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CÓDIGO: 31009
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TRABALHO / RESOLUÇÃO: Segundo o pretendido para a resolução deste E-Fólio A
da unidade curricular, Arte e Património Religioso, a presença judaica em Portugal
remonta ao período anterior à formação do Reino. Tal presença em território peninsular
faz- se sentir após a expulsão de Jerusalém (nos primeiros séculos depois de Cristo) e no
exílio que se espalhou pela Europa, Ásia e África conhecido como diáspora. No período
de domínio Islâmico, existia uma coabitação pacífica das comunidades religiosas
muçulmana, cristã e judaica. Após a Reconquista e durante o reinado de D. Henrique e
das cruzadas vindas do norte, foi exercida por parte dos monarcas portugueses uma
política de proteção de minoria.
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A construção da sinagoga em meados do século XV é feita com o objetivo de ser uma
casa de oração, escola, tribunal e local de câmara de vereação da comuna (Talmude).
Funcionaria apenas 40 ou 50 anos, tendo sido encerrada após o édito manuelino de 5 de
dezembro de 1496. A hipótese de casamento de D. Manuel com a sua prima Isabel de
Aragão e Castela, coloca no horizonte a unificação do reino peninsular sobre a égide
portuguesa. Uma das exigências do contrato seria precisamente a expulsão de todos
aqueles impuros de sangue, algo que o monarca português irá resolver com um certo
cálculolismo político e proclamação do édito de 1496.
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pavimento foi rebaixado em relação à rua. Após o seu encerramento em 1496, o edifício
tornou-se em 1516 cadeia pública. Entre o final do século XVI e início do século seguinte
torna-se local de culto cristão – a ermida de São Bartolomeu. Uma possível profanação
assumida durante o início do século XIX, torna o edifício um palheiro e em 1920 adega
e armazém de mercearia. Em 1921 é classificado como monumento nacional e dois anos
depois é adquirido por Samuel Schwarz, (judeu polaco investigador da Cultura Hebraica)
e doado ao Estado português em 1939, sob condição do espaço ser transformado num
museu Luso-hebraico. Apesar de no século XVIII surgirem as primeiras políticas
articuladas de conservação e restauro patrimoniais em Portugal, este tipo de profanação
monumental poderá ser explicada pelo contexto politico e social da época1.
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de interesses de gentes da nação e gentes de sangue, apenas na segunda metade do século
XVIII se consegue o fim da distinção entre cristãos novos e cristãos velhos com Sebastião
José de Carvalho e Melo. Contudo a perseguição da junta dos prelados far-se-ia ainda
sentir até 1820.
Fig.1 – Mísula Jónica, Sinagoga de Tomar, In: AFONSO; Urbano Luís – As sinagogas portuguesas e o tardo –
gótico despojado – [em linha], documento pdf. Texto de apoio à unidade curricular de Arte e Património
religioso, 2023 UAB, acessivel na plataforma de E-learning da Universidade Aberta, p. 133
Fig. 2 – Sinagoga de Tomar: imagem do tevak (suporte da Torak), ou na bimak (estrado ou púlpito
quadrangular localizado na zona central do templo) situada entre 4 colunas, in: eserafad artículos [em linha],
SINAGOGA DE TOMAR INAUGURA MUSEU E NÚCLEO INTERPRETATIVO - eSefarad, 2023.
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Segundo Jorge Custódio e o seu artigo , de Alexandre Herculano à Carta de Veneza (1837- 1964),a sociedade
portuguesa do pós liberalismo, resultante da rutura de instituições pré-estabelecidas até ao início da primeira
metade do século XIX (instituições eclesiásticas e monárquicas), procura estabelecer novas estruturas culturais
que iriam ao encontro de novos interesses e anseios de coletividade. A liquidação dos bens das ordens religiosas,
expropriação dos tesouros de culto, bibliotecas e objetos de arte, pintura e escultura aconteceu em grande escala.
É possível afirmar que a consciência da presença de um património cultural e a necessidade da sua salvaguarda
surge em Portugal durante o século XIX. A aquisição deste tipo de consciência traduz-se num movimento de
afirmação da sociedade liberal e romântica gerado em ambiente de intervenção pública e de intelectualidade
próprio da época. Tal estruturação necessita do reconhecimento de um conjunto de valores patrimoniais
(monumentais, históricos e nacionais) que importa transmitir às gerações futuras como testemunho da herança
do passado. Neste movimento teve papel pioneiro Alexandre Herculano devido à sua intervenção pública na
valorização do património cultural português. In: CUSTÓDIO, Jorge – De Alexandre Herculano à Carta de
Veneza (1837 – 1964) – [em linha] documento pdf. Texto de apoio à unidade Curricular de Salvaguarda do
Património construído em portugal. 2022 UAB, 1º ciclo de História, acessivel na plataforma de E-Learning da
Universidade aberta, 00.014 - SPCP - Biblioteca - Texto D.pdf
Webgrafia:
AFONSO, Luís Urbano– As sinagogas portuguesas e o tardo – gótico despojado
– [em linha], documento pdf. Texto de apoio à unidade curricular de Arte e
Património religioso, 2023 UAB, acessivel na plataforma de E-learning da
Universidade Aberta, In: HJCVS_Parte II.pdf (uab.pt), consultado de
[07/04/2023 a 20/04/2023]
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Câmara Municipal de Tomar - Sinagoga e Judiaria – [em linha], 2022, Sinagoga
e núcleo interpretativo da Sinagoga de Tomar, Tomar, acessível na plataforma de
E-learning – E.Folio A, In: CM Tomar - Sinagoga (cm-tomar.pt), consultado de
[07/04/2023 a 20/04/2023]
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