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PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISAS
E EXTENSÃO BET-HAKAM
ÉTICA CRISTÃ
SÃO LUÍS-MA
ÉTICA CRISTÃ 1
ÉTICA CRISTÃ
SUMÁRIO
PÁGINA
I N T R O D U Ç Ã O..................................................................................... 02
XV – A ÉTICA DA CORPORALIDADE....................................................... 15
QUESTIONÁRIO.......................................................................................... 18
ANEXO 1........................................................................................................ 19
ANEXO 2........................................................................................................ 28
ANEXO 3........................................................................................................ 31
INTRODUÇÃO
ÉTICA CRISTÃ 2
Diversos são os conceitos sobre Ética Cristã. Consideraremos alguns (todos válidos,
ao nosso ver). “Ciência que trata das origens, princípios e práticas do que é certo e do que é
errado à luz das Santas Escrituras, em adição à luz da razão da natureza” (L. S. Keiser).
“Um estudo sistemático do modo de viver exemplificado por Jesus, aplicado aos
múltiplos problemas e decisões da existência humana” (Geórgia Harkness).
“Explanação sistemática do exemplo e ensino morais de Jesus aplicados à vida total
do indivíduo e com a sociedade, e realizados com o auxílio do Espírito Santo”. (H. H. Brunner).
Alguns tendem a limitar o campo da Ética Cristã ao indivíduo, excluindo a sociedade
em que ele vive. A Ética Cristã preocupa-se com o indivíduo e com a sociedade. Equidistante dos
extremos, tem uma mensagem de natureza individual, bem como social. O fundamento dessa
mensagem é de caráter espiritual, encontrando-se essencialmente nas Sagradas Escrituras.
Preocupa-se a Ética Cristã primeiramente com as necessidades espirituais do homem,
bem como com o seu destino – o céu – mas não despreza os problemas terrenos em que o homem
está inserido ou envolvido. A preocupação somente com o homem fora do contexto social seria
antibíblico, uma vez que o Senhor Jesus disse a seus discípulos: “Vós sois o sal da terra” e “vós
sois a luz do mundo” (Mt 5.10,14). Seria uma microética que só o indivíduo fosse lembrado.
4. Ética e a Filosofia
Ambas têm interesse na base fundamental da conduta, na natureza do que é certo ou errado,
valor, epistemologia, dever, felicidade, homem e sociedade.
Êxodo Mateus
Deuteronômio Romanos e Gálatas
Provérbios I e II aos Coríntios
Isaías Outras epístolas de Paulo
Oséias, Amós e Miquéias Epístolas Gerais (Hb e Jd)
3° Mandamento – “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão” (Ex 20.7)
ÉTICA CRISTÃ 5
O mandamento se refere mais a uma atitude do coração a uma atitude da língua.
5° Mandamento – “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra
que o Senhor teu Deus dá” (Ex 20.12)
A fidelidade e a obediência aos pais repercutem sobre a vida de uma nação.
Quando os laços familiares são fortes, a sociedade será moralmente estável.
Se um estudo fosse feito para se examinar a contribuição singular das grandes nações do
mundo, verificar-se-ia que a de Israel é a profecia.
As mensagens dos profetas são mais do que obras primas de literatura. Elas constituem
lições vivas e supremas para todas as gerações. O Deus vivo falou através dos profetas vivos,
dando-lhes uma mensagem vivificante para todos os homens. Houve tempo em que se
valorizava a mensagem dos profetas pelo seu conteúdo messiânico. Hoje, os profetas são
avaliados não só pela sua ênfase relativa à vinda do Messias, mas também pelo seu papel de
singulares intérpretes da atividade de Deus na História. Portanto, a mensagem dos profetas
tem valor permanente. Ignorar os profetas é ignorar a História, pois esta é a sua história.
O autor deste livro se propõe a estudar o assunto do supremo bem: o que é mais
importante para o homem “Busquei”, diz o autor. “No meu coração o que seria melhor que
os filhos dos homens fizessem” (2.3).
Do ponto de vista ético, o grande valor deste livro se encontra em seu próprio
tema: a fidelidade do verdadeiro amor. “A finalidade, por excelência, de Cantares é dar
ênfase à pureza e ao poder do genuíno amor”. Exclui a poligamia e exalta o verdadeiro amor,
a lealdade entre os cônjuges e uma exclusiva devoção entre os esposos.
Perfeição. Perfeição é o alvo da ética de Cristo, que disse: “Sede, pois, perfeitos, como
perfeito é o vosso Pai que está nos céus” – (Mt 5.48). No tocante ao amor, Jesus estabelece
como padrão o seu próprio amor para com os discípulos e à própria humanidade. “O meu
mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” – (Jo 15.12).
Coerência. Verifica-se uma perfeita coerência entre o que Jesus ensinava e exigia, e a sua
própria vida. Exigia humildade da parte de seus discípulos, mas Ele próprio “humilhou-se a
si mesmo, tornando-se obediente até á morte, e morte de cruz” – (Fp 2.8).
2. A Ética de Paulo
O apóstolo Paulo é considerado como o maior intérprete de seu Mestre, o Senhor Jesus
Cristo. Pode o apóstolo suplementar seu Mestre, mas nunca contradizê-lo.
a) Cristo é central na ética de Paulo – Sem aproximação e comunhão com Cristo, não há nova
vida nem conduta cristã. Paulo descreve essa união através de textos, como os seguintes:
“Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram, eis que
tudo se fez novo” – (2 Co 5.17). “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” – (Fp 4.13).
b) É vital a atuação do Espírito Santo – É o Santo Espírito que muda radicalmente o ser
humano, para o bem (Tt 3.5). A vontade de Deus, o soberano Bem, nos é revelada pelo
Espírito (1 Co 2.12-16).
c) É indispensável o arrependimento da parte do homem – Nos escritos de Paulo, poucas vezes
aparece a palavra “arrependimento”, mas a ideia é encontrada frequentemente.
“Renovação do entendimento” e “arrependimento” são termos sinônimos na mente do
apóstolo. Essa renovação ou arrependimento é fundamental na ética paulina, pois é nessa
experiência que o pecador volta as costas para o pecado, começando uma nova e frutuosa
vida, com o apoio do Espírito Santo.
d) A fé é fundamental – Mais do que mera crença, fé, para o apóstolo Paulo, é dedicação
pessoal e profunda ao Senhor Jesus Cristo. Se crença é estática, fé é dinâmica e implica em
submissão, bem como em lealdade ao Mestre. É mais do que um consentimento a um credo, é
atuante através do amor (Gn 5.6).
Para incentivar uma vida moral condigna, o apóstolo Paulo apela para vários motivos:
1. A Literatura Joanina
b) Segunda Carta – Essa carta, de pequena extensão, contém emocionante ênfase sobre o
amor na vida cotidiana.
c) Terceira Carta – Nesta carta o autor faz dois elogios entremeados de uma queixa (vv. 3 e 4
– elogio; vv. 9 e 10 – queixa).
O motivo principal por que Lucas escreveu este livro parece ser o de provar a
universalidade do movimento cristão. O Engelho tem uma mensagem aplicável a todos os
povos, e tem poder para sobrepor-se a quaisquer barreiras culturais.
Ora, Ética Cristã seria apenas um conjunto de princípios, sem atuação do
Espírito Santo, com Ele, a moral cristã se torna mais do que o ideal: torna-se uma realidade,
graças a seu poder.
ÉTICA CRISTÃ 9
O livro de Atos, embora seja um livro com ênfase sobre história, em seu conteúdo
ético geral revela-nos algumas verdades mestras: 1) A Ética Cristã é a ética do Espírito
Santo; 2) A ética dos Atos dos Apóstolos é uma ética de comunhão, inspirada pelo Espírito;
3) A ética dos Atos dos Apóstolos é abrangente; é para ser divulgada a todos os povos. “...
Recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto
em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” – (At 1.8).
3. Hebreus
Entre as várias virtudes realçadas estão a fé, a paciência e a perseverança (6.12; 12.1, 2);
O amor deve ser a base da prática do bem (10.4);
O amor fraternal deve ser continuamente vivenciado (13.11);
O casamento e a fidelidade conjugal merecem distinção (13.4);
A prostituição e o adultério são condenados (13.4);
O amor desordenado ao dinheiro é reprovado (13.5);
Cristo é apontado como supremo líder e exemplo (12.1-3).
4. Carta de Tiago
É um livro singular com cinco capítulos apenas, é considerado como o livro de maior
conteúdo ético do NT. Ecoa, de modo maravilhoso, os ensinos do Sermão do Monte.
Estas duas cartas têm um objetivo comum: combater as heresias, segundo as quais, sob o
império da graça de Cristo, a lei moral não tem valor, uma vez que a fé sozinha é suficiente
para a salvação. Diziam os falsos mestres que um homem, verdadeiramente religioso e
espiritual, estava livre da lei moral.
Pedro constrói uma linda “escala” de virtudes cristãs, pela qual o povo de Deus devia
ascender, deviam tudo fazer para:
ÉTICA CRISTÃ 10
Juntar a bondade com a fé;
Com a bondade deviam juntar o conhecimento;
Com o conhecimento, o domínio próprio;
Com o domínio próprio, a perseverança;
Com a perseverança, a piedade;
Com a piedade, a amizade entre os irmãos;
Com a amizade entre os irmãos, deviam juntar o amor (2Pe 1.5-9 BLH)
a) Agressividade
O espírito de destruição é universal. Não é restrito aos não-civilizados nem a alguns povos.
Encontra-se, infelizmente, até no meio do cristianismo institucionalizado, atingindo em cheio
a instituição básica da sociedade, que é o lar.
b) Relações Pré-Maritais
Relações sexuais pré-nupciais existem desde os tempos antigos. É um problema de todas as
culturas, exceto para aquelas em que o intercurso sexual é esperado ou aceito dentro dos
mores.
Vejamos algumas consequências das relações pré-maritais:
Ênfase demasiada sobre os valores sensíveis. É bom lembrar que o amor que permanece é
um amor primeiramente espiritual e não físico. Obsessão pelos valores hedônicos destrói os
demais valores;
Podem levar a um casamento apressado. O casal confunde sua experiência física com
amor, e casam sem estarem preparados, antes que se conheçam bem.
c) Adultério
É espantoso o número dos transgressores da lei da castidade e da fidelidade
conjugal. Famosa obra nos informa que cerca de 50% das relações sexuais no Ocidente são
tidas fora do casamento. O adultério, categoricamente condenado pelas Sagradas Escrituras,
é aprovado, ainda que de modo discriminado, por escritores do porte Albert Ellis, PhD. em
Psicologia, pela Universidade de Colúmbia. Em seu livro “Sexo Sem Culpa”, acha-se um
capítulo intitulado: Adultério: Prós e Contras.
d) Divórcio
O que diz a Bíblia Sobre o Divórcio – Examinando o Antigo Testamento, conclui-se que há
claras evidências de que Deus desaprova o divórcio (Lv 21.7; Ez 44.22). Os textos do N.T.
que tratam diretamente do divórcio são os seguintes: Mt 5.31,32; 19.3-12; Mc 10.2-12; Lc
16.18 e 1Co 7.10.
1. Governo Civil
Para a Ética Cristã, o Governo Civil é uma instituição divina estabelecida por
Deus para promover os interesses e bem-estar da sociedade humana. É dever cristão orar
pelos magistrados, os quais devem ser conscientemente honrados e obedecidos (ler Rm 13.1-
7; Mt 22.21).
É instituído por Deus. O Senhor criou o homem para uma vida social. Deus fez os
homens e as famílias para manterem relações sociais amplas; e deu leis para o seu
regulamento. Essas leis encerram os grandes princípios do Governo Civil. Quando este
defende os direitos do indivíduo, está cumprindo a lei divina.
5. A Democracia
“Porque todos os homens são pecadores e que a nenhum pode ser confiado poder
ilimitado”. Dessa maneira, a capacidade que o homem de exercer a justiça torna a
Democracia possível, mas a inclinação humana de praticar a injustiça faz a Democracia
necessária.
6. Democracia e Miséria
7. A Democracia e o Evangelho
Aceitando-se como evidente que todos os homens foram dotados, por seu Criador,
de direitos inalienáveis, podemos afirmar que a Democracia é de essência evangélica, pois
tendo o amor como força motriz, a Democracia é o regime que “proclama a liberdade,
reclama a igualdade, e reconcilia estas duas irmãs inimigas, lembrando-lhes que são irmãs,
pondo acima de tudo a fraternidade” (Bérgson, Les Deux Sources de La Morale et de la
Religion, p. 304).
Necessidade material – o dinheiro é o alvo e o principal meio pelo qual uma pessoa estima
a qualidade e quantidade de seu trabalho;
Auto-Estima – uma pessoa normal não se conforma com o desemprego. A operosidade tem
conotação moral;
Atividade – o ser humano precisa de atividade para evitar o tédio, drenar impulsos
inaceitáveis e impróprios e afastar da mente os problemas;
Respeito da Sociedade – o trabalho está associado com responsabilidade ético-social
Necessidade de Criatividade – a criatividade, em sentido mais amplo, pode significar
produtividade.
A dignidade do trabalho – todo trabalho honesto e socialmente útil, deve ser considerado
digno pelo trabalhador, por mais humilde que seja sua profissão;
A autenticidade e fidelidade no trabalho – o trabalhador deve exercer sua profissão com
autenticidade, não se abatendo (nem copiando) com a atuação de pessoas famosas;
A consciência dos rigores do mundo competitivo – o profissional deve ter consciência de que
no mundo do trabalho e da economia em geral, o que predomina é a ânsia pelo lucro.
XV – A ÉTICA DA CORPORALIDADE
1. Drogas
Prevenção
Levar nossos filhos a adotarem uma sadia filosofia de vida que os ajude a não entrar no
caminho das drogas. Essa filosofia de vida poderia considerar os seguintes aspectos:
Não há validade na ideia, segundo a qual se deve experimentar de tudo para se tirarem as
próprias conclusões;
A filosofia hedonista (a dos prazeres como supremo interesse da vida) é falsa. Ao invés de
darem um sentimento de plenitude, os prazeres deixam vacuidade; além disso, transforma-se
em sofrimentos;
Não há bom senso no uso das drogas. Por que usá-las se me tiram a saúde? Por que
comprar uma passagem para o inferno, se podemos gozar com Cristo a vida eterna a partir
do momento em que nEle crer?
Evitar as más companhias.
Libertação
QUESTIONÁRIO
INTRODUÇÃO
Vivemos num Planeta em que a maioria dos sues habitantes è espiritualista, não
se compreendendo porque razão os valores primeiros, sejam hoje em dia, os valores
materiais, e a Humanidade esteja rendida às teses materialistas, aceitando que tudo seja
avaliado economicamente, permitindo que os valores econômicos sejam o centro da atenção
da existência Humana, relegando para segundo plano tudo o que não tenha natureza
econômica.
ÉTICA CRISTÃ 18
Até onde irá a eutanásia, quando no inicio dos anos 90 em Inglaterra, a revista de
medicina Pulse, propunha por razões econômicas, a instituição da Pílula da Morte para
todas as Pessoas Idosas.
Definição de Eutanásia
Define-se Eutanásia, como uma teoria segundo a qual seria lícito apressar a morte
dos doentes incuráveis, para lhes evitar o sofrimento da agonia. (Dicionário Enciclopédico
Luso-Brasileiro Lello Universal).
EUTANÁSIA PASSIVA
EUTANÁSIA EUGÊNICA
Eutanásia ativa, caracteriza-se pela preparação antecipada da morte de uma pessoa para a
libertar de sofrimentos considerados inúteis, dado que a sua vida se encontra num ponto
terminal e irreversível.
Eutanásia passiva, caracteriza-se pela interrupção dos cuidados médicos e/ou farmacológicos
ao doente, a fim de que a sua vida seja abreviada por si mesmo, sem se tentar por todos os
meios mantê-lo vivo.
Eutanásia eugênica, caracteriza-se pela supressão à nascença dos deficientes físicos e
"anormais", praticada na antiguidade por certos povos, assim como, de extratos de
população por conceitos denominados de "pureza de raça".
Considerando:
A eutanásia ativa, é homicídio, enquanto na eutanásia passiva, é mais vulgar a sua
aceitação e permissão. Consideramos que no fundo, os dois tipos de eutanásia conduzem ao
mesmo fim, divergem só no método.
O juramento hipocrático que todos os médicos fazem, não abrange nenhuma
espécie de eutanásia, considerando que a vocação dos mesmos é curar, prolongando a vida e,
não procurar métodos, para a interromper.
Nota:
Eugênica deriva de eugenir, que se define como uma Ciência Social, cujas bases
foram formuladas por Francis Galton (Inglês 1822-1911), com o fim de, por seleção e
cultura, aperfeiçoar o ser humano, garantindo-lhe a integridade física e moral. Viricultura
(Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro Lello Universal).
A eutanásia na História
Não sendo um novo problema, vamos encontrar através dos tempos vários relatos
de execução da eutanásia, tais como :
O rei Saul, gravemente ferido na guerra com os Filisteus, pediu ao amalequita que o
matasse para não sofrer e, ao mesmo tempo, não cair nas mãos inimigas. Este movido de
compaixão, praticou a primeira eutanásia conhecida na história.
Na Grécia da era de Hipócrates as pessoas fartas de viver ou com doenças graves,
procuravam os médicos para que estes lhes ministrassem um tóxico que os libertasse da vida.
Na Índia, os doentes incuráveis eram atirados ao Rio Ganges, depois de receberem na
boca e no nariz um pouco de lama sagrada.
ÉTICA CRISTÃ 19
Em Esparta, os "monstros”, os deformados e os cacoplásticos de toda a sorte, eram
arremessados do alto do Monte Taijeto. As crianças ao "nascerem" eram examinadas por
membros do Senado, para determinarem se as mesmas eram fracas ou com deficiências
físicas, ou se tinham robustez necessária a um bom militar. As primeiras praticavam a
eutanásia eugênica e, as robustas, eram confiadas aos cuidados maternos até aos sete anos de
idade.
Nos circos romanos, os Imperadores quando voltavam o polegar para baixo, autorizavam
a execução da eutanásia nos gladiadores mortalmente feridos nos combates abreviando os
sofrimentos dos mesmos, dizendo-se por compaixão real.
Os índios Brasileiros, abandonavam à sorte, os filhos com doenças incuráveis e os pais
velhos incapazes de trabalhar.
Durante a Segunda guerra mundial, Hitler ordena a "morte" de todos os velhos,
deficientes físicos e mentais, internados em hospitais e manicômios; alegando a necessidade
daqueles estabelecimentos hospitalares para o alojamento dos soldados feridos na guerra.
Hitler, ordena a supressão dos Judeus através de câmaras de gás, tornando-se o maior
genocídio de toda a história.
Mesmo para aqueles que não são cristãos admitem na vida social o primado do
espiritual devem ser sacrificados aos verdadeiros valores espirituais na projeção para além
do tempo. E, esta ressonância eterna confere-lhe méritos de incalculável valor. Com efeito,
pelo sofrimento, o Homem pode não somente expiar os próprios pecados, mas também,
utilizando em união com o sacrifício do redentor. A vocação do Homem sobre a Terra deverá
espiritualizar a matéria.
Consentir apressar a morte seria proclamar que sofrer é o pior de todos os males
e que os benefícios da vida se resumem a não sofrer. Isto é verdade para o animal, porém
falso para o Homem, para qual tem toda a dignidade e valor.
O ser que sofre realiza desde que suporte corajosamente o seu sofrimento e a mais
bela vitória moral que se possa imaginar.
Apressar o fim seria privar o Homem duma parcela da sua vida que constitui o
seu bem supremo, frustrá-lo do que possui de mais valioso, não deve encurtar-se sejam quais
forem as suas razões e justificações a sua vida.
Princípios da Igreja
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1. Nunca será lícito matar um doente, nem sequer para o não vermos sofrer ou não fazê-lo
sofrer, ainda que ele o diga expressamente nem o médico, nem o doente, nem o pessoal de
saúde, nem os familiares pode decidir ou provocar a morte de uma pessoa.
2. Não é legítima a ação que por sua natureza provoca direta ou intencionalmente a morte
do doente.
3. Não é lícito suspender um tratamento devido ao doente sem o qual sobrevenha
inevitavelmente a morte.
4. É ilícito recusar ou renunciar a cuidados intensivos e tratamentos possíveis e disponíveis.
5. A eutanásia é um crime contra a vida humana e contra a lei divina do inocente e um bem
que supera o poder de dispor tanto do indivíduo como do Estado.
Ao contemplarmos este Universo constatamos a sua excepcional inteligência
embora o Homem seja criador de obras de grande envergadura a sua evolução não
acompanha tal ato.
E que a vida não se restringe a uma mera experiência terrena, mas ela se processa
para além da morte do corpo físico. Como pode alguém "morrer com dignidade" e se a
morte existe para o Ser abreviarem esta estão a cercear a possibilidade de maior retificação e
consequente evolução.
Para além da Igreja condenar o ato (eutanásia) muitas outras doutrinas
comungam da mesma ideia mas há luz de outros critérios que no fundo resumem a existência
de um caminho em que a intromissão no ciclo natural de vida é uma intromissão às leis de
Deus.
O materialismo induz os povos a que felicidade apenas se encontra nos gozos
terrenos, leva ao suicídio. A eutanásia é uma outra forma para fugir a um sofrimento
desconhecendo as leis de Deus. Mas será impossível alguém compreender que todos estes
aspectos diluem a crença da existência de uma Alma.
O Homem não tem o direito de praticar a eutanásia. A agonia prolongada pode
ter finalidade preciosa para a alma, como a única valia para as imperfeições do espírito.
Aqueles que por mera ignorância das Leis da criação viam a eutanásia e vêm como
meio de minorar os sofrimentos e deverão refletir sobre tal. Como Jesus Cristo disse:
“Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma…amarás o teu
próximo como a ti mesmo”.
O respeito pela vida apresenta-se-nos como um Dever Absoluto. Criado para
louvar a Deus, o homem pode escolher livremente a maneira como o há de fazer. Não pode
escolher o momento em que o serviço cessará. Isto é, a vida do Homem não está à disposição
do Homem.
Pode o Homem dispor de todos os outros bens…mas não pode dispor da vida
humana quer da sua quer dos outros, da qual só Deus é Senhor.
Sociedade e a Eutanásia
A eutanásia costumava ser um problema social em sociedades primitivas em que
se eliminavam os considerados inúteis como, por exemplo: os recém-nascidos com
malformações e as pessoas idosas. Esta prática veio, no entanto, a terminar com o
aparecimento do Cristianismo.
Até ao século XX a eutanásia não voltou a constituir um problema social
ressurgindo nos anos 30 deste século especialmente na Alemanha, caso que analisaremos
mais adiante.
O século XX foi considerado o século mais civilizado. No entanto, a eutanásia não
demonstra isso. Demonstra precisamente o contrário. A eutanásia não significa civilização,
mas precisamente o contrário o que contraria o espírito que se tentou desenvolver ao longo
ÉTICA CRISTÃ 21
do século XX.. Este espírito funda-se no respeito dos Direitos do Homem e na Dignidade do
Ser Humano.
A prática da eutanásia desrespeita a Dignidade do Ser Humano pois a dignidade é
independente da raça, do sexo, da habilidade ou capacidade mental e da saúde do Ser
Humano.
O respeito da dignidade do Ser Humano distingue a sociedade atual da sociedade
primitiva nas quais a vida de uma pessoa com deficiência era depreciada.
Poderão afirmar os apoiantes da eutanásia que o ser humano morrer para não
sofrer. Não pode se afirmar isto. O Ser Humano não perde a dignidade ao sofrer.
Atualmente a medicina oferece vias para aliviar a dor dos doentes terminais.
A sociedade apela à eutanásia pois é portadora de uma mentalidade que tem
como objetivo escapar e de fugir à dor a todo o custo.
Por outro lado a qualidade de vida também é possível numa fase terminal não só pelo
atenuar da dor, mas também pelo prazer que os doentes terminais retiram do fim da sua vida.
De acordo com um estudo realizado por um centro de assistência a doentes terminais estes
passam por cinco fases: na primeira existe a negação da doença; na segunda estes têm um
sentimento de raiva e ódio por tudo; na terceira fase ocorre a negociação com Deus; na quarta o
doente fica deprimido, sendo esta a altura em que os doentes vêem a eutanásia como uma
alternativa. Porém após esta fase entramos na quinta e ultima fases a da aceitação da morte onde
o doente vive intensivamente cada momento da sua vida esquecendo a sua enfermidade e vivendo
aquilo que eles consideram os melhores momentos de suas vidas onde descobrem o espírito de
solidariedade e de fraternidade. Tais sentimentos só são possíveis graças ao não recurso da
eutanásia e de certa forma a dificuldade que existe atualmente em realizá-la conferidas pelas
legislações e a postura contrária à eutanásia da classe médica em geral.
Por fim as razões econômicas não merecem comentários.
- Argumentos médicos contra a Eutanásia
A grande maioria da classe médica é contra a eutanásia e são por diversos motivos
que em geral reconduzem-nos a Ética médica e ao seu código deontológico.
Para os negadores desta prática esta não constitui uma forma de medicina, mas sim a
sua negação e é sobretudo uma forma de homicídio praticada pelo médico. E por outro lado é
uma negação da própria medicina como ciência, visto que esta ciência deve prevenir, atenuar e
curar doenças e não desenvolver meios para por fim à vida.
A razão de ser da própria medicina é a cura do doente em qualquer fase da sua
enfermidade e o tratamento desta até ao transe supremo da morte. A eutanásia é contrária à
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razão de ser disto tudo e é inaceitável que um médico recorra aos seus conhecimentos para por
fim à vida e não ao prolongamento desta.
No ponto de vista ético tem claro reflexo no código deontológico médico a eutanásia
desde os primórdios da medicina tem sido vista como algo contrário à medicina. A negação da
eutanásia é um dos pilares do juramento de Hipócrites que se manteve até hoje tendo sido
inclusive transferido para os diversos códigos deontológicos médicos a nível nacional e
internacional.
Hipócrites dedicou-se à medicina na antiga Grécia e o seu juramento transformou-se
na norma moral básica imortal da conduta do médico. No seu juramento este demonstrou a sua
indignação perante os médicos que receitavam venenos mortais aos seus clientes para lhes
abreviar a vida. Este mestre deu assim uma lição à sua geração e às restantes, pois até hoje todos
os formados em medicina juram no fim do curso seguir os seus preceitos de entre os quais
encontramos o não recurso à eutanásia: "Não darei venenos mortais a ninguém, mesmo que seja
instado, nem darei a ninguém tal conselho."
O juramento de Hipócrates é um ato simbólico que, porém, encontra um caráter
vinculativo no código deontológico médico. Este no seu artigo 47º/1 referindo que o médico deve
guardar respeito pela vida humana desde o seu início, considerando o n.º 2 do mesmo artigo falta
deontológica grave o aborto e a eutanásia.
O art. 37/2 referente à recusa de continuidade do tratamento dispõe que a
incurabilidade da doença não justifica o abandono do doente.
- Perigos da prática discriminada da eutanásia
É perigoso que o médico caia na habitualidade de exercer a eutanásia, uma vez que perante
casos idênticos ele seria sempre tentado a recorrer a tal prática. Tal é muito importante
atualmente devido ao fenômeno da especialização que leva os médicos a confrontarem-se com
casos semelhantes diariamente.
Desfaz a relação de confiança e de entrega total do médico ao paciente, visto que este último
poderá por em causa o empenhamento do médico na busca de uma solução para o seu caso.
Poderá o paciente ser confrontado com a sugestão do médico em que este recorra à eutanásia
condenando-o, desta forma, à morte pondo fim à maior incerteza do homem e que no fundo
condiciona todas as atitudes da sua vida que é o fato de desconhecer momento em que vai
morrer.
O perigo que diagnósticos errados poderiam ter, assim como o possível aparecimento de um
tratamento eficaz no decurso da doença.
Por tudo isto podemos afirmar que a eutanásia é uma negação da medicina e que esta vira-se
contra o próprio médico.
Autor: Marcelo Carvalho
ANEXO 2
ÉTICA CRISTÃ 25
DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS HUMANOS
INTRODUÇÃO
De modo geral, podemos dizer que não há nenhum texto bíblico que proíba ou
que permita doação de órgãos humanos, uma vez que a pratica era totalmente desconhecida
nos tempos bíblicos. É verdade que sempre há aqueles que “gostam de encontrar nas
entrelinhas da Bíblia profecias e previsões sobre situações futuras, mas não há na Bíblia
nada, pelo menos especificamente, nem a favor nem contra à doação de órgãos humanos”.
Há alguns textos que, por analogia, poderiam ser utilizados para contrariar a
doação de órgãos. Vejamos alguns deles:
1) 1Co 6.19-20. Este texto, dentre outras afirmações sobre nós, fala que o nosso corpo
pertence a Deus. Isto poderia dar a entender que, pertencendo o nosso corpo a Deus, nós não
poderíamos dispor dele, por nós mesmos.
No entanto, nos melhores manuscritos originais da Bíblia, o verso 20 termina com a
expressão: "glorificai a Deus no vosso corpo". Nada diz o corpo pertence a Deus ou a nós.
Mas mesmo admitindo que a expressão é válida, pois aparece nas nossas Bíblias tradicionais,
podemos argumentar que o corpo pertence a Deus, mas nos foi dado para ser por nós
administrado e, doar um órgão para ajudar alguém a continuar vivendo, quando nós não
temos mais condições de vida, pode significar apenas um empréstimo, pois na ressurreição,
se for o caso, o órgão voltará para o seu devido lugar, pela infinita sabedoria de Deus.
2) Rm 8.23. Aqui Paulo fala especificamente da ressurreição dos mortos. Todos nós
aguardamos a redenção do nosso corpo e, poderíamos imaginar que Deus quer o nosso corpo
completo para aquele dia.
A respeito deste assunto, podemos questionar alguns pontos. Primeiro, como
aguardar um corpo completo, de pessoas que morreram em explosões, que despedaçaram
a maioria dos seus órgãos? Segundo, e as pessoas que foram? (a Igreja católica não
admite a cremação, talvez por causa deste princípio). Terceiro, e as pessoas que foram
mutiladas numa guerra e perderam membros inteiros de seus corpos, que ficaram
totalmente distantes do local para onde vieram continuar a viver, e depois morreram?
Quarto, e as pessoas que tiveram alguns órgãos doentes e os extirparam (como é o caso de
alguns cegos, que literalmente extraíram os olhos, e de pessoas que extraíram um rim, ou
outros órgãos)?
3) 1Ts 5.23. Quase dentro da mesma ideia acima, aqui Paulo fala de conservar espírito, alma
e corpo íntegros e irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Mas não se
pode entender neste texto qualquer à doação de órgãos do corpo (para mantê-lo íntegro ou
inteiro para a vinda de Cristo), pois a expressão inclui o espírito também e não se poderia
pensar na divisão do espírito ou da alma. A ideia no presente texto e mais moral do que física
ou material.
ÉTICA CRISTÃ 26
4) Mc 9.42-50. O Senhor Jesus fala que é melhor alguém entrar na vida sem um olho ou sem
um pé ou sem uma mão, do que tendo o corpo completo ir para o inferno. Alguém pode
imaginar, por aqui, que uma pessoa que doe um membro, seja ele qual for, na ressurreição
vai entrar aleijado no Céu. Na verdade, não é assim. O texto é figurado. Mesmo porque,
Jesus não quer que ninguém saia por ai cortando mão, pé ou arrancando olho por causa de
seus pecados, pois os nossos pecados são lavados e perdoados por Cristo. O que Cristo quer
ensinar nesta passagem bíblica é o sacrifício de certas renúncias que temos que fazer para
vivermos uma vida crista santa.
O PROBLEMA DA RESSURREIÇÃO
Muitos religiosos contrariam, por exemplo, a cremação, pois acham que isso
dificultaria a ressurreição de seus corpos no último dia. Mas se lermos cuidadosamente o
capítulo 15 da Primeira Carta aos Coríntios, vamos notar que não importa nada disso para a
ressurreição: Paulo fala do grão que precisa morrer (e o grão se desfaz totalmente) para que
possa dar origem a uma planta.
Afinal de contas, quando Salomão diz em Ec 12.7 que o pó volta a terra, como era
e o espírito volta a Deus, que o deu, nós entendemos que esse corpo vai se decompor
totalmente. Apenas os ossos vão permanecer por muito tempo, mas todos os demais órgãos
internos serão consumidos pela terra. Entendemos que, para Deus, no dia da ressurreição,
não haverá nenhum problema, estejam onde estiverem as partes de um determinado corpo.
Uma boa ilustração disso e o celebre texto do "vale de ossos secos", relatado em
Ez 37.1-14. Notem que era apenas um vale de ossos. Não diz que eram ossos de corpos
inteiros, mas apenas ossos humanos. Não se sabe onde aqueles corpos perderam seus órgãos
internos e externos e sua carne. Mas Deus mandou o profeta clamar aos ossos e eles
viveriam, e ganhariam espírito, e tendões, e carne, e pele (veja os versos 5-6). Mais à frente, o
texto diz que os ossos começaram a se ajuntar cada osso ao seu osso (v. 7). No verso seguinte;
vieram tendões, e cresceram as carnes e estendeu-se a pele.... (v.8). Não se sabe de onde
vieram essas partes daqueles esqueletos.
Mas, note-se, esta ilustração tem valor apenas parcial, pois aqui não se trata de
uma ressurreição, no modelo do último dia, mas de uma "revivificação". É importante
entender que, quando Paulo fala de ressurreição do último dia, ele fala de "corpo
espiritual", em contraste com "corpo animal" (1Co 15.44,46). E, fato muito importante aqui
é inquirir se o tal "corpo espiritual", como era o do Senhor Jesus depois da ressurreição,
tinha órgãos à semelhança do "corpo animal". Que aquele corpo ressurreto tinha, mais ou
menos a mesma forma, concluímos pela reação natural dos discípulos ao reconhecerem o
Senhor Jesus ressurreto e ao conviverem com ele por cerca de 40 dias. Sabe-se, por exemplo,
que aquele corpo tinha o poder de entrar num recinto fechado (como que desmaterializando-
se e materializando-se em questão de segundos – João 20.19-21).
Portanto, parece que não procedem as argumentações das dificuldades para a
ressurreição. Deus não tem este tipo de problema.
1. A Soberania de Deus. Deus é Soberano e pode fazer de nós e conosco o que Ele quer.
Assim, se Ele nos permite adoecer, e plano dEle. Ele nos fez, Ele e dono de nossas vidas.
ÉTICA CRISTÃ 27
Como disse Jó, a respeito da perda de seus filhos e de seus bens: "O Senhor o deu, e o
Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor" (Jó 1.21b).
2. As Declarações da Palavra de Deus. Muitas coisas estão postas para nos na Palavra de
Deus, expressamente. Um exemplo é a lista dos dez mandamentos. Ademais, no Novo
Testamento, há muitas declarações sobre o que o cristão pode e não pode fazer. No entanto,
não encontramos na palavra de Deus nada que proíba ou que permita ao cristão dispor do
seu corpo. É bem verdade que o apostolo Paulo, em Gl 4.15, fala que os gálatas, se possível
fora, arrancariam os seus próprios olhos e lhos dariam. Isso, talvez por algum tipo de
problema oftalmológico que incomodava o apóstolo e que era do conhecimento dos gálatas
(Gl 6.11). Mas, o texto representa uma hipótese impossível para aquele tempo, o que deve ser
entendido como uma metáfora. Portanto, como se diz em Direito: "Se não há lei, não há
crime".
3. A Moral Cristã. Isto quer dizer: aquele conjunto de regras válidas para a conduta de um
cristão, levando-se em conta a natureza da fé e os alvos mais elevados da vida espiritual.
Ora, aqui, o espírito altruísta do cristianismo, a começar com o Senhor Jesus Cristo, que deu
Sua própria vida por nós, é aceitável a atitude de alguém doar do que tem e que não Ihe
servirá mais, para favorecer a outrem que ainda precisa daquele bem para prosseguir, um
pouco mais, na jornada da sua existência. Portanto, a moral cristã, salvo melhor juízo,
favorece a doação de órgãos do corpo humano para transplante.
4. A Resposta de Deus à consciência do cristão. Isto quer dizer que o cristão, sobre assuntos
de maior indagação, ora a Deus, depois de analisar todos os itens acima, e procura auscultar
o que Deus o faz entender e sentir. Sentindo-se bem e confortável interiormente, o cristão
decide que é isso que Deus quer para ele.
E então, não tendo nada na palavra de Deus que o proíba, um cristão, diante de
uma consciência tranquila, poderá decidir sobre doar ou não doar órgãos do seu corpo para
transplante.
ANEXO 3
Deus criou o homem à sua imagem: e o criou a imagem de Deus; criou o homem e
mulher. Deus abençoou e lhe disse: frutificai e multiplicai-vos enchei a terra e sustentai-a e
dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se
arrastam sobre a terra. (Gn 1.27-28).
Deus fez cair um pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe então
uma das costelas e fechou a carne em seu lugar. O Senhor formou a mulher da costela que
tomara do homem e lha trouxe. O homem disse: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da
minha carne; esta será chamada de varoa, porque foi tomada do varão. Portanto o homem
deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher e serão uma só carne. O homem e a mulher
ÉTICA CRISTÃ 28
ambos estavam nus, e não se envergonhavam.” (Gn 2.21-25).
Os noivos devem planejar o seu casamento, pois é para sempre, enquanto aqui
viverem. Pois dessa união provavelmente virão filhos. “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a
terra, e sujeitai-a;”...(Gn 1.28). “Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre seu
galardão” (Sl 127.3).
A PROCRIAÇÃO
O casal deve escolher quantos filhos devem ter ou deixar que Deus dê a eles os
filhos que a fertilidade possa gerar ?
Filho trás responsabilidade, deveres e obrigações, tanto para mãe como para o
pai, por isso ambos devem pensar e planejar a vida que querem dar aos seus filhos.
Multiplicai-vos e enchei a terra, este mandamento para muitos parece ser o mais fácil de
obedecer, tem muitos que até exageram e se fosse possível dariam o máximo de si para a
proliferação da espécie, esquecendo-se de outras ordenanças divinas como: amar o Senhor
teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força (Dt 6.5; Mt 22.37).
Gerar filhos é também gerar responsabilidade para com Deus e a sociedade. O lar
cristão deve ser exemplo para outros lares. Deus tem que estar na direção da família (Sl
127.1).
Antes as famílias eram numerosas e era bem mais fácil criar e educar os filhos,
hoje não é assim. O mundo atual exige muito dos pais em relação aos filhos, a sociedade é
formada de jovens rebeldes sem amor, consumista, materialista sem temor de Deus e
desobedientes aos pais. Os meios de comunicações têm influência sobre os nossos jovens e
adolescentes, que ainda em fase de formação, se deixam levar pelas aparências, fantasias e,
por não terem boa orientação acabam tornando-se jovens de mentes vazias sem objetivos,
ociosos, irresponsáveis. Necessário é que os pais busquem forças e orientações divinas para
criar seus filhos, caso contrário eles se enveredarão por caminhos tortuosos, como as drogas
e o crime. Pois não são poucos os jovens que estão atrás das grades nas clínicas ou
manicômios e que são para a sociedade um fardo pesado, um caso perdido, pois são
considerados irrecuperáveis. Para essas pessoas voltarem ao convívio social, ao seio da
família, só por milagre de Deus (Is 45.2; Jr 32.27).
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