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seu significado = obra de cinco tomos ou livros. O nome se originou com a famosa e primeira
tradução do Antigo Testamento, chamada Septuaginta, feita do hebraico para o grego no
terceiro século antes de Cristo.
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No Êxodo estão registradas a saída dos israelitas do Egito e sua peregrinação do
deserto durante quarenta longos anos.
Moisés é o autor do Pentateuco, prova disto está nas passagens de Ex. 24.4; Nm.
33.2; Dt. 31.9, 24-26; Mc. 12.19; Lc. 20.28; Jo. 1.17. Hebreu, filho de hebreus, e, após ser
miraculosamente salvo das águas do Nilo por mãos da filha do Faraó, Moisés foi instruído em
toda a ciência do Egito, o que certamente muito contribuiu na sua tarefa de escrever o
Pentateuco, sob inspiração divina (Hb 8.5; Jo. 5.46; 9.29; Ed. 7.6).
Que o Espírito Santo, os ilumine ao longo desse estudo, para que seu
conhecimento Bíblico seja multiplicado, tornando-o (a) útil na obra que o Senhor.
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Introdução
O mundo não é eterno, foi criado. A harmonia da criação está a nos dizer que,
antes dela, houve um poder dinâmico que a gerou, portanto, o mundo teve um principio. O
Ser que a gerou é o Eterno Deus. Em Jo. 1.1 lemos: “No principio era o verbo, e o verbo
estava com Deus e o verbo era Deus.” O Apóstolo confirma Gênesis: “No Principio”. Então
Deus foi o principio, a causa primária de tudo que existe.
A ciência moderna afirma que este mundo formou-se a milhões de anos. Pode
ser verdade. A Bíblia não contradiz a isso, porem, ela se limita a dizer: “No Principio...”
Deus criou o universo, mas não entra em detalhes ao se revelar ao homem, sobre quando e
com criou.
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A atividade da criação.
O método que Deus usou na criação foi o poder de Sua Palavra: repetidas vezes
está declarado:
“E disse Deus...” (cap. 1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24, 26). Noutras palavras, Deus
falou e os céus e a terra passaram a existir. Antes da palavra criadora de Deus eles não
existiam (Sl. 33.6, 9; 148.5; Is. 48.13; Rm.. 4.17; Hb. 11.3).
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A semana da criação.
Moisés passa a descrever as diferentes fazes da ação divina que se estende por
seis dias, dos quais, três para a formação dos espaços habitáveis, e outros três para a obra do
povoamento.
1º dia: “Disse Deus, Haja luz” (v.3). Deus começa por iluminar seu campo de
ação. Não se trabalha no escuro porque, sem luz-condição fundamental de toda obra
(cientificamente provado), tudo é confuso.
“E foi a tarde e a manhã, o primeiro dia” (v. 5). Essa identificação é repetida
seis vezes nesse capítulo (vv. 5, 8, 13, 19, 23, 31). A palavra hebraica para dia é “yom”.
Normalmente significa um dia de vinte e quatro horas (Gn. 7.17; Mt. 17.1), ou, a porção em
que há luz nas vinte e quatro horas. Mas também pode referir-se a um período de tempo
indeterminado (tempo da sega, Pv. 25.13). Note-se que em Gn. 2.4, os seis dias da criação são
designados como “no dia”. Muitos entendem que os dias da criação eram de vinte e quatro
horas, pois sua descrição diz que constituíam em uma “tarde e uma manhã” (Ex. 20.11).
Outros entendem que “tarde e manhã” simplesmente significa que uma determinada tarde
encerrou algum ato especifico da criação, e que, a manhã seguinte iniciou novo ato.
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4º dia: A organização do sistema solar (v. 14-19). Este período assinala a
organização do sistema solar. Nessa astronomia primitiva de Moisés, surge, o sol, a lua e as
estrelas (nas estrelas, englobam os demais astros: Planetas, cometas e etc.).
6º dia: A criação dos animais terrestres (v 24, 25). À semelhança dos demais
animais, estes também foram criados por Deus. Esses animais nascem na terra e nela vivem.
Dividem-se em três grupos distintos:
a) Gado ou animais domésticos;
b) Feras ou animais selvagens;
c) Répteis que se arrastam pelo solo.
Moisés nos oferece um duplo relato da origem do homem, harmônicos entre si: o
primeiro nos versículos supracitados (vv. 26-31), onde lemos a respeito da criação do homem.
O segundo (cap. 2. 4-25), supre pormenores mais específicos a respeito da sua criação e do
seu meio ambiente. Partindo destes textos e de todo o contexto que trata da obra da criação,
quanto á criação do homem chegamos a seguintes conclusões:
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a) A criação do homem foi precedida por um solene conselho divino;
b) A criação do homem foi um ato imediato de Deus;
c) O homem foi criado segundo um tipo divino;
d) Os elementos da natureza humana se distinguem;
e) O homem foi criado coroa da criação.
Entre os falsos ensinos e teorias que tem lançado dúvida sobre o relato bíblico da
criação, destaca-se à da evolução, concebida e largamente difundida pelo naturalista inglês
Charles Darwim, que viveu entre 1809 e 1889. Não obstante, Darwim antes de morrer, se
retratou quanto a essa teoria que ele mesmo ensinou aos longos dos seus anos, e, mesmo
assim, hoje essa teoria é aceita e pregada nos círculos acadêmicos.
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À luz da revelação divina, o homem foi formado já adulto, a imagem e
semelhança de Deus (Gn. 1.26). O que disso passa é mera fantasia da cabeça “oca” do homem
sem Deus e sem salvação.
Não pense que se tratava de uma árvore estranha e feia: “... boa para se comer,
agradável aos olhos...” Gn. 3.6. No entanto, o seu fruto não deveria ser comido pelo homem,
por ordem divina. Desobedecer a esta ordem divina representaria o afastamento de Deus, a
perda de seu estado de pureza e sujeição ao estado da morte física e espiritual. E foi o que
aconteceu. A árvore da vida é relacionada com a vida perpétua (veja cap. 3.22). O povo de
Deus terá acesso a árvore da vida no novo céu e na nova terra (Ap. 2.7; 22.2). A árvore da
ciência do bem e do mal tinha por finalidade de testar a fé de Adão e sua obediência a Deus e
a sua Palavra (cap. 2.16). Deus criou o ser humano como ente moral capaz de optar
livremente para amar e obedecer ao seu criador, ou por desobedecer-lhe e rebelar-se contra a
sua vontade
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Uma companheira para Adão (cap. 2.18-25)
Vendo Deus que Adão estava só, providenciou-lhe uma companheira tirando-a
do próprio corpo de Adão (costelas). A mulher não foi tirada da cabeça de Adão, para não o
dirigir; nem tampouco dos pés de Adão, para este não a espezinhar, todavia, Eva foi tirada do
lado de Adão, para que ambos se amassem, comungassem e servissem um ao outro, em
perfeita harmonia e vida. Desde o principio, Deus estabeleceu o casamento (a união) e a
família que dele surge, como a primeira e a mais importante instituição humana na Terra. A
prescrição divina para o casamento é um só homem e uma só mulher, os quais se tornam uma
só carne (cap. 2.24), unidos em corpo e alma. Este ensino divino exclui o adultério, a
poligamia, a homossexualidade, a fornicação e o divórcio quando antibíblico (Mc. 10.7-9; Mt.
19.9).
Deus criou o homem puro e bom, com todas as qualidades indispensáveis a uma
vida feliz na Terra; mas Deus também o dotou de liberdade de escolha (livre arbítrio). O
capítulo três de Gênesis nos mostra justamente:
a) A escolha do homem: desobediência à voz divina, transgressão que
significou o repudio a autoridade de Deus, a disputa acerca de Sua sabedoria e o desprezo a
Sua graça.
b) A conseqüência dessa escolha: reprovação, condenação, maldição e
expulsão por parte de Deus. Deus não pode negar-se a si mesmo. Assim o homem caiu.
c) A profecia divinal logo após a queda: prova inconfundível do amor de
Deus: o homem seria redimido do seu pecado. Gênesis 3.15 faz a primeira alusão ao redentor
que havia de vir “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu
descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”.
Pensam alguns que a serpente, não tinha esse aspecto repugnante, como hoje a
vemos, não vivia rastejando e era muito bonita, inclusive andava ereta. Isto também se infere
da Bíblia em Gênesis 3.14. A serpente levantou-se contra Deus através da sua criação.
Declarou que aquilo que Deus dissera a Adão não era verdade, por fim, ela foi à causa de
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Deus amaldiçoar a criação, inclusive a raça humana que Ele fizera a sua imagem e
semelhança (Gn. 3.16-19; 5.29; Is. 23.6; Rm. 8.22; Gl. 3.13). A serpente é posteriormente
indicada como Satanás ou Diabo (Ap. 12.9; 20.2). Certamente Satanás controlou a serpente e
usou-a como instrumento para efetuar a tentação. (2ª. Co. 11.3, 14; Ap. 20.2).
Adão e Eva tentaram cobrir sua nudez com folhas de figueira. Que triste
situação! Verdadeira revolução em suas mentes! Adão e Eva, dominados pela emoção do
medo e da vergonha, “... esconderam-se da presença do Senhor Deus...” (Gn. 3.8). E
procuraram cobrir sua nudez. As questões espirituais jamais podem ser resolvidas por
processos ou intentos materiais! O querer cobrir a nudez é prova real de que foram despidos
da glória de Deus. Os artifícios do homem, ainda que baseados em princípios de moral, jamais
mostrarão o caminho certo para a paz que tanto o homem deseja ter com Deus, a não ser por
Jesus Cristo e tão somente por Ele (Rm. 3.22; 5.1). Em nossa condição pecaminosa, também
somos semelhantes a Adão e Eva. Deus, no entanto, nos proporcionou um caminho para
purificar nossa consciência culpada, para livrar-nos do pecado e nos restaurar a comunhão
com Ele - o caminho chamado: Jesus Cristo (Jo. 14.6). Mediante a redenção que Deus proveu
através de seu Filho, podemos vir a Ele e receber o seu amor, misericórdia, graça, e, ajuda em
tempo oportuno (Hb. 4.16; 7.25).
O castigo imposto sobre o homem e a mulher, bem como o efeito sobre o pecado
da natureza, tinham o propósito de relembrar a humanidade às conseqüências terríveis do
pecado e de levar a cada um a depender de Deus, com fé e obediência. O desígnio de Deus é
que a raça humana seja redimida do seu presente estado de pecado e perdição. A tentativa de
Eva de ficar livre de Deus e de ser independente do seu marido, seria frustrada, surgindo em
seu lugar um forte desejo pelo seu marido. A profunda atração que ela sentiria por Adão, e o
governo dele sobre ela, trariam aflições e sofrimentos, juntamente com alegria e bênçãos (1ª.
Co. 11.7-9; Ef. 5.22-25; 1ª. Tm. 2.11-14). Por causa da maldição que Deus pronunciou sobre a
natureza, Adão e Eva enfrentariam adversidades físicas, pesado labor, lutas, e finalmente, a
morte para si e para todos os descendentes.
Adão e Eva através da queda tornaram-se até certo ponto independente de Deus,
e começaram a fazer seu próprio julgamento entre o bem e o mal. Neste mundo, o julgamento
ou discernimento humano, imperfeito e pervertido, constantemente decide sobre o que é bom
ou mau. Tal coisa, nunca foi da vontade de Deus, pois Ele pretendia que conhecêssemos
somente o bem, e para isso dependendo Dele e da sua Palavra. Todos quantos confessam
Cristo como Senhor, retornam ao propósito original de Deus para a humanidade. Passam a
depender da Palavra de Deus para determinar o que é bom.
Adão e Eva perderam a perfeita comunhão que tinham com Deus. Foram postos
fora do Jardim do Édem e iniciou uma vida independente de Deus em meio a sofrimento.
Alem disso, Satanás, devido a queda de Adão e de Eva, passou a ter poder sobre o mundo,
pois, o Novo Testamento, referindo-se a ele, Satanás chama-o de “príncipe deste mundo”. (Jo.
14.30; 2ª. Co. 4.4; 1ª. Jo. 5.19). Contudo, Deus amou a raça humana de tal maneira, que
decidiu derrotar Satanás. Deus faz isso reconciliando o homem e o mundo com Ele, mediante
a morte de Seu Filho (2ª. Co. 5.18, 19; Rm. 5.10; Cl. 1.20; Jo. 3.16; Ap. 21.1-6).
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Caim foi cultivador de solo; Abel, pastor de gado. Ambos, voluntariamente
fizeram ofertas a Deus. Por quê? -1º. Porque certamente seus pais lhes ensinaram a respeito de
Deus e do que havia ocorrido no “Jardim”; - 2º. Você está lembrado que seus pais, ao
pecarem no Edem, teceram de imediato, aventais de folha de figueira para cobrir-lhes a
nudez? Entretanto, o que na verdade valeu-lhes foram as capas de pele de animal. Note bem, a
solução veio pelo sacrifício de animal! No caso em questão, a oferta de Abel também
representou tal sacrifício, sendo esta assim agradável ao Senhor Deus, porque este
compareceu diante de Deus com fé genuína e consagração (Hb. 11.4; 1ª. Jo. 3.12; Jo.
4.23,24). A oferta de Caim foi rejeitada, porque ele estava destituído de fé sincera e
obediente, e porque as suas obras eram más (Gn. 4.6,7; 1ª. Jo 3.12). Deus tem prazer em
nossas ofertas e ações de graça tão somente quando nos esforçamos para viver uma vida reta,
de conformidade com a sua vontade.
Caim, irado e cheio de inveja, mata seu irmão, dando-se o primeiro homicídio na
terra.
A morte de Abel e o cuidado de Deus por ele, demonstram que Deus, no decurso
de todas as eras, observa atentamente todos os que sofrem por viver em retidão diante Dele.
Deus conhece o sofrimento desses justos e o dia chegará em favor deles para fazer justiça e
eliminar todo o mal. Caim foi amaldiçoado por Deus no sentido de Deus já não abençoar seus
esforços para extrair da terra o seu sustento. Caim não se humilhou com tristeza e
arrependimento diante de Deus, pois se afastou do Senhor e procurou viver sem sua ajuda.
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Sete, filho “substituto” de Adão e Eva - cap. 4.25-26
Sete nasceu depois da morte de Abel. Seu nome significa “substituto” ou “outra
semente” (em lugar de Abel). Os descendentes de Sete foram homens de fé, ao contrario dos
descendentes de Caim, que foram “homens do mundo”. Os familiares ímpios de Caim
organizaram e dirigiram suas vidas em torno das artes e empreendimentos seculares, e
instituíram um nodo de vida voltado para altivez e a arrogância. A família de Sete, ao
contrário, invocava o nome do Senhor, expressando assim a sua dependência Dele. Dessa
forma, duas descendências totalmente diferentes foram ocupando a terra – a dos justos e a dos
ímpios.
Enoque - homem de fé (Hb. 11.5, 6). Sua vida merece profundo estudo. Gênesis
5.24 diz apenas: “... porque Deus o tomou para si”. É um dos casos mais extraordinários, no
entanto, mencionado em poucas palavras. Ele “... foi transladado para não ver a morte...”
(Hb. 11.5), antes do julgamento do dilúvio. Vemos nele, um desses tipos dos santos que hão
de ser transladados antes dos julgamentos apocalípticos (1ª. Ts. 4.13-17).
“Os filhos de Deus e as filhas dos homens”, narrados em Gn. 6.2, sem dúvida,
eram os descendentes da linhagem piedosa de Sete (Dt. 14.1; Sl. 73.15; Os. 1.10), com a
linhagem ímpia de Caim, respectivamente. Eles deram inicio aos casamentos mistos, os quais
levaram o homem a se corromperem, desagradando a Deus.
A teoria de que os filhos de Deus, eram anjos, não subsiste ante a palavra de
Jesus, que os anjos não se casam (Mt. 22.30; Mc. 12.25).
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A degeneração humana não mudou; o mal continua irrompendo desenfreado
através da depravação e da violência. Hoje em dia, a imoralidade, a incredulidade, a
pornografia e a violência dominam a sociedade inteira (Mt. 24.37-39; Rm. 1.32).
Deus, na sua longanimidade, deu ao homem, ainda 120 anos, durante os quais a
justiça divina foi pregada (2ª. Pe. 2.5), mas, sempre rejeitada. A Arca foi construída, o tempo
cumpriu-se, as águas chegaram e então os zombeteiros e corruptos do lado de fora da Arca,
pereceram.
A retidão de Noé era fruto da graça de Deus nele, por meio da sua fé e do seu
andar com Deus (Gn. 6.9). A salvação no Novo Testamento é obtida exatamente da mesma
maneira; mediante a graça e misericórdia de Deus, recebidas pela fé, cuja eficácia conduz o
crente a um esforço sincero para andar com Deus e permanecer separado da geração ímpia ao
seu redor (Gn. 6.22; 7.5, 6, 16; At. 2.40).
A arca foi um meio de salvação de Noé e sua família. Ela atravessara as águas da
morte, saindo ilesa – Prefigura a Cristo. Cristo, pela sua morte e ressurreição, salva da
condenação eterna todo aquele que se chega a Ele: “E, assim, se alguém está em Cristo, é
nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2ª. Co. 5.17). Leia
também: Hb. 11.7; 1ª. Pe. 3.20,21.
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O arco íris e a chuva - cap. 9.11-16
Após o dilúvio, a arca pousou sobre um dos montes armênios, e foi descendo ao
solo à medida que as águas baixavam, parando no sopé do monte – um monte chamado
Ararape (Gn. 8.4). Esse lugar, segundo a tradição que lhe conservou a origem do fato, é
conhecido pelo nome de “Naxuana” – ou lugar da descida da arca. E também, segundo a
arqueologia, foi aí que se reconstituiu a raça humana.
Tão logo saíram da Arca, Noé e sua família ergueram um altar ao Senhor, como
símbolo de gratidão pelo livramento que lhes concedera em meio a tão grande cataclismo.
Esta parte nos ensina que até mesmo o homem ricamente abençoado por Deus
pode ser vencido pelos pecados carnais. Sem e Jafé demonstram moral elevada e louvável,
quanto ao terceiro filho de Noé, Cam, vemos que a maldição não foi imputada a si, mas sim, a
sua geração – os cananeus -. Estes foram adversários do povo de Deus. Foram exterminados
quando da conquista de Canaã por Josué (Js. 24.18).
O pecado de Cam consistiu em não honrar, nem respeitar seu pai; ao invés de
cobri-lo ele expôs sua condição deplorável.
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Os descendentes de Noé - cap. 10
Na aliança firmada entre Deus e Noé, estão registrados três fatos referentes aos
seus filhos, no sentido profético:
a) Os descendentes de Sem (semitas) – Preservaria o conhecimento do
verdadeiro Deus. Jesus Cristo, segundo a carne é da linhagem de Sem.
b) Os descendentes de Jafé – Viriam ser as raças que dominariam a maior
parte do mundo e superariam as raças semíticas. O governo, a ciência, a arte, tem saído
geralmente da linhagem de Jafé.
c) Os descendentes de Cam – o mais moço dos irmãos: seriam raças
servis, sempre inferiores.
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B) O COMEÇO DO POVO HEBREU - OS PATRIARCAS - Cap. 12-50
“Ora, o Senhor disse a Abrão. Sai da tua terra e da tua parentela, e da casa de
teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e
engrandecerei o teu nome, e tu serás uma benção. E abençoarei os que te abençoares e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”
Gn. 12.1-3.
“Abraão” (nome posteriormente dado por Deus) sob o aspecto humano, foi um
importante elo no glorioso plano divino da redenção da humanidade. O atendimento a
chamada feita a Abrão, representava uma série de perdas e de separação: dos pais, dos
amigos, dos bens adquiridos, dos parentes. Mas ele era um homem de fé - creu nas promessas
de Deus. E porque creu, obedeceu: “... e partiu sem saber onde ia.” (Hb. 11.8).
De repente, ei-lo diante de gente diferente em hábitos e atitudes. Tudo para ele
era muito estranho. Mas o seu Deus, o Deus de todas as horas veio ao seu encontro, e Abrão
sentiu que não estava só. Cheio de gratidão ao seu amado Senhor, e a sua promessa (cap.
12.7), ergueu ali o seu primeiro altar como fiel e devotado adorador que era de Deus.
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Abrão desce ao Egito - (cap. 12.10-30)
A fome atingia toda aquela terra. Evitando as tribulações de Canaã, Abrão desce
ao Egito, terra de tantos ídolos. A obediência a Deus não significa que nunca enfrentaremos
problemas e duras provações. Mal Abrão chegou ao seu destino, enfrentou coisas
desagradáveis. Seus problemas incluíam uma esposa estéril, a separação de sua parentela e
uma fome que estava levando as privações forçando-o a sair do país. Conforme nos ensina o
exemplo de Abrão, o crente que está procurando servir a Deus e obedecer a sua palavra, não
deve estranhar ao se deparar com grandes obstáculos, adversidades e problemas. Costuma
essa ser a maneira de Deus treinar aqueles que ele tem chamado para obedecer-lhe. Nesses
casos devemos prosseguir com obediência e confiantes de que Deus continuará agindo em
nosso favor e pelo bem dos seus propósitos (Mt. 2.13).
Enquanto estiveram no Egito, Abrão fora grandemente abençoado com bens. Ei-
lo agora diante do lugar onde um dia ele erguera seu primeiro altar. Quanta recordação para
Abrão naquele momento! Que experiência saudosa ali em Canaã! Quantas vezes temos Abrão
invocando ali mesmo o nome do Senhor! (cap.13.4). Possamos nós também, em cada
experiência de nossa vida, invocar o nome do Senhor Deus e a Ele glorificar. Enquanto a
prosperidade representa para Abrão bênçãos do Senhor, para Ló representava uma fé
materialista. Surgem desentendimentos; a separação é inevitável (cap.13.9), e Abrão leva
consigo a sua fé genuína e o seu amor cercado do cuidado do Senhor (cap. 13.15-17), e
edifica ali outro altar que evidencia a seguinte realidade: quando os amigos falham, Deus
permanece. As Escrituras declaram que Deus não vê como vê o homem (1º. Sm. 16.7). Ló,
viu somente a campina bem regada, de Sodoma. Deus viu os habitantes daquela cidade como
grandes pecadores que eram (cap. 13.13). Ló, ao deixar de discernir e aborrecer o mal, trouxe
morte e tragédia a sua própria família.
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Com isso em mente, ele, juntamente com sua família, ficou exposto à
imoralidade, e a impiedade de Sodoma. Só, então, ele aprendeu a amarga lição de que sua
família não era forte o suficiente para resistir às influências malignas de Sodoma (Gn. 19.24-
26 30-38). Os pais de família devem tomar cuidado para não se envolverem de igual modo,
nem os seus filhos com nenhuma “Sodoma”, para não os arruinarem espiritualmente, como
aconteceu à família de Ló.
Gentios e Israelitas
Note que ele foi um sacerdote do Senhor, um homem crente e normal como
qualquer outro. Comparando-se Gênesis com Hebreus, vê-se que ele foi um tipo do Senhor
Jesus Cristo.
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Abrão, Sarai e Hagar - (cap.15-16)
Abrão já estava com 90 anos, e não tinha filhos. Quantas vezes teria Abrão
parado par meditar na promessa de Deus (Gn. 12.2; 15.4-6).
Assim, Abrão persuadido por Sarai, sua esposa e na ânsia de ver cumprida a
promessa divina da benção da paternidade, tomou Hagar, escrava egípcia, por mulher, e esta
lhe dá um filho. O contexto narra a grande desarmonia e muita tribulação que este ato
impensado causou.
Entre o povo da Mesopotâmia, o costume, quando a esposa era estéril, era deixar
que sua serva tivesse filhos com o esposo. Esses filhos eram considerados filhos legítimos
daquela esposa. Apesar de existir então esse costume, A tentativa de Abrão e Sarai de terem
um filho através da união de Abrão e Hagar, não teve a aprovação de Deus. O Novo
Testamento, fala do filho de Hagar como sendo o produto do esforço humano - segundo a
carne, e não segundo o Espírito (Gl. 4.29). Noutra palavras, nunca se deve tentar cumprir o
propósito de Deus usando métodos que não são segundo o Espírito Santo, mas esperando com
paciência no Senhor e orando com fervor. Se Abrão pudesse imaginar que aquela sua atitude
traria tanta luta, luta que vem se prolongando até nossos dias entre Árabes e Judeus, jamais
teria nascido Ismael. Os Árabes descendem de Ismael, os Judeus de Isaque. Nenhum crente
deve andar fora dos planos de Deus, ou, as conseqüências disso serão dolorosas.
Tudo que estudamos até aqui sobre o homem que Deus chamou, e de quem
sairia uma grande nação está relacionado com o personagem “Abrão”, cujo nome significa
“Pai da altura”. Do capítulo 17 em diante temos o mesmo personagem, apenas com nome
mudado por Deus para Abraão que quer dizer “Pai de uma grande nação” (Gn. 17.4,5).
“Sarai”, que significa “minha princesa”, e passou a se chamar “Sara”, denotando a posição
dela como mãe das nações e reis (Gn. 17.15,16). Isso nos ensina que Deus muda não somente
nome, mas principalmente a personalidade, “faz nascer de novo”.
Abraão estava com 99 anos de idade e sua mulher Sara, já ultrapassara a idade
de ter filhos. Já tinham Ismael na adolescência, através do método não aprovado por Deus.
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Deus já tinha prometido por concerto, que daria a Abraão a terra prometida
(cap.15); agora, Ele renova essa promessa, declarando que de Abraão descenderiam muitas
nações e reis, e que o Senhor seria o Deus dos seus descendentes, e que Sara sua esposa, daria
a luz a um filho e seria mãe de nações e reis. Abraão e seus descendentes veriam o
cumprimento do concerto a medida que se dedicassem a Deus e as obrigações do concerto
(cap. 17.9-14). Na Bíblia, uma nova experiência com Deus requeria um novo nome para a
pessoa, simbolizando aquele novo relacionamento. A razão de ser a realidade do concerto de
Deus com Abraão era Deus ser o único Deus de Abraão e seus descendentes. A promessa de
Deus de “ter-se a ti só por Deus” é a promessa mais grandiosa das Escrituras. É a primeira
promessa, a promessa fundamental, na qual se baseiam todas as promessas. Significa que
Deus assume o compromisso, sem reservas, com o seu povo fiel, para ser o seu Deus, seu
escudo e seu galardão. Significa também que a graça de Deus, seu perdão, promessas,
proteção, orientação, bondade, ajuda e benções são dadas aos seus com amor (Jr. 11.4; 24.7;
30.22; 32.38; Ez. 11.20; 36.28; Zc. 8.8). Todos os crentes herdam essa mesma promessa
mediante sua fé em Cristo (Gl. 3.16).
Abraão residia numa tenda; Sara em outra, próximo. Eles tinham muitos
serviçais. Observe que Abraão, indo de encontro aos anjos (Três varões – v. 2), os chama: “...
Senhor meu...” (v. 3). Abraão trata os três varões como se fosse um só. Agostinho acreditava
tratar-se da Trindade, outros têm idéia de que se tratava do Verbo – Jesus, com dois anjos.
Leia o versículo 16; tratava-se de algo sobrenatural. Abraão não teve duvidas em reconhecer a
presença de Deus em seus hospedes. O versículo 22 mostra que dois varões seguiram, para
Sodoma, para cumprirem outra missão, mas o terceiro permaneceu ali com Abraão. A este o
texto chama-o de Senhor. Sodoma e Gomorra seriam destruídas (cap. 18.16-21). Preocupado
com Ló e sua família, Abraão intercedeu diante do Senhor para ele não destruir as cidades.
Deus respondeu a oração de Abraão, embora não como este esperava. Deus não destruiu os
justos com ímpios. Ele salvou os justos, porem destruiu os ímpios. No dia da ira futura de
Deus que há de vir sobre o mundo. Deus já prometeu que salvará os justos (1ª. Ts. 5.2; 2ª. Ts.
2.2; Lc. 21.34-36; Ap. 3.10).
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Ló, tipo do meio crente - (cap. 19-20)
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Diz: 17.18 ARC: “... Tomara que viva Ismael diante do teu rosto!”; e 21.14:
“levantou-se, pois, Abraão de madrugada ...”; Ele teria, por certo, passado o restante daquela
madrugada orando pelo filho e pela escrava rejeitada.
Hagar tipifica o monte Sinai e tudo quanto à Lei podia dar; Ismael (nascido da
carne) tipifica as obras da Lei (Gl. 3.10) através da qual jamais alguém herdará as promessas
dadas por Deus a Abraão. Isaque é o fruto da fé. Nele foi revelado todo o amor de Deus para
conosco.
“... Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te a terra de
Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes que eu te mostrarei.” Gn. 22.2
Deus ordenara a Abraão a sacrificar seu próprio filho, Isaque. O ponto principal
aqui, concerne a dois lados do caso que ilustram critérios adotados por Deus, ao lidar com
todo crente:
a) O amor de Abraão por Deus era maior do que seu amor por outras
pessoas, inclusive seu filho amado.
b) A esperança e a expectativa que Abraão tinha no cumprimento da
promessa ainda se firmava em Deus.
27
Por meio dessa prova, Deus forçou a Abraão a encarar se realmente temia e
amava a Deus de todo seu coração. Deus não queria a morte física de Isaque (cap.22.12, 13),
pois posteriormente, Ele condenou o sacrifício humano como pecado hediondo (Lv. 20.1-5).
Deus queria mesmo era testar a dedicação de Abraão.
Quando Abraão iniciou a execução do sacrifício, Deus viu que ele, no seu
coração consumara a renúncia suprema. O Senhor agora sabia que Abraão era um homem
temente a Ele, cujo empenho principal era fazer a sua vontade.
“E chamou Abraão o nome daquele lugar O Senhor Proverá ...” Gn. 22.14.
O capítulo 23 registra a morte de Sara. Foi ela o grande amor de Abraão (v.2).
Sara viu o crescimento da fé de Abraão, sua chamada e elevação.
29
f) Tal como Isaque conduzindo Rebeca a tenda de sua mãe, outorgando-lhe
direitos e privilégios iguais aos demais membros de sua família. Também a Igreja de Cristo
reinará em gloria com Ele (Mt. 19.28; 1ª. Co. 6.2; Cl. 3.4; Ap. 20.4-6).
“Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se
no seu caminho”. Sl 37.23.
E ainda: “Reconhece-o em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas
veredas”. Pv. 3.6.
De modo semelhante todo crente deve esperar que Deus o guie fielmente, como
Ele guiou o servo de Abraão (Gn. 24.40; Rm. 12.2).
“Porem Abraão deu tudo que tinha a Isaque.” (Gn. 25.5). O ultimo ato de
Abraão foi assegurar que a promessa que Deus lhe fizera na ocasião do concerto, continuaria
com Isaque. Essa solicitude serve de exemplo a todos os chefes de famílias e líderes de Igreja,
os quais devem fazer o máximo para que a real comunhão que o crente tem com Deus, em
verdade, pureza, poder e benção, passe a geração seguinte. Deixar que o povo de Deus
paulatinamente se desviasse para o mundanismo e para longe de Deus, é um fracasso
inominável de liderança espiritual distanciada de Deus.
Após ler este capítulo, vemos algumas semelhanças entre Abraão e Isaque:
a) Havia fome na terra (v. 1)
b) Isaque tinha uma formosa mulher;
c) Teve medo de ser morto;
d) Mentiu;
e) Mentira igual á de Abraão – apresentando a mulher como irmã (v. 7)
f) É repreendido pelo rei (v. 10)
g) Desentendimento por causa de um poço (Gn. 21.25; 26.18).
30
Os filisteus sempre foram inimigos dos judeus, mas mesmo assim Isaque habitou
entre eles:
“... o Senhor o abençoava”. (v. 12). Muitas foram as experiências que marcaram
a passagem de Isaque por Gerar. Os versículos 26 a 31 relatam sobre o pacto entre
Abimeleque e Isaque (sublime em sua Bíblia o motivo que levou Abimeleque a procurar
Isaque). Estão, exatamente, nos versículos 28 e 29: “... Vimos claramente que o Senhor é
contigo...”, “... Tu és agora o abençoado do Senhor”. Está comprovado mais uma vez que
em Isaque seriam realizados os propósitos divinos contidos na promessa feita a Abraão.
“Ora, sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha
de Beeri, heteu, e a Besamate, filha de Elom, heteu. E estas foram para Isaque e Rebeca
uma amargura de Espírito”. Gn. 26.34, 35
Esaú ignorava os padrões de retidão de seus pais, pois se casou com duas
mulheres que não serviam ao Deus verdadeiro. Isso também demonstrou sua falta de interesse
pelas bênçãos de Deus prometidas no concerto Abraâmico.
31
Alguns aspectos da vida de Jacó - (cap. 27.6 a cap.31)
O nome Jacó teve origem na maneira como se deu o seu nascimento (caps.25,
26). Jacó “usurpador” teve em Rebeca uma mãe parcial, que o favorecia.
Rebeca concentrou, pois, seu amor, seu cuidado e seus planos em seu filho Jacó.
A benção da primogenitura, que por direito pertencia a Esaú, foi alcançada por
Jacó. Sua mãe tudo planejou e executou rapidamente.
32
Fugindo da ira de seu irmão, Jacó parte para Padã-Harã. Cansado, dorme no
campo e tendo uma pedra por travesseiro, sonha com Deus (v. 12), que lhe confirma a
promessa feita a Abraão.
Esta visão dos anjos evidencia que eles tiveram um papel importante, na
proteção, no cuidado, e na direção da parte de Deus para com o seu povo. No Novo Concerto,
os anjos também estão ativos em relação a vida dos crentes. Deus veio a Jacó em sonho com
esta mensagem: A benção prometida a Abraão continuaria através dele (Gn. 12.3; 13.14-17).
Essa promessa foi acompanhada pela presença de Deus, pela sua orientação, e pela sua
proteção. “E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome, porem, daquela cidade, dantes,
era Luz” Gn. 28.19. Betel significa “A casa de Deus”, e pode representar qualquer lugar onde
Deus está presente num sentido muito especial.
Os anos passados em Harã foram mui penosos a Jacó. Vinte anos de luta e
sofrimento. Jacó colheu em abundância do que semeara no passado (Gl. 6.7).
Talvez, Deus haja permitido que Jacó fosse enganado por Labão e Leia a fim de
castigá-lo e fazê-lo consciente do mal e da magoa que causara quando enganou seu próprio
pai e seu irmão Esaú. Devemos compreender que embora Deus nos perdoe determinado
pecado e nos restaure ao seu favor, Ele poderá ao mesmo tempo nos disciplinar-nos por esse
mesmo pecado (2º. Sm. 12.7-14). Permanece o principio divino: “Não erreis, tudo que o
homem semear isso também ceifará” (Gl. 6.7; Pv. 22.8; Os 8.7; 10.12, 13).
O casamento de Jacó com duas irmãs conflitava com a ordenança prescrita por
Deus na criação, ao estabelecer a família (o casamento consistia de um só homem e uma só
mulher). Ver: Gn. 2.24; Ex. 20.17; Dt. 5.21; Mt. 19.4; Ef. 5.31. Posteriormente na Lei
Mosaica, Deus expressamente proibiu o tipo de casamento que Jacó contraíra (Lv. 18.18). A
revelação no Novo Testamento enuncia a monogamia (uma só mulher e um só marido) (Mt.
19.4-6; Mc. 10.4, 5). Deus pode ter tolerado a poligamia no Antigo Testamento porque o povo
não tinha plenamente a compreensão da vontade de Deus no tocante ao casamento e porque
esse povo era duro de coração (Mt. 19.8). Os efeitos malignos da poligamia estão descritos:
(Gn. 29.30; 30.1; 35.22; 1º. Rs. 11.1-12).
33
O capítulo 30 nos dá o relato da formação da família de Jacó: 2 esposas,
concubinas, e 12 filhos! Pois bem, não nos é dado a entender aí os desígnios de Deus, mas o
certo é que Deus aceitou essa família como um todo, de onde saíram às doze tribos, que se
tornaria a nação Messiânica, de onde viria o Salvador. Segundo seus propósitos, Deus usa
qualquer pessoa, até aquelas que não pertencem ao seu rebanho, para a consumação dos seus
planos.
Por ocasião da saída de Canaã, Jacó teve anjos em seu caminho. Agora, de
regresso à sua terra, novamente, anjos em seu caminho! “... os anjos de Deus ...” (cap.
28.12). Ei-los como que dar as boas vindas a Jacó, a encorajá-lo, pois surpreendentes coisas
estavam para acontecer-lhe. Os versículos 22 a 32 registram a luta de Jacó com um anjo;
aguerrida luta que chega a deslocar a juntura de sua coxa. Mas, quem era esse anjo? Era sem
duvida o anjo de Deus. Observe o novo nome de Jacó – Israel – “Aquele que luta com Deus”.
34
coração durante todos aqueles anos? Mas, ao avistar seu irmão, todo ódio, todo rancor,
transformou-se no mais puro sentimento de amor e saudade, afinal, eram irmãos gêmeos. É
indiscutível que Deus operou essa transformação! Afinal, Jacó lutara com Deus, e com os
homens, e vencera, também pelo poder divino!
Jacó apresentou o seu irmão a sua numerosa família. Era sem duvida, uma das
evidencias da graça e favor divinos. Os dois irmãos se separam, e os fazem em paz.
Depois dos acontecimentos terríveis do capítulo 34, Deus ordenou que a família
de Jacó seguisse para Betel, a fim de levá-la a mais uma estreita obediência a sua palavra.
Jacó, reconhecendo, o agravamento da deterioração espiritual de sua família ordenou a todos
os seus familiares e domésticos: “Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós ...” (v.2).
Essa renovação espiritual na vida dos familiares de Jacó consistia em:
a) Remover do lar tudo que era ofensivo a Deus;
b) Comprometer-se a viver em santidade pessoal;
c) Renovar seus votos a Deus, com devoção e adoração;
d) Entrar em comunhão com Deus;
e) Viver uma vida segundo a palavra de Deus;
f) Oferecer sacrifícios espirituais.
35
Destacamos aqui um duplo quadro típico: Benoni – o sofredor - por cuja causa
uma espada traspassou a alma da mãe (Lc 2.35). Benjamim - cabeça de uma tribo de
guerreiros (Gn. 49.27).
As crianças não devem ser culpadas por problemas que surgem no lar, sem elas
os terem originados. No entanto, os adultos são responsáveis por seus atos.
“E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rubem e deitou-se com
a concubina de seu pai; e Israel o soube. E eram doze os filhos de Jacó.” (Gn. 35.22). Por
causa da fornicação incestuosa de Rubem, este perdeu seus direitos de primogênito. Perdeu
para sempre sua posição de liderança e sua herança genealógica (Gn. 49.3,4; 1º. Cr 5.1).
36
Os sonhos de José - (cap. 37)
Deus às vezes nos revela sua vontade através de sonhos proféticos (Gn. 28.10-
17; Nm. 12.6-8; Dn. 7; Mt. 1.20-24). Hoje sobre o Novo Concerto, Deus ainda pode nos falar
através de sonhos (At. 2.17), embora sua revelação e orientação principais emanem das
Escrituras (Jo. 15.7; 1ª. Tm. 4.6; Tg. 1.21) e do Espírito Santo (Rm. 8.1-17; Gl. 5.16-25).
“Também lhes disse Rubem: não derrameis sangue; lançai nesta cova que
estais no deserto e não lanceis mão nele; para livrá-los da sua mão e para torná-lo a seu
pai.” (v.22). Rubem era o filho primogênito de Jacó, e nessa condição deveria ser o líder dos
seus irmãos. No entanto, depois do seu ato imoral com Bila (cap. 35.22), perdeu para sempre
a liderança espiritual definitiva e não conseguiu aqui influenciar suficientemente os seus
irmãos (cap. 37.22-29; 42.37,38).
“... levaram José ao Egito.” (vv. 26-28). Embora José fosse tratado com
crueldade pelos seus irmãos e vendido como Escravo, Deus serviu dessas más ações dos
homens para realizar a sua vontade na vida de José.
37
Se a história de cada homem fosse publicada, todos teriam seus pontos positivos
e negativos. Deus, para revelar a Sua graça, permitiu que os personagens dessa história
constassem da genealogia (Mt. 1.3). É o caso também de Salomão que nascendo de união
ilícita, consta da referida genealogia (Mt. 1.7). De igual modo, Rute, uma moabita, povo este
oriundo de união ilícita (Mt. 1.5).
José foi levado ao Egito aproximadamente 1.900 a.C. Isso deve ter ocorrido
cerca de 200 anos depois da chamada de Abraão (Gn. 12.1-3). José enfrentou três grandes
provas no Egito: a pova da pureza pessoal, prova esta que os jovens freqüentemente
enfrentam quando estão longe de casa; a prova da oportunidade de vingança, uma prova,
porque freqüentemente passam as pessoas que sofreram injustiças; a prova de encarar a morte
(quando José esteve injustamente na prisão). Em cada caso, José triunfou na prova mediante
sua confiança em Deus e suas promessas. As Escrituras deixam claro que a separação entre
José e o seu povo estava sobre o controle de Deus. Deus estava operando através de José e das
circunstancias deste, a fim, de preservar a família de Israel e reuni-la segundo a sua promessa
(Gn. 45.5-15; 50.17-20 24; Sl. 105.17-23).
Quatro vezes no capítulo 39 está escrito que o Senhor estava com José (vv.2, 3,
21, 23). Porque José honrava a Deus, e, Deus o honrava. Aqueles que temem a Deus e o
reconhecem em todos os seus caminhos tem a promessa de que Deus dirigirá todos os seus
passos (Pv. 3.5, 6).
38
“... José era formoso de porte e de aparência.” (v. 6). Sua formosura custou-
lhe um preço alto. Foi cobiçado pela mulher de Potifar. Procure analisar o caráter de José, sua
coragem, seu silencio, diante da terrível mentira. Em José você tem o retrato de um homem,
não só fiel a Deus, mas também fiel a seu amo. Veja bem, José estava longe de sua família e
de sua pátria: era nada mais que um escravo de Potifar. Sem duvida ele teria sido morto, se
não fosse a mão de Deus (Leia os versículos 21-23).
Observe nos versículos 13, 14, que José pediu ao copeiro lembrar-se dele
quando estivesse diante de Faraó, porém. Este não se lembrou de José, antes se esqueceu dele
(v. 23). Mas Deus estava no controle da vida de José. Passado mais ou menos dois anos,
Faraó teve um sonho que nenhum adivinho do seu reino conseguiu a interpretação. Vendo a
fúria de Faraó, o copeiro lembrou-se da interpretação de José do seu sonho e do sonho do
padeiro (Gn. 41.9-13). Então Faraó manda chamar José (Gn. 41.14).
Mais uma vez, Deus entrou com providencia na vida de José, resultando na
oportunidade de sua libertação imediata e ato contínuo na sua ascendência à posição de
autoridade (governador do Egito). Essa narrativa salienta que, embora Deus não seja a causa
de tudo que acontece (Gn. 39.7-23), Ele pode usar até circunstancias adversas para fazer
cumprir a sua vontade, visando o nosso bem, segundo os seus propósitos (Rm. 8.28).
José, tinha cerca de 17 anos, ao ser vendido ao Egito. Em Gn. 41.46 diz que ele
tinha 30 anos quando saiu da prisão, porém não diz que idade foi preso. O certo, porém, é que
estamos tratando de um jovem. E, aquele jovem, vitima da inveja de seus irmãos, da mentira
de uma mulher, em tempo algum se revoltou diante dos acontecimentos desagradáveis que o
envolveram. Sem dúvida, tudo estava dentro dos planos de Deus. De maneira maravilhosa
José estava sendo preparado para desenvolver uma grande obra para Deus e para os homens.
39
José interpreta o sonho de Faraó - (cap. 41)
Deus engrandeceu a José com toda sabedoria, a ponto do rei confessar: “...
Acharíamos, porventura, homem como este, em que há o Espírito de Deus?” (v. 38).
Assim José tornou-se governador do Egito. José foi bom administrador, quer na casa de
Potifar, quer no cárcere, ou, no reino do Egito. Demos nosso melhor para Deus, e seu nome
será glorificado em nós.
A terra de José fora atingida pela fome. Lá estava a sua família. Assim, Jacó
mandou que seus filhos fossem ao Egito comprar alimento. Tudo dentro do plano divino.
Estes se mostraram receosos, pois o Egito lembrava-lhe o criminoso ato da venda de José.
Finalmente partiram, deixando Benjamim, o filho mais moço. Benjamim era um dos dois
filhos de Jacó com Raquel, e, portanto, o irmão germano de José. Tendo, já “perdido” um dos
filhos de Raquel, Jacó agora protege atentamente a Benjamim, mantendo-o em casa. Ao vê-
los, Jose os reconheceu. José ocultou a sua identidade até certificar-se de que seus irmãos
demonstrariam pesar pelo que tinham feito a ele e ao pai, anos antes (cap. 37).
Embora José reconhecesse seus irmãos e bem soubessem que eles não eram
espias, os pôs a prova a fim de verificar se o caráter deles fora transformado, e se sentiam
remorso pelo mal que praticaram contra ele e seu pai Jacó.
40
José engrandecido no reino, não se prevaleceu do poder para se vingar dos seus
irmãos. Encontrando-se com eles, ignora as injurias sofrida, perdoa-lhes de coração, abraça-
os, levanta a voz e chora longamente ao pescoço dos seus irmãos, e abriga-os com suas
respectivas famílias na terra de Gosen, oferecida por Faraó.
“... serei réu de crime ...” (cap. 43.8,9). Assim como Ruben (Gn. 42.37), Judá
assumiu de espontânea vontade a responsabilidade pelo seu irmão Benjamim. Ofereceu-se
para tomar sobre si, a vergonha e a culpa se Benjamim não voltasse são do Egito.
Quando Israel (Jacó) percebeu que nada podia fazer para alterar as
circunstancias terríveis, só lhe restava colocar seus filhos na mão de Deus, orar pedindo
misericórdia e preparar-se para qualquer eventualidade. Estava disposto a aceitar a vontade de
Deus, mesmo se envolvesse a perda do filho e demais sofrimentos. Entretanto, os
acontecimentos, levaram-no a um final de vida feliz, regozijando-se em Deus e nele
confiando, pois o guiara durante toda a sua vida.
“E deu ordem ao que estava sobre a sua casa, dizendo: Enche de mantimentos
os sacos destes varões, quanto puderem levar, e põe o dinheiro de cada varão na boca do
seu saco. E o meu copo, o copo de prata, porás na boca do saco do mais novo com o
dinheiro do seu trigo. E fez conforme a palavra de José que tinha dito... E buscou
começando no maior e acabando no mais moço; e achou-se o copo de prata no saco de
Benjamim.” (Gn. 44.1,2,1)
41
Para deter os seus irmãos, José usa de astúcia para com eles, colocando seu copo
de prata no saco de Benjamim, na qual, os irmãos de José prometeram a seu pai, Israel (Jacó),
que levariam-no de volta (Gn. 43.8). Achando o copo, Benjamim seria levado de volta ao
Egito perante José.
“E disse José a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda meu pai?... Deus me
enviou diante de vossa face.” (Gn. 45.1-8). José revela que muitas vezes Deus sobrepõe
soberanamente a sua providencia e controla as más ações dos seres humanos a fim de executar
a sua vontade. Deus operou através de José para a preservação do povo do concerto, do qual
descenderia o Cristo. Nota-se, que embora Cristo viesse da linhagem de Judá e não de José,
Deus usou este para preservar a linhagem da qual viria Cristo. José, portanto, foi um
antecessor espiritual de Cristo, algo muito mais importante do que ser ancestral físico (Rm.
4.12-16).
A terra que Faraó cedeu a família de José (Gósen), fica localizada a cerca de 64
Km da cidade do Cairo, no delta do rio Nilo, ficando assim separada dos centros principais da
vida egípcia. Ali, os israelitas viveriam isolados dos egípcios e se desenvolveriam como
nação.
42
A família de José no Egito - (cap. 46-49)
“E partiu Israel...” (Gn. 46.). Israel e sua família migraram para o Egito. A
mudança de território do povo de Deus foi conseqüência direta da fome severa que Deus fez
surgir no mundo (Gn. 47.13). Deus literalmente forçou a Israel a mudar-se para o Egito, por
seu controle soberano (Gn. 15.13, 14). Na nova terra, o povo escolhido por Deus multiplicar-
se-ia e se tornaria uma grande nação e de lá retornaria a Canaã (Gn. 50.24). Cumprindo as
exigências dos egípcios, os filhos de Israel habitaram separadamente na terra de Gósen. Ali,
permaneceriam separados, um povo consagrado a Deus, esperando o dia da sua volta a pátria
prometida de Canaã, onde assumiriam o papel no plano divino de redenção.
“Eu sou Deus ... não temas ...”(Gn. 46.3). Deus, novamente promete que estará
com Israel e sua família e reitera a promessa que os seus descendentes se tornarão uma grande
nação e que voltarão a terra de Canaã. Todos nós precisamos da reafirmação da parte de Deus,
do seu amor, do seu cuidado, e presença, enquanto aqui vivermos e experimentamos as
dificuldades e tomadas de decisões inevitáveis nesse mundo perdido. Se você estiver se
esforçando mesmo para seguir o Senhor, você tem o direito de pedir da parte Dele uma
reafirmação do Seu amor por você e da Sua direção para a sua vida (Jo. 1.12, 13).
As sessenta e seis pessoas são as que viajaram com Israel para o Egito (Gn.
46.26). As setenta no versículo 27 incluem José, seus dois filhos e Jacó. Atos 7.1- 4 conta o
números de pessoas como setenta e cinco, incluindo assim os netos de José.
“... minhas peregrinações...” (Gn. 47.9). Israel referiu-se a sua vida e a dos seus
antepassados, como uma peregrinação. Como estrangeiro e peregrino na terra ele confiava em
Deus para a posse da terra prometida. Vivia, portanto, pela fé.
43
Igualmente Abraão e Isaque, ele morreu sem receber as promessas; sua meta
suprema era uma pátria melhor, a celestial (Hb. 11.8-16). Todos os crentes são da mesma
forma, peregrinos e estrangeiros na terra, vivendo pela fé e aguardando a celestial “cidade
que tem fundamento, da qual, o artífice e construtor é Deus.” (Hb. 11.10). José estava
próximo da morte e não recebera a promessa, mas pela fé em Deus, ele contemplava o dia em
que Deus levaria o povo de volta a Canaã. Com isso em mente, ele pediu para ser sepultado
junto a sua família em Canaã (Hb. 11.22).
“Os teus dois filhos... são meus.” (Gn. 48.5). Israel considerou os dois filhos de
José como se fossem dele, e assim garantiu a José uma porção dupla de herança; Efraim e
Manasses, portanto, iam ter os mesmos direitos e posições dos demais filhos de Israel, tais
como, Ruben e Simeão. Os descendentes de Efraim e Manasses, respectivamente formaram
duas tribos distintas.
“... o seu irmão menor será maior que ele...” (Gn. 48.19). Note-se que em
diversas ocasiões na história do Antigo Testamento, Deus escolheu o filho mais novo, em vez
do mais velho. Escolheu Isaque, em vez de Ismael (Gn. 21.12), Jacó, em vez de Esaú (Gn.
25.23), José, em vez de Ruben (Gn. 48.21, 22; 49.3,4), Efraim, em vez de Manasses (Gn.
49.14-20), Gideão, em vez dos irmãos dele (Jz 6.11-16) e Davi, em vez dos irmãos dele (1º.
Sm 16). Isso evidencia o fato de ter a primazia entre os seres humanos não significa ter
primazia com Deus. Deus escolhe as pessoas à base da sinceridade, pureza e amor e não na
posição na sua família ou na sociedade (Mt. 19.30; 20.26; 1ª. Co. 1.27, 28; Tg. 2.5).
44
Israel abençoa seus filhos e morre - (cap. 49)
“... chamou Jacó a seus filhos...” (Gn. 49.1). Nos momentos finais de sua vida,
Jacó reuniu seus filhos e profetizou a respeito a vida deles e do seu futuro no plano divino da
redenção. As bênçãos e maldições deste capítulo estão condicionadas as qualidades dos
descendentes de Israel
(Gn. 49.7). Ruben era o primogênito de Jacó. Como tal, ele tinha o direito a
primogenitura e a primazia da liderança, honra e autoridade sobre os demais. Porem, esses
direitos foram anulados devido ao seu incesto com Bila, concubina de seu pai (Gn. 35.22; Dt.
27.20). Noutra palavras, a degeneração do caráter, manifesta por tais atos baixos, pode
destituir uma pessoa para sempre de posições de liderança.
“Maldito seja o seu furor ...” (Gn. 49.7). A maldição que Israel pronunciou
contra Simeão e Levi (vv. 5-7) era de natureza condicional, da mesma forma que todas as
outras bênçãos e maldições deste capítulo. Por causa do posicionamento de lealdade ao
Senhor por parte dos levitas (a família de Levi), na cena posterior ao bezerro de ouro, a
maldição pronunciada aqui foi removida, sendo-lhes concedida uma benção e uma posição de
honra (Ex. 32.26-29; Lv. 25.32, 33; Dt. 1.8; 33.8-11). Vê-se assim, que maldições
pronunciadas contra um pai e sua família podem ser aniquiladas mediante arrependimento e a
fé em Deus por parte dos filhos (Lv. 26.39-42; 2º. Cr. 30.7-9; Jr. 31.29, 30; Ez. 18.1-9).
“... até que venha Siló...” (Gn. 49.10). A benção outorgada a Judá (vv. 8-12)
indica que os direitos da primogenitura lhes foram concedidos, e portanto, as bênçãos
prometidas a Abraão. A suma dessa promessa é que todas as nações seriam abençoadas
através de Judá pela “semente” da mulher. A Judá foi dito que seus descendentes governariam
seus irmãos, até que venha Siló. Esta promessa foi parcialmente cumprida no fato da
linhagem real de Israel ter sido a do rei Davi, um descendente de Judá. Siló provavelmente
significa: “aquele a quem pertence” (Ez. 21.27), e, em sentido pleno, refere-se ao Messias
vindouro, Jesus Cristo, que veio através da tribo de Judá (Ap. 5.5), Israel profetizou que todos
os povos lhe seriam sujeitos (Gn. 49.10; Ap. 19.15) e que ele traria grandes bênçãos
espirituais (Gn. 49.11,12).
45
“Acabando, pois, Jacó, de dar mandamentos a seus filhos, encolheu seus pés
na cama, e expirou, e foi congregado ao seu povo. E Faraó disse-lhe: Sobe e sepulta o teu
pai, como ele te fez jurar. Pois os seus filhos o levaram a terra de Canaã e o sepultaram na
cova do campo de Macpela, que Abraão tinha comprado com o campo, por herança de
sepultura, a Efrom, o heteu, em frente de Manre.” (Gn. 49.33; 50.6, 13). Em Macpela,
estavam sepultados – Abraão, Sara, Isaque, Raquel e Lia.
Diríamos que José foi o tipo mais perfeito de Cristo. Em toda a sua história,
parece ter sido irrepreensível; era, em muitas coisas semelhantes a Cristo, como homem.
Primeiramente, José é amado por seu pai e detestado por seus irmãos. Três
razões os levaram a odiar a José:
a) O amor de seu pai por ele;
b) A distância entre José e eles, sob o aspecto moral;
c) Os sonhos de José, revelando que ele teria supremacia sobre os irmãos.
Vejamos como foi com Jesus Cristo:
a) Foi amado de Seu Pai;
b) A distância (separação) de seus irmãos – judeus (Jo. 15.17-25);
c) O anuncio da sua glória futura (Mt. 26.57-8).
Continuemos a comparar: José foi colocado em uma cova, onde por certo
morreria, porém, seus irmãos preferiram vendê-lo aos ismaelitas. Os judeus, sabedores que
matando a Jesus, estariam desobedecendo a lei “não matarás”, transferiram Jesus para os
gentios.
José foi vendido por moedas de prata; sofreu grande tentação, porém sem
pecado, foi rebaixado e acusado injustamente; foi perdoador até de seus agressores. Ei-lo em
tudo, como o Filho e Esperança de Israel! Glória a Deus.
As palavras muito usadas naquela época eram: “Ide a José, fazei tudo o que ele
vos disser”. Maria usou as mesmas palavras nas bodas em Caná da Galiléia (Jo. 2.5). Hoje as
palavras são: “Vinde a Jesus”! “Ele é o caminho, e a verdade e a vida”. (Jo. 14.6)
46
As tribos de José e de Benjamim
Assim Cristo, conhecido por nós como “O rejeitado”, está agora exaltado e
assentado à Destra de Deus. Ele é aquele que Israel tem rejeitado.
Os judeus esperavam por um Cristo triunfante, que reinaria sobre toda a terra.
“O sofredor”, que precedeu o “Conquistador”, esse eles rejeitaram. Vemos então que o poder
não recaiu sobre Benjamim, por quem esperavam seus irmãos, mas sobre José aqueles que
eles rejeitaram. Cristo, o Messias, tem sido profetizado pelos judeus como um
“Conquistador”, todavia, como tal, ele não ambiciona aparecer-lhes. Jesus não podia deixar se
chamar “Conquistador”, sem primeiro passar pelo sofrimento do pecado. Então os judeus
rejeitaram-no como Messias.
A morte de José
“... fareis transportar meus ossos daqui...” (Gn. 50.25). O caráter integro de
José permanece até o fim de sua existência na terra. 17 anos junto de seu pai em Canaã, e, 93
anos no Egito, num total de 110 anos de vida. Ao término de sua carreira, não mais se vê
preocupado com a política, mas sim no seio de sua família no Egito. Teve honrarias de Faraó
no seu enterro, contudo, preferiu que seus ossos fossem retirados do Egito, quando seus
descendentes de lá se retirassem.
47
A fé perseverante de José estava firmada nas promessas de Deus, de que Canaã
seria a pátria do seu povo (Gn. 13.12-15; 26.3; 28.13), por isso pediu que seus ossos fossem
transportados para a terra da promessa. Quatrocentos anos mais tarde, quando os israelitas
deixaram o Egito, na sua viagem para Canaã, levaram consigo os ossos de José (Ex. 13.19; Js.
24.32; Hb. 11.22).
Da mesma forma, todos os salvos sabem que o seu futuro está reservado, não
neste mundo presente, mas noutra pátria, “a celestial”, onde habitarão para sempre com Deus
e desfrutarão eternamente da sua presença e bênçãos.
É essa a promessa de Deus aos seus servos fiéis (Hb. 11.8-16; Ap. 21.1-4).
48
Nome muito apropriado, dado pelos tradutores gregos, e quer dizer “saída”,
numa referência a saída do povo de Israel da terra do Egito.
Todas estas definições dão a entender que estes cinco livros eram tidos como um
só volume, como se acham nos manuscritos judaicos.
49
I. OPRESSÃO E LIBERTAÇÃO - 1-15
Este fato de utilizar o Rio Nilo, que era a fonte de vida e símbolo de idolatria ao
povo do Egito, agora como fonte de morte, seria drasticamente repelido pelo Senhor, como
veremos mais adiante.
50
Com esta atitude de matar os meninos hebreus, o rei estava colocando em
extinção a descendência do povo de Deus, o que jamais seria permitido pelo Todo Poderoso, a
exemplo de outras ocasiões que encontramos na Bíblia Sagrada, Deus tinha uma aliança a
zelar e, portanto um povo a preservar.
Em meio a este decreto o rei do Egito, nasce um menino hebreu, tendo sido
escondido pela mãe por três meses, e não podendo mais escondê-lo, fez para este um cesto de
junco (uma planta que dava as margens do rio Nilo), e a calafetou com betume (assim como
na arca de Noé Gn. 6.14). O cesto foi “rebocado” com este produto, que tem a função de
impermeabilizar, assim como produtos atuais que tem no mercado (principalmente no ramo
da construção), como o Neutrol.
Moisés estava com quase quarenta anos, quando viu um egípcio maltratando um
hebreu. Movido pela injustiça de ver seu povo sendo oprimido, levantou-se contra o egípcio e
o matou, escondendo seu corpo na areia, sem saber que estava sendo visto por outros hebreus.
51
Na terra de Mídiã, Moisés se casou com Zípora, filha do sacerdote Jetro, e teve
seu primeiro filho “Gérson”, que no seu nome hebraico trás as consoantes “g-r-sh-m”, que
vem do verbo mandado para longe, ou estrangeiro (2.16-22).
O CHAMADO
DE VOLTA AO EGITO
52
A serpente era no Egito símbolo real, e aparecia com freqüência nos ornamentos
reais egípcios, e era temida por todo o povo. No entanto, a magia, astrologia, bruxaria,
necromancia, dentre outros, eram muito usadas na antiguidade, no que seus encantadores e
magos fizeram o mesmo, entretanto a serpente de Arão devorou a dos egípcios. A partir daí,
deu-se uma seqüência de pragas derramadas sobre aquela terra do Egito:
53
6. ÚLCERAS (9.8-12) – Os tumores arrebentavam em úlceras, que atingiram
inclusive os magos do rei, que já não podendo fazer mais nada (como nas últimas pragas),
também nesta não o puderam.
7. CHUVA DE PEDRAS (9.13-35) – Os campos dos egípcios foram
dizimados, só que mais uma vez, na terra de Gósen, onde estava o povo de Israel, a praga de
novo não chegou.
8. GAFANHOTOS (10.1-20) – Agora, as plantações refeitas da chuva de
pedras, são destruídas por gafanhotos, mui numerosos de modo que toda a terra se escureceu
com a nuvem de gafanhotos que assolou a terra do Egito. Devorou toda a erva, todo o fruto.
Faraó procura novamente barganhar com Moisés, mas de novo não aceitou as condições do
rei.
9. TREVAS (10.21-29) – Nesta praga, uma densa escuridão tomou conta da
terra do Egito. A escuridão era tanta, que por três dias ninguém se levantou ou enxergava um
ao outro. Agora se prepare para mais esta: NA TERRA ONDE O POVO DE DEUS ESTAVA
HAVIA LUZ. Faraó incansável procura novamente barganhar com Moisés a ida incompleta,
e mais uma vez foi rejeitada.
10. MORTE DOS PROMOGÊNITOS (11.1-10 / 12.29-30) – Esta praga
agiria diretamente nas vidas humanas. Todos iriam padecer do plebeu ao nobre, do escravo ao
Senhor. Os animais também iriam morrer. Houve um grande clamor. Em toda a casa havia um
morto (inclusive na casa de Faraó). Assim faraó não teve outra saída a não ser autorizar a
saída do povo de Israel.
A INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA
Sabendo Deus que já não restava outra saída para Faraó, que a de autorizar a
saída do povo de Israel, ordenou uma celebração, que é respeitada até os dias de hoje pelo
povo israelita. A páscoa.
Passar o sangue de um cordeiro nos umbrais das portas e comer pão sem
fermento.
Com uma grande comitiva, roupas, ouro e prata dos egípcios, partiram os filhos
de Israel depois de 430 anos de estada na terra do Egito.
Movidos pela realidade de que agora não tinham mais escravos para o trabalho,
Faraó e seus oficiais começaram uma perseguição pelo deserto ao povo de Deus.
Diante do Mar Vermelho, Deus ordena que Moisés levante seu bordão, estenda a
mão e divida o mar.
O povo de Israel passou o mar em terra seca (14.22). Vendo os egípcios que os
israelitas avançavam, adentraram também pelo caminho, só que as águas voltaram ao seu
curso normal e cobriram todo o exército de Faraó que pereceram no meio do mar, mas o povo
de Deus passou a pé enxuto (14.29). Assim o Senhor livrou a casa de Jacó naquele dia
(14.30).
SENHOR - (16-24).
COMEÇA A PEREGRINAÇÃO
55
Desejosos de comer carne, o Senhor envia codornizes pela tarde, em mais uma
demonstração da provisão divina para com o seu povo.
Tendo partido o povo, chegaram ao deserto de Sim. Não havia água naquele
acampamento, revoltado, o povo murmurou contra Moisés, que sob a ordem de Deus, feriu a
rocha em Horebe, e a mesma milagrosamente verteu água para o povo.
OS DEZ MANDAMENTOS
Em meio a trovões, relâmpagos e uma nuvem que cobria o monte, monte este
que fumegava, o Senhor ordena que somente Moisés e Arão suba ao monte.
56
MANDAMENTO APLICAÇÃO PRÁTICA
3. Não tomarão o nome do Senhor em vão Fale com respeito e com cuidado
Prosseguindo em sua orientação para conduzir Seu povo a uma vida de santidade
diante do Santo de Israel, Deus continua nas diversas Leis que se seguem, instituindo o
primeiro Código Civil de Israel. Vejamos:
O ano de Descanso
O Sábado
57
AS FESTAS SAGRADAS
Quando Moisés falou com Faraó para deixar seu povo sair do Egito, lhe disse
que era para que o povo fosse adorar ao Senhor Deus (8.25-29). Agora o Senhor traz
instruções específicas em como e onde Seu povo deveria adorá-lo: recursos, mobília, roupas,
modos de celebração. É importante a partir deste ponto, que o aluno faça um estudo mais
detalhado sobre os tipos (símbolos) que a Bíblia nos mostra.
58
O trecho que iremos estudar agora é muito rico nestes detalhes, e é muito
gratificante estudá-lo e perceber como a Onisciência do Todo-Poderoso agiu em cada detalhe.
Os eventos a seguir são ricos em tipificar para nós através de métodos divinamente
pedagógicos, quão planejados por Ele foi a nossa redenção.
RECURSOS - (25.1-9)
A ARCA - (25.10-15)
A Arca, ou, a Arca da Aliança, ou, Arca de Deus, seria um depósito da Lei de
Deus. O mobiliário mais sagrado do Tabernáculo, onde ficavam guardadas as Tábuas da Lei.
59
O PROPICIATÓRIO - (25.17-22)
Não era apenas uma tampa da Arca. Seu nome tem a ver com expiação,
propiciação, uma “cobertura” dos pecados, onde era propiciada a satisfação da ira de Deus
contra o pecado. Nesta parte continha dois Querubins como guardiões, e são associados com
fogo e julgamento.
60
A MESA DOS PÃES - (25.23-30)
Esta mesa deveria conter doze pães, simbolizando as doze tribos de Israel, estes
pães eram trocados aos sábados, sendo então trazidos pães frescos.
O CANDELABRO - (25.31-40)
O candelabro ou castiçal, era feito de ouro puro, tinha três hastes para cada lado,
perfazendo sete luminárias. Deveria ficar disposto no Tabernáculo, do lado oposto ao da mesa
dos pães, e servia para iluminar o interior do Tabernáculo (o Lugar Santo), e era dotado de
uma grande quantidade de ouro, por volta de 35 kilos de ouro.
61
AS CORTINAS - (26.1-13)
A primeira cortina colorida e a mais interna, deveria ser de linho, sua cor branca
simboliza a pureza e justiça do Senhor, e contava com desenho de Querubins. Depois vinham
as cortinas feitas com pelos de cabra, outra com pele de carneiro e outra feita de peles finas e
por fim ainda, uma cortina para o transporte do Tabernáculo.
62
O VÉU - (26.31-37)
Uma cortina de linho com desenhos de querubins e era o véu que separava os
dois compartimentos, ou seja: “O LUGAR SANTO” e o “SANTO DOS SANTOS”.
O Altar do Incenso deveria ser de madeira de acácia coberto de ouro. Ele deveria
ficar dentro do Lugar Santo, juntamente com o Candelabro e a Mesa dos Pães. Nenhum
incenso estranho deveria ser oferecido nele e também nenhuma outra oferta que não o incenso
aromático, especialmente formulado para tal.
63
O ALTAR DO HOLOCAUSTO - (27.1-8)
64
A BACIA DE BRONZE - (30.17-21)
“Farás uma Bacia de Bronze...”. Foi instruído para que se fizesse uma Bacia de
Bronze.
65
O ÁTRIO DO TABERNÁCULO - (27.9-19)
O Átrio tinha suas cortinas de linho branco sustentadas por colunas feitas em
bronze e prata.
Observe o aluno, que a partir do capítulo 25, o Senhor Deus começa a dar o
projeto, arquitetura e decoração do Tabernáculo, partindo do lugar mais santo, ou seja, do
“Santo dos Santos”. Note bem, que suas intenções começam a partir da Arca, cuja localização
era no Santo dos Santos. Se recorrermos ao versículo do Evangelho de João 3.16 pode
observar que: “Deus amou o mundo de tal maneira...”, portanto o desejo de salvar o homem
partiu do interior de Deus.
66
Confrontando isto com o simbolismo do Tabernáculo, percebemos que a
orientação partiu de onde vinha o centro da vontade divina, ou seja, onde Ele manifestaria Sua
Glória, do Lugar Santíssimo para fora, local onde os interessados em adorar e reconhecer o
Senhor como único Deus deveriam entrar.
ITENS A RESSALTAR
OS METAIS
AS CORES
67
VESTIMENTAS SACERDOTAIS
Deus comissiona Arão e sua família para que oficiassem como sacerdotes e
passa a descrever suas vestimentas nos mínimos detalhes, seguidos de seus procedimentos
sacerdotais.
Uma indumentária muito bonita e habilmente costurada, todos seus detalhes são
descritos no Êxodo.
68
SACRIFICIOS E CERIMÔNIAS
69
IV – A RENOVAÇÃO DA ALIANÇA - 32-39
Tendo Deus acabado de falar com Moisés no Monte Sinai (Ex. 31.18), lhe deu as
duas Tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.
Mas enquanto Moisés estava no Monte Sinai, e vendo o povo que este tardava a
descer do monte, o povo impaciente acercou-se de Arão e quiseram um ídolo para adorá-lo.
Diante do exposto, somos levados à lembrança do início da humanidade, quando Deus disse:
“do fruto da árvore não comerás...” Gn. 3.3. no caso em evidência com o povo de Israel,
Deus disse: “não terás outros deuses diante de mim”. Ex. 20.3.
Na instrução dada por Deus para a construção do Tabernáculo, Ele pediu que o
povo ofertasse voluntariamente para sua construção. Agora, foi ordenado que trouxessem
tirando de suas famílias.
Deus propõe a Moisés exterminar com a raça humana e recomeçar com ele uma
nova geração, ao que Moisés refutou e intercedeu pela misericórdia divina.
Parafraseando mais uma vez o Éden, Arão, a exemplo de Adão, se desculpa: “foi
o povo”.
Deus diz a Moisés para lavrar novas tábuas como as primeiras e se apresentasse
perante Ele no monte, onde faz com o legislador uma aliança novamente.
70
Ao descer do monte, Moisés tinha seu rosto resplandecente, ao que o povo
temeu.
Com o projeto pronto, o povo de Israel começa a trazer suas ofertas para a
construção da “Casa de Ouro”, todos estando dispostos de coração, ofertavam ao Senhor.
Foram entregues aos obreiros responsáveis, as ofertas chegaram de tal maneira que “ainda
sobejava” materiais (36.7).
71
I
(Lv. 19.2). O Levítico abrange menos de um ano do tempo que Israel passou no
Sinai, e, tem a mesma relação para com o Êxodo que as Epistolas tem para os quatro
evangelhos. O Êxodo conta de redenção e lança os alicerces para a purificação, a adoração e o
serviço de um povo redimido. O Levítico apresenta os detalhes da vida, culto e serviço desse
povo. O Levítico destaca a maneira de um povo redimido aproximar-se de Deus pela
adoração, isto é, somente por meio do sangue. O povo, os sacerdotes, o Tabernáculo, os
vasos, os sacrifícios, as vestes sacerdotais, tudo é descrito como santo, isto é, separado, não só
do uso pecaminoso, mas do uso comum. (leia: cap. 2.3, 10; 6.18, 27; 7.16, 21; 10.3, 10, 12,
17; 11.3-45; 14.13; 16.4 ).
72
(Hb. 10.1). A indicar o sacrifício, uma vez para sempre, de Cristo, pelo pecado
(Hb. 9.12). O mandamento bíblico para que o crente seja santo pode ser perfeitamente
cumprido pelo crente do Novo Concerto, através do sangue precioso de Cristo.
A chamada do crente é para que ele seja santo em todas as áreas da vida (1ª. Pe.
1.15). O segundo grande mandamento, conforme Jesus o definiu, deriva de Lv. 19.18:
“Amarás o teu próximo coma a ti mesmo”. (Mt. 22.39).
Esboço do Livro:
1º As leis cerimoniais concernindo sacrifício, purificação e expiação - cap. 1-16
2º As leis morais ou de santidade espiritual – cap. 17-26
3º Os votos e o resgate dos mesmos – cap. 27
Os Holocaustos (cap. 1)
O termo hebraico traduzido por “holocausto” significa “aquilo que sobe” para
Deus. O sacrifício era totalmente queimado, o que significa que a total consagração do crente
a Deus é essencial a adoração verdadeira. Ao mesmo tempo esse sacrifício abrangia o perdão
do pecado (v. 4) o que realçava o fato de que antes do adorador poder dedicar-se a Deus, tinha
que estar purificado do pecado (Mt. 5.23, 24). Segundo o escritor aos Hebreus, Jesus é o
cumprimento cabal do holocausto (Hb. 10.5-10).
73
O sacrifício do holocausto tinha um ritual que envolvia os seguintes elementos e
a) – A oferenda de um animal sem defeito (um tipo de Cristo, Jo. 1.29; Hb. 7.6);
b) – O ofertante devia trazer o animal pessoalmente à tenda;
c) – O ofertante punha as mãos sobre o animal;
d) – O sangue do animal era derramado à porta da tenda da consagração.
a) – Assim como todo o corpo do animal devia ser colocado sobre o fogo, Cristo
se entregou por nós sem reserva alguma (Fp. 2.5-8).
b) – Cristo foi voluntariamente até ao sacrifício (Is. 53.7).
c) – O holocausto era o sacrifício contínuo: Cristo é o nosso contínuo sacrifício,
feito uma vez, mas eficaz para todo o sempre.
d) – Cristo foi ao mesmo tempo a vítima do holocausto e o sacerdote ofertante.
Quando o animal morria era como se a pessoa que o trouxera também morrera,
no entanto, permanecia viva para servir a Deus. De modo semelhante, o cristão confia-se a
Cristo e une-se a Ele na sua morte (Rm. 6.3-11; 2º. Co. 5.21; Cl. 3.3; Hb. 9.14). Ele é
conclamado, portanto, a viver como se ressurreto dentre os mortos e apresentar-se como
sacrifício vivo a Deus (Rm. 12.1; Hb. 13.15). Deus muito se agradava do sacrifício que o
crente oferecia com fé obediente. Paulo aplica esta expressão, tanto ao sacrifício de Cristo
como as boas ações do crente (Fp. 4.18; Hb. 13.16).
A oferta de manjares (ou melhor, de cereais) era uma dádiva apresentada a Deus
como ato de adoração, e que simbolizava a dedicação a Deus – serviço, do fruto do trabalho
da pessoa. Subtendia que todo o trabalho humano devia ser feito como para o Senhor, e, que
nosso alimento cotidiano deve ser feito como ação de graças a Ele (1ª. Co. 10.31; Cl. 3.23).
74
Os elementos dessa oferta consistiam no seguinte:
Ninguém era pobre demais que não pudesse oferecer alguma coisa para Deus.
Podiam oferecer flor de farinha de trigo, bolos cozidos e ofertas de cereais das primícias da
seara. A oferta era dada de acordo com as possibilidades do ofertante.
Não podiam ser oferecidos no altar porque eram usados para fomentar a
fermentação. A fermentação envolve alteração, decomposição ou deterioração, e geralmente
simboliza o mal. (Ex. 13.7).
(Cl. 1.20; 1ª. Jo. 1.3). Prenuncia ainda a nossa comunhão plena, quando todos
nós assentarmos com Deus no seu reino (Sl. 22.26; Lc. 14.15; Ap. 19.6-10).
76
Devemos nos lembrar que, a posição que ocupamos perante Deus e os homens
trazem-nos grandes responsabilidades. Nossos pecados são sempre pecados, como os de
qualquer outro pecador, mas seus efeitos são sempre proporcionais à posição que ocupamos.
A Bíblia diz que há quem muito foi dado, muito será requerido. Este é um fato altamente
solene para ser esquecido. Os sacrifícios pelos pecados prefiguram a morte expiatória de
Cristo e o fato de Ele tomar sobre si o castigo dos nossos pecados. A eficiência da morte,
porém, foi infinitamente mais perfeita do que o sacrifício pelos pecados do Antigo
Testamento, pois que num só ato proveu uma expiação única por todos os pecados (Is. 53; 2ª.
Co. 5.21; Ef. 1.7; Hb. 9.11,12). Nós crentes do Novo Testamento, precisamos continuamente
do sangue de Cristo para expiar nossos erros, fraquezas e falhas involuntárias que decorrem
da fragilidade da natureza humana.
77
Para ter a sua transgressão expiada, o transgressor, de acordo com a sua
transgressão, deveria proceder da seguinte maneira:
Aplicado ao crente da era atual, através da obra de Jesus Cristo, o sacrifício pela
transgressão nos assegura o seguinte:
78
Lei sobre os sacrifícios em geral - (cap. 6.8-30; 7).
Neste item, são tratadas as leis dos sacrifícios e ofertas, e, consistem nos
seguintes pontos:
Quando se apresentava mais de uma classe de oferta (como em Nm. 7.16, 17),
em geral o procedimento é como se segue:
1) A oferta pelo pecado;
2) O holocausto;
3) A oferta de paz e a oblação (junto com uma oferta de libação).
79
OS SACRIFICIOS LEVÍTICOS
SACRIFICIO ELEMENTOS PROPÓSITOS TIPOLOGIA
HOLOCAUSTO Bode, carneiro, boi, Ato voluntário de Cristo, nosso sacrifício
Lv. 1; 6.8-13; pombinho (para os adoração; expiação pelos perfeito, que se entrega
8.18-21; 16.24 pobres); totalmente pecados involuntários em voluntariamente (Mt.
queimado, sem defeito. geral; expressão de 27.35-36; Ef 5.2; Hb.
devoção; compromisso e 7.26; 9.14; 1ª. Jo. 2.6).
completa entrega a Deus.
OBLAÇÃO Grão, flor de farinha, Ato voluntário de Destaca-se aqui a
Lv. 2; 6.14-23 azeite de oliva, incenso, adoração; reconhecimento perfeita humanidade de
bolo assado, sal, sem da bondade e das Cristo; ressalta-se a
fermento nem mel, provisões de Deus; entrega de sua vida (1ª.
acompanhava a oferta devoção a Deus. Jo. 2.6).
queimada (holocausto) e a
oferta da comunhão.
OFERTA DE Qualquer animal sem Ao voluntário de Cristo mediante a cruz,
PAZ defeito tomado do adoração; ação de graças restaurou a comunhão
Lv. 3; 7.11-34 rebanho; variedade de e comunhão (incluía uma do crente com Deus. Ele
bolos. comida de toda a é nossa paz, fez cessar
comunidade). as guerras.
OFERTA PELO Para o sumo sacerdote e a Para expiação de pecado Cristo padeceu “fora da
PECADO congregação: um bezerro. especifico e involuntário; porta” (Hb. 13.10-13).
Lv. 4.1 a 5.13; confissão de pecado:
6.4-30; 8.14-17; Para os lideres: um bode. perdão de pecado;
16.3-22 limpeza da imundícia.
Para qualquer pessoa do
povo: uma cabra ou um
cordeiro.
Conforme orientação divina dada a Moisés, Arão e seus filhos tinham sido
separados para o sacerdócio, e nenhum outro oficio poderiam exercer. Sua consagração exigia
separação das coisas do mundo, de tão elevada era a posição que tinham diante de Deus; é que
a partir do momento da consagração seriam vistos como legítimos representantes de Jeová.
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Na consagração sacerdotal, eram usados os seguintes elementos:
a) Os vestidos sacerdotais (Ex. 28 e 29);
b) Óleo da santa unção;
c) O novilho para oferta do pecado, e dois carneiros (Ex. 29.1-3);
d) Os pães da proposição.
81
Quanto aos sacrifícios:
Nadabe e Abiu puseram nos seus incensários carvões em brasa de fonte estranha.
Alem disso, oferecer incenso no altar tinha que ser feito exclusivamente pelo sumo sacerdote
(Ex. 30.7-9; Lv. 16.11-13 ); Nadabe e Abiu foram mortos porque, como sacerdotes,
82
rebelaram-se contra Deus e sua Lei, em atitude de desafio profanando o santuário. Eles
tinham sido claramente proibidos de oferecerem fogo estranho perante o Senhor. Agindo
assim, eles que deveriam ensinar a Lei de Deus, negaram-se a levar a sério seus
mandamentos. Declaravam-se ministros santos de Deus, e, no entanto, estavam servindo aos
seus próprios interesses, sem qualquer temor de Deus em suas vidas. Esses dois homens eram
lideres do povo de Deus. Quando os ministros de Deus ostensivamente cometem pecado, isso
atinge grandemente a excelsa dignidade de Deus e o seu propósito redentor na terra. Tais
delitos profanam a Igreja e a totalidade do povo de Deus e desonram o nome do Senhor. Por
essa razão, a Bíblia ensina que somente aqueles que levam uma vida cristã de perseverança
na fidelidade a Deus e à Sua Palavra podem ser escolhidos como dirigentes do povo de Deus.
Os capítulos 11-15 expressam a solicitude de Deus pela saúde física e bem estar
do seu povo. Os povos antigos, vizinhos de Israel, nada sabiam a respeito de higiene,
saneamento, a importância de lavar-se, a prevenção de doenças infecciosas, nem dispensavam
cuidados adequados aos pobres e enfermos. As Leis de Deus promoveram o interesse por
essas coisas e predispuseram o povo a uma vida santa e a considerar que Deus é Santo.
83
Quanto à sua natureza, o sacrifício oferecido no dia da Expiação era:
a) Era um sacrifício anual – ocorria no dia 10 de Tisri (setembro), o mês
dos grandes festivais religiosos de Israel.
b) Era o ponto alto de Todo o Cerimonial e de Todo o Pentateuco.
c) Era a maior profecia do sacrifício de Cristo.
d) O sacrifício do Grande Dia era à base de todas as seções evangélicas
dos salmos e dos profetas.
e) Grande parte do Novo Testamento seria ininteligível ou simplesmente
não existiria se não fosse o dia da expiação.
a) Era uma data fixa, mas um dia semanal indeterminado (v. 29).
b) Seria dia de tristeza.
c) Era o Sábado dos Sábados.
d) O sacerdote era paramentado a rigor.
e) Animais eram oferecidos em sacrifícios: um novilho para oferta pelo
pecado do sumo sacerdote e sua casa; dois bodes e um carneiro para o sacrifício pelo pecado
do povo e para holocausto.
84
d) O SACERDOTE ENTRAVA SOZINHO NA TENDA: Da mesma
forma, Nosso Senhor Jesus Cristo entrou sozinho no Santo dos Santos de sua agonia e sozinho
fez a nossa expiação. Profeticamente ele diz em Isaias 63.3 “O lagar, eu o pisei sozinho, e
dos povos nenhum homem se achava comigo”.
e) O HOLOCAUSTO: Depois de feita a expiação, vinha à festa do
holocausto, significando que o pecado já não existia e o povo podia fazer festa com alegria.
Depois que o Senhor Jesus Cristo nos salvou podemos viver alegres e gozar a felicidade que
advem da salvação.
O povo de Israel devia ser diferente dos de Canaã e do Egito. Os pecados que
foram motivos para Deus destruir os cananeus e muitos outros povos antigos, não deviam ter
85
lugar entre os filhos de Israel. Deste povo especial, Deus requeria santidade, temor aos pais,
observância dos sábados (como sinal de pacto entre Deus e a nação), separação da idolatria,
animais para o sacrifício, o rabisco da colheita, o cumprimento dos deveres para com o
próximo, amor para com os irmãos, não comerem sangue, abstinência da prostituição, não
consultar adivinhos e feiticeiros; respeito à velhice, e hospitalidade para com o natural e o
estrangeiro. Alem disto, Deus proibiu Israel de oferecer seus filhos ao deus Moloque, e
condenou qualquer tipo de imoralidade que os identificassem com os povos que habitavam
Canaã antes deles. Os cananeus sacrificavam criancinhas aos seus deuses, como parte de sua
religião herética. Essa pratica detestável foi rigorosamente proibida por Deus. (Lv. 20.2-5; Jr.
32.35). Ato sexual com alguém do mesmo sexo é abominação ao Senhor. Tal ato é detestável
e repulsivo a Deus (v. 22, 23).
No capitulo 19.18, 34, diz: “Não te vingarás, nem guardará ira contra os filhos
do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Como o natural entre vós será o
estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiro fostes
na terra do Egito”.
O próximo refere-se a qualquer pessoa com quem temos algum contato, e não
apenas alguém que mora perto de nós. Este mandamento, que regulava a maneira de Israel
tratar os outos foi citado por Jesus Cristo (Mt. 22.39), por Paulo (Rm. 13.19), e, por Tiago
(Tg. 2.8). Os versículos 9-18 do capítulo 19 descrevem maneiras praticas de demonstrar-nos
amor e solicitude ao nosso próximo. Amor ao próximo inclui amar os estranhos (os
forasteiros e residentes estrangeiros) que vem morar onde vivemos. Jesus destaca a mesma
coisa na parábola do bom samaritano (Lc. 10.25-37). O próprio Deus amava o seu povo
quando eram estrangeiros, e requer que façamos o mesmo. Deus quer abençoar todas as
nações do mundo (Gn. 12.3; Jo. 3.6).
Algumas das Leis de Levítico eram aplicáveis somente a Israel, segundo o Velho
Concerto, ao passo que outras ainda são aplicáveis aos crentes do Novo Concerto. No tocante
as primeiras, algumas foram dadas visando evitar que os israelitas se envolvessem em práticas
pagãs dos povos vizinhos, por exemplo: a proibição quanto ao uso de diferentes tipos de
tecido no vestuário pode ter sido pelo fato dos sacerdotes pagãos praticarem feitiçaria,
mesclando diferentes tipos de tecidos nas suas roupas. O principio dessa lei, significava a
pureza livre de mistura.
86
Regulamento Sacerdotal - (cap. 21-22).
O capítulo 21 trata das qualificações e dos altos padrões para aqueles que
serviriam como ministros do povo de Deus. Deviam ser exemplos de vida santa, tanto nos
seus deveres cerimoniais, quanto ao seu caráter pessoal e seus atos: daí, Deus requerer deles
um padrão mais elevado do que ele exigia de um simples membro do seu povo.
Deus revelou através dessa Lei, que os ministros do seu povo devem ser
exemplos também quanto aos elevados propósitos para o casamento e a família. No Novo
Testamento é uma exigência divina que o homem seja um modelo de fidelidade a sua esposa e
família, antes de ser escolhido pastor de uma congregação.
No capitulo 22 as leis de santidade, por mais de uma vez referidas nas varias
comunicações de Jeová, são aqui renovadas em toda a sua força. O sacerdote deveria, pois,
guardar-se incontaminado, separado de tudo que literal ou cerimonialmente fosse julgado
imundo. Deveria ter cuidado no manuseio e administração das coisas sagradas.
87
As festas solenes de Israel - (cap. 23).
Como um povo santo, Israel possuía uma religião santa, festas santas, etc.
Dentre os elementos caracterizadores da vida e do culto dos hebreus, se destacam os
seguintes:
1) O Sábado;
2) A Páscoa;
3) Festa dos Pães Asmos;
4) Festa das Primícias;
5) Festa do Pentecostes;
6) Festa das Trombetas;
7) Dia da Expiação;
8) Festa dos Tabernáculos.
88
O diagrama e sua explicação que aparece em seguida mostra a relação entre as
festas hebraicas e o calendário atual.
89
O CALENDÁRIO HEBRAICO
90
Leis sobre a Lâmpada do Tabernáculo e os Pães da Preposição
(cap. 24-26)
Este capítulo trata dos dízimos e das ofertas. O dizimo é a décima parte do
produto da terra e do gado que era dado ao Senhor. O dizimo de Israel era entregue para o
sustento dos Levitas (Nm. 18.21) e dos sacerdotes (Nm. 18.28), para ajudar nas refeições
sagradas, e para socorrer os pobres, os órfãos e as viúvas (Dt. 14.22-29).
Nas Leis sobre o dízimo, Deus estava simplesmente ordenando que os seus, lhe
devolvessem parte daquilo que ele já lhes tinha dado.
91
Houve ocasiões na história do Antigo Testamento em que o povo de Deus reteve
egoisticamente o dinheiro, não repassando os dízimos e ofertas regulares ao Senhor. Durante a
reconstrução do Segundo Templo, os judeus pareciam mais interessados na construção de
suas propriedades, por causa dos lucros imediatos que lhes trariam, do que os reparos da
“Casa de Deus” que se achava em ruínas. Por causa disso alertou-lhes o profeta Ageu que
muitos deles estavam sofrendo revezes financeiro (Ag. 1.3-6). Coisa semelhante acontecia no
tempo do Profeta Malaquias, e, mais uma vez, Deus castigou seu povo por se recusar a trazer-
lhes o Dízimo (Ml. 3.9-12).
92
O livro de Números é o quarto livro do Pentateuco na Bíblia escrito cerca de
1405 a.C. Cronologicamente o livro de Números é uma continuação da História relatada em
Êxodo.
93
O livro de Números, à parte a sua importância histórica, é particularmente
valioso pela maneira como descreve o cuidado do Senhor pelo Seu povo, a Sua justiça, e a
Sua compaixão. É também admiravelmente apresentado o caráter de Moisés, quanto à sua
fraqueza e a sua fortaleza moral.
A expressão “ovelhas que não tem pastor” aparece pela primeira vez em Nm.
27.17; compare: 1º. Rs. 22.17; 2º. Cr. 18.16; Ez. 34.5; Zc. 10.2; e no Novo Testamento com
Mt. 9.36; Mc. 6.34.
Esboço do Livro:
1- Israel no Sinai – cap. 1 a 10.10
2- Israel errante de Sinai a Cades – cap. 10.11 a 21
3- De Cades ao acampamento em Moabe – cap. 22 a 36
Feita a contagem dos filhos de Israel, Deus ordenou que as tribos fossem
dispostas ao redor do Tabernáculo, da seguinte maneira:
A Bíblia ensina organização, não como uma finalidade em si mesma, mas para
que o trabalho em vista se proceda de maneira ordenada. O Tabernáculo no centro do
acampamento simbolizava o fato de que a vida da nação girava em torno do Senhor e da sua
adoração, como seu redentor.
95
Os sacerdotes eram ungidos com azeite para consagrá-los ao serviço de Deus.
Semelhantemente no Novo Testamento, quando os crentes são ungidos pelo Espírito Santo,
são consagrados e capacitados com poder, para serviço e testemunho no reino de Deus (At.
1.8; 2.4). Os nomes “Messias” (hebraico), e “Cristo” (grego) significam ambos “O Ungido”.
Tudo quanto Cristo fazia era pela unção do Espírito Santo.
Antes de partir das cercanias do Sinai, Deus ordenou que se fizessem trombetas
de prata, para com elas ser dado o sinal de marcha. Um toque seria a chamada dos príncipes;
dois a da congregação; três significariam a ordem de marchar. Este sinal seria um estatuto
perpetuo em Israel. Sempre que houvesse perigo, seriam tocadas as trombetas, e, nos dias de
festa, seria o sinal da graça e da alegria.
No versículo nove Deus ajudaria o seu povo na guerra, somente se ele fosse
invocado mediante o sonido das trombetas. Deus determinou certas condições para os
israelitas terem sua ajuda. Deus pode deixar de agir em nosso favor se não permanecemos
perto Dele em oração, chamando por sua graça, proteção e presença.
97
2º - ISRAEL ERRANTE DO SINAI A CADES – Cap. 10.11 a 19
No deserto havia apenas o maná que tinha de ser colhido a cada manhã e cozido
em panelas ou moído, para deles fazerem bolo. Enfastiado do maná, e com saudades do
alimento do Egito, os filhos de Israel murmuraram contra Deus e contra seu servo Moisés.
Os israelitas não quiseram confiar em Deus e deixar com Ele sua vida e seu
futuro. Nós os crentes do Novo Testamento nunca devemos deixar de agradecer pela morte
sacrificial de Cristo por nós, pela libertação do pecado e pela graciosa provisão divina de
orientação e benção em nossa vida.
No capítulo doze, Miriã e Arão pecam contra o Senhor ao afrontarem seu servo
Moisés pelo seu casamento com uma mulher etíope (cuxita). Esse casamento não era nem
moral, nem legalmente errado. A humildade de Moisés consistia em sua confiança em Deus
como Senhor; daí ele ser isento de egoísmo e ambições carnais. Quando sob afronta ou
ameaça, Moisés dependia de Deus e Nele confiava como seu socorro e defesa.
98
Moisés foi o mediador do Antigo Concerto, assim com Jesus é o mediador do
Novo (Hb. 3.2-6). Deus falava diretamente com Moisés (“boca-a-boca”), e daí a palavra que
Moisés transmitia ao povo era a palavra autentica de Deus. Embora Miriã e Arão fossem
líderes de Israel, não tinham o direito de contestar a autoridade de Moisés. Assim como Deus
lhes mostrou que não tinham o mesmo grau de autoridade de Moisés, assim também os
crentes atuais não têm o direito de se julgarem como tendo o mesmo nível de autoridade das
Escrituras.
Após espioná-la, a conclusão a que chegaram tais espias foi que a terra era fértil
e desejável, manava leite e mel, mas, a questão agora era vencer os seus habitante e tomar as
suas cidades. Dos doze espias, dois (Calebe e Josué) concordaram com os outros, menos com
a invencibilidade dos habitantes da terra. Mas o argumento dos dez triunfou, conduzindo ao
povo a uma grande revolta, num declarado gesto de incredulidade diante das grandes
possibilidades do poder de Deus colocado em seu favor. Por esta razão Deus os fez andar
durante quarenta anos no deserto. Esse evento crucial, na viagem de Israel no deserto, ensina-
nos que não devemos admitir que a opinião da maioria, até mesmo da igreja, esteja sempre
certa. Os crentes fiéis devem estar dispostos a ficar firmes à base da Palavra de Deus, mesmo
se a maioria estiver contra eles (2ª. Tm. 1.15).
OS POVOS DA PALESTINA
No seu relato a Moisés, os espias mencionaram alguns dos povos que habitavam
“a Terra Prometida”. Dentre os quais se destacam os seguintes:
Foi, pois, contra tal gente que os dez espias temeram guerrear. Levando em
consideração os recursos humanos, eles tinham razão. Lutar contra um tão numeroso grupo,
com cidades fortificadas, quando eles não tinham mais do que as suas espadas, sem qualquer
outra defesa além da proteção divina, era coisa que só pela fé poderia ser conseguida e era o
que faltava àquela gente.
Crer em Deus importa em aceitar tudo quanto Ele disser como a verdade e agir
de acordo com isso, confiar inteiramente nas suas promessas, andar nos seus caminhos e amá-
lo de todo o coração e de toda a alma (Dt. 10.12). A presença da fé faz-nos aceitos por Deus e
considerados justos diante Dele; a ausência da fé nos condena. Moisés é um exemplo clássico
de um homem tão dedicado ao Senhor que se preocupa mais com a reputação de Deus do que
seu próprio sucesso e honra (Nm. 14.12, 13). Quando os crentes compreenderem com gratidão
tudo que Deus fez por eles através de Cristo, também desejarão acima de tudo exaltar ao
Senhor e à sua glória e evitar que seu nome caia no opróbrio dos incrédulos.
O perdão de Deus nem sempre significa isenção de castigos (Nm. 14.20, 21, 22,
23, 27, 37; 2º. Sm. 7.14). O Novo Testamento declara explicitamente que Deus ordenou seu
julgamento sobre Israel por sua desobediência e incredulidade, para que isso servisse de
advertência a todos os crentes.
100
Considerando o fracasso de Israel no deserto, temos para os crentes em Cristo a
seguinte exortação: “Vede irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e
infiel, para se apartar do Deus vivo”. (Hb. 3.12), e por isso deixar de entrar naquele repouso,
o Céu.
O povo se rebela outra vez. Desta feita, a revolta assume proporção nunca antes
vista em proporção de liderança. Tratava-se de despojar Moisés e Arão dos privilégios que
tinham. É que alguns dos Levitas, não se contentando com o serviço do santuário, queriam
também ser sacerdotes. Por isso convidaram alguns rubenitas valentes, para acusar Moisés de
havê-los tirado do Egito, a única terra, segundo eles, que manava leite e mel, só para matá-los
em pleno deserto. A estes se aliaram mais de 250 chefes de tribos, maiorais da nação. Juntos
vieram a Moisés e pleitearam os mesmos direitos que este tinha. Tão grande foi o problema
gerado por esta rebelião que Deus teve de intervir, destruindo Coré, Datã e Abirão, líderes do
movimento e todos os seus familiares e seus aliados.
101
No dia seguinte a esses terríveis acontecimentos (cap. 16), a congregação de
Israel levantou-se cedo pela manhã e censurou Moisés por estar destruindo a nação. Moisés
chamou Arão, e logo a nuvem do Senhor apareceu sobre a tenda. Era o Senhor que voltava a
visitar os rebeldes com o seu juízo através de uma praga que matou num só dia 14000 dos
filhos de Israel.
Deus deixou claro que Ele estava no governo. Segundo o Novo Concerto, é Deus
que continua decidindo que tipos de pessoas devem pastorear a sua Igreja. Ele estabeleceu as
sagradas qualificações para aqueles que desejam servir o ministério (1ª. Tm. 3.1-12; 4.12-16;
Tt. 1.5-9). Quando os membros de uma igreja deixam de lado os padrões divinos para o
ministério pastoral e procuram ele mesmo dirigir esse assunto, desprezando a Palavra de
Deus, estão manifestando a atitude rebelde de Coré e dos demais que se juntaram a ele. A
direção da obra de Deus deve basear-se na Sua vontade revelada à Igreja. Os israelitas foram
enganados pelos rebeldes que os tinham como os homens mais espirituais entre eles. O povo
de Deus precisa de discernimento para evitar seguir a líderes que não provém de Deus.
Para evitar novos conflitos no futuro quanto, a saber, quem era Sacerdote sobre
Israel, Moisés mandou que cada príncipe, cada chefe de tribo, trouxesse uma vara. Na vara
correspondente à tribo de Levi foi escrito o nome de Arão. As varas foram postas na tenda da
congregação. No dia seguinte a vara de Arão havia florescido; brotaram folhas e nasceram
amêndoas. Todos os príncipes viram as varas e que só a de Arão florescera. Era o sinal da
aprovação divina. Depois Deus mandou que ela fosse guardada na tenda, junto com as tabuas
da Aliança e a vasilha que continha o maná, as únicas coisas que foram mantidas dentro da
arca. Este ato não só confirmava Arão como o escolhido de Deus, como também visava
impedir possíveis levantes quanto à liderança espiritual e nacional de Israel. Estava
confirmado: só Moisés era chefe civil, e só Arão era Sacerdote, de tais gerações.
Sob o Novo Concerto, líderes colocados por Deus, que proclamam fielmente a
Palavra de Deus, devem ser reconhecidos e obedecidos (Hb. 13.17; Rm. 13.1-4; 1 Tm. 2.1-3).
102
Direito e deveres dos Levitas - Cap.18.
103
obedecer à Palavra do Senhor era maior por causa da sua posição elevada e influência (Tg.
3.1). O pecado de Moisés foi duplo.
Ao falar e agir temerariamente, Moisés demonstrou que não tinha total confiança
em Deus (v.12), e, daí, tornou-se rebelde contra seu mandamento (v. 24). Naquele momento
crítico, Moisés revelou falta de fé e obediência, que é o modo incorreto de se corresponder a
Palavra de Deus (Dt. 9.23; 1º. Sm. 12.15; 1º. Rs. 13.21; 2º. Rs. 17.14; Sl. 106.33). Além disso,
Moisés deixou de, com o seu ato, expressar que Deus é Santo e digno, e decidiu não temer a
Ele, nem obedecer ao seu mandamento. Através desses versículos, Deus faz ver a todos os
seus Ministros do Evangelho, que a responsabilidade de obedecer a Palavra de Deus é maior
devido a sua posição e influência. Assim como Moisés desqualificou-se para introduzir o
povo em Canaã, assim também os ministros de hoje podem ser reprovados em caráter
permanente para certas áreas de liderança por sua infidelidade aos mandamentos de Deus (1ª.
Tm. 3.1-7).
“Arão recolhido será a seu povo porque não entrará na terra que tenho aos
filhos de Israel, porquanto rebeldes fostes à minha palavra, nas águas de Meribá.” v. 24
Nos vs. 4-9, relata que o povo rodeou a terra de Edom, quando suas almas se
angustiaram e começaram a falar contra Deus e contra Moisés. Então o Senhor mandou entre
o povo serpentes que morderam o povo e morreu muitos israelitas, que se arrependeram logo
a seguir e reconheceram os pecados e pediram a Moisés que orassem ao Senhor para que
tirassem as serpentes. Então Moisés orou pelo povo. E disse o Senhor a Moisés: “Faze-me
uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido que olhar
para ela.” v.8.
104
E, Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; o que mordendo
as serpentes a alguém e este olhava para a serpente de metal era salvo da morte.
Também representa o homem que quer ser liberto do pecado para receber a
salvação; para isso acontecer o homem deve voltar-se de coração na obediência, na fé, e na
Palavra de Deus em Jesus Cristo.
Tanto a Serpente de Metal como o Tabernáculo não foram feitos como imagem
ou ídolo. Para justificar a adoração às imagens, a Igreja Católica Romana a Ortodoxa e outras,
ensinam seus “fieis” como no tempo do rei Ezequias, Israel fazia da Serpente de Metal, um
uso supersticioso havendo já para com ela uma reverência idólatra, na qual clamavam Neutsã,
que quer dizer serpente, e, também ofereciam incenso a ela. Por este motivo o rei Ezequias
destruiu totalmente.
105
A sua jumenta lhe falou, refreando a insensatez do profeta (Nm. 22.30; 2ª. Pe.
2.1-16). Ensinou a Balaque armar ciladas diante dos filhos de Israel, para comerem coisas
sacrificadas aos ídolos e se prostituírem com as filhas dos moabitas. O plano para destruir os
israelitas estava dando certo, logo que se consumiu o pecado dos filhos de Israel, irrompeu a
peste entre o povo.
Moisés ficou apavorado (Nm. 25.4, 5). Verificou que os juizes e chefes do povo
não tinham tomado qualquer medida contra os transgressores, e até muitos chefes tinham
caído no pecado em Peor.
Houve ainda, um homem que teve a coragem de trazer uma midianita, princesa
de Moabe, e apresentar-se com ela chorando diante da tenda da congregação (com o objetivo
de permanecer com aquela união reprovada por Deus), enquanto Moisés e os israelitas
choravam a morte de milhares pela peste (Nm. 25.6). Nisto Finéias, filho de Eleazar, o filho
mais velho, portanto, o próprio neto de Arão, tomou da sua espada e transpassou a ambos
dentro da tenda. Então cessou a praga. Vinte e quatro mil já tinham morrido, e outros vinte e
quatro mil, morreriam, a seguir, se não fosse à determinação deste homem de vingar a honra
da sociedade e a pureza da religião. O ato de Finéias foi em verdade, um ato de reabilitação
religiosa.
Finéias reagiu ante a degeneração moral e a idolatria entre o povo de Deus, teve
zelo excepcional pela honra de Deus, evidenciou no seu amor à retidão e a sua aversão ao
pecado, de modo como o próprio Deus demonstra. O zelo de Finéias tipifica o zelo de Cristo
pela santidade de Deus. O Senhor prometeu a Finéias um sacerdócio perfeito (Nm. 25.12, 13;
1º. Cr. 6.4ss). Quem é sinceramente zeloso pelo Senhor, sempre é recompensado com grandes
bênçãos Dele.
106
O anuncio da morte de Moisés - (cap. 27).
“Depois, disse o Senhor a Moisés; Sobe este monte Abarim e vê a terra que
tenho dado aos filhos de Israel. E, havendo visto, então, serás recolhido ao teu povo, assim
como foi recolhido teu irmão Arão; Porquanto rebelde fostes, no deserto de Zim, na
contenda da congregação, ao meu mandato de santificardes nas águas diante dos seus
olhos (estas são as águas de Meribá, de Cades, no deserto de Zim)” Nm. 27.12-14
“Então, disse o Senhor a Moisés: Toma para ti a Josué, filho de Num, homem
em que há o Espírito, e põe a tua mão sobre ele.” Nm. 27.18
Este capítulo deixa claro que Deus requeria do seu povo o cumprimento das
promessas feitas a Ele e ao próximo. Nas Leis expressas nesse capítulo, Deus fez ver aos
israelitas a seriedade de um voto ou promessa, e acentuou que a falsidade, a mentira e a
107
hipocrisia não têm lugar entre o povo de Deus. Há, contudo, neste capítulo, dispositivos que
regulavam votos impensáveis na juventude, e os votos que afetavam o relacionamento entre
marido e mulher, ou, entre pai e filha (Ec. 5.4-6).
Se os moabitas tivessem sido mais generosos para com Israel, teriam evitado a
calamidade da destruição deles e dos midianitas. Não souberam reconhecer que o povo que
estava chegando, vinha acompanhado do Deus Todo Poderoso.
108
Deus ordena a conquista da Palestina - (cap. 33-34).
Deus fez sentir aos novos posseiros que deviam conquistar a terra, destruindo
todas as imagens, figuras, altares, colunas e qualquer coisa que indicasse culto a deuses
estranhos. A destruição desses cultos era, pois, uma medida de segurança e saneamento moral.
Foi ordenado também que os moradores fossem expulsos da terra.
No caso desses povos ficarem na terra, seria como espinhos nos calcanhares dos
novos habitantes da terra. Assim foi. Depois da conquista e depois de esfriado o fragor das
pelejas, conquistadores e conquistados deram-se as mãos, e um relacionamento proibido teve
lugar. O que Deus tinha desejado evitar deu-se. A conquista em todo seu sentido foi retardada
por séculos, e o progresso social e moral do povo israelita foram prejudicados.
Uma das peculiaridades do novo estado seria o fato de nele haver cidades sem
exércitos. A tribo de Levi não receberia herança entre seus irmãos. Seria estabelecida em
cidade no meio de todo o território, e se dedicaria ao culto divino com tempo integral. Não
receberia terra, nem a cultivaria, não iria à guerra, nem trataria de qualquer coisa que não
fosse de interesse espiritual. Sua missão era o culto divino.
As outras cidades sem exércitos eram as cidades de refugio, num total de seis.
Para lá podia correr todo criminoso que tivesse matado alguém sem intenção ou por engano,
onde estaria protegido contra o vingador. Nessas cidades o criminoso permanecia até que
provado que o crime não tinha sido proposital. Então podia sair e cuidar da sua vida. Foi a
forma estabelecida por Deus, para julgar serenamente de modo a evitar injustiças e crimes
contra pessoas inocentes.
109
O livro de Deuteronômio é o quinto livro da Bíblia e o ultimo do Pentateuco,
escrito cerca de 1405 a.C. e traz como tema: “a Renovação do Concerto”.
Deuteronômio foi escrito por Moisés (Dt. 31.9, 24-26; cf. Dt. 4.44-46; Dt. 29.1),
e, entregue a Israel como um documento do concerto, para ser lido por extenso diante de todo
o povo, a cada sete anos (Dt. 31.10-13). É provável que Moisés tenha completado o livro
pouco antes de sua morte, cerca de 1405 a.C. O relato da morte de Moisés (Dt. 34)
evidentemente foi acrescentado logo após sua ocorrência (mais provavelmente por Josué)
como um tributo merecido a Moisés, servo do Senhor.
110
O propósito original de Moisés ao proferir seus discursos diante da nova geração
de Israel, antes de entregar as rédeas do governo a Josué para efetuar a conquista de Canaã, foi
exortar e instruir os Israelitas a respeito:
1) Dos atos poderosos de Deus e as suas promessas;
2) Seus deveres segundo o concerto: a fé e a obediência;
3) A necessidade de dedicarem-se ao Senhor, para andarem nos seus
caminhos, amá-lo e honrá-lo de todo coração, alma e forças.
Quase cem vezes, os livros do Novo Testamento citam Deuteronômio, ou a ele
aludem. Uma profecia messiânica deste livro (Dt. 18.15-19) é citado duas vezes em Atos (At.
3.22, 23; 7.37). Quando Jesus foi tentado pelo diabo, Ele respondeu, citando trechos de
Deuteronômio (Mt. 4.4, 7, 10; cf. Dt. 8.3; 6.13, 16). O cunho espiritual de Deuteronômio é
fundamental à revelação do Novo Testamento.
ESBOÇO DO LIVRO:
1 - PRIMEIRO DISCURSO: Retrospecto da Peregrinação – cap. 1-4
2 - SEGUNDO DISCURSO: Recapitulação das Leis – cap. 5 - 28
3 - TERCEIRO DISCURSO: Profecia do futuro de Israel - cap. 29-30
4 - CONCLUSÃO DO LIVRO: Últimos momentos de Moisés – cap. 31-34
RETROSPECTO DA PEREGRINAÇÃO
Moisés estava agora com 120 anos. O povo de Israel estava no limiar da terra de
Canaã, num ponto que teriam atingido em apenas onze dias de jornada, quarenta anos antes.
Mas levaram quarenta anos. Quantas vezes temos de caminhar pelo mesmo caminho. Ficamos
espantados com a lentidão de Israel, quando na verdade deveríamos antes surpreender com a
nossa. Deveríamos envergonhar-nos do tempo que levamos para aprender nossas lições.
Deixar de viver na vontade de Deus e de andar segundo o Espírito (Rm. 8.12-15; Gl. 5.16)
pode resultar em atraso no plano de Deus para a nossa vida, ou, até mesmo, a supressão total
desse plano. Devemos ter um santo receio e inquietação quanto a estar fora da vontade do
Senhor e de ser privado da sua presença, graça e proteção em nossa vida.
111
Da geração que saiu do Egito, só restavam agora Josué e Calebe. Todos os
demais haviam morrido. Moisés precisava repetir a Lei em Canaã (Nm. 20,12).
Moisés, mesmo sabendo que estava proibido de entrar na terra desejada, ainda
assim orou ao Senhor pedindo clemência a fim de entrar na terra. Deus disse que não orasse
sobre o assunto, pois não seria atendido. É uma das poucas orações recusadas por Deus na
Bíblia. Em lugar de entrar na terra, recebeu de Deus a ordem de subir ao monte Pisga,
contemplar a terra e morrer. Neste lugar Deus disse a Moisés: “Dá ordens a Josué, e anima-
o, e fortalece-o; porque ele passará adiante deste povo e o fará possuir a terra que tu apenas
verás.” (Dt. 3.28).
112
Concluindo o discurso, Moisés exorta o povo à obediência incondicional a Deus
e ratifica a importância das três cidades de refugio, estabelecidas dalém do Jordão.
Deus queria ensinar Israel o amor, que é o real cumprimento da Lei (Rm. 13.8-
10; Mt. 22.37-40).
Moisés anuncia a Lei de modo simples, claro e objetivo, de modo a poder exercer
domínio na vida do povo. (Lv. 11,44).
113
6) Exorta os filhos de Israel a nunca se esquecer dos benefícios recebidos
das dadivosas mãos de Deus.
7) Lembra aos israelitas a capacidade provedora e protetora do Altíssimo.
8) Traz os sucessivos atos de infidelidade de Israel à memória deste,
advertindo-lhe do perigo de voltar às antigas praticas que o Senhor abomina.
9) Diz como intercedeu pelo povo quando este pecou contra Deus.
10) Fala das segundas Tabuas da Lei, e do que ensejou.
11) Destaca a vocação sacerdotal da tribo de Levi.
12) Volta a exortar o povo quanto à obediência e os benefícios dela
auferidos.
13) Fala da benção e da maldição: benção para o obediente, e maldição para
o desobediente e impenitente.
14) Indica o lugar do verdadeiro culto.
15) Reenfatiza os preceitos quanto o comer carne e quanto às ofertas do
culto.
16) Mostra a Israel como reconhecer os falsos profetas e como julgar os
idólatras.
17) Proíbe a mutilação do corpo.
18) Estabelece os critérios de seleção dos animais limpos e imundos.
19) Salienta a doutrina do dízimo e a importância deste no sustento material
dos obreiros e da obra do Senhor.
20) Fala do ano da remissão.
21) Enfoca leis em defesa dos pobres e dos escravos.
22) Relaciona: a Páscoa, o Pentecostes e a festa dos Tabernáculos, como as
três grandes festas dos judeus, a serem celebradas conforme o modelo divino.
23) Fala dos deveres dos juizes e do castigo pela prática da idolatria.
24) Dá o modo como agir no ato de julgar questões difíceis.
25) Antecipa o critério de eleição dum rei e os deveres da nação para com
este.
26) Especifica a herança e os direitos dos Sacerdotes e Levitas.
27) Condena os adivinhos e feiticeiros, mostrando que assim devem agir os
filhos de Israel quando tomarem posse da terra prometida.
28) Profetiza a chegada do grande profeta ‘semelhante a Moisés’, profecia
que se cumpriu na pessoa singular de Jesus Cristo.
114
29) Volta a falar das seis cidades de refugio e do significado do
estabelecimento delas.
30) Mostra ao povo como aplicar a pena capital contra o criminoso
voluntário.
31) Fala do valor de serem mantidos os limites antigos, e acerca das
testemunhas.
32) Estabelece princípios referentes à guerra.
33) Fala da expiação por morte cujo autor é desconhecido.
34) Estabelece princípios para legislar em questões as mais diversas: acerca
da mulher prisioneira, o direito do primogênito, acerca dos filhos desobedientes, quanto à
remoção de cadáveres do patíbulo, acerca de coisas perdidas.
35) Estabelece ainda diversas leis, principalmente quanto à castidade e o
casamento.
36) Fala de tipo de pessoas que devem ser excluídas das assembléias santas.
37) Fala ainda da limpeza do acampamento, acerca de fugitivos, prostitutas
e usuras; acerca do divórcio, leis de caráter humanitário; a pena de açoites, pesos e medidas
justas.
38) Determina a destruição total de Amaleque e seus exércitos.
39) Trata finalmente das primícias da terra, do dízimo mais uma vez, e
conclui exortando o povo à obediência.
115
Quando mais tarde, Josué construiu este altar segundo a ordem dada a Moisés,
fez justamente como estava ordenado (Js. 8.30-35). Fez colocar sobre o Monte Ebal,
representantes das tribos de Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã, e Naftali. Estes deviam proferir
as maldições que viriam sobre os transgressores da Lei. Enquanto isto sobre o Monte Geresim
colocou representantes das tribos de Simeão, Levi, Judá, Issacar, José e Benjamim. A estes
cabia proferir as bênçãos que adviriam em função da obediência da Lei. Dada a posição
estratégica desses montes, uma pessoa postada no pico de qualquer um deles podia ser ouvida
facilmente por quem estivesse no vale. Desta forma os que declaravam bênçãos ou maldições,
eram facilmente ouvidos.
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AS BENÇÃOS – MONTE GERIZIM
Tem razão a Bíblia quando diz: “... grande fonte de lucro é a piedade com o
contentamento.” (1ª. Tm. 6.6).
117
O concerto feito no Sinai era a Constituição, a base de toda a legislação presente
e futura do povo de Deus. Através de seu servo Moisés, Deus já dissera que aos dez
mandamentos, nada se podia acrescentar ou tirar. É que os mandamentos compreendiam toda
a moral, religião e convívio social dos filhos de Israel. Era o concerto da vida pratica em que o
povo experimentaria o gozo de obedecer ao seu Deus, e o obstáculo ao curso da
desobediência. De fato, nenhum outro povo jamais teve tão altas promessas de ventura e
felicidade quanto os filhos de Israel. Porém, este povo tomou rumo diferente, preferindo a
senda da maldição em lugar da trilha da benção. O povo que poderia ser uma benção na mão
de Deus deu as costas àquele que o favoreceu com ricas e singulares promessas, vindo a se
tornar em motivo de tristeza e de dor ao coração de Jeová.
Segundo este discurso de Moisés, sempre que o povo se afastasse de Deus, seria
levado em cativeiro (observe o cumprimento no Livro de Juizes); e os povos que tomassem
conhecimento disso saberiam que se tratava de um povo que não tinha sabido cumprir os
mandamentos do seu Deus; facilmente concluiriam que se tratava de um Deus que ama os
obedientes, mas castiga os impenitentes. Testemunhariam a santidade de Jeová.
118
Semelhantemente, Joiada dirigiu uma cerimônia de renovação do concerto,
quando Joás foi coroado rei (2º. Rs. 11.17); e assim fizeram também o rei Josias (2º. Rs. 23.1-
3), o rei Ezequias (cf. 2º. Cr. 29.19), e Esdras (Ne. 8.1 a 10.39).
“Porque este mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil, nem
está longe de ti”.
“Não estás nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo
traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos”?
“Nem está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar que
no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos”?
“Pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração para a
cumprires.” (Dt. 30.11-14).
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Concluindo o discurso, Moisés enfatiza que, obedecer ou desobedecer aos
mandamentos divinos é uma questão de vida ou morte, pelo que toma os céus e a terra como
testemunhas de que Israel foi necessariamente advertido quanto ao caminho a seguir.
O registro da morte de Moisés foi provavelmente escrito por Josué, pouco depois
da morte do grande líder (Dt. 34.9). A Moisés não foi permitido entrar na terra prometida
antes da sua morte (Dt. 34.4). Todavia, muitos anos mais tarde, ele realmente entrou naquela
terra, quando apareceu no monte da transfiguração e falou com Jesus (Mt. 17.3).
Os grandes destaques na vida de Moisés foram: sua intima comunhão com Deus
e sua compreensão da natureza e da pessoa de Deus.
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A comunhão com Deus Pai, Filho e Espírito Santo é a maior promessa e
recompensa do crente (Jo. 14.15-21, 23, 26; Ap. 3.20).
Aqueles que vivem sempre em comunhão com Deus, não temem a morte. Por
causa da sua confiança em Deus, podem até mesmo aguardar a morte com paz e alegria (Lc.
2.29; Fp. 1.2). Assim como Moisés, já tiveram um vislumbre da terra prometida; após a morte
herdarão “a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.” (Hb.
11.10; Fp. 1.21).
PENTATEUCO –
- Conciso Dicionário Bíblico – Ed. de Educ. Religiosa e Pub. da Conv. Batista Brasileira.
- Dicionário Bíblico Universal – Buckland.
- O Pentateuco (Isaias Silva Freitas e Raimundo Ferreira de Oliveira – EETAD).
- Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer.
VERSÕES BÍBLICAS:
- Bíblia Explicada
- Bíblia na Linguagem de Hoje
- Bíblia Pentecostal
- Bíblia Revista e Corrigida
- Bíblia Revista e Atualizada
- Bíblia Vida Nova
I – Ed. – 2.008 II – Ed. – 2.009 III – Ed. – 2.010 IV – Ed. – 2.011 V – Ed. – 2.012
VI – Ed. – 2.013 VII – Ed. – 2.014 VIII – Ed. – 2.015 IX – Ed. – 2.016 X – Ed. – 2.017
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