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“Aqui está a paciência dos santos;

aqui estão os que guardam os


mandamentos de Deus e a fé em
Jesus.” (Apocalipse 14:12)

DIZIMOS PARTE 1 OS PATRIARCAS E


O DIZIMO
INTRODUÇÃO
O objetivo é explanar sucintamente o
tema do dízimo, utilizando a Bíblia
Sagrada como fonte de referência. As
histórias bíblicas são analisadas na
íntegra, e cada texto é interpretado
com total seriedade e total
imparcialidade. A questão é
importante demais para ser ignorada,
e é importante que os líderes
religiosos estejam dispostos a se
engajar em um diálogo aberto sobre
essa questão, porque a relutância em
fazê-lo abre a porta para dúvidas e
incertezas. Pagar ou entregar dízimos
não deu início com os israelitas.
Antigas civilizações pagãs, incluindo
os fenícios, árabes, babilônios,
cartagineses, chineses, gregos e
romanos, pagavam dízimos. Tábuas
cuneiformes atestam essa prática
entre os povos da Mesopotâmia.
(Veja W. von Soden, He Ancient
Orient, Eerdmans, 1994, pp. 188-198.
Também A. Leo Oppenheim, Ancient
Mesopotamia, University of Chicago,
1977, pp. 183- 198 e W. Eichrodt,
Theology of He Old Testament, SCM,
1987, Vol. I, pp. 141-177 e Harris,
Archer, Waltke, Theological
Wordbook of He Old Testament,
Moody Press, 1980). Muitos
autoproclamados cristãos
manifestaram sua preocupação e não
querem se aprofundar em estudos
bíblicos sobre um assunto tão
importante, mas mesmo assim é bom
lembrar que se os propósitos de Deus
forem aceitos na perspectiva correta,
as vitórias espirituais serão
alcançadas. A primeira parte desse
estudo expõe e enfoca os equívocos
ensinados em muitas instituições
religiosas com base no tema do
dízimo na era patriarcal. Esse dízimo
ainda era obrigatório e sistemático?
O que aprendemos hoje com as
experiências de Abrão (a quem Deus
mais tarde chamou de Abraão) e
Jacó?
O DIZIMO DE ESPÓLIO DE GUERRA
DADO POR ABRAÃO
Deus chamou Abraão para deixar sua
terra, Ur dos Caldeus, cujos
habitantes eram pagãos, para ir para
a terra de Canaã. Obedecendo ao
chamado de Deus, Abraão mudou-se
para Harã e lá permaneceu até a
morte de seu pai. Quando partiu para
a terra de Canaã, a Palavra de Deus
diz que Abraão levou consigo sua
esposa Sara e seu sobrinho Ló, filho
de seu irmão falecido, e todos os
bens que adquirira e as pessoas que
lhe foram acrescentadas em Harã
(Gênesis 12:5). Devido à grande
quantidade de bens de Abraão e Ló,
surgiu uma disputa entre seus
pastores. Eles conversaram e
decidiram se separar pacificamente,
conforme registrado em Gênesis 13.
Abraão ficou em Canaã e Ló foi para
os limites da cidade de Sodoma
(Gênesis 13:12). Tudo estava indo
muito bem até que um conflito
eclodiu na área. Os cinco reis
decidiram se rebelar quando se
cansaram de servir Quedorlaomer,
rei de Elão, por doze anos. Eles
foram: Bera, rei de Sodoma; Birsa, rei
de Gomorra; Sinab, rei de Adma;
Semeber, rei de Zeboim; Bela, rei de
Coar (vizinho do Egito). O rei
Quedorlaomer de Elam reage e
convoca três outros reis para
suprimir os rebeldes. Eles foram:
Amrafel, rei de Sinar (região da
Babilônia); Arjok, rei de Elasar; Maré,
Rei dos Goyim. A Bíblia Sagrada
chama essa guerra de "guerra de
quatro reis contra cinco" (Gênesis
14:1-17). As forças lideradas pelo rei
Chedorlaomer derrotaram
impiedosamente os reis rebeldes
inexperientes em batalha e
venceram. Os vencedores saquearam
as cidades da planície, e todo o povo,
seus bens e todos os seus alimentos
foram capturados. Até mesmo Ló,
que morava fora da cidade de
Sodoma, foi capturado e todos os
seus bens confiscados (Gênesis
14:12). Abraão ficou sabendo do
infortúnio que se abateu sobre seu
sobrinho Ló através de uma pessoa
que fugiu da batalha. Movido por um
profundo amor pelo sobrinho, o
patriarca Abraão decidiu libertá-lo.
Para isso, reuniu um grupo de elite
de trezentos e dezoito bravos
guerreiros, todos criados em sua casa
e devidamente treinados para a
batalha. Ele também buscou o apoio
de três aliados reais, os irmãos
Manre, Escol e Aner, governadores
das planícies dos amorreu, que se
juntaram a ele com suas tropas.
Juntos, eles começaram a perseguir
os atacantes. A vitória foi
esmagadora. Todos os cativos foram
libertados e todos os bens
recuperados (Gênesis 14:16). Então a
Palavra de Deus registra o encontro
de Abraão com o Rei Melquisedeque
de Salém. Como sacerdote do Deus
Altíssimo, ele trouxe pão e vinho,
proclamou a bênção de Abraão e
agradeceu a Jeová, que havia feito
tão grande salvação por meio de Seu
servo. E Abraão deu-lhe um décimo
de tudo. (Gênesis 14:18-20; Hebreus
7:1, 2). Era costume que os despojos
de guerra fossem para os
vencedores. Abraão, no entanto, não
empreendeu essa expedição com fins
lucrativos e recusou-se a aproveitá-
la, mas ordenou que seus aliados
participassem. Um exemplo é a
história da exigência do rei de
Sodoma para que Abraão ficasse com
bens materiais e devolvesse apenas
as pessoas sequestradas por
Quedorlaomer. Abraão lhe disse:
"Abrão, porém, disse ao rei de
Sodoma: Levantei minha mão ao
Senhor, o Deus Altíssimo, o
Possuidor dos céus e da terra,
Jurando que desde um fio até à
correia de um sapato, não tomarei
coisa alguma de tudo o que é teu;
para que não digas: Eu enriqueci a
Abrão; Salvo tão-somente o que os
jovens comeram, e a parte que toca
aos homens que comigo foram,
Aner, Escol e Manre; estes que
tomem a sua parte.” (Gênesis 14:22-
24). Foi exatamente o que Abraão
fez. Após deduzir os custos
operacionais da guerra, ele devolveu
90% (noventa por cento) de todos os
despojos de guerra aos seus legítimos
proprietários e, segundo o costume
dos povos antigos pagãos, deu 10%
(dez por cento) ao sacerdote
Melquisedeque.
O texto bíblico diz que Abraão deu o
dízimo de tudo, não de seus próprios
bens, mas apenas dos despojos de
guerra. Este entendimento é
consistente com Hebreus 7:4:
"Considerai, pois, quão grande era
este, a quem até o patriarca Abraão
deu os dízimos dos despojos. "
A Bíblia não menciona que esses
dízimos são sistemáticos e
obrigatórios. Também não há
informações sobre a obrigação de
pagar o dízimo do espólio de guerra.
Embora Abraão não seja um exemplo
de dizimista do nosso tempo, Deus
não o julgou, porque "Depois destas
coisas veio a palavra do SENHOR a
Abrão em visão, dizendo: Não
temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o
teu grandíssimo galardão. (Gênesis
15:1).
Jacó estava a caminho de Harã, sob a
orientação de sua mãe, por causa da
ira de seu irmão Esaú. "E Jacó saiu de
Berseba e foi para Harã, e ele chegou
a um lugar onde ficou porque o sol se
pôs. E ele pegou uma pedra daquele
lugar e colocou-a debaixo de sua
cabeça e se deitou ali."
Deuteronômio 28:10 e 11.
DÍZIMO DE JACÓ
Quando se trata de dízimo, a história
de Jacó não pode ser ignorada. Jacó
era filho de Isaque, neto de Abraão,
herdeiro da promessa e patriarca
escolhido de Deus, de quem
descendia a nação de Israel. Jacó
estava a caminho de Harã, sob a
orientação de sua mãe, por causa da
ira de seu irmão Esaú. Partiu, pois,
Jacó de Berseba, e foi a Harã; E
chegou a um lugar onde passou a
noite, porque já o sol era posto; e
tomou uma das pedras daquele
lugar, e a pôs por seu travesseiro, e
deitou-se naquele lugar. (Gênesis
28:10,11).
Nesse sonho, Jacó viu uma escada
que subia até o céu, e os anjos de
Deus subindo e descendo por ela. No
sonho, Deus estava acima da escada
e disse a Jacó: "... Eu sou o Senhor
Deus de Abraão teu pai, e o Deus de
Isaque; esta terra, em que estás
deitado, darei a ti e à tua
descendência; E a tua descendência
será como o pó da terra, e estender-
se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao
norte, e ao sul, e em ti e na tua
descendência serão benditas todas
as famílias da terra; E eis que estou
contigo, e te guardarei por onde
quer que fores, e te farei tornar a
esta terra; porque não te deixarei,
até que haja cumprido o que te
tenho falado.” (Gênesis 28:13-15.).
Em resposta a essas promessas de
Deus, Jacó fez uma promessa: "...E
Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus
for comigo, e me guardar nesta
viagem que faço, e me der pão para
comer, e vestes para vestir; E eu em
paz tornar à casa de meu pai, o
Senhor me será por Deus; E esta
pedra que tenho posto por coluna
será casa de Deus; e de tudo quanto
me deres, certamente te darei o
dízimo. (Gênesis 28:20-22).
O histórico de Jacó é, sem dúvida,
impressionante, e por isso aqueles
que defendem uma teologia
sistemática e obrigatória do dízimo
devem considerá-lo um dizimista
exemplar. No entanto, em se
tratando deste assunto, os princípios
contidos na história de Jacó levam-
nos a conclusões diversas:
• Fazendo uma promessa ou voto a
Deus, Jacó mostrou que não era
dizimista. Jacó, que cresceu sob as
estritas condições da religião
patriarcal, não aprendeu esta prática
de seu avô e pai, se é que realmente
existiu? A promessa é oferecer algo
novo na busca de uma melhor
experiência espiritual. Como alguém
pode jurar fora algo que já faz parte
de sua rotina?
• O dízimo de Jacó era condicional:
primeiro a bênção, depois o dízimo. É
importante notar que o ônus da
prova era de Deus. Se Deus não o
abençoasse, ele não pagaria o dízimo.
Hoje, as instituições religiosas
ensinam o contrário. A bênção de
Deus é condicional. Primeiro o
dízimo, depois a bênção.
• Há um terceiro aspecto
interessante neste relato. Jacó
apresenta cinco condições gerais a
Deus:
1. Se Deus está comigo e
2. Me guardar nesta viagem que
empreendo, e
3. Dá-me pão para comer, e
4. Vestes para vestir-me, e
5. Voltar em paz para a casa de meu
pai.
Estas cinco condições são unidas pela
preposição "e" (Gênesis 28:20). Se
Deus cumprisse apenas quatro dos
cinco itens da lista de pedidos, Jacó
estaria automaticamente livre de
cumprir a promessa. Ele pediu a
presença de Deus + proteção +
comida + roupa + paz. De acordo com
a promessa de Jacó, ele dará o dízimo
quando todas as condições forem
cumpridas. Todos, sem exceção. Não
sabemos se Jacó deu o dízimo porque
não há evidência bíblica para isso.
Tudo o que sabemos é que Deus
cumpriu todas as condições durante
os próximos 20 (vinte) anos,
culminando em seu retorno à terra
de Canaã (Gênesis 31:38 e 33:18-20).
CONCLUSÕES
O exemplo de Abraão, além de
refletir apenas um fato de sua vida,
não parece ser uma orientação
divina, mas um costume social de seu
tempo. Em nenhum lugar é
mencionado ou mesmo implícito que
Abraão deu o dízimo por força da lei.
O lado positivo dessa ação é o
respeito e a honra que ele
demonstrou ao rei e ao sacerdote
Melquisedeque. A Bíblia não
menciona que Abraão transmitiu esse
ensinamento a seus filhos. No caso
de Jacó, o dízimo estava relacionado
a uma promessa feita em um
momento de medo e dúvida. Não
havia obrigação legal ou orientação
divina, nem seu pai Isaac e seu avô
Abraão deram instruções para tal
procedimento. As experiências de
Abraão e Jacó são os únicos exemplos
da questão do dízimo na era
patriarcal antes que a lei do dizimo
fosse dada a Moisés. De qualquer
forma, não há menção na Bíblia
Sagrada que seja obrigatório e
sistemático. Além de ser uma prática
das antigas civilizações pagãs, era
também um sinal de gratidão e
devoção.
DÍZIMO PARTE 2 DURANTE O
SISTEMA SACERDOTAL LEVÍTICO
INTRODUÇÃO
Somente após a saída dos israelitas
do Egito, o dízimo passou a ser
praticado por imposição legal. A lei
que Moisés recebeu de Deus exigia
que o dízimo tivesse um propósito
social. Além de suprir as
necessidades dos levitas no trabalho
do santuário, também se destinava a
ajudar estrangeiros, órfãos e viúvas
(Deuteronômio 14:22-29). O que a
Bíblia Sagrada diz sobre o dízimo? O
que ele deveria fazer? Foi entregue
em dinheiro ou mantimentos? Qual
era o seu objetivo? Estas e outras
questões são analisadas à luz da
palavra de Deus no contexto dos
deveres que prevaleciam durante o
sistema sacerdotal elevado.
UM PEQUENO HISTÓRICO DA
REGULAMENTAÇÃO DO DÍZIMO
Quando os israelitas deixaram o
Egito, vagaram no deserto por
quarenta anos. Naquela época, eles
viviam como nômades, o que se
refere àqueles vivem sem casa fixa. A
vida nômade dos israelitas não lhes
permitia possuir propriedades, por
isso se dedicavam à criação de
animais como ovelhas, cabras, vacas
e bois. Assim, tudo o que era
produzido era compartilhado entre
todos. Não havia possibilidade de
cultivar no deserto. Durante os
quarenta anos de peregrinação no
deserto, Deus sustentou o povo com
maná: "E comeram os filhos de Israel
maná quarenta anos, até que
entraram em terra habitada;
comeram maná até que chegaram
aos termos da terra de Canaã.
(Êxodo 16:35).
A fim de preservar a pureza moral,
física e espiritual do povo, a maioria
das leis foi dada aos israelitas
enquanto estavam acampados. ao pé
do monte Sinai. O dízimo era um
deles: Também todas as dízimas do
campo, da semente do campo, do
fruto das árvores,são do Senhor;
santas são ao Senhor. Porém, se
alguém das suas dízimas resgatar
alguma coisa, acrescentará a sua
quinta parte sobre ela. No tocante a
todas as dízimas do gado e do
rebanho, tudo o que passar debaixo
da vara, o dízimo será santo ao
Senhor. (Levítico 27:30-32).
A lei obrigava os israelitas a pagar o
dízimo dos produtos da terra e do
gado. Porque os israelitas estavam no
deserto e ainda não estavam em sua
terra, em tal situação era impossível
para eles pagar o dízimo dos frutos e
colheitas das árvores. No entanto,
fica claro que a conquista de Canaã
estava nos planos de Deus. Deve-se
notar que o dízimo do gado e não
seguia a mesma regra dos frutos da
terra. Não eram dois dízimos, mas de
origem diferente. Quanto aos
animais, de acordo com as instruções
de Deus, o dono contava conforme
iam passando e cada décimo animal
era dado a Deus. Assim, não havia
possibilidade de selecionar animais
de baixa qualidade do gado para
pagar o dízimo. O texto bíblico em
Levítico 27:30- 32 não dá detalhes
sobre como o dízimo deve ser usado
ou a quem deve ser dado. Dizia
simplesmente que eles pertenciam
ao Senhor. Enquanto os israelitas
ainda estavam acampados ao pé do
Monte Sinai de acordo com as leis
escritas em Êxodo e Levítico, Deus
decidiu que era hora de eles
marcharem para a terra de Canaã.
Então o Senhor mandou contar todos
os homens com mais de vinte anos,
capazes de lutar. Este censo deixou
de fora os homens da tribo de Levi,
cujo motivo fazia parte do plano de
Deus (Números 1:1-3 e 7-51).
Mesmo vagando temporariamente
no deserto e vivendo em
acampamentos, os israelitas eram
obrigados a realizar adoração santa e
oferecer sacrifícios e ofertas a Deus.
Para realizar o serviço sagrado, Deus
pediu a Moisés que cuidasse da
construção do santuário (Êxodo 25:1-
9). Era um edifício móvel, pelo que
podia ser facilmente desmontado e
transportado. De acordo com o
arranjo de Deus, os levitas eram
responsáveis pelos serviços no
santuário. Aqui está a pergunta: Por
que Deus escolheu a tribo de Levi?
Essa escolha provavelmente foi feita
quando Moisés, exasperado com a
idolatria do povo de Israel, desafiou:
"Pôs-se em pé Moisés na porta do
arraial e disse: Quem é do Senhor,
venha a mim. Então se ajuntaram a
ele todos os filhos de Levi. (Êxodo
32:26). Israel hesitou. Dessa enorme
multidão, apenas uma tribo ousou
assumir a liderança: "Então se
ajuntaram a ele todos os filhos de
Levi.". Êxodo 32:26. Esse ato corajoso
da tribo de Levi deve ter influenciado
sua escolha de servir a Deus. O ofício
de sacerdote era reservado para Arão
e seus descendentes, enquanto
outros deveres auxiliares pertenciam
a outros membros da tribo de Levi
(Êxodo 28:41; Números 1:47-51;
Números 3:1-8).
Além de estarem separados de Deus
para servir no santuário, os levitas
eram os únicos que não herdavam a
terra (Números 18:20; Josué 13:33) e
não podiam fazer trabalho secular.
Portanto, o mandamento exigia que
eles fossem sustentados pelo dízimo,
que era em forma de mantimentos
entregues pelas demais tribos de
Israel como recompensa pelos seus
trabalhos no Santuário. Portanto,
Deus declara o seguinte: "E eis que
aos filhos de Levi tenho dado todos
os dízimos em Israel por herança,
pelo ministério que executam, o
ministério da tenda da congregação.
E nunca mais os filhos de Israel se
chegarão à tenda da congregação,
para que não levem sobre si o
pecado e morram. Mas os levitas
executarão o ministério da tenda da
congregação, e eles levarão sobre si
a sua iniquidade; pelas vossas
gerações estatuto perpétuo será; e
no meio dos filhos de Israel
nenhuma herança terão, porque os
dízimos dos filhos de Israel, que
oferecerem ao Senhor em oferta
alçada, tenho dado por herança aos
levitas; porquanto eu lhes disse: No
meio dos filhos de Israel nenhuma
herança terão. (Números 18:21 e 24).
Deve-se notar que, de acordo com
esta lei, os sacerdotes tinham o
direito de receber dos levitas um
décimo do dízimo dado pelo povo
(Números 18:26-28). Outro detalhe
importante é que suas famílias
podiam comer o dízimo em qualquer
lugar (Números 18:31), esta prática
era válida enquanto viviam como
nômades. Depois de quarenta anos
de peregrinação no deserto
(Deuteronômio 1:3), a nação de Israel
estava finalmente na terra de Moabe,
a leste do Jordão, preparando-se
para tomar posse de sua herança. Os
israelitas deixariam de ser nômades e
se estabeleceriam dentro dos limites
permitidos por Deus. Nesse sentido,
foram feitas algumas mudanças na lei
dos dízimos, que previa a entrada dos
israelitas na Terra Prometida. Em
Deuteronômio 12, a lei estipulava
que o dízimo do campo e os
primogênitos das vacas e ovelhas
seriam divididos entre o ofertante,
sua casa e o levita, não em qualquer
lugar, mas em um só lugar de culto
escolhido por Deus, que era o
santuário central (Deuteronômio
12:1-19). Em conexão com a nova
fase da vida religiosa do povo de
Israel, o povo abandonou o antigo
modo de vida nômade, e os israelitas
desenvolveram a agricultura e o
comércio além da pecuária. Em
Deuteronômio 14:22-29, o texto
fornece outros detalhes sobre a
aplicação do dízimo O plano de Deus
era que os produtos extraídos da
terra atendessem aos anseios
espirituais do povo de Israel e
servissem para uma melhor justiça
social. Um décimo da colheita da
terra era trazido diante de Deus ano
após ano no lugar que Ele escolheu
para fazer Seu nome habitar
(Deuteronômio 14:23). Este lugar era
provavelmente um santuário central
e depois um templo. O dizimista, sua
família e os levitas foram autorizados
a comer o dízimo. Mas a cada três
anos era deixado para os levitas,
estrangeiros, órfãos e viúvas
(Deuteronômio 14:28 e 29). Durante
a vida do sistema levítico, os
israelitas repetidamente violaram ou
ignoraram esta lei. No entanto, a
história bíblica nos diz que homens
piedosos trouxeram o povo de volta e
os informaram de seu dever de
obedecer (2 Crônicas 31:1-6;
Neemias 10:28, 29, 37 e 38;
Malaquias 2:1- 9). 3:7-10). Ocupações
não agrícolas como artesãos,
padeiros, carpinteiros, cozinheiros,
vigias, pescadores, construtores,
ourives, caçadores, comerciantes,
músicos, alfaiates, publicanos,
ferreiros, etc., estavam isentos do
pagamento do dízimo. Não há citação
bíblica de que os rendimentos
obtidos com o trabalho desses
profissionais podem ser trocados ou
substituídos por ovelhas ou grãos
para cumprir o dízimo.
A última referência bíblica ao dízimo
durante o sacerdócio levita está em
Mateus 23:23 e Lucas 11:42 quando
Jesus repreendeu os escribas e
fariseus, chamando-os de hipócritas,
porque davam o dízimo da hortelã,
endro e cominho e omitiam o que
havia de mais importante na lei, isto
é, a justiça, compaixão e fé. Nesses
textos está escrito que Jesus apoiou o
ato de dizimar, porque Ele ainda
estava exercendo o Seu ministério
sob o sistema levítico, dever que
perdurou até Sua morte, quando o
véu foi rasgado de alto a baixo
(Mateus 27:51). A Palavra de Deus diz
que quando o sacerdócio levítico
muda, "a lei também muda".
(Hebreus 7:12).
COMO ERA O DÍZIMO,
MANTIMENTO OU DINHEIRO?
O dízimo era mantimento, não
dinheiro. Todas as passagens bíblicas
que tratam sobre esse assunto,
descrevem o dízimo como sendo
parte do produto da terra, da
semente do campo, do fruto das
árvores, do gado e do rebanho. Os
textos abaixo não deixam dúvidas a
esse respeito:
“Também todas as dízimas do
campo, da semente do campo, do
fruto das árvores, são do Senhor;
santas são ao Senhor. Porém, se
alguém das suas dízimas resgatar
alguma coisa, acrescentará a sua
quinta parte sobre ela. No tocante a
todas as dízimas do gado e do
rebanho, tudo o que passar debaixo
da vara, o dízimo será santo ao
Senhor.” (Levítico 27:30 e 32).
“Certamente darás os dízimos de
todo o fruto da tua semente, que
cada ano se recolher do campo. E,
perante o Senhor teu Deus, no lugar
que escolher para ali fazer habitar o
seu nome, comerás os dízimos do
teu grão, do teu mosto e do teu
azeite, e os primogênitos das tuas
vacas e das tuas ovelhas; para que
aprendas a temer ao Senhor teu
Deus todos os dias. E quando o
caminho te for tão comprido que os
não possas levar, por estar longe de
ti o lugar que escolher o Senhor teu
Deus para ali pôr o seu nome,
quando o Senhor teu Deus te tiver
abençoado; Então vende-os, e ata o
dinheiro na tua mão, e vai ao lugar
que escolher o Senhor teu Deus; E
aquele dinheiro darás por tudo o
que deseja a tua alma, por vacas, e
por ovelhas, e por vinho, e por
bebida forte, e por tudo o que te
pedir a tua alma; come-o ali perante
o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a
tua casa; Porém não desampararás o
levita que está dentro das tuas
portas; pois não tem parte nem
herança contigo. Ao fim de três anos
tirarás todos os dízimos da tua
colheita no mesmo ano, e os
recolherás dentro das tuas portas;
Então virá o levita (pois nem parte
nem herança tem contigo), e o
estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que
estão dentro das tuas portas, e
comerão, e fartar-se-ão; para que o
Senhor teu Deus te abençoe em toda
a obra que as tuas mãos fizerem.”
(Deuteronômio 14:22-29).
É muito importante a experiência de
Ezequias, rei de Judá, quando
ordenou dos dízimos, que o povo
havia negligenciado: “E ordenou ao
povo, que morava em Jerusalém,
que desse a parte dos sacerdotes e
levitas, para que eles pudessem se
dedicar à lei do Senhor. E, depois
que se divulgou esta ordem, os filhos
de Israel trouxeram muitas primícias
de trigo, mosto, azeite, mel, e de
todo o produto do campo; também
os dízimos de tudo trouxeram em
abundância. E os filhos de Israel e de
Judá, que habitavam nas cidades de
Judá, também trouxeram dízimos
dos bois e das ovelhas, e dízimos das
coisas dedicadas que foram
consagradas ao Senhor seu Deus; e
fizeram muitos montões... Então
ordenou Ezequias que se
preparassem câmaras na casa do
Senhor, e as prepararam. Ali
recolheram fielmente as ofertas, e
os dízimos, e as coisas
consagradas..." (II Crônicas 31:4-6;
11 e 12).
Neste texto chama-se a atenção para
as câmaras preparadas durante o
reinado de Ezequias na casa de Deus,
para depósito dos produtos
provenientes das ofertas, dos dízimos
e das coisas dedicadas. no tempo de
Neemias, essas câmaras eram
chamadas de "câmaras dos tesouros”
(Neemias 12:44) e mais tarde como
"casa do tesouro" (Malaquias 3:10).
Quando Neemias reintegrou os
levitas em suas funções no templo,
após o exílio na Babilônia, o dízimo
que se recolhia dos campos voltou a
ser entregue pelo povo: “Também no
mesmo dia se nomearam homens
sobre as câmaras, dos tesouros, das
ofertas alçadas, das primícias, dos
dízimos, para ajuntarem nelas, dos
campos das cidades, as partes da lei
para os sacerdotes e para os levitas;
porque Judá estava alegre por causa
dos sacerdotes e dos levitas que
assistiam ali... Então todo o Judá
trouxe os dízimos do grão, do mosto
e do azeite aos celeiros. (Neemias
12:44; 13:12)
Mais ou menos na mesma época que
Neemias, outra voz foi ouvida contra
a corrupção e o roubo dos
sacerdotes. Malaquias, o mensageiro
de Deus, anunciou o castigo aos
líderes religiosos de Jerusalém,
porque eles erraram e quebraram a
lei. Ele os considerou desprezados e
inúteis diante de todo o povo
(Malaquias 2:1, 8, 9), porque eles
haviam roubado de Deus seus
dízimos e ofertas (Malaquias 3:7, 8).
Para restaurar a obra do santuário,
Deus ordenou o seguinte: "Trazei
todos os dízimos a casa do tesouro,
para que haja mantimento em
minha casa..." Malaquias 3:10. O
dízimo era sagrado e também servia
de alimentos para sustentar as
pessoas que trabalhavam no
santuário. A Palavra de Deus
apresenta uma situação em que o
dízimo poderia ser resgatado:
"Porém, se alguém das suas dízimas
resgatar alguma coisa, acrescentará
a sua quinta parte sobre ela.
(Levítico 27:31). O texto acima fica
claro que se alguém quisesse
reivindicar parte do dízimo, poderia
fazê-lo, mas havia uma multa de 20%
sobre esse valor. Em Deuteronômio
14:24-27, o ofertante tinha
permissão para vender produtos
classificados como dízimos. Esse era
um procedimento que poderia ser
adotado por quem não podia trazer
seu produto por morar longe, os
quais poderiam ser vendidos e com o
dinheiro da venda, usava para
comprar outros em seu lugar, no
local onde se realizaria o ato de
adoração a Deus. Fica claro no texto
que o dízimo não era baseado em
dinheiro, porque se fosse, não
haveria problemas em levar esses
dízimos em viagens de longa
distância. O fato de o dízimo estar
relacionado a mantimentos não
significa que não houvesse circulação
de dinheiro naquela época. O
dinheiro existe desde o tempo de
Abraão. Aqui estão alguns exemplos:
• Abraão comprou o túmulo de Sara
por 400 siclos de prata (Gênesis
23:15 e 16);
• Os irmãos de José foram ao Egito
comprar trigo (Gênesis 2:3) e José
devolveu o dinheiro (Gênesis 42:25).
• Algumas taxas para o templo só
eram aceitas em dinheiro (Êxodo
30:14-16);
• Os custos da construção do
santuário foram pagos em dinheiro
(Êxodo 38:24-31);
• Davi comprou bois (2 Samuel
24:24);
• O rei Jeoiaquim pagou tributo ao
Faraó (2 Reis 23:33-35);
• Dinheiro trazido pelo povo para
reparar o templo (2 Reis 22:4-7);
• Jeremias comprou um campo com
dinheiro (Jeremias 32:9-11);
• A pobre viúva colocou dinheiro no
cofre do templo (Marcos 12:42).
CONCLUSÃO
O sistema sacerdotal levítico e as leis
relativas ao funcionamento do
santuário existiram enquanto os
levitas praticavam o sacerdócio no
santuário secular. Quando o Senhor
Jesus foi sacrificado e morto, esse
sistema deixou de existir. Um novo
modelo de sacerdócio foi inaugurado,
o sacerdócio da Ordem de
Melquisedeque. Portanto, segundo a
palavra de Deus, “quando muda o
sacerdócio, muda necessariamente a
lei”. (Hebreus 7:11 e 12). E a lei no
contexto de Hebreus 7:5-12 abrangia
a mandamento do dízimo. Isso
significa que quando o sacerdócio
levítico (serviços do santuário) e suas
leis foram extintos, o mandamento
do dízimo também foi extinto por
causa de sua fraqueza e uso (Hebreus
7:18). Esta conclusão é óbvia, pois
uma parte do dízimo durante a
vigência do sistema sacerdotal
levítico tinha aplicações diretamente
relacionadas às atividades do
Santuário e, portanto, inviáveis de
serem cumpridas nos dias de hoje,
pelas seguintes razões:
• O dizimo servia para sustentar os
levitas em suas atividades no
santuário. Os levitas eram
descendentes da tribo de Levi. A lei
exigia que parte do dízimo fosse dada
a eles como recompensa por servir
no santuário (Números 18:21, 24).
• Os levitas tinham que dar o dízimo
do dízimo do povo aos sacerdotes. Os
sacerdotes tinham que ser
descendentes da tribo de Levi e ao
mesmo tempo descendentes diretos
de Aarão. Eles eram responsáveis
pelos sacrifícios no santuário
(Números 18:25-28; Êxodo 40:12-15).
A quem as pessoas dão o dízimo
hoje? Muitas instituições religiosas
incorporam textos bíblicos
relacionados ao antigo e extinto
sistema sacerdotal levítico nos
fundamentos de sua fé para
conscientizar as pessoas sobre a
obrigação de pagar o dízimo. O
assunto é muito sério. Os próprios
líderes religiosos estão em conflito
com a antiga lei, que eles defendem,
pois o dízimo distribuído hoje não
atende aos requisitos básicos desta
lei, ou seja. não é dado aos levitas, os
descendentes de Levi e a tribo de
Levi. menos ainda aos sacerdotes,
descendentes da família de Arão.
Quem insiste em seguir esta lei
extinta comete outros erros. O termo
"dízimo" significa "comida", não
"dinheiro". A lei permitia que o
pagador do dízimo comesse parte
desse próprio dízimo (Deuteronômio
14:23), e a cada três anos uma
porção era destinada a alimentar os
levitas, estrangeiros, órfãos e viúvas
(Deuteronômio 14:28 e 29). Lembre-
se: o modelo sacerdotal atual é o
modelo de Melquisedeque, e de
acordo com esse modelo o dízimo
não é mais obrigatório. Nossos dons
não deveriam ser espontâneos e
cheios de amor em vez de forçados?
Quais são as instruções de Jesus e
dos apóstolos sobre esse assunto? O
próximo tema aborda cada uma
dessas questões em detalhes.
DIZIMO PARTE 3
PARA QUEM É A MENSAGEM DE
MALAQUIAS?
INTRODUÇÃO
No tradicional cânon judaico, o livro
de Malaquias é o último entre os
escritos dos chamados profetas
menores, pois foi escrito após o exílio
babilônico, quando o templo de
Jerusalém já havia sido reconstruído,
pois havia sinais claros de que os
sacrifícios e as festas foram
totalmente restaurados. O Templo
anterior tinha sido incendiado por
Nebuzaradão, general de
Nabucodonosor (2 Reis 25:8, 9). O
profeta Malaquias era um judeu com
convicções firmes, integridade estrita
e intensa devoção a Deus. Ele era
contemporâneo de Neemias
(compare Malaquias 2:8 com
Neemias 13:29 e Malaquias 2:10-16
com Neemias 13:23) e
Esdras(compare Malaquias 2:11 com
Esdras 9:1 e 2). Em seus escritos, há
uma severa repreensão aos
sacerdotes que se tornaram pedras
de tropeços em vez de serem os
líderes espirituais do povo. Embora o
livro tenha apenas quatro capítulos,
infelizmente poucos tentaram
realmente compreender seu
contexto completo. É por isso que
tem tantas interpretações
equivocadas e tendenciosas quanto
ao texto de Malaquias 3:8-10.
Quando Deus disse: “Todavia vós Me
roubais... nos dízimos e nas ofertas
alçadas”. Com quem ele estava
falando? Esta questão deve ser
analisada em todo o seu contexto
histórico à luz da Palavra de Deus.
PARA QUEM É A MENSAGEM?
A parte introdutória do livro
menciona que a mensagem de Deus
foi dada a “Israel por meio de
Malaquias". (Malaquias 1:1). O
declínio espiritual de Israel após o
exílio babilônico foi notório. Essa
decadência foi causada pela
corrupção moral e doutrinária de
seus líderes religiosos. Um estudo
dos fatos no livro de Malaquias
mostra que a principal repreensão de
Deus foi contra os sacerdotes, o que
é claramente explicado no versículo
6. “O filho honra o pai, e o servo ao
seu amo; se Eu, pois, sou pai, onde
está a Minha honra? E se Eu sou
amo, onde está o temor de Mim? Diz
o Senhor dos exércitos a VÓS, Ó
SACERDOTES, que desprezais o Meu
nome. E vós dizeis: Em que temos
nós desprezado o Teu nome?”
(Malaquias 1:6).
O texto mostra que os sacerdotes
eram culpados de blasfemar o nome
de Deus. Eles perderam seu
relacionamento pessoal com Ele. Os
sacerdotes do templo, que
ignoravam a lei que rege o
funcionamento do templo, coletavam
indevidamente as ofertas de toda a
nação, não deixando nada para os
levitas, órfãos, viúvas e estrangeiros.
Os Sacerdotes tornaramse
profissionais da religião e se
separaram completamente de Deus.
As passagens seguintes dão
informações mais detalhadas e
especificam os pecados dos
sacerdotes, não todos, mas aqueles
que eram arrogantes e desonestos.
Eles eram culpados de profanarem o
nome de Deus e oferecerem no altar
sagrado ofertas inaceitáveis, como
animais cegos, mutilados e doentes
(Malaquias 1:7-14). Deus está falando
especificamente aos sacerdotes, não
ao povo, porque eram os sacerdotes
que acendiam o fogo no altar
(Malaquias 1:10). Malaquias 2
continua com Deus condenando os
sacerdotes:
"Agora, ó SACERDOTES, este
mandamento é para VÓS." Malaquias
2:1. Descrevendo alguns dos pecados
dos sacerdotes (Malaquias 1:6- 14),
Deus agora descreve sua punição:
“Se não ouvirdes, e se não
propuserdes no vosso coração dar
honra ao Meu nome, diz o Senhor
dos exércitos, enviarei a maldição
contra vós, e amaldiçoarei as vossas
bênçãos; e já as tenho amaldiçoado,
porque não aplicais a isso o vosso
coração. Eis que vos reprovarei a
posteridade, e espalharei sobre os
vossos rostos o esterco, sim, o
esterco dos vossos sacrifícios; e
juntamente com este sereis levados
para fora.” (Malaquias 2:2 e 3). Não
se deve esquecer que a aliança de
Deus com Israel incluía Sua especifica
aliança com os sacerdotes da tribo de
Levi. No entanto Deus disse que os
SACERDOTES corromperam o pacto
de Levi: “Então sabereis que Eu vos
enviei este mandamento, para que o
Meu pacto fosse com Levi, diz o
Senhor dos exércitos. Meu pacto
com ele foi de vida e de paz e Eu lhas
dei para que Me temesse; e ele Me
temeu, e assombrou-se por causa do
Meu nome. A lei da verdade esteve
na sua boca, e a impiedade não se
achou nos seus lábios; ele andou
comigo em paz e em retidão, e da
iniquidade apartou a muitos. Pois os
lábios do sacerdote devem guardar o
conhecimento, e da sua boca devem
os homens procurar a instrução, por
que ele é o mensageiro do Senhor
dos exércitos. Mas vós vos
desviastes do caminho; a muitos
fizestes tropeçar na lei;
corrompestes o pacto de Levi, diz o
Senhor dos exércitos.” (Malaquias
2:4-8).
Como resultado, Deus os fez
“desprezíveis e indignos diante de
todo o povo...” (Malaquias 2:9). Deus
continua a falar aos SACERDOTES em
Malaquias 2:10-17 e os condena por
causa dos casamentos com mulheres
estrangeiras. Deus censurou a
hipocrisia dos sacerdotes, por
continuarem oferecendo sacrifícios,
enquanto viviam em rebelião. Esta
conclusão é óbvia, porque Malaquias
2:13 tem um forte impacto sobre os
sacerdotes, porque foram eles que
literalmente choraram no altar. O
povo de Judá e Israel não tinha
acesso direto ao altar. Em relação aos
casamentos mistos com mulheres
pagãs, a mesma situação existia no
tempo de Neemias, quando Deus
estava muito irado com os sacerdotes
(Neemias 13:27-30). Em Malaquias
3:1-5, a repreensão de Deus é
dirigida novamente aos
SACERDOTES. Nesses textos, Deus
anunciou o envio de um
"mensageiro", profecia que mais
tarde se cumpriu na pessoa de João
Batista, que prepara o caminho para
o Messias, Deus anunciou que o juízo
começaria pelo “Seu Templo”, para
purificar “os filhos de Levi”. Esta
associação de palavras: “templo”,
“filhos de Levi”, tudo tem a ver com o
sacerdócio levítico. Quando os
sacerdotes centralizaram o poder, as
regras de Deus foram distorcidas,
desobedecidas e as coisas sagradas
profanadas.
Como resultado, os sacerdotes que
detinham todo o poder começaram a
oprimir viúvas, órfãos e estrangeiros
porque não entregavam seus
dízimos. Este dízimo não era em
dinheiro, mas em comida. Deus já
havia condenado esta prática errada,
através do profeta Ezequiel: “Os seus
sacerdotes transgridem a Minha lei,
e profanam as Minhas cousas
santas; entre o santo e o profano
não fazem diferença; nem discernem
o impuro do puro; e de Meus
sábados escondem os seus olhos, e
assim sou profanado no meio deles.
Os seus príncipes no meio dela são
como lobos que arrebatam a presa,
para derramarem o sangue, para
destruírem as almas, para seguirem
a avareza. E os seus profetas têm
feito para eles reboco de cal não
adubada, vendo vaidade, e
predizendo-lhes mentira, dizendo:
Assim diz o Senhor Jeová; sem que o
Senhor tivesse falado. Ao povo da
terra oprimem gravemente, e
andam roubando, e fazem violência
ao aflito e ao necessitado, e ao
estrangeiro oprimem sem razão.”
(Ezequiel 22:26-29). O texto acima foi
escrito muitos anos antes de
Malaquias. Já naquela época, Deus
enviou mensagens duras contra os
sacerdotes, condenando suas más
ações. Sem dúvida, eles eram
opressores do povo e também
aqueles que roubavam e usavam a
violência contra os sofredores e os
pobres. Portanto, respeitando o
contexto, é justo concluir que o
pronome "você" mencionado em
Malaquias 3:7-10 se refere aos
SACERDOTES desonestos. Esses
sacerdotes eram culpados de roubar
a Deus e, portanto, Ele os admoestou
severamente de acordo com
Malaquias 1:6 e 2:9. Deus estava
cansado de sua desonestidade. Por
essas razões, maldições caíram sobre
eles (Malaquias 1:14, 2:2 e 3:9).
O texto acima foi escrito muitos anos
antes de Malaquias. Já naquela
época, Deus enviou mensagens duras
contra os sacerdotes, condenando
suas más ações. Sem dúvida, eles
eram opressores do povo e também
aqueles que roubavam e usavam a
violência contra os sofredores e os
pobres. Portanto, respeitando o
contexto, é justo concluir que o
pronome "você" mencionado em
Malaquias 3:7-10 se refere aos
SACERDOTES desonestos. Esses
sacerdotes eram culpados de roubar
a Deus e, portanto, Ele os admoestou
severamente de acordo com
Malaquias 1:6 e 2:9. Deus estava
cansado de sua desonestidade. Por
essas razões, maldições caíram sobre
eles (Malaquias 1:14, 2:2 e 3:9).
UM HISTÓRICO DA CORRUPÇÃO DO
SACERDÓCIO LEVÍTICO
O sistema sacrificial proporcionou
aos sacerdotes uma excelente
oportunidade para ensinar aos
desobedientes o plano de salvação.
No entanto, os rituais realizados
pelos sacerdotes no santuário eram
distorcidos. Os sacrifícios de animais
tornaram-se uma fonte de renda
para eles. Alguns sacerdotes
corruptos viram muito bem que
quanto mais as pessoas pecavam e
quanto mais oferendas pelo pecado e
culpa eles ofereciam, maior era sua
parte. Chegaram ao ponto de
encorajar as pessoas a pecar. Está
escrito sobre os sacerdotes
pervertidos: “Alimentam-se do
pecado do Meu povo, e da maldade
dele têm desejo ardente.” (Oséias
4:8.). Este texto afirma que, em vez
de advertir as pessoas e exortá-las a
abandonar seus pecados, eles tinham
“desejo ardente” de sua maldade e
ansiavam que pecassem novamente
para que retornassem, com uma
nova oferta pelo pecado. A falência
espiritual do sacerdócio ocorreu na
primeira fase de sua existência (1
Samuel 2:13-16). Deus ordenou que a
gordura fosse queimada no altar, e
que se a carne fosse comida, ela
deveria ser cozida. No entanto, os
sacerdotes queriam sua porção crua
com gordura para que pudessem
fritar. Deixou de ser uma oferta de
sacrifício, mas tornou-se uma festa
tentadora. A palavra de Deus diz que
“era, pois, muito grande o pecado
destes mancebos perante o Senhor,
porquanto os homens desprezavam
a oferta do Senhor.” (I Samuel 2:17).
Com o tempo, a corrupção se
espalhou tanto que o cargo de sumo
sacerdote adquiriu um caráter
político, ao ser ele nomeado pelo
governo. Os lucros das grandes festas
eram divididos com os oficiais
superiores. Os sacerdotes arruinaram
todo o plano de Deus. Daí a
expressão de Jesus: “A minha casa
será chamada casa de oração; vós,
porém, a fazeis covil de ladrões.”
(Mateus 21:13). Muitos dos
sacerdotes tinham um ódio amargo
contra os profetas. Eles odiavam os
homens que foram enviados para
repreendê-los. Muitas das
perseguições movidas contra os
profetas no Antigo Testamento,
foram chefiadas ou instigadas pelos
sacerdotes. Eles perseguiram,
torturaram e mataram os profetas.
Os adversários de Cristo sempre
foram os sacerdotes, escribas e
fariseus. Quando Jesus foi levado
perante Pilatos, os sacerdotes o
acusaram (Marcos 15:3). Ao
sacrificar-se no Calvário, ele tornou o
sistema de sacrifício inútil no futuro.
Cristo pessoalmente não ofereceu
um sacrifício durante Seu ministério,
porque Ele não pecou, e ensinando
as pessoas a não pecar, Ele atingiu o
sacerdote no coração da corrupção.
No entanto, não se deve pensar que
todos os sacerdotes eram maus.
Muitos homens fiéis podem ser
contados entre eles.
CONCLUSÃO
Os sacerdotes foram incapazes de
perceber o profundo significado
espiritual do seu serviço simbólico.
Neste serviço santo, verdades
gloriosas claramente definidas foram
obscurecidas porque foram
desobedientes aos comandos de
Deus. Os sacerdotes impenitentes
foram solenemente avisados do dia
do juízo que se aproximava, e lhes foi
enviado o seguinte convite de Deus:
“Tornai vós para Mim e Eu tornarei
para vós.” (Malaquias 3:7). Ao
rejeitar este afetuoso chamado de
Deus, eles selaram seu destino. Mais
tarde, perto do fim do ministério
terreno de Cristo, os sumos
sacerdotes ouviram a parábola do
Mestre sobre a vinha (Mateus 21:33-
46). Depois de descrever as maldades
dos sacerdotes, Cristo lhes faz a
pergunta: “Quando, pois, vier o
Senhor da vinha, que fará àqueles
lavradores?” Os sacerdotes
acompanhavam a história de Jesus
com profundo interesse. Qualquer
que fosse o relacionamento que eles
tivessem, a resposta deles foi esta:
“Fará perecer miseravelmente a
esses maus, e arrendará a vinha a
outros lavradores, que a seu tempo
lhe entreguem os frutos.”
Inadvertidamente eles proferiram
suas próprias condenações. Com a
morte de Cristo, o sacerdócio levítico
foi extinto e em 70 d.C. os romanos
destruíram o templo em Jerusalém.
Desde então, Deus quer trabalhar em
cada um e fazer dele o seu templo,
onde se possa exercer um sacerdócio
santo e aceitável:
“Ou não sabeis que o nosso corpo é
o templo do Espírito Santo, que
habita em vós, proveniente de Deus,
e que não sois de vós mesmos?” (I
Coríntios 6:19). “Vós também, como
pedras vivas, sois edificados casa
espiritual e sacerdócio santo, para
oferecer sacrifícios espirituais
agradáveis a Deus por Jesus Cristo.”
(I Pedro 2:5). “Mas vós sois a geração
eleita, o sacerdócio real, a nação
santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes dAquele que
vos chamou das trevas para a Sua
maravilhosa luz.” (I Pedro, 2:9).
Nunca esqueçamos que Deus é
honrado pela pureza de nossos
corações com que amamos, o
tesouro com que enriquecemos os
pobres e a glória de nosso temor e
devoção.
DIZIMO PARTE 4
O NOVO TESTAMENTO E O DIZIMO
INTRODUÇÃO
O cumprimento da vontade de Deus
deve ser o primeiro objetivo de
todos, e para cumprir esta vontade é
necessário conhecer a Palavra de
Deus, especialmente o ensino bíblico
sobre dar, na nova aliança.
Imediatamente após a morte de
nosso Senhor Jesus, a supremacia do
povo de Deus foi caracterizada
inicialmente pelo amor a Deus e ao
próximo, especialmente o cuidado
com os mais pobres e necessitados.
Ainda hoje, é a vontade de Deus que
todas as outras nações reconheçam
Seu povo por causa desse amor. Há
algumas perguntas muito
importantes que precisam ser
respondidas: Qual era a posição de
nosso Senhor Jesus sobre o dízimo?
Os apóstolos abordaram esse assunto
em suas cartas? Quando o sistema de
dízimo obrigatório foi introduzido no
cristianismo? A análise deste assunto
é um verdadeiro alerta para o povo
de Deus, cuja verdadeira missão é
refletir o caráter de Deus e fazer Seu
amor transbordar neste mundo
tortuoso e cruel.
O DÍZIMO E JESUS
Nosso Senhor Jesus Cristo é o centro
onde se encontram a velha e a nova
aliança. A nova aliança não começou
com o nascimento de Jesus, mas com
Sua morte. A conclusão é óbvia: Deus
cancelou a primeira aliança, que
dependia da morte dos animais, para
estabelecer uma segunda aliança,
que dependia da morte de Cristo
(Hebreus 9:15-17; 10:9, 10; 1
Coríntios). 11:25). As normas
relativas ao sacrifício de animais e as
funções gerais do santuário
apontavam para o maior e mais
completo sacrifício que ocorreria no
Calvário.
Todas as palavras de Jesus nos quatro
Evangelhos, que foram ditas antes de
Sua morte, foram ouvidas durante a
ordem sacerdotal levítica, quando o
dízimo ainda era obrigatório segundo
a lei do santuário. Há poucas
referências ao dízimo durante o
ministério de nosso Senhor Jesus
Cristo, e em nenhum lugar é
mencionado que Jesus deu o dízimo.
Porque Jesus não estava envolvido na
agricultura, ele estava isento do
dízimo. Conforme a lei do dizimo, que
assim estabelecia. Não há evidência
de que os fariseus O acusassem por
causa disto.
Os únicos textos encontrados são: “Ai
de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! pois que dizimais a
hortelã, o endro e o cominho, e
desprezais o mais importante da lei,
o juízo, a misericórdia e a fé; deveis,
porém, fazer estas coisas, e não
omitir aquelas.” (Mateus 23:23.)
“Mas ai de vós, fariseus, que
dizimais a hortelã, e a arruda, e toda
a hortaliça, e desprezais o juízo e o
amor de Deus. Importava fazer estas
coisas, e não deixar as outras.”
(Lucas 11:42.) “Jejuo duas vezes na
semana, e dou os dízimos de tudo
quanto possuo.” (Lucas 18:12.)
Em todas essas citações, o Senhor
Jesus colocou a questão do dízimo
como secundária. Seu principal
objetivo ao proferir essas palavras
era repreender os fariseus pelo
orgulho e negligência do que era
mais importante na lei: a prática da
justiça, misericórdia e fé.
Denominações religiosas que
defendem a validade dos dízimos
com base em Mateus 23:23 e Lucas
11:42 certamente não aceitam hoje
dízimos de hortelã, endro, cominho,
arruda e todos os vegetais para
manter suas gigantescas estruturas
institucionais e, além disso, os textos
citados provam que o dízimo não foi
dado em dinheiro.
A CARTA AOS HEBREUS E O DÍZIMO
O termo "dízimo" também se
encontra em Hebreus 7. É
aconselhável analisar todo o contexto
antes de tirar conclusões. O assunto
deste capítulo não está relacionado
a,se o dízimo deve ou não ser
praticado hoje, nem quando ou onde
o dízimo deve ser dado. A realidade é
que o escritor da carta estava
tentando mostrar a superioridade do
sacerdócio de Cristo sobre o
sacerdócio de Arão usando
Melquisedeque como um tipo de
Cristo. O profeta Davi também
profetizou anteriormente que o
Messias seria “sacerdote para
sempre, segundo a ordem de
Melquisideque.” Salmos 110:4. A
questão é que o sacerdote e rei
Melquisedeque viveu antes de Isaque
nascer, então ele não veio da tribo de
Levi (um dos netos de Isaque). O
escritor de Hebreus queria apenas
mencionar que o patriarca Abraão
deu o dízimo dos despojos a
Melquisedeque, conforme declarado
em Gênesis 14:18-20.
Este assunto tinha que ser explicado
especialmente para aqueles que
ainda seguiam os ritos sacrificais da
antiga aliança. Nos capítulos 7-10, o
autor afirma claramente que o
objetivo é mostrar a superioridade do
sacerdócio de Jesus sobre o de Arão.
Deus aboliu o antigo sistema
sacerdotal baseado na linhagem de
Arão, porque era fraco e inútil para
salvar as pessoas, de seus pecados
(Hebreus 7:18). A esse respeito, o
autor da carta aos Hebreus faz a
seguinte pergunta: “...se a perfeição
fosse pelo sacerdócio levítico (pois
sob este o povo recebeu a lei do
dizimo), que necessidade havia
ainda de que outro sacerdote se
levantasse, segundo a ordem de
Melquisedeque, e que não fosse
contado segundo a ordem de Arão?”
(Hebreus 7:11). Então a Palavra de
Deus diz que “quando o sacerdócio
muda, a lei necessariamente muda”.
(Hebreus 7:12). Mudar a lei era
necessário porque Cristo não
pertencia à família da tribo
sacerdotal de Levi, mas veio da tribo
de Judá. Conforme dita a lei, a tribo
de Judá não podia exercer o
sacerdócio em assuntos que regem
as atividades do santuário porque
Deus não o escolheu para esse
ministério. Assim, após a morte de
Cristo, todas as cerimônias
relacionadas com os sacrifícios feitos
no santuário foram canceladas, por
serem apenas típicas do "sacrifício
único do corpo de Jesus Cristo".
(Hebreus 10:10). Essas cerimônias
eram sombras da realidade que é
Cristo, o qual alcançou um
“ministério tanto mais excelente,
quanto é mediador de um melhor
pacto, o qual está firmado sobre
melhores promessas”. (Hebreus 8:6).
Cristo Se manifestou, “para aniquilar
o pecado pelo sacrifício de Si
mesmo.” (Hebreus 9:26). O objetivo
principal do escritor de Hebreus era
focar na mudança do modelo
sacerdotal e não enfatizar a base
doutrinária do dízimo. De fato, tomar
a experiência de Abraão para apoiar
o argumento do dízimo não faz muito
sentido pelas seguintes razões:
• Abraão deu apenas o dízimo
(décima parte) dos despojos da
guerra (Hebreus 7:4);
• Abraão devolveu os restantes 90%
(noventa por cento) aos legítimos
proprietários após deduzir as
despesas de guerra (Gênesis14:22-
24);
• Não há evidência na Bíblia de que o
dízimo pago por Abraão fosse
sistemático ou obrigatório por
qualquer ordem legal, especialmente
que fosse calculado a partir de seu
ganho financeiro e/ou de bens
pessoais. O verdadeiro povo de Deus
não se baseia em suposições, mas
baseia seu ensino num bem límpido
"Assim diz o Senhor".
O DÍZIMO ERA USADO EM TEMPOS
APOSTÓLICOS?
Entre os primeiros cristãos,
principalmente no período apostólico
depois de Cristo, não há
comprovação do pagamento dos
dízimos. Vivendo nessa nova
experiência, o remanescente de Deus
não estava mais sujeito à antiga
aliança. A história da Bíblia diz que
“todos os que creram estavam
juntos e tinham tudo em comum.
Vendiam as suas propriedades e
bens, distribuindo o produto entre
todos, à medida que alguém tinha
necessidade.” Atos 2:44-45. Não
havia necessitados entre eles, pois
não estavam nos planos deles a
construção de templos e nem o
pagamento de salários aos obreiros,
mas entre eles estava o amor ao
próximo. As atitudes eram claras e
transparentes: “Da multidão dos que
criam, era um só o coração e uma só
a alma, e ninguém dizia que coisa
alguma das que possuía era sua
própria, mas todas as coisas lhes
eram comuns. Com grande poder os
apóstolos davam testemunho da
ressurreição do Senhor Jesus, e em
todos eles havia abundante graça.
Pois não havia entre eles
necessitado algum, porque todos os
que possuíam terras, ou casas,
vendendo-as, traziam o preço do
que vendiam e o depositavam aos
pés dos apóstolos. E se repartia a
qualquer um que tivesse
necessidade.” (Atos 4:32-35).
As dádivas entre o remanescente
povo de Deus não eram impostas por
mandamento, ou por uma ordem
legal, ou por exigência de se
contribuir com um percentual
qualquer sob ameaça de maldição,
mas, era resultado de um
relacionamento íntimo com Deus. O
Senhor Jesus, durante o Seu
ministério, enfatizou muito sobre a
importância de cultivar ao próximo:
• A história do jovem rico (Mateus
19:21);
• Recompensar aqueles que fazem
bem (Mateus 25:34-40)
O evangelho não é sinônimo de
dinheiro, mas a prática de amor
verdadeiro. O apóstolo Paulo diz isso:
“E ainda que distribuísse todos os
meus bens para sustento dos
pobres, e ainda que entregasse o
meu corpo para ser queimado, e não
tivesse amor, nada disso me
aproveitaria.” (I Coríntios 13:3).
Ao contrário das instruções de Deus,
muitas instituições religiosas fazem
do evangelho uma fonte de recursos
materiais. Tais atitudes são difíceis de
conciliar com as palavras de Jesus,
quando disse: “...de graça
recebestes, de graça dai.” (Mateus
10:8). Por que não seguir as sábias
instruções de nosso Mestre e
Salvador? Nessa nova aliança
estabelecida por Jesus Cristo o amor
é o principal motivo para o "dar". Os
capítulos 8 e 9, da segunda carta de
Paulo aos Coríntios, contêm muitas
instruções e informações sobre como
os primeiros cristãos seguiram em
sua jornada, quanto ao sustentar da
obra de Deus. Curiosamente, o
dízimo não é mencionado nesses
textos, nem em 1 Coríntios 9, onde o
apóstolo Paulo faz declarações
abertas aos que pregam o evangelho.
Referindo-se aos levitas, ele
escreveu:
“Não sabeis vós que os que
administram o que é sagrado
comem do que é do templo? E que
os que servem ao altar, participam
do altar? (I Coríntios 9:13). Na
sequência ele transmitiu o seguinte:
“Assim ordenou também o Senhor
aos que anunciam o evangelho, que
vivam do evangelho. MAS EU DE
NENHUMA DESTAS COISAS TENHO
USADO. Nem escrevo isto para que
assim se faça comigo; porque
melhor me fora morrer, do que
alguém fazer vã esta minha glória.”
(I Coríntios 9:14 e15). O apóstolo
continua dizendo: “Logo, qual é a
minha recompensa? É que, pregando
o evangelho, eu o faça
GRATUITAMENTE, para não usar em
absoluto do meu direito no
evangelho.” (I Coríntios 9:18). Por
que você não segue o precioso
exemplo do Apóstolo Paulo? É
importante recordar que “a religião
pura e imaculada diante de nosso
Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e
as viúvas nas suas aflições e guardar-
se isento da corrupção do mundo.”
(Tiago 1:27).
CONCLUSÃO
Depois de Cristo, o povo
remanescente de Deus já não deu o
seu dízimo, mas doou
voluntariamente. Quando veio a
apostasia, várias mudanças
ocorreram no cristianismo apóstata.
Em 585 d.C., no Terceiro Concílio de
Mâcon, convocado por ordem do rei
da Borgonha, que uniu os bispos da
Borgonha e da Nêutria, foram
proclamados vinte cânones, e entre
eles havia um que determinava a
excomunhão de todos aqueles que
não pagavam o dízimo à igreja. Quase
dois séculos depois, o governo de
Carlos Magno apoiou a legislação
eclesiástica, confirmando-a como um
sansão do direito civil, tornando
obrigatório o pagamento do dízimo
para a igreja romana. Assim, por
iniciativa da Igreja Romana, foi
restabelecida a prática obrigatória do
dízimo. Nos séculos XVIII e XIX, esta
obrigação foi temporariamente
abolida por pressão da sociedade e
da indústria, porque as quantias
arrecadadas não eram devidamente
utilizadas para os fins exigidos pelo
direito eclesiástico e civil. No século
XX, a Igreja Romana gradualmente
adotou o uso do dízimo em seus
princípios eclesiásticos como um
sistema de pagamento sistemático e
regular para substituir o sistema de
taxas. Infelizmente, muitos
segmentos religiosos copiam essa
prática da igreja romana hoje. A
isenção do dízimo não significa
liberdade da responsabilidade pela
obra de Deus. Todos os dons devem
ser ministrados individualmente com
responsabilidade e de acordo com as
instruções de Deus. Deus não exige
de nós o impossível ou o absurdo,
mas a devoção total a Ele. O apóstolo
Paulo diz o seguinte sobre isso:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que apresenteis
os vossos corpos como um sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é
o vosso culto racional. E não vos
conformeis a este mundo, mas
transformativos pela renovação da
vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de
Deus.” (Romanos 12:1 e 2).

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