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CEAAT COLÉGIO ESTADUAL ADÁ DE ASSIS TEIXEIRA

COMPONENTE CURRICULAR: ENSINO PROFESSOR: ANTONIO MARCO


RELIGIOSO

OBJETO DE AULA 1
CONHECIMENTO: Crenças, filosofias de vida e esfera pública.
TURMA:
8º ANO HABILIDADE: (EF08ER04) Discutir como filosofias de vida, tradições e
instituições religiosas podem influenciar diferentes campos da esfera pública
(política, saúde, educação, economia).

Leia o texto com bastante atenção, pois assim você terá as informações necessárias para fazer as atividades. Vamos lá?
O PAPEL QUE AS CRENÇAS RELIGIOSAS DESEMPENHAM NA VIDA SOCIAL
O estudo da religião é um dos principais temas da Sociologia. Vários autores tentaram compreender aspectos da vida
religiosa e sua influência na sociedade. Um desses autores, chamado Max Weber, analisou e comparou diversas religiões
que existiram e que ainda existem no mundo, avaliando o papel que as crenças religiosas exercem na conduta dos
indivíduos em sociedade. Seus estudos demonstram o potencial que a religião tem de provocar transformações na ordem
social, sejam elas na esfera da economia, da política ou da cultura em geral.
Weber parte do pressuposto que a forma como o homem trabalha e busca seu sustento está diretamente relacionada com
suas ideias, valores éticos e concepções de mundo. Em alguns casos, o trabalho influencia a construção de valores das
pessoas. Porém, em outros casos, os valores influenciam como a sociedade vai se organizar para trabalhar.
Weber atribuiu às crenças e valores religiosos um papel importante na conduta dos indivíduos em sociedade. Num dos seus
livros mais proeminentes, "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", ele defendeu a tese de que a religião
protestante exerceu uma poderosa influência no surgimento do modo de produção capitalista.
Através do estudo da sociedade norte-americana, que tem maioria da população protestante, Weber percebeu que as
pessoas dessa religião tendiam a trabalhar de forma mais intensa e acumular mais dinheiro do que outros grupos cristãos,
como os católicos. Isso acontecia porque os protestantes acreditavam que trabalhar honestamente era uma missão divina, e
o enriquecimento era sinal de bênção de Deus.
Os grupos protestantes da época em que Weber fez o estudo eram muito exigentes na forma como seus fiéis deviam
proceder, e desencorajavam gastos com bens luxuosos. Por isso, o dinheiro ganho nos negócios era reinvestido na própria
empresa, gerando um movimento cíclico de acumulação/ reinvestimento/acumulação. Essa dinâmica fortaleceu o
capitalismo nos Estados Unidos e favoreceu sua dispersão pelo mundo.
Além do protestantismo, Weber estudou também outras religiões. No caso das religiões asiáticas, como o hinduísmo, a
religião serviria para manter uma ordem social e econômica acentuadamente hierarquizada e estática, ou seja, sem qualquer
possibilidade de haver mobilidade e mudança social.
O caso da Índia é interessante, pois a sociedade é dividida em castas que se relacionam com os mitos hinduístas da criação
da humanidade. Em um sistema hereditário, as melhores posições na sociedade são destinadas aos membros de castas
superiores, e as piores, aos membros de castas inferiores.
Quem não pode ser ligado a nenhuma casta possui um papel social ainda mais inferior.
Há décadas, o Partido Comunista da Índia, considerado uma das grandes forças políticas daquele país, tentou em vão
aplicar programas políticos de melhoria das condições de vida das populações mais pobres.
Sempre houve uma enorme resistência social, que levou ao fracasso inúmeros programas políticos que preconizavam
igualdade e justiça social, pois a sociedade de castas está fortemente assentada sobre preceitos religiosos muito arraigados,
que concebem as desigualdades e diferenças sociais como manifestações da vontade divina.

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