Você está na página 1de 227

TENDA DA

CONGREGAÇÃO
 

Meditações Bíblica Diária

Ÿ AUG

OS TEMPOS E
ESTAÇÕES - ESTUDO
COMPLETO
OS TEMPOS E ESTAÇÕES 

(Estudo Completo)
INTRODUÇÃO

“Irmãos, relativamente aos tempos e


as estações, não há necessidade;
pois como vós mesmos estais
inteirados com precisão de que o Dia
do Senhor vem como ladrão de
noite.” (I Tes.5:1,2 - ARC)
O apóstolo Paulo, escrevendo sua
primeira epístola à igreja de Deus em
Tessalônica, trata, nesse capítulo 5,
do chamado Dia do Senhor, o tempo
bíblico escatológico que vai do
arrebatamento da igreja para o
encontro do Senhor nos ares (I
Tes.4:17) até a vinda gloriosa do
Senhor Jesus com Sua igreja à terra
para reinar por mil anos. O “Dia do
Senhor” é citado algumas vezes na
Palavra de Deus como o dia grande
e terrível do Senhor (Ml.4:5), dia
amargo (Sf.1:14), como o dia em que
os que crêem seriam salvos do corpo
pecaminoso para um corpo glorioso
(I Co.5:5), como um dia que as obras
da igreja serão reveladas e
recompensadas (2 Co.1:14), como
um dia que virá como o ladrão de
noite (I Ts.5:2; 2Pe.3:10) e como um
dia que os céus passarão com
grande estrondo, e os elementos,
ardendo, se desfarão, e a terra e as
obras que nela há,
serão descobertas. (2 Pe.3:10).

Assim, o Dia do Senhor será o tempo


em que todas as coisas se
completarão em Cristo. Contudo, é
interessante notarmos que, mesmo
reconhecendo que esse “Dia”
chegará á hora em que não
pensamos (Mt.24:44), podemos
discernir à época. (Lc.12:56). A
palavra “época” em Lc.12:56 ou
“estações” em I Tes.5:1,2 na
tradução grega referem-se a mesma
palavra “Kairous (singular) ou
Kairoun (plural)” que é melhor
traduzido por “estação (singular) ou
estações (plural) do ano”. Ou seja,
refere-se literalmente às quatro
estações anuais que conhecemos:
primavera, verão, outono e inverno.
É, dessa forma, diferente de
“Kronous” (raíz da palavra
cronologia) que é o tempo
cronológico (dias, semanas, meses,
anos, etc..).

Em I Tes.5:1,2, vemos as duas


palavras bem
distinta em “aos tempos (“kronoun”) e
as estações (“kairoun”). Creio que
estas duas palavras são o ponto de
partida para se compreender “os
sinais” das dispensações proféticas
deixadas por Deus aos seus servos.
Lembramos que o Senhor Jesus não
nos chama de servos, mas de
amigos, porque o servo não sabe o
que faz o seu senhor, mas aos
amigos é dado a conhecer tudo o Ele
tem ouvido do Pai (Jo.15:15) Temos
um grande privilégio em possuirmos
as revelações do que o Senhor fez,
faz e ainda fará, pois foi do agrado
do Pai ocultar estas coisas aos
sábios e instruídos e as revelar aos
pequeninos (Lc.10:21), isto é, a nós
que somos salvos! E mais: “Tudo me
foi entregue por meu Pai; e também
ninguém sabe quem é o Pai, senão o
Filho, e aquele a quem o Filho quiser
revelar” (Lc.10:22). Toda a sabedoria
do Senhor está em Seu Filho Jesus
Cristo, que é a própria sabedoria de
Deus (I Co.2:24, compare com
Prov.8,9). Esta
mesma sabedoria Maravilhosa
(Is.9:6) e Infinita está disposta a se
revelar a quem quiser. E a condição
é simples: “Se, algum de vós
necessita de sabedoria, peça-a a
Deus, que a todos dá liberalmente
(sem distinção) e nada lhes
impropera, e ser-lhe-á concedida.
Peça-a porém com fé, em nada
duvidando; pois aquele que duvida é
semelhante a onda no mar, impelida
e agitada pelo vento. Não suponha
esse homem que alcançará do
Senhor alguma coisa.” (Tg.1:5-7).
Que Deus possa nos conceder
sabedoria na revelação correta de
Sua Palavra!

O Senhor Jesus fala algumas vezes


acerca dos tempos proféticos e
também das estações proféticas. Em
Mateus 24 por exemplo, ele faz uma
alusão real a ambos e nessa ordem.
No versículo 10 do capítulo 24 o
Senhor Jesus falando do princípio de
dores dizendo que “nesse tempo,
muitos hão de se escandalizar, trair e
odiar uns aos outros”, e
no versículo 32 acerca da parábola
da figueira Ele diz “Aprendei, pois, a
parábola da figueira: quando já os
seus ramos se renovam e as folhas
brotam, sabeis que está próximo o
verão”.

Portanto, reconhecemos que é


Bíblico e faz parte da vontade de
Deus, que os que são dEle, isto é, os
remidos pela cruz, conheçam os
sinais proféticos acerca dos tempos
e estações.

CAPÍTULO 1

AS PARÁBOLAS DO SENHOR
JESUS ACERCA DO REINO DE
DEUS OU REINO DOS CÉUS.

Nos quatro Evangelhos, nos é


fornecida trinta parábolas do Senhor
Jesus, começando pela
parábola do Semeador em Mt.13:5-8
e terminando na parábola das Dez
Minas em Lc.19:12-27. Ambas as
parábolas, dizem respeito ao Reino
de Deus ou Reino dos céus. Ao todo,
podemos discernir em quinze,
portanto metade de todas as
parábolas de Cristo. As Parábolas do
Reino ocorrem em três evangelhos,
sendo que, somente no evangelho
de João não vemos registrada
nenhuma parábola. No evangelho de
Mateus, no entanto, encontram-se
doze parábolas do Reino, sendo que,
somente no capítulo treze,
encontramos 7 parábolas, o que
costuma-se chamar de Coletânea
das parábolas do Reino, pois Cristo
compara essas parábolas com o
Reino de Deus ou dos céus. O fato
de ser o evangelho de Mateus o
detentor da grande maioria das
parábolas acerca do Reino é que
esse evangelho trata de Cristo como
o Rei ou Messias que estava
prometido por Deus. A própria
genealogia no primeiro capítulo serve
pra provar que o Senhor Jesus
é de fato o herdeiro Real de Israel
por descende da linhagem de Davi
(Mt.1:6), como também é o Messias
pois descende da tribo de Judá
(Gen.49:8-10; Mq.5:2; Mt.1:2,3).
Dessa forma, é justo que o
evangelho do Rei (Mateus) trate de
assuntos do Reino.

Mas o que é o Reino dos céus?


Onde está o Reino de Deus?
Vejamos o que a Bíblia nos mostra
acerca disso, analisando 7
ocorrências. O Senhor Jesus após
iniciar Seu ministério em Cafarnaum,
passou a pregar dizendo:
“Arrependei-vos, porque está
próximo o reino dos céus” (Mt.4:12-
17; Mc.1:14,15; Lc.4:14,15). Cristo
disse que bem aventurado são os
pobres de espírito, porque deles é o
reino dos céus (Mt.5:3), ninguém que
lança a mão no arado e olha para
trás é apto para o reino de Deus
(Lc.9:62), dificilmente entrarão os
ricos no reino de Deus (Lc.18:24),
quem não nascer de novo, não pode
ver o reino de Deus (Jo.3:3). Tiago
em sua epístola, também cita o reino
de Deus, quando escreve: “..Não
escolheu Deus aos que são pobres
aos olhos do mundo para serem
ricos na fé e herdeiros do reino que
prometeu aos que o amam” (Tg.2:5)
e o apóstolo Paulo escreve: “Porque
o reino de Deus não consiste em
Palavras, mas em poder” (I Co.4:20).

Os fariseus, criam que o Messias


estabeleceria o Reino aqui nesse
mundo, derrotando o Império
Romano, e estabelecendo o cetro em
Judá como um leão (Gen.49:9,10).
Contudo, tanto os fariseus quanto os
saduceus erravam muito, não
conhecendo as Escrituras, nem o
poder de Deus (Mt.22:29;
Mc.12:24,27). Cristo, então, os
explicou que o reino de Deus não
vem com aparência visível e que o
reino de Deus está dentro de cada
um (Lc.17:20,21), pois o reino de
Cristo não é desse mundo .
Claro que o Senhor Jesus também
fala de um reino de seu Pai: “Na
casa de meu Pai há muitas moradas.
Se assim fora, eu vo-lo teria dito.
Pois vou preparar-vos lugar”
(Jo.14:2) Cristo após sua ascensão
foi nos preparar lugar nas moradas
do Pai, esta realidade, no entanto, é
futura, e não se enquadra
complemente no período chamado
reino de Deus. Provavelmente, esse
período teve início após o batismo e
tentação do Senhor Jesus, pois tem
relação direta com o Espírito Santo
em sua “unção” ao Senhor Jesus.
Após Seu batismo, “eis que se lhe
abriram os céus, e viu o Espírito de
Deus descendo como pomba, vindo
sobre ele” (Mt.3:16). Veja como após
esse fato, o Espírito o levou ao
deserto para ser tentado, e, Jesus
então iniciaria Seu ministério,
pregando o arrependimento, pois era
chegado o reino dos céus (Mt.4:1;
17). Perceba que quando o Espírito
desceu, o Reino dos céus chegou.
Toda a ação do Senhor pelo Espírito
Santo era um sinal de
que o Reino havia chegado, como
diz em Lc.11:17,18,20: “Mas,
conhecendo ele os seus
pensamentos, disse-lhes: Todo o
reino, dividido contra si mesmo, será
assolado; e a casa, dividida contra si
mesma, cairá E, se também Satanás
está dividido contra si mesmo, como
subsistirá o seu reino? Pois dizeis
que eu expulso os demônios por
Belzebu. Mas, se eu expulso os
demônios pelo dedo de Deus (ou
Espírito de Deus – Mt.12:28),
certamente a vós é chegado o reino
de Deus.”

Existem algumas figuras


interessantes na Palavra de Deus
que ilustram essa doutrina. Cristo ou
Messias significa “Ungido”. O sumo
sacerdote e os sacerdotes levitas
eram ungidos com azeite ou óleo
(Lv.6:20,22) Também os reis eram
assim ungidos. Em I Sm.10:1 diz
“Tomou Samuel um vaso de azeite e
lho (Saul) derramou sobre a cabeça,
e o beijou, e disse: Não te ungiu,
porventura,
o Senhor por príncipe sobre a sua
herança, o povo de Israel “ E logo em
Gibeá, o Espírito do Senhor se
apossou de Saul, e ele profetizou no
meio deles (I Sm.10:10). Com Davi
também não foi diferente, pois diz
“Tomou Samuel o chifre do azeite e o
ungiu no meio de seus irmãos; e,
daquele dia em diante, o Espírito do
Senhor se apossou de Davi.” (I
Sm.10:13). Cristo é nosso sumo
sacerdote ungido por Deus
(Hb.4:14), porém, antes de se tornar
rei ungido ou “príncipe sobre seu
povo” foi necessário ser “ungido”
com o Espírito Santo diante de seus
irmãos, como foi Davi, e, logo após
profetizasse, como foi o caso do
Senhor Jesus ao exclamar:
“Arrependei-vos, pois a vós é
chegado o reino dos céus”. Da
mesma forma que Saul e Davi foram
reis antes mesmo de reinar (compare
I Sm.10:1 com 11:15 e I Sm.16:13
com II Sm.2:4 e II Sm.5:3), o Senhor
Jesus já é nosso rei espiritual, antes
mesmo de reinar sobre esse mundo,
o que ocorrerá
no período do milênio (Ap.20:6). O
próprio Senhor Jesus profeticamente
revelou: “O Espírito do Senhor Deus
está sobre mim, porque o Senhor me
ungiu..” (Is.61:1)

Dessa forma, podemos perceber que


o Reino dos céus iniciou após Cristo
ter sido “ungido” rei espiritualmente
daqueles que crêem nEle. Claro que
essa “unção” é simbólica,
inaugurando o Reino de Deus na
terra, pois as Sagradas Escrituras
revelam acerca de Cristo em Pv.
8:22,23: “O Senhor me possuía no
início de sua obra, antes de suas
obras mais antigas. Desde a
eternidade fui ungida (a sabedoria de
Deus que é Cristo – I Co.1:24),
desde o princípio, antes do começo
da terra.” Estes são aqueles que se
fazem pobres de espírito, se fazem
como crianças espiritualmente (se
humilhando) e nascem de novo, da
água e do Espírito (Jo.3:3). Isto é,
todos os que são salvos são também
sacerdotes ungidos e reis ungidos,
pois o
Espírito Santo no qual foram selados
(Ef.1:13) habita neles e por isso a
Palavra os chama de nação santa e
sacerdócio real (I Pe.2:9).
Sacerdotes e reis antes mesmo de
reinarem com Cristo (Ap.20:6).

Mais uma alegoria interessante a


respeito desse fato, são os primeiros
dois dias da Criação. No primeiro dia,
vemos que Deus Criou a terra, mas
eis que estava sem forma e vazia.
Somente depois que o Espírito de
Deus pairou sobre a face das águas,
criou o Senhor a luz e fez separação
da luz com as trevas (Gên.1:2-4). No
segundo dia, fez o firmamento no
meio das águas e fez separação
entre águas e águas. E chamou
Deus ao firmamento Céus. (Gên.1:6-
8). Perceba o estado do homem
antes de conhecer a Cristo como
sem “forma e vazia”. Assim
estávamos mortos em ofensas e
pecados (Ef.2:1,5), sem Cristo,
separados da comunidade de Israel,
e estranhos às
alianças da promessa, não tendo
esperança, e sem Deus no mundo
(Ef.2:12). Mas quando o ser humano
crê em Cristo, o Espírito Santo “paira
sobre a face das águas” (unge-o),
selando-o, e dando o penhor da
herança (II Co.9:2). Nasce nele a luz
de Cristo (Jo.1:9,3:19,8:12,9:5) e eis
que passa a pertencer ao Reino dos
Céus, pois é nele gerado o
“firmamento, chamado Céus”. A
mesma ordem, mais uma vez é
mantida.

Portanto, conclui-se que Reino de


Deus ou reino dos céus, nada mais
é, do que, o período em que o
Espírito Santo opera nessa mundo
“ungindo” reis e sacerdotes, para
anunciar as virtudes daquele que nos
chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz (I Pe.2:9).

Sabendo o significado do Reino,


podemos discernir que as parábolas
pelas quais Cristo
o compara são doutrinas ligadas à
esse período ou períodos ou épocas.
Podemos analisar 4 períodos do
Reino aqui na terra:

1 – Da “unção” de Cristo pelo


Espírito Santo no batismo até sua
morte

2 - Da descida do Espírito Santo à


igreja no dia de Pentecostes até o
arrebatamento.

3 - Do “selo de Deus” (Espirito Santo


– Ef.1:13) aos 144.000 das Tribos de
Israel na grande tribulação até a
vinda gloriosa de Cristo à terra.
4 – Do início do reinado aqui na terra
até o final do milênio

Já estamos no segundo período do


Reino, aguardando o arrebatamento,
que porá fim a
esse ciclo, iniciando o terceiro, e
posteriormente, o quarto e último
período. Os dois primeiros, já duram
por volta de 2000 anos, e os terceiro
e quarto, durarão por volta de 1003
anos e meio.

Na Coletânea de Parábolas do Reino


de Mateus capítulo 13, o Senhor
Jesus nos apresenta simbolicamente
os fatos e acontecimentos da
segunda parte do período total do
Reino, pertencente a nossa época
atual. Creio que será interessante
iniciar o estudo nesse ponto, tendo
em vista ser a mais importante, pois
trata-se da Dispensação da Graça de
Deus (Ef.3:2).
1 – Semeador (Mt.13:1-23)

O Semeador é o Senhor Jesus Cristo


(perceba o singular) e a semente é a
Palavra de Deus ou do reino. Os
“terrenos semeados”, são os
corações que a recebem. Uma parte
das sementes cairam a beira do
caminho e são os que ouvem a
Palavra e não a compreendem
(tratam-se das multidões que
seguiam a Jesus buscando sinais e
se fartaram de pães, mas quando
ouviram das realidades espirituais
rejeitaram ao Senhor - compare
Jo.6:26 com o 66). Outra foi
semeada em solo rochoso é os que
ouvem a Palavra recebem com
alegria mas não possuem raiz em si
mesmo e chegando a perseguição
por causa da Palavra se escandaliza.
(tratam-se dos fariseus, saduceus,
zelotes, escribas e herodianos que
ouviram a Palavra, até se
encantaram de certa forma com a
sabedoria e autoridade de Cristo,
mas seus “duros” corações
impediram a Palavra de penetrarem
em seus corações). Outra parte caiu
entre espinhos e os cuidados do
mundo e as riquezas sufocam a
Palavra (tratam-se dos ricos desse
mundo, como aquele jovem rico que
se voltou triste após ouvir que
precisava deixar suas riquezas -
Mt.19:16,22; Mc.10:17-22;Lc.18:18-
23). E o que foi semeado em boa
terra frutifica 100, 60 ou 30 por um
(Mt.13:23) ou 30,60, 100 por um
(Mc.4:8). Representa os crentes e
seus frutos dependendo de sua
santidade e dedicação no reino.

2 – Trigo e do joio (Mt.13:24-30;36-


43)

Um homem semeou uma boa


semente (semente do trigo) no seu
campo, enquanto os homens
dormiam veio o inimigo dele, semeou
o joio no meio do trigo e retirou-se.
Quando a erva cresceu veio também
o joio. O homem ordena a seus
servos que aguardem até a ceifa
para arrancar o trigo e queimá-lo.
Cristo com essa parábola explica
como Satanás planta “filhos do
maligno”, ou seja, pessoas não
salvas que se infiltram no povo de
Deus “boa semente” para ensinarem
falsas doutrinas. Isso ocorreu,
porque os servos “dormiram” e não
vigiaram em oração como o Senhor
deseja (Mt.26:41). A ceifa é a
consumação dos séculos quando o
Senhor Jesus irá separar as ovelhas
dos bodes quando vier em glória à
terra. Os justos entrarão no reino
eterno e os ímpios irão ao inferno.
Profeticamente, essa parábola se
refere a entrada do gnosticismo no
meio dos cristãos. Falsos profetas e
mestres, como o herege e gnóstico
do século II Marcião, que pregava
que o Deus da Lei não era o mesmo
Deus de Jesus, e outros gnósticos
que introduziam doutrinas hereges
como o cerimonialismo judaico com
sua cabala e lei oral (conhecidas
como “mishnah” e “talmude”), tendo
visões de anjos, e cultuando-os com
pretexto de humildade, e
negando que Cristo veio em carne e
é o Filho de Deus (Cl.2:16-19; I
Jo.4:1-6).

3 – Grão de Mostarda (Mt.13:31,32)

Um homem tomou um grão de


mostarda e plantou no seu campo, é
a menor das sementes e crescida é
maior do que as hortaliças, e se faz
árvores de modo que até as árvores
dos céus vem aninhar-se aos seus
ramos. Essa parábola é como uma
continuação das parábolas do
semeador e do trigo e joio. A mesma
semente, que havia sido lançada na
boa terra e gerado frutos, virou erva
que cresceu (trigo com o joio) e
continuou crescendo, até que virou
árvore que, continuou crescendo, até
que ficou maior que as hortaliças. O
cristianismo
começou com os apóstolos,
plantando igrejas, tanto em
Jerusalém quanto na Judéia e
Samaria, e até os confins da terra
(At.1:8). Desde Judas, Satanás tem
infiltrado “lobos devoradores”
(At.20:29) ou falsos profetas no meio
da igreja com suas doutrinas hereges
e de engano. Com a falta de zelo dos
crentes, essa doutrina falsa se
expandiu, contribuindo para
aumentar em número os “fiéis”. Com
a igreja Romana (o “tronco da
árvore”), pessoas eram obrigadas à
força a se converterem à religião no
tempo da inquisição. A Era do
papismo e da união da igreja com o
Estado, aumentou a riqueza do
cristianismo e seus adeptos no
mundo todo, de tal forma, que se
tornou a maior de todas as religiões
(“hortaliças”). Curioso notar que de
dentro da Igreja Romana, saíram os
reformadores como Huss, Lutero,
Calvino e etc.. Homens que, apesar
de boas intenções e de alguns
acertos doutrinários básicos como
adoração a um só Deus, salvação
somente pela fé, foram precursores
do Protestantismo e posteriormente
das inúmeras denominações (“ramos
ou galhos”), causada por inúmeras
divisões e sentimento faccioso. (I
Co.1:10).

4 – Fermento (Mt.13:33)

Fermento que uma mulher esconde


em 3 medidas de farinha até que
tudo é levedado. O Senhor Jesus já
tinha alertado para que os apóstolos
tomassem cuidado com o “fermento
dos fariseus”, pelo qual representa
suas doutrinas cerimonialistas e
contrárias à Palavra de Deus. Esse
mesmo “fermento”, foi usado pelos
gnósticos, que começaram a
“estragar a massa” (cristianismo).
Paulo diz que um pouco de fermento
leveda (estraga) toda a massa (I
Co.5:6; Gl.5:9). Com a “massa” cristã
estragada, novas heresias
surgiram e, no fim dessa
Dispensação, toda ela estará
completamente inutilizável.

Interessante notar nessa parábola,


que a “massa” (Era cristã) é formada
por “3 medidas de farinha”. Ou seja,
trata-se do tamanho da massa ou
tempo (período) em que tudo
referente a ela iria acontecer. Esse
será o ponto de partida para se
entender tempos e estações
proféticas mais adiante.

5 – Tesouro escondido/ Pérola


(Mt.13:44-46)
Um tesouro escondido no campo é
achado por um homem que tendo-o
encontrado, escondeu novamente e,
vendeu tudo quanto tinha e comprou
o campo. Um homem que negocia
boas pérolas e achando uma de
grande valor vende tudo o que
possui e a compra. A partir da
parábola do fermento
Deus não trata mais com a “massa”,
tratando agora individualmente. O
mesmo ocorre em relação às 7
cartas proféticas das igrejas da Ásia
em Apocalipse. Deus rejeita a
“massa levedada” com muitas
pessoas e se volta a atenção a
apenas um homem, revelando-se a
Si mesmo como um tesouro. Assim,
também quem crê no Senhor Jesus,
se entrega ao Senhor de corpo e
alma (“vende tudo o que tem”) por
amor a Ele.

6 – Rede (Mt.13,47-50)

Uma rede que lançada ao mar


recolhe peixe de todas as espécies e
quando já está cheia os pescadores
arrastam-na até a praia e assentados
escolhem os bons para os cestos e
os ruins deitam fora Na consumação
dos séculos será da mesma forma,
quando os anjos separarão os maus
dos justos. Nessa parábola, como no
Joio e trigo, a ceifa é mais uma vez
mencionada, quando o Senhor Jesus
voltar à terra em glória, irá, com o
serviço dos anjos, lançar os bodes
(rebeldes) no inferno e as ovelhas
(justos) para herdar a terra no Reino
milenar do Messias.

7 – Coisas novas e velhas


(Mt.13:51,52)

Todo escriba versado no reino de


Deus é semelhante a um pai de
família que tira do seu depósito
coisas novas e coisas velhas. Essa
parábola são para os estudiosos da
Lei Mosaica, os escribas, que está
no Reino de Deus (é salvo) que
conhece as coisas velhas (a velhice
da letra da Lei – Rm.7:6) e as novas
em Cristo, por aquele que está em
Cristo nova Criatura é (II Co.5:17;
Gal.6:15).
A GRANDE ÁRVORE

Portanto, as 7 parábolas do Reino,


de Mateus capítulo 13, referem-se ao
amor do Senhor em plantar Sua boa
semente, mas seu inimigo (Satanás)
planta o joio (falsos crentes),
colocando fermento (heresias) na
massa (cristianismo) e a estragando.
Em conseqüência disso, Cristo se
volta para cada pessoa
individualmente, buscando sua
salvação, deixando de lado a
“massa”, até o momento da “ceifa”
(separação entre rebeldes e justos),
na consumação dos séculos.
O Cristianismo é, portanto,
comparado a uma Grande Árvore
que cresce desordenadamente, não
da forma Divina, mas mundana. O
“fermento” do pecado, das
heresias e falsas doutrinas é
colocado na massa e essa cresce de
forma desproporcional.

Em Dn.4:10-12, Nabucodonosor
relata seu sonho ao “chefe dos
magos”, o profeta Daniel, também
chamado de Beltessazar. Ele tem a
visão de uma grande árvore no meio
da terra, cuja altura era grande,
crescia a árvore e se tornava forte,
de maneira que a sua altura chegava
até ao céu; e era vista até aos
confins da terra. A sua folhagem era
formosa, e o seu fruto, abundante, e
havia nela sustento para todos;
debaixo dela os animais do campo
achavam sombra, e as aves do céu
faziam morada nos seus ramos, e
todos os seres viventes se
mantinham dela.

Esse sonho do rei de Babilônia é


muito semelhante a Parábola do
Grão de Mostarda (Mt.13:31,32) e
com o Cedro do Líbano,
representando a Assíria (Ez.31:1-6).
E
também o seu contexto é o mesmo:
religiosidade e luxúria. Daniel
compara o rei àquela árvore
(Dn.4:22). Nabucodonosor era um
homem terrível, idólatra e soberbo
(Dn.2:12, 3:2-6, 4:22). O cristianismo,
com o passar dos tempos obtém as
mesmas características desse tirano
(veja Ap.2:14, 20, 3:1, 15-18). A
árvore se tornou forte enquanto
crescia, assim também o
Cristianismo, ao se unir ao Estado,
ganhou adeptos e
consequentemente muitas riquezas e
poder até os dias de hoje. Tornou-se
também mundial, sendo vista “até
aos confins da terra” e trocaram o
“Pão da Vida” (Jo.6:35) e “Fruto do
Espírito” (Gl.5:22, Ef.5:9) por frutos
agradáveis para todos. Ou seja, o
foco do Cristianismo, na grande
maioria, deixou de ser anunciar a
morte de Cristo e a salvação por
meio dEle, para tornar sua “folhagem
formosa” aos olhos humanos,
somando assim grande número de
“fiéis”.
Animais do campo pode ser uma
alegoria de pessoas do mundo, ou
mundanismo (veja Êx.9:25; 23:11,
Lv.19:19; Jó.40:20; Is.56:9; Jr.12:9;
Dn.2:38; Jl.1:20,2:22 e compare com
Ez.31:6; Mt.13:38). E aves do céu é
figura do maligno (compare Mt.13:4
com 19). Representa a grande
influência do mundanismo e dos
demônios no Cristianismo apóstata!
Veja como nos últimos tempos, os
ensinadores cristãos, estarão
obedecendo a espíritos enganadores
e ensinarão doutrinas de demônios (I
Tm.4:1).

Portanto, a grande árvore do falso


Cristianismo e a grande massa da
apostasia, estarão presentes por
todo o Período do chamado “Reino
dos Céus” aqui na terra, porém o
remanescente fiel sempre existiu e
existirá, ou seja, os realmente salvos
no Senhor Jesus, que lavaram suas
vestes no Cordeiro (Is.10:22; Ez.6:8;
Miq.4:7,5:7, Zc.9:7; Rm.9:27,11:5;
Ap.12:17).
CAPÍTULO 2

ISRAEL COMO A VIDEIRA, A


FIGUEIRA E A OLIVEIRA DE DEUS.
A IGREJA COMO A “NOVA
VIDEIRA”, “A NOVA FIGUEIRA” E A
“NOVA OLIVEIRA” DO SENHOR.

Não é a primeira vez que o Espírito


Santo compara o povo de Deus com
plantas ou árvores. No Antigo
Testamento, Israel fora comparado
ao cedro, já que o cedro simboliza
majestade ou força (Is.2:13) e era
uma das mais importantes arvores
conhecidas (I Rs.4:33). Antes de
Israel ir para o exílio, o cedro
representava a grandeza do povo e
era o símbolo nacional (Ez.17:22,23).
Após o cativeiro, a murta servia
como um novo emblema, pois era
menor e de menos
valor que o cedro, representando a
humilhação que havia passado o
povo. Um exemplo desse fato é que
a rainha Ester possuía o nome de
Hadassa (murta no hebraico) e,
depois que foi elevada ao trono, virou
Ester (estrela), de grande beleza e
exaltação. A murta foi usada na festa
das cabanas promovida por Neemias
(Ne.8:15) e nas visões do profeta
Zacarias (Zc.1:8).

No Novo testamento, três árvores


são comuns representando o povo
de Israel: a videira, a figueira e a
oliveira. As três já apareciam juntas
na parábola de Jotão (Jz.9:8-13) e no
livro do profeta Habacuque (Hc.3:17)
e de novo aparecem no NT, citadas
pelo apóstolo Paulo em Rm.11:17-27.
Videira

A videira é produtora de uvas que é a


matéria prima na produção do vinho,
por exemplo. Noé plantou uma vinha
depois que a Arca pousou em um
dos montes Ararat (Gên. 9:20) e
existia no Egito e em Canaã
(Gen.40:9; Dt.8:8). Na estação da
colheita das uvas ou vindima, era um
tempo de festejos e alegrias dentre o
povo (Jz.9:27; Jr.25:30). É tratada de
forma figurada como a nação de
Israel em Sl.80:8-16 e na parábola
da videira em Is.5:1-7. Israel foi uma
nação eleita e separada por Deus
para servir de testemunho às nações
gentias. Deveriam ser fiéis a Deus
nesse propósito e produzires frutos
(uvas) de justiça, porém terminaram
por produzir “uvas bravas” (Is.5:4),
caindo na idolatria e imoralidade e
desonrando o nome do Senhor. Deus
assim, os mandou aos exílios da
Assíria e Babilônia. As feras do
campo já devoraram a videira e já
não há mas uvas na vide (Sl.80:13;
Jr.8:13b). O Senhor Jesus
pronunciou uma parábola em
Mt.21:33-39), falando dos judeus, em
que, um homem (Deus) plantou uma
vinha (Israel) deu proteção e
segurança e entregou-a a uns
lavradores (líderes religiosos e civis
do povo). Quando o Senhor veio
“provar” os frutos, espancaram uns
servos e mataram outros (profetas) e
ainda mataram o próprio filho do
proprietário (Jesus). Cristo termina a
parábola dizendo que exterminará
com esses lavradores e dará a vinha
a outros lavradores, que a seu tempo
dêem frutos.. Portanto, conclui o
Senhor Jesus, “eu vos digo que o
reino de Deus vos será tirado, e será
dado a uma nação que dê os seus
frutos” (Mt.21:40b;41b;43). A
promessa que Deus fez a Abraão
continua de pé na figura de uma
videira (Ez.17:1-10,22-24) quando
Deus fará com que a videira volte a
dar frutos e se torne de novo em
cedro, em vez de uma
murta, tornando novamente verde a
árvore seca.

Figueira

Adão e Eva fizeram roupas de


figueira (Gên.3:7), no futuro, o povo
descansava debaixo de uma (I
Rs.4:25; Mq.4:4; Zc.3:10). Seu fruto
é comido fresco e conservado em
forma de passas ( I Sm.25:18). O
vento derruba grande parte dos
ventos verdes e os que amadurecem
são chamados temporão (Ap.6:13;
Mq.7:1; Na.3:12). Em Cantares de
Salomão, encontramos bem a figura
da figueira e o profeta Jeremias teve
a visão de dois cestos de figo, um
com figos bons outros com figos
ruins, sendo que estes eram os que
acompanhavam o rei Zadoque em
seus pecados, e aqueles, os que não
caíram na mesma idolatria e engano.
(Jr.24:1-10). Jesus avistou uma
figueira e não encontrou frutos,
senão folhas e a amaldiçoou-a
dizendo: “Nunca mais nasça fruto de
ti” e ela secou imediatamente
(Mt.21:19; Mc.11:12-14). Cristo
também contou uma parábola no
qual citava uma figueira. “Aprendei,
pois, a parábola da figueira: Quando
já os seus ramos se tornam tenros e
brotam folhas, sabeis que está perto
o verão” (Mt. 24:3, 32). As folhas da
figueira (Israel) já está começando a
brotar conforme a profecia de Cristo
pois Israel desde 1948 foi
proclamado Estado Independente e
em 1967, Israel reconquistou grande
parte da Palestina. Isso indica que “o
verão está próximo”.

Oliveira
Produtora de óleo e azeite
representa o Espírito Santo e as
bênçãos divinas (Sl.52:8; Jr.11:16,
Êx.30:29; Lv.10:7). Usada nas ofertas
de manjares ou oblações, nas
consagrações e unções, e na
parábola do bom samaritano por
Cristo (Lv.2:6;23:13; Êx.27:20; 30:24;
Lv.24:2; Lc.10:34). Paulo apresenta a
oliveira como símbolo de Israel
(Rm.11:17-27).

A IGREJA

Pela queda do povo de Israel, Deus


preparou novas “árvores”. Deu a
vinha a outros lavradores
(Mt.21:40b;41b;43), formando uma
“nova videira” , enxertou a oliveira
brava ou zambujeiro (gentios) nos
ramos quebrados da “boa oliveira”
(os judeus), formando uma “nova
oliveira”. Deus fez permanecer os
ramos judeus que crêem e
acrescentou ramos gentios em lugar
dos que não crêem, formando a
igreja a partir da obra de Cristo no
Calvário. A raiz da oliveira é Abraão
que é pai do povo de Israel segundo
a carne e pai do “novo Israel” pela fé
em Cristo Jesus. Em Cantares,
temos a figura da igreja como a
“nova figueira”, pois já passou o
inverno, cessou a chuva e se foi
(Ct.2:11), ou seja, “por breve
momento de deixei mas com grandes
misericórdias torno a recolher-te”
(Is.54:7). Deus por causa da
contínua desobediência da
humanidade “os entregou a paixões
infames..” (Rm.1:24), a seus pecados
e consequentemente à morte
(Rm.6:23), e escolhera para si um
povo a partir de Abraão para que, por
meio dele, pudesse colocar em
prática Seus planos Divinos. Como
vimos, com a queda de Israel, o
“inverno” (abandono dos gentios)
terminou, e já aparecem “as flores”
(glória), “a figueira começou a dar
seus figos..” (Ct.2:12,13). A “nova
figueira, agora formada por gentios e
judeus,
começava a dar seus frutos na
estação própria, como no caso da
vinha e da oliveira.

É interessante notarmos que essas


“novas árvores” simbolizam única e
exclusivamente aos salvos através
da fé no Senhor Jesus Cristo, como
diz em Hebreus 12:22,23: “Mas
tendes chegado ao Monte Sião e à
cidade do Deus vivo, a Jerusalém
celestial, a incontáveis hostes de
anjos, e à universal assembléia e
igreja dos primogênitos arrolados nos
céus, e a Deus, Juiz de todos, e aos
espíritos dos justos aperfeiçoados.”

Isso porque, somente quem é


nascido de novo, isto é, aqueles que
crêem em Cristo como Salvador, tem
a vida eterna. (Jo.3:3,16). Dessa
forma, não devemos confundir as
“novas árvores” (videira, oliveira e
figueira) com a grande árvore citada
nas Parábolas do Reino, que
possuem tanto
“trigo” quanto “joio”, tanto “massa de
farinha” quanto “fermento”, tanto
crentes quanto descrentes, tanto
salvos quanto não salvos. Portanto,
necessariamente as “novas árvores”
fazem parte da grande árvore, mas a
grande árvore não faz parte das
“novas árvores”. Lembre-se que a
grande árvore possui vários ramos
onde habitam as aves do céu (figura
do maligno), sendo impossível assim
se assemelharem à videira, oliveira e
figueira que produzem frutos para
Deus e estão ligadas diretamente a
Cristo, pois sem Ele nada podemos
fazer (Jo.15:4,5).

AS SETE FESTAS DO SENHOR E O


CALENDÁRIO JUDAICO

Conhecendo as figuras bíblicas


acerca das “novas árvores” e da
“grande árvore”,
devemos avançar e analisarmos as
Festas ordenadas pelo Senhor ao
povo de Israel e seus períodos no
calendário judeu, utilizado para as
comemorações de cada festa. Pode
parecer estranho e fora de contexto,
mas as festas proféticas em seus
determinados tempos e estações
(primavera, verão, outono e inverno)
contribuem diretamente para o ciclo
tanto das “novas árvores” quanto da
“grande árvore”, sendo de suma
importância assim o estudo desse
tema.

Deus deu ordem a Moisés que o


povo de Israel celebrasse Sete
Festas para o Senhor, sendo que
três dessas festas eram fixas,
quando o povo deveria ir ao Templo
de anualmente. Em parte, tais festas
se relacionavam com a agricultura
sendo festas de ações de graças
pela colheita, e em outra parte, se
relacionavam com os grandes feitos
do Senhor no meio de Israel. Da
mesma
forma, as sete festas contém um
sentido profético que foi, é e será,
rigorosamente cumprido por Deus.
Tais festas são descritas em Levítico
23, e são descrita como:

1-Páscoa (“Pessach”)

2-Pãs Asmos (“Hag Hamatzot”)

3-Primícias (“Hag Bakkurim”)

4-Pentecostes ou Festa das


semanas (“Shavuot”)

5-Trombetas (“Rosh Hashanah”)

6-Dia da Expiação (“Yom Kippur”)


7-Tabernáculos (“Succoth”)
AS FESTAS DA PRIMAVERA

1 - PÁSCOA (heb: “Pessach”)

Na primeira das festas da primavera,


a Páscoa, que foi instituída pela
Senhor no Egito antes da morte dos
primogênitos egípcios. Os hebreus
deveriam sacrificar um cordeiro e
passar seu sangue nas ombreiras e
nas vergas das portas das casas,
onde Ele ia passar e ao ver o
sangue, não feriria de morte os
primogênitos de Israel. Da palavra
passarei (pessach) vem o nome
Páscoa, quando o povo deveria sair
apressadamente do Egito (Êx.12:11-
13). No 10.º dia do mês de Nissan ou
Abib (que viria a ser o primeiro dos
meses), cada um deveria separar um
cordeiro macho de 1 ano e sem
defeito e estaria separado por 4 dias
(Êx.12:6). No 14.º
dia do mesmo mês o cordeiro após
ser morto e assado no fogo, deveria
ser comido juntamente com pães
asmos (sem fermento) e ervas
amargas (Êx.12:8), e nenhum osso
do cordeiro seria quebrado
(Êx.12:46). Deveriam estar com os
lombos cingidos, os pés calçados e
com o cajado nas mãos (Êx.12:11).

O Senhor Jesus cumpriu com


perfeição a festa da Páscoa. Ele é o
Cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo (Jo.1:29) Ele entrou em
Jerusalém 4 dias antes de ser
crucificado e morto (Jo.12:12), foi
inspecionado pelos principais
sacerdotes e anciãos do povo e
escribas, fariseus, saduceus,
herodianos (Mt.21:23-46, 22:1-40;
Mc.11:27-33, 12:1-34; Lc.19:47,48,
20:1-40) e depois por Pilatos,
governador da Judéia, e eis que não
encontraram nEle mal algum, ou
seja, nenhuma mancha ou pecado
(Mc.15:14; Lc.23:24).
Segundo o historiador judeu Flávio
Josefo, o cordeiro pascal era
sacrificado por volta das 15 horas,
exatamente o horário que Cristo
morreu, pois foi crucificado as 9
horas e de meio dia até às 15 horas
houve trevas sobre a terra (Mt.27:45;
Mc.15:33; Lc.23:44) sendo “assado”
pelo Pai quando recebeu os nossos
pecados, pois “ao Senhor agradou
moe-lo fazendo-o enfermar”
(Is.53:10). Nenhum dos seus ossos
foram quebrados pelos soldados
romanos (Jo.19:32,33). As ervas
amargas representam Cristo com
seus sofrimentos físicos e agonia no
jardim do “Gestsêmani” (prensa do
azeite). Ali o Senhor foi “prensado”
em amarguras por amor a nós
(Mt.26:36-46; Mc.14:32-42; Lc.22:39-
46). E os pães asmos simbolizam a
vida pura e sem pecado do Senhor,
pois não tinha “fermento”, ou pecado.
(Jo.8:46). Os ofertantes deviam estar
com os lombos cingidos. Da mesma
forma os crentes devem Ter os
lombos
cingidos com a verdade, de força, e
de justiça (Ef.6:14; Pv.31:17; Is.11:5),
os pés calçados com a preparação
do evangelho da paz (Ef.6:15) e o
cajado da autoridade e da força
(Jz.6:21; I Sm.17:40; Jer.48:17).

Vemos, portanto, que, toda a oferta


de expiação de nossos pecados
através de Cristo é representado na
Páscoa, pois, nesse mesmo dia,
“..Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi
imolado” (I Cor.5:7).

2 - PÃES ASMOS (heb: “Hag


Hamatzot”)
No dia seguinte à Páscoa, no 15.º do
mês de Nissan ou Abib, era
comemorada a Festa de Pães
Asmos, isto é, sete dias comeriam
pães asmos (pão sem fermento ou
“matzah” no heb.). No primeiro dia,
nenhuma obra fariam
e sete dias ofereceriam oferta
queimada ao Senhor, ao sétimo dia,
novamente não fariam nenhuma obra
servil (Lv.23:6-8). Na prática, desde a
tarde do dia 14 até a tarde do dia 21
deveriam comer somente pães
asmos, sendo um memorial da saída,
ou Êxodo, do povo de Israel da terra
do Êgito (Êx.13:3-9). Dessa forma, a
festa de pães asmos representa a
nossa saída do “Egito” espiritual, que
é um mundo idólatra e pecador
(Ap.11:8) e, por isso, devemos retirar
o “fermento” de nossas vidas que
representa a maldade e a malícia (I
Cor.5:8) e comermos o “pão da
aflição” (Dt.16:3). Profeticamente, a
festa de pães asmos representa a
justificação através de Cristo, de
forma gratuita (Rom.3:24), pois diz a
Palavra que “Ele (Deus) verá o fruto
do penoso trabalho (sofrimento) de
sua alma e ficará satisfeito; o meu
Servo, o Justo, com o seu
conhecimento, justificará a muitos,
porque as iniquidades deles levará
sobre si” (Is.53:11). “Aquele que não
conheceu
pecado, se fez pecado por nós; para
que nele fossemos feitos justiça de
Deus” (II Cor.5:21). Sendo, pois,
justiça de Deus através da expiação
de Cristo, temos a purificação de
nossos pecados, como diz na
epístola aos Hebreus: “O qual, sendo
o resplendor da sua glória, e a
expressa imagem da sua pessoa, e
sustentando todas as coisas pela
palavra do seu poder, havendo feito
por si mesmo a purificação dos
nossos pecados, assentou-se à
destra da majestade nas alturas”
(Hb.1:3). A ordenança dos pães
asmos era de fato rigorosa, pois
quem não obedecesse a essa
ordenança seria eliminada do povo
(Êx.12:15). Da mesma forma. Quem
não for justificado por meio da fé
(Rom.5:1) permanece nos seus
pecados (I Cor.15:17) e o salário do
pecado é a morte (Rom.6:23).

3 - PRIMÍCIAS (heb: “Hag Bakkurim”)


A Festa do molho das primícias,
realizava-se na semana da Páscoa,
isto é, e no dia posterior ao Sábado
(Lv.23:12) Nada da nova safra de
cevada poderia ser comido até o dia
em que o primeiro molho das
primícias da sega ou colheita fossem
trazido até o santuário e movido ou
agitado perante o Senhor, como
gratidão pela benção recebida
através daquela terra. (Lv.23:9-14).

Cristo, na verdade, cumpre com


exatidão a festa das primícias, pois
“ressuscitou dentre os mortos, sendo
ele as primícias dos que dormem” (I
Cor.15:20) Da mesma forma que o
Senhor Jesus ressurgiu no primeiro
dia da semana, a festa também era
comemorada no mesmo dia, pois era
no dia posterior ao Sábado. Após o
terceiro dia, Cristo ressuscitou, e
com Ele muitos dos que dormiam
também reviveram, entraram na
cidade santa (Jerusalém), e
apareceram a muitos (Mt. 27:52,53).
Essas foram as “primícias” de almas
justificadas colhidas após o sacrifício
Pascal realizado na cruz.

4 – PENTECOSTES OU FESTA DAS


SEMANAS (heb: “Shavuoth”)

A Festa das Semanas realizava-se


sete semanas após a Páscoa e no
dia seguinte ao Sábado (Lv.23:15). É
interessante notar esse ponto,
porque o dia seguinte ao Sábado
seria o 8.º dia (7 +1). O 8.º dia é
geralmente usado no AT se referindo
a consagração ao Senhor, após 7
dias de purificação, dessa forma ao
8.º dia:

I - Bois e ovelhas estariam com suas


mães
por 7 dias e no 8.º dia seriam
entregues a Deus (Êx.22:30)

II- Se circuncidava a carne do


prepúcio do menino ao 8.º dia
(Lv.12:3)

III- No caso do leproso e dos impuros


no 8.º dia se ofereceria a oferta após
os 7 dias de sua purificação
(Lv.14:10;15:14)

IV- Na festa dos Tabernáculos no 8.º


dia se ofereceria ofertas queimadas.
(Lv.23:36;I Rs.8:66; 2Cr.7:9;
Ne.8:18), purificariam o altar do
templo e ofereceriam ofertas
(Ez.43:27).
O número 8 de fato é número da
ressurreição de Cristo. O próprio
nome Jesus no grego (pois cada
letra do alfabeto grego eqüivale a um
número, diferente do português) dá
888. Na Bíblia inteira, ocorreram 8
ressurreições: I Rs.17:22; 2 Rs.4:35;
2 Rs.13:21; Mt.9:25;
Lc.7:15; Jo.11:44; At.9:40; At.20:9-11.
8 pessoas foram salvas pela arca de
Noé. Ou seja, as semanas (7 x 7)
dão o sentido de purificação ou
justificação espiritual, a partir da
expiação e o “8.º dia” após a 7.ª
semana quando haveriam de
oferecer ofertas e sacrifícios
(Lv.23:15-22) representa a
consagração, quando após sermos
justificados e purificados, nos
tornamos santos!. Por isso, somente
no último dia da festa de
Pentecostes, ou seja, no 8.º dia o
Espírito Santo desceu, efetuando a
nossa consagração à Deus. Esta é a
festa de ligação entre as festas da
primavera e as do outono, e também
celebrava a colheita de trigo, o novo
cereal. O próprio Senhor Jesus já
havia se comparado ao trigo que
deveria morrer para produzir muitos
frutos (Jo.12:24). Agora que já havia
sido crucificado, justificado a muitos
e apresentado como “oferta de
primícias” ao Pai com sua propria
ressurreição e de muitos
que dormiam, chegara a hora de
apresentar a nova colheita de trigo, a
partir da descida do Espírito Santo
exatamente no dia de Pentecostes
(At.2:1-4). A primeira colheita de
“frutos maduros” após esse
acontecimento, foi no discurso de
Pedro, quando houve um acréscimo
de quase 3.000 almas que creram e
foram batizadas (At.2:41), a partir daí
acrescentava o Senhor todos os dias
os que iam sendo salvos (At.2:47),
depois com outro discurso de Pedro
no templo quase 5.000 almas se
converteram ao Senhor (At.4:4). Note
que mais uma vez aparece o número
8 (3.000 + 5.000 = 8.000), indicando
os frutos da justificação e
consagração. Dessa forma,
Pentecostes cumpre fielmente seu
significado festivo: a justificação
perfeita através de Cristo e a vinda
do Espírito Santo selando àqueles
que crêem contribuíram para o
aumento da “colheita” espiritual
perante Deus. O início da igreja
cumpria-se, de fato, a partir da Festa
das Semanas.
AS FESTAS DO OUTONO

5 - TROMBETAS (heb: “Rosh


Hashanah”)

A primeira festa do outono ocorria no


1.º dia do 7.º mês, ou mês de Tishri
ou Ethanin. Teriam descanso solene
como memorial ao sonido de
trombetas trazendo oferta queimada
ao Senhor (Lv.23:23-25).

Profeticamente representa o início do


“outono”, ou tempos finais chamado
“Dia do Senhor”. Como a festa das
trombetas era comemorada na lua
nova e não na cheia, representando
um tempo de tristeza ou juízo e não
de júbilo. Dessa forma, não pode
representar o arrebatamento da
igreja (I Tes.4:16) mas o início dos 7
anos finais proféticos para Israel,
como escreveu o profeta Sofonias:
“Está perto o grande Dia do Senhor;
está perto e muito se apressa.
Atenção! O dia do Senhor é amargo,
e nele clama até o homem poderoso.
Aquele dia é dia de indignação, dia
de angústia e dia de alvoroço e
desolação, dia de escuridade e
negrume, dia de nuvens e densas
trevas, dia de trombeta e de rebate
contra as cidades fortes e contra as
torres altas.” (Sf.1:14-16) Também o
profeta Joel apresenta essa época
de perturbação a todos os moradores
da terra: “Tocai a trombeta em Sião e
daí a voz de rebate no meu santo
monte; perturbem-se todos os
moradores da terra, porque o Dia do
Senhor vem, já está próximo; dia de
escuridade e densas trevas, dia de
nuvens e negridão..” (Jl.2:1,2).
Apocalipse relata que serão dadas 7
trombetas aos anjos para
anunciarem o juízo de Deus
(Ap.8:2).

Como vemos, a festa ou memorial de


Trombetas ainda não aconteceu
profeticamente, mas acontecerá
após o arrebatamento da igreja, ou
seja, dos salvos e remidos pelo
Senhor Jesus. Trata-se do juízo de
Deus sobre a Terra expressa nos 7
anos de tribulação, quando o
anticristo fará um acordo de paz com
os judeus por 7 anos, no meio desse
período (3 anos e meio), quebrará o
acordo e começará a persegui-los,
tornando- se um terrível ditador e
causando horríveis conseqüências
aos habitantes do planeta.
6 – DIA DA EXPIAÇÃO (heb: “Yom
Kippur”)

O Dia da Expiação ou “Yom Kippur”,


no
hebraico, é considerada a festa mais
importante para os judeus até o dia
de hoje, mesmo não havendo mais
templo e sacrifícios. É celebrada no
10.º dia do 7.º mês (“Tishri ou
Ethanin”) e também chamada de
“Shabath-Shabathon”, ou seja, o
Grande “Shabath” (Sábado), na
língua hebraica. Era o único dia do
ano em que o sumo sacerdote podia
entrar no Santo dos Santos para
reconciliar e si mesmo e ao povo
com Deus. Entre a festa de
Trombetas e o Dia da expiação,
passam-se nove dias em que o povo
deveria passar em sincera
humilhação e arrependimento
perante Deus. Esse período de 9
dias é chamado de “Yamim Noraim”
ou Dias Temíveis. O Sumo sacerdote
deveria levar ao Santo dos Santos
incenso e o sangue de um novilho
sacrificado. Devia também tomar 2
bodes e os colocar a porta da tenda
da congregação, um seria para o
Senhor e outro para “Azazel”
(emissário) através de sortes. O
bode para o Senhor seria
morto, e sobre a cabeça do bode
emissário, o Sumo sacerdote deveria
pôr as mãos e confessar todos os
pecados do povo e de si mesmo. Um
homem deveria levar o bode
emissário ao deserto, soltando-o
(Lev.16). O Dia da Expiação
profética, trata de um tempo de
conversão de todo o povo de Israel,
pois todo o remanescente de Israel
será salvo, como diz Paulo na carta
aos Romanos: “E assim todo o Israel
será salvo, como está escrito: De
Sião virá o Libertador, e desviará de
Jacó as impiedades. Esta será minha
aliança com eles, quando eu tirar os
seus pecados” (Rm.11:26,27). Os
profetas também se referem a essa
conversão nacional do povo: “Aquele
que ficar em Sião, e permanecer em
Jerusalém será chamado santo, todo
aquele que estiver inscrito entre os
vivos em Jerusalém. Quando o
Senhor lavar a imundícia das filhas
de Sião, e limpar o sangue de
Jerusalém do meio dela, com o
espírito de justiça e com espírito de
ardor...
Depois tornarão os filhos de Israel, e
buscarão ao Senhor seu Deus, e a
Davi, seu rei. Virão tremendo ao
Senhor e à sua bondade, nos últimos
dias” (Is.4:3,4; Os.3:5). Está certo
que haverá um arrependimento
nacional de todos os israelitas após a
voraz perseguição do anticristo e de
mais uma “Diáspora” entre as
nações. O Reino de Israel foi levado
ao exílio Assírio e depois disperso
entre as nações. O Reino de Judá foi
levado, alguns anos depois, ao exílio
Babilônico e retornaram à Jerusalém
no tempo de Esdras e Neemias
(império Medo Persa), e depois a
toda a terra de Canaã (depois
chamada Judéia e hoje Palestina).
Com a destruição do Templo pelos
romanos em 70 d.C, o povo judeu
(remanescentes das tribos de Judá e
Benjamim com alguns levitas) se
dispersaram entre as nações, o que
o apóstolo Pedro chama de
“forasteiros da Dispersão” (I Pe.1:1),
ocorrendo mais uma Diáspora
(dispersão forçada). Somente em
1948, a ONU concedeu aos judeus o
direito de retornar a parte de sua
antiga terra como Estado
Independente com o nome de Israel.
Contudo, ainda hoje, as 10 tribos do
antigo Reino de Israel, permanecem
ainda perdidas ou dispersas entre as
nações. Após o tratado de 7 anos do
anticristo com o Estado de Israel e a
conseqüente quebra desse tratado
na metade dos anos, este perseguirá
o povo judeus que mais uma vez se
dispersará entre as nações (será a
3.ª Diáspora dos judeus).Esta
perseguição e aflição do povo é
descrita profeticamente como o
“Dilúvio do Açoite” (Is.28:15). Em
Apocalipse 12, é retratada a figura de
uma mulher vestida de sol (Israel),
com uma lua debaixo dos pés e uma
coroa de 12 estrelas na cabeça (12
tribos) que foge para o deserto
(nações), através de duas asas da
grande águia (uma nação poderosa
ou pessoas comuns pela fé ajudará
Israel a fugir e se esconder da fúria
do anticristo como fez Raabe com os
espias
em Jericó antes de ser destruída)
para ali ser sustentada por 3 anos e
meio (Ap.12:1,2,6,14). Cristo quando
vier a terra em glória junto com seus
santos, aniquilará o anticristo e trará
todo o povo de Israel de volta à terra
prometida, como está escrito: “Pois
eu vos tirarei dentre as nações, e vos
congregarei de todos os países, e
vos trarei para a vossa terra. Então
aspergirei água pura sobre vós, e
ficareis purificados.. Dar-vos-ei um
coração novo.. Porei dentro em vós o
meu Espírito, e fareis que andeis nos
meus estatutos, e guardeis os meus
juízos, e os observeis” (Ez.36:24-27).

Portanto, o Dia da Expiação,


representa aquele Grande Dia em
que o Senhor Jesus retornará a terra
em glória, e Israel olhará “a quem o
trespassaram e chorarão
amargamente por ele, como se chora
pelo primogênito” (Zc.12:10), da
mesma forma que os irmãos de José
choraram com ele
quando o reconheceram no palácio
de Faraó (Gên.45:15). Cristo afastará
os pecados de Israel como uma
Grande Expiação nacional, pois
“Naqueles dias, e naquele tempo, diz
o Senhor, buscar-se-á a maldade de
Israel, mas não será achada e os
pecados de Judá, mas não se
acharão (compare com o bode
emissário sendo levado para o
deserto “esquecimento”), pois
perdoarei aos que eu deixar de resto”
(Jer.50:20).

7 – TABERNÁCULOS (heb:
“Succoth”)
Após 5 dias do “Yom Kippur” (Dia da
Expiação) ocorre a festa dos
Tabernáculos, no 15.º dia do 7.º mês
que é o de Tishri ou Ethanim. É uma
festa de ação de graças pela colheita
dos últimos frutos do outono: cereais,
uvas e azeitonas. Trata-se então de
uma festa de grande alegria e gozo,
onde
existe uma ordem de Deus para que
o povo se alegre (Lv.23:33-43;
Dt.12,7,12,18). Profeticamente,
simboliza a alegria de Cristo com sua
igreja (esposa) e irmãos (Israel),
essa será a colheita dos últimos
frutos, já que ambos Igreja e Israel
representam as uvas (videira) e
azeitonas (oliveira) e os gentios
salvos que passarem para o milênio
serão os cereais (cevada e trigo)
colhidos na “seara” de Cristo
(Mt.9:37,38), amadurecidos e
retirados pela “ceifa” como “ovelhas”
dentre os “bodes” (compare Jl.3:13
com Mt.13:47-50; 25:34-40). Como
figura dessa doutrina, encontramos
José como governador do Egito ao
trazer seus irmãos para habitarem na
terra de Gósen (a melhor terra do
Egito) e sua esposa Asenate, estava
com ele no palácio real (Gên.41:45,
46:29-34). José aqui simboliza o
Senhor Jesus, como o Rei de toda a
terra, Asenate sua esposa representa
a igreja, que estará reinando com
Cristo, e seus irmãos, o povo
de Israel, que estará no melhor da
terra, a Terra Prometida à Abrãao,
Isaque e Jacó.

Satanás nesse tempo estará preso


por mil anos (Ap.20:1-3) e será um
tempo de paz como foi no reinado de
Salomão (o nome Salomão vem da
palavra hebraica “Shalom” que
traduzido significa Paz), fortificando-
se seu reino sobremaneira (I Rs.
2:12; I Cr.22:9).

Semelhanças entre as Festas da


Páscoa e de Tabernáculos

Há algumas semelhanças entre as


festas da Páscoa (“Pessach”) e a do
Tabernáculo (“Succoth”): ambas se
comemoravam em 7 dias, ambas
caiam em dia de lua cheia, ambas se
tratavam de colheita. Entre a festa da
Páscoa e a de Tabernáculos, o
período é de exatos 6 meses.
Simbolicamente, essas
semelhanças possuem um sentido
profundo e espiritual.

Sete dias como já vimos, represente


período de purificação e justificação.
A face iluminada da Lua é aquela
que está voltada para o sol. A fase da
lua representa o quanto dessa face
iluminada está voltada também para
a Terra. Dessa maneira, quando sol e
lua vistos da Terra estão de frente um
para o outro, trata-se de Lua Cheia
ou lua totalmente iluminada pelo sol.
Lua Nova acontece quando a face
visível da Lua não recebe luz do Sol,
pois os dois astros estão na mesma
direção. A Bíblia nos diz em Ml.4:2:
“Mas para vós, os que temeis o meu
nome, nascerá o sol da justiça, e
cura trará nas suas asas; e saireis e
saltareis como bezerros da
estrebaria” profetizando o Senhor
Jesus que trouxe a “cura” e salvação
da humanidade. A mulher (Israel),
simbolizando em Israel, em Ap.12:1
estava vestida de sol (Cristo,
descendente de Israel) e possuía
uma lua debaixo dos pés (Cristo é
cabeça da igreja - Ef.1:22,5:23;
Col.1:18. E quando trata-se de astros
no céu, refere-se a descendentes de
Abraão pela fé – Gên.15:5, 22:17,
26:4, Êx.32:13), representando a
igreja ou atuação do Espírito Santo
na terra). Com essa base, creio que
a Lua Cheia representa larga
atuação do Espírito Santo (mesma
expressão de estar cheios do
Espírito – Lc.1:15,67,4:1;
At.2:4,4:8,31, 6:3, 5, 7:55, 9:17,
11:24, 13:9,52) e Lua Nova
representa pouca atuação do Espírito
Santo (mesma expressão de apagar
ou entristecer o Espírito Santo –
Ef.4:30). Como Páscoa representa a
salvação em Cristo e Tabernáculos
tratando-se do período milenar com
Cristo, trata-se de períodos de
grande alegria e regozijo na
presença do Senhor. Na Lua Nova,
ao contrário, dia da festa das
Trombetas, que, como vimos,
representa o tempo de Juízo, haverá
pouca escala de atuação do Espírito,
que selará
144.000 pessoas das Tribos de Israel
(Ap.7:1-8) e converterá as almas que
pela fé socorrerem o povo judeu
(Mt.25:34-40). A Páscoa festejava a
colheita da cevada, porém a festa de
Tabernáculos se comemorava a
colheita de cereais, uvas e azeitonas.
Creio que isso significa o que Cristo
disse em Jo.14:12: “Na verdade, na
verdade vos digo que aquele que crê
em mim também fará as obras que
eu faço, e as fará maiores do que
estas, porque eu vou para meu Pai.”
O Senhor Jesus, pessoalmente,
quando esteve aqui na terra
começou a “colheita” dos “primeiros
frutos”, seus servos, contudo, através
do Espírito Santo, fizeram obras
maiores do que aquela, pois colheu
os frutos maduros do verão (período
da graça) e alguns frutos temporãos
do outono (período do juízo ou
tribulação), resultando na grande
colheita dos últimos frutos. O período
exato de 6 meses entre as duas
festas é interessante quando
pensamos no aspecto
do “Shabath” (Sábado). O universo, o
mundo, a criação e o homem foram
feitos em 6 dias conforme nos relata
Gên.1, e no sétimo dia repousou
Deus de suas obras (Gên.2:3). O
Sábado foi ordenado na Lei de
Moisés como um dia em que o povo
deveria repousar sob pena de morte
(Êx.20:11, 31:14), o ano Sabático,
onde ninguém do povo semearia na
terra, nem o campo e nem a vinha,
mas os frutos da terra em descanso
seriam por alimento em todo aquele
período. (Lv.25:1-6). Tanto o sábado
quanto o ano sabático tem o mesmo
sentido espiritual e profético: Nos
“seis meses” referentes ao Reino dos
Céus, devemos trabalhar no campo
(mundo – Mt.13:38) e na vinha
(Igreja e Israel – Hc.3:17), mas no
“7.º mês” (após a festa de
tabernáculos ou Milênio) teremos um
descanso eterno junto com o Senhor,
gozando somente dos frutos colhidos
de nosso trabalho!
O Verão

Vimos que as 4 primeiras festas:


Páscoa, Pães Asmos, Primícias e
Pentecostes são realizadas na
Primavera, e 3 festas são
comemoradas no Outono. Numa
primeira análise, achamos estranho
porque nenhuma festa era
comemorada no Verão,
simplesmente passavam-se 3 meses
sem absolutamente nenhum
memorial, um completo silêncio
festivo. Mas porque pular o verão? A
Palavra de Deus nos dá caminhos
para que respondamos essa
pergunta.
Primeiramente, sabemos que a
semeadura iniciou-se na primavera e
que a colheita dos últimos frutos
ocorrerá no outono e que, da mesma
forma, o verão serve para
amadurecer os frutos, ou seja,
lembrando das Parábolas do Reino,
eqüivale-se ao
tempo ou período em que a “menor
de todas as sementes” se tornaria
uma “maior que todas as hortaliças,
e se faz árvore” (Mt.13:32). Estes
acontecimentos, como já temos
analisado, referem-se à chamada
Dispensação da Graça ou o período
desde que a igreja, a multiforme
sabedoria de Deus, foi conhecida
dos principados e potestades nos
céus (Ef.3:10), ou seja, quando
iniciou-se na terra no dia de
Pentecostes (At.2:1-4) até seu
arrebatamento nos ares (I Tes.4:17).

Importante, da mesma forma, notar


que na parábola seguinte à do grão
de mostarda, encontramos a do
fermento (Mt.13:33). A mulher
(religião ou falsos mestres) esconde
fermento (falsas doutrinas e ensino)
em 3 medidas de farinha. O tamanho
inteiro da massa é proporcional as 3
medidas de farinha e o fermento
penetrou por toda a massa. Se todo
o tamanho são as 3 medidas
então podemos entender que trata-
se de todo o período relativo à nossa
Dispensação. Quando entendemos
pela cronologia profética, também
chegamos na mesma conclusão. Na
festa de Pentecostes, ocorreu a
descida do Espírito Santo e o início
da igreja. Na festa das trombetas
ocorrerá o juízo do Senhor e a igreja
já não estará mais na terra, pois já
terá sido arrebatada pelo Senhor
Jesus. Isto é, entre as Festas de
Pentecostes e a Festa de Trombetas,
passam-se 3 meses: Tamuz, Av e
Elul. Creio, desta maneira, que as 3
medidas de farinha e os 3 meses do
verão falam da mesma coisa, ou do
mesmo período em que a “grande
árvore” cresce e toda a “massa”
estraga.

Tendo compreendido essa doutrina,


vamos buscar figuras na Palavra de
Deus que tratam desse assunto e
tirar delas as lições necessárias para
um maior esclarecimento. Através de
3 mulheres, encontramos uma
cronologia impressionante
simbolizando a igreja nas estações.
É de extrema importância destacar
que os exemplos a seguir não tratará
da “grande árvores” mas das “novas
árvores” (videira, oliveira e figueira),
que simbolizam a verdadeira igreja
remida de Cristo e que difere
completamente da “massa”
(cristianismo) que juntamente
crescerá, mas terá seu fim na “ceifa”,
quando o Senhor separar o “joio”
(salvos) do “trigo” (descrentes).

AS TRÊS MULHERES E AS
ESTAÇÕES
Rute (PRIMAVERA)

Rute aparece nas Escrituras como


uma mulher estrangeira, ou moabita,
e era casada com Malom, um hebreu
e um dos dois filhos
de Noemi (Rt.1:2,4:10). Após este
morrer, como também seu irmão
Quiliom e seu pai Eimeleque (v.1:5),
Noemi decide voltar para Belém, em
Judá na terra de Canaã, porém suas
noras, Rute e Orfa, mulher de
Quiliom, decidem não abandonar a
sogra. Após insistência de Noemi
para que elas voltassem para sua
terra, Ofra decidiu retornar, porém,
Rute que se apegara a Noemi,
decidiu ir com ela à terra dos filhos
de Israel. (v.1:7-18). Chegaram no
princípio da sega de cevada (v.1:22).
Rute, sem saber, passa a colher
espigas do campo de Boaz, um
parente rico de seu marido. Este, ao
conhecer a moça, a trata de forma
bondosa e a convida para comer
como um de seus trabalhadores.
Noemi, ao saber da bondade dele
para com Rute, prepara-a para
encontrar novamente com Boaz.
Rute se banha em água, se unge e
põe os melhores vestidos e, por
conselho de sua sogra, teria que se
deitar aos pés daquele homem, e
Rute em tudo
obedece. Após descobrir que era
Rute que estava a seus pés, à meia
noite. Pela manhã ele concede-a
gratuitamente 6 medidas de cevada
(2,3:15). Pela lei de Moisés, o
parente mais próximo deveria
resgatar a terra de seu parente mais
pobre (Lv.25:25-28). Dessa forma,
Boaz pede a seu irmão que resgate a
terra e suscite descendência a seu
parente morto, cumprindo a lei do
levirato (Dt.25:1-10). Este abre mão
de resgatar a Rute e dá as condições
legais a Boaz para fazê-lo. (v.4:8 ). O
preço de um campo costumava ser
avaliado integralmente por 50 siclos
de prata (Lv.27:16). Não sabemos se
Noemi realmente tinha um campo,
pois menciona-se somente “terra” no
sentido amplo (v.4:5), mas como o
campo é figura do mundo (Mt.13:38),
creio que se encaixa no contexto da
história de Rute.

A começar pelo significado do nome


Rute que quer dizer “Amizade”,
vemos que trata-se
simbolicamente do início de
desenvolvimento da igreja, antes de
ser “ungida”, recebendo o Espírito
Santo. “Eimeleque” significa Deus é
Rei e “Noemi” como Agradável.
“Malom” traduzido é Fraqueza.

O apóstolo Paulo em Efésio 2:11-20


nos ensina que antes éramos gentios
na carne, chamados incircuncisão e
estávamos fora da comunidade de
Israel (da mesma forma que era Rute
sendo moabita), mas em Cristo, nós
que estávamos longe (“Moabe”),
fomos aproximados pelo sangue de
Cristo (“Judá ou Israel”). Porque por
Cristo temos UM mesmo acesso ao
Pai em UM Espírito (“Noemi”), e já
não somos mais estrangeiros e
peregrinos, mas concidadãos dos
santos e da família de Deus (fomos
resgatados). Estávamos ligados a lei
que é boa (Eimeleque), mas o
pecado que habita na fraqueza
nossa carne nos tornara escravos
(Mailom) – Rm.7:12-21.
O mesmo apóstolo também nos
ensina que a mulher casada está
ligada a lei ao marido enquanto ele
vive, mas morto o marido fica
desobrigada da lei conjugal. Da
mesma forma, nós morremos para a
lei (“Eimeleque” e “Mailom”) para
pertencermos a outro, isto é, Cristo
(“Boaz”) – Rm.7:1-6.

O encontro de Rute com Boaz foi no


princípio da sega da cevada, que se
refere a Primavera. Cristo, da mesma
forma, padeceu na Páscoa que
marcava a época da sega da cevada
juntamente com a festa das
Primícias. Como já vimos
anteriormente, essa festa representa
os primeiros frutos (de almas
convertidas) da igreja para o Senhor.
Noemi também aparece aqui
representando a Palavra de Deus
que é “Agradável” mas pode se
tornar “Mara” ou Amarga, quando
reconhecemos nosso estado de
miséria e nos arrependemos de
nossos pecados. O mesmo sentido
tem as ervas amargas, na
cerimônia pascal (Nm.9:11). Noemi
também aconselhou Rute a se lavar,
se ungir e a colocar os melhores
vestidos. Se lavar em água
representa purificação e ungir é
receber o Espírito Santo como
penhor (Lv.13:6,34, IICor.1:22,5:5;
Ef.1:14). Os melhores vestidos
representam a justiça de Deus. Adão
e Eva cozeram folhas de figueira
(justiças próprias) mas Deus fez para
eles vestimenta de peles de animal
(justiça de Deus – Repare que a pele
foi entregue em substituição a morte
do animal) – Gên. 3:7,21). Cristo
aconselha que dEle se compre
vestiduras brancas para se vestir
(Ap.3:18), representando novamente
a justiça do Senhor. Boaz ao comprar
a terra de Noemi (o preço pago pela
justificação) se casa com Rute. Se
Boaz pagou mesmo 50 siclos de
prata referente à terra, temos então
mais um simbolismo para nosso
ensino: 50 é multiplo de 5, ou 5 x 10.
O número 5 na Bíblia representa
graça de Deus. Os príncipes de
Israel ofereciam 5 ofertas (Nm.7:35),
se
alguém comesse algo sagrado,
resgatar algo santificado e etc.,
deveria acrescentar a Quinta parte
(Lv.5:16,22:14; 27:13,15,19) Os
talentos são múltiplos de cinco
(Mt.25:25), O rico tinha cinco irmãos,
e teve misericórdia deles quando
estava atormentado nas chamas
(Lc.16:28). Dessa forma, Rute
(igreja) estava sendo resgatada pela
Graça de Deus, através de Boaz
(Cristo).

Portanto, esse período representa as


4 festas da Primavera: Páscoa
(resgate), Pães asmos
(arrependimento e purificação),
Primícias (colheita da sega) e
Pentecostes (“unção” do Espírito).
Sulamita (VERÃO)

No Livro de Cantares de Salomão ou


Cântico dos cânticos, é apresentada-
nos uma obra
inteiramente discursiva, entre uma
jovem do interior do país chamada
“Sulamita” e o rei Salomão,
aparentemente sem início e nem fim.
Todo o livro é recheado de parábolas
acerca do amor de Cristo (rei
Salomão) e a igreja (sulamita).
Existem alguns indícios que os
acontecimentos poéticos se passam
no verão. Os versículos 5 e 6 do
capítulo 1 relatam: “Eu estou morena
e formosa; ó filhas de Jerusalém,
como as tendas de Quedar, como as
cortinas de Salomão. Não olheis para
o eu estar morena, porque o sol me
queimou.” Perceba também a ordem
das estações passadas: “passou o
inverno” (inverno), “aparecem as
flores na terra”(primavera), “a figueira
começou a dar seus figos”
(amadurecimento dos frutos no
verão) – Ct.2:11-13. O próprio nome
Sulamita representa a estação do
verão, como veremos
posteriormente. Todo o diálogo é
tratado da Noiva com o Noivo e vice-
versa. Nessa dispensação, somos
como a Noiva do
Senhor Jesus (o Noivo), pois as
bodas do Cordeiro (Casamento) só
ocorrerá após o nosso
arrebatamento (Ap.19:7). Na
parábola das 10 virgens, Cristo é
chamado de Noivo (Mt.25:1-13)

Toda a narrativa é poética e


apresenta os momentos de
comunhão, afastamento, repreensão
e retorno à comunhão que temos
com o Senhor Jesus.

Algumas características da Sulamita:

I – Enfeitada com ouro com


incrustações de prata (1:11), Jardim
fechado, manancial recluso e fonte
selada (4:12), poço de águas vivas
(4:15), meneio de quadris como
colares trabalhados (7:1) -
Representa o Espírito Santo e as
bênçãos espirituais nas regiões
celestes. (Ef.1:3,4, 13)
II – Olhos como pomba (1:15,6:9) e
como as piscinas de Hesbom (7:4) –
Representa olhar manso e visão
espiritual. (Sl.119:18, Mt.3:16,10:16)

III – Lírio entre espinhos (2:2) -


Representa a diferença com o
mundo. (Jr.4:3, Mt.4:7,18)

IV- Voz doce e rosto amável – Voz


doce e rosto amável (2:14), lábios
que destilam mel (4:11) – Representa
o falar da Palavra de Deus. (Ez.3:3,
Ap.10:9,10).

V – Cabelos como rebanhos de


cabras (4:1, 6:5), dentes como
rebanhos de ovelhas (4:2, 6:6), não
há defeito (4:7) – Representa pureza
e santificação. (Sl.51:7,8, Ef.5:25,27)

VI – Lábios como fio de escarlata


(4:3) – Representa a redenção pelo
sangue de Cristo. (Lv.14:6,14,52; I
Pe.1:19).
VII – Boca como romã partida (4:3),
face como romã (6:7), dois seios
como gêmeas de gazela (4:5,7:3),
cachos da vide (7:8), renovos como
pomar de romãs com frutos
excelentes (4:13) – Representa a
frutificação através do Espírito Santo.
(Êx.28:33,34, Ef.5:9,22).

VIII – Pescoço como a torre de Davi


com mil escudos (4:4), torre de
marfim (7:4), seios como torres
(8:10) – Representa vigilância e
fortaleza espiritual. (Is.21:8,
Mt.26:41, Mc.13:33, 14:38)

IX – Amor melhor que o vinho (4:10),


beijos como o vinho (7:9) –
Representa alegria espiritual (Sl.4:7,
Ecl.10:19)

X – Fragrância de teus vestidos


(4:11) – Representa a justiça de
Deus. (Is.59:17,61:3, Ap.3:18).
XI – Passos formosos de sandálias
(7:1). Representa a pregação do
evangelho da paz. (Ef.6:15)

XII – Umbigo como taça redonda que


não falta bebida e ventre como
monte de trigo (7:2). Representa
alimento espiritual. (Sl.4:7, Os.7:14,
Am.5:11, Jo.6:55)

XIII – Cabeça como monte Carmelo,


cabeleira como púrpura e um rei está
preso nas tranças (7:5), Porte como
palmeira (7:7). Representa realeza e
reinado. (I Pe.2:9, Ap.20:6).

A Sulamita contempla o Amado (1:1-


7) e Ele também a contempla (1:8-
11,15), mas logo achou que o amado
estivesse dormindo (v.2:7), mas
quem estava deitada era ela (2:10).
O Amado a exorta a despertar (2:10,
compare com Ef.5:14), porém ela
permanece
no leito (3:1). Ela busca ao Amado
mas não o encontra. Se levanta e o
busca, mas novamente não o
encontra (3:2). Pensou mais uma vez
que o Amado dormia (3:5), mas o
Amado não apenas está acordado,
mas também a exorta mais uma vez
(4:8). A Sulamita não está apenas
deitada, mas agora dorme (5:2). O
Amado clama para entrar, mas ela
não abre a porta (5:3,4), ela se
levanta para abrir a porta mas não o
encontra mais (5:6). Ela vai mais
uma vez buscá-lO pela cidade, mas
é espancada pelos guardas (5:7). Ela
torna a contemplar o Amado (5:10-
16, 6:2,3) e Ele também a contempla
(6:4-9), porém logo a Sulamita desce
ao jardim para contemplá-lo
(6:11,12). Uma voz a exorta a voltar
(6:13), o Amado volta a contemplá-la
(7:1-9, 5-7, 13) e ela retorna sua
contemplação, desejando seu
retorno (7:9-13, 8:1-4, 10, 12,14).

A Sulamita em todo o cântico


menciona 7
vezes a palavra “Eu”
(1:5,6,7,5:2,6:3,7:10,8:10), o Amado
menciona somente 1 vez (7:8). O
preocupar-se consigo mesmo em vez
de contemplar o Amado pode Ter
sido a causa do sono e da preguiça
da Sulamita. Assim também Paulo
escreve em Fil.2:21: “Porque todos
buscam o que é seu e não o que é
de Cristo Jesus”. O sono espiritual
nessa Dispensação é algo previsto
por Cristo que viria a ocorrer, repare
que na parábola das 10 virgens,
todas dormiram após tardar o noivo,
até as prudentes que tinham o
azeite, figura do Espírito Santo
(Mt.25:5). Mas o conselho do Espírito
Santo é: “Assim, pois, não durmamos
como os demais; pelo contrário,
vigiemos e sejamos sóbrios. Os que
dorme, dormem de noite, e os que se
embriagam, é de noite que se
embriagam. Nós, porém, que somos
do dia, sejamos sóbrios, revestindo-
nos da couraça da fé e do amor, e
tomando como capacete a
esperança da salvação” (I Tes.
5:6-8). Graças a Deus foi exatamente
esse “capacete” de esperança que a
Sulamita tomou ao dizer as solenes
palavras: “Vem depressa, amado
meu, faze-te semelhante ao gamo,
ao filho da gazela, que saltam sobre
os montes aromáticos” (Ct.8:14).
“...Amém! Vem Senhor Jesus!”
(Ap.22:20).

É interessante notarmos a presença


atuante do Espírito Santo, como se
fosse um coro, por todo o Cântico
(1:4; 3:6-11; 5:9; 6:1,10, 13; 8:5,
8,11). Perceba o plural nesse
comovente chamado: “Volta, volta, ó
sulamita, volta, volta, para que nós te
contemplamos.” Que essa doce
exortação do Pai, Filho e Espírito
venha a nos motivar a cada dia!

Portanto, a Sulamita representa


nossa Dispensação atual da graça,
que é o período do Verão. Mesmo
com todas as nossas fraquezas e
desânimo, o Senhor nos contempla o
tempo inteiro pois somos
santos! A igreja de Corinto era imoral,
leviana, carnal, dividida em
“grupinhos”, dentre outras fraquezas,
porém o Espírito Santo diz: “a igreja
de Deus que está em Corinto, aos
santificados em Cristo Jesus,
chamados para ser santos, com
todos os que em todo lugar invocam
o nome de nosso Senhor Jesus
Cristo, Senhor deles e nosso.” (I
Co.1:2). Que possamos dar glórias a
Deus por essa inefável graça, para
que possamos glorificar ao Pai, ao
darmos muito fruto! (Jo.15:8).

Ester (OUTONO/ INVERNO)


No tempo do Império Medo Persa
quando o povo do antigo Reino de
Judá, encontrava-se exilado, reinava
no trono o rei Assuero, que reinava
sobre 27 províncias (1:1). No 3.º ano
de seu reinado, este deu um grande
banquete
a todos os seus príncipes e servos,
como também os nobres e príncipes
das províncias, mostrando-lhes as
riquezas da glória do seu reino por
180 dias (1:3,4). Após estes dias deu
um banquete a todo o povo se
achava em Susã, uma das capitais
do império, por sete dias. Havia no
banquete tecido branco, linho fino e
estofas de púrpura atados com
cordões de linho e de púrpura a
argolas de prata, sobre um
pavimento de pórfiro, de mármore,
de alabastro e pedras preciosas,
dava-lhes a beber em vasos de ouro
e muito vinho real graças a
generosidade real (1:5-9). Manda
sete eunucos chamar a rainha Vasti,
que também oferecia um banquete
as mulheres na casa real, porém ela
recusa ir ao banquete do rei o que
causou grande ira ao rei (1:10-12). O
rei Assuero como castigo destitui a
rainha Vasti de seu trono (1:13-22).
Manda o rei trazer todas as moças
virgens de boa aparência em todas
as províncias até seu palácio em
Susã.
Hadassa, de Susã, era criada por
Mordecai é enviada até o palácio
chamando-se Ester. Ao chegar ao
palácio, alcança favor perante o rei,
que lhe dá os melhores ungüentos e
os devidos alimentos, como também
a sete jovens para servi-la. (1:13-
20;2:1-9). Depois de 12 meses de
embelezamento para o rei (6 meses
com óleo de mirra e 6 meses com
especiarias e perfumes e ungüentos
em uso entre as mulheres. As
mulheres quando iam a presença do
rei levava o que quisesse, entrava na
presença do rei a tarde e saia pela
manhã, porém Ester nada pediu e
alcançou favor de todos quanto a
viam. (2:10-15). Ester é levada ao rei
Assuero no10.º mês que é o 7.º ano
de seu reinado. O rei amou mais a
Ester do que todas as mulheres e ele
pôs em sua cabeça a coroa de
rainha.

O rei Assuero engrandece a Hamã,


agagita ou amalequita (1 Sm.15:8),
para ser segundo no reino, e como
este odiava Mordeicai, que
criara a Ester, porque este não se
prostrava perante ele, decidiu
planejar a morte de todos os judeus,
após convencer ao rei (cap.3). No 1.º
mês de Nissan se lançou o Pur, ou
sortes,  até o 12.º mês que é o de
Adar. No dia 13 do mês 12.º, que o
povo saqueasse, matasse e
destruísse todos os judeus. Mordecai
ao saber do plano, se humilha na
cinza e clama com amargo clamor
(4:1). As servas de ester e os
eunucos fazem saber a Ester sobre o
plano de Hamã e convida a este e ao
rei para um banquete. O rei força a
Hamã a honrar a Mordecai, tendo em
vista que este havia salvo a vida do
rei de seus conspiradores (2:21-23,
6:1-14). Antes, Hamã havia
preparado uma forca para Mordecai
(5:14). Ester denuncia a Hamã e este
é enforcado na própria forca que
havia construído (7:1-10). O rei
Assuero exalta Mordecai a posição
de Hamã, e como não podia revogar
a sentença contra os judeus, autoriza
que o povo resista ao
enfrentamento. No mesmo dia
planejado, os judeus derrotam seus
inimigos e são salvos. (8-9).

Assim, com essa belíssima história


bíblica, podemos identificar os planos
de Deus de forma perfeita em sua
cronologia e verdades. Hadassa,
antigo nome de Ester significa Murta,
que é uma planta popular, simples,
sem muito atrativo. Hadassa
representa nosso estado antes de
salvos, deixados por Deus por
“breve” momento (Is.54:7), porém ao
aceitarmos o convite de nosso
Maravilhoso Rei Jesus, nos
transformamos em Ester (que quer
dizer Estrela). Faz-nos lembrar da
promessa de Deus a Abraão que diz:
“E multiplicarei a tua descendência
como as estrelas dos céus, e darei à
tua descendência todas estas terras;
e por meio dela serão benditas todas
as nações da terra” (Gên.26:4).
Somos “Ester”, estrelas do céu para
glória do Senhor e filhos da
promessa em Isaque (Gl.4:28). O rei
Assuero deu um banquete aos
príncipes e nobres por 180 dias,
mostrando-lhes sua glória e riqueza.
No calendário judeu que é lunar, o
ano tem 360 dias, ou seja, se o rei
levou 180 dias apresentando sua
magnitude aos nobres, então
significa que durou exatos 6 meses.
Como já temos visto anteriormente, a
primavera tem 3 meses e o verão
também tem 3 meses, que somando
dá 6 meses! Desde o momento que o
Senhor morreu na cruz (Páscoa, 1.º
mês) até o arrebatamento (6.º mês),
Ele mostrará para todos os seus
príncipes e nobres (a igreja) as
“abundantes riquezas de Sua graça”
(Ef.1:7,2:7). Passado estes dias, ou
seja, após o arrebatamento, o rei,
Cristo, dará um banquete a todo
povo, a igreja e todos os seus santos
(I Tes.3:13), nas bodas do Cordeiro
(Ap.19:7-9), por 7 dias, que podem
representar literalmente o período de
7 anos de tribulação ou apenas um
período simbólico em que ocorrerão
as
bodas, ou o casamento de Cristo
com Sua igreja.

Vasti que significa “Bela” representa


o povo de Israel que apesar de povo
escolhido por Deus para lhe mostrar
Seus Santos propósitos, o rejeitou,
pois Ele “veio para o que era seu
mas os seus não o receberam”
(Jo.1:11). Pela queda deles, diz o
apóstolo Paulo, veio a salvação aos
gentios, para os incitar ao ciúme
(Rm.11:11). Após a destituição de
Vasti (Israel), Cristo convida a todos
(Is.55:1) mas somente quem nEle
crer, isto é, achará favor
(propiciação) – Rm.3:25; I Jo.2:2;
4:10. Assim como Ester achou favor
perante o rei, Sua igreja acha favor
perante o Senhor e pode-se chegar
ao trono de Sua graça (Hb.4:16). É
interessante que da mesma forma
que Ester era chamada pelo nome,
Cristo também nos conhece pelo
nome (Jo.10:3). Em sua preparação
para se encontrar com o Rei
(equivalente à
Dispensação da Graça e ao Verão)
que é de 12 meses. 12 representa
um ciclo completo (12 tribos de
Israel, 12 apóstolos, etc..). Assim,
devemos nos preparar em todo o
tempo para nos prepararmos para o
Senhor, “com óleo de mirra e
especiarias e perfumes”, pois somos
o bom perfume de Cristo para a vida
(2 Co.2:15). Devemos notar também
que nesse período, Ester tinha 7
jovens à sua disposição, escolhidas
e entregues pelo rei (Et.2:9). Os 7
jovens são a figura do Espírito Santo
que está sempre com o crente, pois
existem 7 Espíritos de Deus
(Is.11:2;Ap.1:4,3:1,4:5,5:6). Após
nosso período de “embelezamento”,
nos encontraremos com nosso
Amado e Rei (arrebatamento) e Ele
nos dará “Coroa” ou galardões. O
apóstolo Paulo escreve que todos
nós havemos de comparecer ao
tribunal de Cristo, ou “bema” (termo
grego que significa tribuna de
pessoas ilustres) – Rm.14:10. “para
que cada um receba o que
tiver feito por meio do corpo, ou bem
ou mal” (2 Co.5:10). O mesmo
apóstolo, pelo Espírito Santo,
compara-nos com um templo que
pode ser edificado com ouro, prata e
pedras preciosas ou com madeira,
feno e palha (I Co.3:12), seremos
provados pelo “fogo” de juízo para
purificação onde haverá danos e
recompensas (I Co.3:13-15). Assim,
estaremos como a rainha Ester, pura
e imaculada (Ef.5:27) na presença de
seu rei. É importante notarmos que o
casamento ocorre no 10.º mês e no
7.º ano do reinado do reinado de
Assuero (Et.2:16). O 10.º mês é o
mês de Tevet, ou seja, no inverno!
Seguindo a ordem cronológica
profética, já haviam passado a
Primavera (morte de Cristo,
justificação e descida do Espírito
Santo), Verão (Dispensação da
graça), Outono (início do Juizo Divino
na terra) e agora, no Inverno, a Igreja
está sendo coroada para enfim reinar
com Cristo na terra.
Mordecai tem a dupla função
simbolicamente. Ele pode
representar tanto o Espírito Santo
quanto os judeus. Espírito Santo pois
estava próximo a Ester no palácio
todos os dias (Mt.28:20) e judeus
porque é desprezado e “perseguido”
por Hamã, que é a figura do
anticristo (Mt.24:15-22). Da mesma
forma que Mordecai se arrepende
em cinzas e clama, o povo de Israel
também se arrependerá e voltará
para Cristo (Zc.12:10, Ez.36:24-27),
após a terrível perseguição e juízo.

Hamã representa o anticristo que virá


como príncipe (Dn.11:36, Is.30:33,
57:9), chamado de filho da perdição,
homem do pecado e iníquo (II
Tes.2:3). Da mesma forma que Hamã
se assentava no palácio do rei, o
anticristo se assentará no Templo de
Deus, querendo parecer Deus (II
Tes.2:4). Ele virá em seu próprio
nome e vão recebê-lo (Jo.5:43). Fará
um acordo de sete anos com
o povo judeus, mas na metade do
período quebrará o acordo e
perseguirá o povo (Dn.9:27),
exercendo autoridade sobre todas as
nações (Ap.13:7).

Porém da mesma forma que os


planos de Hamã de destruir os
judeus não deram certo, mas o
próprio rei o condenou a morte,
assim também o anticristo não levará
a frente seus malignos planos e
Cristo salvará a Israel quando vier
com seus santos em glória e destruir
ao anticristo pelo “assopro de sua
boca” (II Tes.2:8), será aprisionado e
lançado vivo no lago de fogo
(Ap.19:20,21). A comemoração de
Purim, representa o momento de
alegria que o Senhor Jesus (rei) terá
com seu povo (Israel) e com sua
esposa (Igreja) no Reino do milênio,
que eqüivale a Festa dos
Tabernáculos (Lv.23:34, Dt.16:13-16;
Zc.14:16; Et.9:19;Ap.20:6).

Portanto, Ester apresenta-nos de


forma
grandiosa e rica, detalhes do período
em que chamamos de Outono/
Inverno, período este (Outono), em
que eram comemoradas as 3 últimas
festas proféticas.

Por estes exemplos analisados,


compreendemos que o Senhor
apresenta-nos aspectos distintos de
um mesmo povo, Sua igreja, que
teve seu momento de abandono no
passado, tem seu momento de graça
no presente e terá seu momento de
glória eterna no futuro.

O Espírito Santo da mesma forma,


tem nos mostrado a mesma temática
a partir das 12 tribos dos filhos de
Israel. O calendário judeu possui 12
meses, sendo que subdivididos por 4
estações: Primavera, Verão, Outono
e Inverno. Da mesma forma existem
12 tribos de Israel e estão dividas, da
mesma forma, em 4 partes, ou 4
parte com 3 tribos cada uma em
duas ocasiões: Na ordem que as
tribos permaneciam quando estavam
acampadas no deserto e no Peitoral
de juízo que estava com o sumo
sacerdote. Nesse peitoral, chamado
Urim e Tumim, existiam 12 pedras
preciosas, cada uma com um nome
de cada uma das 12 tribos de Israel
e na mesma ordem em que estão
divididas no acampamento. Claro
que não é coincidência, mas uma
lições preciosas de Deus para nós.
Uma delas, sem dúvidas, é em
relação aos Tempos e Estações
proféticas.

Para iniciar essa parte, é importante


uma rápida análise pelas bênçãos
proféticas do próprio Jacó ou Israel
que está registrada em Gên. 49:1-28.
Jacó já estava prestes a falecer e já
era avançado em idade quando
pronunciou profecias sobre cada um
de seus filhos, exceto os filhos de
José (Manassés e Efraim) que já
havia abençoado (Gên.48:11-22). A
relação começa com o primogênito
Rubén (v.3) e termina em Benjamim
(v.27). E pode ser dividido da
seguinte forma:

1 - Rúben – primogênito, força e


primícias

2 - Simeão e Levi – Violência, ira e


furor

3 - Judá – Cetro não se arredará, a


ele obedecerão os povos e lavará
suas vestes no vinho

4 - Zebulom – habitará na praia dos


mares e servirá de porto de navios.

5 - Issacar – Jumento de fortes


ossos, de repouso entre rebanhos de
ovelhas, sujeitou-se ao trabalho
servil.

6 - Dã – Julgará seu povo, será


serpente no caminho que morde o
calcanhar dos cavalos e faz cair por
detrás seu cavaleiro
7 - Gade – Uma guerrilha o
acometerá mas ele o acometerá pela
sua retaguarda.

8 - Aser – Seu pão será abundante e


ele motivará delicias reais.

9 - Naftali – Gazela solta que profere


palavras formosas

10 - José – Ramo frutífero junto a


fonte, seus galhos se estendem até o
muro.

11 - Benjamim – Lobo que


despedaça, pela manhã devora a
presa e a tarde reparte seu despojo.
A ORDEM DAS 12 TRIBOS DE
ISRAEL NO ACAMPAMENTO
Em Números cap.1, está relatado o
primeiro censo dos filhos de Israel
após a saída do Egito. Deus ordenou
a Moisés que levantasse o número
de toda a congregação, da idade de
vinte anos para cima, todos os
capazes de sair à guerra em Israel
(v.2,3). O Censo era algo que só
poderia ser feito segundo a ordem de
Deus e bem diferente do feito
posteriormente por Davi, com a
intenção de medir sua força, e
merecendo justa punição (2
Sm.24:10-17). Nunca foi a intenção
do Senhor que pelo censo o povo se
gloriasse de seu próprio poder, mas
para que o povo soubesse que não
era pela quantidade de soldados que
viria a vitória, mas pela obediência e
poder do Senhor (Êx.14:14; Dt.1:30;
2 Cr.20:15; Jz.7:2, 9; 2 Rs.19:32-35).
O censo iniciou-se no 1.º dia do 2.º
mês do 2.º ano (v.1). O 2.º mês é o
mês de Iyar ou Ziv que é o seguinte
ao mês de Nissan ou Abib, em que,
como já vimos, era realizada a
Páscoa. E também esse mês estava
na
primavera. Sendo assim, de acordo
com o que já estudamos, significa a
salvação já realizada por meio de
Cristo na cruz e também simboliza o
início do Reino dos Céus (na
Primavera). E o 2.º ano de saída do
povo do Egito? Haveria também
algum ensino profético? Creio que o
Espírito Santo, em toda a Palavra de
Deus, não nos apresenta números
apenas como mero conhecimento
cronológico, até porque a Bíblia não
apresenta fatos puramente
históricos, sendo ela completamente
inspirada por Deus (2 Tm.3:16).
Assim, o fato do censo ter ocorrido
exatamente no 2.º ano e no 2.º mês
nos confirma o que temos visto. Na
Criação, em Gên.1:6-8 lê-se: “E
disse Deus: Haja firmamento no meio
das águas, e separação entre águas
e águas debaixo do firmamento. Fez
pois, Deus o firmamento e separação
entre águas debaixo do firmamento e
as águas sobre o firmamento. E
assim se fez. E chamou Deus ao
firmamento Céus. Houve
tarde e manhã, o segundo dia.”
Como já tínhamos analisado
anteriormente, o primeiro dia refere-
se simbolicamente ao nosso estado
antes da salvação como “sem forma,
vazia e com trevas a face do abismo”
(Gên.1:2a) Da mesma forma
estávamos mortos em ofensas e
pecados e indo para o abismo do
inferno (Ef.2:1,5; Is.14:15; Ez.31:15).
A luz de Cristo foi gerada em nós
após o selo ou “unção” do Espírito
Santo (compare Gên.1:3,4 com
Mt.5:14, Jo.1:19,3:19,8:12, 12:46,
Dn.5:14, Êx.35:14, I Sm.16:13,
Ef.1:13, 4:30). Agora Deus separa
águas e águas como também somos
separados e crucificados para o
mundo e pecado (compare Gên.1:6
com Gl.5:4, Ef.2:12, Rm.6:2,11, I
Pe.2:24, Is.17:12,13, Ap.17:15). Após
essa ordem, Deus gera em nós o
“firmamento” que se chama Céus, ou
Reino dos Céus, que está dentro de
nós (compare Gên. 1:8 com
Lc.17:20,21). Portanto, o número 2
na Palavra de Deus está associado
com o Reino dos céus.

No contexto de Números 2, está


associado com o Período do Reino
dos céus, mais uma vez organizado
em tempos e estações, conforme
veremos a seguir.

A ordem registrada das tribos de


Israel acampadas no deserto do
Sinai era da seguinte forma: 3 tribos
acampadas ao Oriente (Exército do
Oriente), 3 tribos acampadas ao Sul
(Exército do Sul), 3 tribos acampadas
ao Ocidente (Exército do Ocidente) e
3 tribos acampadas ao Norte
(Exército do Norte), respectivamente
nessa ordem e o Tabernáculo no
centro. (conforme Gráfico 2).
É interessante constatarmos que
ordem das tribos no acampamento
difere da ordem do censo. Ou seja, a
ordem das tribos para o censo inicia
pela tribo do primogênito Rúben
e termina com Naftali. Na ordem do
acampamento, ela começa por Judá
e termina com Naftali. Cada grupo de
3 tribos era um Exército que possuía
uma tribo “cabeça” liderando, e as
duas tribos seguintes eram divididas
por importância, sendo que mais a
importante após a tribo líder se
acampava a sua direita e a menos
importante se acampava a sua
esquerda, possuíam também um
estandarte e uma insígnia. A
Estandarte representava o grupo de
3 tribos do Exército e pertencia à
tribo que liderava o grupo, já a
Insígnia representava as cores de
pedras preciosas de cada tribo
conforme a ordem das pedras que
estavam no peitoral do juízo do sumo
sacerdote, chamadas de Urim e
Tumim (Êx.28:15-30). Vejamos como
era formado cada Exército,
lembrando que os estandartes
mencionados são conforme a
tradição dos judeus e não são
mencionados na Bíblia:
Exército do Oriente (JUDÁ)

1- Judá

2- Issacar

3- Zebulom

Insígnia: Vermelho

Estandarte: Leão

Príncipe: Maasom, filho de


Aminadabe

Efetivo: 186.400 homens

Exército do Sul (RÚBEN)


1- Rúben
2- Simeão

3- Gade

Insígnia: Azul

Estandarte: Face de Homem

Príncipe: Elisur, filho de Sedeur

Efetivo: 151.450 homens

Exército do Ocidente (EFRAIM)

1 – Efraim

2 – Manassés

3 – Benjamim
Insígnia: Amarelo
Estandarte: Ramo frutífero

Príncipe: Elisama, filho de Amiúde

Efetivo: 108.100 homens

Exército do Norte (DÃ)

1 – Dã

2 – Aser

3 – Naftali

Insígnia: Dourado

Estandarte: Serpente
Príncipe: Aizer, filho de Amisadai
Efetivo: 157.600

O Calendário Judaico corresponde


os 12 meses do ano às 12 tribos
conforme a ordem dos
acampamentos no Sinai e no Peitoral
de Juízo, e também correspondem
às 12 letras do “alef-bêt” (o alfabeto
hebraico).

Assim, de acordo com esse paralelo,


as tribos passam a corresponder aos
seguintes meses, segundo suas
estações:

PRIMAVERA
1.º MÊS -------- IYAR OU ZIV
---------------- JUDÁ

2.º MÊS ------ NISSAN OU ABIB


------------- ISSACAR
3 .º MÊS ------------ SIVAN
--------------------- ZEBULOM

VERÃO

4.º MÊS ---------- TAMUZ


---------------------- RÚBEN

5.º MÊS ------------- AV


------------------------- SIMEÃO

6.º MÊS ------------ ELUL


----------------------- GADE

OUTONO
7.º MÊS ----- TISHRI OU ETHANIM
-------- EFRAIM

8.º MÊS ----- CHESHVAN OU BUL


--------- MANASSÉS
9.º MÊS ------------ KISLEV
-------------------- BENJAMIM

INVERNO

10.º MÊS ----------- TEVET


-------------------- DÃ

11.º MÊS ---------- SHEVAT


------------------- ASER

12.º MÊS ------------ ADAR


-------------------- NAFTALI
AS VESTES DO SUMO
SACERDOTE

Você também pode gostar