar-vos lugar", Jo 14.1-2.
"Eu sei que o meu redentor vive, e que por fim se
levanta-rá sobre a terra. E depois de consumida a minha
pele, ainda em minha carne verei a Deus”, Jó 19.25-26.
"Pois assim como todos morrem em Adão, assim
também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada
um por sua or-dem: Cristo as primícias, depois os que
são de Cristo, na sua vinda. Ora, o último inimigo que
há de ser destruído é a mor-te", 1Co 15.22-23,26.

Mensagem

O capelão deve antes obter dados sobre a pessoa falecida


e sua família. Durante a mensagem fará um rápido resumo da
vida da pessoa falecida. Falará do lugar de nascimento, de onde
ela é oriunda, de sua família, do seu trabalho e de suas
amizades na igreja, assim como de sua devoção a Deus. Deve
ter por escrito todos esses dados confirmados pela família.

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“Arte de Fazer o bem”

Se a pessoa falecida era crente em Cristo Jesus, o


ministro preparará uma mensagem de conforto e
encorajamento baseado na esperança dos que morrem em
Cristo. Não deve falar dos defeitos da pessoa falecida, nem
tampouco exagerar suas virtudes. As passagens em Salmos
103.13-17; 27.5 e Filipenses 1.23 oferecem parâmetros
apropriados para a mensagem.

Se a pessoa falecida não era crente, poderá ser dito o seguinte:

"Por ter cessado sua existência terrena, entregaremos


seu corpo à terra. Terra à terra, cinza à cinza, pó ao pó.
O espírito, deixamos na mão de Deus. Este é o ponto
final de uma vida. No sepulcro não há obras, nem
conhecimento, nem sabedoria, e a ele todos nós iremos
cedo ou tarde.Portanto, consagremo-nos hoje mesmo a
meditar sobre a eternidade, e procedamos
esforçadamente na realização do máximo daquilo que
Deus colocou em nossas mãos. Façamos o que é correto
e bom.
Confiemos Naquele que diz: 'Eu sou a ressurreição e a
vida; aquele que crê em mim, ainda que esteja morto,

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MANUAL DE CAPELANIA

viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não


morrerá eternamente”.

Bênção Pastoral

Que Deus abençoe a todos nós, e console os nossos cora-


ções atribulados por essa tão grande perda. Que Deus faça
resplandecer o seu rosto sobre nós, e sua graça esteja sobre nós.
Que o Senhor levante o seu rosto sobre nós, e nos dê a paz. E
que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a
comunhão do Espírito Santo sejam com todos nós.

No Cemitério

Estando o féretro colocado sobre a abertura do sepulcro,


dirá:
"Por ter sido da vontade do Deus Todo-Poderoso, em
sua infinita providência, separar deste mundo a alma de
nosso(a) falecido(a) irmão (irmã), nós entregamos o seu
corpo à terra. Terra à terra, cinza à cinza, pó ao pó. Mas
nós esperamos a ressurreição universal do último dia,
quando a Igreja de Cristo será arrebatada, e os mortos

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“Arte de Fazer o bem”

em Cristo ressuscitarão primeiro, na segunda Vinda do


SENHOR, cheio de poder e majestade. A terra e o mar
entregarão seus mortos, e os corpos corruptíveis dos que
dormiram Nele serão transformados e tornados
semelhantes ao glorioso corpo de Cristo, conforme a
poderosa obra pela qual Ele pôde sujeitar a si todas as
coisas."

Bênção Pastoral

"Bem-aventurados aqueles que morrem no Senhor.


Sim, diz o Espírito, pois que descansarão de seus
trabalhos”
"A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e
a comunhão do Espírito Santo seja com todos
vocês, e com todo seu povo. Amém."

Sugestões de Hinos fúnebres da Harpa Cristã

 Deus tomara conta de ti – 61


 Mais perto quero estar – 187

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MANUAL DE CAPELANIA

 Uma flor gloriosa – 196


 Jesus o bom amigo – 198
 Desejamos ir lá – 214
 Peregrinos somos aqui – 392
 No Céu não entra pecado – 422

Sugestões de Hinos fúnebres do Cantor Cristão


 Ditoso dia – 407
 Descanso verdadeiro – 408
 Da linda pátria estou mui longe – 484
 Doce porvir – 486
 Bela cidade – 498
 Lá no Céu – 504
 Verei meu Redentor – 509

Como Trabalhar Com as Perdas

Não é fácil aconselhar alguém que está vivenciando um


processo de luto. Ao perder alguém querido, geralmente, a
pessoa vive um momento de grande conflito, chegando as
vezes a culpar Deus por sua perda.

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“Arte de Fazer o bem”

Alguns elementos acompanham o luto, como: dúvidas,


perda da fé e enfraquecimento da vida espiritual. O capelão
deve apoiar a pessoa ajudando-as a superarem essas
dificuldades.
A pessoa enlutada precisará enfrentar algumas tarefas
difíceis como: a aceitação da realidade, a sentir e admitir
conscientemente a dor da perda, ajustar-se ao ambiente no qual
a pessoa falecida não está mais presente, e estabelecer novos
relacionamentos.

Aconselhamento

O capelão é um conselheiro nato. Este deve possuir as


seguintes habilidades:

 Ser um bom ouvinte, deixando a pessoa enlutar


falar e expor os seus sentimentos;
 Não repreender a pessoa ou pedir que ela não
chore, ao contrário, deixar a pessoa a colocar para
fora seus sentimentos. Culpa, raiva, confusão e
desespero são sentimentos que aparecem nesses

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MANUAL DE CAPELANIA

momentos, que precisam ser ouvidos e não


condenados;
 Ajudar a pessoa a tomar decisões importantes e
adiar outras;
 Está por perto, oferecendo-se para ajudar a pessoa
no que for necessário e no que estiver ao seu
alcance;
 Não usar versículos bíblicos ou clichês que
desestimulem a expressão dos sentimentos;
 Ajudar a pessoa a reorganizar sua vida.
O aconselhamento pode ser feito preventivamente aos
familiares do paciente em estado terminal, enquanto este ainda
esteja convalescendo.

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“Arte de Fazer o bem”

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MANUAL DE CAPELANIA

Capítulo XI
CAPELANIA PARA A
TERCEIRA IDADE

“O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o


cedro no Líbano. Plantados na Casa do SENHOR, florescerão
nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão
cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o SENHOR é
reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça”, Sl 92.12-
15/ARA.

Por que uma Capelania para Idosos?

Em breve o Brasil chegará a números preocupantes


quanto ao crescimento dessa faixa etária, sem, porém, estar
preparado. Os seus níveis de fecundidade é tão baixo quanto a
países ricos, como Canadá e Estados Unidos, porém, sem
alcançar a riqueza, e com sérios problemas sociais.
Atualmente são cerca de 26 milhões de pessoas com mais
de 60 anos de idade (IBGE).

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“Arte de Fazer o bem”

É a faixa etária que mais cresce no país e, infelizmente, a


grande maioria não se preparou para esse período da vida.
Precisamos atender essas pessoas, que em sua maioria,
não conhecem a Salvação pela Graça de Deus. Somente através
da capelania é que muitos terão a oportunidade de ouvir a
mensagem de Salvação.

A Necessidade de Atendimento à Terceira Idade

A expressão terceira idade é comumente utilizada para


designar pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
Existem diversos fatores para essa designação a partir da
escolha temporal. A Organização das Nações Unidas (ONU)
divide o ciclo de vida, do ponto de vista econômico, em três
idades, considerando o ser humano a partir da sua fase de
produção (trabalho) e consumo de bens. São identificadas três
idades seguindo este parâmetro:

 Primeira idade: crianças e adolescentes – idade


improdutiva e dependente.
 Segunda idade: jovens e adultos – constituindo a
População Economicamente Ativa (PEA).

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MANUAL DE CAPELANIA

 Terceira idade: adultos idosos (aposentados) –


pessoas que já produziram e consumiram, mas
não produzem mais – idade inativa.

Motivo ao qual Foi Criado Capelania ao Idoso

A Capelania para a Terceira Idade foi desenvolvida no


interior das igrejas, para o atendimento de membros e também
como forma de prestar um serviço diferenciado e voltado à
população local (ação social).
Assim, a Capelania para a Terceira Idade desenvolveu-se
como auxílio às pessoas no atendimento integral: Espírito,
Mente e Corpo.

A Quarta Idade

A Quarta Idade é considerada a partir dos 78 até os 105


anos de idade. Dos 86 anos em diante, seria a manutenção
pessoal, viver no lar de outra pessoa ou em instituições, com
perda de autonomia e/ou independência ou perda de ambas.
Para efeito desse trabalho, consideramos como pessoas na
Terceira Idade aquelas que atingiram os 65 anos.

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101
“Arte de Fazer o bem”

O Brasil chega ao século 21, com uma mudança no perfil


populacional de grande significação.

Em 1950, a população de pessoas na faixa etária de


terceira idade (designada a partir de 60 anos) era de 2,1
milhões. Em 2000, esse número alcançou 14,3 milhões. Em
2007, era de 17,4 milhões e em 2017, ainda segundo pesquisas
do IBGE, o país passou a contar com 26 milhões de pessoas
acima dessa faixa etária. A projeção é de que em 2027, alcance
37,9 milhões.

O Brasil e um País que Envelhece

O Brasil é um país que envelhece a passos largos. As


alterações na dinâmica populacional são claras, inexoráveis e
irreversíveis. No início do século 20, um brasileiro vivia em
média 33 anos, ao passo que hoje, a expectativa de vida dos
brasileiros atinge os 68 anos. Entre 1960 e 1980, observou-se
no Brasil uma queda de 33% na fecundidade. A diminuição no
ritmo de nascimento resulta, em médio prazo, no incremento
proporcional da população idosa. Nesse mesmo período, de 20
anos, a expectativa de vida aumentou em oito anos. Hoje

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MANUAL DE CAPELANIA

(2017), a população de idosos chega aos 26 milhões de


brasileiros, para uma população total de 207,7 milhões de
habitantes (2017). Em menos de uma década, segundo o IBGE,
o aumento de idosos acima de 60 anos, foi de 8,5 milhões
(set/17)

A Capelania

Como já mencionado em aulas anteriores, a Capelania


tem como missão atuar nos presídios, hospitais, asilos, abrigos,
escolas etc, por intermédio de voluntários capacitados, que
levam amor, conforto e esperança aos detentos, idosos,
pacientes, familiares e profissionais da saúde. Vivem a fé cristã
através do atendimento espiritual, emocional, social, ou classe
social, em busca contínua da excelência no ensino e no
ministério de consolo e esperança eternos. Todos os princípios,
que regem o exercício da capelania podem ser utilizados em
qualquer área de atuação do capelão, ou seja, carcerária,
hospitalar, escolar, assim como na terceira idade e outras.
A grande diferença é que em cada situação o capelão
deve conhecer bem a classe ou tipo de pessoas com as quais irá
ministrar. Por exemplo, se o capelão irá atuar em presídios, ele

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“Arte de Fazer o bem”

precisará conhecer bem as situações da vida carcerária, assim


como os indivíduos como pessoas não como criminosos. Se a
área de atuação é a hospitalar deverá conhecer bem sobre o
estado psicológico de pessoas enfermas. O que queremos
passar aos alunos é que para atuar como capelão do grupo
denominado terceira idade, é necessário conhecer um pouco
dos problemas mais frequentes para esta fase da vida, assim
terá melhores condições na execução do seu trabalho.

Problemas mais Frequentes na Terceira Idade

Especialistas em envelhecimento dividem as etapas de


em fases: a que vai dos 60 aos 70 anos, chamada por alguns de
velhice jovem; a que começa aos 70 anos é a velhice
propriamente dita; e após os 80 anos, é a chamada de muito
velha. Na primeira fase, a senilidade não chega a 5% e, quando
há, grande parte está relacionada a problemas de saúde. Na
segunda fase, o número sobe para 35%. Entretanto, a velhice
pode ser saudável até os 90 anos ou mais.
Membro da Sociedade Brasileira de Geriatria, o doutor
Walter Almeida, lista os seguintes problemas e suas respectivas
porcentagens:

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MANUAL DE CAPELANIA

Solidão: 10 a 15% na primeira fase (60 a 70); 30 a 60%


na segunda fase (70 a 80 anos);
Saúde: 20 a 40% na primeira fase; 70 a 80% na segunda
fase.
Depressão: Em qualquer idade, acentua-se na primeira
fase; melancolia, apatia e medo acentuam-se na segunda fase,
principalmente em asilos, abrigos e hospitais geriátricos.
Do ponto de vista psicológico, aparecem três tendências
na Terceira Idade:
 Egocentrismo: Causado pela sensação de rejeição;
 Irritabilidade: Causada pela diminuição de forças
e energia;
 Avareza material e afetiva.

Alguns especialistas como o doutor Calebe Elias do


Carmo, médico sanitarista, escritor e membro da Primeira
Igreja Batista (PIB) de Madureira, Grande Rio (RJ), a fase da
velhice, que ele denomina de Terceira Estação da Vida, do
ponto de vista científico não está relacionada somente à idade
cronológica. Apenas para efeito didático pode ser considerada
a partir dos 55 anos de vida. Na esfera da medicina ele
menciona vários problemas dessa fase da vida.

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“Arte de Fazer o bem”

 Acidentes: Tropeços, choques nas paredes e


objetos;
 Distúrbios: digestivos,
 Doenças mais frequentes: problemas com a visão,
glaucoma; catarata, miopia etc; problemas de
fraqueza, cansaço, inchaço nos pés etc.

Reflexão com Base Bíblica

É importante lembrar que, em qualquer situação ou


período de vida, é bom apegar-se aos ensinos da Palavra de
Deus. Em Jó 14.5 lemos: “Visto que os meus dias estão
contados, contigo está o número dos seus meses, tu ao homem
puseste limites além dos quais não passará”. No salmo 90,
Moisés fala da transitoriedade da vida humana, e nos versos 9 e
10 reconhece que a vida passa como um suspiro, e que além
dos 70 anos é enfado e canseira.
Entre os vários conselhos e ponderações de Salomão no
livro de Eclesiastes, temos estas palavras: “Tudo tem o seu
tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do

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MANUAL DE CAPELANIA

céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e


tempo de arrancar o que se plantou”, Ec 3.1-2/ARC.
No percurso entre nascer e o morrer há muito a construir.
Sabemos que todos os seres viventes nascem, crescem,
amadurecem, reproduzem-se, envelhecem e morrem, mas não
há uma ligação obrigatória e imediata entre envelhecer e o
morrer. Há vivos e mortos vivos.
Viver constitui uma atitude diária de coragem e fé. Jesus
disse que basta a cada dia o seu mal. O incentivo à vida deve
fazer parte de todo o trabalho do capelão, que lida com vidas,
seja em qualquer contexto de trabalho. Não existe nada maior e
melhor do que usufruir de vida abundante, que o Senhor Jesus
nos proporciona tanto na terra como, principalmente, na vida
futura.

Como Lidar com o Envelhecimento?

O envelhecimento abrange dois aspectos básicos: o


biológico e o sociológico. O primeiro aspecto compreende o
físico (estrutural) e o fisiológico ou funcional. O segundo tem a
ver com os fatores externos, ambientais, e está diretamente
relacionado com a vida sedentária das pessoas.

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“Arte de Fazer o bem”

 Negar a idade pode ser uma atitude de


preconceito ou medo;
 A sociedade com seus preconceitos e negligência
contribui decisivamente para o envelhecimento
precoce;
 A transformação gradual das circunstâncias que
envolvem a vida, depende da adaptação às
realidade, necessidades e opções que cada período
exige;
 Descobrir e desenvolver atividades adequadas a
cada período da vida é fundamental para enfrentar
com sabedoria e para se realizar em cada fase.

A partir dos 30 anos, segundo os especialistas, o


catabolismo (destruição das células) aumenta em relação ao
anabolismo (reprodução de células). Então é preciso
estabelecer um programa de adaptação e alternativas que
mantenham o vigor físico, o equilíbrio emocional, a saúde
mental e o crescimento espiritual.

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MANUAL DE CAPELANIA

Sugestões para Implantação e Organização do


Trabalho com a Terceira Idade.

No Âmbito da Igreja

 Pesquisar e avaliar os recursos humanos na Terceira


Idade existentes na igreja;
 Estudar e pesquisar sobre as necessidades básicas do
contigente humano nessa fase da vida;
 Estudar a possibilidade de aproveitamento do potencial
humano nessa faixa etária, nas atividades e projetos da
igreja;
 Incentivar e criar núcleos de convivência para idosos,
levantar sugestões práticas para criação desses núcleos;
 Evitar o perigo da discriminação;
 Prestar assistência social e espiritual à velhice,
principalmente na fase mais avançada;
 Valorizar a velhice, que pode ser saudável quando se
aproveitam oportunidades, cultivam ideais,
desenvolvem as habilidades ou aptidões e se cultua a
prática de uma devoção consciente;

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“Arte de Fazer o bem”

 Executar atividades de cooperação e nunca de


competição com os jovens (o idoso quase sempre vai
perder para o jovem e isso pode ser danoso);
 Nunca tratar a velhice como desgaste, mas como
acúmulo de experiências.

Na Sociedade

 Criar e executar projetos, visando o


aproveitamento e encaminhamento de mão-de-
obra nessa fase da vida;
 Estabelecer convênios com entidades assistenciais
públicas e privadas para aproveitamento dos
recursos humanos e mão-de-obra na Terceira
Idade;
 Incentivar e apoiar aqueles que ainda desejam
estudar e conquistar novos espaços na sociedade;
 Criar e desenvolver centros de atividades, lazer,
arte, cultura e turismo para essa idade;
 Aproveitar o quanto for possível, o potencial e
capacidade das pessoas nessa faixa etária em
posições de liderança e aconselhamento.

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MANUAL DE CAPELANIA

O tema Capelania da Terceira Idade assim como a


prisional, hospitalar, escolar entre outros é de vital importância
para a igreja, uma vez que a missão de levar a mensagem do
Evangelho, não se restringe apenas em enviar missionários
para outros países, mas temos a evangelização e precisamos
entender que existe uma missão evangelizadora muito próxima
de nós.

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“Arte de Fazer o bem”

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MANUAL DE CAPELANIA

Capítulo XII
OUTROS TIPOS DE
CAPELANIA

CAPELANIA SOCIAL

A Capelania Social tem por objetivo ajudar pessoas


excluídas e esquecidas pela sociedade. Ação Social pode ser
realizada em qualquer lugar, porque pessoas necessitadas
existem em todos os lugares: nas casas, nas igrejas e
principalmente, nas ruas, onde vivem mendigos, andarilhos,
desalojados, dependentes químicos, prostitutas, homossexuais e
outras pessoas, que vivem à margem da sociedade.

Cabe ao Capelão:

 Arrecadar roupas e fazer doações para as pessoas


necessitadas;
 Agendar e realizar cultos solicitando doações de roupas
para os necessitados;

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“Arte de Fazer o bem”

 Mobilizar pessoas de sua igreja para o auxiliarem nas


arrecadações e doações;
 Preparara e mobilizar um grupo para a evangelização
por meio da distribuição de alimentos (sopas e lanches).

O Capelão Evangélico não só realiza a ação social


levando as roupas e os donativos arrecadados, mas também
levará a Palavra de Deus, o Evangelho de Cristo a estas
pessoas.
A ação social deve estar associada à apresentação do
Evangelho, como meio para mostrar às pessoas o cuidado e o
amor de Deus, ao conhecer e suprir-lhes as necessidades
materiais através de seu povo.
A ação social sempre foi uma das principais
preocupações na Igreja Primitiva. Constitui-se como uma das
bandeiras cristãs, desde os tempos primórdios A Bíblia nos
mostra, no livro de Atos, que não havia necessitado algum
entre os crentes naquela época.

“Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os


que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o
dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos

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MANUAL DE CAPELANIA

apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade


de cada um”, At 4.34-35.

Apóstolo Tiago mostra a necessidade da obra social,


enfatizando que a fé sem obras é morta.

“De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem


fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um
irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do
alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: "Vá em
paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se", sem
porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim
também a fé, por si só, se não for acompanhada de
obras, está morta”. Tg 2.14-17.

A obra como forma de amor ou como ação social é uma


determinação também do próprio Senhor Jesus Cristo.

"Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita:


„Venham, benditos de meu Pai! Recebam como
herança o Reino que lhes foi preparado desde a
criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me

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“Arte de Fazer o bem”

deram de comer; tive sede, e vocês me deram de


beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram;
necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive
enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e
vocês me visitaram‟. "Então os justos lhe
responderão: „Senhor, quando te vimos com fome e te
demos de comer, ou com sede e te demos de beber?
Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou
necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos
enfermo ou preso e fomos te visitar? ‟ "O Rei
responderá: „Digo-lhes a verdade: o que vocês
fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o
fizeram‟, Mt 25.34-40.

CAPELANIA URBANA E A EVANGELIZAÇÃO


EM CASAS DE APOIO

Testemunho

Meu nome Alexandre Pereira dos Santos. Tenho 37


anos e estou na presença de Deus há 12. Congrego na
Igreja Assembleia de Deus, Ministério de Perus, na
cidade de Monte Mor (SP). Tenho feito e participado de

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MANUAL DE CAPELANIA

trabalhos de evangelização em diversas áreas tanto em


cruzadas evangelísticas ao ar livre, como dentro do
cárcere, nas madrugadas, e nas casas de recuperações.
Faço um trabalho de encaminhamento para as casas de
apoio.

Baseando-me em diversos versículos

"Ide a todo mundo e pregai o Evangelho a todo criatura", Mc


16,1.
"Jesus é a verdade que liberta" (Jo 8.32,36).
"Aquele que crê e for batizado será salvo" (Jo3.5-7).
"Aquele que está em Cristo é nova criatura" (2Co 5.17).

Casa de Apoio

Baseado nestes versículos e meditando neles, minha vida


nunca mais foi a mesma Tornei-me um pescador de almas,
como diz na Palavra. Tenho feito esse trabalho como muita
sinceridade e glorifico muito a Deus por essa oportunidade de
contribuir com a sua obra.

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117
“Arte de Fazer o bem”

O trabalho de regaste urbano exige muita sabedoria e


discernimento, para saber se a pessoa realmente está
determinada à mudança.
Temos que fazer uma rápida análise psicológica, para
poder entender o caso do futuro interno.
Sabemos que essas pessoas se submetem a obra do
maligno, e que ele trabalha no oculto, a deixar essas pessoas
cegas, aprisionadas ao vício, se desfalecendo aos poucos.

Como Executar o Trabalho

Temos que ir por partes:


1º Primeiro é necessário uma boa conversa com a família
para entender a situação do dependente.
2º Saber se o dependente está no propósito de mudança.
3º Mostrar a ele a grandeza da atitude de querer mudar.
4º Mostrar e demonstrar que por mais que esteja perdido
ele ainda tem a família e os amigos por ele.
5º Mostrar que a casa de apoio é um lugar onde ele vai
ter todo apoio necessário para sua melhora.

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MANUAL DE CAPELANIA

6º Mostrar que as atividades da casa o ajudarão a manter-


se ocupado e com a mente envolvida, sem pensar em coisas
que o levará de volta ao vício.
7º Mostrar a ele que sua mudança só será completa em
Cristo Jesus.
8º Orientar a família sobre a importância do apoio
recebido por meio da visitação familiar, dos filhos, da esposa e
de outros familiares.
Ao observar Jesus podemos ver que Ele tinha
verdadeiramente no seu coração um amor incondicional. Com
este mesmo sentimento nos amou de forma incondicional, sem
nos pedir nada em troca. Sem dúvida, essa atitude tem uma
beleza indizível, declarada em seu sofrimento, mesmo sem ser
merecedor. Jesus nos amou mesmo sem sermos merecedores,
dando-nos a maior prova de amor, ao entregar-se à morte.
Assim nos deu a maior prova de amor, dando a sua vida na
cruz para o nosso resgate. Portanto, que o seu exemplo de
compaixão seja seguido por todos nós.
“Sede, pois, misericordiosos” (Lc 6.36).

EVANGELISMO NAS MADRUGADAS

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“Arte de Fazer o bem”

O evangelismo nas madrugadas precisa de pessoas


preparadas tanto emocional como espiritualmente, pois
sabemos que a nossa luta não é contra a carne e sim contra as
potestades espirituais. Ao desenvolver esse trabalho teremos
algumas experiências gratificantes.
Observamos que o morador de rua, mesmo vivendo numa
situação precária gosta da rua e dos companheiros que encontra
por ela.
Quando saímos para desenvolver esse trabalho sempre
levamos algo para oferecer a eles. Percebemos que eles
recebem muita ajuda em roupas, alimentação etc. Constatamos
ainda que muitos grupos levam a Palavra de Deus a eles. Mas o
que mais chamou a minha atenção foi o fato expressarem
necessidade de atenção. É espantoso quando ouvimos o
desabafo, a dor e sofrimento. Eles precisam de um minuto de
atenção, para desabafar e expressar a frustração e o momento
de angústia que vivem.
Por outro lado, entendemos que são momentos oportunos
para a ação da Palavra de Deus a tratar de suas feridas.
Passamos por uma espécie de psicólogo da madrugada, uma
vez que Jesus foi o maior psicólogo da história.

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MANUAL DE CAPELANIA

Temos que anunciar Jesus porque Ele é o Caminho a


Verdade e a Vida e quando ousamos querer impor a própria
mudança, ai Jesus se afasta.

Testemunho de Alexandre

Vou contar a vocês uma experiência que tive, numa


dessas saídas para evangelização eu e outro irmão
chamado Sidney.
Encontramos morando na rua duas pessoas que
conhecíamos. Depois de muita conversa os
convencemos a ir à igreja, num culto de domingo. No
dia marcado, busquei os dois. Eles foram ao culto e
levaram as suas camas (um pedaço de papelão). Ao
findar o culto, foi feito o apelo e eles aceitaram Cristo.
Ficamos felizes com a decisão deles, pois essa era a
razão pela qual os convidamos a irem à igreja. No final
do culto, os saudamos com a Paz do SENHOR Jesus e
falamos que eles passaram a ser nossos irmãos em
Cristo. Os colocamos no carro e saímos para levá-los de
volta à rua. Mas veio-me ao pensamento: “Como
deixaremos nossos irmãos na rua?” Conversamos entre
nós dois e decidimos alugar uma pensão para eles. E

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“Arte de Fazer o bem”

assim fizemos. No outro dia, os levamos para cortar os


cabelos, demos-lhes roupas novas, e os dois já não eram
mais moradores de rua, e sim nossos amigos e irmãos.
Em seguida, conseguimos emprego para cada um.
Passaram-se 29 dias, até sair o primeiro pagamento.
Esquecemo-nos de atentar para o passado deles, suas
fraquezas em relação à bebida e às drogas Pagamos o
mês de trabalho sem vigiarmos. Foi um grande erro. Na
mesma noite, voltaram para rua e começara a beber e a
usar novamente as drogas. Retornaram para o princípio
novamente, por falta de sabedoria nossa, de não
estarmos preparados para conduzir o trabalho. Foi uma
experiência muito triste para nós. Ficamos
decepcionados com a recaída deles Tudo isto porque
não vigiamos e não pedimos discernimento ao
SENHOR. Por isto temos que pregar Jesus e deixar sua
Palavra fazer a mudança, pois ela fala por si mesma: “E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, Jo
8.32.

Quando Jesus faz a obra jamais a pessoa volta atrás, mas


permaneça em sua presença, mas quando queremos colocar o
Evangelho goela-abaixo ai fica complicado.

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MANUAL DE CAPELANIA

CAPELANIA FAMILIAR

A Capelania Familiar é um trabalho de apoio às famílias.


É uma atividade de prestar assistência e ensino bíblico familiar.
Consiste na assistência espiritual diária e voluntária a casais,
em crises ou não, mediante a aplicação do conforto e esperança
da Palavra de Deus, sem preconceito de etnia, cor ou religião.
O serviço é estendido aos profissionais da Saúde, Ensino,
pastores, líderes e funcionários que o desejarem.

São ofícios do Capelão Familiar:


 Orientação individual, conjugal e familiar
 Estudos bíblicos no lar
 Aconselhamento
 Assessoria Eclesiástica Familiar
 Orientação para o Matrimônio
 Gerenciamento das Crises Conjugais e Familiares

A família foi instituída por Deus como a unidade básica


da sociedade. O SENHOR quer que ela seja preservada. O
plano original de Deus é que, com o casamento, o homem e sua

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“Arte de Fazer o bem”

mulher deixem suas famìlias e “unam-se” um com o outro “até


que a morte os separe”.
Deus tem o propósito de abençoar a família. Basta que
todos o temam, o obedeçam (Sl 128), e respeitem seus
estatutos. Cada membro deve desempenhar bem o seu papel na
família, conforme nos instrui a Bíblia.
Deus quer que as relações entre pais e filhos, e entre
marido e esposa se estabeleçam positivamente de modo a
serem abençoados e felizes.
Cabe ao capelão familiar apoiar os pais na formação dos
valores morais e espirituais, na relação entre pais e filhos e
disciplina no lar.

CAPELANIA ECOLÓGICA

A Capelania Ecológica cuida da responsabilidade social


de cada um com o meio ambiente e o espaço que ocupa. Ajuda
a preservar, cria e desenvolve projetos, faz parcerias com
objetivos ecológicos.

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MANUAL DE CAPELANIA

O Capelão ajuda na mediação de conflitos envolvendo


atividades humanas e o ambiente onde essas são realizadas. O
seu papel é conscientizar sobre a educação ambiental e
recuperação de áreas degradadas, despertando as pessoas para
o tema e motivar para o respeito à vida e a natureza.

Cabe ao capelão:
 Fazer um trabalho de conscientização sobre o
meio ambiente por meio de palestras, distribuição
de folhetos e cartilhas;
 Realizar palestras sobre o Desenvolvimento
Sustentável que se encontra fundamentado na
Bíblia;
 Motivar as pessoas para o respeito à vida e a
natureza;.
 Realizar ações voltadas para a recuperação do
meio ambiente como plantio de árvores, limpeza
de encostas de rios etc.

A Capelania Ecológica tem um papel preponderante no


atual contexto de mundo que vivemos. Enfrentamos na

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“Arte de Fazer o bem”

atualidade uma crise hídrica mundial causada pelos danos ao


meio ambiente.
O Brasil, apesar de ser um país abençoado, possuindo
cerca de 12% dos recursos da água potável do planeta deve
estar atento ao tema. Devemos despertar em todos os cristãos o
compromisso de levar o debate a todas as igrejas, às escolas,
desenvolver um trabalho educativo junto à sociedade.

CAPELANIA EMPRESARIAL

A Capelania Empresarial é um serviço proativo de


“apoio, assistência espiritual e aconselhamento”, voltado ao
que é mais importante dentro de uma empresa, os seus
funcionários, comprometendo-se com a visão integral do ser
humano.
Nesta modalidade, o capelão visita o local de trabalho
regularmente e busca ajudar em assuntos relacionados às crises
pessoais de funcionários e familiares, assistindo-os com
genuína preocupação cristã.
São ofícios do Capelão Empresarial:
 Dar assistência às empresas ajudando os
colaboradores tanto na vida profissional quanto

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MANUAL DE CAPELANIA

na vida pessoal, familiar, financeira e funcional,


tentando entender os problemas e posteriormente
buscar solucioná-los;
 Tratar de temas como: ética, espiritualidade,
sustentabilidade e responsabilidade social,
visando o progresso e desenvolvimento da
empresa e dos seus colaboradores;
 Debater sobre questões como responsabilidade
social e sustentabilidade;
 Realizar estudos bíblicos e devocionais, na
empresa, quando solicitado.

O capelão deve realizar ensinos bíblicos que tratem sobre


relacionamentos na vida, sobre a ética do ser humano e
também sobre a responsabilidade social. Pelo fato da Bíblia ser
tão completa ela pode ser usada como fonte de inspiração em
diversos ambientes, até mesmo no ambiente de trabalho.

CAPELANIA ESPORTIVA

É um ministério que tem como objetivo proporcionar


apoio e suporte aos atletas e suas famílias, tanto no campo

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“Arte de Fazer o bem”

espiritual como nas áreas: profissional, pessoal, psicológica e


emocional.

Cabe ao capelão:
 Acompanhar e orientar os atletas enquanto ser
humano, de forma integral, buscando os
fundamentos da fé cristã por meio da propagação
das verdades bíblicas
 Realizar aconselhamento aos atletas e seus
familiares
 Levar os atletas a compreender que além de se
preparar bem para as competições, devem
também buscar excelência em todas as áreas da
vida, pautando a conduta nos valores e princípios
ético-cristãos.
 Acompanhar o desenvolvimento acadêmico dos
atletas
 Realizar devocionais onde são abordados temas
relacionados ao esporte e à vida prática dos
alunos
 Fazer mentoreamento dos atletas
 Distribuir literatura cristã incluindo Bíblias.

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MANUAL DE CAPELANIA

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“Arte de Fazer o bem”

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MANUAL DE CAPELANIA

Capítulo XIII
O CAPELÃO E A ÉTICA

Como o capelão deve se comportar eticamente diante do


seu trabalho e o mesmo ocorrer com respeito ao seu
comportamento na sociedade.
A Bíblia é o nosso padrão ético com base na dualidade
certo e errado; verdade e mentira. Nela se encontram os
princípios básicos para orientar o comportamento moral dos
cristãos, recomendados por Jesus Cristo e pelos apóstolos (Mt
5-7; 5.3-12; 5.13-16; 18.23-25; 22.36-40; 5.31-32; Gl 5.22; Fp
2.5). Sabe-se, portanto, que a lei a ser admitida em nossa
conduta cristã é a de Deus.
No Antigo Testamento havia três categorias de leis:
Cerimonial, Civil e Moral.
As leis cerimoniais e civis não continuaram sendo
aplicadas na sua totalidade, mas a parte moral foi cumprida
integralmente pelo SENHOR, antes de estabelecer o Novo
Testamento, a Nova Aliança em seu sangue.

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“Arte de Fazer o bem”

A Ética Cristã

A ética é indispensável à vida humana. Sua importância é


bastante evidenciada em todas as áreas da vida. Infelizmente
nos deparamos frequentemente com a falta de ética na
sociedade, na política, no mercado, no sistema financeiro, até
mesmo nos meios esportivos, culturais e religiosos.

O que Significa Ética?

A Ética é a ciência da moral ou a filosofia moral, pois


está centrada no estudo dos valores e das normas que regulam a
conduta e a interação da sociedade.
Em termos práticos ética pode ser definida como a parte
da filosofia que trata da moral e das obrigações do homem, ou
ainda como a reflexão sobre os atos humanos que se
relacionam com o Bem.
Uma pessoa é considerada ética quando sabe o que faz,
conhece as causas e os fins de sua ação, o significado de suas
intenções e de suas atitudes e a essência dos valores morais. A

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MANUAL DE CAPELANIA

Bíblia afirma que quem sabe fazer o bem e não o faz comete
pecado (Tg 4.17)
Tiago é um livro de ensino, a exortar o cristão a
influenciar o mundo, por meio de sua vida, a ponto de mudar
comportamentos.

O Cristão e a Ética

A ética é indispensável à vida cristã, pois esta reflete o


que somos e como agimos com os outros. Quando fazemos ou
praticamos atos que prejudicam o erário, e a vida da sociedade
infringimos a ética.
Várias discussões são levantadas sobre o que faz uma
ação ser considerada certa ou errada. Os estudiosos teorizam
sobre os valores que fundamentam ou devem fundamentar as
nossas ações para alcançarmos o bem viver. Questões
levantadas em torno do assunto como observamos nos
exemplos abaixo:

 Como uma norma moral pode adquirir validade


universal?

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“Arte de Fazer o bem”

 Quais são os valores que devem nortear as ações


humanas?
 Por que os valores e os princípios morais variam nas
diferentes sociedades?
 Como posso adequar a liberdade da minha vontade às
obrigações determinadas pela lei?
 Como encontrar um equilíbrio entre a responsabilidade
oral e os impulsos, desejos e inclinações que constituem
a nossa condição?

Apesar das teorias éticas buscarem oferecer um conjunto


de conhecimento que possibilita delimitar e compreender
melhor os problemas envolvidos nessas questões, no entanto, a
Bíblia constitui-se em verdadeiro manual completo de ética que
existe no mundo.
Como cristãos e cidadãos devemos obedecer a Bíblia,
cultivando atitudes, que reflitam um comportamento digno e
exemplar que agrade a Deus.
A ética tem uma função legisladora do comportamento
dos homens e da sociedade, oferecendo orientação e a defesa
de princípios que atinjam todas essas pessoas. A ética se refere,
portanto, à maneira de vida ou de conduta do indivíduo.

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134
MANUAL DE CAPELANIA

Definindo Ética

Ética, é o estudo crítico da moralidade.


É a análise da natureza da vida humana incluindo os
padrões do “certo” e do “errado”, pelos quais sua conduta
possa ser guiada e dirigida.
Em resumo: Ética é na prática, aquilo que você pensa e
faz.

A Ética sob um Ponto de Vista mais Abrangente

Designa a reflexão filosófica sobre a moralidade, isto é,


sobre regras e códigos morais que norteiam a conduta humana.
Sua finalidade é esclarecer e sistematizar as bases do fato
moral e determinar as diretrizes e os princípios abstratos da
moral. Nesse caso, a ética é uma criação consciente e reflexiva
de um filósofo sobre a moralidade, que é, por sua vez, criação
espontânea e inconsciente do grupo.
A filosofia chinesa começou como uma reflexão ética,
como uma teoria, embora precária, nas questões da conduta e
do destino humano.

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135
“Arte de Fazer o bem”

Muitos dos pensamentos de Confúcio e Lao-Tse são


universalmente conhecidos. No Ocidente, a reflexão sobre a
moralidade começa timidamente entre os pré-socráticos, para
ser o tema principal e dominante da filosofia de Sócrates, que
se deve considerar o fundador da ética, no Ocidente. “Que
entendeis – costuma perguntar o filósofo – por virtude, por
patriotismo, por honra, por coragem?”
Sócrates procurava entender o homem e sua realidade
moral. Para ele uma pessoa só pratica um ato imoral por
ignorância, assim como erra um cálculo por desconhecer suas
regras e seu método de tratamento.
O conhecimento claro seria suficiente para sempre
orientar a conduta humana às ações licitas e boas. Aristóteles
foi quem primeiro sistematizou as reflexões éticas em Tratados
especiais.
Depois da contribuição desses filósofos, o que houve na
filosofia antiga de mais original foi o pensamento estoico. Seu
fundador foi Zenão de Citio.
Para ele, o homem está sujeito a leis como todas as coisas
do universo; por conseguinte sua conduta fica, muitas vezes, à
mercê das mesmas leis.

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136
MANUAL DE CAPELANIA

Assim sendo, a felicidade deve ser fundamentada na


coragem e numa espécie de auto-suficiência interna que
permita ao homem permanecer impassível enquanto o mundo
se desmorona a seus pés.
A tentativa mais racional e mais lógica que se faz no
campo da ética foi a de Spinoza. Em seu livro Ética
demonstrada geometricamente procura empregar o método
geométrico de demonstração nessa disciplina. Há,
evidentemente, princípios éticos dos quais se podem deduzir
várias consequências práticas.
Isso orientou os estudos de Spinoza, que esperava
fundamentar a ética em bases racionais tão sólidas quanto a
geometria.
Kant quis deduzir seu sistema ético partindo de
determinados imperativos. Uns seriam categóricos, isto é,
inteiramente independentes de quaisquer condições. “Age de
tal modo, que a máxima de teus atos se possam converter num
princìpio de legislação universal.”
Outros seriam os chamados imperativos hipotéticos, isto
é, aqueles que subordinam o ato moral à obtenção de algum
bem ou ao temor de algum castigo.

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137
“Arte de Fazer o bem”

No século 19, a reflexão filosófica criou certos sistemas


éticos baseados no evolucionismo.
O valor supremo seria a sobrevivência dos mais aptos, a
necessidade de se fundamentar a moralidade em virtudes vivas,
na força e pela superação das qualidades positivas. Seu
principal teórico foi Friedrich Nietzche.
Assim sendo, a ética, como a moralidade, não se situa no
campo puramente abstrato das ideias. Fundamenta-se no campo
apreciativo dos valores. A sociedade cria determinados valores
e as ações humanas começam desde logo a se cristalizar em
regras que se orientam para obtenção e realização dos mesmos.
Hoje em dia, a ética se detém, sobretudo, na pesquisa e
no estudo dos valores morais. Estes determinam o impulso
moral e impelem à ação os indivíduos.
Somente aquelas atitudes e coisas que levam ao
aperfeiçoamento e ao bem comum do grupo é que o homem se
encontra num dilema – decidir se deve ou não fazer isto ou
aquilo. São os valores pró ou contra o bem comum do grupo
que determinam a sua escolha.

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MANUAL DE CAPELANIA

A Ética Bíblica

A palavra ética vem do grego “ethos”. A palavra


“maneiras” é usada para denotar conduta ou prática. Este uso
corresponde ao significado do termo grego em 1Coríntios
15.38, “bons costumes”.
A ética se refere, portanto, a maneira de vida ou de
conduta de conformidade com as Escrituras.
A Ética cristã pode ser manifesta através do conceito ou
julgamento que se faz a respeito de determinados valores, que
integram o nosso dia a dia. É sobre estes valores que iremos
tratar.

Diferentes Tipos de Ética e seus Valores

Ética Naturalista: O homem é produto da natureza; ou


seja, é produto dum processo evolutivo. É o conceito ético
onde se apoia a teoria da evolução das espécies.
Ética Relativista: Segundo esta ética, o homem é a
medida de todas as coisas, segundo este conceito ético, uma
opinião é tão boa quanto a outra e cada pessoa deve estabelecer

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139
“Arte de Fazer o bem”

seus próprios conceitos éticos, que então serão verdadeiros


para ele mesmo e mais ninguém. “Todas as religiões são boas,
desde que exercidas com sinceridade”, ou “todas as religiões
conduzem o homem a Deus”.

Ética Imediatista: Conforme se pensa, neste tipo de


ética, a ação parece não ser guiada por algum tipo de
premeditação.
Ética da Tradição: Tentativa de concordar com hábito
predominante.
Ética Hedonista: O conceito ético supremo é o prazer.
Ética Estética: É um princípio que age através dos
sentimentos e emoções humanas para dar significado à vida.
Ética Cristã: O homem age de acordo com os princípios
da Palavra de Deus. É o somatório de princípios que formam e
dá sentido a vida cristã normal. É a marca registrada de cada
crente. É o que cada crente é, pensa, e faz. Por aquilo que o
crente é e faz, evidencia a sua dependência de Deus e do seu
próximo.
Observações: Normas são os princípios e as regras
diretas do conhecimento e da ação. Em outras palavras,
referem-se às condições do conhecimento verdadeiro e da ação

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MANUAL DE CAPELANIA

reta. O conhecimento e a moralidade existem antes de qualquer


Teoria. O papel do pensamento filosófico, no caso, é refletir,
perguntar e indagar sobre as condições e o valor lógico de um e
de outro tipo de ética.

Evidências de Ética Cristã

A Ética Cristã apresenta o crente ao mundo de quatro


formas, conforme segue:

1) Uma pessoa NASCIDA DE NOVO (Jo 3.3). Só


o nascimento espiritual na família de Deus, dota o
homem da natureza divina e capacita-o a viver de
forma a agradá-lo, e vivendo para Deus o homem
estará habilitado a viver para o seu próximo.
2) Sal da Terra (Mt 5.13). Sal tem a propriedade
de conservar, equilibrar e dar sabor (Mt 5.3-12).
Para ter eficácia, o cristão precisa conservar a sua
semelhança com Cristo, assim como o sal deve
preservar a sua salinidade. Se os cristãos forem
assimilados pelos não cristãos, deixando-se

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“Arte de Fazer o bem”

contaminar pelas impurezas do mundo, perderão a


sua capacidade de influência.
3) Luz do mundo (Mt 5.14). A luz brilha e se opõe
às trevas. É exatamente isto o que Deus quer que
o cristão faça.
4) Testemunha de Jesus Cristo. Há determinadas
coisas que não se consegue esconder por muito
tempo, entre as quais destacaríamos: a sabedoria e
a tolice, a riqueza e a pobreza, a beleza e a feiúra.
No domínio das coisas espirituais também, há
duas coisas que não se consegue esconder por
muito tempo: uma vida de retidão ou de
hipocrisia. Assim como não se esconde uma
cidade edificada sobre um monte (Mt. 5.14),
também é impossível se esconder por muito
tempo as virtudes duma vida de comunhão com
Deus.

A Ética do Capelão

A ética do capelão é a mesma delineada na epístola de


Paulo a Timóteo, aos bispos e aos diáconos (1Tm 3.1-9).

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MANUAL DE CAPELANIA

Paulo inicia o texto dizendo que não é pecado querer ser


pastor, para quem ele usa o termo bispo, que equivale a pastor.
Ele diz que quem quer ser bispo, deseja uma coisa excelente,
porém, não basta querer, tem que poder ser bispo. E para poder
ser bispo, ele expõe a Timóteo as qualidades de um bispo, ou
em outras palavras, como deve ser o comportamento ético
deste. Paulo começa com a expressão “é necessário”. Este
termo “necessário” vem do grego “dei”, que também pode ser
traduzido como: “é correto, certo”. E qual é a definição básica
de ética que se apresentou na introdução do livro? Ser ético é
fazer aquilo que é certo, correto, pois é disto que a ética cuida.
Poder-se-ia, então, substituir a palavra, “necessário”, de
1Timóteo 3.2, por é “ético”. Sendo assim, é possível iniciar o
v2 com “é ético que o bispo seja”:

Irrepreensível: Este termo é a tradução da palavra grega


anepileptos, que pode ser traduzida como alguém que não pode
ser repreendido, censurável. Sabe-se que o bispo não pode ser
alguém de vida torpe, censurável, pois, caso contrário, que
autoridade terá ele para censurar e repreender os que vivem em
pecado, se ele faz pior que os outros?

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“Arte de Fazer o bem”

Marido de uma só mulher: Vive-se em um mundo de


metamorfose contínua. Hoje é assim, daqui a pouco não é mais.
Lei e moralidade mudam ou se extinguem de acordo com a
conveniência dos homens. A Palavra de Deus, entretanto, não
muda, ela será sempre a mesma. Do princípio ao fim, o plano
de Deus para o casamento é a monogamia.
O próprio SENHOR Jesus defendeu monogamia no
casamento, dizendo que o projeto de Deus é de o homem e a
mulher unindo-se em relação monogâmica, e somente a morte
pode desfazer esta união. Mesmo as autorizações de divórcios
registrados, não ocorreram por vontade divina, e sim, devido à
rebeldia e dureza humana (Mt 19.3-9).
Daí, deduz-se que é antiético ao bispo o divórcio, pois, se
os pastores passarem a se divorciar, como não se comportarão
as ovelhas? E que moral terão para pregar a indissolubilidade
do casamento, se ele mesmo, como ministro, não preservou o
seu.
Segue o exemplo de um missionário ocidental que foi
repreender um irmão oriental, por ter relações poligâmicas.
Este disse ao missionário: Eu pratico poligamia de uma vez só,
pois tenho mais de uma esposa ao mesmo tempo, porém,
vocês, do ocidente, praticam-na em sequência, pois abandonam

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MANUAL DE CAPELANIA

uma esposa para ficar com outra, e acabam tendo mais de uma
esposa, mesmo que não seja ao mesmo tempo, e isto também é
poligamia. E é pior, porque vocês do ocidente abandonam suas
esposas e nós ficamos com todas e as sustentamos. Assim,
vocês do ocidente não têm condições morais de falar sobre
poligamia conosco, pois a praticam, ainda que seja um pouco
diferente. Ao ouvir isto, o missionário ficou sem reação, pois
nunca havia pensado nisto.
Cuidado, pois muitas vezes o mandamento é
enfraquecido, com nosso comportamento antiético.
Outro fato, com relação ao bispo ser marido de uma só
mulher, vale salientar a questão da necessidade de o ministro
ser casado.
Sabe-se que a Igreja Católica Romana proíbe seus
ministros de casar-se, mesmo considerando o casamento como
um sacramento, algo que nos parece incoerente. O celibato aos
ministros foi um erro, para se tentar corrigir outro, pois
primeiro a igreja começou a enriquecer-se, após o imperador
romano Constantino aderir ao cristianismo, em 312dC. Após
isto, o Império Romano começou a fazer concessões à igreja. E
devido a isto e outras situações geopolíticas e manobras papais,

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145
“Arte de Fazer o bem”

desencadearam-se outros fatos (alguns até desastrosos), que


não nos cabe abordar nesta obra.
Todavia pode-se destacar que a igreja Romana, do século
6 ao 16, era a instituição mais rica e poderosa que havia.
Chegou a ser dona de boa parte da Europa e os bispos de
determinada região eram os donos da maioria das terras. Isto,
como sempre, gerava muita cobiça, e passaram a existir
pessoas que compravam o bispado de determinada cidade, para
que pudesse ficar com as terras da Igreja. Isto passou a ser
chamado de simonia, pois este comportamento era considerado
semelhante ao de Simão, que queria comprar os dons
espirituais dos apóstolos, para com eles se enriquecer (At 8.18-
24). Devido a esta situação, o papa Gregório VIII, que tinha
por nome de registro Hildebrando, decretou entre os anos de
1074 e 1075dC, que todos os ministros abandonassem suas
esposas, e que os novos ministros não deveriam ser casados.
Isto aparentemente resolveu o problema da simonia, no
entanto, criou outros, visto que ministros religiosos passariam a
viver em fornicação ou concubinato, pois estes casos não são
raros, gerando casos de pedofilia, como se vê em nossos dias.
Além disto, um ministro não casado poderá ter
dificuldade para aconselhar um casal com problemas na relação

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146
MANUAL DE CAPELANIA

conjugal, por não ter experiência do que seja uma vida a dois.
Poderá enfrentar problemas em visitar, por exemplo, uma
senhora de sua igreja, se não tiver uma esposa para
acompanhá-lo. Devido a estes e muitos outros fatos, o apóstolo
Paulo recomenda sabiamente. É necessário que o bispo seja
casado.
Ser Vigilante: Esta palavra vem do grego nephaleos ou
nephalios. Este termo está relacionado à embriaguez. Ele quer
dizer abster-se do vinho, ser sóbrio ou moderado. A tradução
da Bìblia NVI, aplica o termo “moderado” em lugar de
vigilante. Já a tradução Almeida Atualizada usa o termo
“temperante”. Isto nos mostra a necessidade de o ministro ser
alguém que não se embriaga com vinhos, mas procura encher-
se do Espírito (Ef 5.18). Na nossa linguagem, o termo vigilante
ainda tem o significado daquele que está atento, o que vigia, ou
o que não dorme.
Ser Sóbrio: Este termo vem do grego sophron e, apesar
de em nossa tradução estar relacionada à bebida, não é isto que
quer dizer nos originais. Ele pode ser traduzido como: “ser
equilibrado, ter a mente sã, frear os próprios desejos e
impulsos, ser auto-controlado, moderado”. Em outras palavras,
o ministro deve ser alguém que tenha equilíbrio em todas as

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“Arte de Fazer o bem”

áreas, principalmente mental e emocional, porque ele tem a


responsabilidade com seu rebanho e a pressão que sofre é
muito grande. O cuidar de ovelhas não é fácil e, se o ministro
não tiver o equilíbrio emocional necessário, acaba fazendo
loucuras. Não se quer com isso dizer que o ministro deva ser
um super-homem, mas sim, uma pessoa emocionalmente
equilibrada, porque o modo como ele lida com seus
sentimentos refletirá diretamente em seus liderados.
Ser Honesto: Este termo é traduzido do grego kosmios
que quer dizer: “bem organizado, conveniente, modesto”.
Obviamente você só será honesto, se for bem organizado.
Imagine alguém que é desorganizado nas finanças. Certamente
comprará e não pagará, e isto é desonestidade. Alguém que é
desorganizado em sua agenda, marcará compromissos e não os
cumprirá, o que também será tachado como desonestidade. A
desonestidade, pois, é fruto da desorganização da pessoa, de
comportamento irresponsável e antiético. Comprar e não pagar,
dizer que vai entregar um trabalho em tal data e não o fazer,
isto escandaliza e afasta as pessoas do evangelho de Cristo.
Ser Hospitaleiro: Este termo vem do grego philoxenos
composto de dois termos: o primeiro phileo, amigo ou amor e
xeno, estrangeiro. Seria amigo de estrangeiro ou generoso aos

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MANUAL DE CAPELANIA

visitantes. Esta é uma questão da ética do obreiro. Não vale


somente para a casa dele e sim, também para a igreja. Não
sejamos, portanto, como Diótrefes que não recebia os
evangelistas itinerantes em sua Igreja (3Jo 9-12).
Apto a Ensinar: Este termo deriva do grego didasktikos,
que quer dizer hábil no ensino. Esta é uma recomendação
básica aos ministros. Não se exige que eles tenham dons de
revelação ou profecias, como pensam alguns, porém, que
tenham capacidade de ensinar.
Não dado ao vinho deriva-se do grego paroinos, que
pode ser traduzido como bêbado. Seria totalmente antiético
vermos um ministro do Evangelho, embriagando-se e
destruindo seu corpo que é o templo do Espírito Santo (1Co
3.16-17).
Há quem use a recomendação dada aos diáconos, que é
semelhante a esta em 1Timóteo 3.8: “não dados a muito
vinho”, para dizer que não pode beber muito, mas um pouco,
sim.
Esta, porém, é uma dedução particular e, se pudesse
beber o pouco, quem determinaria quanto seria este pouco?
Sabe-se que as associações de alcoólatras anônimos dizem que
quem foi alcoólatra sempre será um alcoólatra. A única

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“Arte de Fazer o bem”

diferença é que ele deverá fugir do primeiro gole, para não ter
recaída. Se esses alcoólatras seguissem a recomendação dos
que interpretam este texto como uma autorização para beber
pouco, eles teriam maiores dificuldades ainda para se libertar
do vício.
Não Espancador: Este vocábulo é derivado do termo
plektes que pode ser traduzido como: “brigão, pronto para o
golpe”. O comportamento ético do ministro deve ser fugir da
briga. Nunca deve fazer parte da vida de um obreiro do
SENHOR a seguinte frase: “Dou um boi para não entrar em
uma briga e uma boiada para não sair”.
Ser Moderado: Este termo vem do grego apieikes, que
quer dizer “equitativo, ìntegro, suave, gentil”. Este segundo
termo é uma antítese do anterior. Ele é precedido de um “mas”,
ou seja, “não espancador (briguento), mas moderado (gentil). O
obreiro do SENHOR deve ser gentil, pois não há algo mais
antiético do que um obreiro grosseiro e mal-educado, que
maltrata as ovelhas, achando-se dono do rebanho.
Inimigo de Contendas: Este termo vem do grego
amachos que pode ser traduzido também como pacífico, ou
seja, o obreiro ético deve não somente não brigar, porém, evitar
que as brigas aconteçam e estabelecer a paz.

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150
MANUAL DE CAPELANIA

Não Ganancioso: Este termo vem do grego aphilarguros


e pode ser traduzido também como “que não ama o dinheiro ou
não avarento”. Sabemos que o dinheiro em si não é mau,
porém, nosso sentimento em relação a ele e o modo como o
usamos é que pode ser mau. O apego ao dinheiro é antiético
para o obreiro e a avareza é considerada uma idolatria. O
apóstolo Paulo foi enfático em seus ensinos contra aqueles que
amam o dinheiro (Cl 3.5; 1Tm 6.10).
Que Governe Bem a sua Casa: Infelizmente, existem
aqueles que não governam bem a sua casa, nem assumem o
papel de cabeça do lar, e ainda assim querem cuidar da igreja
de Deus. Esse texto nos fala desta inconveniência: “Pois, se
alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da
igreja de Deus”? (1Tm 3.4-5).
Não Neófito: Esta palavra está em nossas Bíblias como
aparece nos originais, e quer dizer “recentemente plantado, ou
novo convertido”. Observa-se que não é recomendável a
consagração de um novo convertido. No entanto, muitos que se
convertem a Cristo, e não têm a mínima condição de ser um
obreiro do SENHOR, vivem forçando a barra, alegando ter um
chamado para o ministério e, se a igreja não os consagra, eles
“promovem” sua unção e abrem suas próprias igrejas.

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151
“Arte de Fazer o bem”

Esta é uma nota triste que se observa nos dias atuais -


pessoas que não se alicerçam na fé para o ministério, não
conhecem as doutrinas bíblicas, não querem começar servindo
na igreja como aprendizes, não querem ser servos, como Cristo
e os apóstolos ensinaram, mas querem ser servidos. E assim
adiantam etapas, assumindo responsabilidades ministeriais
antes do tempo.
O apóstolo Paulo aponta um motivo evidente para a não
consagração de neófitos: para que não se ensoberbeça, e Paulo
continua ainda: para que não caia na condenação do Diabo
(1Tm 3.6).

PERDERÁ A CREDENCIAL DE CAPELÃO

“Será privado do exercício de capelão-titular ou capelão-


auxiliar, aquele que incidir em crime com trânsito em julgado
ou que venha denegrir o exercício de sua função”.

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152
MANUAL DE CAPELANIA

Capítulo XIV
A CAPELANIA E A
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

LEI DE BASE

LEI Nº 9.982/00, DE 14 DE JULHO DE 2000


CONSTITUIÇÃO FEDERAL/1988

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
VII- é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

LEI Nº 9.982/00, DE 14 DE JULHO DE 2000

Dispõe sobre a prestação de assistência religiosa nas entidades


hospitalares públicas e privadas, bem como nos
estabelecimentos prisionais civis e militares.

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153
“Arte de Fazer o bem”

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA - Faço saber que o


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1O Aos religiosos de todas as confissões assegura-se o
acesso aos hospitais da rede pública ou privada, bem como aos
estabelecimentos prisionais civis ou militares, para dar
atendimento religioso aos internados, desde que em comum
acordo com estes, ou com seus familiares no caso de doentes
que já não mais estejam no gozo de suas faculdades mentais.
Parágrafo único. (Vetado)
Art. 2O Os religiosos chamados a prestar assistência nas
entidades definidas no art. 1º, deverão, em suas atividades,
acatar as determinações legais e normas internas de cada
instituição hospitalar ou penal, a fim de não pôr em risco as
condições do paciente ou a segurança do ambiente hospitalar
ou prisional.
Art. 3O (Vetado)
Art. 4O O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de
noventa dias.
Art. 5O Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 14 de julho de 2000; 179º da Independência e 112º da


República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

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MANUAL DE CAPELANIA

Presidente da República

CAPELANIA HOSPITALAR - PASTORAL DA SAÚDE

BASE LEGAL

Em nossa Constituição Federal está garantido o direito à


Assistência Religiosa aos cidadãos que estiverem em locai de
internação coletiva, conforme abaixo. Artigo 5, Inciso VII: “é
assegurada nos termos da lei, a prestação de assistência
religiosa, na entidade civil e militar de internação coletiva.”
A Lei federal nº 9.982, de 14/7/2000, dispõe sobre esse
inciso Constitucional acima. Segundo a mesma, em seu artigo
1º, essa assistência religiosa compreende o seguinte: “Às
religiões, de todas as confissões, assegura-se o acesso aos
hospitais da rede pública ou privada… para dar atendimento
religioso aos internados, desde que, em comum acordo com
estes, ou com os familiares, em caso dos doentes que não mais
estejam no gozo de suas faculdades normais”.
Diz ainda no seu capítulo 2º, a seguinte afirmação: “Os
religiosos chamados a prestar assistência nas entidades
definidas no artigo 1º deverão, em suas atividades, acatar as
determinações legais e normas internas de cada instituição

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“Arte de Fazer o bem”

hospitalar ou penal, a fim de não por em risco as condições do


paciente ou a segurança do ambiente hospitalar ou prisional.”
Observe-se que não é o Estado brasileiro o responsável
pela prestação de serviço religioso, já que o Brasil é um Estado
que adota a laicidade e a liberdade religiosa.
Logo, a administração pública está impedida de exercer
tal função. Essa assistência tem caráter privado e deve ser
assumida por representantes de cada religião/igreja, por meio
de membros capacitados.
Esse direito é característica de quem está confinado (não
importa o motivo).
Todas as pessoas que se encontram internadas poderão,
se assim o desejarem ou a pedido da família, receber visitas de
representantes habilitados, de suas respectivas instituições
religiosas, de sua própria religião ou de outra, caso preferiram.

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MANUAL DE CAPELANIA

PRÓLOGO

DEPOIMENTO DE VALDECIFRANCISCO
COSTA
“Um exemplo de quem não teve assistência religiosa no
cárcere”

Foi preso em 30/11/2000 a 27/11/2004


Em 2006 foi preso novamente, tendo cumprido 9 anos 11
meses e 24 dias de reclusão, em um dos regimes mais duros do
sistema penal brasileiro, denominado como regime Alta Contenção
para Cumprimento (ACC), na Penitenciária de Presidente Venceslau
(SP), tida como unidade que comporta presos de altíssima
periculosidade, sem ressocialização, cujo único objetivo é conter
presos.

Tema proposto: CAPELANIA PRISIONAL

Como já iriam ler em outros depoimentos a versão de pessoas


de unidades, onde é possível o livre exercício do direito a religião,
estampada na Constituição Federal, Lei de execução penal, falarei de
um lugar onde não chega o Evangelho como deveria. Em Venceslau
2 não tem esse meio de evangelização, porém, tem uma igreja no

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“Arte de Fazer o bem”

Pavilhão 4, onde me encontrava com 6 presos convertidos, guiados


pela fé, pelos obreiros livres, através de cartas e encartes bíblicos. Sei
que Deus dá sabedoria e capacita os seus servos. Mas, sinceramente,
pouco vi de evolução desses valorosos irmãos. Falta entendimento e
discernimento. Não obstante, a Palavra estar sendo pregada. A
pastoral carcerária, quando ia até lá, apenas se limitava a colher
dados pessoais e eventual necessidade, mas, sem retorno. Creio que o
maior desafio da CAPELANIA PRISIONAL hoje, é levar o
Evangelho em unidades como W2, espalhadas pelo Brasil, fazendo
valer o ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo: `IDE E PREGAI
O EVANGELHO A TODOS OS POVOS`. Lugares como esse que
passei, é a verdadeira expressão de miseráveis da graça de Deus,
carentes de fé, de gestos de bondade, de paz espiritual.
Queria poder falar aqui de maravilhas que presenciei no
cárcere, mas, infelizmente, não é o que vi. Então, em vez de dar
testemunho de maravilhas, darei testemunho de carência, pobres e
miseráveis no que tange à Palavra de Nosso Senhor. Também faço
um apelo em nome dos que lá ficaram, para que o exercício da fé
cristã chegue com plenitude nesses locais, e assim promova
maravilhas e vidas transformadas.
Não sei se este depoimento contribuirá para o propósito, mas
assim como o apóstolo Paulo levou aos gentios a Palavra em
inteireza e plenitude, penso que a Capelania precisa e deve chegar a

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MANUAL DE CAPELANIA

esses locais, e deste modo, pela Palavra de fé fazer como os


pescadores de almas em favor de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Valdeci, 9/2/2016

DEPOIMENTO DE ELIAS VICENTE GOMES

“Um exemplo de quem teve assistência religiosa no


cárcere”

Cumpriu pena no Sistema Penitenciário, de 1993 a 2014.


Elias mais conhecido como “Mauá”, nascido na periferia
de São Paulo, na cidade Mauá,
Como muitos, oriundo família simples, a viver numa
comunidade sem infraestrutura, onde o crime recruta e leva
para o maior dos sofrimentos.
Em 1993, foi preso e condenado em diversos artigos, a
20 anos de reclusão.
Mal sabia que havia um propósito de Deus em sua vida.
Muitas pessoas não conhecem o trabalho que é desenvolvido
dentro do sistema carcerário. Foi por meio desses anjos, que
levam a santa Palavra aos cativos, que tive um encontro com
Deus.

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“Arte de Fazer o bem”

Por isso valorizo esse trabalho magnífico, que salva


muitas vidas. Como fruto do mesmo e sabendo do propósito,
tornei-me um deles e faço a obra de Deus dentro cárcere.
Hoje com minha liberdade e o meu nome totalmente
limpo, sem dever nada para o Estado e para a Justiça, continuo
fazendo a obra nas portas dos presídios, nas casas de
recuperação de dependentes químicos, e evangelizando em
comunidades. Só tenho que agradecer a Deus pela sua Graça e
misericórdia na minha vida.
Espero que esse simples depoimento incentive o leitor a
continuar com essa obra fabulosa, que é a missão que Jesus nos
ordenou: Pregoa o Evangelho da Salvação.
"Ide a todo mundo e pregai o Evangelho a todo criatura",
Mc 16.15.

OS 10 PASSOS QUE DEVEM SER SEGUIDOS,


POR AQUELES QUE DESEJAM LIBERTAÇÃO

1 - Atitude própria para mudança.


2 - Encare o tratamento com mãos de ferro e foco do início ao
fim.

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MANUAL DE CAPELANIA

3 - Faça uma autoanálise de si próprio e modifique pequenos e


grandes defeitos de caráter, os quais motivam para o consumo
de droga e álcool.
4 – Entregue-se a Cristo com Fé, para você vencer o vício.
5 - Agora iniciando uma vida fora do tratamento.
6 - Aprenda a conviver com a desconfiança da família e não
use isso como desculpa para retornar ao vício.
7 - Mudança radical sobre tudo o quanto você fazia: lugares,
rodas de amizades etc., substituindo por outros hábitos sadios.
8 - Não fique desocupado. Busque sempre conquistar seus
objetivos, de forma honesta, sem passar ninguém para trás.
9 – Lembre-se sempre que não existe um golinho nem só um
traguinho. Mantenha sempre distância de pessoas que usam.
Não se exclua, mas também não se aproxime demais.
10 - Nunca se sinta inferior a ninguém pelo motivo de não
beber ou por não usar drogas, mas sinta-se privilegiado por
estar longe dessas práticas ruins. Sinta-se sempre um vencedor.
Tudo isto funcionou para mim. Jefferson da Silva Oliveira (O
Peregrino)

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