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FATUN INTRODUÇÃO À ÉTICA CRISTÃ

Esta obra não tem a pretensão de esgotar o assunto, e sim dar aos
estudantes da Ética Cristã uma oportunidade, se já não tiveram, de se
aprofundarem no assunto e terem uma base sólida; e para os que já foram mais
adiante uma oportunidade para relembrar e atualizar-se.

Todos os Direitos Reservados. Copyright – 1999.

Está em vigor a Lei nº 9.610, de 19/02/98, que legisla sobre


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xerocópia ou outros meios, obras intelectuais sem a Autorização
por Escrito do autor.

ÉTICA CRISTÃ
Edição 2004
INDICE
1 – INTRODUÇÃO . . . . . . 04
2 – O QUE É ÉTICA . . . . . . 04
3 – DIFERENTES TIPOS DE ÉTICA . . . . 05
4 – ÉTICA CRISTÃ . . . . . . 06
5 – CONCEITOS DA ÉTICA UNIVERSAL . . . 07
6 – FAMÍLIA . . . . . . 08
7 – CONCEITOS DE BEM E MAL . . . . 08
8 – CARÁTER E COMPORTAMENTO. . . . 09
9 – HONESTIDADE . . . . . . 09
10 – CONSCIÊNCIA . . . . . . 10
11 – CORRUPÇÃO . . . . . . 10
12 – AMBIENTE MORAL. . . . . . 12
13 – CONFORMISMO . . . . . . 13
14 – ÉTICA NA FAMÍLIA. . . . . . 14
15 – ÉTICA MINISTERIAL. . . . . . 15
20 – BIBLIOGRAFIA . . . . . . 52
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FATUN INTRODUÇÃO À ÉTICA CRISTÃ

I – INTRODUÇÃO

A Ética pode ser definida de várias maneiras


segundo a moralidade. Ela trabalha os princípios e
as regras que regem a moral de uma sociedade.

II - O QUE É ÉTICA?
É o estudo crítico da moral em meio a sociedade.
Ética é na pratica tudo aquilo que você pensa ou faz
baseado em regras ou normas, logo as decisões morais
tomadas pelo homem não são simplesmente
coincidências, nem mesmo imprevistas e, sim,
resultado de uma determinação, uma decisão
planejada.
(Pv 22.6 “Instrui o menino no caminho em
que deve andar, e, até quando envelhecer,
não se desviará dele.”).

 Logo, ÉTICA CRISTÃ: é um somatório de princípios


e regras que dominam e dão sentido a vida moral
cristã.
 Prioridades da Ética Cristã: Deus, Eu, Família e
Igreja.

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 estudo da ética trabalha investigando todas as
decisões, escolhas e avaliações realizadas pelo
homem em relação aos valores da vida.
 Já a ética cristã visa averiguar o que o homem
pensa sobre Deus através de suas ações e
decisões. (O que és, impede-me de ouvir o que
dizes).
 As duas perguntas fundamentais da ética cristã:

 Por que está sendo feito isto?


 Que benefício isto trará a quem faz ou a quem se
destina?

III - DIFERENTES TIPOS DE ÉTICA

a - Social: esta relacionada aos princípios que


regem o comportamento da família e da
sociedade.
b - Religiosa: trabalha formando um ideal de
conduta visando o aspecto espiritual da vida e a
relação do homem com Deus.
c - Política: trabalha com a avaliação dos princípios
que dominam a condução e administração do
bem público.

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d - Tradição: é aquela que concorda com os
hábitos predominantes, principalmente os da
família.
e - Hedonista: o conceito Supremo da vida é o
prazer - liberação sexual sem fronteiras.
f - Naturalista: o homem é o produto do meio
ambiente, da natureza - ele faz parte da
natureza - adeptos do nudismo.
g - Imediatalista: trabalha com o conceito de que o
comportamento não deve ser guiado por
nenhum princípio moral - cada um faz o que
pensa.
h - Estética: visa transformar coisas insignificantes
(insignificâncias) em beleza, como se fosse a
coisa mais importante da vida.
i - Relativista: o homem é o parâmetro de todas as
coisas. Uma opinião é tão boa quanto outra,
tudo é relativo.

IV - ÉTICA CRISTÃ

É um somatório de princípios e regras que regem e dão


sentido a vida cristã moral.
A ética cristã apresenta o crente ao mundo, diante de
quatro pontos. São as chamadas evidências, vejamos quais
são:
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1. Uma pessoa nascida de novo – através da conversão
ao Senhor Jesus – Veja o caso de Nicodemos: Jesus
disse que ele deveria nascer de novo; Jo 3.7:
“Não te maravilhes de te dito: Necessário
vos é nascer de novo”
2. Sal da terra e luz do mundo – fala do exemplo de vida
que todo o cristão deve demonstrar no seu viver diário –
é o chamado “modus vivendi” ;
3. Testemunha de Cristo – testemunhar tanto com a vida
como através das palavras – “martyrion”, uma
testemunha viva de Cristo; e
4. Restaurador de vidas – fala de resgatar das trevas e do
lamaçal de pecados aqueles que vão perecendo,
destinados ao inferno. Jd 23.
“E salvai alguns com temor, arrebatando-os
do fogo, odiando até a túnica manchada da
carne.”

V - CONCEITOS DA ÉTICA UNIVERSAL

 Lar: é o ambiente moral, expressão física do


casamento e principal núcleo da sociedade - A Célula
Mater. Este conceito é secular e o normal pela
inversão de valores da sociedade moderna é rejeitar
esse modelo. Inviolável juridicamente e moralmente, e
universalmente reconhecido.
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 A Propriedade: de acordo com o Bíblia toda e


qualquer propriedade pertence a Deus e só Ele tem o
direito absoluto sobre tal. Inviolável juridicamente, e
universalmente reconhecido, porém podendo em
alguns casos ser desapropriada, para fins sociais ou
para o bem da ordem pública.
(Lv 25.23 “Também a terra não se venderá em
perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós
sois estrangeiros e peregrinos comigo.”).

 A Igreja: reunião de pessoas libertas da filosofia do


mundo ou moral mundana. Temos aqui a igreja local,
formada por pessoas de todas as camadas sociais e
vinculadas ao mesmo ministério - teoria versus pratica.
O local de culto é Inviolável juridicamente e
moralmente, e universalmente reconhecido.

VI - FAMÍLIA

- Segundo a Bíblia, a família é uma associação de


pessoas (de sexo opostos) que se amam e possuem os
mesmos ideais de vida - casam-se - formam um lar - geram
filhos.
 Deus: deve ser o elemento principal no seio da família.
 Marido e Esposa: formadores, mantenedores e co-
responsáveis pela estabilidade e paz da família.
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 Filhos: é o alvo e o resultado de uma relação
matrimonial amorosa.
 Lembre-se: DEUS é o elemento central da família.

VII - CONCEITOS DE BEM E MAL

 Bem: a Palavra de Deus não aponta a origem do


bem. Deus é o próprio bem e fora dele é impossível
existir o bem - Deus é a essência do bem, não
existe bem fora de Deus.

 Mal: é o contrário do bem, é essencialmente aquilo


que é desagradável e ofensivo - é o que afasta o
homem de Deus, que o tira da pratica do bem.

VIII - CARÁTER E COMPORTAMENTO

 Caráter: é o conjunto de qualidades que distingue o


indivíduo.
 Comportamento: conjunto de ações de um indivíduo.

IX - HONESTIDADE

* Condição de Integridade da conduta do indivíduo.


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Quando falamos de honestidade estamos salientando
todos os prismas que compõem a integridade. Honestidade
é um conjunto de ações, procedimentos, condutas e
observações de valores morais éticos.

A honestidade não acontece facilmente, mesmo entre


os evangélicos, ela não é uma coisa simples. Não é como
fazer ou deixar de fazer e, sim, uma opção consciente por
fazer o correto sempre, mesmo que isto implique em
prejuízo. E neste ponto encontramos duas das maiores
inimigas da honestidade, vejamos abaixo quais são:

 Desonestidade: é tudo que burla ou fralda o direito


do próximo, isto em qualquer circunstância.

 Mentira: é uma farsa. é o engano dos sentidos.


Quando é de origem maligna provoca morte,
destruição e infelicidade. Já aquela que vem da
fraqueza do homem não extrapola as
circunstâncias do momento e só desabona o
mentiroso. Não causa dano a ninguém - mas tenha
cuidado pois, o Diabo é o pai da mentira.

 Como combater a mentira:

Leia Rm 3.4 “De maneira nenhuma! Sempre


seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso,
como está escrito: Para que sejas justificado em
tuas palavras e venças quando fores julgado.” e

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Ef 4.25 “Pelo que deixai a mentira e falai a
verdade cada um com o seu próximo; porque
somos membros uns dos outros.”

1 - Usando a Palavra de Deus:

Jo 8.32 “e conhecereis a verdade, e a verdade


vos libertará.”

2 - Formação pessoal: Pv 22.6


(“Instrui o menino no caminho em que deve
andar, e, até quando envelhecer, não se desviará
dele.”).

3 - A consciência: é decorrente da formação familiar.

X - CONSCIÊNCIA
É a faculdade de estabelecer julgamentos morais
dos atos realizados ou a realizar.
- Faculdade é uma força de ajuda padrão.
- Funções: acusa ou defende: após analisar os
acontecimentos.

XI - CORRUPÇÃO
É a decomposição dos valores éticos da sociedade.
A sociedade brasileira encontra-se totalmente
destituída de seus valores éticos e morais. Os valores
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da boa moral foi substituído por mentiras, leviandade,
licenciosidade, enfim toda sorte de inversão de valores.
Por exemplo: a mentira tomou conta da sociedade
de tal forma que hoje em dia é mais fácil mentir do que
falar a verdade. Quem fala a verdade é tido como
idiota, “bobo”. Esse é ponto em que chegamos.

a - Circunstâncias favoráveis:

1 - Incapacidade moral; e

2 - Confusão ética.

b - Como combaté-la:

1 - Não buscar seus interesses em primeiro lugar;


e
2 - Aceitar que o dinheiro é um conseqüência e
não o alvo da vida profissional

XII - AMBIENTE MORAL


É o conjunto de filosofias de vida que habitam
nosso pensamento em decorrência de nosso
aprendizado ou vivência (experiência).
a - Exemplos de ambientes morais:
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- A família; aquela bem ajustada e nos moldes da


Palavra de Deus, integrada aos ensinamentos
cristãos.
- A profissão; a profissão e o local de trabalho
podem ser exemplos de ambientes morais
positivos e negativos, vai depender dos
comportamentos das pessoas que ali trabalham.
- A escola (em todos os níveis); e
- A religião (nem todas são recomendáveis,
principalmente algumas heréticas e permissivas –
leia-se prostituição, pornografias e etc.).

b - O senso comum (idéia predominante).

c - A bíblia diz que o ambiente moral deteriorado


contamina o salutar
(I Co 15.33 “Não vos enganeis: as más
conversações corrompem os bons
costumes.”).

XIII - CONFORMISMO
É o ato de concordar com todas as situações sem tentar
qualquer reação.
- O Conformismo pode ser: Voluntário ou Induzido.
Rm 12.1 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que apresenteis o vosso
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corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional.”
a - Onde age o conformismo:
1 - Na mente: acontece porque o pensamento é
uma ação encubada;
2 - Na linguagem: aparece na expressão; I Co
15.33 - más conversações.
(“...as más conversações corrompem os bons
costumes”)
3 - Ações pessoais: o que fazemos diz o que
somos; e
4 - No ensinamento que passamos aos outros.

b - Fontes de pressão para o conformismo:


1 - As pessoas próximas - nos levando a uma
inércia.
2 - Grupos sociais; e
3 - Os negócios - quando os negócios não vão
bem, ou quando as coisas se estabilizam.

XIV - ÉTICA NA FAMÍLIA

Quando Deus criou o ser humano colocou nele


mecanismos especiais que fazem com que os sexos
opostos se atraiam. Isto é: um conjunto de sentimentos e
emoções que torna o homem capaz de viver em família.

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Deus não criou essas aberrações que andam por aí. E
já estão sendo realizados até “casamentos” homossexuais
em vários países do mundo. O homem está cometendo uma
série de abominações ao Senhor Deus.

a - Namoro: A Bíblia não fala de namoro, isto porque


trata-se de uma relação moderna. Mas não é por
isso que vamos dizer que é pecado namorar. - A
atração entre os sexos iniciada na adolescência é
que dá início a fase do namoro - o único objetivo é
conhecimento mutuo, (ficar, flertar, amizade
colorida e etc.).

b - Noivado: A Bíblia não fala diretamente sobre o


noivado, porém o acordo nupcial dos tempos
bíblicos é o compromisso que mais se assemelha
ao noivado atual. É bom advertir que o fato de
noivar não da direito ao casal de efetivarem o
casamento através de intimidades e relações
sexuais, tendo como pretexto o amor e o
compromisso assumido.
* Definição Noivado: Compromisso de Casamento.

c - Casamento: é um compromisso tanto físico, como


moral, que antes de mais nada envolve amor e
respeito.

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Razões para o casamento:
1 - Complemento afetivo (relação amorosa);
2 - Concepção, que segundo a Bíblia é uma
conseqüência espontânea do amor; e
3 - Regularidade sexual (para que ambos desfrutem dos
prazeres a dois).
Ec 9.9 “Goza a vida com a mulher que amas,
todos os dias de vida da tua vaidade; os quais
Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua
vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida e
do teu trabalho que tu fizeste debaixo do sol.”

Atenção:
- evite namorar pessoas indicadas por terceiros;
- a Bíblia condena a união com incrédulos; e
- ninguém deve casar-se orientado por profecia (Exortar,
consolar e edificar).
- Se você estiver carente, sensível demais – evite
namorar e até firmar compromisso para a vida toda.

XV - ÉTICA MINISTERIAL

Os obreiros precisam entender que a Igreja é


propriedade de Cristo e que todos somos iguais.

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(IPe 5.3 “nem como tendo domínio sobre a
herança de Deus, mas servindo de exemplo ao
rebanho.”)

a - Obrigações de Vida Cristã:

1 - Deve conter os impulsos carnais, Rm 7.19 “Porque


não faço o bem que quero, mas o mal que não
quero, esse faço.”;

2 - Deve ter cuidado com o seu temperamento , Rm


12.18 “Se for possível, quanto estiver em vós,
tende paz com todos os homens.”;

3 - Deve ter cuidado com a língua , Sl 34.13 “Guarda a


tua língua do mal e os teus lábios, de falarem
enganosamente.”; e

4 - Tratar bem seus cooperadores.

b - O Obreiro deve agir:

1 - Nunca tomar decisões que afetem a Igreja, sem


uma prévia consulta;
2 - Nunca deve levar seus liderados a tomarem a
decisão que lhe agrade;
3 - Nunca falar mau dos cooperadores;
4 - Nunca liderar por decretos; e

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5 - Todavia lembre-se, agradar a todos, nem
sempre é o melhor negócio.
6 - Não seja autoritário – tente sempre o meio
termo, conte até dez antes de se expor.
7 - Procure agir com sabedoria – Salomão afirmou
que quem é precipitado no falar peca. Isto serve
para todos nós.

c - Ética na membrasia:

 comportamento deve estar compatível como os


acordos denominacionais.
 Neste ponto é importante que se faça a diferença
entre doutrina e costume, o primeiro é imutável e
o segundo temporal.

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XVI - A IGREJA E O DIVÓRCIO

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Divórcio é um dos assuntos de aspecto social e,


talvez o mais complexo e polêmico, pois envolve
antes de mais nada muito preconceito.
a - O Divórcio no Antigo Testamento:

 Quando Deus formou o homem e a mulher,


os formou com propósito de viverem felizes
e para que repartissem essa felicidade. Para
formarem um família – “um homem e uma
mulher”

Gn 2.24 “Portanto, deixará o varão o seu


pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne.”

 Mas antes da instituição do Divórcio, muitos


judeus abandonavam suas mulheres, e elas
perdiam o direito a herança paterna.
Simplesmente eram largadas.

 Divórcio foi criado na Legislação de Moisés


para regularizar uma situação e por fim ao
vitupério feminino. As mulheres eram
abandonadas sem amparo e sem condições
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continuarem tendo uma vida digna e


honesta. A idéia era a de amparar as
mulheres e não separar os casais, e nem tão
pouco facilitar para os maridos pudessem a
hora que quisessem abandonar suas
mulheres ou mesmo trocar por uma mais
nova.

b - O Divórcio no Novo Testamento:

 Mesmo quando foi estabelecido no A.T. o


Divórcio já era praticado pelos povos pagãos
- veja o que Jesus diz em:

Mt 19.7 “7 Disseram-lhe eles: Então, por


que mandou Moisés dar-lhe carta de
divórcio e repudiá-la? 8 Disse-lhes ele:
Moisés, por causa da dureza do vosso
coração, vos permitiu repudiar vossa
mulher; mas, ao princípio, não foi
assim.” e
Mc 10.8-12 “8 E serão os dois uma só
carne e, assim, já não serão dois, mas
uma só carne. 9 Portanto, o que Deus
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ajuntou, não o separe o homem. 10 E em


casa tornaram os discípulos a interrogá-
lo acerca disso mesmo. 11 E ele lhes
disse: Qualquer que deixar a sua mulher
e casar com outra adultera contra ela. 12
E, se a mulher deixar a seu marido e
casar com outro, adultera.”.
 “A não ser por causa da Prostituição”: na
Nova Aliança, os privilégios do crente não
são menores. Embora o Divórcio seja uma
tragédia, a infidelidade e um pecado tão
cruel contra o cônjuge inocente, que este
tem o justo direito de por terminar o
Casamento mediante o Divórcio. Neste
caso, ele ou ela está livre para casar-se de
novo com um crente.

(I Co 7.27,28 “27 Estás ligado à mulher?


Não busques separar-te. Estás livre de
mulher? Não busques mulher. 28 Mas, se
te casares, não pecas; e, se a virgem se
casar, não peca. Todavia, os tais terão

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tribulações na carne, e eu quereria


poupar-vos.”).

 Divórcio é o último recurso que o casal


deve lançar mão.

c - A Prática do Divórcio:

 Não há razão para proibir o divórcio entre os


cristãos, visto que ele é uma realidade e as
vezes se faz necessário.

 Devemos reconhecer que há os que


necessitam realmente divorciar-se, e não
podemos tapar o sol com a peneira, dizendo
que não devemos permitir o divórcio em
nosso meio.

 Nem toda união é aprovada por Deus,


muitas são frutos da imprudência ou paixão
carnal.

d - O Ministro do Evangelho e o Divórcio:

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 Antes de mais nada, o ministro do Evangelho é
um homem normal e está sujeito as paixões
humanas; ele, como todos os membros tem
direito a beneficiar-se da lei.

 Não podemos e nem devemos aniquilar um


ministério em decorrência de uma questão
conjugal, que muitas vezes ele não é culpado;
por isso a CGADB acatou a proposta do Ilustre
Pr. Gilberto Malafaia de que o Ministro em
exercício não perdesse o seu pastorado em
decorrência do divórcio provocado pela
infidelidade da esposa, todavia a CGADB não
abriu exceção para a consagração de obreiros
já divorciados.

 Recentemente em deliberação a CGADB


deferiu competência para que as Convenções
Estaduais analisem caso a caso o processo de
divórcio de ministro em exercício.

XVII - VIDA SEXUAL

Sexo é toda diferença física entre o homem e a mulher.

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Conceitos históricos sobre o assunto:

a - Mani - Fundou o Maniqueísmo (3º século) - sua


filosofia era de hostilidade contra o corpo, o sexo, a
mulher; e sobre o sexo feminino, ele ensinava que
era uma criatura do demônio. E o homem era um ser
só pela metade, superior (sua intelectualidade), sua
parte inferior (órgãos sexual) pertencia ao Diabo.

b - Agostinho - afirmava que o ato sexual reabria a


ferida espiritual curada por Cristo com sua obra
redentora.

c - Tomás de Aquino - era um dos mais respeitáveis


pais da Igreja - ensinava que o relacionamento sexual
é perfeitamente natural para o homem e a mulher e
que o prazer sexual não precisava ser compensado
por outros valores - Já que o sexo em si mesmo não
é pecaminoso - (e sim suas formas erradas é que
são).

d - Jerônimo - um dos mais eminentes pensadores da


Igreja dos primeiros séculos, o sexo tem uma função
puramente animal, e que não há nenhuma ligação
entre este e o amor. Nesta área ele ensinou ainda
que de Adão até Cristo prevaleceu o império do sexo.
Agora está tudo radicalmente mudado.

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 Toda pessoa batizada é consagrada a Cristo,
vocacionada a uma vida virginal. A virgindade é o
único verdadeiro ideal para o cristão.

 casamento é tolerado, a contragosto, em função


da procriação. A mulher não tem vez e é colocada
na posição de sempre uma dissoluta em potencial,
um instrumento do demônio. Os casados eram
cristãos de 2ª classe.

e - Orígenes - um dos mais destacados lideres da Igreja


Primitiva, considerava o sexo como algo tão
ignominioso e pecaminoso que, num imprudente
acesso de zelo, chegou a castrar-se, tanto era o seu
temor em se envolver com o mesmo.

f - Interpretação Cristã do sexo - do ponto de vista


cristão, o significado do sexo não pode ser aceito em
desacordo com o propósito divino, é sempre positivo.

 A seguir vamos abordar a questão do


planejamento familiar.

VXIII - PLANEJAMENTO FAMILIAR

Cada casal cristão tem de ter autonomia e competência


para estabelecer o número de filhos que terão, de acordo e

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em consonância com a vontade de Deus. Este assunto é
bem particular de cada família. Por outro lado a Igreja tem
de orientar, esclarecer dúvidas e discutir os preconceitos
existentes sobre o tema para que tabus sejam quebrados e,
assim, cada casal decida com equilíbrio e sem pressões
quantos filhos terão.

a - Bases para o Planejamento Familiar:


- A Palavra;
- Finanças;
- Educação;
- Conforto e Tranqüilidade.

É comum questionarmos: é pecado evitar filhos? Veja


as respostas que surgem:
“E Deus os abençoou e Deus lhes disse:
Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e
sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e
sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal
que se move sobre a terra. (Gn 1.28).
Portanto a mulher tem o sagrado dever de trazer filhos à
vida.” - Jacó, o Patriarca teve 12 filhos.”
Deus é quem sabe o número de filhos que vamos ter e
se Ele quiser que pare, vai fechar a madre.” - Deus sabe,
mas Ele também espera que o casal saiba.

b - Por que Planejar?

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 Para conceder melhores condições de vida.
 Cremos que Deus não é contrário a limitação do
número de filhos.
 Preservar a saúde da mulher.

c - Métodos de Planejamento:

 Contraceptivos;
 Ligadura de trompas e vasectomia;
 Tabela;
 Preservativos;
 Substâncias espermicidas; e
 Intervenção química.

Nota: O autor dessas linhas não tem a intenção de


indicar qualquer um desses contraceptivos ou
métodos e sim informar os mais usados por
aqueles que fazem planejamento familiar.

XIX - CIDADANIA DO CRISTÃO

Alguns pregadores têm invertidos as coisas. dizem que


somos cidadãos dos céus e o resto não importa. Jesus
disse: “dai a César o que é de César, a Deus o que é de

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Deus.” Esta afirmação nos dá a idéia exata da cidadania
que devemos praticar. Antes de ser um cidadão do céu, o
cristão faz parte da sociedade terrena; tem deveres e
direitos, tudo na base da lei.

a - Estado - é um organismo político-administrativo, que


possui um governo próprio.

b - Autoridade Civil - é todo cidadão que exerce um


função administrativa ou legislativa com base na lei.

No Brasil, a Igreja jurídica e politicamente vem ao longo


do tempo separada do Estado, porém historicamente sua
influência política sempre visível e determinante nas
políticas sociais, bem como na manifestação cultural e
religiosa da população brasileira.

A seguir veremos uma questão polêmica mais


envolvente que é a participação política da igreja nas
decisões norteadoras da nação.

XX - A IGREJA E A POLÍTICA

A Igreja deve participar da política?

- Não! A política é tarefa do Estado.

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- A comunidade de salvos não deve apoiar esse ou
aquele político, ou interferir em forma de pressão no
processo eletivo enquanto igreja; porém, enquanto cidadão,
todo cristão deve exercer seus direitos e deveres
(cidadania).

a - A Igreja e o Império Romano:

- A Igreja cristã começou a ser perseguida, nos


primeiros três séculos pelo império romano exatamente por
suas convicções. Havia uma enorme diferença entre ela e o
Estado Romano. Quando a Igreja abriu mão de várias de
suas convicções e se juntou ao Império, ela caiu em
desgraça.

b - O perigo do Comprometimento:

- O resultado de toda essa mistura é a monolítica Igreja


Romana. Então, o testemunho começa a declinar e perde
por fim sua capacidade de atuação.

XXI - DEVERES CIVIS DO CRISTÃO

Os deveres civis são aqueles prescritos na lei. Quais


são eles?
 Respeito à Pátria - o cristão tem o dever de
demonstrar respeito por sua terra.
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 Respeito à Autoridade - toda autoridade vem de
Deus. A Bíblia ensina que devemos orar pelas
autoridades,
Rm 13.1-3 “1 Toda alma esteja sujeita às
autoridades superiores; porque não há
autoridade que não venha de Deus; e as
autoridades que há foram ordenadas por Deus.
2 Por isso, quem resiste à autoridade resiste à
ordenação de Deus; e os que resistem trarão
sobre si mesmos a condenação. 3 Porque os
magistrados não são terror para as boas obras,
mas para as más. Queres tu, pois, não temer a
autoridade? Faze o bem e terás louvor dela.”.
 Tributar - devemos pagar nossos impostos e,
sempre fazê-lo honestamente, como Jesus o fez; “Dai
a césar o que é de césar...”.
 Serviço Militar - servir a pátria quando solicitado.

XXII - NORMAS

Tendo por base os conceitos éticos, normas são


medidas que indicam o padrão coletivo ou individual de uma
organização ou sociedade. Essas normas são classificadas
de duas maneiras. Vejamos quais são?

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 De Comportamento - de conduta profissional,
familiar ou religiosa.

 De Moral - relação interpessoal

XXIII - INTELECTO

É o impulso inteligente do indivíduo.

Razão - faculdade básica que existe em cada ser


humano.

- Como a razão atua?

* Analisa fatos;
* Faz opções;
* Questiona objetivos;
* Aponta os meios;
* Dispara os motivos pelos quais devemos agir; e
* Reflete sobre as conseqüências.

XXIV - CONVICÇÃO

É um certeza absoluta e envolvente.

a - Fontes da Convicção:

1 - Formação - muito do que cremos vem da nossa


convicção familiar, a localização geográfica, a
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classe social e os preconceitos que adquirimos ao
longo da vida.
2 - Experiência - confiamos muito baseado em nossa
própria experiência, muito mais do que admitimos.
3 - Ensinamentos - muitas vezes são os ensinamentos
que nos induzem a crer. Os ensinamentos em geral
nos fazem crer positivamente ou negativamente, vai
depender da fonte do conhecimento a ser
transmitido.
4 - Pressão dos cônjuges - adquirimos a maneira de
pensar de quem nos associamos. Quase sempre
um dos cônjuges tem maior ou menor influência
sobre o outro em áreas diferentes da vida, que vai
desde os negócios até os afazeres domésticos.
(1Co 15.33).

b - Áreas da Convicção: Pessoal e Universal

XXV - FRACASSO
Pode ser definido como sendo a sucessão de derrotas, mau
êxito.
* O Sucesso nunca é definitivo, mas o fracasso
sempre.
a - O cristão é um derrotado?

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- Não! Mas as vezes falhamos em fazer o que Deus
quer.
Rm 7.7-25 “7 Que diremos, pois? É a lei
pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci
o pecado senão pela lei; porque eu não
conheceria a concupiscência, se a lei não
dissesse: Não cobiçarás. ...”

b - O que Deus deseja?


- Obediência! Na imperfeição a obediência irrestrita.

c - Qual a nossa realidade?


- Fraqueza! “O meu poder se aperfeiçoa na sua
fraqueza”.
Fl 4.13 “Posso todas as coisas naquele que me
fortalece.”
O Impacto do Fracasso. É terrível!
- Sentimentos derrotista;
- Esperança aniquilada;
- Total abatimento de ânimo;
- Negativismo exagerado; e
- Perda da fé.

XXVI - O CONCEITO DE PROPRIEDADE

O CONCEITO CRISTÃO DE PROPRIEDADE

a - Deus é o dono de todas as coisas:


1 - Deus é o Criador.
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Gn 1.1 “No princípio, criou Deus os céus e a
terra.”
2 - O propósito da criação.
Gn 1.31 “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e
eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã:
o dia sexto.” e
Dt 32.4 “Ele é a Rocha cuja obra é perfeita,
porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é
a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto
é.”
3 - O procedimento de Deus após a queda do homem:
- Conseqüências do pecado;
- Renovação da aliança feita com o homem; e
- Perdeu a posição de domínio.

b - Princípios Bíblicos acerca da propriedade:


1 - Não é pecado possuir bens terrenos: Abraão: pai da
fé/Salomão e a sua riqueza
2 - O uso dos bens terrenos:
- Repartindo com o próximo;
- O bom uso dos bens traz benefícios; e
- Possuir bens ilicitamente é pecado: sonegação
fiscal.

c - O homem como mordomo:

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1 – Deus, quando da criação colocou tudo a disposição
do homem: Gn 1.26;
2 - A propriedade individual de bens: AT - Nm 26.52-55;
Dt 19.14 e NT - Mt 6.19-21: “Não
ajunteis tesouros na terra, onde a
traça e a ferrugem tudo consomem, e
onde os ladrões, minam e roubam; ...”
3 - A propriedade coletiva: divisão dos bens entre o
povo de Israel (Js 13 a 19): a primeira reforma
agrária biblicamente falando foi feita sob a
liderança de Josué - divisão de bens entre a
Igreja primitiva (Atos).
4 - A prestação de contas: 1Co 3.13-15 e Ap 20.11,12;
Leia ainda Mt 25.15-30. José do Egito foi um dos
grandes exemplos de todos os tempos de um
homem prestava contas de tudo o que fazia, tanto
na prisão como governador do Egito.

XXVII - O CRISTÃO E O TRABALHO

- A Bíblia diz que Deus trabalhou por um período de


tempo e depois descansou da Sua obra de criação, e
ao observar tudo quanto tinha feito, viu que era muito
bom. (Gn 2.2; 1.31). Da mesma forma, o homem deve
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trabalhar e sentir-se realizado na execução de seu
trabalho diário.

a - O que a Bíblia ensina sobre o Trabalho:

1 - O trabalho executado por Deus: “Meu pai


trabalha até agora, e eu
trabalho também”. Jo 5.17
2 - O homem e suas relações com o trabalho:

- No AT: vejamos algumas profissões - Caim era


lavrador, e Abel pastor de ovelhas (Gn 4.2); Noé
tornou-se construtor (Gn 6.14); os Israelitas também
trabalharam em construção quando estavam na
servidão no Egito e muitos deles foram oleiros (Ex 1.11-
14); José foi governador do Egito (Gn 41.40); Boaz era
fazendeiro, Davi pastor de ovelhas; Josué foi um
valente soldado e etc.
- No NT: Jesus não somente deu ensinos acerca
do assunto, como podemos notar em suas parábolas
que sempre falavam de homens ocupados nesse ou
naquele trabalho (Mt 18.23-35; 20.1-14; 25.15-30),
como também deu exemplo com a sua própria vida
diária.

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O Senhor sempre estava ocupado: quer ensinando
à multidão (Mc 9.11-13; Lc 5.15), quer libertando os
oprimidos; curando enfermos e etc.

b - O propósito do trabalho:
1 - O trabalho dignifica o homem:
- dá condições de sobrevivência;
- é usado como expressão de amor ao próximo
(At 20.35); e
- promove a realização pessoal
(Pv 10.9 “Quem anda em sinceridade anda
seguro, mas o que perverte os seus caminhos
será conhecido.”).
2 - O trabalho promove o equilíbrio da sociedade;

3 - A fé e o trabalho diário:
- A opção do cristão - “todas as coisas me são
lícitas, mas nem todas me
convêm ...”
- A influência dos pais; e
- “Eu vivo pela fé ou ...vive da fé dos outros”.
- o que tem de picaretas por aí não está em
conta, uns vendem CDs, cobram para pregar,
outros se dizem artistas evangélicos, outros
pedem ofertas de todos os valores – dizem: “dê
o seu tudo” – quer dizer todo o seu salário.

c - O trabalho Ministerial:
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1 - A chamada geral: Mc 16.15; e
2 - A chamada específica: At 9.15; 1Tm 3.1; Ef
4.11 e Ec 3.1

XXVIII - A ÉTICA E O CULTO


À palavra culto automaticamente vem ligada a
idéia de louvor, reconhecimento, ações de graça;
isto porque é impossível tributar-se culto a alguém
ou a algum tipo de divindade, quando não se tem
motivo para fazê-lo. O mesmo acontece em relação
ao culto cristão.
Atualmente os cultos têm tomado conotações
diversas, desde shows a apresentações
dramáticas-circenses. Os culto ao Deus vivo deu
lugar a auto glorificação do homem, da carne.
Técnicas de psicologia e teatrais estão sendo
usadas como armas para manipular as pessoas
incautas e desprotegidas de conhecimento para
garantir o lucro dos seus protagonistas cobiçosos
de torpe sentimento ultrajante.
O culto virou entretenimento dominical, onde as
pessoas vão para uma reunião social, rever

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amigos, namorar, como para dar uma satisfação a


Deus, a família e ao Pastor da Igreja.

a - Tipos de Cultos:

1 - Congregacionais - são os normais,


evangelísticos ou doutrinários;
2 - Aniversário - em ação de graças pelo
aniversário de alguém ou de Templos;
3 - Formatura - formatura de membros da
Igreja, pessoas afins e etc.;
4 - Voto - é mais comum no interior do país,
realizado para agradecer bênçãos
recebidas: Ec 5.5; e
5 - Evangelísticos - realizados em praças
(Concentrações, Cruzadas e ao Ar livre),
ginásios, clubes e etc.

b - Cântico e Louvor: existe diferença?


1 - Cântico - Ef 5.18, 19 Veja a importância do
cântico no culto cristão; e

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2 - Louvor - cantar sugere apenas bocejar


palavras sob a melodia e ritmo duma
música, enquanto que louvor é cantar
permitindo que a letra e a melodia do hino
nos levem ao quebrantamento e às lágrimas.
Louvor abre os ouvidos, amacia o coração e
lubrifica o mecanismo da alma dos que ouvem a
pregação do evangelho. (Dt 10.21)

c - Reverência e Ordem no Culto:

1 - Ponto de encontro entre a criatura e o


Criador: Sl 148; e

2 - A santidade do Templo: Ex 3.5 e Js 5.15

XIX - A ÉTICA E O DIREITO

DIREITO E SOCIEDADE: FUNÇÃO SOCIAL

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 direito vem do latim directum – aquilo que é reto.


Num sentido figurado, significa
aquilo que está de acordo com a
lei.
 direito nasceu com a sociedade. Sua história confunde-
se com a história desta. Não há direito sem sociedade e
vice-versa.
 Onde está o homem aí está o direito: ubi homo, ibi
ius. No mesmo sentido: ubi sociestas, ibi ius; nec
societas, nec ius.
 Direito é lei e ordem: conjunto de regras obrigatórias
que garante a convivência
social graças ao
estabelecimento de limites à
ação de cada um de seus
membros.
 Direito como exigência essencial e indeclinável de
uma convivência ordenada.
 Há e sempre houve norma, fenômeno jurídico, onde
quer que haja um agrupamento social, coexistência de
indivíduos: família, unidade tribal, entidade estatal.
Sempre vamos encontrar o Direito, ainda que
rudimentar, a regular as relações humanas.
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FATUN INTRODUÇÃO À ÉTICA CRISTÃ

 Direito como fato ou fenômeno social; não existe


senão na sociedade e não pode ser concebido fora dela.
 Direito como freio à expansão individual e egoísta do
homem.
 Direito realiza uma conjugação entre sociedade e
indivíduo.
 Sociedade: convivência permanente entre seres.
Complexo de pessoas e coisas organizadas, visando
produzir, possuir e comerciar. É o meio em que o
Direito surge e se desenvolve.

Principais Institutos da Vida Social:

1. Família – é a instituição mais antiga, já que composta


por fatos biológicos e sociais.
2. Propriedade – ligada às formas de produção e
distribuição dos bens. O sistema legal da propriedade
é a espinha dorsal dos sistemas sociais e dos regimes
políticos.
3. Estado – cuida da disciplina da vida social,
submetendo relações ao império da lei. – regula a vida
em sociedade.

DEFINIDO O DIREITO:
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1. Norma, regra de conduta que visa pautar a atuação do


indivíduo nas relações com outros indivíduos.
2. É o princípio de adequação do homem à vida social.
Está na lei, na consciência (moral), no anseio de
justiça (ideal) e na necessidade de coexistência.
3. É norma de conduta e organização coativamente
imposta.

 Fim do Direito: PAZ SOCIAL - critério de utilidade


social – ordem, segurança da
sociedade. O direito tem sede de
segurança.
 Justiça # Segurança nas relações jurídicas.

O Direito e a Ética
´

De acordo com o direito a Ética é a ciência


normativa dos comportamentos humanos. É espécie de
lei cultural.
Normas técnicas – saber fazer
Normas éticas – saber conduzir-se (condutas morais e
sociais)

Leis culturais # Leis físico-matemáticas.


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FATUN INTRODUÇÃO À ÉTICA CRISTÃ

 Leis físicas – indicam o que , na natureza,


necessariamente é – ciência do ser. Encerram um juízo
de realidade.
 Leis culturais – referem-se a valores, à adequação
entre meios e fins. Encerram um juízo de valor.
 Leis jurídicas – indicam o que, na sociedade, deve ser
– ciência do deve ser. As leis jurídicas encontram-se
dentre as normas éticas. São as únicas normas éticas
estruturadas tecnicamente.

 Direito faz parte do mundo ético, o qual, por sua vez,


integra o mundo cultural humano.
 Direito não se limita à constatação material dos atos e
acontecimentos. Atos e acontecimentos são
apreciados, no campo de direito, pelas conseqüências
que produzem ou podem produzir na sociedade.

O Direito então divide campos das ações humanas


em lícito/ilícito.
 Lícito – campo das pretensões garantidas pelo direito
 Ilícito – campo das responsabilidades sancionadas
pelo direito.

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FATUN INTRODUÇÃO À ÉTICA CRISTÃ

São noções objetivas que decorrem do conceito


geral de legalidade.
Diferente é o que ocorre com a noção de justo e
injusto, que tem sede no campo da consciência, dos
ideais.
É certo que o legislador, ao classificar uma conduta
em lícita ou ilícita, parte do conceito de justo e injusto,
faz um julgamento moral. Ocorre que o julgamento do
legislador tem eficácia prática bem diversa do
julgamento do particular: somente daquele surge a
proteção atribuída à pretensão, a sanção que se liga à
responsabilidade.
O conceito do lícito ao campo do Direito se refere,
enquanto o conceito do justo pertence ao domínio da
moral. Nem tudo que é lícito, justo é.

Já a Licitude pode ser definida com critério


objetivo, fundado na lei. É, no entanto, dependente de
interpretação, haja vista a infinita modalidade de casos.

DIREITO NATURAL

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É o conjunto de princípios universais, eternos e


imutáveis. Está ligado à idéia de justiça, ao aspecto valor.
Direito ideal e eterno gerado pela razão humana. Fonte
de inspiração do Direito Positivo, acima deste. Princípio
lógico-transcedental que sobrepaira todo o ordenamento.
É a idéia abstrata do Direito.
 Escola Jusnaturalista # Escola positivista – para esta
o direito se confunde com lei, excluídos quaisquer
aspectos valorativos.
 Pirâmide de Kelsen – construção escalonada do
ordenamento. Norma inferior busca validade na
superior. Em sua Teoria Kelsen não admite juízo de
valor sobre o Direito; separa os conceitos.

DIREITO POSITIVO

 É conjunto de regras e princípios que pautam a vida


social de determinado povo em determinada época.
Pode ser ou não escrito, de elaboração sistemática ou
formação jurisprudencial.

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 É o direito vigente num país, disciplinando a conduta


de um ovo determinado.
 Conjunto de regras de organização e conduta que,
consagradas pelo Estado, se impõem coativamente,
visando a disciplina da convivência social.
 ORDEM JURÍDICA: conjunto de normas que
formam o sistema legal do
Estado.

DIREITO OBJETIVO (NORMA AGENDI)

 É a norma de ação ditada pelo Poder Público.

 Complexo de regras disciplinadoras da conduta a que


se deve obediência, sob a sanção do Estado.

DIREITO SUBJETIVO (FACULTAS AGENDI)

 É a faculdade atribuída a cada qual de fazer valer suas


pretensões e exigi-las.
 É o poder de ação contido na norma – prerrogativas
asseguradas pelo direito objetivo. Faculdade de
exercer o comando emanado do Estado.
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 É o poder de vontade para satisfação de interesses


humanos, em conformidade com a norma jurídica.
 Faculdade de querer dirigida a determinado fim, com
observância dos preceitos jurídicos.

Elementos: poder de ação, interesse e submissão ao


direito objetivo.
 Direito objetivo e subjetivo: são dois aspectos da
norma, dois lados de um
mesmo fenômeno.
 De um lado temos o direito objetivo ou norma
agendi – a regra coativamente imposta; e
 de outro lado o direito subjetivo ou facultas agendi
– a possibilidade de agir de acordo com o direito e
de invocar sua proteção e aplicação na defesa de
interesses.
Direito objetivo – aspecto social.
Direito subjetivo – aspecto individual da norma.

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TEORIAS

1. Teoria do Mínimo Ético (dos círculos concêntricos)


– direito como mínimo de moral declarado obrigatório
para a vida em sociedade. Tudo o que é jurídico é
moral, mas nem tudo o que é moral é jurídico.
2. Teoria de Kelsen - não admite juízo de valor sobre o
Direito; separa os conceitos.
3. Teoria dos Círculos Secantes – interseção – algumas
regras são comuns, outras não.
 Regra comum: princípio da solidariedade
econômica entre os cônjuges e os parentes.
 Regras jurídicas que são indiferentes à moral:
regra de trânsito que manda obedecer à mão
direita.
4. Há, pois, que distinguir um campo de Direito que, se
não é imoral, é pelo menos amoral, o que induz a
representar o Direito e a Moral como dois círculos
secantes.

Critérios distintivos:
 Determinação do Direito # forma não concreta da
moral.

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 Coercibilidade do Direito # espontaneidade e


incoercibilidade da mora.
 Heteronomia do Direito # autonomia da Moral.

 Estrutura bilateral do Direito # unilateral da Moral.

 Exterioridade do Direito # interioridade da Moral


Os Romanos já vislumbravam a distinção entre o
Direito e a Moral: non omnis quod licet
honestum est – nem tudo que é lícito é
honesto - cogitationis nemo poenam
patitur – ninguém sofre pena pelo fato de
pensar.

Ilustrações e Lições de Vida

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Das Injustiças
Quando era pequeno, Cosroes tinha um mestre que
conseguiu fasê-lo destacar-se em todas matérias que
aprendia. Certa tarde, o mestre, aparentemente sem
motivo, castigou-o com severidade.
Anos depois, Cosres subiu ao trono. Uma de suas
primeiras providencias foi mandar trazer o mestre de
sua infância e exigir uma explicação para a injustiça que
cometera

“Por que me castigaste sem que eu merecesse?”,


perguntou finalmente.
“Quando vi sua inteligência, soube logo que irias
herdar o trono de seu pai”, respondeu o mestre. “E resolvi
mostrar-lhe como a injustiça é capaz de marcar um
homem para resto da vida. Espero que você jamais
castigue alguém sem motivo.”
Cosres, então, admirou a sabedoria do mestre.

“Ele levou si as nossas dores” (Is 53)

XX - BIBLIOGRAFIA

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FATUN INTRODUÇÃO À ÉTICA CRISTÃ
1. OLIVEIRA, Pr. Raimundo de. Revista Maturidade Cristã., Rio
de Janeiro: CPAD, 1988.
2. BRITTO, João B. de L. Apostila de Ética Cristã, Rio de
Janeiro: 1995.
3. GOMES, Pr. Isaías. Apostila de Ética Cristã, Rio de Janeiro:
1995.
4. PEREIRA, Ev. Jorge Leibe de S. Apostila de Doutrinas,
Costumes e Tradições, Rio de Janeiro: 1997.
5. FERNANDES, Aurelino Faria. A Igreja do Novo Testamento –
RJ – CPAD - 87.
6. PEREIRA, Jorge Leibe de Souza. Crescimento Espiritual, RJ
– 98: Instituto Bíblico Universal.
7. PETTRY, W. Ernest. Ministrado a Palavra de Deus – ICI – SP
– 1987.
8. CRANE, James D. O Sermão Eficaz - JUERP - 3ª Edição
9. CABRAL, Elienai. O Pregador Eficaz - CPAD - 6ª Edição
10. HAWKINS, Thomas. Homilética Prática - JUERP - 7ª Edição
11. GONÇALVES, Jesus Silva. Púlpito Criativo - JUERP - 3ª
Edição
12. PEREIRA, Jorge Leibe de Souza. Introdução à Hermenêutica,
RJ – 95: Instituto Bíblico Universal.
13. PEREIRA, Jorge Leibe de Souza. Introdução ao Novo
Testamento, RJ – 98: Instituto Bíblico Universal.
14. PENTECOSTAL, Bíblia de Estudo. Edição Brasileira, RJ:
CPAD, 95.
15. THOMPSON, Bíblia de Referência. Edição Contemporânea,
RJ: Ed. VIDA, 95.

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