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Graça
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ei
A Justificação pela fé
através de Jesus Cristo
F. Tales
Massei
A
Editora
Império Cristão
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A
Índice para catálogo Sistemático
1. Bíblia.
2. Cristianismo.
Editora 3. Teologia Prática.
Império Cristão I. Título
Editora Império Cristão LTDA
CNPJ: 49.153.076/0001-46
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Dedicatória
(Autor)
INTRODUÇÃO
Capítulo – 1 A LEI
A função da Lei.....................................................................26
A derpetuidade da Lei...........................................................31
613 Mandamentos.................................................................51
Capitulo – 2 A GRAÇA
Os meios da Graça................................................................56
Propriedades da Graça..........................................................67
A Graça eficaz.......................................................................77
A Graça irresistível...............................................................86
A Graça suficiente.................................................................89
A Graça comum..................................................................100
A Graça especial.................................................................114
Graça: Fonte da
justificação........................................................ .133 A obra de
Cristo: O fundamento da justificação..................................135
Conclusão............................................................................140
Aplicação............................................................................141
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................143
Introdução
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
11
Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
12
INTRODUÇÃO
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
14
INTRODUÇÃO
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
18
INTRODUÇÃO
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
A morte de Moisés
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INTRODUÇÃO
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capitulo – 1 A LEI
Capitulo – 1
CAPÍTULO – 1
A LLEI
A LEI
Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
A FUNÇÃO DA LEI
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Capítulo – 1 | A LEI
promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador. Após o
pecado de Adão a humanidade ficou arruinada e alguns séculos
depois os homens viveram sobre a terra apartados de Deus. Ele
não interviu e deixou que seguissem seu próprio caminho. Sua
maldade era tanta que Deus decidiu extermina-los da face da terra
(Gn 6:5-7). Se não fosse por Noé, um homem que andava com
Deus, a raça humana terminaria ali. O amor de Deus falou mais
alto, e Ele resolveu poupá-lo da destruição que viria sobre a terra
com o dilúvio. Toda a humanidade foi destruída exceto ele os de
sua família. Porém, eles também traziam em sua natureza a
semente do pecado e como a terra foi repovoada a partir deles, a
raiz do problema não foi removida e perdura até os dias de hoje.
Deus sabia que era impossível para o homem livra-se do pecado.
Por isso Ele tinha um plano eterno, e começou então a desvendá-
lo para resgatar a humanidade. Escolheu um homem chamado
Abrão, habitante da cidade de Ur dos caldeus, separou-o para Si,
o abençoou e prometeu que através dele, seriam abençoadas todas
as famílias da terra. Deus começou a revelar-se a ele mais e mais
intensamente e também lhe deu um filho, Isaque, que foi pai de
Jacó, também chamado Israel e dessa família formou uma nação,
a fim de cumprir sua promessa (Gn 12:1-3). Eles trariam ao
mundo Seu filho, por meio do qual revelaria Sua graça. Ele
conservou seu povo no Egito por mais de 400 anos, para que se
tornassem fortes e numerosos (Gn 45:5-7, Ex 1:7). Depois, tirou-
os dela com grande poder (Ex 14:21-22) para leva-los à terra de
Canaã, que prometera a Abraão (Ex 6:2-5). Enquanto
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 1 | A LEI
transgressão é o pecado concretizado, a quebra do mandamento, a
violação da lei. É a evidencia da rebelião interior. A palavra
hebraica mais comumente traduzida por "transgressão" no Antigo
Testamento significa "revolta", "rebelião". É a lei que faz
aparecer a rebelião na forma de transgressão. A transgressão
ocorre quando somos atraídos pelos desejos pecaminosos do
nosso coração e cedemos a eles (Tg 1:14-15). O que nos informa
que o ato em questão foi uma transgressão é a lei. Ela diz: "isso é
errado" ou "não faça tal coisa", porém, eu sou atraído por meu
coração pecador e sendo seduzido, acabo pecando. Olho
novamente para a lei e ela confirma que o que fiz está errado.
Assim, pela lei, fico sabendo que pequei. Deus sempre soube da
condição do coração humano, mas o próprio homem não conhece
sua condição de pecador. Ele pensa que suas más obras são
perfeitamente normais e não reconhece que elas ofendem ao
Senhor. Sua consciência está cauterizada, não o acusa quando
comete um pecado. O que Deus sabe também precisa ser
manifesto ao homem, para que este tenha consciência que é
pecador. Romanos 3:20, “Portanto, ninguém será declarado justo
diante dele baseando-se na obediência à Lei, pois é mediante a
Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado”. O
pecado é revelado pela lei e não a verdadeira justiça de Deus.
Quando a Lei diz "não mentirás", afirma que mentir é pecado,
assim, a pessoa que mentir se torna consciente que pecou. Por isso
ela não pode tornar alguém justo, mas sim consciente de que é
pecador. A consciência do pecado traz à pessoa sentimento de
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 1 | A LEI
Lei realmente existiu antes de ser escrita pelo próprio dedo de
Deus no monte Sinai. A lei que nós estaremos abordando a seguir
tem a ver com questões morais. Ela não se limita a raças, tribos,
nações e línguas. Trata-se de uma lei de abrangência universal e
de cumprimento por toda a eternidade, diferentemente das outras
leis dadas por Deus, como as leis civis, cerimoniais, etc.
Evidentemente estaremos tratando da Lei dos Dez Mandamentos.
Ela foi a única escrita pelo próprio dedo de Deus em duas tábuas
de pedra (Êxodo 31:18 e Deuteronômio 5:22) e foi a única Lei
colocada dentro da arca (Deuteronômio 10:5). Por esta razão ela
tem um significado muito especial.
A PERPETUIDADE DA LEI
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
A Lei existiu muito antes ao ter sido dada por Deus a Israel
no monte Sinai. Se assim não fosse, não teria existido pecado
antes do Sinai, uma vez que “o pecado é a transgressão da lei” I
João 3:4. Há uma outra passagem bíblica reveladora: “Quem
comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o
princípio.” I João 3:8. O fato de Lúcifer e seus anjos terem
pecado, revela que a Lei se achava presente mesmo antes da
criação deste mundo: “Porque, se Deus não poupou a anjos
quando pecaram, ...” II Pedro 2:4. Lemos também nas Escrituras
Sagradas que Satanás “é homicida desde o princípio e nunca se
firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele
profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso e
pai da mentira.” João 8:44. Conforme os relatos bíblicos acima,
destacamos o seguinte:
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Capítulo – 1 | A LEI
senão, como explicar as palavras do apóstolo Paulo? “Onde não
há lei, também não há transgressão.” (Romanos 4:15). Quando
Deus criou Adão e Eva à Sua imagem, implantou na mente deles
os princípios morais de Sua Lei, fazendo com que para eles a
obediência à Sua vontade parecesse algo natural. A transgressão
de nossos primeiros pais introduziu o pecado na família humana:
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no
mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a
todos os homens, porquanto todos pecaram.” Romanos 5:12.
Quem não sabe de Sodoma e Gomorra, aquelas cidades pecadoras
que foram destruídas muito antes do nascimento de Moisés. Ou os
homens daquelas cidades eram transgressores da Lei de Deus, ou
o julgamento que Deus trouxe sobre eles foi injusto, porque “onde
não há lei, não há transgressão”. Romanos 4:15. A Escritura
declara que “eram maus os varões de Sodoma, e grandes
pecadores contra o Senhor”. Gênesis 13:13. Além disso, a Bíblia
explicitamente declara concernente a Abraão, que viveu antes dos
dias de Moisés: “Abraão obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu
mandado, os Meus preceitos, os Meus estatutos e as Minhas leis.”
Gênesis 26:5. A Lei dos Dez Mandamentos encontra-se registrada
em Êxodo 20:1-17. Esses mandamentos já eram conhecidos por
todos aqueles que temiam a Deus e viveram antes de Moisés. A
seguir alguns exemplos registrados na Palavra de Deus.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
Primeiro Mandamento
Segundo Mandamento
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Capítulo – 1 | A LEI
Terceiro Mandamento
Quarto Mandamento
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
Quinto Mandamento
Sexto Mandamento
Sétimo Mandamento
Oitavo Mandamento
“Não furtarás.” (Êxodo 20:15). Os irmãos de José disseram
não ter roubado o copo do rei (Gênesis 44:8). Eles consideraram o
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Capítulo – 1 | A LEI
furto de um copo como sendo “iniquidade” diante de Deus
(Gênesis 44:16).
Nono Mandamento
“Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.” (Êxodo
20:16). Abimeleque fez um pacto com Abraão, dizendo: “Agora,
pois, jura-me aqui por Deus que me não mentirás a mim, nem a
meu filho, nem a meu neto...” (Gênesis 21:23).
Décimo Mandamento
“Não cobiçarás...” (Êxodo 20:17). Eva cobiçou o fruto
proibido: “E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se
comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar
entendimento...” Gênesis 3:6. Os muitos exemplos extraídos dos
livros de Gênesis e de Êxodo mostram que havia uma regra de
conduta moral perfeitamente conhecida antes do Sinai. O
verdadeiro povo de Deus crê e propaga a perpetuidade da Lei
moral de Deus, reafirmando decididamente a sua contínua
validade.
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Capítulo – 1 | A LEI
de Deus. Precisa de um milagre interior, algo que substitua seu
coração arruinado, precisa de uma mente renovada, precisa ser
perdoado de seus pecados e, mais ainda, precisa ser livre do
pecado e viver baseado em outro princípio de vida. A lei não
consegue fazer isso. Olhando o exemplo da árvore e dos frutos,
vemos que a lei só é capaz de remover alguns frutos, mas não tem
poder sobre a raiz do pecado. Podemos remover quantos frutos
desejarmos, mas a árvore, com sua forte raiz, irá produzi-los
novamente junto com outros mais.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
por suas boas obras e obediência à lei de Deus. Mas, aquele que
nasceu de novo agora possui uma nova natureza. Essa nova
natureza deseja e ama as coisas do Senhor. Jesus disse que o amor
de seus discípulos por Ele é provado pela obediência de seus
mandamentos (João 14:15). Assim, os cristãos não estão sob a
maldição da lei, mas estão sob a lei de Cristo, e tem nela sua regra
de vida. A lei de Cristo é a mesma lei de Deus interpretada e
aplicada pelo próprio Cristo (1 Coríntios 9:21).
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Capítulo – 1 | A LEI
vários significados. Por isso é muito importante saber discernir os
diversos aspectos desta lei, com entendimento e sabedoria de
Deus. Ao classificá-la e entendê-la corretamente, muitos males
entendidos podem ser evitados.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 1 | A LEI
levirato era um costume muito antigo, observado desde o tempo
dos patriarcas (ver Gênesis 38:8). Percebe-se claramente que esta
Lei já existia antes de ela ser escrita por Moisés. Ela também não
se ajusta aos dias atuais, tendo em vista as diferentes crenças no
restrito círculo familiar.
As Leis Cerimoniais
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 1 | A LEI
de Israel, no monte Ebal, como Moisés, servo do Senhor,
ordenara aos filhos de Israel, conforme o que está escrito no livro
da lei de Moisés, a saber: um altar de pedras brutas, sobre as quais
não se levantara ferramenta; e ofereceram sobre ele holocaustos
ao Senhor, e sacrificaram ofertas pacíficas.” Josué 8:31.
“...disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de
Moisés...” Neemias 8:1. “E Jeoiada dispôs guardas na casa do
Senhor, sob a direção dos sacerdotes levíticos a quem Davi
designara na casa do Senhor para oferecerem com alegria e com
cânticos os holocaustos do Senhor, como está escrito na lei de
Moisés...” II Crônicas 23:18. “Então imolaram a páscoa no
décimo quarto dia do segundo mês; ...Tomaram os seus lugares,
segundo a sua ordem, conforme a lei de Moisés, ...” II Crônicas
30:15-16. “...e edificaram o altar do Deus de Israel, para
oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na lei de
Moisés, ...” Esdras 3:2. Um outro detalhe muito importante é que
as Leis Cerimoniais foram introduzidas depois da queda de nossos
primeiros pais, Adão e Eva. Deus não os deixou entregues à
própria sorte após terem pecado. Providenciou-lhes um Salvador,
simbolizado pelo cordeiro sacrifical. Essa foi a razão por que a
oferta de Abel foi aceita por Deus e não a de Caim. (ver Gênesis
4:3-5). Abel com certeza compreendeu o significado dessa oferta.
O patriarca Abraão também compreendeu isso quando o carneiro
preso no mato foi aceito em lugar de seu filho Isaque. (ver
Gênesis 22:6-13). A respeito desse episódio Cristo disse:
“Abraão, vosso pai, exultou por ver o Meu dia, e viu-o, e alegrou-
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
As Leis Alimentares
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Capítulo – 1 | A LEI
determinou a Noé o seguinte: “De todos os animais limpos
levarás contigo sete e sete, o macho e sua fêmea; mas dos animais
que não são limpos, dois, o macho e sua fêmea.” Gênesis 7:2.
Posteriormente Deus apresenta à Moisés uma lista extensa de
animais limpos e imundos, o que povo poderia comer e o que não
deveria comer. Esta relação nós encontramos em Levítico 11 e
Deuteronômio 14. Para distinguir um animal limpo de um animal
imundo, basta seguir alguns critérios:
a) Os animais limpos
b) Os animais imundos
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 1 | A LEI
separei dos povos, para serdes Meus.” Levítico 20:24-26. (ver
Deuteronômio 14:2). No final do milênio, quando finalmente for
erradicado o pecado, a morte não existirá mais. Não havendo mais
morte, o alimento cárneo certamente será excluído do cardápio.
Nos dias atuais, ao introduzir qualquer coisa impura no templo do
corpo, onde o Espírito de Deus deseja habitar (ver I Coríntios
3:16-17), é ficar aquém do ideal de Deus.
A Lei Moral
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 1 | A LEI
a qual a existência nacional, a segurança pessoal, a liberdade
humana e mesmo a civilização, seriam impossíveis.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
613 MANDAMENTOS
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Capítulo – 1 | A LEI
proibições). Existem 365 mandamentos negativos,
correspondendo ao número de dias no ano solar, que é como se
cada dia dissesse à pessoa "Não cometa uma transgressão hoje"; e
248 mandamentos positivos, relacionado ao número de ossos ou
órgãos importantes no corpo humano, isto é, como se cada
membro dissesse à pessoa: "Cumpra um preceito comigo". Apesar
de que o número 613 é mencionado no Talmud, sua significância
real cresceu na literatura rabínica medieval tardia, incluindo
muitos trabalhos listados ou arranjados pelas mitzvot.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capitulo – 2 A GRAÇA
Capitulo – 2
A GRAÇA
A
GRAÇA
Capítulo – 2 | A GRAÇA
OS MEIOS DA GRAÇA
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
expressão meios da graça como os recursos visíveis e comuns
pelos quais Cristo transmite à sua igreja os benefícios de sua
mediação [ou seja, de sua morte].
Deus nos deu um livro através do qual Ele fala conosco. Ele
não mais se comunica com os homens utilizando sua voz audível,
como o fazia no passado. Agora Deus fala através de seu Filho
(Hb 1.1-4), que nos transmite sua palavra por meio das Sagradas
Escrituras, a Bíblia. Nas páginas das Escrituras, Ele manifesta sua
voz, capaz de despertar os mortos, outorgando-lhes vida. A Bíblia
foi escrita por homens santos, enquanto Deus os inspirava e
guiava, por intermédio do Espírito Santo. É o perfeito tesouro de
instruções e conhecimento celestiais. Deus é o autor da Bíblia, a
salvação é o seu objetivo, e a verdade sem qualquer erro é o seu
conteúdo. Ela nos ensina, principalmente, o que precisamos crer a
respeito de Deus e quais os deveres que Ele exige de nós. A
Bíblia revela os princípios pelos quais Ele nos julgará e
demonstra o supremo padrão pelo qual devem ser averiguados
todos os comportamentos, credos e opiniões dos homens.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
QUAIS SÃO OS MEIOS PÚBLICOS DA GRAÇA?
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
foi designada a ser um testemunho para o mundo, a fim de
demonstrar que somos seguidores de Cristo, participantes da nova
aliança, por isso cremos que o batismo infantil também faz parte
desse meio de graça, pois propagamos a bênção da nova aliança
ao fazermos isso, o batismo substitui a circuncisão que era feita
no oitavo dia. A ceia do Senhor é a segunda ordenança instituída
pelo Senhor Jesus, enquanto esteve na terra. É o meio
divinamente designado para fortalecer a fé exercida pelos crentes.
A ceia do Senhor não é um sacrifício oferecido a Deus, e sim
apenas uma comemoração daquela oferta que Cristo fez de si
mesmo, uma vez por todas, na cruz, em pagamento dos nossos
pecados. Sempre que participamos da ceia do Senhor, nós o
fazemos em memória dEle (1 Co 11.24-26). Os elementos da ceia
do Senhor, pão e vinho, são apenas símbolos. Cada elemento
representa um diferente aspecto do sacrifício de Cristo. O pão
simboliza o corpo traspassado e morto do Salvador, por causa de
nossos pecados. O vinho representa o sangue de Cristo que foi
derramado a fim de purificar nossos pecados. Não existe nada
mágico no pão e no vinho. Eles não se alteram, tornando-se
literalmente o corpo e o sangue de Jesus; permanecem aquilo que
eles mesmos são. Um cuidadoso estudo das Escrituras demonstra
as exigências para se participar da ceia do Senhor. A pessoa tem
de ser verdadeiramente convertida a Cristo, batizada, alguém que
está procurando andar de maneira agradável a Deus e membro da
igreja do “corpo” de Cristo. Devemos lembrar que esta ordenança
não foi dada a indivíduos, e sim as igrejas locais e seus membros.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
é o meio da graça que nos mantém espiritualmente saudáveis e
vigorosos.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
PROPRIEDADES DA GRAÇA
Podemos dizer que a graça de Deus possui as suas
propriedades, bem como nelas as suas subdivisões. As
subdivisões esta baseadas nos seguintes pontos:
Graça Preveniente
Graça Eficaz
Graça Irresistível
Graça Suficiente
Graça Comum
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
A GRAÇA PREVENIENTE NA TEOLOGIA ARMINIANA E
WESLEYANA
Diversas denominações evangélicas no Brasil não são adeptas
da teologia reformada calvinista no que diz respeito ao
entendimento da doutrina da salvação. A soteriologia de tais
denominações reproduz ou se aproxima da teologia arminiana
clássica e da teologia wesleyana. O calvinismo é a tradição
teológica da qual o reformador protestante João Calvino (1509-
1564) é o proponente mais famoso. Já o arminianismo clássico é
oriundo do movimento de oposição à perspectiva de salvação dos
reformados calvinistas, que foi iniciado pelo teólogo e pastor
Holandês Jacó Armínio (1569-1609), por definição a Teologia
arminiana é fruto de uma rebelião, o que compromete todo o
sistema, sem contar que essa corrente é muito contraditória em si
mesma, além do fato de anular a soberania de Deus na salvação.
A tradição reformada calvinista e a tradição arminiana clássica
possuem diversos pontos em comum no campo teológico, mas,
divergem consideravelmente acerca da doutrina da salvação,
chegando nesse aspecto ao nível da incompatibilidade. A seguir
daremos ênfase nas diferentes perspectivas de como a graça de
Deus age sobre a vida do perdido pecador.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
o começo, a continuidade e a consumação de todo bem, e a tal
ponto eu estendo sua influência, que um homem, embora
regenerado, de forma nenhuma pode conceber, desejar, nem fazer
qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação do mal, sem esta
graça preveniente e estimulante, seguinte e cooperante. Desta
declaração claramente parecerá que, de maneira nenhuma, eu faço
injustiça à graça, atribuindo, como é dito de mim, demais ao livre-
arbítrio do homem. Pois toda a controvérsia se reduz à solução
desta questão, “a graça de Deus é uma certa força irresistível”?
Isto é, a controvérsia não diz respeito àquelas ações ou operações
que possam ser atribuídas à graça, (pois eu reconheço e ensino
muitas destas ações ou operações quanto qualquer um), mas, ela
diz respeito unicamente ao modo de operação, se ela é irresistível
ou não. Em se tratando dessa questão, creio, de acordo com as
Escrituras, que muitas pessoas resistem ao Espírito Santo e
rejeitam a graça que é oferecida. (ARMINIUS, A Declaration of
Sentiments, Works. V. 1, p. 664 apud OLSON, Roger E. Teologia
Arminiana: mitos e realidades. São Paulo: Editora Reflexão,
2013, p. 210.) Para Armínio, a salvação pessoal é um ato da
iniciativa da graça de Deus, mas que não é irresistível. Após a
morte de Armínio, quarenta e seis ministros holandeses
elaboraram um documento chamado de “Remonstrância”
(protesto), onde reafirmaram os conceitos de Armínio. Em seu
Artigo III, enfatizando a depravação total do homem afirma: Que
o homem não possui por si mesmo graça salvadora, nem as obras
de sua própria vontade, de modo que, em seu estado de apostasia
71
Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
“livre-arbítrio”. O arminianismo é confuso, adere a doutrina da
depravação total enquanto esta não compromete o equívoco do
livre arbítrio, nega a graça irresistível, nega a soberania de Deus,
nega a eleição incondicional, e muitas outras coisas que não
falaremos aqui.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
74
Capítulo – 2 | A GRAÇA
(a) a raça humana é universalmente depravada como
resultado do pecado de Adão;
(b) a capacidade do homem de querer o bem está tão
debilitada que requer a ação da graça divina para que possa alterar
seu curso e ser salvo.
No que diz respeito ao entendimento sobre a operação da
graça na vida do homem perdido e morto em seus delitos e
pecados, assim como Armínio, Wesley diverge de Agostinho e
dos reformistas do século XVI, defendendo que a graça
preveniente, fundamentada na obra salvífica de Jesus Cristo,
opera na restauração do livre-arbítrio, de maneira sobrenatural,
pelo Espírito Santo, em todas as pessoas; as quais, à parte dessa
restauração, do ponto de vista soteriológico, não são livres. Dessa
forma, Wesley se afasta tanto do semipelagianismo católico
romano que nega a total depravação humana, quanto do
determinismo de Wittenberg e Genebra que elimina a
responsabilidade moral do homem na aceitação e somente é
responsável o homem, enquanto suas escolhas estão ligadas à
rebelião, pois ao escolher mal, o ser humano depravado faz aquilo
que é próprio de sua natureza, mas, ao escolher Deus, ele não faz
por si só, de forma que é completamente uma ação de Deus pelo
seu Espírito, levando-o assim ao arrependimento, uma vez que
Deus o elegeu para a salvação desde a eternidade passada. Isso,
não baseado não na presciência de Deus, mas, em Sua soberana e
gloriosa vontade, segundo o Seu próprio prazer, para demonstrar a
Sua majestade e outros atributos aos não eleitos, revelando assim
75
Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
o Seu amor pelos salvos, e sua justiça para os ímpios, afim de que
seja o Seu Nome glorificado em tudo e em todos, pois o fim de
toda a humanidade é glorificar a Deus, seja como justo ou
misericordioso, ambos os atributos são imensuráveis, mas temos a
certeza de que nenhum, nem outro é maior e mais efetivo, antes,
operam juntos em perfeita harmonia e equilíbrio.
Sobre a ideia de graça irresistível, Wesley não defende tal
realidade no que se refere aos aspectos do chamado ou oferta para
a salvação, mas ao restabelecimento das faculdades humanas que
estabelecem o equilíbrio e responsabilidade individuais: Mais
uma vez, a graça preveniente não é irresistível no sentido de que a
personalidade é aniquilada nem de que já existe um “eu”
responsável viável que apenas é suprido com as faculdades.
Antes, essa graça é necessária, na verdade, é imprescindível no
melhor sentido do termo “antecedência” a fim de produzir no ser
um “eu” responsável, em parte, precisamente pela restauração das
faculdades. Simplificando, o princípio do processo da salvação
não requer a graça cooperante (a essa altura, uma impossibilidade
total), mas a graça livre, a atividade apenas de Deus.
Torna-se assim evidente, que a doutrina da graça preveniente
de Armínio e Wesley concorda e partes com a concepção de
depravação total e salvação somente pela graça, conforme Lutero
e Calvino, mas discorda no sentido de que Deus predestinou
homens para a salvação, deixando parte da humanidade na
condenação do inferno eterno, de que a graça salvadora é
irresistível, e que é direcionada apenas aos eleitos: A eleição de
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
Deus é um ato incondicional da graça livre, dada por meio de seu
filho Jesus, antes de o mundo existir. Por meio deste ato, Deus
escolheu, antes da fundação do mundo, aqueles que seriam
libertos da escravidão ao pecado e levados ao arrependimento e à
fé salvadora em Jesus. (PIPER, John. Cinco Pontos: em direção a
uma experiência mais profunda da graça de Deus. São José dos
Campos, SP: Editora Fiel, 2014, p. 17). Sobre a ideia da graça
irresistível na teologia reformada calvinista, lemos: Isto significa
que a resistência que todos os seres humanos exercem cada dia
contra Deus (Rm 3.10-12, At 7.51) é vencida maravilhosamente,
no tempo próprio, pela graça salvadora de Deus, em favor de
rebeldes indignos, os quais ele escolhe salvar espontaneamente.
Na perspectiva calvinista, para tornar a graça irresistível, Deus
age mudando a nossa vontade, sem necessariamente agir contra a
nossa vontade.
O conhecido apelo evangelístico que diz “dê um passo para
Deus que Ele dará dois em sua direção”, não se sustenta à luz do
arminianismo clássico e do pensamento wesleyano. Tal apelo é
norteado pelo - arminianismo de cabeça1 e arminianismo
contemporâneo2, que são essencialmente semipelagianos, e que
1
O arminianismo de cabeça possui uma ênfase no livre-arbítrio que está alicerçada no iluminismo
e é mais tarde comumente encontrado nos círculos protestantes liberais […]. Sua marca característica é
uma antropologia otimista que nega a depravação total e a absoluta necessidade de graça sobrenatural
para a salvação. É otimista acerca da habilidade de seres humanos autônomos em exercerem uma boa
vontade para Deus e seus semelhantes sem a graça preveniente (capacitadora, auxiliadora) sobrenatural,
ou seja, é pelagiano ou no mínimo semipelagiano. (OLSON, Roger E. Teologia Arminiana: mitos e
realidades. São Paulo: Editora Reflexão, 2013, p. 23.)
2
Talvez a fraqueza mais séria do arminianismo contemporâneo seja a sua visão de pecado com
muita frequência, os arminianos restringem o problema do pecado para a questão da culpa, amplamente
entendido como uma (mera) sujeição a um julgamento futuro. O evangelismo arminiano, portanto,
frequentemente foca unicamente na oferta de perdão para evitar essa ameaça, apresentando seu convite
com a presunção de que a plateia goza de liberdade da vontade, julgamento relativamente equilibrado, e
uma abertura para considerar, de maneira imparcial, a mensagem do Evangelho. Por conseguinte, o fator
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
A GRAÇA EFICAZ
Esta é uma das verdades mais negligenciadas da Bíblia.
Falava-se muito sobre este assunto no passado. Também no
tempo de Spurgeon e outros; mas, hoje, só aqui e ali se ouve uma
voz a clamar esta doutrina bíblica. Até nos atrevemos a dizer que
nove entre dez membros da igreja nem mesmo iriam opinar em
relação a esta verdade bendita. A palavra “chamado” é usada, às
vezes, para expressar o ato de nomear. Por exemplo: em Mateus
1:21 lemos: “chamarás o seu nome JESUS”. Outras vezes,
emprega-se a palavra com a conotação do ato de convidar ou
convocar, como em Lucas 14:13: “Mas, quando fizeres convite,
chama os pobres, aleijados, mancos e cegos”. Quando a palavra
“chamado” é usada para convidar, devemos fazer a diferença
entre um chamado ao qual não se obedece e o outro que é eficaz
ao qual se atende. O objetivo principal do Evangelho é chamar as
pessoas para a salvação, através da fé em Cristo. É óbvio que
muitos destes chamados não são ouvidos, e muita gente continua
perdida, apesar da pregação simples e apelo urgente. Por outro
lado, vemos a pregação eficaz do Evangelho em muitos casos;
vemos vidas transformadas por ele. Podemos ver um perdido
mais importante para determinar o grau de sucesso no evangelismo é o poder do evangelista, que em
lógica, persuasão ou charme pessoal. Tal pensamento arminiano contemporâneo surgiu nas gerações
subsequentes a Wesley, e em especial no metodismo estadunidense. (WALLS, Jerry; DONGELL. Por
que não sou calvinista. São Paulo: Editora Reflexão, 2014, p. 64.
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
ignorar e rejeitar o Evangelho em uma ocasião e, depois, na
próxima vez ou um pouco mais tarde, ser salvo por ele. O que faz
a diferença? O pastor? Não, pois até pode ser o mesmo nos dois
exemplos, No Evangelho? Não, pois é o mesmo nos dois casos. A
diferença é feita pelo Espírito Santo em Seu poder de dar luz e
vida ao coração do pecador. Ao se pregar o Evangelho “somente
em palavras”, isto é, sem o poder vivificador do Espírito Santo, o
pecador continua espiritualmente morto, e será ou indiferente ou
contra o chamado do Evangelho. O chamado eficaz é quase
equivalente à regeneração. Em Romanos 8:30 vemos a ordem dos
atos divinos na salvação: “E aos que predestinou a estes também
chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que
justificou a estes também glorificou”. Note que se usa a palavra
“chamado”, ao invés de “regenerado”. Os crentes, muitas vezes,
são denominados “os chamados”, ou então “os nascidos de novo”.
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são
chamados” I Coríntios 1:26. Em II Pedro 1:10 somos exortados:
“Procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição”.
Em todas estas passagens, o chamado é mais do que um simples
convite externo para se crer no Evangelho.
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão
nos sepulcros ouvirão a sua voz”.
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
que haja conversão do pecador. O homem, por natureza, tem seu
entendimento obscurecido pelo pecado. O coração está totalmente
endurecido e sua mente é inimizade contra Deus. Se o pecador
amasse a Deus e entendesse o Evangelho, ele imediatamente, ao
ouvir o Evangelho, com amor e alegria atenderia o chamado feito
pelas boas novas da salvação em Cristo. Mas, é preciso que o
pecador passe por uma mudança de coração e mente, antes de
receber Cristo como Senhor e Salvador. Esta mudança não é feita
por ele mesmo, e sim, por Deus. Paulo disse a Timóteo para
pregar, na esperança de que “porventura Deus lhes dará
arrependimento para conhecerem a verdade, e tornarem a
despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade
dele estão presos” II Timóteo 2:25-26.
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
A GRAÇA IRRESISTÍVEL
A graça irresistível diz respeito à regeneração, ao novo
nascimento. É, dentro da ordem da salvação, o ato que precede a
conversão. A regeneração é a causa, a conversão é o efeito.
Também é conhecida por Graça Eficaz, chamado eficaz, graça
salvífica, dentre outros. É o exato momento em que Deus dá vida
a quem estava morto, abre os olhos do que estava cego, torna
quebrantado o coração que anteriormente era insensível ao amor,
isso é Graça irresistível.
Em primeiro lugar, precisamos diferenciar graça irresistível
de graça comum. A graça irresistível é chamada de graça especial.
É a graça que derruba a resistência do homem e a salva. É Deus
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
Vejam o que Paulo diz a Timóteo: “E ao servo do Senhor não
convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para
ensinar, sofredor; Instruindo com mansidão os que resistem, a ver
se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a
verdade, e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do
diabo, em que à vontade dele estão presos” (2 Timóteo 2.24-26).
O Arrependimento é um presente de Deus. A graça não torna
possível que eu me arrependa, ela faz com que eu me arrependa,
não é uma transação que pode não ser bem sucedida, é uma
transação conclusa, com uma finalidade decretada e imutável.
Deus não me dá a graça até certo ponto e espera que eu conclua e
vá ao encontro dela. Ele faz com que sua graça inunde o meu ser.
João narra as palavras de Cristo acerca desse assunto, vejamos:
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não
trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6.44) “O
espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras
que eu vos digo são espírito e vida. Mas há alguns de vós que não
creem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os
que não criam, e quem era o que o havia de entregar. E dizia: Por
isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não
lhe for concedido” (João 6.63-65). Como está bem claro no texto,
não iremos a Cristo a menos que o próprio Pai nos leve. O
chamado eficaz de Deus vence a resistência natural que temos ao
Evangelho. A resistência é DESMORONADA diante da graça
irresistível.
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
mais esperto ou sou mais espiritual, ou sou mais sábio… não!
Você só vai colocar a mão na boca e dizer: Graça. Graça
inexplicável”. Sola gratia!
A GRAÇA SUFICIENTE
Pela graça, somos salvos (Ef 2.8) e nos mantemos firmes
(Rm 5.2). A graça sustenta a nossa salvação, dá-nos vitória na
tentação e ajuda-nos a suportar o sofrimento e a dor. A graça nos
ajuda a entender a palavra e a aplicá-la com sabedoria às nossas
vidas, nos conduz à comunhão e à oração, capacitando-nos a
servir ao Senhor eficazmente. Em suma, existimos e estamos
firmes no ambiente da graça toda-suficiente.
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Graça Superabundante
Talvez em nenhum outro lugar a magnificência da graça é
mais maravilhosamente expressa do que em 2 Coríntios 9.8,11:
As ênfases neste texto são admiráveis: “Deus pode nos fazer
abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo,
ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra…
enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz
que, por nosso intermédio, sejam, tributadas graças a Deus”. Em
certo sentido, só esse texto já resume tudo que poderia ser dito
sobre nossa suficiência em Cristo. Postos em um contexto que
descreve as provisões materiais concedidas por Deus, estes
versículos têm um significado que obviamente se estende a
proporções ilimitadas. A graça superabundante habita em todo
crente (v. 14). É de se admirar que Paulo não pôde reter seu
louvor a Deus portal dom indescritível (v.15)?
Graça Toda-Suficiente
Paulo experimentou a graça de Deus de um modo que poucos
experimentaram, pois, suportou sofrimentos como poucos o
fizeram. Em 2 Coríntios 12.9, o Senhor lhe deu uma das verdades
mais profundas de toda revelação: “A minha graça te basta".
Aquela maravilhosa promessa se estende a todo crente, mas foi
dada em um contexto de sérias dificuldades, aflição, perseguições
e fraquezas humanas (v. 10).
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
deixa claro que não há nenhum mérito no homem. Os propósitos
de Deus não repousam na força humana, ao contrário, quanto
mais fraco é o homem, mais o poder da graça de Deus é revelado.
Isso porque a graça divina é revelada em seu poder que não é
frustrado pelos defeitos humanos e nem é dependente de qualquer
qualidade do homem. É interessante saber que Paulo fala da
resposta que recebeu de Cristo no tempo verbal perfeito. No grego
ele literalmente escreve: “Ele me tem dito: minha graça é
suficiente para você”. Isso enfatiza que a resposta do Senhor
sobre a suficiência de sua graça é permanente. Ela não serviu
apenas para Paulo, mas serve também para todos os crentes, em
todos os lugares e em todos os tempos.
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
As Lições Da Graça
As circunstâncias aflitivas experimentadas por Paulo
colocaram-no em posição de aprender algumas lições
maravilhosas sobre a graça de Deus, as quais ele nos transmite em
2 Coríntios 12.7-10.
Humildade
Deus sabe que os homens estão sujeitos ao orgulho,
especialmente quando estão em posições de privilégio espiritual.
Portanto, Deus usa oposição e sofrimento para lhes ensinar a
humildade.
Paulo foi talvez o homem espiritualmente mais privilegiado
que já viveu; e a graça do Senhor em sua vida foi extraordinária.
Em pelo menos quatro ocasiões o próprio Jesus apareceu a ele, a
fim de instruí-lo e encorajá-lo em tempos de profunda
necessidade (At 9.4-6; 18.9,10; 22.17-21; 23.11; 2 Co 12.1-4).
Recebeu tão ampla revelação da parte de Deus que seus escritos
formam quase a metade dos livros do Novo Testamento. Por
causa da natureza extraordinária destas revelações, Deus colocou
um “espinho na carne” de Paulo, para guardá-lo da exaltação (2
Co 12.7). Essa expressão poderá inspirar um quadro de uma
pessoa furando o dedo com um pequeno espinho, a colher rosas.
A palavra grega traduzida por “espinho” literalmente significa
uma estaca, na carne pecaminosa de Paulo, para afligi-la e matá-
la, com o propósito de evitar a jactância e o orgulho. Paulo
descreveu o espinho como um “mensageiro de Satanás” (v. 7). Há
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
atormenta-lo, do que crer que o espinho estava no cerne da
decadência de um homem necessitado da graça.
“O argumento de Paulo é que Deus fez com que Satanás
enviasse alguém para afligi-lo de forma agressiva. Paulo
entendeu isto e até sabia a razão de tal tratamento: “Para que
não se ensoberbecesse” (v.7). Assim como Ele usara Satanás
para humilhar Jó e Pedro, Deus estava preparando Paulo para
ser mais útil. Ao contrário de muitos conselheiros humanos, que
buscam elevar a opinião da pessoa sobre si mesma, Deus nos
esvazia para que tenhamos um relacionamento correto com Ele.
Depois, exalta-nos de acordo com a sua vontade e nos dá graça
maravilhosa (Tg 4.6,10)”.
Dependência
Frequentemente outros crentes são canais da graça de Deus,
mas somente Ele é a fonte. Temos a tendência de nos voltarmos
para as pessoas a fim de solucionar nossas mágoas, mas Deus
quer que, em tempos de dificuldade, busquemos primeiramente a
Ele.
Essa foi à reação de Paulo. Em 2 Coríntios 12.8, ele diz: “Por
causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim”.
Rogar é pedir ou apelar a alguém, observe que as palavras de
Paulo não foram: “Por causa disto, fui ao meu terapeuta, fiz um
seminário, li um livro ou repreendi a Satanás”. Ele tomou o rumo
que muitos consideram simplista: ao Senhor!
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
Suficiência
Paulo ficou contente com a resposta de Deus, porque sabia
que Deus iria suprir graça suficiente para sua dificuldade.
“Então ele me disse: A minha graça te basta” (v. 9). “Ele me
disse” está no tempo perfeito no texto grego, implicando que, toda
vez que Paulo orava, Deus dizia e continuava a dizer a mesma
coisa. “A minha graça te basta”. Deus respondeu à oração de
Paulo, não para dar o que ele pedia, nem para remover o problema
ou a dor, mas por suprir graça suficiente para que Paulo pudesse
suportá-lo. Por que remover algo que gera benefícios tão imensos,
tais como a humildade, a comunhão e maior glória para Deus?
O Poder de Deus
O sofrimento que revela as nossas fraquezas, serve também
para revelar o poder de Deus: “Porque o poder se aperfeiçoa na
fraqueza” (v.9). Quando somos menos dependentes de nossa força
humana e temos apenas o poder de Deus para nos sustentar, então
somos canais adequados pelos quais Deus faz fluir seu poder.
Desta forma, devemos louvar a Deus pela adversidade, pois ela é
a ocasião em que o poder de Deus é mais evidente em nossas
vidas. Não existe alguém tão fraco que não possa tornar-se forte,
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
mas existem muitos que achando-se fortes continuarão fracos.
Paulo compreendeu esta verdade. Sua atitude foi de gozo e
louvor. No versículo 9, ele diz: “De boa vontade, pois, mas me
gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de
Cristo”. Ele não era um masoquista. Não adorava ser maltratado,
mas amava a graça e o poder de Deus manifestados nele. Sabia
que um ministério espiritual só pode ser realizado no poder do
Espírito. Quando sua reputação acabasse, Paulo não poderia
depender dela. Quando sua força física se esgotasse, não poderia
se amparar nela. Ficou limitado a pregar a mensagem que Deus
lhe havia confiado e a depender do poder de Deus para fazer o
resto, e Deus nunca falhou com ele.
Paulo nos dá um princípio-chave no versículo 10: “Pelo que
sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando
sou fraco, então é que sou forte”.
Paulo aceitou o seu problema grave como um amigo
destinado a torná-lo mais útil para Deus. Sua atitude faz um
grande contraste com a atitude de nossa sociedade! A maioria das
pessoas pensam que a felicidade consiste em gozar de
circunstâncias agradáveis e em possuir muitos bens. Muitos
cristãos parecem pensar que guardar os crentes de todas as
dificuldades é a maior expressão da graça de Deus. Em muitos
momentos Deus nos guarda de fato, das dificuldades, mas em
outros Ele as usa para revelar sobre nós que a sua graça é
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A GRAÇA COMUM
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
aqui significa algo que é dado a todos os homens e não é restrito
aos eleitos somente. Diferentemente da graça comum, a graça de
Deus que leva pessoas à salvação é muitas vezes chamada “graça
salvadora”. Naturalmente, quando falamos a respeito da “graça
comum” e da “graça salvadora”, não estamos sugerindo que há
duas diferentes espécies de graça vindas do próprio Deus, mas
apenas estamos dizendo que a graça de Deus se manifesta no
mundo de duas maneiras diferentes. A graça comum é diferente
da graça salvadora quanto aos resultados (ela não traz salvação),
seus destinatários (é dada aos crentes e descrentes igualmente) e
sua fonte (ela não flui diretamente da obra expiatória de Cristo,
visto que a morte dEle não obtém nenhuma medida de perdão
para os descrentes e, portanto, nem os crentes nem os descrentes
fazem jus às suas bênçãos).
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
para ti, e tu lhes dás o alimento no devido tempo. Abres a tua
mão e satisfazes os desejos de todos os seres vivos” (Salmos
145:9,15,16).
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
proporciona um contraste claro com a sociedade humana, na qual
o mal é claramente refreado. Se as pessoas persistem dura e
repetidamente em seguir o pecado durante o curso de sua vida,
Deus finalmente as entregará ao maior de todos os pecados (cf.
Salmos 81:12; Romanos 1:24,26,28), mas no caso da maioria dos
seres humanos eles não caem nas profundezas às quais seus
pecados normalmente os levariam, porque Deus intervém e coloca
freio na sua conduta. Um refreamento muito eficaz é a força da
consciência. Paulo diz: “De fato, quando os gentios, que não têm
a Lei, praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para
si mesmos, embora não possuam a Lei; pois mostram que as
exigências da Lei estão gravadas em seu coração. Disso dão
testemunho também a sua consciência e os pensamentos deles,
ora acusando-os, ora defendendo-os” (Romanos 1:32). E em
muitos outros casos, essa sensação interior da consciência leva os
indivíduos a estabelecer leis e costumes na sociedade que são, em
termos da conduta exterior que eles aprovam ou proíbem,
totalmente iguais às leis morais das Escrituras. As pessoas muitas
vezes estabelecem leis ou têm costumes que respeitam a santidade
do casamento e da família, protegem a vida humana e proíbem o
roubo e a falsidade no falar. Por causa disso, elas muitas vezes
seguem caminhos moralmente retos e exteriormente andam
conforme os padrões morais encontrados nas Escrituras. Embora a
conduta moral delas não possa ganhar méritos com Deus, visto
que a Escritura claramente diz que “diante de Deus ninguém é
justificado pela Lei” (Gálatas 3:11) e “Todos se desviaram,
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
resultado da graça comum. Ele foi instituído no princípio por
Deus após o dilúvio (ver Gênesis 9:6) e, segundo Romanos 13
claramente afirma, foi estabelecido por Deus: “Todos devem
sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade
que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele
estabelecidas”. Está claro que o governo é dom de Deus para a
raça em geral, pois Paulo diz que a autoridade “é serva de Deus
para o seu bem” e que ela é “serva de Deus, agente de justiça para
punir quem pratica o mal” (Romanos 13:4). Um dos principais
meios que Deus usa para refrear o mal no mundo é o governo
humano. As leis humanas, as forças policiais e os sistemas
judiciais proporcionam poderosa repressão às más ações, e esses
são freios necessários, pois há muito mal no mundo que é
irracional e pode ser restringido somente pela força, já que ele não
será impedido pela razão ou pela educação. Obviamente a
pecaminosidade das pessoas pode também afetar os governos em
si mesmos, de forma que o governo humano, igual a todas as
outras bênçãos da graça comum que Deus dá, pode ser usado
tanto para o propósito do bem como do mal.
6. A esfera religiosa. Mesmo na esfera da religião humana, a
graça comum de Deus traz algumas bênçãos para as pessoas
incrédulas. Jesus nos diz: “Amem os seus inimigos e orem por
aqueles que os perseguem” (Mateus 5:44), e desde que não há
qualquer restrição no contexto para que se ore simplesmente pela
salvação deles e como a ordem de orar pelos que nos perseguem é
combinada com a ordem de amá-los, parece razoável concluir que
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
problemas. Além disso, mesmo os descrentes muitas vezes
possuem um senso de gratidão para com Deus pela bondade da
criação, pela libertação em meio ao perigo e pelas bênçãos da
família, do lar, das amizades e do país.
7. A graça comum não salva pessoas. A despeito de tudo
isso, devemos perceber que a graça comum é diferente da graça
salvadora. A graça comum não muda o coração humano nem traz
pessoas ao genuíno arrependimento ou à fé ela não pode salvar e
não salva pessoas (embora na esfera intelectual e moral ela possa
preparar as pessoas para torná-las mais dispostas a aceitar o
evangelho). A graça comum refreia o pecado, mas não muda a
disposição fundamental de pecar nem purifica a natureza humana
decaída.
Devemos também reconhecer que as ações que os descrentes
realizam por causa da graça comum não merecem a aprovação ou
o favor de Deus. Essas ações não procedem da fé (“tudo o que
não provém da fé é pecado”, Romanos 14:23) nem são motivadas
pelo amor a Deus (Mateus 22:37), e sim pelo amor ao ego sob
uma ou outra forma. Portanto, embora possamos prontamente
dizer que as obras dos descrentes que se conformam externamente
às leis de Deus são “boas” em algum sentido, contudo elas não
são boas em termos de merecer a aprovação de Deus nem de
tornar Deus endividado para com o pecador em sentido algum.
Finalmente, devemos reconhecer que os descrentes muitas vezes
recebem mais graça comum que os crentes eles podem ser mais
habilidosos, trabalhar com mais esforço, ser mais inteligentes,
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
mais criativos ou ter mais dos benefícios materiais desta vida para
desfrutar. Isso não indica de forma alguma que eles são mais
favorecidos por Deus no sentido absoluto ou que eles vão ganhar
qualquer coisa relativa à salvação eterna, mas significa somente
que Deus distribui as bênçãos da graça comum de vários modos,
muitas vezes concedendo bênçãos bastante significativas a
descrentes. Em tudo isso, obviamente, eles devem tomar
consciência da bondade de Deus (Ateus 14:17) e reconhecer que a
vontade revelada de Deus é que essa “bondade de Deus”
finalmente os conduza “ao arrependimento” (Romanos 2:4).
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
seres humanos pecaminosos vivessem algum tempo de modo a ter
uma oportunidade de arrependimento e também para que
pudessem gerar filhos, capacitando gerações subsequentes a viver,
a ouvir o evangelho e se arrepender.
2. Para demonstrar a bondade e a misericórdia de Deus. A
bondade e a misericórdia de Deus não são vistas somente na
salvação dos crentes, mas também nas bênçãos que Deus dá aos
pecadores que não as merecem. Quando Deus “é bondoso para
com os ingratos e maus” (Lucas 6:35), essa bondade é revelada no
universo, para a Sua glória. Davi diz: “O Senhor é bom para
todos; a sua compaixão alcança todas as suas criaturas” (Salmos
145:9). Na história de Jesus conversando com o moço rico, lemos:
“Jesus olhou para ele e o amou” (Marcos 10:21), embora o
homem fosse um descrente que no mesmo instante afastou-se de
Jesus porque possuía muitas riquezas. Berkhof diz que Deus
“derrama incontáveis bênçãos sobre todos os homens e também
indica claramente que elas são expressões de uma disposição
favorável de Deus que, contudo, fica muito aquém da volição
positiva exercida para lhes perdoar, suspender a sentença a eles
imposta e assegurar-lhes a salvação”.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
por motivos pecaminosos, elas apesar disso refletem a excelência
de nosso Criador e, portanto, trazem a glória a Ele, não de forma
plena e perfeita, mas ainda assim significativa.
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
A GRAÇA ESPECIAL
A outra maneira de Deus revelar Seu favor é através da graça
especial, comumente denominada de graça eficaz, efetiva ou
graça salvadora. A graça de Deus é eficaz na medida em que
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
produz salvação na vida dos indivíduos eleitos que depositam sua
fé na morte de Cristo e no sangue que Ele derramou na cruz para
remissão de seus pecados. A graça eficaz é conhecida por
experiência no momento em que Deus, pela instrumentalidade do
Espírito Santo, opera de forma irresistível na mente e no coração
de uma pessoa, de modo que o indivíduo escolha livremente crer
em Jesus Cristo como seu Salvador. Os crentes em Cristo são
chamados, não segundo suas obras de esforço próprio, mas
conforme a “determinação e graça” de Deus (2 Tm 1.9). O
apóstolo Paulo é um exemplo clássico da chamada eficaz de
Deus. Ele foi chamado, não por sua vontade, mas “pela vontade
de Deus” (1 Co 1.1). Na realidade, ele tentava destruir a Igreja até
o momento em que se converteu a Cristo, conversão essa que
ocorreu pela graça de Deus (At 9).
Graça Salvadora
A palavra salvação é um termo abrangente. Refere-se ao ato
redentor de Deus pelo qual Ele, no presente momento, redime o
indivíduo da penalidade e do poder do pecado, e, no futuro,
libertará o crente em Cristo da presença do pecado na ocasião da
glorificação dos salvos. A salvação é um dom gratuito de Deus,
concedido a uma pessoa em virtude da graça, por meio da fé,
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
Graça Santificadora
Deus, por intermédio do Espírito Santo, providenciou dons
espirituais sobrenaturais com o objetivo de equipar e capacitar
cada crente em Cristo para o seu ministério e serviço na igreja
local. Naquele momento em que a pessoa, pela fé, recebe a Cristo,
ele (ou ela) é santificado pela graça de Deus. A palavra
santificação significa “tornar santo” ou “separar para Deus” com
propósito ou uso sagrado. A Bíblia menciona pessoas, lugares,
dias e objetos inanimados consagrados, separados a Deus. No que
se refere a um indivíduo, a santificação pode ser definida como a
obra da livre graça de Deus através do Espírito Santo, na qual Ele
separa o crente para ser amoldado ou conforme à imagem de
Cristo.
As Escrituras se referem a três estágios de santificação pela
graça de Deus. O primeiro deles é o da santificação posicional
que diz respeito à posição santa do crente perante Deus,
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
fundamentada na redenção que Cristo efetuou a seu favor. O
segundo estágio é o da santificação progressiva, na qual o crente
em Cristo se encontra no processo de ser santificado através da
Palavra de Deus (Jo 17.17). Os crentes são exortados a crescer
“na graça” (2 Pe 3.18); na busca desse crescimento, tornam-se
recipientes do favor imerecido que procede do Senhor.
O crescimento na graça não é obtido por meios naturais, mas
se dá através do estudo da Palavra de Deus (2 Pe 1.2-3,5-6,8). À
medida que um crente em Jesus cresce na graça, o fruto do
Espírito se torna manifesto através da vida dele ou dela (Gl 5.22-
23), levando a pessoa a uma conformidade com a imagem e
semelhança de Cristo (Rm 8.29). O terceiro estágio é o da
santificação completa ou perfeita, que os crentes conhecerão por
experiência quando receberem seus corpos glorificados e se
completar a sua redenção (Rm 8.30; Ef 5.27). Esse acontecimento
se concretizará na ocasião do Arrebatamento da Igreja (1 Co
15.51-52; 1 Ts 4.16-17).
Graça Servidora
A palavra dom (do termo grego charisma: “dádiva ou dom da
graça”) se refere a um favor que alguém recebe gratuitamente,
sem merecê-lo. Deus, por intermédio do Espírito Santo,
providenciou dons espirituais sobrenaturais com o objetivo de
equipar e capacitar cada crente em Cristo para o seu ministério e
serviço na igreja local. Não existe apenas um dom, mas, sim, uma
diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos crentes (Rm
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
Graça Sofredora
O sofrimento faz parte da condição humana, em virtude do
pecado, do envelhecimento do corpo, da desobediência ao Senhor,
ou da punição de Deus. Temos muitos exemplos registrados nas
escrituras que a graça salvadora se manifesta muitas vezes de
forma a nos fazer sofrer como consequência, pois uma vez que a
nós foi dada tal graça, nós então passamos a nos desligar de certas
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Capítulo – 2 | A GRAÇA
fontes que podem nos prejudicar. A causa disso é a rejeição de
alguns para conosco, e muitos outros tipos de sofrimentos, tudo
por que a graça de Deus pode ser manifesta através de nosso
caráter. Por isso pessoa se afastam de nós de medo de conhecer o
poder de Deus para a salvação, subsequente passamos por um
estágio de gratidão por que sabemos que é a melhor coisa que
Deus poderia fazer para nos firmar na verdade. Como aconteceu
com Paulo, Deus não tirou o espinho dele, mais deu força para
suporta-lo e isso os fez mais firme e fiel. Paulo resumiu isso com
muita propriedade, quando escreveu: “Porquanto a graça de Deus
se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2.11). Isso diz
tudo. Junto com a compositora daquele hino, cantamos:
“Maravilhosa, infinita, incomparável...” é a surpreendente graça
de Deus.
121
Capitulo – 3
A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ ATRAVÉS DE JESUS CRISTO
A JUSTIFICAÇÃO
PELA FÉ
Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 3 | A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 3 | A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 3 | A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
amor, ainda que Ele deve sair também em juízo, porque Ele
mesmo deve justa e totalmente julgar o pecado na pessoa de Seu
próprio Cordeiro provido para nós. A espada “despertada contra o
seu pastor, o homem que foi seu companheiro” o “companheiro”
do Senhor dos exércitos! O pastor foi ferido; “Ele foi moído pelas
nossas iniquidades, o castigo de nossa paz (que obteria a paz para
nós) estava sobre ele.” Deus não poupou seu próprio Filho, mas o
entregou, e a punição para o nosso pecado foi visitada nEle, Jesus,
o sacrifício provido por Deus (Zc 13.7; Isa 53.5,6).
Deus é capaz de vir a nós agora em Graça absoluta, enviando
seus mensageiros “anunciando a paz por Jesus Cristo”; nada deve
ser pregado além da paz. Com efeito, Deus diz: “Oceanos
infinitos de graça devem cobrir os locais onde o juízo e a
condenação estiveram”. Perdoando-nos toda as nossas ofensas,
Ele vai mais longe: tendo ressuscitado a Cristo dentre os mortos.
Ele diz: Agora vou colocá-lo em meu Filho. Vou dar-lhe um
fundamento totalmente e somente nEle ressuscitado dos mortos!
Ele não apenas carregou os seus pecados, removendo a sua culpa,
mas na Sua morte eu lhe arranquei de sua posição e
responsabilidade no primeiro Adão. Vocês que creem são agora
novas criaturas em Cristo, porque eu criei vocês nele.” E porque
isto é assim, é anunciado ainda: “Aquele que não conheceu
pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nos tornássemos
justiça de Deus nele.” No livro de Romanos, Paulo está
descrevendo a ação de Deus em relação a um pecador que crê em
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 3 | A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
glorificou “com o seu próprio eu”, com a glória que Cristo “tinha
com Ele antes que o mundo existisse”, foi como homem que Deus
o glorificou. De modo que, à mão direita de Deus, Cristo
apresentou publicamente a justiça de Deus.
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Capítulo – 3 | A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
pecadores até a sua morte. Ele era “separado dos pecadores”. “Se
o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só.” É o
Cristo ressuscitado, que é a nossa justiça. O cristianismo começa
na ressurreição. O túmulo vazio de Cristo é o berço da igreja. O
trabalho da cruz tornou o cristianismo possível, mas o verdadeiro
cristianismo se resume todo ele na ressurreição depois da cruz.
“Ele não está aqui, mas ressuscitou”, disse o anjo.
3. Assim, dos cristãos é dito serem a justiça de Deus em
Cristo. Não como “justos diante de Deus”, pois isso seria pensar
em uma posição pessoal que nos foi dada, por conta da morte de
Cristo, ao invés de uma posição federal, como nEle, unidos a Ele,
que nós estamos! John Wesley disse uma coisa sábia: “Nunca
pense de si mesmo separadamente de Cristo!” Agora, ser ou
tornar-se “justo diante de Deus”, para ter ou obter uma posição
que vai “suportar o escrutínio de Deus”, é o sonho de muitos
cristãos sinceros. Mas, embora afirmado, e seja quem for que
afirme a ideia de nossa obtenção de “estarmos de pé diante de
Deus por nós mesmos”, fica aquém, e vitalmente, do evangelho
de Paulo de sermos feitos a justiça de Deus em Cristo. Porque isto
nega que já morremos com Cristo, e que temos morrido para todo
princípio legal na morte de Cristo (Rm 7.4). Assim, deixa-nos sob
a necessidade de “obtenção de uma posição” diante de Deus, ao
passo que os crentes federalmente (em conjunto e no geral)
compartilham da morte de Cristo, e o próprio Cristo Ressuscitado
é agora nossa posição!
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Capítulo – 3 | A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
A realidade humana
Culpado – O apóstolo Paulo já havia discorrido sobre a
situação espiritual do ser humano, gentio ou judeu. Todos
estavam debaixo da ira de Deus (Rm 1.18), pois eram igualmente
culpados (Rm 1.20; 2.1,23; 3.23).
Incapaz – Outra realidade é a incapacidade que o homem tem
de se auto justificar diante de Deus com algum mérito ou justiça
própria (Jr 13.23; Is 64.6). Ninguém será justificado diante de
Deus por obras da lei (Rm 3.20).
Rebelde – O ser humano não só está em situação de
desespero espiritual e sem condições próprias de sair dela, como
também, não tem esse desejo (Rm 3.10,11). É pecador
condenado, incapaz de se auto justificar, e rebelde.
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Capítulo – 3 | A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
A iniciativa de Deus
Aqui começa a mudança radical. “Ninguém será justificado
por obras da lei” (Rm 4.20), mas é possível ser justificado pela
graça de Deus (Rm 3.24). Tudo o que o homem não consegue por
esforço próprio, Deus lhe concede de graça (Ef 2.8,9). E por que
graça?
Primeiro, porque não merecíamos ser salvos, pois éramos
todos culpados aos olhos de Deus. Só merecíamos condenação.
Mesmo assim, ele resolveu nos salvar.
Segundo essa salvação é de graça, porque Jesus fez o que não
poderíamos fazer para adquiri-la. Ele viveu uma vida de perfeição
que não poderíamos viver (Mt 3.17; 17.5; Fp 2.8; Hb 4.15) e
ainda pagou por uma culpa que não tínhamos condições de pagar
(Is 53.5,6). Por último, é graça, porque ele tomou a iniciativa de
nos buscar, enquanto desgarrados e fugitivos (Mt 1.21; Lc 19.10).
Ele nos encontrou e nos amou primeiro (1 Jo 4.10). Não esperou
que fôssemos ao seu encontro (nunca faríamos isso), mas nos
alcançou como um pastor que busca a sua ovelha perdida (Lc
15.4-6).
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
Redenção
Fomos “justificados … mediante a redenção que há em
Cristo” (Rm 2.24). Redenção era um termo comercial e no Antigo
Testamento era usado para escravos comprados para serem
libertados. Dizia-se que esses escravos haviam sido redimidos ou
resgatados (Lv 25.47-49). O termo foi também usado com
referência ao povo de Israel, “remido” ou “resgatado” do
cativeiro, primeiro do Egito (Êx 6.6) e depois na Babilônia (Is
43.1), e em seguida restaurado à sua própria terra. Nós também
fomos resgatados (Mc 10.45; Is 53.10), pois Cristo pagou para
deixarmos de ser escravos do pecado e sermos seu povo e
propriedade (1Co 6.20; 7.23; 1Pe 2.9; Ap 5.9). Logo, tudo o que
foi pago, não o foi com o nosso próprio esforço e sim com o
sangue de Cristo.
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Capítulo – 3 | A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
Propiciação
Outro termo usado para se referir a obra de Cristo é
propiciação. A nossa justificação foi, “por sua graça, mediante a
redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu
sangue, como propiciação” (Rm 2.24,25). A palavra propiciação
significa primariamente “aplacar a ira”. No Tabernáculo do
Antigo Testamento, o propiciatório era a tampa da arca da aliança
(Êx 37.6-9; Lv 16.1-3, 11-14, 30, 34). Uma vez por ano, o sangue
da expiação era aspergido sobre o propiciatório pelo sacerdote.
Esse ritual mostrava que a culpa do pecado do povo havia sido
expiada e que a ira de Deus havia sido aplacada. No contexto em
que Paulo escreveu, o termo propiciação também pode ser
entendido como o lugar onde a ira de Deus foi derramada ou
aplacada. Em outras palavras, Cristo assumiu o nosso lugar
debaixo da ira de Deus, poupando-nos assim de sermos
condenados. Ele foi o nosso propiciatório. Logo, Deus pode ser
favorável (propício) a nós, porque a sua ira já foi aplacada por
Jesus (Hb 2.27; 1 Jo 2.2; 4.10).
Manifestação
Deus não anulou sua justiça e simplesmente absolveu
pecadores culpados. Pelo contrário, ele a manifestou de modo
claro. Por meio da morte de Jesus a sua justiça foi satisfeita.
Nenhum pecado do seu povo ficou sem condenação. Todas as
iniquidades que nos separavam de Deus e nos faziam seus
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 3 | A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
Conhecimento
A fé à qual a Bíblia se refere não é uma crença cega ou uma
submissão passiva a uma igreja ou grupo religioso. Muitos dizem
ter fé em Deus ou em Cristo, mas nada sabem a respeito deles.
Muitos se filiam às igrejas só porque a mensagem que ouvem os
fazem se sentir melhores, gostam da música ou lá possuem
amigos. Nada sabem a respeito do pecado e da salvação. Jesus,
em muitos ambientes, é muito mais um símbolo do que o
Salvador. Mas temos de saber em quem temos crido, assim como
Paulo sabia (2 Tm 1.12 b). Jesus mesmo disse que a vida eterna
era conhecê-lo e conhecer o único Deus verdadeiro (Jo 17.3). Só
podemos crer em quem conhecemos. Antes do evangelho chegar
ao nosso coração, o seu conteúdo tem de passar pela nossa mente.
Aceitação
A fé como conhecimento é o primeiro elemento, porém não é
o único. Há também a necessidade de aceitação ou convicção de
que a mensagem do evangelho é algo pessoal. Devo não somente
conhecer o evangelho, mas crer que ele é verdadeiro. Temos que
estar persuadidos das nossas ofensas pessoais a Deus, de que
somos particularmente pecadores, e de que Cristo morreu por nós.
Alguns até têm um conhecimento intelectual das doutrinas
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
Compromisso
O terceiro elemento da fé é o compromisso. Tiago, falando da
importância do compromisso, disse que os demônios conheciam e
criam em Deus (Tg 2.19). Mas devemos nos comprometer com
Cristo, obedecendo-o (Jo 14.21,23; 15.10,14), sendo seus
discípulos (Mt 28.19,20) e submetendo-nos a ele não somente
como Salvador e como Senhor (Mt 6.24). O evangelho envolve
mudança de valores, compromisso com reino de Deus e com o
seu Rei e o desejo intenso de seguir e obedecer a Jesus. Essa é a
fé da qual a Bíblia fala que é o instrumento dado por Deus para
que sejamos justificados. Tudo o que Jesus conquistou na cruz é
comunicado a nós por meio da fé. Somos declarados justificados
somente pela fé, com base na obra de Cristo somente e como fruto
somente da graça de Deus.
CONCLUSÃO
O apóstolo passou boa parte da sua carta mostrando porque o
homem precisava de salvação. Ele queria convencer tanto os
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Capítulo – 3 | A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
APLICAÇÃO
Diante de tudo que foi exposto neste livro desde o início do
pecado, até o dia de hoje, podemos concluir que o amor de Deus
deve sempre ser considerado o maior meio de salvação. Pois pelo
amor de Deus fomos regenerados em Cristo, portanto demos
glória a Ele por sua graça, devemos amar a verdade nos desviar
do mal e andar em santidade para com o Todo-Poderoso. Sei que
é difícil caro amigo leitor, talvez você esteja passando por um
momento difícil como eu estou, confesso que diante de tudo isso
eu me considero imundo por mim mesmo e pelos meus atos, mais
por outro lado me considero arrependido pelos meus pecados pois
sou pecador como você, e justificado por Jesus nosso Senhor e
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Lei e Graça – A Justificação Pela Fé Através de Cristo
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Capítulo – 3 | A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Este livro foi feito com a fonte: Autor:
Time New Roman Felipe Tales Massei
Tamanho: © Editora Império Cristão
16; Corpo do Texto: Normal, 16.
Tópico:
A
Arial Black - Negrito; T – 14
Subtópico:
Negrito Itálico; T – 18
Editora
Império Cristão